JORNAL DE NEGÓCIOS / Bom Despacho-MG

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DESTAQUE

Bom Despacho (MG), 31 Janeiro 2022

Ano XXXII - Nº 1.626 • Fundado em 12/05/1989

FERNANDO

CABRAL

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Bom Despacho (MG), 31 Janeiro 2022 • GRÁTIS 1 EXEMPLAR

O Caos eo gos

Ano começa com boas novas

Página 6

Página 8

ALEXANDRE MAGALHÃES

Minas é logo ali!

PAULO

HENRIQUE

Página 10

Política que paralisa Página 10

Microempreendedores podem pedir o crédito subsidiado do PrafrenteBD Município custeia os juros do financiamento; objetivo é ajudar microempreendedor a recuperar seu negócio

(PAG. 9)

Falhas na energia causam prejuizo a produtores rurais

Na comunidade do Salitre, zona rural de BD, milhares de litros de leite azedaram e foram jogados fora. Procurada pelo Jornal, Cemig diz que vai indenizar produtores pelos prejuízos (PAG. 4)

Manter a humildade e aprender O advogado bom-despachense Júlio Edstron Secundino Santos, 42 anos, é o novo secretário de Estado da Fazenda do Tocantins. Em entrevista ao Jornal de Negócios ele fala da sua história em BD, da carreira e dos planos para o futuro. (PÁGINA 11)


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Bom Despacho (MG), 31 Janeiro 2022

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Homem incendeia casa da namorada em Bom Despacho

Corpo de Bombeiros foi acionado e apagou o incêndio Um homem ateou fogo na casa da namorada na manhã de 19/ 1, no bairro São Vicente, em Bom Despacho, e depois fugiu do local. Os Bombeiros foram chamados às 6 da manhã para combater o incêndio. Quando chegaram no local um dos cômodos já estava inteiramente tomado pelas chamas. Segundo a

corporação, dentro dele havia muito material que pegava fogo com facilidade, provocando muito calor e fumaça. Os Bombeiros combateram o incêndio e evitaram que o fogo se propagasse para o restante da casa. Nesse trabalho foram utilizados 3.000 mil litros de água. (iBOM) / Foto: Corpo de

Bombeiros BD.

PM apreende 2 menores pelo furto de 4 bicicletas Dois jovens de 17 anos foram presos em Bom Despacho no domingo (23), acusados de furtar quatro bicicletas de um prédio na rua Capitão Jaime Gotelip, na Vila Aurora. Após o furto, a Polícia Militar foi acionada e compareceu no local. O iBOM apurou que um dos autores foi identificado pela PM através de imagens gravadas por câmeras de segurança do prédio. Os militares então foram até a casa do jovem identificado, na Vila Gontijo, e lá encontraram uma das bicicletas. O menor flagrado também indicou aos policiais os lugares

onde estavam mais duas bicicletas, nos bairros Babilônia e Novo São Vicente. Ambas foram localizadas e apreendidas pelos militares. Os policiais também identificaram o outro menor envolvido no furto e que estava com a quarta bicicleta. No início da noite ele foi localizado em sua casa, no bairro Gameleira. A bicicleta que ficou com ele foi localizada num matagal próximo. Os autores foram apreendidos e levados para a Delegacia de Polícia Civil, juntamente com as bicicletas recuperadas (iBOM) / Foto: PMMG.

Bom Despacho (MG), 31 Janeiro 2022

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Chuvas deixaram prejuízos de R$ 15,3 milhões em BD As chuvas que atingiram Bom Despacho nas últimas semanas deixaram prejuízos totais de R$ 15,3 milhões no município. O balanço foi apresentado pela Prefeitura. De acordo com os números, 20 residências foram danificadas gerando prejuízo total de R$ 2 milhões. O agronegócio sofreu impactos negativos da ordem de R$ 4,1 milhões. No setor público o prejuízo foi de R$ 1,5 milhão com estragos em prédios públicos e de R$ 7,7 milhões com os danos na infraestrutura viária. No período de chuvas mais intensas caiu um volume médio de 485 mm de água em apenas 7 dias. “ “Essa grande quantidade de água em tão pouco tempo provocou deslizamento de encosta, avarias em vias públicas, calçadas e surgimento de patologias em residências”, informa a administração municipal. Só entre os dias 8 e 12 de janeiro, equipes da Prefeitura e da Defesa Civil, com apoio do Corpo de Bombeiros e da Polícia de Meio Ambiente, atenderam 131 chamados na cidade. De

acordo com o balanço feito pela Prefeitura, 13 famílias ficaram desabrigadas. Outras 51 pessoas também ficaram desabrigadas mas não necessitaram do abrigo preparado pelo município no antigo CAIC. A população mais afetada se concentrou nos bairros

