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1 Bom Despacho (MG), 15 Abril 2021 Ano XXXI - Nº 1.607 • Fundado em 12/05/1989Bom Despacho (MG), 15 Abril 2021 • GRÁTIS 1 EXEMPLAR
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Cine Regina, paixão e fantasia SAMU alerta para aumento nos atendimentos de Covid EM POUCO MAIS DE 3 MESES JÁ HOUVE MAIS OCORRÊNCIAS QUE DURANTE O ANO DE 2020 (PÁGINA 3) Leia na coluna de Lúcio Emílio do Espírito Santo (PÁGINA 11) Encontro Marcado: Fernando Sabino e o Maestro das Águas
Bombeiros fizeram vistoria nos hidrantes públicos de Bom Despacho. Objetivo é drenar sujeira e barro que podem se acumular nos equipamentos, atrasando o reabastecimento do caminhão-tanque em situações de urgência. PÁGINA 7

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EDITAL DE INTIMAÇÃO DE CONFRONTANTE DE DE CONFRONTANTE COMARCA DE BOM DESPACHO – EDITAL DE INTIMAÇÃO

O Oficial do Cartório de Registro de Imóveis de Bom Despacho/ MG, com base no art. 903, do Provimento Conjunto nº 93/2020 e art. 213 e seguintes da Lei nº 6.015/73, vem intimar o confrontante Francisco Carlos Chio Ferramenta Delfino, CPF nº 280.141.46620, que está em lugar ignorado, incerto ou inacessível, para se dirigir, preferencialmente, ao endereço desta Serventia – rua Faustino Teixeira, nº 194, centro – de segunda a sexta-feira, de 09:00 às 12:00 horas e de 13:00 às 17:00 horas, e manifestar, no prazo de quinze dias, contados a partir da última publicação deste edital, que será publicado em dois dias consecutivos, a anuência em relação ao processo de retificação de área do imóvel contíguo ao seu, localizado na avenida Rio Branco, nº 235, centro, nesta cidade. O não cumprimento do referido consentimento, no prazo de 15 (quinze) dias, presume a anuência do confrontante, nos termos dos arts. 906 e 907 do Provimento Conjunto nº 93/2020. E, para que chegue ao conhecimento do confrontante, expediuse este edital.

Bom Despacho, 09 de abril de 2021

Vicente de Paulo Carvalho Oficial de Registro 1607 1608

REQUERIMENTO DE LICENÇA AMBIENTAL

O cidadão JOSÉ FÚLVIO CARDOSO, por determinação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Bom Despacho/MG, torna público que foi solicitado, através do Processo Administrativo N° 15551/2020, a Licença Ambiental Simplificada classe 2, para a atividade de Criação de Bovinos, bubalinos, equinos, muares, ovinos e caprinos em regime extensivo na Fazenda Ribeirão dos Santos, na zona rural de Bom Despacho/MG.

Bolívia, 361 – Jd. América99856-5001 João Batista e (31) 99513.9159

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CNPJ 40.615.727/0001-06 - Bom Despacho - MG Impresso por O Tempo Serviços Gráficos - 2101.3544

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2 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 15 Abril 2021
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Moradores reagem a furto, ladrões fogem e são pegos pela PM

SAMU alerta para aumento dos atendimentos de Covid

Nas últimas semanas, ocorrências atendidas pelo SAMU ligadas à Covid multiplicaram-se em toda a região. Em pouco mais de três meses - de 1° de janeiro ao dia 13 de abrilforam 5.371 atendimentos de casos de Covid-19. Esse número já ultrapassou o total de ocorrências de Covid registradas ao longo do ano de 2020.

Dois jovens de 18 anos foram presos pela Polícia Militar na segunda-feira (12/4) por tentativa de furto no bairro Jardim América. Segundo a PM, um dos autores pulou o muro de uma casa durante ausência dos moradores enquanto seu companheiro ficou do lado de fora dando apoio. Minutos depois eles

estavam retirando um televisor da residência. Foi quando vizinhos chamaram a Polícia e intervieram.

A reação de moradores do local fez os dois ladrões fugirem, mas a PM chegou, fez rastreamento nas proximidades e localizou os 2 suspeitos. Eles receberam voz de prisão e foram levados para a Delegacia.

No primeiro trimestre deste ano, o número de ocorrências passou em média de 25 para mais de 100 casos diários. Em 26 e 27 de março, por exemplo, foram 114 atendimentos ao dia.

Em vídeo divulgado dia 2/ 4), a enfermeira Larissa Martins, do SAMU, alerta para o “aumento considerável das ocorrências relacionadas à Covid-19” atendidas pelos socorristas nas últimas semanas. Por isso, ela insiste que as pessoas mantenham as medidas de proteção. As recomendações valem inclusive para quem já se vacinou. “Cuide-se para que você não seja a nossa próxima ocorrência”, finaliza a enfermeira.

Assista ao vídeo do SAMU focalizando a câmera do celular no QRCode ao lado

Carreta que levava 180 porcos tomba na BR 262

Uma carreta transportando 180 porcos tombou na BR 262 na terça-feira (13/4). O acidente aconteceu na altura do km 575 da rodovia, no município de Córrego Danta, e interditou parcialmente a pista até o final da noite.

Uma equipe da PM foi para o local e, durante as diligências, encontrou um veículo abandonado em estrada próxima. Dentro dele estavam as correntes da porteira da fazenda onde houve o furto. Próximo do local, os militares encontraram os cabos retirados da fazenda jogados no pasto.

O veículo e o material furtado foram apreendidos e levados para a Delegacia de Polícia Civil, que vai investigar o caso.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista da carreta perdeu o controle do veículo numa curva. A carreta tombou de lado, invadiu a contramão e se arrastou no asfalto por vários metros. O motorista teve apenas lesões leves.

No final da tarde a empresa seguradora do caminhão iniciou o transbordo da carga. Dos 180 porcos transportados, só 13 sobreviveram ao acidente.

Um homem de 36 anos, foragido da Justiça, foi preso pela Polícia Militar após praticar um furto em Bom Despacho. De acordo com informações da PM, no dia 1°/4 o acusado entrou num estabelecimento comercial no bairro de Fátima, furtou uma garrafa de whisky e fugiu do local.

A Polícia foi chamada, fez rastreamento na região e

localizou um suspeito. Com ele foi encontrada a garrafa de bebida furtada. Consultando o sistema de informações da PMMG, os militares descobriram que o suspeito era fugitivo da Justiça e que havia um mandado de prisão contra ele.

O acusado foi preso e levado para a Delegacia de Polícia Civil, onde ficou à disposição da Justiça.

Por volta de 4 horas da manhã seguinte dois guinchos da concessionária Triunfo Concebra removeram a carreta da pista.

