Bom Despacho (MG), 9 Janeiro 2021
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Ano XXXI - Nº 1.602 • Fundado em 12/05/1989
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Bom Despacho (MG), 9 Janeiro 2021 • GRÁTIS 1 EXEMPLAR
PM flagra quadrilha roubando 80 cabeças de gado em Moema Vizinho estranhou a situação e ligou para a PM, que pegou os ladrões na saída da fazenda. Caseiro foi dominado e amarrado. Um dos envolvidos trocou tiros com a Polícia durante a tentativa de fuga. Três homens foram presos. Gado recuperado foi avaliado em R$ 1,6 milhão (PÁGINA 10)
PM lançou operação Férias Seguras
Bombeiros resgatam corpo de homem que se afogou no Lambari
Vítima subiu na parte mais alta da Cachoeira Troia para tirar selfie, perdeu o equilíbrio e caiu na correnteza. (PÁGINA 5)
Eleitos tomaram posse em evento na Câmara PÁGINA 3
Militares de BD doaram 200 brinquedos para crianças carentes PÁGINA 9
Bertolino: vou atrás de recursos e soluções para Bom Despacho PÁGINA 4
BR 262: continua a rotina de acidentes com mortos e feridos PÁGINA 10
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Saudamos o prefeito Dr. Bertolino, a vice-prefeita Juliana e os Vereadores da Câmara Municipal de Bom Despacho. Em suas mãos estão sonhos, expectativas e esperanças dos bom-despachenses que lhes confiaram a responsabilidade de levar nossa cidade a um novo patamar de desenvolvimento. Confiamos nos seus ideais e na sua dedicação para realizar essa tarefa grandiosa que é construir uma cidade melhor para todos nós.
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É proibida a reprodução total ou parcial, em qualquer meio de comunicação, dos textos e anúncios produzidos pelo Jornal de Negócios - A publicação não autorizada por escrito sujeita o(s) infrator(es) às penalidades legais - Editor: Alexandre Borges Coelho - Publicação semanal – Tiragem: 6.500 exemplares – Impresso na Sempre Editora / BH – Editoração e Arte: Jornal de Negócios – Opiniões emitidas em artigos assinados não representam a opinião do Jornal, sendo responsabilidade exclusiva do autor – Distribuição livre em Bom Despacho, Araújos e Engenho do Ribeiro e dirigida em Martinho Campos, Moema, Luz, Pompéu, Abaeté e Nova Serrana - Este exemplar é propriedade do Editor, que autoriza a entrega grátis de 1 jornal por pessoa.
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Operador morre esmagado numa máquina agrícola
VÍTIMA ERA FUNCIONÁRIO DA FAZENDA E OPERAVA A MÁQUINA AGRÍCOLA Um homem de 46 anos de idade morreu ao cair dentro de um vagão forrageiro operado por ele durante o trabalho numa fazenda na zona rural de Martinho Campos, dia 5/1. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Bom Despacho, o operador, que era funcionário da fazenda, caiu dentro da máquina agrícola quando ela estava em funcionamento. Os Bombeiros encontraram o corpo preso nas engrenagens da máquina. A Polícia Civil foi acionada e
esteve na propriedade para fazer a perícia. Em seu perfil no Instagram, o perito Experidião Porto fez um alerta “a todos que usam equipamentos agrícolas que o risco é grande e todo cuidado é pouco”. Segundo ele, a Perícia vai “apurar o que aconteceu (...) até para prevenir futuros acidentes”. Depois da realização da Perícia, os Bombeiros retiraram o corpo do operador de dentro do vagão forrageiro e o liberaram para a família.
Bombeiros capturam uma cobra jiboia em condomínio de BD
O Corpo de Bombeiros de Bom Despacho foi chamado na tarde da terça-feira (5/1) para capturar uma cobra jiboia encontrada numa residência no Condomínio Cristais. A serpente, encontrada no quintal da casa, tem cerca de 1 metro de comprimento. Ela foi capturada por um bombeiro utilizando equipamento próprio para evitar acidentes e depois foi solta numa mata.
Os Bombeiros alertam as pessoas para não tentar capturar animais silvestres sem treinamento e sem utilizar equipamento adequado. Mesmo não sendo venenosa, a jiboia pode atacar e causar ferimentos. Se encontrar animais silvestres em casa ou na via pública, a pessoa deve ligar para o telefone 193 dos Bombeiros.
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Eleitos tomaram posse em evento na Câmara Tomam posse no dia 1° de janeiro os novos vereadores, prefeito e vice-prefeita eleitos dia 15 de novembro para o mandato de 2021-2024. A solenidade de posse foi realizada na Câmara Municipal, com transmissão pela Internet. Devido às normas de saúde para evitar a transmissão do Covid-19, não foi permitida a presença do público e da imprensa no evento. A sessão de posse foi presidida pelo vereador mais velho, Fernando Cabral. Em seguida o plenário elegeu a mesa diretora da Câmara, formada por Maria Klésia de Oliveira (presidente); Alex Alves (vice-presidente); Sâmara Mara Aparecida e Silva (secretária) e Eder Deivid da Silva (2° secretário). Na mesma sessão a Câmara deu posse ao prefeito Bertolino da Costa e à viceprefeita Juliana Jaber Queiroz.
LEIA TAMBÉM: Bertolino: vou atrás de recursos e soluções para Bom Despacho (Página 4) Veja a composição do novo secretariado do prefeito Bertolino (Página 4)
Denúncias levam PM a apreender armas em BD e Moema
Denúncias pelo 190 levaram à apreensão de 3 armas de fogo em BD e Moema no final de semana da virada de ano. Em Bom Despacho, dia 31/ 12, a PM recebeu denúncia de que um homem de 18 anos estava com uma arma de fogo no conjunto habitacional Geraldo Sabiá. Policiais foram até o endereço indicado e lá encontraram um revólver calibre 38 com numeração raspada e três munições com o acusado. Ele foi preso e levado para a Delegacia com a arma apreendida. Moema A PM de Moema recebeu, dia 3/1, denúncia da ocorrência de disparos de arma de fogo numa festa que acontecia na zona rural do município. Militares foram para o local e lá apreenderam um revólver calibre 38 com seis munições e uma pistola calibre 38 com 18 munições. Ambas foram apreendidas. Dois homens de 20 e 28 anos foram presos e um menor de 17 anos foi apreendido por envolvimento na ocorrência. Eles foram levados para a Delegacia de Polícia Civil com o armamento apreendido.
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Bertolino: vou atrás de recursos e soluções para Bom Despacho
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Em entrevista exclusiva para o IBOM, o prefeito Bertolino da Costa falou das mudanças que pretende implementar no Executivo em sua nova gestão. Destacou a boa relação com os vereadores eleitos e reafirmou as prioridades do novo mandato. Veja na entrevista a seguir.
