JORNAL DE NEGÓCIOS / Bom Despacho-MG

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Bom Despacho (MG),16 a 30 Novembro 2020

Ano XXXI - Nº 1.600 • Fundado em 12/05/1989

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Bom Despacho (MG), 16 a 30 Novembro 2020 • GRÁTIS 1 EXEMPLAR

Bertolino: que Bom Despacho

seja terra de oportunidades Numa entrevista exclusiva ao jornal, o prefeito Bertolino da Costa Neto fala dos planos para seu novo mandato. PÁGINAS 6 e 7

PM lança Operação Natalina em Bom Despacho e região PÁGINAS 6

Veja como ficou a Câmara Municipal

BLACK FRIDAY DO SICOOB CREDIBOM ESTÁ IMPERDÍVEL A denominação Black Friday surgiu no início dos anos 90, na Filadélfia, quando a polícia local chamava assim o dia seguinte ao feriado de Ação de Graças. Nesse dia havia muitas pessoas e congestionamentos enormes nas ruas, pois a data inaugurava o início das compras de Natal. Alguns anos depois, Black Friday foi o nome usado pelos varejistas para indicar o período de maior faturamento. Desde então, é a data mais agitada do varejo no país, quando muitas lojas abrem bem cedo, com bastante antecedência, para atrair maior número de consumidores através de ofertas. Sua popularidade é enorme e causa muita expectativa entre os consumidores, sendo os descontos oferecidos considerados mais atrativos do que os natalinos. No Brasil, a primeira Black Friday aconteceu no dia 28 de novembro de 2010 e foi totalmente online, com a participação de 50 lojas do varejo e grande concentração de vendas em eletrodomésticos. Com o passar dos anos, houve a adesão de todo o comércio online e das lojas físicas, que têm alcançado números excelentes de faturamento no período. A Black Friday tem ganhado confiança entre os consumidores principalmente com a criação do código de ética específico para a promoção pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. Entre as instituições financeiras, o período de promoções também se

alastrou e hoje está sendo praticado com planejamento, boa comunicação e condições bastante atrativas em taxas e prazos dos produtos financeiros. Taxas super reduzidas O Sicoob Credibom, engajado com o tema "Black Friday", fará promoções especiais de suas linhas de crédito e alguns produtos voltados aos seus cooperados com o objetivo principal de viabilizar a realização de seus projetos e sonhos, em um período que se encerra mais um ano de muito trabalho. Por entender as dificuldades vivenciadas por todos em um ano tão atípico como está sendo 2020, com reflexos implacáveis na economia e na vida pessoal de milhares de pessoas em função da COVID-19, o Sicoob Credibom realizará este ano uma super Black Friday. A partir de 27 de Novembro de 2020, as condições de todas as linhas de crédito do Sicoob Credibom estarão imperdíveis. Os cooperados terão um time de funcionários em todas as suas agências preparados para atender e propor a melhor solução para aquele que deseja realizar seus sonhos e ter um Natal e Final de Ano mais feliz. Então fique ligado. Converse com seu gerente para conhecer todas as condições especiais e nos acompanhe no site e em nossas redes sociaispara ficar por dentro da Black Friday do Sicoob Credibom e de todas as ofertas. instagram.com@sicoobcredibom facebook.com@sicoobcredibom www.sicoobcredibom.com.br

PÁGINAS 5

Eleições mostraram as insatisfações na PÁGINAS 9

PRF apreende carreta com R$ 2,5 milhões em drogas na BR 262 PÁGINAS 10

O ex-professor e meu sogro: apaixonados pelo que fazem PÁGINAS 11 ESTAEDIÇÃOENTROUEMCIRCULAÇÃODIA26.11.2020


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Bom Despacho (MG), 16 a 30 Novembro 2020

APARTAMENTO – Alugo – Rua João Eleutério, 168 – Ap 301 – Centro – 99985.1031 APARTAMENTO – Alugo, 1qt, área – Rua Operários – 99116.8080 APARTAMENTO – Alugo, 1qt, área, gar – Rua Manoel Costa Gontijo – 99116.8080 APARTAMENTO – Alugo, no Jardim dos Anjos – 9999.1037 e 3521.2116 APARTAMENTO – Troco, em Lagoa, por imóvel em BD – 98843.1453 APARTAMENTO – Vendo – Av. Bias Fortes – Bairro Lourdes – BH – 99941.8330 APARTAMENTO – Vendo, 250m, cobertura, na Praça Santa Ângela – 999803.7931 APARTAMENTO – Vendo, cobertura, 4qt, 2st, bh, sl, cz, lav - (31) 99168.3377 ÁREA – Vendo, 1.080m2 – Jd. América – Beto – 3522.1521 e 99921.4917 ÁREA – Vendo, 720m, perto Av. Dr. Roberto – 99105.8162 BARRACÃO – Alugo – Travessa Nicomedes T. Campos, 71-F – Santa Ângela – 99845.3971 e 3522.2392 BARRACÃO – Alugo – Rua Lopes Cançado, 409 – Ana Rosa - João - 99118.0100 BARRACÃO – Alugo, 2qt, sl, cz, bh e var – Rua Alexandre Amaral, 129 – São Francisco – 3521.1380 e 98855.1380 BARRACÃO – Alugo, 2qt, sl, cz, bh, no Centro – 99803.7564. BARRACÃO – Alugo, em Pará de Minas – 99947.6188 BETONEIRA – Compro – 99909.2530 BOLSA – Vendo, Colcci – 99929.1281 CAMA – Vendo, box, solteiro – 99913.3832 CARRETINHA – Vendo, 2m – 99949.0300 CASA – Alugo, 3qt, garagem – 99857.0028 CASA – Alugo, 3qt, sl, cp, cz, bh – Rua Ambrosina Luquine, 38 – S. Francisco – 99116.8080 CASA – Procuro p/ alugar até R$ 1 mil - 99947.0313 CASA – Vendo – Rua Nair Souto, 312 – Jd. Anjos 2 – R$ 200 mil – 99842.3762 e 99147.0452 CASA – Vendo, 3qt, cp, cz, gar – Jardim Anjos – 99820.8435

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Cooperativa Agropecuária de Bom Despacho Ltda. CNPJ 18.810.176/0001-74 Avenida das Palmeiras, 12 - Centro – Bom Despacho – MG

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

EDIT AL DE CONV OCAÇÃO EDITAL CONVOCAÇÃO Pelo presente Edital de Convocação, o Presidente da Cooperativa Agropecuária de Bom Despacho Ltda - COOPERBOM, no uso de suas atribuições estatutárias, convoca os Senhores Associados, hoje em número de 2.315 (dois mil, trezentos e quinze), em condições de votar conforme listagem expedida pelo Conselho Fiscal, para se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária a realizar-se no Salão do Antigo Sesc, atualmente denominado Conjolo de Vissunga, localizado na Avenida Maria da Conceição D’el Duca, nº 150, Bairro Jaraguá, nesta cidade, às 16:00 horas do dia 07 de dezembro de 2020, em 1ª (primeira) convocação, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do dia: Reforma Parcial do Estatuto Social da Cooperativa Agropecuária de Bom Despacho Ltda. Não se registrando a presença de associados que representem no mínimo 2/3 (dois terços) de associados em condições de votar em primeira convocação, a Assembléia Geral Extraordinária realizar-se-á em 2ª (segunda) convocação, uma hora após, ou seja às 17:00 horas, quando será necessária a presença de metade mais 1 (hum) do número de associados em condições de votar. Não havendo ainda número legal, será a Assembleia realizada em 3ª (terceira) convocação, uma hora após, ou seja às 18:00 horas, com a presença de

no mínimo 10 (dez) associados em condições de votar, valendo este Edital como 2ª e 3ª convocações. OBSERVAÇÕES: A - Será necessária aprovação por 2/3 dos votos dos presentes para validar a referida reforma, conforme disposto na Lei 5.764. B - A Assembleia será realizada fora da Sede Social, tendo em vista que as dependências da COOPERBOM não comportam o grande número de associados previstos a participarem. C - Para o cumprimento das normas sanitárias impostas pelas autoridades competentes e para a segurança da saúde de todos os participantes, somente terá acesso ao local da assembleia o associado em condições de exercer o direito de voto, com o uso de máscara, após higienização das mãos com álcool gel. D - Durante a Assembleia será exigido o distanciamento mínimo entre os presentes, conforme as normas sanitárias vigentes, sendo proibida qualquer aglomeração. Bom Despacho, 16 Novembro de 2020. FÚLVIO DE QUEIROZ CARDOSO NETO Presidente

PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO DO ESTATUTO, APROVADAS PELA COMISSÃO TÉCNICA Art 4º. ............ § 1º. ............ § 2°. ................. I - ............. V- comprovante de exercício da atividade agropecuária ou extrativa. ................................................................................. Art. 5º. Será permitida a admissão de pessoa jurídica e sociedades sem fins lucrativos que tenham as mesmas ou correlatas atividades da pessoa física, observada a vedação contida no § 4º do art. 29 da Lei Federal nº 5.764/1971. ................................................................................... Art. 9º. ............... I ...... VIII - retirar o capital com os juros e as sobras se houver, na forma prevista no artigo 18 e seus parágrafos; ..... X - votar e ser votado, observando-se o que dispõe o artigo 7º, e desde que o associado preencha, ainda, as seguintes condições: a) tenha sido admitido há mais de 3 (três) meses e integralizado o capital subscrito; b) tenha deixado de ser empregado da COOPERBOM e as contas do exercício em que ocorreu o seu afastamento tenham sido aprovadas sem restrições até a data do registro da candidatura; c) esteja em dia com seus compromissos financeiros perante a COOPERBOM; .................................................................................. Art. 18. ........ § 1°. ............ § 2°. No caso de exclusão por morte do Associado a devolução do capital integralizado poderá ser pago da seguinte forma: a) 0 tempo de associado, apurado em número de meses, será dividido pelo fator 10 (dez); b) O resultado da divisão será o número de parcelas mensais da restituição, desde que se enquadre no valor mínimo de R$ 100,00 (cem reais) e máximo de R$ 1.000,00 (hum mil reais); c) ..... d) Se o valor do capital a ser restituído, no caso de morte, for de até R$1.000,00 (hum mil reais), o pagamento será em parcela única. ................................................................................... Art.19. ........................ Parágrafo único. Além das condições deste artigo, o associado eliminado só poderá ser readmitido após decorrido 2 (dois) anos de sua eliminação ou exclusão e, se não houver restrições por parte do Conselho de Administração. ................................................................................... Art. 21. Ao ser admitido, cada associado deverá subscrever e integralizar quotas partes do capital social, no valor mínimo de R$100,00 (cem reais). ................................................................................... Art. 25 - Dos editais de convocação das Assembleias Gerais, deverão constar: I................................... § 2º. Os editais de convocação serão afixados em locais visíveis nas dependências comumente mais freqüentadas pelos associados, publicados em jornal eletrônico ou impresso e comunicados por circulares aos associados, mediante publicação no site oficial da Cooperativa ou em suas redes sociais de comunicação. ................................................................................... Art. 38. ........... XII - aprovar a aquisição e a venda de bens imóveis com expressa autorização da Assembléia Geral, respaldado em no mínimo dois laudos de avaliação realizados por pessoa física ou jurídica, distintas e legalmente habilitadas e de comprovada idoneidade; XIII - decidir sobre a contratação de obrigações, operações de créditos, a oneração de bens imóveis em garantia de operação de crédito, de interesse da Cooperativa, bem como decidir sobre a aquisição, alienação e a oneração de

bens móveis em garantia a operações de créditos realizadas e cessão de direitos; ............................ Art. 39. ................... b) Assinar conjuntamente com o Diretor Comercial ou com o Diretor Administrativo, cheques bancários, ordem de pagamento, contratos, instrumento de procuração e demais documentos constitutivos de obrigações; Parágrafo único: Fica facultado aos Diretores a nomeação de empregados do Departamento Financeiro para assinatura de pagamentos, conforme critérios a serem estabelecidos no ato de outorga de poderes. ......................................................................... Art. 49 ................... §2º. As chapas, contendo os nomes completos dos candidatos que desejarem concorrer aos cargos eletivos, deverão ser apresentadas à Cooperativa para o devido registro de protocolo, com antecedência mínima de 168 (cento e sessenta e oito) horas da instalação da Assembléia Geral, em que se dará a eleição. .......................................................................... Art. 49-A. As eleições serão coordenadas por Comissão Eleitoral designada pelo Conselho de Administração, conforme regimento eleitoral aprovado pelo mesmo Conselho. ........................................................................... Art. 50. ................... I - Fundo de Reserva de 10% (dez por cento) das sobras líquidas do exercício, destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas atividades; II - Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social de 5% (cinco por cento) das sobras líquidas do exercício, destinado à prestação de assistência aos associados, seus familiares dependentes legais e aos empregados da Cooperativa; III - Revogado; IV - Revogado; ................................................................................... Art. 51. Além da taxa de 10% (dez por cento) das sobras líquidas apuradas no balanço do exercício, revertem em favor do Fundo de Reserva: .................................................................................... Art. 52. Além da taxa de 5% (cinco por cento) das sobras apuradas no balanço patrimonial e nas contas dos resultados do exercício, revertem em favor do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social: ..................................................................................... Art. 55 .............. Parágrafo único. As sobras em geral, inclusive de outras Cooperativas, após dedução para os fundos legais e cobertura de eventuais prejuízos do exercício, terão obrigatoriamente a destinação de 30% (trinta por cento) do seu valor, distribuído como aumento de capital entre os associados, na proporção direta das operações por eles realizadas, durante o exercício. ..................................................................................... Art. 57. A Cooperativa deverá ter os seguintes livros: I -.......... V- de Registro de chapas e de Posse. ..................................................................................... Art. 62. Concluídos os referidos trabalhos, a Comissão providenciará seu encaminhamento ao Conselho de Administração, para ser levado à apreciação da AGE, assegurada a publicação no site oficial da COOPERBOM e nas suas redes sociais, sempre visando a dar amplo conhecimento aos associados. § 1º. O associado que queira sugerir alguma modificação deverá fazê-lo por escrito ou por mensagem eletrônica, com fundamentos sólidos e que venham enriquecer, de fato, a revisão, no prazo máximo de 10 (dez) dias, da publicação do Edital. ..................................................................................... Art. 65-D. Ficam ratificadas as operações de créditos contratadas e em vigência nesta data.


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Homem de 26 anos é morto a tiros na Rua Montalvânia, em BD

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PM lança Operação Natalina em Bom Despacho e região O 7° Batalhão da Polícia Militar lançou na manhã de quintafeira (26), na Praça da Matriz de Bom Despacho, a Operação Natalina 2020, que vai até a virada do ano. Nesse período, a PM aumenta o policiamento ostensivo na cidade, especialmente em regiões onde há maior concentração de pessoas. O objetivo é prevenir a ocorrência de furtos e roubos, que tendem a crescer nessa época do ano devido à maior circulação de pessoas fazendo compras para o Natal – o que desperta o interesse de malfeitores.

Um jovem de 26 anos foi morto a tiros na rua Montalvânia, bairro Santa Marta, em Bom Despacho, na tarde de segunda-feira (16). O SAMU foi chamado às 17h09m para atender a vítima. Quando os socorristas chegaram no local do crime encontraram o homem já morto e caído na rua. De acordo com o SAMU, o

corpo tinha várias perfurações causadas por disparo de arma de fogo. A Polícia Militar estava no local cuidando da ocorrência. A Perícia da Polícia Civil foi acionada para periciar o corpo. O jornal não conseguiu informações sobre a autoria nem o motivo do assassinato.

PM prende três jovens traficando drogas na avenida Rio de Janeiro

Três pessoas foram presas pela Polícia Militar na tarde de terça-feira (17), por tráfico de drogas em Bom Despacho. A PM realizava operação chamada Ocupação de Ponto Crítico de Zona de Criminalidade quando recebeu denúncia de que três pessoas traficavam drogas na avenida Rio de Janeiro, no São Vicente. Os militares foram até o local

e abordaram dois jovens de 19 e 21 anos e uma jovem 22 anos, todos eles com passagens pela Polícia. Com os três jovens os militares encontraram e apreenderam porções de maconha embaladas para venda. O trio fio preso e levado para a Delegacia de Polícia junto com a droga, dinheiro e celulares apreendidos.

Efetivo maior Durante a Operação Natalina, a Polícia aumenta seu efetivo nas ruas empenhando inclusive militares que trabalham no setor administrativo da corporação. O reforço no policiamento inclui realização de blitz, abordagem de pessoas e veículos e ainda o aumento do número de militares fazendo rondas a pé e motorizados. A Operação Natalina é realizada em todos os 19 municípios abrangidos pelo 7° Batalhão. O lançamento, em Bom Despacho, teve a participação da Banda de Música da corporação.