Polícia Civil alerta para aumento na circulação de drogas sintéticas

PM prende fugitivo da Justiça em BD
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CABOS FURTADOS NA FAZENDA - Outro episódio de furto foi registrado pela PM no mesmo dia, desta vez na zona rural de Bom Despacho. De acordo com a ocorrência, pessoas não identificadas levaram grande quantidade de cabos de cobre de uma propriedade.

Encontro Marcado: Fernando Sabino e o Maestro das Águas

No domingo de Páscoa, infelizmente, Bom Despacho perdeu um dos artistas de maior expressão que já pisou e viveu nessa terra: maestro Nivaldo de Oliveira Santiago (19292021), o chamado “Maestro das Águas”. Amazonense, Nivaldo aclimatou-se muito bem em Minas. Tinha inclusive um estilo discreto de ser, muito mineiro, nunca buscando publicidade. Isso, com certeza, fez com que muitos de vocês leitores não o conhecessem.

Lembro-me que estávamos numa festa quando professora Maria do Socorro, minha querida colega de universidade, contou-me que ela e Nivaldo já eram eternos, tornados que foram personagens de um dos maiores escritores brasileiros, o mineiro Fernando Sabino, autor de OEncontroMarcado, O Homem Nu, O Grande Mentecapto- esses dois últimos adaptados com sucesso para o cinema.

O livro EncontrodasÁguas, Crônica Irreverente de uma Cidade Tropical (1977) traz Nivaldo e Maria do Socorro Santiago entre seus principais personagens.

“Encontro Márcio Souza e Nivaldo Santiago me esperando no aeroporto: — estamos aqui há mais de duas horas (...). Márcio Souza é escritor. Nivaldo Santiago é maestro. São ambos da Fundação Cultural, e a eles fui em boa hora recomendado”

(SABINO, 1977, p. 16).

Ambos – Nivaldo e Socorrome contaram que o texto de Sabino foi encomendado pela Sharp e recusado, pois não falou bem da Zona Franca de Manaus. Sabino transformouo, então, em livro. A empresa ficou desgostosa, especialmente, com uma frase de Nivaldo: “Quando lhe digo que me sinto como se estivesse dentro d´água, Nivaldo Santiago sorri: — Nós temos aqui mesmo o cérebro meio aguado” (SABINO, 1977, p. 34).

Nivaldo contou-me que falou isso com Sabino em meio a muitas outras conversas e ele pegou e colocou no livro. Essa frase foi considerada muito crítica e foi um dos motivos da recusa da Sharp em adquiri-la para um encarte destinado a seus clientes. O texto, em geral, é positivo quanto a Manaus, mas salga quando fala na Zona Franca.

Muitas de suas características curiosas são captadas: Maria do Socorro dirige, Nivaldo não, enquanto isso, Nivaldo ficava “orquestrando” o trânsito. Eu ainda observei isso quando “naveguei” junto aos dois em Bom Despacho.

Nivaldo e Socorro são os astros do livro de Sabino. Além de servirem de interlocutores, algumas das situações vividas pela intrépida dupla repetemse junto a outras pessoas da cidade, o que os tornou símbolos de toda Manaus: ao pegar um táxi, Sabino encarnou o maestro ao auxiliar

o rapaz a enfrentar o confuso trânsito manauara; ao sair de barco para conhecer a floresta, saindo do porto cheio de outros barcos e canoas, Sabino é quem transforma-se em maestro preocupado com a orquestra que é o trânsito fluvial! Como diz a canção, todo encontro é também despedida. Como contou Sabino no final do Encontro das Águas: “Conta-nos [Nivaldo Santiago] que em breve irá ao Rio para contratar músicos: o governador assinou o ato criando a orquestra sinfônica de Manaus. É uma boa notícia: para celebrar, consumimos o resto de uísque que sobrou de meu primeiro dia. E eles se vão, deixandonos a sós – integrados, nós próprios, em terna harmonia. Já nos despedimos dos outros amigos que fizemos aqui. E já

dissemos adeus a Manaus. Agora vamos partir. Manaus, Manaus! Em breve estaremos lá em cima e esta cidade que durante alguns dias me desnorteou com suas contradições, me entusiasmou com sua grandeza, me deprimiu com seus problemas, me seduziu com seus encantos não será mais do que um ponto de luz cercado pela escuridão. De luz e de esperança” (SABINO, 1977, p. 110).

Há dezessete anos partiu Sabino, agora partiu Nivaldo. Um dia todos vamos partir. Esperamos encontrá-los em outro plano agora, lá em cima. Já são sem dúvida dois pontos de luz. E a esperança, essa eles deixam aqui dentro de nós.

Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior é professor e escritor.

4 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 15 Abril 2021
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Motorista bêbado derruba muro e bate num poste

Polícia Civil alerta para circulação de drogas sintéticas

Um motorista de 29 anos foi preso pela Polícia Militar na tarde de sexta-feira (2/ 4) após bater violentamente o Uno que dirigia num muro e num poste da rua 7 de Setembro, região central de Bom Despacho. A batida foi registrada por uma câmera de segurança próxima do local. O vídeo do acidente, postado em rede social, mostra que o motorista subia a rua em alta velocidade, no sentido centro, quando entrou na curva, perdeu o controle da direção do veículo, subiu

no passeio e bateu violentamente. O acidente aconteceu três quadras abaixo da Praça do Larguinho. Uma guarnição da Polícia Militar compareceu no local do acidente. De acordo com o Boletim de Ocorrência, apesar da violência da batida, o motorista apresentava apenas escoriações pelo corpo e um corte profundo no joelho. Durante o atendimento da ocorrência, segundo o iBOM apurou, os policiais confirmaram que o motorista apresentava

vários sinais de embriaguez. Ele não possui carteira de habilitação e recusou-se a fazer o teste do bafômetro após o acidente.

A equipe policial socorreu o motorista e o levou para a UPA. Lá, depois de receber atendimento médico, ele foi preso e levado para a Delegacia de Polícia Civil.

O Uno foi apreendido e removido para o pátio credenciado do Detran. Segundo a PM, o veículo estava com documentação irregular.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) alerta a população para o aumento de circulação de uma nova droga. Conhecida como Spice, K2, K10 ou maconha sintética e classificada cientificamente como canabinoides sintética, a substância apresenta grande risco à saúde e pode até levar à morte por overdose, segundo estudos recentes.

Substância é risco para saúde e pode levar à morte por overdose (Foto: PC/Divulgação) taquicardia e arritmia. “Em alguns casos, um único consumo é suficiente para provocar overdose”, alerta Marinho. “Por se tratar de uma droga nova no mercado ilícito, não há como o usuário saber sobre a quantidade da droga incorporada no papel, não havendo consumo seguro dessas substâncias”, esclarece.

O número de apreensões indica aumento expressivo na identificação desse tipo de entorpecente, de acordo com a corporação. Perito criminal do Instituto de Criminalística, Pablo Alves Marinho explica que, em cerca de 30% das drogas sintéticas analisadas pela PCMG recentemente na forma de papel (semelhantes a selos de LSD), foram identificados os canabinoides sintéticos. “A droga é chamada popularmente de maconha sintética, por ser sintetizada em laboratórios. Mas, diferente da natural (cannabis), o abuso pode provocar overdose e morte, conforme relatos em diversos países”.