Quais serão suas primeiras ações em sua nova gestão na Prefeitura? Não teremos medidas revolucionárias ou de grande impacto. Daremos continuidade ao trabalho que vem sendo feito. Vamos preservar as muitas conquistas administrativas e financeiras dos últimos tempos e também investir nossos esforços em projetos e ações para fomentar o desenvolvimento de Bom Despacho. Est será o principal foco dessa nova gestão.
Haverá reformas administrativas, conforme você havia antecipado ao Jornal? Sim. Pretendo criar três coordenadorias na Prefeitura: Administração, Infraestrutura e Promoção Humana. Cada uma delas vai coordenar as secretarias relacionadas às suas áreas de atuação. Algumas secretarias serão transformadas em gerências. Outras serão ainda mais fortalecidas.
Qual o papel dessas Coordenadorias? As Coordenadorias terão um papel importante: elas vão fiscalizar e coordenar as ações das secretarias. Cuidarão do dia-a-dia da administração com o objetivo de garantir ações integradas e mais eficiência da máquina pública. Elas terão a responsabilidade de acompanhar e supervisionar o dia-a-dia da administração para que o Prefeito possa dedicar o maior tempo possível a grandes projetos do interesse do município.
Como assim? A função primordial do Prefeito é pensar, articular, coordenar e viabilizar os projetos e ações do Executivo. Nesses próximos quatro anos de mandato quero dedicar-me a correr atrás de recursos, parcerias e soluções para o desenvolvimento de Bom Despacho. Tratar de questões importantes como, por exemplo, desenvolvimento econômico, destinação do lixo, abastecimento de água, esgotamento sanitário, geração de energia limpa, planejamento urbano, melhoria da educação, implementação do anel rodoviário e outras questões essenciais. Para que eu possa me dedicar a isso, preciso de uma estrutura administrativa eficiente que resolva os problemas cotidianos e me
Bertolino em sua casa (Foto: Arquivo IBOM) deixe tempo para os grandes projetos.
Mudanças na estrutura administrativa dependem de aprovação da Câmara... Sim, claro. Elas fazem parte do projeto de reforma administrativa que enviaremos ao Legislativo nos próximos dias. O objetivo dessa reforma é dar mais eficiência à gestão e criar os meios necessários para implementar as propostas de desenvolvimento que são prioridade nessa gestão.
Como será sua relação com a Câmara, onde a maioria dos vereadores foi eleita pela coligação adversária? Já conversei com todos os vereadores eleitos. Tenho uma relação muito boa com a maioria deles. Todos estão comprometidos com o desenvolvimento de Bom Despacho. Acredito e aposto numa relação harmônica, construtiva e baseada na independência dos poderes. Os vereadores eleitos sabem das responsabilidades do Legislativo e vão exercer seu papel com independência, visando o melhor para a comunidade. Como representantes da população, farão indicações que eu
atenderei sempre que for possível fazê-lo. Das nossas conversas já ficou uma certeza: não teremos oposição por oposição. Trabalharemos juntos em prol de Bom Despacho, porque temos grandes desafios pela frente.
Você tem dito que haverá mudanças e correção de rumos na Saúde – um tema recorrente. Quais são elas? Haverá muitas alterações no organograma da Secretaria de Saúde. Vamos mudar os processos e organizar melhor o sistema, para valorizar a atenção básica. Vamos aplicar mais recursos e fiscalizar para que o cidadão seja bem atendido nas unidades de saúde.
A maioria dos integrantes do primeiro escalão nomeados por você faz parte da equipe atual... Sim. São pessoas capazes e comprometidas. Mas, na verdade, a transição e a formação da nova equipe não acabaram. Ainda vamos ocupar parte do mês de janeiro definindo nomes, prioridades e ações – sempre com foco na promoção humana e no desenvolvimento econômico do município. Começamos agora uma nova gestão, com novas prioridades e novo estilo.
VEJA A COMPOSIÇÃO DO NOVO SECRETARIADO DE BERTOLINO O Diário Oficial do Município (DOMe) publicou na quarta-feira (30) os nomes dos secretários nomeados pelo prefeito Bertolino da Costa a partir de 1° de janeiro. Além da lista publicada no Diário Oficial, o IBOM confirmou também outros nomes (veja abaixo). Os novos integrantes da equipe de Bertolino, até o momento, são Eduardo Majela do Couto (Desenvolvimento Econômico),
NOME
Geralda Lúcia Cardoso Gontijo (Educação), Kleverson Mesquita Mello (Procuradoria Jurídica) e Vital Guimarães (Obras). O nome da Secretária de Educação foi votado pelos servidores da Educação. Já o secretário de Desenvolvimento Econômico foi indicado pela Associação Comercial. Na assessoria de Comunicação ficou Bruno Mota. No BDPREV, a atual presi-
dente, Clarete Teixeira, continuará no cargo. Outra mudança confirmada ao IBOM por Bertolino é a reformulação do Conselho Municipal de Desenvolvimento, que passará a ter função deliberativa – hoje, ele é apenas consultivo. O novo presidente do Conselho de Desenvolvimento será o engenheiro e empresário Carlos Eduardo Gontijo, o Cadu.
CARGO
Andreia Lucieni Silva Araújo ............ Secretária de Trânsito, Proteção Patrim. e Defesa Social Daniela Moreira Rocha .................... Secretária da Fazenda e Planejamento Eduardo Majela do Couto ................ Secretário de Desenvolvimento Econômico e Agricultura Eduardo Rodrigo da Costa .............. Secretário de Desenvolvimento Social Francisco Amaral Cardoso ............... Chefe de Gabinete Geralda Lúcia Cardoso Gontijo ........ Secretária de Educação Kleverson Mesquita Mello ................ Procurador-Geral do Município Neide Aparecida Braga Lopes ......... Secretária Municipal de Saúde Roberta Neves ................................ Secretária de Esportes e Lazer Tânia Aparecida Pereira Campos .... Controladora Interna Vital Libério Guimarães ..................... Secretário de Obras Wallace Campos Rodrigues ............. Secretário de Administ.o e Assessor Inovação Tecnológica
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Bombeiros resgatam corpo de homem que se afogou no Lambari ELE SUBIU NA PARTE ALTA DA CACHOEIRA TROIA PARA TIRAR SELFIE E PERDEU O EQUILÍBRIO O Corpo de Bombeiros resgatou sexta-feira (8) o corpo de um homem de 50 anos que morreu afogado perto da Cachoeira Troia, em BD. Segundo os Bombeiros, o homem subiu na parte mais alta da cachoeira para fazer uma selfie. Quando estava lá em cima ele perdeu o equilíbrio, caiu na correnteza e sumiu. O acidente aconteceu na tarde de quarta-feira (6). Durante 2 dias os Bombeiros vasculharam o rio na busca do corpo. Ao ser encontrado ele estava a cerca de 1.500 metros de distância do local da queda. Alerta - Em nota, os Bombeiros afirmaram que essa tragédia “é mais um triste exemplo sobre os riscos que muitos correm no momento de seus registros fotográficos em locais perigosos, seja para arquivo pessoal ou postagem nas redes sociais”.