Aeroporto, Ana Rosa, Dona Branca, Geraldo Sabiá, Jardim América, Jardim dos Anjos, Nossa Senhora de Fátima, Novo São Vicente, Rosário, Santa Marta, São Bento (antigo Rosário 2), São José e São Vicente. Já na zona rural a chuva afetou especialmente moradores das comunidades

de Capivari dos Marçal, Capivari dos Macedo e Passagem. Ainda segundo o balanço, a Prefeitura apoiou todas as famílias que precisaram com pagamento de aluguel social, ajuda para pequenas reformas, fornecimento de cestas básicas e kit higiene.

Prefeito enviou projeto à Câmara abrindo crédito extra para atender as emergências O prefeito Bertolino da Costa encaminhou à Câmara Municipal, dia 24/1, Projeto de Lei abrindo crédito adicional de R$ 12.621.000,00 no orçamento municipal para atender situações de emergência provocadas pelas chuvas em Bom Despacho. De acordo com o projeto, esses recursos são necessários para “implementar ações que não foram previstas no orçamento de 2022”. O crédito adicional será utilizado para recapeamento de vias públicas, recuperação de estradas rurais, construção de pontes e outras ações. Além disso, parte do dinheiro

O assessor Fernando Andrada levou o PL ao presidente Vinícius Pedro

“permitirá a construção de moradias seguras para famílias que tiveram seus imóveis condenados” e estão desabrigadas, informa o Executivo. Convocação de urgência Considerando a urgência da situação, o prefeito Bertolino, baseado no artigo 58 da Lei Orgânica do Município, convocou sessão extraordinária da Câmara para apreciar e votar o projeto. Esse artigo prevê, no seu parágrafo I, a convocação de urgência em caso de relevante interesse público. “Agora, contamos com o apoio dos vereadores”, afirmou o Prefeito.

PM persegue e apreende dupla com veículo furtado pouco antes Após perseguição policial infratores bateram o carro e foram pegos Dois veículos furtados foram recuperados na mesma noite Dois menores de 16 anos foram apreendidos pela Polícia Militar na noite de segundafeira (24/1), pouco depois de furtarem um veículo. Eles foram pegos no bairro São Vicente após perseguição policial por ruas do bairro. A perseguição começou quando uma guarnição da PM

que patrulhava a avenida Rio de Janeiro avistou um Fiat Premio trafegando em alta velocidade no sentido contrário. Próximo à viatura o Premio virou para dentro do bairro tentando fugir. A guarnição fez o retorno e foi atrás do veículo suspeito. Na rua Januária o motorista do Premio perdeu o controle da direção e bateu o carro no portão de uma residência. A dupla que estava no veículo desceu, saiu pulando por quintais de casas próximas e se escondeu. A Polícia Militar mandou 5 viaturas para o local e cercou todo o quarteirão. Em poucos minutos os militares

descobriram os fugitivos escondidos numa residência da rua Abaeté. Os policiais entraram na residência e flagraram a dupla debaixo de um carro. Os infratores ainda tentaram resistir mas foram apreendidos e levados para a Delegacia. Uma fonte da PM disse ao iBOM que os menores haviam ligado o veículo utilizando um garfo – expediente que, segundo essa fonte, vem sendo muito utilizado por infratores. O dono do Fiat Premio ficou sabendo que seu veículo havia sido furtado quando a PM entrou em contato com ele informando o

ocorrido. A Perícia da Polícia Civil compareceu no local fazer apurações. Uno recuperado Também na noite de segundafeira a PM recuperou um Fiat Uno furtado em Bom Despacho na madrugada do sábado (22/ 1). Uma guarnição que fazia patrulhamento avistou o Uno parado na avenida Prefeito Geraldo Simão, quase esquina com avenida Dr. Roberto. O veículo estava estacionado com as portas destravadas. Ele foi apreendido e levado para o pátio do Detran (iBOM) / Fotos: PMMG