Efeitos nocivos Os efeitos colaterais nocivos do consumo dos canabinoides sintéticos incluem psicose, paranoia, confusão mental, irritabilidade, automutilação,

Segundo a United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC), agência da ONU responsável por controlar as drogas ilícitas em todo o mundo, os primeiros relatos da maconha sintética são de 2008. Ainda de acordo com a agência, de 2009 a 2020, mais de mil novas substâncias psicoativas em circulação foram reportadas pelos laboratórios forenses ao redor do mundo.

Inicialmente, algumas dessas substâncias químicas foram sintetizadas para fins terapêuticos, mas dado os efeitos colaterais não foram registradas para tratamentos médicos. “Ficaram conhecidas como maconha sintética porque as moléculas dessas drogas ativam os mesmos receptores que o THC (princípio ativo da maconha), porém com mais potência”, revela Marinho. Desde então, observou-se a popularização

da droga em vários países. “É preocupante o aumento abrupto de circulação dessas drogas em Minas Gerais”, afirma o policial, baseando-se em análises periciais.

Qualificação

O laboratório de química do Instituto de Criminalística é responsável por periciar todas as drogas sintéticas apreendidas no estado e conta com cromatógrafos sofisticados, equipamentos essenciais na realização do exame de detecção de substâncias ilegais.

Há indícios de que a maconha sintética, cuja origem está em laboratórios espalhados pelo mundo, chegue ao Brasil nas formas líquida ou em pó. A partir daí a distribuição ilegal é feita por traficantes e direcionada, sobretudo, a jovens com alto poder aquisitivo. “Alertamos para o alto risco à saúde, uma vez que o público pode nem saber o que está consumindo”, destaca o perito. Ele também esclarece que a droga é incorporada usualmente em papel ou misturada a ervas diversas — que em si não são entorpecentes — e, em seguida, queimada e inalada.

5 Bom Despacho (MG), 15 Abril 2021 DESTAQUE
(TEXTO: AGÊNCIA MINAS) Após socorrer o motorista, PM apreendeu o veículo

A Covid, a Ciência e os Charlatões

FERNANDO CABRAL

Acredita-se que Hipócrates, o pai da medicina, tenha escrito mais de cem livros. Entre os seus ensinamentos está a lição de que a primeira obrigação do médico é não piorar a situação do paciente. Outro ensinamento valioso está nesta frase: a vida é breve, a arte é duradoura, a ocasião fugidia, a experiência enganosa e o julgamento difícil

Estas constatações no ajudam a entender por que chegamos onde chegamos neste início de abril: 13.279.850 casos confirmados de covid, 345.025 mortos, mais de 4 mil mortes por dia e agora caminhando para 5 mil.

A vida é breve. Mas pode ficar mais breve se a covid19 continuar sendo tratada com drogas receitadas por charlatões.

Enfrentamento da doença

No longo prazo nossa esperança está na vacinação em massa. No entanto, não temos vacina em quantidade suficiente para que isto aconteça rapidamente. Apesar dos anúncios otimistas do Governo Federal, não temos motivos para acreditar que os brasileiros estarão vacinados até o final de 2021. Se tudo der certo, e com sorte, talvez até o final de 2022. Quanto a isto, não convém cultivar ilusões.

Sendo esta a situação, resta a cada um de nós fazer aquilo que está a nosso alcance para evitar o espalhamento da doença e as mortes que ela traz: a) manter o distanciamento social; b) usar máscara; c) fazer rigorosa e repetida higiene pessoal, especialmente das mãos e rosto; d) entrar em isolamento ao primeiro sinal da doença.

Embora estes sejam procedimentos simples, vemos que os brasileiros têm relutado em adotálos. Para complicar, muitos brasileiros estão prestando atenção ao que dizem os charlatões e fazendo ouvidos de mercador ao que nos dizem os cientistas. A experiência é enganosa

Dar ouvidos aos charlatões é fácil porque o que eles dizem é simples e a promessa é atraente. Dizem eles: “tome um comprimido de ivermectina a cada 8 horas e você não pegará covid-19.”

Simples, fácil de entender, fácil de seguir. O problema é que não funciona. Pior:

Desde sempre a medicina foi território dos xamãs, curandeiros e charlatões. Os xamãs operavam com base em crenças religiosas; os curandeiros com base em constatações empíricas; os charlatões, com base no desejo de ganhar dinheiro e prestígio às custas da saúde dos crédulos e dos desesperados. A luz da ciência afasta xamãs e curandeiros, mas os charlatões sobrevivem a despeito dela. Eles aprenderam a sobreviver manipulando a ignorância, o medo e o sofrimento alheio. A chegada da covid19 revigorou o charlatanismo no Brasil.

pode matar.

Mas as pessoas não acreditam nos charlatões só porque é simples. Eles acreditam também porque – como disse Hipócrates –a experiência é enganosa e o julgamento difícil.

Quando quebramos um osso, sentimos dor. Esta sensação nos ensina que cair da árvore, ser atropelado ou tomar uma paulada nas costelas são coisas que quebram ossos.

Por causa da dor imediata identificamos a causa e aprendemos evitá-la no futuro.

Com a covid é diferente. Ela nos chega por um vírus imperceptível. Quando chega ele não causa dor nem desconforto. Não faz sangrar, não dá febre. Estas coisas desagradáveis só aparecem dias depois. Por isto a relação de causa e efeito não se estabelece de forma intuitiva e imediata como acontece quando há dor ou sangramento.

Seja como for, uma vez no nosso corpo, nós nos tornamos transmissores do vírus. Vamos levá-lo para nossos parentes, vizinhos, amigos, colegas de trabalho.

A covid tem um agravante: um número elevado de pessoas não sente nada mesmo depois. Ou seja, pega e vence a doença sem nem saber que a pegou. Assim sendo, estas pessoas saem espalhando a doença sem nem saberem que a carregam.

Há também o caso das pessoas que pegam a doença, têm sintomas leves e logo se curam espontaneamente. Elas dão a impressão de que a doença é apenas uma “gripezinha”, um mal-estar passageiro. Só que não é.

Oitenta ou noventa por cento da população sofre pouco ou nada com a doença. A maioria terá cura espontânea. Isto abre muito espaço para os charlatões. Afinal, não

importa o que eles receitem, 80% ou 90% dos pacientes se curará (ou nem pegará a doença). Para tais pessoas, ivermectina, água com açúcar, água da bica, fel de urubu, casca de ipê, escama de cobra, asa de morcego, todos têm o mesmo efeito. É o paraíso dos charlatões, porque qualquer garrafada parece funcionar para estas pessoas.

Onde os medicamentos dos charlatões falham é exatamente onde eles teriam que funcionar: são aqueles 10% da população que sofrem com a doença, não têm cura espontânea e muitas vezes morrem (2,5% dos diagnosticados).

