Jornal de Negócios / Bom Despacho-MG

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Bom Despacho (MG), 15 Agosto 2021

DESTAQUE

Ano XXXII - Nº 1.615 • Fundado em 12/05/1989

FERNANDO

CABRAL

Municipalização é Direito das Crianças Página 6

ALEXANDRE

MAGALHÃES

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Bom Despacho (MG), 15 Agosto 2021 • GRÁTIS 1 EXEMPLAR

Furnas, o Mar de Minas: alegrias das lembranças

PAULO

HENRIQUE

Página 10

Paternidade é mais que um sobrenome Página 11

Bom Despacho tem novos CEP’s

Ruas, avenidas e praças agora têm CEP individual (Pag.7)

UBS retomaram a atenção básica sem espaço Covid

PÁGINA 9


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Bom Despacho (MG), 15 Agosto 2021

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É proibida a reprodução total ou parcial, em qualquer meio de comunicação, dos textos e anúncios produzidos pelo Jornal de Negócios - A publicação não autorizada por escrito sujeita o(s) infrator(es) às penalidades legais - Editor: Alexandre Borges Coelho - Tiragem: 6.500 exemplares – Impresso na Sempre Editora / BH – Editoração e Arte: Jornal de Negócios – Opiniões emitidas em artigos assinados não representam a opinião do Jornal, sendo responsabilidade exclusiva do autor – Distribuição livre em Bom Despacho, Araújos e Engenho do Ribeiro e dirigida em Martinho Campos, Moema, Luz, Pompéu, Abaeté e Nova Serrana - Este exemplar é propriedade do Editor, que autoriza a entrega grátis de 1 jornal por pessoa.

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Carretas batem de frente e interditam a BR 262 por horas

Uma batida de frente entre duas carretas boiadeiras no km 548 da BR 262, município de Luz, deixou três pessoas gravemente feridas e interditou o trânsito na rodovia durante quase toda a madrugada de quarta-feira (4/8). De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a colisão ocorreu à 00h05m entre as carretas Volvo FH 460 e Mercedes Benz Axor 2544. Ambas estavam vazias. O impacto destruiu as cabines de ambas. O motorista do Volvo, de 49 anos, foi socorrido em estado grave por uma ambulância da concessionária Triunfo Concebra. Já o motorista da

carreta Mercedes, de 41 anos, e sua acompanhante, de idade não informada, foram resgatados pelo SAMU também em estado grave. Todas as vítimas foram levadas para o Hospital de Luz. A batida provocou vazamento na pista de óleo diesel dos tanques de combustível das duas carretas, levando à interdição total do trânsito até as 4 horas da manhã para limpeza da rodovia e remoção dos veículos. De 4 às 5 horas o trânsito foi feito em sistema de pare e siga, sendo totalmente liberado depois disso. O iBOM não obteve informações sobre a causa e a dinâmica do acidente.

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7° Batalhão recebeu 24 novos soldados para reforçar efetivo

Na quarta (4/8) o 7° Batalhão recebeu 24 policiais que concluiram o Curso de Formação de Soldados da corporação. Os novos soldados – que fizeram o curso na sede da 7ª Região, em Divinópolis, foram recebidos em Bom Despacho pelo tenente-coronel Renato Pinheiro, comandante do 7° BPM.

Segundo a Polícia Militar, os novos policiais serão distribuidos em unidades da região para reforçar o efetivo da corporação na área atendida pelo 7° Batalhão. Na foto, o tenente-coronel Renato Pinheiro (na frente, ao centro, de máscara preta) com os soldados recém-chegados.

Fui a Leandro Ferreira rezar a Padre Libério Página 8


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PM descobre tentativa de fraude em registro de acidente na Rua Rosário A Polícia Militar foi acionada por volta das 23h30m de quinta-feira (29/7) devido a um acidente de trânsito na Rua do Rosário, pouco acima do cruzamento com a Rua Gustavo Lopes Cançado. No local, um BMW 320i subia a Rua do Rosário quando seu motorista perdeu o controle da direção. O carro bateu na mureta de proteção de uma árvore, atravessou o canteiro central e parou na pista contrária, na contramão. O impacto quebrou a roda dianteira e danificou várias partes na frente e lateral do veículo. Não houve feridos. Quando a PM chegou no local, uma mulher se apresentou como condutora do veículo. Aos policiais ela disse que dirigia o BMW, dormiu no volante e bateu o carro. Disse ainda que acionaria o seguro para remover o carro. Essa versão foi confirmada por um homem que afirmou estar com ela no veículo e se apresentou como testemunha. Após registrar a ocorrência com o depoimento de ambos, a PM recebeu informações de testemunhas, que não quiseram se identificar, de que o BMW era dirigido por um homem. De acordo com os denunciantes, após a batida o motorista desceu do carro, mostrava sinais de embriaguez e fugiu do local. Ele estaria sozinho e seria irmão da mulher que se apresentou à Polícia dizendo estar dirigindo a BMW.

Diante da denúncia, a Polícia foi atrás de gravações de câmeras de segurança em estabelecimentos próximos ao local do acidente. Um militar contou ao Jornal de Negócios / iBOM que imagens obtidas pela PM mostram o acidente, confirmam que o motorista era mesmo um homem e que ele estava sozinho no veículo, tendo descido do carro e evadido do local após bater o BMW. Esse relato foi incluido no registro da ocorrência junto

com o vídeo da batida. Agora o caso será investigado pela Polícia Civil. O militar ouvido pelo Jornal afirmou que, diante das imagens, a mulher que se apresentou como motorista pode ser processada por crime de falsidade ideológica. Já o homem que disse estar no carro poderá responder por falso testemunho. Ambos podem também ser enquadrados por tentativa de fraude contra a seguradora (iBom).

Tragédia na rodovia deixa mãe e filha mortas Um grave acidente com um Chevrolet Corsa deixou duas pessoas mortas e três feridas na MG-164, perto de Martinho Campos, na tarde de sábado (31/7). Aparentemente o motorista perdeu o controle do veículo, que saiu da pista e bateu numa árvore na margem da rodovia. Na batida morreram mãe e filha – de 22 e 45 anos de idade. A batida deixou o Corsa semidestruido. O atendimento das vítimas foi feito por duas ambulâncias do SAMU e por uma equipe do Corpo de Bombeiros. Ao chegar no local os socorristas já encontraram as mulheres mortas. Duas crianças foram resgatadas do veículo: um menino de 2 anos em estado grave e outro de apenas 5 meses. Ambos receberam atendimento no local e foram levados para a Unidade de Pronto Atendimento de BD. “Coisa mais triste de se ver. Vi tirar os corpos das duas mulheres e os filhos serem encaminhados para o hospital”, publicou em rede social uma testemunha que assistiu ao resgate das vítimas. De acordo com essa postagem, as vítimas são do distrito de Ibitira e moram no bairro São Vicente. O motorista, um homem de idade não identificada, estava consciente e em estado de choque. Ele foi atendido e também levado para a UPA de Bom Despacho. Não foram divulgadas informações sobre o que teria causado a perda do controle do veículo (iBom).