Copasa vai instalar nova adutora de água na Rua do Rosário LEIA NA ÚLTIMA PÁGINA

Nesta edição excepcionalmente não publicamos a coluna de Tadeu Araújo, que está de férias na Bahia. Deixar as eleições para trás e refazer amizades, diz Cabral PÁGINA 5

Eleições mostraram as insatisfações na cidade PÁGINA 9


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O melhor conteúdo de

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EDITAL DE CONVOCAÇÃO A ASSOCIAÇÃO CORPORAÇÃO MUSICAL NOSSA SENHORA DO BOM DESPACHO, CNPJ 23.773.187/000161, COM BASE NO ARTIGO 16°, PARÁGRAFOS 1° E 2° DO ESTATUTO, CONVOCA OS ASSOCIADOS(AS) PARA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA A SER REALIZADA DIA 15 (QUINZE) DE DEZEMBRO DE 2020, ÀS 19 HORAS, EM SUA SEDE NA RUA GERALDO XAVIER, 277, BAIRRO ESPLANADA, BOM DESPACHO-MG, PARA AS SEGUINTES DELIBERAÇÕES: 1 – APROVAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS 2 – ELEIÇÃO E POSSE PARA O TRIÊNIO 2020 A 2023 BOM DESPACHO, 10 DE NOVEMBRO DE 2020

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VALTER DA SILVA PRESIDENTE p

FAÇO VIAGENS de BOM DESPACHO p/ B.H. Domingo: Saída 17h com 4 vagas Segunda-Feira: Saída 6h com 4 vagas

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SOLUÇÃO MARMORARIA LTDA, CNPJ: 35.866.498/ 0001-54, POR DETERMINAÇÃO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BOM DESPACHO, TORNA PÚBLICO QUE SOLICITOU, ATRAVÉS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO N° 507/2020, LICENÇA AMBIENTAL SIMPLIFICADA (LAS), CLASSE 2 - PARA A ATIVIDADE DE APARELHAMENTO, BENEFICIAMENTO, PREPARAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DE MINERAIS NÃO METÁLICOS, NÃO INSTALADOS NA ÁREA DA PLANTA DE EXTRAÇÃO, LOCALIZADA NA RUA PICÃO CAMACHO, Nº 1161, BABILÔNIA, NO MUNICÍPIO DE BOM DESPACHO/MG. p

Publicado por Imagem Editora Ltda. jornal@joneg.com.br 35600-000 - Bom Despacho - MG É proibida a reprodução total ou parcial, em qualquer meio de comunicação, dos textos e anúncios produzidos pelo Jornal de Negócios - A publicação não autorizada por escrito sujeita o(s) infrator(es) às penalidades legais - Editor: Alexandre Borges Coelho - Publicação semanal – Tiragem: 6.500 exemplares – Impresso na Sempre Editora / BH – Editoração e Arte: Jornal de Negócios – Opiniões emitidas em artigos assinados não representam a opinião do Jornal, sendo responsabilidade exclusiva do autor – Distribuição livre em Bom Despacho, Araújos e Engenho do Ribeiro e dirigida em Martinho Campos, Moema, Luz, Pompéu, Abaeté e Nova Serrana - Este exemplar é propriedade do Editor, que autoriza a entrega grátis de 1 jornal por pessoa.


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Veja como ficou a Câmara O ex-prefeito Fernando Cabral (MDB), 69 anos, foi eleito para a Câmara Municipal com 2.128 votos. Esta é a votação já alcançada por um vereador na história de Bom Despacho. Representa 8,6% dos votos válidos – também o percentual mais alto na história das eleições para o legislativo. Os demais vereadores eleitos são Vinicius Pedro Tavares de Araújo (Solidariedade), Marcelo Cesário da Silva (Malucão / PSDB), Sâmara Mara Aparecida e Silva (Sâmara Diretora / PSD), Sildete Aparecida de Sousa Silva (Sildete Assistente Social / Republicanos), Alex Alves (Pastor Alex / Republicanos), Maria Klésia de Oliveira (Keké / Solidariedade), Marco Antônio Francelino (Marquinho da Copasa / Avante) e Eder Deivid da Silva (Eder Tipura /PSD). Os vereadores eleitos tomam posse no dia 1° de janeiro para mandato de 4 anos.

Deixar as eleições para trás e refazer amizades, diz Cabral COM VOTAÇÃO RECORDE, CABRAL PROPÕE HARMONIA PARA CIDADE AVANÇAR Eleito para a Câmara com a maior votação da história do legislativo bom-despachense, o advogado e auditor federal do TCU, Fernando Cabral assumirá pela quarta vez um cargo eletivo na cidade. Ele já foi vereador na legislatura 2009-2012 e prefeito por dois mandatos – 2013 a 2016 e 2017 a 2020. Em abril deste ano renunciou ao cargo de prefeito para fazer tratamento de saúde. Ele foi diagnosticado com espondilite anquilosante, doença crônica que provoca dores musculares fortes e pode incapacitar o paciente. Ao renunciar, o ex-prefeito reafirmou sua disposição de manter-se “ativo na política bom-despachense” e de apoiar Bertolino “em tudo que for necessário”. Depois de meses de tratamento, e de conseguir melhora sensível no seu quadro de saúde à custa de

muito exercício físico e dieta alimentar rigorosa, Cabral confirmou sua candidatura a vereador. União Em entrevista exclusiva para o Jornal de Negócios, Fernando Cabral agradeceu os eleitores pelo reconhecimento, comentou o resultado e prometeu trabalhar muito em prol de Bom Despacho: “Primeiro, tenho que agradecer a todos que me apoiaram nesta campanha e que votam em mim. Meu compromisso com eles só não é maior do que meu compromisso com os destinos de nossa cidade. Sem dúvida, uma vitória significativa como esta aumenta muito nossa responsabilidade”. Cabral reafirmou que pretende “dar uma contribuição mais forte ainda

para que nossa cidade continue melhorando”. Lembrou que ao se eleger prefeito em 2012, “peguei uma administração arrasada e uma dívida enorme. Quando entreguei a prefeitura a meu sucessor, deixei a casa em ordem, com todas as dívidas pagas e algum dinheiro em caixa. Agora o Dr. Bertolino, pegando a casa em

ordem, poderá fazer muito mais por nossa cidade. Na Câmara, meu papel será não só legislar e fiscalizar, mas principalmente ajudar o Dr. Bertolino a implementar os valiosos projetos que ele tem para nosso município.” Durante a campanha, Fernando Cabral foi atacado em redes sociais e sofreu até agressão física na rua. “Esta é quarta campanha de que participo. Apesar de mais experiência, foi a mais difícil do ponto de vista emocional. Fui persistentemente atacado de forma injusta. Sofri ataques morais e agressões físicas. A campanha foi pesada. Mas temos que ser maiores do que estas pessoas mesquinhas e anti-democráticas. O que precisamos fazer agora é nos unirmos todos em prol de Bom Despacho. Deixar a eleição para trás e começarmos a reconstruir amizades, criar harmonia e fazer avançar nossa cidade”.


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Bertolino: que Bom Despacho seja terra de oportunidades O médico Bertolino da Costa Neto, 54 anos, foi reeleito para novo mandato como prefeito de Bom Despacho com 10.389 votos. Bertolino é bom-despachense, filho de Francisco da Costa Araújo, já falecido, e de Ângela Maria Cardoso Costa. É casado com Karinne Aguiar e tem um filho: Francisco da Costa Araújo Neto. Bertinho, como é conhecido, já foi vereador por um mandato na Câmara Municipal e secretário de Saúde por 10 meses do governo Geraldo Simão. Eleito vice-prefeito em 2016, em abril deste ano assumiu a chefia do Executivo após o então prefeito Fernando Cabral renunciar para tratamento de saúde. Falando com exclusividade ao Jornal de Negócios assim que teve sua vitória confirmada, Bertolino comemorou o resultado. “Estou muito feliz e honrado por ganharmos esta eleição. Quero agradecer muito ao povo de Bom Despacho, aos meus conterrâneos, por esse apoio, por essa grande manifestação de confiança. Agradeço aos apoiadores que deram o melhor de si para alcançarmos juntos essa vitória. Agradeço de coração a todos que escolheram a verdade, que não se intimidaram com fake news, que acreditaram em nossa chapa e foram à luta pelos melhores valores da nossa terra e da nossa gente. Agora, passada a disputa eleitoral, vamos serenar os ânimos, nos unir e trabalhar todos juntos pelo desenvolvimento de Bom Despacho, para nossa cidade avançar ainda mais”. Na semana seguinte à eleição Bertolino concedeu uma longa entrevista ao editor do Jornal de Negócios, Alexandre Borges. Nela, o prefeito fala de política, da preocupação em implementar ações para alavancar o desenvolvimento de Bom Despacho, diz o que planeja para a nova gestão e confirma a mudança da sua equipe de governo. Falou também das obras em andamento e dos desafios da nova gestão. Veja a seguir. Você foi eleito mas sua coligação não formou maioria na Câmara. Como será a relação com o Legislativo? Já estamos conversando com os vereadores eleitos. São pessoas de bem que desejam dar o melhor de si por Bom Despacho. Agora é o momento de unir Executivo e Legislativo em prol do nosso desenvolvimento. A nova Câmara saberá responder aos desafios e deixar de lado disputas partidárias e eleitorais.