Mas alguns remédios dos charlatões não se limitam a falhar. Além de falhar, eles destroem o fígado e os rins dos pacientes. O SUS já registrou enormidade de problemas de fígado e de rins em pessoas que tomaram ivermectina ou hidroxicloroquina.

Protocolos médicos

Protocolos são regras que os médicos devem seguir para tratar doentes. Eles são formados a partir da experiência coletiva. Conforme mais informações são juntadas, os protocolos são atualizados. Protocolo não garante que todos se salvarão, mas garante a melhor chance de cura para todos.

Como a experiência é enganosa, os cientistas avaliam a eficácia e os riscos dos medicamentos usando um protocolo chamado duplo cego. Com ele os tratamentos com ivermectina e com hidroxicloroquina já foram várias vezes comparados com o tratamento convencional.

Aqui vai um exemplo simplificado de como funciona uma comparação destas.

Para começar, os pacientes que entram no hospital são sorteados para receber o medicamento “X” ou o medicamento “Y”. Só que

o paciente não sabe qual é “X” e qual é “Y”. Ele é o primeiro cego.

O médico, por sua vez, recebe o paciente e o medicamento que vai aplicar nele. Mas o médico também não sabe se o medicamento é “X” ou é “Y”. Portanto, o médico é o segundo cego. Como há dois cegos na pesquisa, o método se chama duplo cego .

Digamos que foram selecionados mil pacientes para o grupo “X” e mil pacientes para o grupo “Y”. Depois de 30 dias os resultados são avaliados.

Para cada grupo, os médicos verificam coisas como: a) quantidade de dias de internação antes da alta; b) quantidade de pacientes intubados; c) quantidade de pacientes que tiveram complicações cardíacas, renais ou pulmonares; d) quantidade de pacientes que morreram devido à covid; e) quantidade de pacientes que morreram

por outras causas. Depois da avaliação a cegueira é desfeita. Aí os médicos podem verificar qual tratamento – X ou Y – produziu os maiores benefícios e os menores malefícios.

Ivermectina, hidroxicloroquina e outras drogas que fazem parte do kit covid já foram submetidas a este tipo de avaliação. O resultado foi desastroso: não curaram ninguém e ainda aumentaram as doenças cardíacas, hepáticas e renais.

Mas, as pesquisas continuam. Pode até ser que se descubra que em alguma circunstância estes medicamentos funcionem. Por enquanto, o que sabemos é que não só não funcionam como aumentam o risco de morte do paciente.

Enquanto a vacinação em massa não chegar ao Brasil, o melhor que podemos fazer é manter o distanciamento social, usar máscaras, fazer higiene corporal constante. Esta é uma lição que já deveríamos ter aprendido com as 345.287 vidas que já perdemos.

Covid-19 mata. Por muito tempo continuará matando. Mas, se os brasileiros continuarem dando ouvidos aos charlatões, o número de mortes será muito acima do que poderia ser.

Nossa experiência pessoal é enganosa e não serve de guia para dizer se um medicamento funciona ou não. Somente o método científico aplicado de forma correta e honesta pode dizer isto. O resto é xamanismo, empirismo e charlatanismo. Dos três, o charlatanismo é maior inimigo. É o que mais tem prejudicado a saúde do brasileiro neste momento.

6 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 15 Abril 2021
Biológicas,
federal
vereador
Bom Despacho
Fernando Cabral é licenciado em
Ciências
advogado, auditor
e
em
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DR. DIEGO RODRIGUES

BOM DESPACHO

Mais um especialista de alto nível passa a fazer parte da equipe da Clínica Dr. Bertolino: é o cirurgião e urologista Dr. Diego Silveira Rodrigues, CRM/MG 68073. Nascido em Belo Horizonte, Dr. Diego vem de família bom-despachense. Ele é filho de Gilberto Teixeira Rodrigues e Marlene Silveira Rodrigues. Seus avós paternos são José Guariba e Dona Tudica, e maternos José Gordiano e Celina (da loja A Principal). Dr. Diego é casado com Laura Amaral Quintino da Silva, filha do saudoso João Bosco Cabeçote e Cleuvane, do Hotel JB.

Invasiva, ramos de atuação que trabalham com alta tecnologia para tratar os pacientes. Ampliou também sua experiência clínica atuando por dois anos no serviço de Urologia do Hospital das Clínicas de Minas Gerais e atendendo urgências cirúrgicas na UPA Oeste, em Belo Horizonte. Há 6 anos é plantonista do Hospital Odilon Behrens. Desde 2018 integra o corpo clínico do Hospital Luxemburgo.

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Bombeiros vistoriam hidrantes públicos em toda a Bom Despacho

atenção periódica”, publicou a corporação em post feito no Instagram.

FORMAÇÃO FORMAÇÃO

Dr. Diego Rodrigues graduou-se em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais em 2015. Fez Residência em Cirurgia Geral no Hospital Odilon Behrens de 2016 a 2018. Especializou-se em Urologia no Hospital Luxemburgo do Instituto Mário Penna, classificado pelo Ministério da Saúde como centro de referência de Alta Complexidade em Oncologia. Na especialização, Dr. Diego deu ênfase às áreas de Uro Oncologia, Endourologia e Cirurgia Laparoscópica Minimamente

Estudioso, Dr. Diego possui artigo científico publicado no Journal of Morphological Sciences, prestigiada revista científica da Macedonian Association of Anatomists sobre ciências médicas. Além desse, publicou neste mês de abril/2021 outro artigo científico na Revista Urominas, periódico oficial da Sociedade Brasileira de Urologia.

ATENDIMENTO ATENDIMENTO ATENDIMENTO ATENDIMENTO ATENDIMENTO

A partir de agora, Dr. Diego integra-se à equipe da Clínica Dr. Bertolino da Costa Neto, trazendo sua experiência profissional para atender pacientes de Bom Despacho e toda a região.

No dia 9/4, os Bombeiros fizeram vistoria em todos os hidrantes públicos existentes em Bom Despacho. Esses equipamentos são utilizados pela corporação para reabastecer o caminhão-tanque usado no combate a incêndios.

Nessa vistoria, os Bombeiros abrem a saída de água do equipamento para conferir pressão e qualidade da água disponível. Uma das preocupações é drenar sujeira e barro que podem se acumular no hidrante, atrasando o abastecimento do caminhão em situações de urgência que exigem agilidade dos Bombeiros.

“O equipamento é nosso principal meio de abastecimento de água e, portanto, merece nossa

Segundo o iBOM apurou, em Bom Despacho existem 12 hidrantes instalados em pontos estratégicos da cidade para facilitar o reabastecimento dos Bombeiros. Esses hidrantes conseguem reabastecer o caminhão-tanque de 5.000 litros de água num prazo médio de 10 minutos, dependendo da pressão no local.