PM troca tiros com suspeitos ao atender ocorrência na Cascalheira A Polícia Militar foi recebida a tiros na noite de sábado (25/ 7) no local conhecido como Cascalheira – área que fica na confluência da avenida Rio de Janeiro com rua Montalvânia, no bairro São Vicente. Os militares foram até o local após a PM receber denúncia pelo 190 informando que havia homens portando armas de fogo artesanais no local. Segundo a corporação, o local é ponto de tráfico de drogas. O iBOM apurou que três viaturas com 8 militares foram para o local e chegaram cercando a área. Nesse momento as equipes foram recebidas a tiros. Os policiais revidaram. De acordo com a PM havia aproximadamente 20 pessoas no local. Após os tiros os suspeitos correram em diferentes direções. Um deles, de 23 anos

com passagens pela Polícia, jogou uma arma no chão e correu, mas foi pego pelos militares. Os demais conseguiram fugir e se esconder em residências e até

numa mata das proximidades. Apesar dos tiros não houve registro de feridos. Os policiais apreenderam uma arma de fogo artesanal e uma munição calibre 12 (iBom).


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Municipalização: os professores receberão do Estado até se aposentarem, diz prefeito Na semana anterior o Executivo enviou à Câmara Municipal o projeto de lei propondo a municipalização das séries iniciais das Escolas estaduais que oferecem o ensino fundamental em Bom Despacho. São elas as Escolas Coronel Robertinho, Chiquinha Soares, Maria Guerra e Egídio Benício. Antes mesmo de aportar no Legislativo, o projeto já

tinha apoiadores e opositores. Mas o que propõe o projeto? Quais mudanças prevê no sistema atual? Traz benefícios para a comunidade? Quais? E o que muda para alunos, professores e serviçais? Para responder a essas questões, o Jornal de Negócios ouviu o prefeito Bertolino da Costa. Em

entrevista rápida, ele afirma que a mudança será benéfica para a comunidade escolar, vai trazer mais dinheiro para a educação em Bom Despacho e não tira nenhum direito ou benefício dos professores e serviçais, que continuarão sendo pagos pelo Estado até se aposentarem. Veja na entrevista a seguir.

Qual é a ideia central da proposta? O município assume os alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Infantil que hoje estão na rede estadual da cidade. Atualmente, são 852 alunos estudando nas escolas Egídio Benício (7° Batalhão), Coronel Robertinho, Chiquinha Soares e Maria Guerra, no Engenho do Ribeiro. Como será feita essa mudança? Pela proposta atual, no primeiro ano a gestão das Escolas Cel. Robertinho, Chiquinha Soares e Maria Guerra será compartilhada entre Estado e Município. O objetivo é integrar e promover a troca de experiências entre os professores. Aproveitar para a rede municipal as melhores experiências e saberes da rede estadual e vice-versa. Já no caso do Egídio a municipalizaçaõ será imediata. O prédio da Escola será cedido ao município, mas sem nenhuma alteração de diretoria ou do quadro funcional da Escola. E depois desse primeiro ano?

Depois de um ano os alunos passarão para as escolas municipais, liberando a rede pública estadual, que é responsável pelo Ensino Médio. Que contrapartida Bom Despacho terá com a mudança? De imediato, o Estado repassa R$ 5 milhões para a Prefeitura construir novas escolas e ampliar as atuais visando receber os alunos que hoje estão no Coronel Robertinho, Chiquinha Soares e Maria Guerra. Além disso, repassará mais R$ 250 mil para compra de veículos e R$ 120 mil para mobiliário e equipamentos escolares. Bom Despacho tem muito a ganhar com a mudança. Como fica a situação dos professores e serviçais do Estado que trabalham nessas Escolas? Eles continuarão dando aula para os alunos do Ensino Fundamental e Infantil nas escolas do município. Mas o salário deles continuará sendo pago pelo Estado, sem nenhuma perda salarial ou de carreira, até que eles se aposentem

pelo IPSEMG. Também não há risco de perda ou transferência para outra cidade. Ficarão nas escolas de Bom Despacho, sendo pagos pelo Estado, até se aponsentarem. A mesma regra vale para os serviçais efetivos. E os contratados? No caso deles a situação também continuará como é atualmente no Estado. Serão contratados de acordo com a necessidade, tal como é feito hoje. E o dinheiro do FUNDEB, com quem ficará? O município passa a receber o valor do FUNDEB relativo a esses 852 alunos, que hoje vai para o Estado. Mas como o Estado continuará pagando professores e serviçais efetivos até se aposentarem, vai sobrar para Bom Despacho mais R$ 600 mil do FUNDEB por ano para investir na educação Infantil e Fundamental. Será um dinheiro extra. Com ele a Prefeitura poderá, por exemplo, investir em melhoria salarial para professores, mais recursos pedagógicos e outros benefícios.


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Municipalização é Direito das Crianças FERNANDO

CABRAL

Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e vereador em Bom Despacho

Semana passada o Prefeito Dr. Bertolino enviou à Câmara Municipal projeto de lei propondo a municipalização das séries iniciais das escolas estaduais com ensino fundamental. A escola Egídio Benício seria totalmente municipalizada. Quanto às escolas Chiquinha Soares, Cel. Robertinho e Maria Guerra, a municipalização abrangeria apenas as turmas até a 5ª série. Desejada desde o tempo do império, a municipalização é uma forma de fugir do controle do poder central, dar maior autonomia aos municípios e assegurar melhorias na qualidade da educação. Anísio Teixeira, um grande educador brasileiro, investiu mais de 50 dos seus 70 anos de vida na luta pelo ensino primário universal. Como requisito desta conquista, ele acreditava ser necessário que cada município administrasse suas próprias escolas. Era a forma de garantir que todas as crianças, e não apenas alguns filhos de famílias privilegiadas pudessem aprender a ler e escrever. No fim da década de 50 do século passado, Anísio apresentou uma proposta que, vagarosamente, vem-se realizando. Para ele, o país deveria ter uma lei de diretrizes e bases de vigência nacional, mas as escolas primárias seriam totalmente municipais, autônomas, orientadas e supervisionadas por um Conselho de Educação formado por especialistas e cidadãos de cada município. Embora visionário, Anísio Teixeira tinha um agudo senso de realidade. Ele sabia que educação custa dinheiro. Assim, embora o ensino devesse ser municipal, o custeio seria rateado entre Município, Estado e União Federal. Ele sabia que sem