Pretendo fazer uma gestão participativa com os vereadores que se preocupam com o desenvolvimento da nossa cidade. Discutir com a Câmara os projetos de governo, ouvir os vereadores. Tenho certeza de que poderemos formar alianças para o bem da nossa cidade. Claro, sempre respeitando a independência e as atribuições do Legislativo. E com o ex-prefeito e vereador eleito Fernando Cabral? Primeiro, é preciso reafirmar que o Fernando foi excelente gestor. De 2013 para cá Bom Despacho deu um grande salto. Isso é inegável. Ele deixou a Prefeitura organizada, sem dívidas, com muitas conquistas e grandes desafios pela frente. Eu tive o privilégio de ser vice de um prefeito que mudou a história da nossa cidade. Aprendi muito com Fernando Cabral e o tenho na condição de amigo. Em 2021 começa uma nova gestão, a gestão Bertolino e Juliana. Cabral estará na Câmara, onde, tenho certeza, exercerá com muita dignidade o papel de fiscalizar e legislar. Será também um grande parceiro do Executivo por sua experiência, seu conhecimento e sua competência. Desde que assumiu a Prefeitura, em abril, você manteve a mesma equipe que lá estava. Haverá mudanças na nova gestão? Eu assumi o governo num momento conturbado, que foi o início da pandemia de Covid-19. Os desafios eram grandes e havia muito o que fazer. Não faria sentido mudar o secretariado a poucos meses do final do mandato. Primeiro, porque é uma equipe excelente e dedicada. Segundo, porque são pessoas experientes, que conhecem a administração. Manter a equipe foi decisão acertada. Mas e neste novo mandato que começa em janeiro? Sim, haverá mudanças. Isso é natural. Agora formarei minha equipe. Haverá mudanças inclusive na estrutura administrativa. Teremos pessoas novas envolvidas com o projeto maior que é o desenvolvimento da cidade. Para isso estou analisando nomes de confiança, da minha relação pessoal, que tenham o perfil que pretendo implementar na administração. Serão pessoas com formação compatível, eficientes, de

conduta ilibada e que comungam dos mesmos ideais. Queremos manter as muitas conquistas dos últimos anos, mas avançar ainda mais.

Por ter assumido o cargo de prefeito neste mandato, você não poderá ser candidato à reeleição em 2024. Como isso vai influenciar sua gestão?

No período eleitoral, as obras feitas pela Prefeitura, em especial asfaltamento de ruas, foram alvos de opositores. Segundo eles, as obras durariam até a véspera da eleição e depois seriam interrompidas. Foram?

Acho que isso me obriga a apresentar bons resultados em 4 anos. Por isso vamos trabalhar muito pelo desenvolvimento da cidade. O resultado desse esforço, sendo bom, será referência para nomes do nosso grupo político que queiram me suceder.

Não. Não foram interrompidas. As obras continuam normalmente. Nosso projeto é recuperar toda a infraestrutura viária de Bom Despacho até o próximo ano. Asfalto é questão de conforto, de qualidade de vida para os moradores. Aliás, eu já disse em entrevista anterior que esta gestão minha e do Fernando Cabral foi a que mais asfaltou ruas em Bom Despacho. Fizemos isso durante os quatro anos do mandato. Buscamos muitos recursos para aplicar na melhoria urbana. E continuarei buscando mais na nova gestão. O asfaltamento e a melhoria urbana foram e continuam sendo compromissos nossos. E o problema ocorrido na Rua Corinto, na Cidade Nova, onde o asfalto novo foi parcialmente destruído pela chuva? Aquilo me deixou contrariado. A primeira medida da Prefeitura foi bloquear pagamentos para a empresa responsável pela obra. Não aceito isso. Já determinei realização de auditoria para apurar as falhas. Empresa que não cumprir as normas e fizer serviço mal feito será penalizada. No caso da Rua Corinto, a construtora terá que resolver o problema ou não receberá o pagamento e ainda será inabilitada pela Prefeitura. Você já considerou a possibilidade de sair candidato a deputado estadual. Pensa deixar a Prefeitura em 2022 para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa? Não. Absolutamente não. Não serei candidato. Minha preocupação e meu compromisso é administrar Bom Despacho nos próximos quatro anos. Fui eleito para cuidar da nossa cidade e é a isso que vou me dedicar. Portanto, não serei candidato a deputado ou qualquer outro cargo em 2022.

Meses atrás a Prefeitura anunciou que pretende reabrir o parque esportivo do antigo Sesc para a comunidade. Isso será feito? Primeiro, é importante dizer que a Prefeitura assumiu o antigo Sesc para que a cidade não perdesse aquela área. O próprio Sesc decidiu fechar o local devido ao custo de manutenção. Parte do problema se resolve com a transferência de Prefeitura, Bombeiros, SAMU e outros serviços para o local. É o que estamos fazendo. Queremos sim reabrir a área de lazer para que a comunidade possa usufruir do que lá existe. Para isso estamos procurando meios de viabilizar a manutenção do local e garantir serviços de qualidade. A questão não comporta demagogia e exige muita responsabilidade, porque o custo é altíssimo. Uma das opções é terceirizar a estrutura. Já existe um grupo interessado em assumir a hotelaria. Quando a sede da Prefeitura será levada para o antigo Sesc?

Bom Despacho, a Prefeitura vai reformar o local para instalar nele a Casa da Cultura. Lá será transformado num espaço de aprendizado e demonstração de todas as formas de arte existentes em nossa cidade. Em junho a Prefeitura enviou projeto à Câmara propondo abertura de crédito para contratar estudo técnico sobre a viabilidade de montar novos serviços na Santa Casa. O que pretende? A Santa Casa é o único hospital de Bom Despacho. E nossa gestão foi a que mais repassou recursos financeiros para a Santa Casa. Desde abril, quando assumi a Prefeitura, foram quase 6 milhões repassados à instituição. Mas acho que isso não basta. Precisamos fazer da Santa Casa uma instituição autofinanciável. De que forma? Criando serviços próprios no hospital, como centro de imagens, hemodinâmica e hemodiálise, entre outros. Esses serviços geram receitas que podem ajudar no custeio do hospital. A inauguração do CTI e a ampliação do bloco cirúrgico são oportunidades para que a Santa Casa implante esses serviços próprios. Com isso haverá ganhos de duas formas: eles evitarão o deslocamento de pacientes para outros locais e vão gerar mais recursos para o hospital. Melhora a efetividade dos serviços de saúde em Bom Despacho. Como fica o anel rodoviário, ou Corredor Empresarial, iniciado pelo então prefeito Cabral?

Acredito que mudaremos em janeiro. No momento estão sendo executadas pequenas reformas, instalação de cabeamentos de energia e dados no local.

Vamos retomar e concluir o anel rodoviário. É uma via estratégica para desviar o trânsito de carretas de dentro da cidade. Além disso, criará novas áreas de expansão industrial, comercial e urbana em Bom Despacho.

Assim que a Prefeitura desocupar o prédio da Praça Irmã Albuquerque, a Secretaria de Saúde ocupará o local?

A substituição da iluminação pública por luzes de LED vai continuar?

Sim. O prédio da Prefeitura também está passando por reformas que devem terminar este mês. Nele ficarão a Secretaria de Saúde, o setor de Cadastro e a Administração Fazendária do Estado.

Sim, claro! Em breve alcançaremos 60% de lâmpadas de LED nas vias públicas. Estamos com um projeto para no próximo ano chegar a 100%. LED ilumina melhor, aumenta a segurança e a qualidade de vida das pessoas.