Ainda de acordo com apuração feita pelo iBOM, nessa época do ano em que há muitas queimadas, essas vistorias são mais frequentes para garantir que os hidrantes estejam em boas condições em situações de urgência.

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7 Bom Despacho (MG), 15 Abril 2021 DESTAQUE
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Estacionar o veículo na frente de um hidrante pode prejudicar a operação do Corpo de Bombeiros caso ocorra um incêndio nas proximidades. Por isso, a legislação de muitos países proíbe essa prática. No Brasil, o art. 181 do Código de Trânsito prevê multa e remoção de veículo que estiver estacionado junto ou sobre hidrantes de incêndio. obstruindo
acesso a hidrantes dá multa

Gripe Espanhola e a Covid em BD

criaram na atual Rua dos Padilhas um refúgio tosco que foi abrigo para os contaminados, no berço de nossa futura Santa Casa.

Em 1918, o mundo inteiro assistiu à maior devastação de vidas humanas da história. A primeira guerra mundial encerrou-se naquele ano com a maior das catástrofes do planeta de todos os tempos: foram mais de 50 milhões de pessoas mortas no conflito.

Imediatamente após a guerra, no mesmo ano, alastrou-se pelo globo terrestre a peste da Gripe Espanhola, que, nos cinco continentes, estima-se, ceifou a vida de cerca de 100 milhões de indivíduos. Uma pandemia bem mais violenta que a Covid de hoje.

Gripe Espanhola em Bom Despacho (1918)

Ao lado, fotos de gente que viveu aqui os trágicos tempos daquela pandemia mortal. Pessoas que conheci pessoalmente. De algumas ouvi relatos de fatos da época.

1 - Mário Morais e Dona Irene, pais do Bill Morais, meus ex-vizinhos, na rua Coronel Tininho.

2 - Rita Augusta do Couto Leite e Martinho Fidelis Teixeira, falecidos respectivamente em 1945 e 1948, pais de Dr. Nicolau Leite, de meu pai, de dona Prosperina, José Leite, Genoveva, mãe de Antônio Leite, Maria, Nicolina e Ana.

3 - Padre Augusto Ferreira de Andrade – construtor da Igreja Matriz, monumento maior da arquitetura de Bom Despacho

4 - Dona Prosperina e Vicente Assunção –comerciantes ligados à tradicional Casa Assumpção, fundada em 1850, casal admirado e muito querido na comunidade local.

5 - Teixeira - Nascido em 1914, driblou a Gripe Espanhola em 1918, faleceu, se não me falha a memória, em 2005, aos 101 anos, forte e lúcido, gozando da amizade de seus conterrâneos.

6 - Carmosina Araújo Teixeira – Na foto, aos 19 anos. Minha mãe. Em 1918, ele tinha 8 anos de idade, enganou a gripe espanhola. Se ela tivesse sucumbido, eu não estaria aqui para contar essa história.

Relatos Cheguei a ouvir de algumas dessas pessoas depoimentos sobre o mal que assombrou nossa população. Roubou vidas sem discriminação. Fossem crianças, jovens, adultos ou velhos. As nossas lideranças

A indesejada Espanhola chegou a Bom Despacho, cidade-menina e roceira sem os recursos da medicina, que não eram nem sombra dos que hoje temos contra a Covid.

O isolamento da população, dento das casas, era quase total. Mesmo assim, o anjo negro da morte bafejava seu hálito pestilento por todos os pontos do município. Não havia médicos. Têm-se notícias de feitos heroicos como o do farmacêutico Flávio Cançado (certamente o pai do Coronel Robertinho) e da senhora dona Afonsina do Couto – irmã de minha avó Ritinha, avó do Gê e do vereador Francisco de Oliveira Júnior –Francisquinho - o qual, com menos de 1 ano de nascido, pegou a Espanhola e foi salvo graças aos cuidados da avó.

Flávio e Afonsina e outros voluntários, quais anjos protetores, desafiaram a peste infernal: destemidamente iam de casa em casa cuidar dos doentes, sem medicamentos próprios para combater o mal.

Usavam, junto a antitérmicos, erva e remédios caseiros. Salvaram eles vidas de muitos bomdespachenses.

Um século depois, a Covid-19

Um século depois da devastadora ação da Gripe Espanhola que horrorizou nossos avós e bisavós, outra tragédia se abate sobre “os degradados filhos de Eva”. Agora noutro clima. Noutro cenário. No começo poucos levavam fé. Muitos e até presidentes da república - feito o do Brasil, dos EUA, mandatários do Méxi- co, da Birmânia na Ásia, do Quênia na África, da Hungria no Leste Europeu nada fizeram ou só tomaram providências tardias para acudir seu povo.

Enquanto a pandemia avançava em 2019 e até hoje, esses chefes de estado alardeiam: “Isso é uma gripezinha atoa.”

E impõem do alto de sua ignorância criminosa e supimpa e dolorosa, aplaudidos e seguidos por seus asseclas: “Máscaras, confinamentos e lockdown não previnem a Covid! Para curá-la eu tenho a receita: Cloroquina e outros inas”.

Até vermicidas receitam para seu povo e muita gente vai atrás dos poderosos e irresponsáveis gurus da morte. Enquanto isso já morreram mais de 340 mil brasileiros e mais de 4.000 estão morrendo por dia.

Vítimas da Covid Os meus mais profundos pesares aos familiares de 4 grandes amigos meus vitimados pela Covid: Getúlio Salgado, João Bosco Cabeçote, Olivério da Copasa e o Professor Lalemã, filho de minha amiga Guaraciaba

Deputado Arantes quer proibir o uso de mel artificial

A pedido do presidente da Femap, Cézar Júnior, e de todos os apicultores de Minas Gerais, o deputado Antonio Carlos Arantes apresentou o Projeto de Lei nº 2.576/ 2021 que impede o uso de uma “imitação de mel de abelha” pela indústria para a fabricação de iogurtes, bolachas, balas e outros alimentos. O projeto prevê também a proibição da importação do chamado “preparado de mel”, bem como a de seus derivados.

Arantes justificou a medida: “Nós temos uma indústria moderna que oferece o melhor mel do Brasil, gerando milhares de empregos, e não faz sentido usar um produto feito para enganar o consumidor” afirmou.

O deputado lembrou ainda que a substância pode ser prejudicial à saúde: “Existe a suspeita de que ela tenha componentes químicos danosos, especialmente a crianças, além de contribuir para a obesidade e para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Só o verdadeiro mel de abelha pode dá uma vida saudável a todos nós”, finalizou.

Carreta é consumida pelo fogo na BR 262

Uma carreta pegou fogo na tarde do dia 5/4 no Km 529 da BR 262, município de Luz. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Bom Despacho, que atendeu a ocorrência, o fogo começou numa das rodas do reboque. Ao perceber o início de incêndio, o motorista parou na margem da rodovia e desengatou o cavalo-trator do reboque para que ele não fosse atingido pelas chamas.