A municipalização do ensino fundamental e infantil é uma tendência mundial que tem dado certo. É o que demonstram estudos feitos no Chile, Argentina, Salvador, México. Mesmo nos Estados Unidos, onde o ensino fundamental já nasceu fortemente municipalizado, alguns estados como Nova Iorque devolveram suas escolas de ensino fundamental para os municípios. No Brasil não tem sido diferente: a municipalização tem trazido melhorias mensuráveis para as crianças que estudavam em escolas administradas pelos estados e foram transferidas para os municípios. Mas, como toda mudança, esta também encontra resistência e enfrenta obstáculos. Os obstáculos precisam ser conhecidos e removidos. As resistências ilegítimas precisam ser afastadas e as legítimas, reconhecidas e superadas. Cabe ao poder público enfrentar cada uma destas questões de forma democrática, transparente e técnica. Só assim as crianças colherão benefícios e as famílias terão motivos para apoiar a mudança agora e no futuro. ajuda do Estado e da União, o Município não teria como financiar a educação de todos. O modelo proposto por Anísio representa três conquistas. A primeira, a possibilidade de cada município, com o apoio do Conselho Escolar, ajudar o currículo escolar e o ano letivo às condições específicas da região. A segunda, na área social, pois educadores, auxiliares e gestores teriam vínculos mais fortes com a comunidade, com pais e mães, com o prefeito, com os vereadores e não com um governo distante e inatingível. A terceira na área administrativa, já que todas as decisões relativas à educação, incluindo a formação de sua rede física, seriam tomadas pelo poder local. Na visão de Anísio, este formato garantiria educação universal e de qualidade. Em grande medida a Constituição de 1988 acolheu a proposta de Anísio. No seu artigo 211 ela estabeleceu que os municípios devem atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação

infantil. Nos artigos 212 e 212A ela obriga União Federal, Estados e Municípios a fazerem investimentos mínimos na educação. Além disto, ela cria FUNDEB (antigo FUNDEF), um fundo específico destinado a garantir o dinheiro necessário. O FUNDEB não só canaliza verbas para a educação, mas também facilita sua aplicação e sua fiscalização por todos. Ou seja, garante o dinheiro e dá transparência na sua aplicação. As determinações constitucionais foram acolhidas em leis diversas, como a Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases LDB), Lei 14.113, que regulamenta o FUNDEB. Em Minas Gerais a indução à municipalização consta da Constituição do Estado e também na Lei Estadual ! 12.768/98. Vemos, portanto, que há marco legal que favorece e estimula o sonho de um ensino fundamental e infantil administrado pelo Município e orientado, supervisionado e fiscalizado pelo Conselho Municipal de Educação, pelos vereadores e pela comunidade em geral.

Ganhos com a municipalização Em vários estados a municipalização do ensino fundamental está mais adiantada do que em Minas Gerais. Bahia e São Paulo são exemplos disto. O resultado da municipalização em São Paulo foi analisado por Andréia Zaitune Curi e André Portela Souza, professores da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas. O estudo deles

demonstra que transferências de escolas do Estado para o Município trouxe melhoras. Para chegar a esta conclusão, eles analisaram indicadores como IDEB, taxa de reprovação, taxa de abandono, taxa de distorção idade-série e competência dos alunos. Comparando escolas que permaneceram com o Estado com as escolas que foram transferidas para o Município,

os pesquisadores constataram que as transferidas continuaram oferecendo ganhos cada vez maiores para os estudantes. Ou seja, quanto maior o tempo transcorrido entre a municipalização e a época da avaliação, maior o ganho de qualidade. Mas, nem tudo são flores. Em municípios pequenos e pobres os resultados foram menos satisfatórios (confira aqui: https://tinyurl.com/ municipalizacao) ou aponte a câmera do celular para o QR Code abaixo

Cel. Praxedes: exemplo de benefícios da municipalização

Oportunidade que nós não podemos perder Se o Estado de Minas decidisse não aceitar novas matrículas no ensino fundamental a partir de 2022, Bom Despacho teria problemas. A prefeitura teria que, atabalhoadamente, acolher todos os novos alunos que antes iriam para as escolas estaduais. Prefeito, vereadores, Conselho Municipal, professores, pais e mães, seríamos todos impotentes com relação a isto. Em vista do que dispõe a Constituição, mesmo o Ministério Público provavelmente iria contra o Município e deixaria o Estado em paz. Como, aliás, vem fazendo há anos nesta área. Assim sendo, é vantajoso aceitar a proposta do Estado que permite ao Município assumir seus compromissos com a educação e ainda levar alguma vantagem. Vantagem que se expressa na transferência de R$ 4.182.701,13 para construção de novas escolas e aquisição de veículos e equipamentos; cessão do prédio onde funciona a Escola Egídio Benício, sala de informática, e mais R$ 4.143.650,88 anuais vindos do FUNDEB. Além disto – o que é muito importante – as 29 professoras efetivas das séries iniciais da rede estadual seriam cedidas ao município sem custos. Por isto, firmar o convênio com o Estado traz vantagens para todos. Especialmente, para os estudantes e para seus pais, que terão vínculo mais próximo com as autoridades escolares. O dinheiro para as novas escolas, por exemplo, é providencial. Faz tempos que a Prefeitura já separou terrenos para construir novas escolas. Um deles está no Bairro Jaraguá e outro está entre os bairros de Fátima e Babilônia. No Engenho do Ribeiro também há uma área para a construção da escola. Com o dinheiro que será repassado pelo Estado, a prefeitura poderá construir estas escolas, levando as salas de aula para mais perto dos alunos. A municipalização, na forma proposta, é uma oportunidade que não podemos perder.

Preocupação dos profissionais de ensino As profissionais de ensino da rede estadual que dão aula para as séries iniciais manifestaram preocupação com seu destino. Faz sentido, pois o fechamento das séries iniciais poderia levar o Estado a transferi-las para outras cidades. Elas temem também por alterações em suas carreiras. No entanto, elas estão protegidas. No caso da carreira, a proteção está garantida na Lei Estadual ! 12.768/98. A permanência delas em Bom Despacho, e a garantia do trabalho na mesma área em que estão trabalhando está garantida pelo convênio e pelo projeto de lei enviado pelo Executivo. É importante também salientar que a mudança será lenta. Até que a Prefeitura construa novas escolas, as turmas continuarão funcionando onde estão atualmente. Há ainda outra oportunidade

para as professoras da rede estadual: aquelas que não quiserem dar aulas nas escolas municipalizadas poderão optar por fazer um curso oferecido pelo Estado e em seguida assumir turmas nas séries finais.

Haverá melhora na qualidade do ensino Os estudos demonstram que a municipalização tende a melhorar a qualidade do ensino fundamental. Em Bom Despacho não será diferente. Por exemplo, nos últimos anos a Escola Egídio tem tido um desempenho ótimo. Não só no IDEB, mas também em concursos variados de que participam seus alunos. A incorporação dos profissionais que lá atuam à rede municipal trará reflexos positivos para todos. Portanto, a chegada destes profissionais cedidos será benéfica e muito bem-vinda. A integração será harmoniosa, até porque 58 professoras da rede estadual já trabalham na rede municipal. Além disto, já temos um belo exemplo dos efeitos positivos da municipalização. Trata-se da Escola Cel. Praxedes. Ela era estadual e foi municipalizada. O Cel. Praxedes sempre foi uma escola boa e de grande

fama, mesmo assim melhorou após a municipalização. Não só na reconhecida qualidade de ensino, mas também nas instalações. Ganhou biblioteca, quadra coberta, novas salas de aula, sistema de proteção contra incêndio. Tudo isto após a municipalização. Olhando para um exemplo como este, podemos ter certeza de que a municipalização em Bom Despacho realizará o sonho de Anísio Teixeira de ver ensino fundamental democrático, de alta qualidade e acessível a todas as crianças. Será revigorante ver a união de forças entre profissionais da rede estadual e da rede municipal em prol de uma educação universal e de qualidade. Nossas crianças sairão ganhando. Com isto, nossa cidade sairá ganhando. É por isto que vejo a municipalização como um direito das crianças e um dever de todos nós.