E a Casa da Cultura? Tão logo a Secretaria de Saúde desocupe o prédio do antigo Clube

E a UPA 24h, quando entra em operação? Espero que até meados de


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dezembro já esteja funcionando. Estava previsto para outubro, mas houve atrasos na obra por falta de material de construção. Assim que a UPA estiver funcionando pediremos sua habilitação no Ministério da Saúde. Bom Despacho então receberá mais recursos financeiros do governo federal. Com isso poderemos aumentar as equipes de saúde, o número de plantonistas e ampliar o atendimento de urgência e emergência. Em redes sociais há reclamações frequentes do atendimento do PA. Sendo médico e prefeito, o que diz a respeito disso? Atendimento de saúde é uma questão muito complexa. Envolve acolhimento, resolutividade, estrutura física, qualificação profissional, enfim, várias coisas. Começa pelo bom acolhimento na chegada do paciente. O problema existe e precisa ser resolvido. Não vamos admitir mal atendimento. O cidadão que procura o serviço de saúde tem um problema, uma necessidade, uma angústia. Ele precisa e merece ter atendimento adequado. A Prefeitura vai fazer monitoramento dos atendimentos no PA e nas unidades de saúde. Queremos apurar as falhas existentes e suas causas. Estamos planejando fazer isso com a participação dos usuários. Na medida em que as pessoas tiverem meios para avaliar o serviço poderemos cobrar das unidades o atendimento adequado. E isso será feito. Seja através de treinamento, de responsabilização e até substituição de pessoas. Insatisfação salarial ou pessoal não são motivo para impactar a qualidade do atendimento ao público. O cidadão precisa ser respeitado, como também deve respeitar os profissionais que estão fazendo seu trabalho. É uma via de mão dupla. Você foi o prefeito que contratou a elaboração do plano de cargos e salários do funcionalismo – uma reivindicação antiga da categoria. Em que pé está o trabalho? A minuta do plano será apresentada em breve ao Executivo e aos servidores. Todos terão oportunidade de opinar, criticar e sugerir. Vamos ouvir e buscar soluções para suas necessidades. A recomposição salarial e o planejamento das carreiras serão

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definidos com responsabilidade e nos limites do orçamento. A questão salarial é importante, sem dúvida, mas não é tudo. Antes de mais nada os servidores precisam ser respeitados e valorizados.

para projetos de desenvolvimento.

novos empreendedores?

O que é exatamente esse projeto de levar água do São Francisco para o Rio Picão?

Na sua opinião, qual é o maior desafio que o Dr. Bertolino terá pela frente no próximo ano?

O projeto prevê a derivação, ou desvio, de 4 metros cúbicos de água por segundo do Rio São Francisco para a nascente do Rio Picão. Esse volume de água, que não afeta o São Francisco, vai aumentar a vazão do Rio Picão. Com mais água será possível expandir a área irrigável no seu entorno e produzir milhares de toneladas a mais de grãos. Trará uma riqueza enorme para o município através do agronegócio, gerando milhares de empregos diretos e indiretos e impulsionando o desenvolvimento de Bom Despacho. É um grande projeto, que envolve Prefeitura, Sebrae, Sindicato Rural, Cooperbom, Credibom e outras instituições. Pode mudar o futuro do município.

Empreendedores optam por cidades que tenham localização estratégica e ofereçam boa infraestrutura, logística, segurança, bons serviços de saúde, boas escolas, mão de obra qualificada, bom ambiente de negócios, qualidade de vida e porque não - um povo bom, hospitaleiro e acolhedor como é a gente de Bom Despacho.

Sem dúvida, conciliar nosso plano de desenvolvimento de Bom Despacho com a provável crise financeira que o Brasil enfrentará em 2021. Precisaremos manter austeridade administrativa, controlar os recursos e focar em medidas estratégicas que estimulem geração de empregos, renda e mais receitas para o município. Projetos de desenvolvimento exigem recursos técnicos, financeiros e estruturais nem sempre existentes nos municípios. Como pretende superar essas limitações? É fato que nenhum município consegue se desenvolver sem apoio federal e estadual. Por isso vimos estreitando relações com deputados e lideranças nacionais e estaduais. Temos inclusive bom-despachenses em cargos estratégicos nos governos federal e estadual que muito podem fazer por nossa cidade. Estamos atrás de todos esses apoios. Na próxima quarta-feira (2/12) já tenho reuniões agendadas em Brasília. Estamos também agendando um encontro com o governador Zema para pedir apoio aos nossos projetos. Quais seriam essas lideranças? Na Assembleia Legislativa, temos parcerias fortes com os deputados Fábio Avelar e Antônio Carlos Arantes. Estou dialogando também com o deputado Wendel Mesquita. Na Câmara dos Deputados, em Brasília, temos portas abertas nos gabinetes dos deputados Luís Tibé, Eduardo Barbosa, Domingos Sávio, Newton Júnior e Greyce Elias. No Senado, contamos com os senadores Rodrigo Pacheco e Antonio Anastasia. No Sebrae, que é um agente de desenvolvimento, temos apoio irrestrito do presidente Carlos Melles. Destaco também o entusiasmo do ex-ministro Alysson Paulineli no projeto de derivação de água do São Francisco para o Rio Picão, que dará condições de multiplicar a produção do agronegócio em Bom Despacho. Enfim, com o apoio dessas e de outras lideranças, poderemos obter recursos, apoio técnico e estrutural

Que ações a Prefeitura pode implementar para estimular o desenvolvimento da cidade? Quem produz riquezas são as empresas e os empreendedores. Portanto, para estimular o desenvolvimento da cidade é preciso valorizar e apoiar quem já está aqui, bem como atrair novas empresas e empreendedores para a cidade. Estamos trabalhando num programa com esse foco. Não se trata de dar as coisas, mas de oferecer uma cidade que funcione bem. Facilitar a vida de quem quiser empreender em Bom Despacho. Dê exemplos, por favor. A informatização da administração pública, as medidas de desburocratização, criação do licenciamento ambiental no próprio município, que já implantamos. Atualmente estamos aguardando a vistoria do Ministério da Agricultura para começarmos a operar aqui o SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal). Com isso, as muitas empresas bomdespachenses que produzem alimentos de origem animal serão autorizadas a vender seus produtos em todo o Brasil, o que não podem fazer hoje. Essa liberação permitirá que eles vendam mais, ampliem seus negócios, contratem mais pessoas e gerem mais receitas. Todos saem ganhando. Numa visão mais ampla, quais vantagens Bom Despacho tem para atrair

Investir no desenvolvimento não inclui o planejamento urbano? Sem dúvida! Nosso objetivo é revisar o Plano Diretor, alterando e modernizando o Código de Obras, o Código de Posturas e a Lei de Uso e Ocupação do Solo. Todos são instrumentos essenciais para organizar a urbanização, o crescimento e o funcionamento da cidade. Permitem planejar o desenvolvimento de Bom Despacho a médio e longo prazo, bem como pensar na cidade que queremos para nós, nossos filhos e netos, garantindo qualidade de vida para todos. O lixão de Bom Despacho não está na contramão desse ideário? Sim. Precisa de solução urgente. Por isso esta será uma das ações prioritárias a partir de janeiro. Não podemos mais permitir a continuidade do lixão. Ele chegou no limite há muito tempo. Tem que ser desativado. Quais opções estão sendo avaliadas? Estamos considerando a chamada carbonificação do lixo. É a queima controlada do lixo num forno a altíssimas temperaturas. Essa técnica, que é nova, queima o lixo e usa o calor gerado no forno para produzir energia elétrica. Já tivemos reunião com a diretoria de uma empresa que manifestou interesse de montar uma usina dessa em Bom Despacho. Mas isso resolve apenas parte do problema. É fundamental estimular e fortalecer a coleta seletiva que já existe na cidade. A Prefeitura vai investir em ações educativas para que a população entenda e coloque em prática a separação do lixo. No mundo inteiro lixo é dinheiro. Aqui não é diferente. Além da usina de carbonificação, não está descartada a possibilidade de levar o lixo para um aterro sanitário construído na cidade de Iguatama, a cerca de 100 km de distância daqui.

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Apesar de gerar custos de transporte e deposição do lixo, pode ser uma solução emergencial. Do jeito que está é que não pode continuar.

O que os bom-despachenses podem esperar do prefeito Bertolino e sua vice? Um governo austero, progressista e de diálogo. Um prefeito que tomará decisões ouvindo as pessoas. Como médico, cuido de gente há 30 anos. Gosto de conversar, de ouvir as pessoas. Minha vice, Juliana Jaber – a primeira mulher eleita vice-prefeita de Bom Despacho - também será assim. Ela é acolhedora e sempre lutou pela inclusão. Vai trabalhar muito, inclusive porque tem perfil de vencedora. Terá papel de destaque em todas as ações da Prefeitura que envolvam promoção humana. Deixar o consultório e encarar o desafio de ser prefeito exige sacrifício pessoal e familiar. Traz embates, dificuldades, desgaste físico e emocional. Vale a pena? Sim. Vale sim. Tenho um ideal, um compromisso com a minha cidade. Sempre gostei de participar, de dar o melhor de mim por meus ideais, tanto na política quanto na vida profissional. Acho que devemos deixar um legado para as novas gerações. Quero fazer minha parte para que Bom Despacho seja uma terra de oportunidades. Hoje tenho a honra e a responsabilidade de estar à frente do município. Vou honrar essa oportunidade e a confiança dos que acreditaram em mim. A campanha deixou mágoas? Foi muito desgastante. Em campanha eleitoral, críticas e embates são inevitáveis. Mas algumas pessoas extrapolaram, especialmente nas redes sociais. Lançaram mentiras e calúnias contra mim. Tanto que a Polícia Civil entrou no caso, investigou, descobriu e indiciou criminalmente os responsáveis. Eles agora vão responder na Justiça por seus atos. Mas a gente supera tudo isso. Os sonhos e ideais são maiores que as decepções. A campanha acabou dia 15. Continuo sendo a mesma pessoa simples de sempre, que gosta de estar com as pessoas e cuidar de gente. Quero viver bem e sempre em paz com minha consciência.