Em pouco tempo o fogo se espalhou pelo reboque,

que estava carregado de areia. Parte da carga derramou na pista, que chegou a ser interditada pela Polícia Rodoviária Federal.

Viaturas da concessionária Triunfo Concebra e dos Bombeiros apagaram as chamas, mas grande parte da carreta foi destruída pelo fogo.

Segundo os Bombeiros, não foi possível identificar o que causou o incêndio. A ocorrência não deixou feridos.

8 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 15 Abril 2021
Tadeu de Araújo Teixeira é professor, escritor e fundador da ABDL Minha mãe, Carmosina Araújo Teixeira, com 19 anos de idade Teixeira Padre Augusto Dona Prosperina e Vicente Assunção Rita Augusta do Couto Leite e Martinho Fidelis Teixeira Mário Morais e Dona Irene
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Pensar e mover-se além da pandemia

PAULO HENRIQUE

Vivemos um momento incomum, para dizer o mínimo. A humanidade caminhava com poucos solavancos e considerável harmonia. Pouco se ouvia de guerras ou outras grandes ameaças, as quais figuravam apenas em filmes e outras peças de ficção. Alguns riam ao lembrar que, na segunda metade do século XX, famílias compravam pedaços de terra em Bom Despacho para subsistir no caso de uma terceira guerra mundial. As fronteiras estavam cada vez menores e a globalização nos fazia cada vez mais cidadãos do mundo. Daí veio uma pandemia e mudou um monte de certezas.

Acredite você ou não na gravidade da doença, a pandemia afetou sua vida também. Infelizmente, ela trouxe experiências negativas para a maior parte de nós. Difícil encontrar quem não tenha perdido ao menos um conhecido para a Covid-19, muitos perderam seus empregos, tiveram que interromper os estudos ou fechar seus negócios. E agora essa aflição na espera pela convocação de pessoas para a vacinação no antigo Sesc? Mas há boas notícias também,

aqueles que iniciaram novos projetos, impulsionaram antigos planos. Por exemplo, a maioria das salas que fecharam em Bom Despacho já foram reocupadas. A maioria de nossos produtores rurais está feliz com o aumento dos preços dos produtos agrícolas, caminhoneiros trabalharam como nunca, farmácias e mercados estão se ampliando. Crises sempre geram oportunidades.

A pandemia nos fez conviver com desafios e mudanças muito acima da média. Em várias situações, fomos obrigados a adaptar nossas vidas ao que alguma autoridade acreditava ser o melhor. E rapidamente. As mudanças têm vindo com carga pesada de dilemas, com riscos às nossas vidas ou de pessoas queridas, e com pressão por respostas quase sempre instantâneas. Nessas condições, entramos naquele turbilhão de fazer tudo ao mesmo tempo agora, com pouco espaço para pensar. O caos que vivemos nos fez ser muito mais instintivos do que racionais, muito mais passivos do que propositivos. Acredito que parar e pensar pode fazer grande diferença – e já está fazendo para quem percebeu isso.

Voltemos à vida que tínhamos antes da pandemia... O mundo era abundante e, frente às opções que se apresentavam em diversas situações, era comum nos perdermos, nos angustiarmos, travarmos ou

Difícil encontrar quem não tenha perdido ao menos um conhecido para a Covid-19, muitos perderam seus empregos, tiveram que interromper os estudos ou fechar seus negócios (...) Mas há boas notícias também, aqueles que iniciaram novos projetos, impulsionaram antigos planos.

escolhermos nada escolher, deixando a vida nos levar. Não sem razão, a depressão já vinha se tornando uma doença mais comum do que desejávamos, a “doença do século”, e as pessoas reclamavam mais de frustrações do que de perdas propriamente ditas. Saber escolher e viver bem com suas escolhas, tanto as que tomava para si quanto as que abandonava, valia muito.

A ciência passou a estudar formas de lidar com os excessos desse mundo, seja de informações, problemas ou oportunidades. O que aprender, em que acreditar, qual problema resolver, a que nos dedicar. Priorizar e escolher se tornou fundamental. E, para complicar, um senso de urgência crescia entre nós. Se algo era urgente e importante, era feito, e imediatamente. Se não era urgente nem importante, também era fácil resolver: só não fazer.

Mas, e se fosse apenas urgente? Muitos faziam, pressionados pela “gritaria da urgência”, sem prestar atenção ao pouco que agregava para seus interesses, ou mesmo sem têlos claros. As escolhas tinham que ser rápidas, havia pouca tolerância com o tempo. A

urgência desses tempos levou a uma avalanche de histórias interrompidas. Empreendimentos que pouco duravam, casamentos que ruíam frente às primeiras dificuldades, valores fragilmente estabelecidos.

E quanto ao que era importante, mas não urgente? Era frequentemente deixado de lado, porque não sobrava tempo para sequer pensar a respeito. O que deveria ser o principal objeto do planejamento, uma vez que era relevante e dispunha de tempo para ser bem feito, era relegado a segundo plano ou esquecido. Já ouviu aquela máxima de que “ficamos tão envolvidos com o dia a dia que não conseguimos planejar o futuro”?

Voltando a 2021, são tantos gritos de urgência, que muitos estamos sem o controle de nossos destinos. Estão claras a urgência e relevância da vacinação contra a Covid-19. Quanto antes e quanto mais pessoas, melhor. Entretanto, muitos caminhos que temos tomado têm a mesma urgência, mas não a mesma convicção, não foram pensados. Nesse período, eu me senti atônito, congelado, em várias situações. E muitas vezes fui na direção em que o vento soprava. Quando tomei consciência disso, percebi oportunidades que estava perdendo e problemas que estava abraçando sem a mínima necessidade. Revi alguns aspectos da minha vida pessoal e profissional e me vejo mais feliz e com melhores perspectivas com as escolhas atuais.

Minha sugestão? O bom e velho “pare para pensar”. Nos seus diversos papéis, você está fazendo o que é importante ou está simplesmente correndo, empurrado pelas urgências desses tempos? Isso vale para você, para seu negócio, para as demais organizações de que é parte, para o município de Bom Despacho como um todo. Infelizmente, essa crise tem trazido dor e perdas. Sentimos e sentiremos muito por elas. Mas, insisto, toda crise também gera oportunidades. Respire fundo, dê uma espiada à sua volta, identifique o que é importante e oportuno para você e junte-se aos que sairão melhores dessa pandemia. São essas as notícias que quero ver nos próximos meses.