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Bom Despacho tem novos CEP’s Ruas, avenidas e praças de BD agora têm CEP individual

Desde o dia 2 de agosto cada rua, avenida, praça e travessa de Bom Despacho tem um CEP (Código de Endereçamento Postal) individual. A nova codificação postal da cidade possui inicialmente 902 números diferentes, que vão de 35630000 até 35637-898. O CEP geral 35600-000, usado até então para toda a cidade, deixa de ser utilizado pelos Correios. O CEP é uma sequência de números usada pelos Correios para identificar endereços no país inteiro. Cada número identifica um trecho de via pública ou até uma região da cidade. Segundo os Correios, o código facilita e agiliza a separação e distribuição da correspondência, especialmente quando ela

é realizada por equipamentos eletrônicos. Ouvida pelo iBOM / Jornal de Negócios, a Gerência Regional dos Correios em Minas Gerais, com sede na capital, afirmou que a implantação de CEP específico para cada via pública permite mais agilidade nas entregas, “aprimorando a segurança, prazo e qualidade do serviço” em Bom Despacho. Ainda de acordo com a Gerência Regional, os usuários de Bom Despacho, tanto pessoas físicas quanto empresas, devem atualizar seus endereços com o novo CEP junto a seus remetentes. Embora não exista prazo específico para se adaptar ao

novo CEP, essa providência evitará “risco de atrasos provocados pela informação desatualizada”. A repartição destaca que os prazos de entrega dos Correios “são garantidos apenas quando (...) o endereçamento estiver correto e completo – incluindo o CEP pertinente”. Sites de compras, órgãos do governo e outras entidades que utilizam a base de endereços dos Correios não mais reconhecerão o uso do antigo CEP geral de Bom Despacho (35600-000). Todos exigirão o uso do código individual. O Engenho do Ribeiro passa a ter o CEP 35639-000 e a zona rural o CEP 35637-899.

Pesquise os novos CEP’s apontando o celular para o QRCode

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Bom Despacho (MG), 15 Agosto 2021

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Fui a Leandro Ferreira rezar a Padre Libério Tadeu de Araújo Teixeira é professor, escritor e fundador da ABDL

Agora, no final do mês de julho, fiz como o povo do Centro Oeste faz. Fui rezar para o Santo de nossa região, o Padre Libério. Visitei seu túmulo que, por determinação do Vaticano, foi levado com seus restos mortais para o interior da Igreja Matriz de Leandro Ferreira. Isso foi um passo importante para a beatificação e depois a santificação dele pela Igreja Católica. Será um acontecimento que não demora e que fará justiça à memória de um dos padres mais amados pela população de Minas Gerais. Com a humildade de nossa gente, por dois domingos seguidos, senti a emoção de assistir a duas missas na Matriz de Leandro Ferreira, rogando ao nosso Santo pela minha saúde, de minha família e de todos os pais cuja data de celebração será feita no Brasil neste domingo 8 de agosto. Biografia Lagoa Santa: terra natal do Padre Libério, onde ele nasceu em 1884. Uma cidade mineira que fica situada a apenas 38 km de Belo Horizonte. Cidade famosa por ter recebido, há tempos, o cientista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, que ali fez pesquisas e achados de admiráveis fósseis paleontológicos que enriqueceram a paleontologia mundial. Talvez por ser uma cidade turística, Lagoa Santa possui um bom aeroporto, denominado Tancredo Neves. Sua grande atração é a Gruta da Lapinha, onde Lund chegou a morar num ambiente rústico, primitivo, durante suas pesquisas. A gruta tem 40m de profundidade e uma extensão de 510m. Padre Libério, hoje, em Lagoa Santa é uma lenda vida e um exemplo de santidade. Lá ele é seguido e admirado pelos antigos, despertando curiosidade e respeito dos mais novos. Dele se contam muitas histórias e milagres, e moradores que tiveram contato com ele o vêem como seu líder espiritual e relatam com a alma cheia de carinho e fé episódios de sua vida. A Infância Terceiro filho do casal Joaquim Rodrigues de Castro e Francisca Moreira da Costa, Libério nasceu e cresceu em Lagoa Santa, só saindo dali para seguir sua vocação sacerdotal depois dos 20 anos. Viveu modestamente com os pais e os dois irmãos, Maria e Antônio. Padeceu com os pais a pobreza, comum entre o povo carente dos princípios do século XX. Sacrificados pela pobreza, nem isso lhes tirou a vontade de viverem decente e honestamente. Moravam numa rua pobrezinha, residindo todos numa pequena casa, pouco espaço, mas extensa no número de amizades que angariavam. Os antigos contam que Libério era um grande companheiro na infância. Muitos se lembram de terem ido à casa dele, insistindo que a mãe o deixasse sair para brincarem. O pequeno Libério, em fase escolar, entrou para a Escola Estadual Lund, onde

Padre Libério deu uma bênção, com os olhos fitos na fonte seca e com as mãos dirigidas a ela. No outro dia, a água voltou a correr e até hoje jamais voltou a secar. Lá em São José da Varginha, ela passou a se chamar a “Mina do Padre Libério.”

preenderem os erros, renunciarem aos pecados e mudarem de vida. Chegou a vez de Nova Serrana, onde o povo o acolheu e o aclamou nas ruas, recebendo-o como um enviado de Deus. Durante também sete anos ele conviveu com os fiéis neo-serranenses que o amavam muito. Designado após esse tempo, Padre Libério estabeleceu-se na pequenina Leandro Ferreira, sempre em companhia da irmã, que perdera o pai, a mãe e o irmão. Ela foi uma verdadeira e competente secretária dos trabalhos do irmão. Ela morreu em Leandro Ferreira, terra amada pelo Padre Libério, terra onde ele pediu para ser sepultado quando morresse e que hoje é o maior ponto de romaria do Centro Oeste de um santo que viveu entre nós. Já velho e cansado, procurou repouso em Pará de Minas e em Divinópolis.

Por sete anos ele ficou naquela cidadezinha. A comunidade louvava a Deus por sua presença. A presença de um padre bom, conselheiro, que ajudava os pobres e com paciência e jeito fazia as pessoas com-

Morte do Padre Libério Ele faleceu em Divinópolis a 21 de dezembro de 1980, à 23h e 40 minutos, onde foi velado até às 7h do dia seguinte. Seu corpo ficou exposto na Catedral do Divino Espírito

um de seus primeiros milagres. Havia um bica d’água na cidade, que nascia de um barranco e, como a Biquinha de Bom Despacho, servia a toda a população. Um dia esta bica de São José secou. Instalou-se um grande transtorno entre a população, com a falta d’água.