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Quatro pilares da saúde FERNANDO

CABRAL

Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e ex-prefeito de Bom Despacho

Segundo o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, 73% de todas as mortes decorrem de apenas 9 causas. Representando 23% delas, as doenças cardíacas são campeãs. A maior parte, decorrente da formação de placas nas artérias. Depois vem o câncer, com 21% das mortes. Esta é uma doença que pode apresentar características muito variadas, mas há uma característica que une todas elas: o crescimento descontrolado de células. Os cânceres que mais matam tanto homens quanto mulheres são o pulmonar e o colorretal. Eles ocupam o primeiro e o terceiro lugar. Entre homens, o segundo lugar é ocupado pelo câncer da próstata e entre as mulheres o câncer de seio ocupa o segundo lugar. O câncer e as doenças cardíacas se tornam mais comuns conforme a pessoa envelhece. Portanto, elas estão diretamente relacionadas com a idade: quando mais velho, maior a chance de morrer de câncer ou de doença cardíaca. Com os acidentes a situação é diferente. Eles atingem principalmente os jovens. Começam em tenra idade, aumentam até por volta dos 25 anos e depois vão diminuindo conforme a pessoa envelhece. Por isto podemos dizer que a morte por acidentes e por causas violentas é típica de jovens. Já o câncer e as doenças cardiovasculares são típicas de idosos. Isto não significa que o câncer não atinge jovens ou que os acidentes não atingem velhos. Eles atingem. Mas, há muito mais idosos do que jovens que sofrem de câncer. Da mesma forma, há muito mais jovens do que idosos morrendo em acidentes de trânsito, de trabalho e outros. Portanto, câncer, doenças cardíacas e acidentes causam 50% das mortes. As causas que vêm a seguir completam o quadro de doenças mais mortais. Doenças respiratórias, como bronquite, enfisema e asma causam 6% das mortes. Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) causam 6% das mortes. Depois vem o mal de Alzheimer, com 4%; diabetes, com 3%; gripe e pneumonia com 2% e doenças dos rins, com 2%. Conhecidas as doenças mais funestas, podemos agir para adiar a nossa morte. Como adiar a morte Não podemos evitar a morte, mas podemos adiá-la para uma idade mais provecta. Mais importante ainda: podemos fazer com que nossa velhice seja mais saudável, com menos dependência de pessoas, de máquinas e de medicamentos. Em outras palavras, podemos morrer com saúde. Morrer com saúde parece uma coisa estranha. No entanto, é o que todos queremos. Afinal, morrer com saúde significa viver de forma completa até que a morte nos pegue. Se não tivermos a saúde para vivermos assim, acabaremos como um vegetal, atados a uma cama e ligados a aparelhos e dependendo de alguém para nos ajudar o tempo todo. Ou – talvez pior – caducando a ponto de não nos lembramos do nosso próprio nome e não reconhecermos nossos próprios filhos. Portanto, não se trata de simplesmente prolongar a vida, mas de prolongá-la com saúde, vivacidade, energia. Trata-se de viver até o fim sem depender de auxílio constante, seja de pessoas, seja de aparelhos. Esta é a meta. Mas, para atingirmos esta meta, não podemos depender somente da medicina e de medicamentos. Eles podem nos ajudar aqui e ali, mas, no geral, precisamos tomar o rumo da

Nossa saúde se apoia em quatro pilares: nutrição, ambiente, atividade física, controle de estresse. A cura da doença também se baseia nestes mesmos quatro pilares, com o possível acréscimo de medicamentos. Isto vem da Grécia antiga, dos tempos o pai da medicina, Hipócrates. No entanto, hoje em dia

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Estresse Não há vida sem estresse. Nosso organismo sabe lidar com ele e se fortalece ao enfrentá-lo e vencê-lo. Mas há um problema: ele não pode ser constante; não pode estar presente hora após hora, dia após dia, semana após semana. O estresse continuado e sem trégua corrói nossa saúde em várias frentes. As duas primeiras são a desregulação do sono e o enfraquecimento do nosso sistema de defesa. Sem defesa eficaz, ficamos sujeitos ao ataque de vírus e bactérias e de todas as doenças que eles acarretam. Sem dormir bem, o organismo entra em colapso como um todo. A começar pelo cérebro que não consegue mais desempenhar bem suas funções inconscientes de regulação e muito menos suas funções conscientes que nos dão racionalidade. Se você sofre diferentes estresses de curta duração, você ficará mais forte. Mas, se você sofre com estresse continuado, persistente, você ficará mais fraco tanto física quanto mentalmente. Por isto, se você quiser viver uma

AMBIENTE SAUDÁVEL

EVITAR O ESTRESSE

EXERCÍCIO FÍSICO saúde orgânica, aquela que nasce de dentro para fora e não de fora para dentro. Se fizermos esta opção pela saúde, temos que manter sob nossas vistas os quatro pilares da saúde: nutrição, ambiente, atividade física, controle de estresse.

costumamos pensar que nossa saúde depende principalmente dos medicamentos. Este é um modo de ver que custa caro. Custa caro em dinheiro, custa caro em qualidade de vida. Um estilo de vida baseado nestes pilares, com menos medicamento, pode colocar mais vida em nossas vidas.

vida boa por mais tempo, livre-se do estresse persistente e durma um sono reparador todas as noites. Atividade física O corpo humano foi feito para a atividade. Cama só serve para dormir. Mesmo assim, só entre o escurecer e o alvorecer. Ficar sentado também não é bom. Usar a cadeira e o sofá faz encurtar a musculatura, reduz circulação do sangue, limita a respiração, diminui a oxigenação, paralisa a circulação da linfa. Esta é uma receita para o desastre. Atividade física não precisa ser exercício programado, praticado algumas horas por semana. Aliás, não deve ser. Atividade física significa movimentar-se. Movimentar-se o dia inteiro, andando, correndo, caminhando, carregando alguma coisa para a lá e para cá, levantando e baixando coisas, torcendo-se contorcendo-se para lá e para cá, vergando e endireitando a espinha, subindo e descendo escadas. Se você quiser viver por mais tempo e com mais saúde, movimente-se. Use o corpo. Fuja das cadeiras e dos sofás. Use a cama somente à noite, para dormir (e dormir bem). Ambiente O ambiente em que vivemos está ligado à atividade física, ao estresse, ao ar que respiramos, a tudo. Bom

ambiente significa termos ar e água de qualidade; significa paisagens agradáveis; significa local de trabalho tranquilo; significa uma casa simples mas confortável; significa ausência de odores e ruídos perturbadores. Quem vive por longo tempo em ambiente poluído por elementos químicos e físicos e quem vive em ambiente agressivo, com ruídos altos e cheiros incômodos terá mais doenças e terá o tempo de vida reduzido. Nutrição O proprietário de um carro sabe que a qualidade da gasolina e do lubrificante são importantes para o bom desempenho e a maior durabilidade do seu veículo. No entanto, muitos de nós não temos a mesma consciência com relação à nossa própria alimentação. Na hora de cuidar do carro procuramos a melhor gasolina e o melhor lubrificante; entretanto, não mostramos a mesma preocupação na hora de nos alimentarmos. Para a maioria das pessoas, o critério de escolha parece ser alta palatabilidade e facilidade de engolir. A preocupação é matar a fome e não nutrir-se. Em consequência, a humanidade está ficando gorda e desnutrida. Nos últimos 50 anos não passamos um ano sem que a média de peso da população não tenha aumentado. Em muitos países 75% das pessoas estão com excesso de

peso. O Brasil avança para isto também. Com este aumento de peso veio o aumento dos maiores matadores: doenças vasculares, câncer, AVCs, diabetes, Alzheimer. Todos estão ligados ao ganho de peso e à nutrição de má qualidade. Conquanto todas estas doenças pareçam ter componentes genéticos, o fato determinante para que elas surjam e levem à morte está na falta de um ou mais dos pilares da saúde: nutrição, ambiente, atividade física, controle de estresse. As correlações estatísticas já estabelecidas no mundo não deixam dúvida quanto isto. No entanto, é certo que a medicina não dispõe de nenhum medicamento, nenhuma pílula, nenhum comprimido que nos ajude a resolver esta questão. Ao contrário, o enfrentamento destes problemas com drogas farmacêuticas de baixa eficácia e alto risco têm apenas agravado um problema e criado outro. O problema agravado é o do descuido com a nutrição. Quando mais se acredita em medicamentos menos de cuida da boa alimentação. O problema criado é a iatrogenia, ou seja, a doença (ou morte) provocada pelo próprio tratamento médico. Segundo alguns analistas, a iatrogenia já é a terceira maior causa de morte nos países com medicina avançada. Mas isto é assunto para o próximo capítulo.