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Quedas de energia prejudicam produtores > Na comunidade do Salitre, zona rural de BD, milhares de litros de leite azedaram e foram jogados fora O Jornal de Negócios foi procurado por produtores rurais da região do Salitre, município de Bom Despacho, para reclamar de prejuízos causados por interrupções no fornecimento da energia pela Cemig neste mês de janeiro. Segundo os produtores, a energia caiu às 4h30 da madrugada do dia 12 e só voltou às 17h00 do dia 14. Uma semana depois o fornecimento de energia novamente foi suspenso nos dias 19 e 20. Atualmente, 10 produtores rurais moram com suas famílias no Salitre. Outro tem fazenda no local mas reside na cidade, indo e voltando diariamente. Todos produzem leite e tiveram prejuízos com as interrupções no fornecimento da energia. As maiores perdas foram pela impossibilidade de resfriar o leite ordenhado. Milhares de litros de leite foram jogados fora. Mas houve também perda de carnes e outros alimentos. Isso sem contar as dificuldades de não ter energia para movimentar bombas, máquinas e nem para iluminar as propriedades durante a noite.

Cemig diz que vai indenizar produtores pelos prejuízos comunidade? Prazo?

Diante das reclamações dos produtores do Salitre, o Jornal de Negócios procurou a Cemig para que ela se manifestasse sobre o ocorrido e as queixas dos produtores. Veja as respostas dadas ao Jornal pela Cemig através da assessoria de comunicação da concessionária. JN - Por quê faltou energia na comunidade do Salitre? CEMIG - Como é de conhecimento de todos, a região está passando por chuvas intensas desde o início de dezembro e de forma ininterrupta desde o dia 27 do mês passado. O transbordamento de rios e a queda de barreiras dificultaram e, muitas vezes, impossibilitaram o acesso a essas comunidades, como é de conhecimento dos próprios moradores.

Além da recomposição da rede de energia, as equipes realizaram podas de árvores corretivas e preventivas na região. A Cemig ressalta a importância de manter a plantação de árvores de grande porte longe da rede elétrica, para evitar a interferência na rede.

Qual a explicação para o problema acontecer numa semana, demorar dois dias para ser resolvido e acontecer de novo na semana seguinte? No final da tarde do dia 19 de janeiro, a região de Bom Despacho foi atingida novamente por uma tempestade, com fortes ventos e descargas atmosféricas (raios), ocasionando a falta de

energia na comunidade [do Salitre]. Imediatamente foram deslocados veículos para atendimento, porém diante da dificuldade de acesso, o fornecimento foi normalizado na tarde do dia seguinte. É importante ressaltar que não há nenhuma relação entre a ocorrência do último dia 12 com esta ocorrência. O que a Cemig vai fazer para evitar novas quedas de energia naquela

A Cemig vai indenizar os produtores afetados pelos prejuízos sofridos em decorrência da interrupção no fornecimento de energia elétrica? Para os consumidores que tiveram perda de materiais perecíveis, a solicitação de ressarcimento pode ser feita na agência da Cemig, após agendamento feito no site da companhia ou pelo telefone 116, informando a data e horário da ocorrência e a relação do material perdido.

Fulvinho critica a falta de manutenção da rede O presidente da Cooperbom (Cooperativa Agropecuária de Bom Despacho), Fulvinho Cardoso, é um dos produtores afetados pelas interrupções de energia. Fulvinho é dono da Fazenda Ribeirão dos Santos, que fica no Salitre. Indignado com a situação, ele disse ao Jornal de Negócios ter jogado fora mais de 6.000 litros de leite que ficou ácido porque não pôde ser resfriado devido à falta de energia. Seu prejuízo nesses 5 dias passou de R$ 10 mil. Para Fulvinho, as quedas frequentes de energia são causadas por falta de manutenção da rede elétrica pela Cemig.

Polícia aperta cerco contra furto de cabos telefônicos A Polícia Militar apreendeu 69 kg de cabos telefônicos que estavam à venda num ferrovelho em Bom Despacho. A apreensão ocorreu dia 24/1, após a corporação receber denúncia de que a loja estava revendendo cabos furtados de rede telefônica na região. Os cabos apreendidos são parte de material furtado de uma linha de extensão da telefônica Oi na BR 262. Os furtos ocorreram em outubro, novembro e dezembro de 2021 e dia 3 de janeiro deste ano, causando grandes prejuízos à concessionária, que precisa refazer as redes e ainda é multada pelas interrupções dos serviços de telefonia e Internet.