Homem cai em silo de minério na siderúrgica e fica soterrado Um homem ficou parcialmente soterrado ao cair dentro do silo de peneiragem de minério de ferro da siderúrgica onde trabalha, em BD, na madrugada de sexta-feira (8). De acordo com o Corpo de Bombeiros, que foi chamado às 3h30m, o metalúrgico se desequilibrou, caiu dentro do silo e ficou soterrado no minério até a altura do abdômen. O resgate levou cerca de 3 horas e só terminou no início da manhã. Os Bombeiros informaram que, durante a ocorrência, o homem, de 40 anos, estava consciente mas queixando fortes dores e dormência nas pernas. Após ser retirado do local ele foi levado para o PA.
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Coronavírus: nós temos que aprender a conviver com ele FERNANDO
CABRAL
Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e vereador em Bom Despacho
Epidemia é quando uma doença contagiosa se espalha rapidamente entre os membros de uma população. Pandemia é quando a doença se alastra rapidamente de país para país. É o que estamos vivendo com a COVID-19. É o que já estamos acostumados a enfrentar todos os anos com a gripe comum e com a gripe H1N1. São pandemias que se repetem. Epidemias matam. Costumam matar muito. A peste negra e o cólera dizimaram populações inteiras. Segundo alguns cálculos, a gripe espanhola (1917-1918) matou 100 milhões de pessoas. Só no Brasil foram 300 mil, inclusive o presidente Rodrigues Alves. Isto representou a morte de 1% da nossa população da época. Mesmo considerando que a COVID-19 ainda está longe de atingir as mesmas proporções da gripe espanhola, os números são impressionantes. O Brasil já perdeu 200 mil vidas. Antes que as vacinas cheguem e façam efeito, e antes que os protocolos de tratamento se tornem eficazes, o Brasil deve perder outro tanto de vidas para a doença. Mas não são só as mortes que contam. Já ultrapassamos os 7 milhões de contaminados. O sofrimento para estas pessoas e para suas famílias é enorme. Sem falar nos prejuízos econômicos para o Brasil e para cada um de nós. Porém, há a esperança das vacinas que estão chegando. O que isto muda para nós? Mais de 40 países começaram a vacinar suas populações. O Brasil está muito atrasado, mas é possível ter esperança de que até março a vacinação ganhe fôlego entre nós. Entretanto, não podemos ter otimismo exagerado. Estamos muito atrasados e o cenário para os próximos 6 meses não é dos melhores. Em primeiro lugar, ainda não temos nenhuma vacina aprovada. Isto ainda deve levar pelo menos uns 10 dias. Em segundo lugar, a aprovação da vacina é apenas o primeiro passo. O passo seguinte é ter a vacina para imunizar a população. Acontece, porém, que os laboratórios não têm o produto para entregar. O fabricante que está mais adiantado é o Instituto Butantan. Para se ter uma ideia, ele pede mais 4 meses para entregar 46 milhões de doses. Mas, 46 milhões de doses é suficiente apenas para imunizar a metade da população de São Paulo (são duas doses por pessoa). Ao longo dos meses outros laboratórios devem ser capazes de entregar outros tipos de vacina. No entanto, neste momento os números e prazos são incertos. Portanto, o primeiro desafio a ser enfrentado é conseguir a vacina na quantidade necessária. Ou seja, pelo menos 300 milhões de doses para imunizar 70% da população. 70% é o número necessário de vacinados para
A história da medicina está repleta de boatos, de remédios milagrentos e de panaceias. São produtos da combinação de medo, ignorância e desejo sincero de cura. A cada doença nova, estas coisas ressurgem com vigor renovado. Foi assim com a febre tifoide que enfraqueceu Atenas depois de ter dizimado as populações da Líbia, da Etiópia e do Egito 500 anos antes de Cristo. Foi assim com as pestes dos Antoninos, de Cipriano e de Justiniano que mataram milhões de romanos. Foi assim também com a
que vejamos um resultado significativo. Para aplicar estas 300 milhões de doses nós precisamos de igual quantidade de seringas e agulhas. Bem, na última tentativa de comprá-las o Governo Federal conseguiu apenas 7 milhões. Por enquanto, não se sabe como conseguir os 293 milhões que faltam. Este é o segundo desafio. Logística O terceiro desafio é resolver os problemas logísticos para a distribuição e conservação das vacinas. Em condições normais já não é fácil fazer as vacinas chegarem a todos os rincões do Brasil. Mas, as vacinas contra o COVID-19 podem colocar dificuldades especiais. Por exemplo, a vacina da Pfizer exige temperaturas de transporte e armazenamento abaixo de -70 Celsius. Não é fácil conseguir câmaras frigoríficas com esta capacidade para caminhões, aviões
e navios. Mas, mesmo quando conseguirmos, enfrentaremos o problema da sua conservação nas unidades básicas de saúde. Elas também não têm como guardar a vacina a esta temperatura tão baixa. Neste sentido, a Coronavac, de origem chinesa, mas fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan leva uma grande vantagem. Ela pode ser armazenada em geladeiras comuns. Mesmo fora da geladeira ela resiste por alguns dias. Um desafio a menos, mas o Butantan só conseguiria entregar cerca de 100 milhões de doses até o final de 2021. Portanto, ainda ficarão faltando 200 milhões para chegarmos ao mínimo recomendado. O que se vê, portanto, é que o Brasil não se preparou para a chegada da vacina. Diferentemente de outros países, não fez compras antecipadas e não garantiu o fornecimento a tempo. Tampouco adquiriu seringas e agulhas e não planejou
Lepra, a peste negra e o cólera que grassaram na Idade Média. Foi assim com a gripe asiática, a gripe russa, a gripe espanhola, a AIDS, a gripe suína, a gripe aviária. Está sendo assim com a COVID-19, que já infectou 90 milhões de pessoas e já matou 2 milhões. Enquanto milhões morrem, pessoas ignorantes ou de má índole inventam e espalham boatos, alimentam crendices e divulgam curas miraculosas que não existem. É hora de devolvermos o bastão para os cientistas e para os médicos. a logística de distribuição e armazenamento das vacinas. Em resumo, a vacinação para valer não deve começar antes de março. Mesmo depois de começada, ainda não há garantia de que será possível manter o ritmo necessário para imunizar toda a população em prazo razoável. Digamos, de um ano. Para imunizarmos 70% da população com duas doses em um ano, precisaremos ser capazes de aplicar cerca de 900 mil doses de vacina por dia. Como comparação, no momento os Estados Unidos estão imunizando 300 mil cidadãos por dia. A China, que ocupa o segundo lugar, está imunizando 180 mil por dia. Portanto, para atingirmos a meta de imunizar 70% da população em um ano precisaremos ser 3 vezes mais rápidos do que os Estados Unidos ou 5 vezes mais rápidos do que a China. Este é um desafio gigante. No entanto, é certo que o SUS tem uma rede capilarizada e seus profissionais de saúde são bem capacitados para a aplicação de vacinas. Portanto, se não faltar vacina, se não faltar agulha e se não faltar seringa, é possível que até meados de 2022 tenhamos conseguido vacinar pelo menos 70% da nossa população. Crescimento da Covid-19 Por enquanto, esperar mais do que isto é ser excessivamente otimista. Assim, embora a vacina já esteja ao alcance de nossas vistas, a cautela recomenda que sejamos cuidadosos. Especialmente num momento crítico em que o espalhamento da COVID-19 voltou a crescer no mundo inteiro, no Brasil, em Minas e em