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Eleições mostraram as insatisfações na cidade

PAULO

HENRIQUE Paulo Henrique Alves Araújo é gestor e servidor público, mestre em computação e gerente de projetos de inovação

As eleições municipais transcorreram com relativa tranquilidade no último domingo. A cidade permaneceu serena ao longo de todo o dia e assim continuou por um bom período depois do encerramento da votação às 17 horas. De acordo com a Justiça Eleitoral, uma mudança na forma de apuração e divulgação dos resultados das eleições, concentrando em Brasília o que antes era dividido entre os Tribunais Regionais Eleitorais, nos estados, gerou uma sobrecarga que, aliada a um problema técnico em um supercomputador (super?), levou a um atraso de pelo menos 4 horas nas apurações em todo o Brasil. Em Bom Despacho, o resultado oficial saiu depois das 22 horas. Inovações sempre vêm acompanhadas de algum risco.

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Mas voltando a nossas eleições, gostaria de falar um pouco de um sentimento percebido nos votos. Primeiro, tivemos a reeleição do Doutor Bertolino como prefeito. Ou eleição, uma vez que ele não fora eleito prefeito no pleito anterior, assumiu apenas no primeiro semestre deste ano e foi eleito com margem de pouco mais de 600 votos (ou 2,5% dos votos válidos). Além disso,

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na Câmara Municipal, tivemos a reeleição de apenas 1 vereador. Novamente, uma vez que o mesmo ocorreu nas últimas eleições municipais em 2016. Na eleição para prefeito, apesar de perceber um forte apoio à candidata Joice Quirino em vários grupos, confesso que esperava uma vitória menos apertada ao Doutor Bertolino. Nascido na cidade (critério que sim, parece fazer diferença para o bom-despachense – pelo menos é citado por muitos), conhecido e respeitado como médico e empreendedor de sucesso, acreditava eu (e muitos amigos) que Bertinho seria eleito. Além disso, tendo herdado a prefeitura do município há pouco tempo e realizado muitas obras nesse intervalo, acreditávamos que ele teria elevada aprovação dos bomdespachenses. Claro que as obras tiveram importante contribuição do antecessor, Fernando Cabral, por ter deixado dinheiro em caixa, mas Doutor Bertolino foi quem viabilizou a execução de tudo em prazo exíguo. E ele ainda teve uma pandemia para cuidar, dando sequência a números menos trágicos no município do que em todos nossos vizinhos. Ele e Juliana, sua vice, apresentaram ainda uma boa pauta de propostas para o futuro governo, realista, factível e com potencial para nos trazer o tão desejado desenvolvimento econômico.

Enfim, parecia-me bastante favorável o cenário. Mas não foi o que se observou nas urnas. Joice Quirino teve expressiva votação e mostrou que algo mais precisa ser mudado na atual administração que ganhou mais 4 anos dos cidadãos de Bom Despacho. Sugiro que Doutor Bertolino use o tempo que ainda temos até dezembro para ouvir os demais candidatos e, se possível, alguns de seus apoiadores, para buscar boas propostas para incorporar ao seu plano de governo. Isso pode fortalecê-lo e atender melhor à nossa população. Fica a sugestão. Na Câmara de Vereadores, além da mudança de nomes, pareceu-me haver uma nova mudança de perfis. Enquanto, na eleição de 2016, Bom Despacho escolheu pessoas com níveis mais altos de formação, nesta me pareceu que buscamos por pessoas que estão mais próximas do nosso dia a dia, das nossas dores, e que atendem melhor às necessidades imediatas do

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cidadão bom-despachense. Pareceu-me que Bom Despacho apostou em “acadêmicos” em 2016 e não gostou dos resultados. Agora, quer pessoas que lhes entreguem resultados mais palpáveis, imediatos, de preferência que já fizeram ou façam isso no dia a dia. Faz sentido, houve uma frustração, a mudança é natural e até saudável. Pareceu-me transparecer nesta eleição um sentimento de frustração com a política local. O prefeito foi reeleito por pequena margem e a Câmara de Vereadores mudou quase que por completo, repetindo 2016. Os eleitos devem ficar atentos a esses sinais. Para o bem de Bom Despacho, é importante aprender, identificar o que precisa ser aperfeiçoado e agir. Na Câmara, se forem pessoas diferentes agindo como antes, será mais do mesmo. Na prefeitura, é preciso entender o que falta para o trabalho “encantar” o bom-despachense. Vamos ver que resultados colheremos a partir de 2021.


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PRF apreende carreta com R$ 2,5 milhões em drogas na BR 262 O motorista de uma carreta foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR 262 com mais de 100 kg de drogas escondidas no meio da carga de farelo de milho. A carreta vinha do Mato Grosso e foi abordada no km 550 da rodovia, perto de Luz, na tarde de sábado (21). Durante a blitz o motorista ficou muito nervoso. Por isso os policiais desconfiaram e realizaram fiscalização rigorosa da

carga até encontrarem a droga escondida. Foram apreendidas 55,5 kg de maconha, 51,9 kg de cocaína e 3 kg de pasta base de cocaína. Segundo a PRF, a droga apreendida está avaliada em mais de R$ 2,5 milhões. Após o flagrante, o motorista, de 35 anos de idade, foi preso e levado para a Delegacia de Polícia Civil de Bom Despacho. A carreta e a droga foram apreendidas e também levadas para a Delegacia.

Aponte a câmera do celular para o QR Code ao lado e assista ao vídeo da apreensão da carreta

Após denúncia, PM apreende moto com escapamento aberto

PRF apreende carreta clonada na BR 262, em Bom Despacho A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu uma carreta clonada na BR 262, em Bom Despacho, na noite de terçafeira, 24/11. A carreta Volkswagen modelo VW 19320 foi abordada pelos policiais às 23h30m para fiscalização de rotina.

A Polícia Militar apreendeu uma moto Honda CG que trafegava com a descarga aberta no bairro São Vicente. Os militares começaram a procurar a moto após a PM receber denúncia de que o piloto estava rodando pelo bairro durante a madrugada e incomodando os moradores com o barulho excessivo. Durante o rastreamento os poli-

ciais encontraram a motocicleta trafegando na avenida Rio de Janeiro e abordaram seu condutor. Durante a abordagem eles constataram que o piloto não tinha carteira de habilitação. A moto foi apreendida por causa da irregularidade no escapamento e levada para o pátio credenciado do Detran. O piloto foi multado.

Durante a inspeção os policiais observaram que os elementos identificadores do veículo tinham sinais de adulteração. Além disso, as placas da carreta também não correspondiam às constantes no registro do caminhão, indicando tratar-se de veículo clonado. Diante da situação, o motorista foi detido e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil juntamente com a carreta, que foi apreendida.

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Eleições: o dia O ex-professor e meu sogro: seguinte em BD apaixonados pelo que fazem ALEXANDRE

MAGALHÃES Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

LÚCIO

EMÍLIO Lúcio Emílio do Espírito Santo é coronel reformado da PMMG, escritor e membro da Academia de Letras João Guimarães Rosa, da PMMG.

Manhã de segunda-feira, são poucos os indícios de que houve eleições municipais em nossa cidade, a não ser um “santinho” aqui, outro ali, espalhados no chão, nos locais de votação. Muitos rostos desconhecidos, outros de amigos íntimos, sérios ou sorridentes, jazem nos resquícios da batalha pelo voto. Ao longe, alguns fogos ainda eclodem no ar preguiçoso, em que o pensamento mais recorrente é que a cidade já definiu os nomes de seus futuros líderes, nossos representantes. As surpresas são inevitáveis. Tanto o pequeno número de votos de quem a gente pensava seria imbatível nas urnas, quanto o excelente desempenho de quem julgávamos seria derrotado. Claro que há os especialistas – aqueles que estão envolvidos diretamente no processo de campanha, conhecem bem o eleitorado e sondam opiniões – que já previam o veredito final. A alternância no poder é o mais expressivo signo da nossa liberdade e, se realizada com honestidade e transparência, dá nova seiva e vigor à democracia, cuja essência é a possibilidade dada ao cidadão de influenciar as decisões e partilhar o governo com aqueles a quem deram o seu voto. Nesse contexto, os programas partidários consolidam a estrutura ideológica da política em geral. Infelizmente, no Brasil, no momento da eleição, não damos importância a esses programas, porque votamos nos candidatos, independentemente do partido. Mas, o governo de fato baseia-se nos partidos e o eleito tem que seguir as orientações partidárias, muitas vezes não coincidente com a vontade do eleitor. Um outro aspecto da utilidade da alternância no poder é a ampla discussão que se estabelece sobre os nossos problemas econômicos e sociais.