Padre Libério celebrando missa permaneceu até completar seus estudos primários. A família Castro era gente boa demais: desde os pais até o caçula. À religião e às coisas de Deus eram coisas a que eles davam crédito com fartura. Desde pequeninos freqüentavam a igreja com os pais. Participavam das missas, das missões e do catecismo. Adolescência e juventude Libério tornou-se um rapazinho. Arrumava já um servicinho e outro, sem faltar à escola e trabalhava nas horas vagas, ganhando uns trocados para ajudar a família. Na escola levou a sério as lições, estudou com afinco, debruçando-se nos livros noite adentro, por isso alcançava sempre boas notas nas matérias do currículo. Vocação sacerdotal Naquela época, todo mundo achava que ser padre era uma das melhores escolhas que uma criança ou jovem poderiam fazer. O menino tinha demonstrado desde cedo o desejo de ser padre. Manifestou isso em casa e todos ficaram felizes por sua decisão. A mãe deu graças a Santa Perpétua e bendisse a Deus pela escolha do filho. Mas a dura verdade é que ser padre era muito difícil para um pretendente pobre, que não tinha como fazer frente às despesas e mensalidades a serem pagas ao seminário. Para os que tinham dinheiro era mais fácil, mas os pobres ficavam esperando caridade ou o apoio de um benfeitor. Esse apareceu na figura do Padre Vieira, vigário de Lagoa Santa, de quem ele era coroinha. Percebendo o talento e a bondade do jovem, o sacerdote resolveu ajudá-lo. Sabia da pobreza da família, por isso achou certo dar uma força. Viajou para Mariana, conver-

sou com os padres de lá e convenceu-os a admiti-lo para não desperdiçar aquela grande vocação que se pronunciava no jovem Libério. Assim, aos vinte dois anos ele foi para o seminário de Mariana realizar seu sonho de ser padre. Ali, por dez anos , teve lições de Filosofia e Teologia, ouviu e praticou as coisas de Deus. Sobressaiu-se na piedade e no comportamento e conseguia as melhores notas em Português, Matemática, Latim, Francês e nas disciplinas do currículo. Depois de uma dezena de anos cumpriu-se a vontade de um jovem e de uma mãe que sempre quis ver o filho padre e sempre rezou para que isso acontecesse pelos milagres de Deus. Dez anos que custaram a passar, mas tinham passado e o filho, no dia 25 de abril de 1916, em cerimonial presidido pelo lendário e cultíssimo bispo Dom Silvério Gomes Pimenta – creio que o primeiro bispo negro da história eclesiástica do Brasil - Libério recebeu a sagração e estava pronto a exercer seu sacerdócio, para a felicidade e as alegrias incontidas de sua mãe, de seu pai, irmãos e familiares. Com a presença de toda a sua família, celebrou ele sua primeira missa em Mateus Leme. Dom Silvério encaminhou-o para ser coadjutor do vigário de Pitangui, o Monsenhor Artur de Oliveira, onde ficou por 8 anos, servindo à comunidade com o entusiasmo e a bondade que Deus lhe deu. Saindo de lá deixou saudades entre o povo católico que o amava e foi para Pequi. Sempre que podia viajava a Lagoa Santa para visitar os familiares, que o acolhiam com orgulho, principalmente os pais Joaquim e Francisca, que iam ficando bem idosos e os irmãos Maria e Antônio. Depois foi mandado para São José da Varginha. Conta a história que lá realizou

Afirma-se que o Padre ficou triste, porque a fonte tinha secado e disse que ninguém ficasse preocupado que ele ia dar um jeito. “- Amanhã mesmo, esta água estará correndo de novo para que todos possam continuar bebendo e se servindo dela.”

Santo onde multidões acorreram para vê-lo pela última vez. Às 10 h, o bispo Dom José Costa Campos presidiu a missa concelebrada por vários sacerdotes. Após a missa, seu corpo foi levado para Pará de Minas, ficando em exposição na Igreja Nossa Senhora das Graças, onde o povo aos milhares prestaram-lhe a última homenagem. Então Padre Libério, como pedira em vida, foi sepultado, junto de sua irmã Maria, em Leandro Ferreira, após a missa na igreja que ele mesmo erguera. Aos 96 anos de vida e apostolado, foi-se desta vida certamente para glória dos Céus, essa figura admirável do interior de Minas, o Padre Libério, “o Santo de Nossos Dias” tão bem retratado em outro livro de autoria do escritor João Batista Silva, da Academia Bom-Despachense de Letras. Agradecimentos à Marlene do Berto Domingos, dedicada secretária do Dr. Mesquita, e a José Antônio, autor de um livro antigo e pouco conhecido, “A Vida de Padre Libério”, 3ª Edição, 1990, de cujas páginas retirei informações básicas para escrever esse trabalho.


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Bom Despacho (MG), 15 Agosto 2021

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UBS retomaram atenção a básica sem espaço Covid ATENDIMENTO DE COVID É FEITO EM DOIS LOCAIS NA CIDADE

Desde quarta-feira (4/8), o atendimento de pessoas com suspeita de Covid-19 em Bom Despacho é feito exclusivamente nas Unidades Sentinela montadas na Santa Casa e no bairro São Vicente. Devido à diminuição nos casos de Covid em Bom Despacho, as 17 UBS (Unidades Básicas de Saúde) da cidade retomaram o atendimento de rotina da população, sem o espaço Covid. “O objetivo é liberar as equipes das UBS para retomar a atenção básica de saúde”, explicou ao Jornal de Negócios / iBOM a coordenadora Deborah Cunha. Com isso, voltou o atendimento para pacientes com diabetes, hipertensão, problemas renais, cerebrais e outras doenças. Devido à pandemia, esses atendimentos estavam limitados ou suspensos para evitar contaminação.

“A Covid não acabou, mas a melhora significativa do quadro epidemiológico na cidade permite restabelecer o atendimento normal das UBS, inclusive dos programas de educação e prevenção como é o caso dos grupos de gestantes e de combate ao tabagismo, entre outros”, ressaltou para o Jornal de Negócios o prefeito Bertolino da Costa. Unidades Sentinela Pessoas que tiverem com suspeita de Covid-19 devem procurar as duas Unidades Sentinela Covid montadas pela Prefeitura. Uma fica na Rua Fortaleza, 255 – onde funcionava o antigo centro multiprofissional do bairro Aeroporto – e atende de 8 às 17 horas. Segundo a coordenadora Deborah Cunha, essa unidade foi montada na região do Cidade Nova em razão da distância,

evitando que os habitantes dessa região tenham de se deslocar até o centro da cidade. A outra unidade sentinela é o Pronto Socorro de Sintomas Respiratórios da Santa Casa, que funciona de 7 às 19 horas. “Depois desse horário a pessoa deve procurar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde será atendida em local separado dos demais pacientes”, explicou ao Jornal de Negócios / iBOM a secretária de Saúde Neide Braga. Zona Rural Na UBS do Engenho do Ribeiro e no posto de saúde do Mato Seco – onde o número de atendimentos é pequeno - foi mantido o atendimento dos casos suspeitos de Covid-19 também para evitar que os usuários dessas unidades precisem se deslocar até a cidade (iBom).