Bom Despacho. Voltou a crescer porque as pessoas relaxaram com as medidas de prevenção. Deixaram de usar máscaras, estão fazendo festas, reunindo-se em clubes e bares, participando de atividades que criam aglomerações. No entanto, como os efeitos positivos da vacinação ainda vão demorar muitos meses a chegaram por aqui, todos nós precisamos voltar às práticas recomendadas pelos cientistas: máscara, afastamento social e higiene cuidadosa das mãos. Estas medidas aumentarão nossas chances de podermos esperar sãos e salvos até que cheguem os resultados da vacinação. As epidemias estão conosco desde o início dos tempos. As pandemias estão conosco desde que criamos as cidades e passamos a adotar o comércio entre cidades, nações, países. Neste sentido a COVID-19 não é novidade. A novidade que pode nos beneficiar é o fato de que os cientistas são capazes de produzir vacinas em prazos muito curtos e os médicos são capazes de desenvolver protocolos de tratamento que se aperfeiçoam dia a dia e salvam vidas. Por isto, mais do que nunca, este é o momento de valorizarmos o trabalho dos cientistas, dos médicos e dos demais profissionais de saúde. Isto significa não criar e não disseminar boatos e também não acreditar e não divulgar o uso de remédios milagrentos e panaceias. Cientistas e médicos não fazem milagres, mas aumentam muito nossas chances de sobrevivência.
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PM lançou operação Férias Seguras 2021 para prevenir crimes
A Polícia Militar lançou na terça (5/1), em solenidade realizada na Praça da Matriz, a Operação Férias Seguras 2021, que se estenderá até 31 de janeiro em todos os 19 municípios que compõem a área do 7° BPM. O evento foi presidido pelo tenente-coronel Many Sidata, que responde pelo comando do Batalhão, e teve a participação de oficiais e da presidente da Câmara Municipal, Maria Klésia Oliveira.
Segundo a PM, nessa época do ano cresce o número de arrombamento a residências devido às ausências prolongadas de moradores que aproveitam as férias para viajar. Por isso, a corporação aumenta o efetivo empenhado no policiamento ostensivo e intensifica ações preventivas com o objetivo de evitar crimes contra o patrimônio. As ações incluem reforço do patrulhamento, blitzes
e abordagens a pessoas e veículos suspeitos nos bairros e em locais de grande circulação de pessoas. Operações Na quarta-feira (6) - um dia após lançar a operação Férias Seguras -, a PM desencadeou batidas policiais em diferentes pontos de Bom Despacho. Nessas operações, 46 pessoas e 13 veículos foram abordados pelos militares em caráter preventivo.
Polícia pega 3 menores em BD com Uno furtado em Moema
Três menores – dois de 15 e um de 17 anos – foram apreendidos pela Polícia Militar na rua Oliveira, bairro São Vicente, dia 1° de janeiro, com um Fiat Uno furtado. Os militares faziam patrulhamento no bairro quando suspeitaram das atitudes dos menores que estavam no veículo e os abordaram. Durante a abordagem os policiais constataram que dois dos menores tinham 15 e o outro 17 anos de idade. Eles acabaram confessando que o veículo havia sido furtado perto de Moema. O trio foi apreendido e levado para a Delegacia de Polícia Civil, enquanto o veículo foi removido para o pátio credenciado do Detran para ser devolvido ao proprietário.
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Saudades e gratidão a meus professores do Miguel Gontijo Tadeu de Araújo Teixeira é professor, escritor e fundador da ABDL
Crônica de Maria Antônia Seidler Kohnert Gontijo Teixeira, que publico nesta coluna Presto uma homenagem aos nossos queridos professores pois nem sempre tivemos oportunidade de fazê-lo pessoalmente. Vou pedir desculpas, pois um agradecimento só não será suficiente. Obrigada, obrigada, obrigada. Vocês deixaram que cada um de nós usufruíssemos dos seus estudos, dedicações, paciência, perseverança, daquilo que adquiriram pela vida e numa época de duras penas. Um preito à memória de Dona Auxiliadora: mestra querida! Voltando aos meus primeiros anos escolares, quando chegou à nossa escola, o Grupo Escolar Coronel Praxedes, uma moça nova, magrinha, elegante e que se chamava Maria Auxiliadora Teixeira Guerra e que seria a diretora. De repente me vejo perfilada com tantos colegas em um pátio central. Filas retas, sem brincadeiras, pois a hora do recreio havia acabado e era hora de cantar hinos próprios da ocasião. Terminadas as homenagens respeitosas, sempre vinha um aparte da nossa diretora, perfilada no andar superior junto a um gradil. Muitas vezes, avisos sobre comportamento e que ela terminava com ênfase: Ouviram, meninos? - ao que prontamente respondíamos: - Ouviram. Sempre a mesma resposta e ninguém nos ensinava a forma correta para ouvimos. Fim do primário. Formatura e preparação para a festa. D. Divina Campos oferecia a sua casa para os ensaios e o professor Geraldo Magela fazendo e refazendo letra para o coro cantar: - “Adeus nós dizemos à escola querida, feliz despedida me enche de luz…”. Logo aprendi a letra, pois a música já estava na minha cabeça, porque eram músicas de autores alemães em que o professor colocava novas letras pertinentes ao momento. Fui para o ginásio, aí um novo diretor, o professor Nicolau Teixeira Leite, que se pautava com respeito, pontualidade e dedicação. Passamos pelos ensinamentos do inglês do Júlio Malaquias, do francês do Calais, latim do Elvino, português do professor Magela e matemática também, e mais pelas professoras Léia, Joesse, dona Liquinha e Clarinda, o Paulinho Teixeira e o padre Vicente, filho do Dr. Nicolau, com suas aulas de Sociologia. Raramente um professor faltava e quando isso acontecia lá vinha o Dr. Nicolau, que nos dava aula de história de Bom Despacho, e todos nós gostávamos.