O iBOM apurou que, por causa disso, investigadores de Belo Horizonte estão percorrendo lojas de ferro-velho na região. Seu objetivo é conscientizar os proprietários a não comprarem esse tipo de material, sob pena dos responsáveis serem enquadrados por receptação. Quando chegaram em Bom Despacho na terça-feira (24/ 1), os investigadores encontraram cabos furtados no primeiro ferro-velho visitado e acionaram a Polícia Militar. No estabelecimento a PM apreendeu cabeamento de cobre e tubos de alumínio usados no revestimento de cabos. Uma mulher de 46 anos

que trabalha no ferro-velho foi conduzida à Delegacia de Polícia para prestar esclarecimentos. A Polícia Civil vai apurar a denúncia de receptação.

prevista é reclusão de três a oito anos e multa. No caso do furto de bens de concessionária de serviços públicos, como é o caso da Oi, essa pena pode dobrar.

Crime de receptação Receptação é crime previsto no artigo 180 do Código Penal, que o define como “adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime”. A pena

Usuários prejudicados O furto de cabos telefônicos causa grandes prejuízos às concessionárias e prejudica especialmente os usuários. Pessoas e empresas ficam sem poder se comunicar, acessar a Internet e trabalhar, assim como ficam impossibilitados de acionar serviços essenciais como Polícia, SAMU e Corpo de Bombeiros em situações de emergência (iBOM) / Foto: Ascom 7°BPM/PMMG.


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Bom Despacho (MG), 31 Janeiro 2022

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O Caos e o Logos Para os gregos antigos, antes de o mundo existir, havia o caos — um estado de completa desordem e confusão. Do caos nasceram os elementos que formaram o universo: ar, água, fogo e terra. Estes elementos se organizaram e formaram o logos — ou seja, a ordem e a harmonia. Milênios depois do nascimento e desaparecimento dos mitos gregos nós ainda chamamos de caos aquilo que nos parece confuso, bagunçado, desarrumado. É o que estamos vivendo com as mudanças climáticas e com a pandemia da covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2.

FERNANDO

CABRAL

Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e ex-prefeito de Bom Despacho

A Covid-19 Epidemias evoluem em ondas. Elas crescem e diminuem e com o tempo, vão-se amortecendo. Os picos vão ficando menores e mais espaçados. Superada a epidemia, algumas doenças desaparecem; outras se tornam sazonais. Há também aquelas que reaparecem em surtos. A humanidade já viveu isto muitas vezes com doenças como sarampo, varíola, catapora, rubéola, poliomielite, doença do pé, mão e boca, hepatite, coqueluche, tuberculose, ebola, peste bubônica. A varíola, por exemplo, foi erradicada; a poliomielite quase desapareceu; a gripe virou sazonal e nos visita todos os anos.

As doenças viróticas normalmente podem ser prevenidas ou atenuadas com vacinas. É o caso do sarampo, catapora, varíola, varicela, hepatite C, HPV, poliomielite, gripe. No entanto, não há tratamento eficaz e específico para viroses. Uma vez contraído o vírus, o doente deve combatê-lo principalmente com seu sistema imunológico. Os medicamentos são sintomáticos. Sabe-se que, na maioria dos casos, os medicamentos antiviróticos têm efeito muito pequeno e até nulo (há casos em que o efeito é positivo, embora não cure. É o caso do coquetel contra o HIV). As doenças bacterianas, por outro lado, podem ser tratadas com antibióticos — desde que as bactérias sejam não resistentes. Contudo, os problemas aumentam quando se

boatos nas redes sociais nem os terraplanistas que seguiam Olavo de Carvalho. O que mais surpreende é ver que o Ministério da Saúde, contrariando todos os órgãos de saúde do mundo — inclusive a brasileira ANVISA — prega o uso de vermicida, antibióticos e antimaláricos contra o SARSCoV-2. Mais estranho ainda: diz que estes medicamentos têm efeito positivo comprovado, mas que as vacinas não têm. Vivemos tempos confusos e conturbados.

aprendemos e sabemos que ajuda a minimizar os riscos e as consequências da doença e do caos que ela provoca: máscara, distanciamento social, higiene e vacina.

É o caos. Caos alimentado por boatos que circulam nas redes sociais, por astrólogos e por terraplanistas. Mas, principalmente, por órgãos do governo, como o Ministério da Saúde, que tem se afastado dos conhecimentos científicos e adotado teorias da conspiração.