Secretaria de Saúde foi para a Praça Irmã Albuquerque

VEJA NO

A Secretaria Municipal de Saúde foi transferida para o antigo prédio da Prefeitura, na Praça Irmã Albuquerque, 45, região central da cidade. Conforme o Jornal de Negócios / iBOM já havia informado em junho do ano passado, o prefeito Bertolino decidiu levar a Secretaria de Saúde para o o local porque fica em local de acesso fácil para o público e próximo da Santa Casa, do Pronto Socorro, de clínicas, laboratórios e outros serviços de saúde.

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Acessibilidade Para revolver a questão da acessibilidade do prédio, construido há cerca de 30 anos, a entrada do público foi transferida para a outra ponta do imóvel, no local onde funcionava a Junta do Serviço Militar. Essa entrada fica no nível da rua e não tem degrau. Por ali os usuários têm acesso aos guichês de atendimento. Na nova entrada foi montada também uma sala para receber

pessoas com deficiência que tenham dificuldade com escadas. Nesse caso, o servidor responsável vai até a sala no térreo fazer o atendimento do usuário. Casa de Cultura Também como já revelou o jornal, o prédio do antigo Clube Bom Despacho (CBD), onde a Secretaria de Saúde estava desde 2015, será

transformado numa Casa de Cultura. O local vai sediar teatro, espaço para apresentações artísticoculturais, cursos, oficinas e palestras na área de cultura e biblioteca municipal. Bertolino afirmou para o Jornal de Negócios que seu objetivo é “resgatar e transformar um local que durante décadas foi um ícone de cultura e convivência social em Bom Despacho”.


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Bom Despacho (MG), 15 Agosto 2021

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Acabou nosso Carnaval Furnas, o Mar de Minas: alegrias das lembranças e tristezas da realidade

Integrantes da Locaia, nome inspirado no termo ocaia da língua da Tabatinga e que significa “loucos por mulheres”. FOTO SUPERIOR - Em pé: Bruno do Tadeu, Dengo Fidelis, Marcelo Xuxa, Joesse, Mateus, Beto Queiroz, Pérsio e Leo Bocao. Sentados: Gustavo Jardim, Haroldo Rosa, Thalia, Priscila e Celso Lembi FOTO AO LADO - Beto Queiroz, Elder do Orlando, Mateus, Marcelo Xuxa, Leo e Dan LÚCIO EMÍLIO JÚNIOR

Minha geração foi a última a ver as turmas de carnaval em Bom Despacho. E, com certeza, uma das últimas a ver os desfiles das escolas de samba. Lembro-me do desfile em 1988. Era especialmente fascinante a escola de Dona Sebastiana, composta só por negros. Conversando com parentes que viveram o período, contaram-me que o desfile das escolas de samba foi acabando aos poucos, pois implicava em gastos e dava trabalho. As turmas vestiam fantasias e havia o prêmio por fantasia. Lembro-me de ir ao Clube Social e ver as meninas da Unidos por Acaso vestidas com fantasias de capetinhas, de diabinhas. Pensei como devia ser sexy participar de uma turma. Havia outras: Tropicana, Staff, Oi Tentação. Os blocos alugavam uma sede, que era uma sede ou casa velha, à noite tinha o Clube Social e o concurso dos blocos. A cidade era toda decorada, Roniere Menezes fez uma marchinha (veja a letra ao lado) que tocou no rádio graças ao Célio Luquini; que sem dúvida tem carinho pelas coisas da cidade. Havia um concurso de Rainha do Carnaval. Uma parente minha ganhou, mas era marmelada, pediram a ela para ceder o lugar a duas outras, pois era preciso desfilar no palco. Ela, tímida, ficou aliviada. Na minha época (anos 90) eram Ideograu, Locaia, Pelourinho. “Locaia” tinha o termo da Língua do Negro da Costa, “ocaia”, que é mulher. Depois da minha época, as turmas acabaram. Acabou nosso carnaval. Lúcio Emílio Júnior é professor e escritor Texto publicado na página Revista Cidade Sol em 14.02.2021

NÓS DOIS PELA CID ADE CIDADE FOI NO JARDIM SEM FLOR QUE EU COLHI VOCÊ DEI UM SORRISO ABRI MEU CORAÇÃO VOU TE ABRAÇAR, TE LEVAR PELA CIDADE LÁ NA BIQUINHA MOLHEI SEU BELO ROSTO NA MINA OUVI A SEREIA CANTANDO MATANDO A SEDE DE MACUNAÍMA NÓS DOIS, NÓS DOIS NA RUA DO CÉU, MEU AMOR EM LUA DE MEL NO PARAÍSO NÓS DOIS, NÓS DOIS, NA CRUZ DO MONTE SE VOCÊ QUER UM BEIJO, EU TE DOU UM MONTE NA TABA, TABA, TABATINGA VI UMA NEGRA LINDA FALAR EM OUTRA LÍNGUA NA TABA, TABA, TABATINGA VI BATUQUE E GINGA MISTÉRIO DAS COLINAS NA PRAÇA DA ESTAÇÃO CHEGOU, CHEGOU A TURMA DO PRAZER LARGUINHO, GARÇA, QUENTA-SOL SÓ QUERO AMAR E DESPACHAR O MAL LÁ NAS PALMEIRAS VI UMA DONA DOIDA DE PORTA-BANDEIRA CRIANÇAS DE ÍNDIO, ARLEQUIM FOLIÃO É SÓ MAGIA, ALEGRIA GERAL NA MULTIDÃO NÓS DOIS, NÓS DOIS PELA MATRIZ, MEU AMOR SEM MAL-ME-QUER, SEM DIZ-QUE-DIZ NÓS DÓIS, NÓS DOIS NA VILA AURORA QUERO VIVER SETE VIDAS COMO AGORA NA TABA, TABA, TABATINGA VI UMA NEGRA LINDA FALAR EM OUTRA LÍNGUA NA TABA, TABA, TABATINGA VI BATUQUE E GINGA MISTÉRIO DAS COLINAS