O diretor e professores da Escola Miguel Gontijo nos anos 50 e 60. Dona Maria Auxiliadora é a terceira de pé da esquerda para a direita. Professores todos falecidos, exceto Paulinho Teixeira e Clarinda Guerra Tínhamos respeito e agradecimento pela oportunidade que estávamos tendo. Muitos de nós teríamos ficado apenas com quatro anos do primário se não fosse o ginásio não muito tempo ali criado. Curso Normal Chega a época do curso Normal de Formação de Professores. Fomos
apresentados para uma nova professora que chegara de Belo Horizonte com uma bagagem de conhecimentos novos, livros aos montões. Aos poucos percebi que meu horizonte se abria como um leque e que a d. Auxiliadora os abanava em nossa direção. Tínhamos que aspirá-las, comê-las, deliciarmo-nos com as novidades. Tempos duros,
dolorosos, mas enriquecedores. Técnicas novas, experimentações às vezes nem concluídas nos eram apresentadas e tínhamos que refutar ou mesmo discutir os seus valores. As instigações foram conduzidas pela vida afora. Abrir as portas do conhecimento e cair dentro do questionamento e evolução foi a nossa meta. Não me esqueço
Maria Antônia (à direita) com as amigas Geni e Alilas, todas ex-alunas de Dona Auxiliadora
do estágio, em clínicas especializadas em desvio de aprendizagem, em Belo Horizonte. Este estágio foi para sabermos que nem todos aprendemos igual e que precisamos “respeitar as diferenças individuais”, o que ela sempre repetia e daí as técnicas de trabalho diversificado dentro da sala de aula.
Fui indicada para as classes de demonstração do Curso Normal e então era orientação quase que diária, complementação e impulsos da Geni Eugênia Gontijo Teixeira. Trabalhamos sem esmorecer. Naquela época tinha na parte de trás da minha porta da sala de aula uma frase tirada dos muitos livros que a d. Auxiliadora nos indicou: “- Ouvi a voz de cada aluno hoje? “ Os conselhos dados por ela e até a confiança em mim depositada foi muito gratificante. Fui indicada para substituí-la em aulas de “Didática teórica e prática” numa turma do primeiro ano do curso Normal de Formação de Professores. Foram poucos meses, mas algo tinha sido captado: tenho que aprender muito mais e continuar estudando. Fui para o Rio de Janeiro, prestei vestibular, passei em um curso novo, Logopedia, e hoje se chama Fonoaudiologia. Os contatos com Bom Despacho não se encerraram e, sempre que voltava, uma visita era indispensável para trocar ideias com a d. Auxiliadora. A Geni, amiga da vida toda, ali presente, e nós três formávamos uma equipe de descobertas. Hoje, com cinquenta e muitos anos passados e sem a presença dela, estamos cheias de gratificação, recheadas de sabedoria e cientes de que ainda temos muito a aprender. Também hoje, rezando para a esclerose não me roubar a capacidade daquilo que aprendi, pois foram os nossos professores que nos apresentaram as oportunidades da vida. Sempre aprendemos e não só com os professores, mas com os alunos e sobretudo com a vida. Saudades e gratidão dos meus mestres dos anos 50 e 60. Obrigada professores queridos, parabéns pela vida pautada de dignidade e dever cumprido, saudade de vocês e de todos os colegas, num tempo em que iniciávamos as nossas descobertas e vocês nos dirigiram para o caminho certo, não só através de conhecimentos dos livros, mas dos exemplos pessoais.
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Bom Despacho (MG), 9 Janeiro 2021
Policiais militares de BD doaram 200 brinquedos para crianças carentes
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Primeiro a obrigação. Mas, o que vem depois? PAULO
HENRIQUE Paulo Henrique Alves Araújo é gestor e servidor público, mestre em computação e gerente de projetos de inovação
Um grupo de policiais militares do 7° Batalhão realizou dia 23/ 12 a entrega de 200 brinquedos para crianças carentes dos bairros São Vicente e Rosário 2. A maioria dos brinquedos, todos novos, foi doada pelos próprios militares. O grupo recebeu ajuda da Credesp e
da Cerealista Bom Despacho. A Banda de Música do 7° Batalhão acompanhou a entrega dos presentes no Rosário 2 e na Praça do Rotariano, no São Vicente, fazendo apresentação de músicas natalinas. Segundo o tenente Luís Carlos
Cabral Gontijo, a ação “é resultado do comprometimento da Polícia Militar com as causas sociais”. Segundo ele, “foi emocionante compartilhar a alegria das crianças ao receber os presentes entregues pelos militares”.
Minha mãe tem frases que, em si, já dariam um livro interessante. Provavelmente a sua também... Lembro-me de uma série de frases que marcaram e marcam a forma como eu e meus irmãos encaramos a vida. Uma recorrente era “primeiro a obrigação, depois a diversão”. Não adiantava querer dar jeitinho ou discutir, todos tínhamos deveres a cumprir incluindo os escolares, mas além deles. Não obstante, sempre nos era garantido o direito a diversão, ao lazer. Recentemente, meu irmão esteve em BD com a família e me pediu indicações de locais para dar um passeio com seu filho de 2 anos. O garoto já estava um pouco enjoado de correr pela Praça da Matriz, daí o pai queria dicas sobre outros locais para onde ir com ele. Sugeri a pracinha que existe em frente ao Miguel Gontijo, que acho bem agradável, e aquela pista de skate na Avenida Doutor Roberto. Ah, falei também da Praça de Esportes, mas aí na dependência de conseguir convites com algum sócio do clube. E parei por aí. É pouco, não? Para uma cidade de 60 mil habitantes, são poucas opções de que me recordei para sugerir a ele. Fiz então um exercício de me lembrar como era na nossa infância. A Praça de Esportes era figurinha carimbada, fomos sócios por toda minha infância, ia lá com frequência. Lembro também que andávamos de bicicleta pela linha e íamos até o Campo de Aviação. Jogávamos bola em diversos campinhos pela cidade, frequentávamos as praças da Matriz, Inconfidência e Rosário, passeávamos também pela Vila Militar. Havia ainda o Recanto das Palmeiras - clube da Cooperbom, a AABB - do Banco do Brasil - e o Cine Regina, sala gigante (pelo menos para minha percepção) bem no centro da cidade. Ah, sim, e depois chegou o Ipê, clube novinho em folha que teve seu tempo áureo na minha adolescência (e está um tanto decadente nos dias atuais). Lembro também de grupos locais de teatro e peças de fora se apresentando no Salão São Vicente, de participar de grupos de jovens católicos, coordenados pelo Roda Viva e pelo nosso querido Padre Jaime, se reunindo em diversos locais. Tudo bem, os grupos de jovens não eram só lazer, mas estavam muito longe de ser só dever, divertíamo-nos à beça juntos! O que houve com as opções de lazer em Bom Despacho? Públicas ou privadas, pareceme fácil chegar à conclusão de que as opções encolheram. Por exemplo, frequentador assíduo que era da Praça da Inconfidência, me entristece ver seu ar de abandonada atualmente. Entristece-me saber que o Cine Regina, onde