Mudanças periódicas no clima são comuns e já as conhecemos bem. Por exemplo, em ciclos curtos de dois, três, quatro anos, o Brasil convive com os fenômenos El Niño e La Niña. Eles nos trazem chuvas e secas de forma desequilibrada.

Alguns cientistas acreditam que esta variante (ômicron) causa menos hospitalização e menos morte do que a variante anterior (delta). No entanto, muitos afirmam que a mortalidade menor não se deve ao enfraquecimento do vírus, mas sim à vacinação. Tanto que os agravos são menores exatamente entre as faixas etárias e categorias que já receberam a dose de reforço.

Ao lado do caos provocado pela covid-19, estamos também vivendo o caos provocado pelas mudanças climáticas.

O planeta também convive com fenômenos que têm cíclos de séculos ou milênios. Por exemplo, as eras do gelo, que alteraram profundamente o clima e a vida na Terra. No entanto, as mudanças climáticas que estamos vivendo hoje nem fazem parte dos ciclos curtos e limitados como o El Niño e La Niña, nem fazem parte dos ciclos de longo prazo, como as eras do gelo.

A evolução de cada doença contagiosa é determinada pela combinação de causas diversas, como vacinação, descoberta de tratamentos, desenvolvimento de imunidade natural, alterações ambientais, mudança de comportamento das pessoas. A Covid-19 tem surpreendido os cientistas pela sucessão de picos crescentes – o que difere do comportamento esperado das epidemias. No Brasil, por exemplo, foram 55.891 casos em 23 de julho de 2020; 87.376 em 25 de março de 2021 e 157.393 em 20 de janeiro de 2022. Este último pico mostra a virulência da variante mais recente do vírus, a ômicron. Observa-se um crescimento de 11.000% entre 17 de dezembro de 2021 (1.419 casos) e 20 de janeiro de 2022 (157.393 casos). Isto representa média de 15% ao dia. No último mês, em São Paulo, o crescimento foi de 26% ao dia — ou 65.375% ao mês!)

O Clima

A variante Ômicron tenta tratar vírus com antibióticos ou com antimaláricos (hidroxicloroquina) ou vermicidas (ivermectina). A despeito destes conhecimentos científicos consolidados, as redes sociais continuam divulgando boatos sobre tratamento da covid-19. Um dos destaques nesta linha foi Olavo de Carvalho, o mais conhecido astrólogo do bolsonarismo. Adepto das teorias conspiratórias, ele afirmava que a terra é plana, que o Príncipe Charles, da Inglaterra, é muçulmano, que Barack Obama não era americano. Quanto à covid-19, dizia que a doença não existia e que ninguém deveria se preocupar com ela. Criticava o uso da vacina. Ele acabou morrendo de covid no dia 24 de janeiro passado, após ser internado num hospital em Richmond, Virgínia, Estados Unidos. O que mais surpreende não são os

No entanto, mesmo que desconsiderássemos estes promotores da cizânia entre brasileiros, ainda restaria o caos provocado pela simples existência da pandemia de covid. Sua presença gera desemprego, diminui a produção e a riqueza do país, sobrecarrega o sistema de saúde, aumenta enormemente o custo dos SUS, preocupa e entristece as famílias de mais de 24 milhões de doentes confirmados e mais de meio milhão de mortos. Não é possível prever por quanto tempo ainda teremos que conviver com a epidemia. Podemos torcer para que a vacinação atinja mais gente e bloqueie seu espalhamento. Podemos torcer para que as variantes se tornem menos transmissíveis e menos letais. Podemos torcer para que nosso sistema imunológico aprenda a se defender melhor. Mas, enquanto nossa torcida não fizer efeito, é bom praticar o que já

Não podemos pensar que é apenas mais uma sequência El Niño/La Niña porque os efeitos são muito mais abrangentes e profundos do que eles causam. Não podemos pensar que é apenas a continuação do aquecimento após a era do gelo, porque a velocidade dos acontecimentos é muito maior do que aconteceu nos ciclos naturais. Além disto, já era de se esperar um resfriamento — bem ao contrário do que está acontecendo. O que estamos vivendo é uma profunda mudança climática produzida pelo aquecimento global provocado pela humanidade. Suas principais causas são conhecidas: a) Queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, xisto, gás natural) com geração de CO2 (dióxido de carbono) muito acima da capacidade de reabsorção pelas plantas e pelos mares; b) Criação de frango, porco e gado confinado com geração volumosa de CH4 (metano) liberado na atmosfera; c) Desmatamento sem recomposição e queima de lenha com liberação de carbono. O dióxido de carbono e o metano que