ALEXANDRE

MAGALHÃES Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

Há alguns anos, uns sete ou oito, São Paulo fez um plano para evacuar a cidade. As represas que abastecem a região secaram e havia a chance de uma grande catástrofe. No fundo da represa de Guarapiranga, encontraram um buraco com água, que na época ficou famoso: o volume morto. Quase acabou esse restinho de água também. Discutiu-se uma lei que impediria que pessoas usassem a água para alimentar animais, como cães e gatos. Foi proibido aos moradores que lavassem calçadas, quintais e carros. Ficamos bem perto do fim. Depois de longo trauma, com cortes de água dia sim, dia não, a chuva voltou, aos poucos, lenta, e encheu um pouco as represas. Este ano, o problema voltou e, segundo tenho lido, vai ser pior... Em 2018 ou 2019, minha namorada bom-despachense me chamou para conhecer uma cidade chamada Capitólio, que fica na beira da represa de Furnas. Fui e vi o que o ser humano é capaz de construir. Uma represa artificial, com milhões de litros de água limpa e clara. Ao redor, uma paisagem linda, com muito verde e muitas paredes de pedra. Encantador. Tomamos uma lancha para fazer as três ou quatro horas de passeio. Fiquei um pouco incomodado, quando vi que todas as lanchas saiam com música muito alta, quase sempre tocando algo que não era de meu agrado. Como estávamos em maioria na lancha que alugamos, já que além de mim e de minha namorada bomdespachense, estavam no passeio minha sogra, enteada e seu namorado, pedimos para fazer o percurso sem música. Pedido acatado, pudemos

navegar ouvindo o som do barco singrando a água, o que foi tranquilizador. Em uma das paradas, o piloto do barco anunciou que entraríamos no Beco dos Tucanos. Paulistano que sou, só vi meu primeiro pássaro desta espécie em Bom Despacho. Portanto, ver um tucano é sempre um momento de muita alegria para mim. Não havia um único exemplar sequer. Perguntei ao barqueiro se naquele horário, depois do almoço, os tucanos não apareciam. Ele riu, e explicou que já não existiam tucanos na região. Segundo ele, o barulho ensurdecedor que as lanchas faziam ao tocar muito alto suas músicas havia espantado para sempre os animais. Ficou apenas o nome do beco para relembrar épocas passadas. Fiquei triste, pois não entendo por que precisamos ouvir música tão alta em um passeio na natureza. O som do local deveria ser o que buscamos quando vamos até lá. Tarde demais e os tucanos não habitavam mais seu próprio beco. Em outra parada, em uma baia, havia uma cachoeira e um local calmo para nadar. Como minha sogra estava com um pouco de medo de entrar naquela água, que segundo o piloto da embarcação, tinha uns vinte metros de profundidade, eu a incentivei a colocar o colete salva-vidas e mergulhar. Iria ficar a seu lado. Ela aceitou e aproveitamos o local por um bom tempo. Muitos chamam a represa de Furnas de “mar de Minas”, brincando com o fato de o estado não ter acesso direto ao Oceano Atlântico. Pela beleza que encontrei no local, o “mar de Minas” não fica a dever nada para seu irmão salgado. Depois de horas no barco, com intervalos para mergulhos e petiscos em um restaurante na beira da represa, voltamos para o ponto de partida, exaustos, molhados, mas encantados com a beleza do local. Tiramos algumas fotos, mas o mais lindo ficou guardado

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em minha memória: aquela massa de água límpida e azulesverdeada de Furnas. Há uns quinze dias, em minha leitura diária da Folha de São Paulo, li com muita tristeza que aquela beleza de Furnas estava quase seca. As fotos eram desalentadoras e, claro, lembrei-me do período que São Paulo ficou quase sem água. Coloquei o link da matéria no grupo dos Rancheiros, amigos de Bom Despacho, muitos deles músicos, com os quais nos reuníamos uma vez por mês, antes da pandemia, para passar a noite ouvindo boa música em boa companhia e com ótima comida. Muitos rancheiros demonstraram tristeza com a situação. Nesta última semana de julho, a Folha de São Paulo fez nova matéria de página inteira sobre Furnas, com fotos ainda mais tristes. Reconheci alguns lugares onde tive a oportunidade de nadar no passeio que fiz de lancha, só que agora secos ou com centímetros de água. Tristeza. Será que além de perder os tucanos, Furnas perderá sua água? Assim como me encantei, quando vi a represa pela primeira vez, com a capacidade humana de construir uma “natureza” artificial, linda e gigante, me desencanto em ver que também somos capazes de mudar o meio ambiente e, portanto, o clima de nosso país e do mundo. Esta semana senti muito frio em São Paulo, com temperaturas muito baixas para minha cidade. No mesmo período li e vi as fotos sobre Furnas. Estamos abusando muito da natureza e espero que o “Beco dos Seres Humanos” não fique sem os seres humanos, assim como o dos Tucanos ficou sem os pássaros. Espero voltar em breve a Furnas e encontrá-la novamente digna de ser chamada de “mar de Minas”. Por enquanto, sinto alegria de revisar minhas memórias daquele passeio e tristeza de olhar para a realidade das fotos que vi no jornal.

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Bom Despacho (MG), 15 Agosto 2021

Paternidade é muito mais que um mero sobrenome PAULO

HENRIQUE Fábrica de Rações da Cooperbom na rodovia MG-164, em Bom Despacho Paulo Henrique Alves Araújo é gestor e servidor público, mestre em computação e gerente de projetos de inovação

A luz que irradiava em torno da cabeça dela, naquele momento único e primeiro de sua chegada ao mundo, nunca me sairá da mente. Depois de uma gravidez complicada, com uma ansiedade incomum para vir ao mundo, Pietra veio nos trazer luz! O primeiro choro, o primeiro colo, as noites longas ouvindo o pai cantar mal enquanto a embalava para cair naquele sono de profunda paz, as brincadeiras, as viagens e aventuras, os abraços quentes, os papos deliciosos, e já se vão quase 17 anos de paternidade...

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Três anos depois, fomos novamente agraciados, desta vez com um menino, Cauê. Depois de uma gravidez muito mais tranquila, passamos pela provação de ir para casa e deixar nosso pequeno na UTI neonatal por 11 intermináveis dias por causa de uma infecção que veio sem explicação e, graças a Deus, sem explicação se foi. Depois da experiência com uma filha, tive a oportunidade de carregar meu menino, de levar aquele jato de urina no rosto enquanto trocava fraldas, de bater bola, brincar de lutinha, trocar piadinhas infames e discutir os porquês do mundo com meu garoto! Que honra, meus Deus, que honra é ser pai desses jovens! A paternidade se mostrou para mim muito mais rica e prazerosa do que eu imaginara. Aprendi e aprendo com meus filhos todos os dias e certamente sou uma pessoa melhor pelo que eles me proporcionam. E essa relação tem, claro, muita influência do que vivi e vivo com Seu Majela. Meu pai é meu herói! Clichê, mas é o que sinto, fujo dele não. Homem de origem simples, trato fino, afável com todos, de bons e numerosos amigos, sempre fez questão de valorizar a relação com a família. Lembro-me de tê-lo sempre em casa para o almoço depois de sair cedo para o trabalho na Volks, de nos levar a BH para assistir aos lançamentos no Cine Acaiaca ou ao Mineirão para ver nosso Galo, de nos proporcionar férias memoráveis em Ponta da Fruta, Cabo Frio e Caldas Novas. Nestes anos 2000, tornou-se o Vovô Jela, brincalhão, atencioso e sempre buscando um agrado mais para os netos, seja na pizza com parquinho ou no já tradicional cofrinho de Natal! Ser filho e ser pai são experiências fantásticas! Mas eu sei que, infelizmente, não o são para todos. Se me permitem dois alertas, gostaria de pontuar dois tipos de abandono que ainda permeiam a paternidade. Ainda há, infelizmente, pais que mal fazem o registro burocrático do “nascituro” em cartório, como quem registra uma propriedade, entregando-os em seguida à sorte ao lado da mãe (e