Praça da Matriz é um dos espaços que estão sendo revitalizados aconteceu o tão esperado primeiro beijo, fechou suas portas há anos e não viu nenhuma outra sala de cinema surgir em substituição. Fico feliz em ver o quanto prosperou a Praça de Esportes, mas o que aconteceu com o Ipê, Recanto das Palmeiras e AABB? Por que a Mata do Batalhão ainda é apenas uma mata, porque não é ainda um parque ambiental urbano de verdade, com opções de lazer públicas para os bomdespachenses? Vamos às minhas hipóteses: primeiro, houve um esvaziamento de Bom Despacho, principalmente da sua população mais jovem e com mais disposição para o lazer em espaços públicos. Até a última década, os jovens de Bom Despacho, quando não saíam para estudar fora, saíam para trabalhar fora. A demanda por opções de lazer “fora de casa” diminuiu. As pessoas se reuniam em casa, no sítio, na fazenda, e simplesmente não demandavam esses espaços coletivos. A maioria parou de usá-los e de prestar atenção neles. Por consequência, foram definhando sob nossos olhares distantes. Segundo, quem deveria cuidar da manutenção e desenvolvimento desses espaços estava nessa mesma comunidade que parou de utilizá-los e de prestar atenção neles. Espaços privados foram fechados por inviabilidade econômica. Novos não foram abertos pelo mesmo motivo. Os espaços públicos foram para o final da fila de prioridades do poder público, porque o gestor público gosta de investir onde os olhos da população estão focados. Que o diga um amigo que apostava na construção de barraginhas para melhorar a qualidade e a retenção de água no nosso solo e desistiu depois de ver o maquinário da prefeitura ser deslocado para obras na cidade um sem número de vezes. Por quê? Porque ninguém vê a água no lençol freático e ainda não sabemos comunicar que falta água em Bom Despacho porque
não retemos água no nosso subsolo. Mas esse é outro papo. Voltando ao lazer em Bom Despacho, iniciativa privada e poder público pararam de investir porque não havia demanda. A questão, entretanto, é que o quadro mudou recentemente. Além de termos um centro universitário que tem retido e até trazido jovens para Bom Despacho, as pessoas estão redescobrindo os benefícios de viver no interior, especialmente agora que o teletrabalho e o trabalho autônomo ganharam força. Então, hoje, fazem falta sim espaços públicos mais adequados para lazer em Bom Despacho. Fazem falta praças mais bem cuidadas, e o poder público começa a se mexer nesse sentido revitalizando espaços como a Praça da Matriz e a Praça do Rosário. Fazem falta mais lanchonetes e restaurantes, e novos estabelecimentos estão sendo abertos mesmo em meio à pandemia. Lembro-me de um tempo atrás quando andava aqui por Bom Despacho e ficava imaginando onde os jovens da cidade se encontravam para se divertir, bater papo, dançar, paquerar. Dizia a meu pai que tinha medo de saber onde estava a turma entre 14 e 20 anos de idade em BD... Então o movimento já está acontecendo? Sim, está começando. Mas acredito que há espaço para sermos mais arrojados. Por exemplo, acredito que é hora de transformar a Mata do Batalhão num parque ambiental urbano com infraestrutura de restaurante, lanchonete, pistas de caminhada e ciclismo, quadras, arvorismo, tudo em sintonia com a natureza e bem no centro da cidade. E que tal salas de cinema ou até mesmo um shopping center? Ou um teatro, com escola e companhia de teatro, com espaço para o fortalecimento do Coral Voz e Vida? “A gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão e arte.”
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Bom Despacho (MG), 9 Janeiro 2021
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BR 262: continua a rotina de acidentes com mortos e feridos DUAS BATIDAS FRONTAIS NO MESMO TRECHO DEIXARAM 3 MORTOS
PM flagra quadrilha roubando 80 cabeças de gado em fazenda OPERAÇÃO DUROU A NOITE TODA E MOBILIZOU 33 MILITARES NA PERSEGUIÇÃO AOS BANDIDOS Três homens foram presos pela Polícia Militar na madrugada de quarta-feira (30/12) quando roubavam 80 cabeças de gado numa fazenda no município de Moema, a 1 km de distância da BR 262. A PM foi até o local após receber denúncia de um vizinho da propriedade, que estranhou a chegada de 2 caminhões boiadeiros na fazenda durante a noite. O denunciante suspeitou dos homens que estavam nos caminhões e ligou para o 190. Imediatamente a PM enviou viaturas de Moema e Bom Despacho para a fazenda. Quando chegavam na propriedade os militares deram de cara com dois caminhões boiadeiros saindo carregados de animais. O caminhão que vinha na frente foi cercado e seu motorista recebeu voz de prisão. Já o motorista do outro
caminhão, que vinha mais atrás, ao ver a PM saltou do veículo e se embrenhou no mato. Os policiais foram até a sede da fazenda e lá encontraram o caseiro amarrado e amordaçado. Ao ser libertado ele disse que havia mais pessoas envolvidas no roubo e que os assaltantes haviam colocado 80 animais dentro dos caminhões. Uma grande operação com 13 viaturas e 33 policiais foi montada pela Polícia para vasculhar as proximidades da fazenda à procura dos outros assaltantes. Por volta das duas horas da manhã o segundo motorista foi localizado e preso na beira da BR 262. Outro assaltante, que estava numa mata, chegou a trocar tiros com os policiais durante a tentativa de fuga. Ele acabou preso às 5h30m na beira da rodovia
MG-170, entre Moema e a 262. Conforme o IBOM apurou, a quadrilha, oriunda do Sul de Minas, é especializada em roubos desse tipo. Até Guias de Transporte Animal (GTA) falsificados foram apreendidas com os ladrões. A GTA é o documento exigido para transportar animais vivos. Com as guias falsificadas os bandidos poderiam passar por barreiras de fiscalização nas rodovias. Segundo um oficial ouvido pelo IBOM, os animais possivelmente seriam levados para leilões de gado em outras regiões. De acordo com a PM, os animais, de alto padrão genético, foram avaliados em R$ 1,6 milhão. Os três homens presos - de 18, 32 e 38 anos - foram levados para a Delegacia de Polícia Civil de Bom Despacho. O gado foi recuperado e devolvido ao proprietário.
BR 262: PRF prende motorista de carreta por furtar combustível MOTORISTA PAROU A CARRETA, RETIROU E VENDEU PARTE DA CARGA TRANSPORTADA O motorista de uma carreta bitrem Volvo foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no km 429 da BR 262, quarta-feira (30/12), acusado de furtar parte da carga de combustível levada pela carreta dirigida por ele. A carreta foi rastreada e abordada pela PRF depois da corporação ter sido acionada pela Polícia Militar alertando que o motorista de uma carreta bitrem, de cor amarela, teria parado perto do trevo de Moema, na BR 262, e retirado parte da carga. O combustível furtado foi vendido para um receptador que havia sido detido pela PM. Ao ser parado pela PRF, o motorista, de 41 anos, inicialmente negou ter vendido combustível levado pela carreta. Os policiais rodoviários então enviaram fotos do motorista e do
caminhão para os policiais militares que estavam com o receptador detido, que confirmaram ser ele o responsável pela venda do combustível furtado. Diante da situação o motorista
acabou confessando o crime. Ele e o receptador foram levados para a Delegacia de Polícia Civil de Bom Despacho. A carreta foi liberada para o seu proprietário e seguiu viagem (IBOM).