9 Bom Despacho (MG), 15 Abril 2021 DESTAQUE
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Paulo Henrique Alves Araújo é gestor e servidor público, mestre em computação e gerente de projetos de inovação
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10 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 15 Abril 2021

Cine Regina, paixão e fantasia do passado

Em busca das araras Canindé

ALEXANDRE MAGALHÃES

LÚCIO EMÍLIO

Fui grande frequentador do Cine Regina, nas tardes de domingo, com o ingresso valendo cinco cruzeiros - aquela cédula com a efígie do Barão do Rio Branco. Era difícil arrancar esse "barão" toda semana do bolso do meu pai. Tinha que proceder bem a semana toda, tirar boas notas, fazer um montão de tarefas domésticas, entre elas cuidar de uma horta e um galinheiro no fundo do quintal. Não sei que obrigação doméstica eu não cumpriria para não perder o seriado do Flash Gordon, um predecessor do Guerra nas Estrelas, com o mesmo tipo de ação e emoção. A missão de Flash Gordon era destruir o reino do vilão Mongo, que tramava atrocidades contra o planeta Terra. Quando surgiram os filmes em Cinemascope, o Cine Regina procurou se adaptar, criando o telão e o processo de projeção.

Um dia, um amigo meu me perguntou se eu já havia notando que esse tal de Starring trabalha em todo filme. Quando as películas apresentavam o elenco, aparecia o Starring, ou seja, "estrelando" fulano e sicrano. Eu fiquei encabulado e fui contar para o meu irmão mais velho que já estudava inglês e ele caiu na gargalhada. Se as imagens de Jack Lemmon (Se meu apartamento falasse), Sandra Dee (Quando setembro vier), Audrey Hepburn (Bonequinha de Luxo) e tantos outros clássicos da época, dificilmente saem da memória, a melodia

escolhida para prefixo do Cine Regina também não sai de nossos ouvidos. Trata-se da Opera 312, de Alphons Czibulka (18421894), dedicada à princesa Stephanie da Bélgica pelo seu noivado com Rodolfo, príncipe herdeiro da Áustria. A melodia evoca esse momento festivo de um noivado real.

O espírito de humor dos frequentadores do Cine Regina logo tratou de inventar uma letra para a música de Czibulka, refletindo com certeza a preocupação dos pais com o clima, não só dos filmes, mas também das liberdades que o "escurinho do cinema" permitia. Eram duas sessões, uma às dezenove horas, outra às vinte e uma horas. À primeira sessão iam as moças de família. Já a segunda sessão era frequentada pelos casais mais liberais. Havia aqueles que deixavam a namorada "certinha" em casa e voltavam com outra para a sessão mais quente.

Eis a letra da melodiaprefixo do Cine Regina: Passa pra dentro, sua cachorrada, Que o cinema vai começar.

O filme é impróprio até dezoito anos

Menoridade não pode entrar.

Ah papai falou pra mim Você não pode ir lá, Tem muito que estudar, Na escola se formar, O filme é tão ruim, Tem beijo do começo ao fim.

Uma coisa que eu nunca entendia também era uma contagem que a plateia fazia a cada beijo que acontecia na tela, como se fosse uma competição, um a zero, um a um, e assim por diante.

Aí está mais uma prova de que Bom Despacho sempre procurou, através de suas lideran'ças empreendedoras, manterse na vanguarda cultural do país, acompanhando de perto as novidades, permitindo aos seus moradores uma permanente atualização. Bons exemplos dessa conexão com o mundo são o Cine Odeon e o Cine Regina, que traziam os astros universais e os grandes sucessos do cinema, inspirando amores e despertando paixões.

Lembra da música do Cine Regina?

Semanas atrás escrevi um artigo com o título “A natureza em Bom Despacho é surpreendente”. Eu e minha namorada bom-despachense havíamos encontrado dois veados em uma matinha, dentro de uma fazenda que pertence a um amigo da família. Avistamos os animais por alguns segundos, apenas, mas já foi o suficiente para eu passar a uma hora que corro naquele paraíso, dia sim, dia não, procurando os bichinhos, tentando revê-los e, quem sabe, até fotografá-los.

Na semana passada, enquanto corríamos, assustamos e fomos assustados por seis ruidosas araras Canindé, aquelas que são azuis nas costas e amarelas no peito e barriga. O barulho produzido por elas ao notarem nossa presença na estreita estrada de terra foi inacreditável. Eu e minha namorada nos assustamos muito, pois não as havíamos visto. Grandes e lindos animais! Claro, quando puxei o celular para tentar fotografá-las, já era tarde, pois elas já haviam voado para longe.

Em poucos dias, havíamos visto dois veados e seis araras. Em um momento de tanto sofrimento e dor por causa da pandemia de covid-19, uma das poucas boas notícias para mim foram esses encontros agradáveis com os belos animais.

No Domingo de Ramos, que foi objeto de um artigo na semana passada, eu e minha namorada bom-despachense corremos distâncias diferentes. Ela segue um treino indicado por seu “personal trainer”, que mistura correr X tempo em alguns dias, em outros correr X quilómetros, subir morros em outros dias. Eu já corro sempre “até o carro”, ou seja, corro com ela e, quando ela termina, eu continuo meu exercício até chegar ao carro, que paramos em pontos diferentes da estrada de terra a cada dia. Normalmente, pego o carro e a busco no meio do caminho, já que temos horários meio rígidos durante a semana. Por causa desses treinos diferentes, no domingo eu continuei correndo quando ela terminou o dela. Saí um pouco da matinha fechada e fui em direção a uma estradinha que leva à sede da fazenda do amigo que nos autorizou a usar aquele trecho de mata para exercitarnos. Gosto desse trecho fora da matinha, pois tomo um pouco de sol matinal.

Algumas centenas de metros neste trecho e ouvi o barulho enorme das araras. Elas estavam, as mesmas seis (acho que eram as mesmas, por serem também meia dúzia), em uma árvore a poucos metros da estradinha. Fizeram aquela algazarra e voaram para uma outra árvore, uns trinta metros mais distante. Saquei meu celular e tentei fotografá-las a esta distância. Nada. Meu celular é antiquíssimo, acho que de antes de inventarem o zoom. Na verdade, ele é quase pré-diluviano. Corri de volta até a mata fechada para tentar encontrar minha namorada bom-despachense e conven-

cê-la a ir comigo até o local onde as araras estavam. Precisava de dois milagres: 1) convencer minha namorada a ir comigo, depois de seu cansativo treino; 2) que as araras ainda estivessem lá nesse enorme tempo que passou entre eu as ter visto e a chegada de minha namorada ao local.

Consegui achar minha suada e cansada namorada no grito. Literalmente, gritei na matinha seu nome e ela respondeu de longe. “Venha rápido”, ordenei esperando que ela resmungaria algum xingamento de volta. Cansada, veio vagarosamente em minha direção. Pedi para que acelerasse o passo, mas não obtive resposta. Disse para correr atrás de mim, pois o prêmio seria bom. Corri até o local onde ainda se encontravam as aves. Vagarosamente, sem ter ideia do que iria encontrar, ela chegou ao ponto onde eu estava. “O que você está olhando?”, perguntou, entre curiosa e louca por uma cerveja. “As araras, as seis, estão naquela árvore, mas minha câmera não alcança as aves”. Animada com a descoberta, propôs-se a entrar no mato e ir até a árvore, para tentar fotografá-las de perto. “Ótimo”, respondi. “Eu ficarei aqui (o medo do mato alto é muito forte para um paulistano) e as filmarei voando, caso elas se assustem com sua presença”.