Podemos ser idealistas nos projetos, mas na sua realização temos que ser realistas. A União é um monstro devorador de recursos. Fica com setenta por cento do bolo tributário, uma concentração de renda que pode ter algum benefício, mas significa que poucas pessoas controlam uma receita de três trilhões e meio de reais e uma despesa de quatro trilhões prevista para 2020. Os Estados ficam com vinte e cinco por cento e os municípios, que geram esses recursos todos, ficam com míseros cinco por cento desse bolo. O desafio de quem está chegando é fazer muito com muito pouco. Finalmente, a alternância no poder reforça a sociabilidade. Em toda eleição, os concorrentes saem à procura de apoio, intensificam seus relacionamentos já tradicionais e buscam novas adesões. O meio mais comum é reunir apoiadores em eventos, visitar instituições, empresas, entidades representativas de classe. As conversações, os encontros e visitas não podem faltar em uma campanha eleitoral. Nessas eleições não foi possível seguir esse padrão. O tempo dirá se as restrições sanitárias tiveram consequências nos resultados. O dia seguinte traz alegria para os eleitos, mas não deveria trazer tristeza para os vencidos. Os que saíram vitoriosos merecem nossos aplausos, mas os que concorreram, aceitaram lutar, levantaram problemas, propuseram soluções, têm que receber nosso louvor e serem encorajados a continuar na luta e a perseguir seus ideais. Bom Despacho, o chão de todos nós, só tem a lucrar com o debate, o interesse e a participação de todos na solução das magnas questões que nos afligem. Não estaremos fazendo nada mais que a validação do princípio constitucional de que “todo poder emana do povo”. Que a equipe escolhida para o próximo quatriênio governe e faça a diferença positiva, porque o maior trunfo já está nas suas mãos: o apoio e a confiança da comunidade.

Estudamos cinema na Fundação Armando Alvares Penteado e pegamos tempos de vacas magras, em um período no qual o cinema brasileiro era mal visto e não tinha o status que possui hoje. Éramos jovens e adorávamos cinema. Passávamos horas vendo filmes antigos na moviola da faculdade. Moviola, para os desavisados, é uma mesa enorme e pesada, na qual os filmes eram montados, grudados com fita colante, uma espécie de esparadrapo transparente. Claro, isso era no tempo em que os filmes eram realizados em películas, ou seja, com fotogramas físicos. Hoje. É tudo digital e a montagem de um filme é muito diferente. Um de nossos professores era o Máximo Barro. Sujeito sistemático, cheio de manias, conservador nos costumes e apaixonado por cinema e por jogar tênis. E jogava muito bem. Corria o boato que a única maneira de fazê-lo largar o trabalho de montagem de um filme era um convite para jogar uma partida de tênis. Éramos sócios do mesmo clube, o Esperia, e joguei muitas vezes contra ele nas inúmeras quadras de saibro do local. Não me lembro de ter ganhado uma única partida sequer. E saibam que naquela época eu tinha meus vinte e poucos anos e ele já havia passado dos sessenta anos de vida. Máximo Barro não falava de suas glórias no cinema nacional. Quem contava sobre isso eram os outros professores, todos eles também trabalhadores da indústria cinematográfica brasileira. Máximo, por exemplo, havia trabalhado

Máximo Barro - Foto de Silvana Garzaro

Na semana passada recebi uma ligação de um grande amigo da época de faculdade, o Edu: nosso professor Máximo Barro havia morrido no dia anterior.

Meu ex-professor Máximo Barro (esquerda), que faleceu este mês, e meu sogro, Tadeu Araújo (direita): duas pessoas apaixonadas pelo que fazem com grandes cineastas. Foi, por exemplo, o montador do primeiro filme do José Mojica Marins, o Zé do Caixão. Uma das histórias que mais me fascinava, a mim e a meu amigo que mencionei no início desta coluna, era a paixão de Máximo Barro por um tema, que para mim era insignificante à época: a primeira sessão de cinema de cada cidade. Segundo os outros professores, Máximo Barro nunca gozava suas férias com a família ou com os amigos. Todos os anos, quando tirava férias, escolhia uma cidade paulista, ia para esta localidade, enfurnava-se nos arquivos do jornal local e pesquisava as páginas dos diários até encontrar uma notícia sobre a primeira exibição de filme de cinema no município. Essa pesquisa, que durou décadas, virou vários livros sobre o tema. O livro, li e tenho até hoje, chama-se “A primeira sessão de cinema em São Paulo” e já teve algumas edições. Além de montador, Máximo era historiador, pois era atento a detalhes e falava de um assunto, que para muitos era insignificante, com paixão. Para ele, saber qual

havia sido a primeira sessão de cinema em cada cidade, no estado e no Brasil era algo muito relevante para a história nacional. Os outros professores contavam que ele chegava a chorar quando um arquivo de jornal de uma cidade que ele ainda não pesquisara pegava fogo ou era inundado, perdendo-se os exemplares antigos, do final do século XIX. Paixão pura!

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Fiquei triste pela morte de meu professor. Viveu noventa anos e quase todos dedicados ao cinema, à pesquisa e à história. Guardarei na memória seu jeito rápido de falar e nossos jogos de tênis no Esperia. O exemplo do meu sogro Enquanto lembrava das histórias que vivi com meu professor Máximo Barro, fiquei pensando que ao recordar-me dele, parecia que estava pensando em outra pessoa. Aquilo ficou na minha cabeça, martelando. Quem eu conhecia que era tão dedicado à pesquisa e à história? Máximo morreu dia 30 de outubro, recebi a notícia dia 1 de novembro e, no dia 12, eu me dei

conta que realmente conheço alguém tão dedicado a temas e detalhes, que para muitos são insignificantes: meu sogro. Meu sogro escreve a história de Bom Despacho todos os dias. Sabe datas, fatos, pessoas, histórias e “otras cositas más” como ninguém. Tem uma coleção de jornais antigos guardada em seus armários, material que a maioria de nós jogaria fora ou venderia para o ferro velho. E pior, vira e mexe, pega esses jornais e os relê. Outro dia, pegou o jornal da semana na qual nasceu sua filha mais velha, minha namorada bom-despachense, e me mostrou orgulhoso a coluna que escreveu naquele momento. Fui testemunha, em várias ocasiões, de pessoas que abordam minha namorada ou sua mãe, para pedirem para ele escrever a história de fulano de tal ou de sicrano aqui no Jornal de Negócios. Li uma coluna sua que retratava os personagens que davam nome a cada rua interna do falecido Sesc. Para cada nome, havia detalhes sobre a vida daquele morador de Bom Despacho. Liguei para meu amigo Edu e contei isso a ele. Rimos juntos: “parece que você nunca vai conseguir se livrar do Máximo Barro, ele virou seu sogro”, me disse. Há um fundo de verdade nisso. Tanto com Máximo, quanto com meu sogro, encontro o prazer da conversa, da reflexão, de tentar achar o fio da meada que nos faz chegar de um ponto a outro da história, a risada fácil, a vida franciscana, sem desperdícios ou exageros, o respeito das pessoas e dos alunos. Vida longa aos professores em geral, a meu sogro em particular. Sempre estará em minha memoria, professor Máximo Barro! Vou reler os livros de sua autoria que possuo. É uma forma de homenageá-lo. E prestar atenção aos detalhes da vida, como você me ensinou tão bem.


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Bom Despacho (MG), 16 a 30 Novembro 2020

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Copasa vai instalar nova adutora na Rua do Rosário A Copasa vai trocar sua rede adutora de água da rua do Rosário, entre as ruas Lavina Campos (bairro São João) e Monsenhor Otaviano, no São José. A obra terá extensão de aproximadamente 700m. O objetivo é acabar com vazamentos frequentes nesse trecho. A informação foi passada ao Jornal de Negócios pelo superintendente regional da concessionária, João Martins. Vazamentos frequentes na tubulação que passa por esse trecho exigem intervenções emergenciais da Copasa e provocam

suspensão do abastecimento de água na região do São José e bairros adjacentes. Segundo o vereador Marco Antônio, que é funcionário da Copasa, a adutora dessa parte da rua do Rosário “é uma rede muito antiga” e não resiste mais à alta pressão da água. O superintendente João Martins disse ao Jornal de Negócios que o edital de licitação para a troca da adutora será publicado ainda este ano pela Copasa. Segundo ele, a previsão da concessionária é executar a obra no primeiro trimestre de 2021.

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