irmãos). Alguns nem o registro têm a dignidade de fazer. Quantos são os casos de famílias mantidas por mães solteiras que cuidam com galhardia dos filhos que não conceberam sozinhas? Quantos acontecem em Bom Despacho, aqui na nossa vizinhança? Na outra perspectiva da relação, é também indignante a situação por que passam pais abandonados pelos filhos na terceira idade. Sabe aquelas histórias tristes de filmes, em que vemos pessoas bem-sucedidas, posando sorridentes nos eventos e nas fotos com esposa e filhos, enquanto seus pais vivem em condições de abandono? Sim, infelizmente acontecem também na nossa Bom Despacho. No nosso Asilo São José, não são regra, mas temos sim alguns casos tristes de abandono familiar. Os cuidados de profissionais e voluntários trazem claro um conforto, mas não substituem o calor que filhos e parentes podem – e deveriam - trazer. E me deixam ainda mais perplexo aqueles senhores que estão abandonados em suas próprias casas, com filhos que estão perto e ao mesmo tempo tão distantes. Quem somos se não conseguimos praticar o amor sequer em nossas famílias? Mas, voltando ao que deve ser, a paternidade é uma relação humana linda, meus caros. Ela já foi uma relação distante, um tanto formal, deixando as emoções mais ali para as mães. Isso mudou. Nós, pais, queremos cada vez mais participar da vida e usar a palavra amor na relação com nossos filhos. Eu sou de uma geração de transição, que ainda tem dificuldade no trato com o emaranhado de sentimentos que correm dentro de um organismo tão complexo como a família. Mas estamos aprendendo! Porque queremos e gostamos do que estamos experimentando, tanto como filhos quanto como pais. Sem fechar os olhos para o que ainda nos machuca, temos sim muito a celebrar em mais um Dia dos Pais. Se você puder, não perca a oportunidade de dar aquele abraço forte no seu filho, PAI. Sua força também se mede no abraço, meu amigo! Se você puder agora, FILHO, dê aquele abraço apertado no seu pai! Se não puder abraçálo por força dessa pandemia ou qualquer outra barreira que os separe, fale do seu amor. Pegue o telefone, vá até ele. Diga o quanto ele é importante para você, fale da gratidão pela vida e do tanto de coisa boa que há entre vocês. Precisamos cultivar e frutificar esse amor! Aproveitando, sou e serei eternamente grato a meu pai e meus filhos pela extraordinária experiência de viver a paternidade que me proporcionam. AMO VOCÊS demais! Caros PAIS, MEUS PARABÉNS! Celebremos essa paternidade que é muito mais do que uma marca genética, é sinal gigante de nossa humanidade!


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Bom Despacho (MG), 15 Agosto 2021

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Projeto da derivação de água será lançado dia 28

No próximo dia 28 de agosto, sábado, a Prefeitura de Bom Despacho vai lançar o projeto de derivação de água do São Francisco para o Rio Picão. No evento – que acontecerá no salão do antigo Sesc - são esperados o governador Romeu Zema, o presidente nacional do Sebrae Carlos Melles, deputados, prefeitos e lideranças da cidade e região. Também está prevista a presença do agrônomo Maurício Antônio Lopes, expresidente da Embrapa de 2012 a 2018 e um dos maiores especialistas em agricultura do país. No evento, Maurício – que é bom-despachense - fará palestra sobre atuação da

Embrapa e a importância da agricultura do futuro para produzir alimentos em quantidade suficiente para a população do planeta. Na solenidade será exibido um vídeo com os detalhes do projeto da derivação de água. “Entre outros aspectos, ele vai mostrar os benefícios ambientais e produtivos do projeto, o aumento da produção de grãos no município, a grande geração de empregos e a economia de frete para indústrias e produtores que hoje buscam grãos longe daqui”, ressaltou o prefeito Bertolino. Homenagem Durante o evento a Prefeitura

de Bom Despacho fará homenagem ao ex-ministro Alysson Paolinelli, idealizador do projeto da derivação. “Apostando na agricultura de cerrado, o então ministro Paolinelli transformou o Brasil de um dos maiores importadores de alimentos há 50 anos para o maior exportador de alimentos na atualidade. A importância do seu trabalho é tão grande que ele é um dos indicados ao Prêmio Nobel da Paz este ano”, afirmou Bertolino. Devido à limitação de espaço e das regras de distanciamento social, a presença na solenidade será limitada e dependerá de convite.

Captação vai retirar 5,8 m3 água/segundo VOLUME CORRESPONDE A MENOS DE 1,2% DA VAZÃO MÉDIA DO SÃO FRANCISCO A captação de água no São Francisco para jogar no Rio Picão será feita no ponto onde o Córrego dos Machados desagua no Velho Chico. Nesse local a vazão média do rio é de 500m3 por segundo. A captação vai retirar 5,0m3 por segundo para irrigar lavouras e 0,8m3 por segundo para reforçar o abastecimento da população de Bom Despacho. O volume de água a ser retirado do São Francisco corresponde a menos de 1,2% da sua vazão média. A água será bombeada e despejada num lago que será feito na cabeceira do Rio Picão, na comunidade da Garça. A

função desse lago é regular a liberação da água e garantir o abastecimento do Picão nos meses de agosto e setembro, período em que não haverá captação no São Francisco devido à seca. De acordo com Bertolino, esses 5,0 m3 por segundo retirados do São Francisco permitirão irrigar de 10 a 15 mil hectares no vale do Rio Picão. “Hoje, o produtor de grãos produz uma safra por ano com todos os riscos climáticos. Com a derivação, ele terá água para irrigar suas terras e poderá produzir até duas safras e meia por ano sem risco climático, multiplicando a produção e

gerando empregos”, afirmou. Citando dados da Embrapa, o prefeito afirmou que cada hectare irrigado para produzir grãos gera de 1 a 1,5 emprego direto. “Isso mostra como o projeto pode gerar milhares de empregos em Bom Despacho”. Além de fornecer água para aumentar a produção de grãos no vale do Rio Picão, para Bertolino a derivação ainda tem importância estratégica porque “vai garantir água para o consumo da população bomdespachense por no mínimo mais 30 anos, já que o Rio Capivari sozinho não mais atende ao consumo da cidade”

Licitação do projeto sai este mês, prevê Sebrae A previsão do Sebrae é publicar ainda este mês o termo de referência para contratar o projeto executivo da obra – que tem custo estimado de R$ 1,4 milhão é será bancado pelo próprio Sebrae. A obra de execução do projeto – construção do canal, instalação de bombas, construção do aterro do lago na comunidade da Garça e desassoreamento de parte do leito do Picão para comportar o aumento do volume de água - está estimada em R$ 60 milhões. O prazo estimado para sua execução é de 6 meses. Custeio da obra Segundo Bertolino, a proposta é criar uma associação de irrigantes formada por produtores rurais que vão cultivar lavouras irrigadas de grãos. Essa associação ficaria encar-

regada de custear a implantação do projeto com recursos próprios e financiamentos de longo prazo através de fundos de investimento.

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