Em menos de 24 horas ocorreram dois acidentes graves na BR 262, ambos no mesmo trecho, próximo a Luz. O primeiro aconteceu na noite de domingo (27/12) e deixou três pessoas mortas: uma mulher de 58 anos, um homem de 39 e uma menina de apenas 11 anos. Todos estavam num Fiat Uno que seguia em direção a Luz e colidiu com um caminhão. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Uno invadiu a contramão e bateu de frente num caminhão VW 24/280 que trafegava em sentido contrário. Um VW Fox que vinha atrás não conseguiu parar e também colidiu na lateral do Uno. Chovia na hora do acidente O motorista do Fox, de 43 anos, ficou ferido e foi socorrido pelo SAMU. Já o motorista do caminhão não sofreu ferimentos. A batida provocou congestionamento de 2 km em cada lado da rodovia.
Viatura x caminhão O outro acidente aconteceu na segunda-feira (28/12), no km 552 da rodovia, envolveu dois veículos e deixou três pessoas feridas. Também segundo a PRF, uma viatura Mitsubishi Pajero da Polícia Penal que seguia em direção a Bom Despacho saiu da pista
numa curva e bateu sua lateral esquerda na frente de um caminhão-trator Iveco que trafegava na direção contrária. As três vítimas estavam na viatura e, apesar da gravidade da batida, ninguém se feriu gravemente. Todas foram levadas para o hospital de Luz.
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SP x BD: jogar fora tudo Rede Mineira que aprendi de meus pais Nos tempos da
ALEXANDRE
MAGALHÃES Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD
Maria Fumaça em Bom Despacho (Foto: Blog do Juliano / Maria Goretti Eleuterio)
LÚCIO
EMÍLIO Lúcio Emílio do Espírito Santo é coronel reformado da PMMG, escritor e membro da Academia de Letras João Guimarães Rosa, da PMMG.
As percepções das crianças que fomos precisam ser confrontadas com o mundo real dos adultos que somos. É comum a experiência vir recheada de fantasias que a razão depois se encarrega de mostrar que esse mundo que a infância viu pode ser muito rico e criativo. Tudo tem uma causa, tudo gera um efeito. Tudo se transforma, mas há um passado que insiste em não passar e que está vivo no nosso imaginário. Meu avô, Jonas do Espírito Santo, chegou um dia, no início do século passado, de mudança, para Bom Despacho, e se estabeleceu num casebre de pau-a-pique no lugar em que estão hoje a Pousada Jaqueline e a Igreja Universal. Vinha de Azurita, onde exercia as funções de agente de estação da Rede Mineira de Viação. A família, já numerosa, exigia que ele buscasse um centro maior onde pudesse encaminhar os filhos para uma profissão. Aceitou o cargo de maquinista, em nossa terra, para que sua pretensão fosse atendida. Qualquer criança se jubilava com o aparato da estação ferroviária daqueles tempos. Uma ampla plataforma para correr e pular; subir e esconder nas montanhas de lenha, ao longo da linha, ouvindo o ruído do vapor das locomotivas e a dança de suas manivelas misturando-se aos nossos gritos. Mais um apito estridente e prolongado alertava a criançada distraída, que brincava em meio às manobras infindáveis de máquinas, vagões e pranchas. Meu avô saía de terno e gravata, portando uma desgastada maleta de fibra, orgulhoso com seu boné, bordado com vivos dourados e um florão reluzente da Rede Mineira. A 207, dali a pouco, partiria para mais uma viagem diária, que duraria nove ou dez horas, até a estação de Carlos Prates, em Belo Horizonte. Minha avó, Adelina Cândida de Oliveira, vinha até o portão, com os filhos, para a despedida. Nos primeiros movimentos da composição, balançava lacrimosa um lenço branco, correspondido pelo aceno de adeus do meu avô. Nas mãos dele, o destino de dezenas de passageiros, uns ficavam nas estações do
percurso, outros demandavam terras longínquas como Rio de Janeiro ou São Paulo. Para prevenir acidentes, não era comum uma composição de passageiros transportar vagonetas de carga. Imponente, poderosa, a 207 rompia marcha para os lados da Vila Aurora e sumia depois da fazenda do Mané Gontijo. Os próprios maquinistas cuidavam da limpeza e aparência da admirada locomotiva. A 207 tinha um sino de bronze que de tão polido parecia ouro. Quando o trem entrava no espaço urbano, começava a frenagem. Uma determinada quantidade de areia, vinda de uma daquelas corcovas que toda máquina tem, era derramada nos trilhos para criar o atrito necessário. Na plataforma, o agente e o chefe do trem coordenavam o desembarque. A maioria dos passageiros usava um guardapó para se protegerem das faíscas, pequenos fragmentos de carvão, que vinham misturados à fumaça e faziam pequenos furos na roupa. Minha avó sabia, pelos apitos e badalar dos sinos, que a 207 estava chegando. Como se fosse dia de festa, passava seu pó de arroz e se perfumava com o Cashmere Bouquet, não sem antes preparar uma boa mesa com broa de fubá, rosquinhas de farinha de trigo e biscoitos de polvilho. Depois subia para o portão, onde outras esposas e parentes de ferroviários, formando uma só família, dividiam as alegrias do retorno. Sabiam todos que havia motivo para comemorar. Com a segurança que as ferrovias ofereciam, os perigos não podiam ser minimizados. Os descarrilamentos eram constantes e, não raro, ocorriam acidentes como o tombamento da máquina, o mais temido de todos, porque o maquinista e seus ajudantes corriam risco de sofrer queimaduras graves, debaixo da fornalha ou da água fervente da caldeira. Um dos trechos mais perigosos era o ramal oeste, que findava na Barra do Funchal, no alto da Serra da Saudade. A vida seguiu seu curso. A lenha foi substituída pelo pegajoso carvão de pedra, repelente por si próprio, devido ao odor de óleo cru. O diesel e o asfalto vieram logo depois e ditaram suas regras. Os tempos mágicos das ferrovias não acabou, ficaram apenas encantados, como diria Guimarães Rosa, e vivem em nossos sentimentos como símbolos de um passado sempre criativo e sedutor.