Liguei a câmera do celular, coloquei no modo “filmar” e acompanhei a ida de minha namora para debaixo da árvore das araras. Pressentindo a presença estranha, as araras

aumentaram o volume de suas conversas. Neste momento, descobri que a câmera de meu celular é ótima para captar sons, pois ouve-se perfeitamente o som delas. Já a imagem.... Minha namorada foi chegando perto, mais perto, até que o inevitável aconteceu: as araras voaram. E pior, não na minha direção, mas para o lado oposto ao que me encontrava. Não filmei arara nenhuma, apenas a caminhada de minha namorada no meio do mato e o som das araras.

Porém, quando ela retornou ao local onde eu, em segurança, a aguardava, ela me mostrou uma única foto que havia feito, na qual se podia ver algumas araras voando. Lindo! Enviei a foto para minha mãe e irmãos, além da filha, que nunca viram uma arara na natureza. Todos me parabenizaram pela “minha” foto das aves. Para manter o orgulho, não disse que a obra de arte havia sido feita pela namorada.

Esta semana, durante minhas corridas matinais, não senti cansaço algum ao correr meus dez/doze quilómetros, pois agora passo o tempo inteiro procurando dois grupos de animais: os veados e as araras.

Na corrida de hoje, minha namorada avistou e fotografou uma teia de aranha lindíssima, que espero que o Alexandre Coelho publique junto com a foto das araras.

A natureza em Bom Despacho é realmente surpreendente!

11 Bom Despacho (MG), 15 Abril 2021 DESTAQUE
Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD Lúcio Emílio do Espírito Santo é coronel reformado da PMMG, escritor e membro da Academia de Letras João Guimarães Rosa, da PMMG. Entrada do antigo Cine Regina, na Praça da Matriz de Bom Despacho
99922.2361
a música prefixo que tocava no Cine Regina apontando a câmera do seu celular para o QRCode ao lado.
Ouça

Covid provoca tragédia no Engenho

Poucas vezes o pequeno distrito do Engenho do Ribeiro vivenciou momentos tão tristes. Em apenas uma semana, três pessoas da mesma famíliamãe, filho e pai - morreram de Covid-19. Primeiro foi a mãe, Laudelina Maria de Sá, que faleceu dia 6/5. Dois dias depois morreu o filho, Edson Paulo de Sá. Finalmente, o pai, João Gomes – que não sabia da morte da esposa e do filho porque já estava internado em estado grave - não resistiu e também faleceu no dia 10.

O impacto das mortes no Engenho foi grande e deixou a comunidade perplexa, porque a família morava no distrito e era muito conhecida no local.

Diante do luto da comunidade, o Jornal de Negócios pediu ao escritor Geraldo Rodrigues – o Geraldinho do Engenho –para escrever um texto sobre o impacto da morte na comunidade que ele conhece tão bem.

Geraldinho, com sua sensibilidade e jeito simples, no mesmo dia enviou o texto ao jornal. Nele, o

escritor - amigo próximo do casal Gomes - fala do vazio deixado nele e na comunidade pela tragédia. “A morte desses amigos deve ser tomada como exemplo para que os mais desavisados se toquem da dimensão e gravidade desta pandemia”.

Geraldinho também comenta sobre a repercussão no comportamento das pessoas do Engenho e afirma que a pandemia de Covid-19 vai provocar muitas mudanças na humanidade.

Leia o texto abaixo.

"Triste é o lamento de não poder nem se despedir"

GERALDO RODRIGUES

Os três falecidos foram meus clientes e amigos. Conheci o casal João Gomes e Laudelina quando ainda eram solteiros. Portanto, os considerava membros de nossa família representada por toda a comunidade do Engenho do Ribeiro.

O casal foi meu cliente desde a década de 70, quando iniciei minha atividade comercial com uma vendinha na roça em minha propriedade rural. O João Gomes trabalhou para mim em passado bem recente prestando serviços na roça depois de aposentado.

A perda dessa família deixou um vazio enorme na comunidade. Eles foram peças importantes em nosso contexto social.

Ao que parece, até então a maioria dos moradores não estava levando muito a sério as medidas de segurança. A partir da

morte de Ângela - nossa primeira conterrânea a perder a vida acometida pela Covid-19 - a comunidade do Engenho

começou a se tocar. As aglomerações na praça diminuíram significativamente.

Agora, com esta tragédia, as máscaras que andavam no bolso e no pescoço estão cobrindo o nariz. Foi o que hoje pude observar. Antes o pessoal usava máscara apenas para entrar nos estabelecimentos onde o rigor exige. O mais triste é o lamento de não poder nem se despedir dos falecidos, fato que aumenta a angústia e o pesar de amigos e familiares.

Essas perdas representam um grande alerta para a população. Um verdadeiro puxão de orelha na comunidade inteira. A morte desses amigos deve ser tomada como exemplo para que os mais desavisados se toquem da dimensão e gravidade desta pandemia.

Mortes trágicas como da família Gomes espelham a triste realidade que enfrentamos.

Estou isolado desde março do ano passado. Nunca tive férias na vida, exceto algumas vezes em que fui

hospitalizado. Desde minha tenra idade trabalhei interruptamente. Agora estou numas férias forçadas. Jamais imaginei passar por momentos tão difíceis.

Levantar de manhã e não fazer nada é a tarefa mais difícil que enfrentei na vida. Louvo a Deus pelos filhos que tenho. Eles trabalham com afinco e cuidam de mim e de minha esposa com toda dedicação.

Com os meus 78 anos vividos eu só tomei conhecimento de tragédias epidêmicas através da tradição histórica. Quando os sepultamentos eram transladados nos ombros dos moradores ao cemitério em Bom Despacho, ocorreu no povoado da Extrema um surto de febre tifóide. Morreram tantas pessoas que por fim não estava sobrando gente para levar os mortos.

Espero que quando tudo isso passar possa haver uma

reforma universal abrangendo as questões sociais com mais humanismo. Sempre após uma guerra ocorrem grandes mudanças de hábitos e comportamentos humanos. Assim, espero que, passada essa trágica epidemia - a maior guerra viral já conhecida, sem nenhum estampido de bombas - as grandes potências mundiais a tomem como verdadeiro puxão de orelha do comandante maior, nosso criador, Deus onipotente e todo poderoso, e não a transformem numa torre de Babel, para que possam falar a mesma língua com a linguagem do coração, para o bem da humanidade.

Eu acredito que muitos dos hábitos trazidos pela pandemia serão incorporados nos comportamentos sociais. As questões de higiene, o hábito do uso de máscara, o álcool gel, são lições proveitosas deste aprendizado que, querendo ou não, o destino nos enfiou goela abaixo.

12 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 15 Abril 2021
Laudelina, Edson (no centro) e João Gomes (Foto postada em redes sociais)

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