Quando eu era criança, há uns cinquenta anos, ouvia sempre a mesma ladainha de minha mãe: “hoje nós vamos visitar a tia fulana. Ela vai oferecer bolo e café. Vocês dois (olhando firme para mim e para meu irmão dois anos mais novo do que eu) sejam educados, agradeçam e não peguem nada. É muito feio ficar comendo na casa dos outros. Vão parecer mortos de fome, que não há comida em casa”. Aqueles ensinamentos eram lei. Se desobedecêssemos a eles, quando chegávamos em casa, apanhávamos. Uma vez, fomos visitar uma tia de meu pai, a tia Dizulina, que era casada com o tio Diguiner. O casal português, muito bem de vida e muito educado, tinha uma cachorra da raça Collie. Minha mãe, seguindo a rotina pré-visitas, ameaçou a mim e a meu irmão: “hoje, vamos visitar a tia Dizulina e lá há uma cachorra enorme e brava. Se você comerem mais do que um pedaço de bolo, a cachorra atacará vocês e morderá muito”. Éramos crianças e entendemos que o problema era o animal e não comer muitos bolos. Quando estávamos na bela casa do casal, a tia Dizulina ofereceu bolo aos dois irmãos amedrontados. A cada vez que tia Dizulina insistia para que pegássemos um pedaço de bolo, eu e meu irmão rastreáva-
Em Minas, recusar café e pão-de-queijo é tido com desfeita mos a sala em busca do cão. E não comíamos o bolo. Tia Dizulina perguntava a nós sobre querer bolo, mas continuava entretida na conversa com meus pais. Em algum momento, percebendo que não comíamos o bolo, perguntou por que não nos servíamos. “E a cachorra?”, perguntamos em uníssono. “Meus amores, a cachorra está no canil. Ontem choveu muito e ela está cheirando mal. Antes de vocês irem embora, passaremos lá no canil para vocês poderem vê-la”. Atacamos o bolo e o devoramos inteirinho. De volta a nossa casa, apanhamos por ter comido o bolo todo. E, pior, não entendemos nada. Se a cachorra não estava, não havia perigo de sermos mordidos por comermos bolo. Desta vez em diante, minha
mãe passou a dizer que não era para comermos, pois era falta de educação. E aprendemos a lição. Há três anos, quando comecei a namorar minha amada bomdespachense, aplicava toda minha educação paulistana recebida de meus pais. “Quer café?”, perguntavam-me. “Não, obrigado”, respondia e respondo até hoje. Passado algum tempo, diante do quase choro de minha sogra quando eu disse não a um pão de queijo quentinho, minha namorada bom-despachense alertou-me que o povo de Bom Despacho e de Minas Gerais inteiro vê com muito maus olhos a não aceitação de uma oferta para beber ou comer. Expliquei que não me neguei a pegar um pão de queijo por falta de educação, mas porque não tinha vontade de comer nada naquele momento. “Em Bom Despacho, estando com vontade ou não, deve aceitar a oferta e comer o pão de queijo. E deve comer quantos pães de queijo te oferecerem. Aqui, e em toda Minas Gerais, não aceitar algo é muito feio é uma desfeita”. Teria minha mãe me ensinado tudo errado em minha infância? Estudei um pouco o assunto, conversei com algumas pessoas de Bom Despacho e de São Paulo. É um problema cultural, mais do que de educação ou falta dela. Cada cultura vê a comida e a oferta dela a outras pessoas de maneira diferente. Em São Paulo as visitas são raras, ninguém quer visitar ou ser visitado. A maioria das pessoas, especialmente as mais jovens, não sabe cozinhar ou passar um café. Quando a campainha toca, começamos a suar frio e a querermos sair pela janela, só para não atender o visitante. Por isso, preferimos encontrar os amigos longe de casa, em um bar ou restaurante. Em Bom Despacho, as pessoas adoram ser visitadas, sempre tem pó de café e pão de queijo para assar. Foram criadas para oferecer e para aceitar a oferta que os parentes e amigos fazem a cada visita. Da mesma forma que é difícil mudar os ensinamentos que recebi de minha mãe quando eu era criança, é difícil para um bom-despachense mudar sua maneira de encarar o mundo. Neste último domingo, dia 3 de janeiro, já no ano novo, visitei meus sogros, cunhados
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e concunhadas no sítio da família nos Cristais. Uma amiga da família, sabendo que eu sou vegano, resolveu fazer um pudim especialmente para mim. O doce era um manjar de coco com ameixas pretas, com muita calda. Fui correndo da casa de minha namorada bom-despachense até o sítio e, claro, cheguei muito suado. Logo que cheguei, minha namorada, que já estava no sítio, correu para buscar-me para mostrar o doce feito em minha homenagem. Pedi uns minutos para descansar e para o suor parar. Tudo normal e educado, para um paulistano, mas não para alguém com outra cultura. Depois do almoço, a amiga veio conferir se eu já havia experimentado o manjar. Como eu estava tomando cerveja, não queria comer doce naquele momento e disse isso para ela. Tudo normal e educado para um paulistano, mas não para alguém com outra cultura. Bem mais tarde, lembrei do manjar e decidi experimentálo. Comi e gostei. A amiga que havia feito o doce já havia ido embora. Minha namorada perguntou se eu havia gostado do manjar e, diante de minha confirmação, ligou para a amiga para contar-lhe. Intrigado, perguntei a minha namorada por que ela havia ligado para a amiga para dizer que eu havia gostado do doce. Ela me explicou que a amiga havia ficado muito chateada, pois eu não quis ver o doce antes e não havia comido o manjar logo após o almoço. Havia considerado muita falta de educação. Diante do estrago que eu havia causado, liguei para a amiga e agradeci. Tentei explicar que eu havia agido normalmente e com muita educação para um paulistano, mas não para alguém com outra cultura. Fiquei imaginando a quantidade de amigos e parentes de minha namorada bom-despachense que eu ofendi nestes três anos, sem fazer nada além de ser educado à maneira paulistana, mas não na cultura local. A todos, peço desculpas, mas entendam que cada local tem seus costumes e aquilo que é bom em um lugar, pode ser péssimo em outro e viceversa. Tenho uma camiseta com a frase “a culpa é dos meus pais”. Vou começar a usá-la mais vezes em BD... Feliz 2021!
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Bom Despacho (MG), 9 Janeiro 2021
Voluntários plantaram 500 mudas na Mata do Batalhão
Na quarta-feira (6/1), voluntários fizeram novo plantio de mudas de árvores na Mata do Batalhão. A iniciativa é da associação SOS Parque Mata do Batalhão com apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e do Rotary.
De acordo com a servidora pública Roberta Gontijo Araújo Teixeira, que faz parte do grupo, foram plantadas 500 mudas de “árvores de boa floração, tais como ipês e paineiras, para que a mata seja revitalizada”. As mudas
foram buscadas na cidade de Arcos. Novos mutirões de plantio serão realizados. Por isso, a associação pede o apoio de mais pessoas para ajudar no trabalho. Mais informações pelo telefone 98421.0448.
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