se acumulam na atmosfera impedem a saída do calor e da luz da superfície terrestre. Com isto a temperatura sobe. Quando ela sobe, pouco que seja, derrete o gelo nos polos e no alto das montanhas. Em consequência a temperatura sobe mais ainda, pois a terra exposta converte luz em calor com muito mais eficiência do que o gelo. Ou seja, este é processo que vai se acelerando sozinho. Em contrapartida, a água fria que vem do gelo que se desprende dos polos e das montanhas leva ao resfriamento de algumas partes dos oceanos e dos continentes. Isto explica porque o aquecimento global traz mais frio para algumas regiões. É o caos. Este ano o Brasil está vivendo secas e altas temperaturas em estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina. Ao mesmo tempo, estamos vendo chuvas torrenciais em estados como Bahia, Minas e Espírito Santo. Em consequência deste destempero climático, o Brasil sofrerá grandes perdas na produção agrícola. Em Minas, por exemplo, o milho, o feijão e a soja estão apodrecendo debaixo d’água. No Rio Grande do Sul e no Paraná, eles estão sendo esturricados pelo calor e pela seca. Por causa destes excessos extremos, em 2022 teremos menos alimentos. Como a produção será menor, os preços vão subir mais ainda. E vão subir também porque o transporte ficará mais caro, já que nossas estradas foram destruídas. É o encontro do caos da covid-19 com o caos da mudança climática.

Há esperança Para os gregos, depois do caos vem a ordem, o logos. Vamos torcer para que a humanidade seja capaz de tirar algumas lições do momento difícil que estamos vivendo. Talvez os governantes passem a pensar mais no futuro das pessoas do que no resultado das próximas eleições. Mas, para que isto aconteça, teremos que ter a colaboração de todos no combate aos boatos, nas medidas de prevenção, e nas ações necessárias para reverter o aquecimento global. Para os gregos, o caos precedia o logos. Para o bem dos nossos filhos, oxalá seja assim para nós também!

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DESTAQUE

Bom Despacho (MG), 31 Janeiro 2022

Notificações de Covid explodem na cidade

De 1° a 26 de janeiro Bom Despacho registrou 1.955 notificações de Covid. Desse total, 927 testaram positivo e 952 deram suspeito. Apenas 76 casos foram descartados. Para se ter uma ideia do aumento dos casos na cidade é só comparar com o mês de dezembro, quando foram confirmados apenas 4 casos de Covid em Bom Despacho. A informação foi passada ao iBOM pela secretária de Saúde, Tamara Bicalho. Segundo autoridades de saúde, a explosão das notificações de Covid - não só em Bom Despacho mas por todo o país - está ocorrendo devido ao espalhamento do vírus por causa das celebrações de fim de ano e aglomerações por causas das férias. E a expectativa da Secretaria de Saúde é de piora no quadro. “Acreditamos que nos próximos 10 a 15 dias dobre o número de notificados”, afirmou Tamara. Essa projeção, conforme a Secretária, leva em conta “o cenário das cidades do entorno e de todo o país”. Apesar da situação, as autoridades de saúde são quase unânimes em afirmar que o avanço da vacinação evitou quadros graves da doença. Fatores que ajudam a conter a disseminação do vírus são usar máscara, higienizar frequentemente as mãos e evitar aglomerações. Atendimento Covid nas UBS Por causa do aumento das notificações, desde o 21 de janeiro todas as UBS de Bom

Despacho voltaram a ter atendimento de Covid. Veja abaixo os horários de atendimento de Covid em cada uma. Além das UBS, a Unidade Sentinela (Rua Fortaleza, 225 – Aeroporto) também atende

pessoas com sintomas gripais de 8h às 17h. Em caso de sintomas gripais muito fortes ou se as UBS estiverem fechadas a pessoa deve procurar diretamente a UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Horário de atendimento Covid nas UBS UBS Ana Rosa ............................... 07h às 11h e 13h às 17h UBS Babilônia ................................................... 07h às 11h UBS Dr. Genésio ............................................... 07h às 11h UBS Dr. Hugo ................................ 07h às 11h e 13h às 17h UBS Dr. Miguel .............................. 07h às 11h e 13h às 17h UBS Esplanada / Vila Gontijo ........... 07h às 11h e 13h às 17h UBS Fátima / Ozanan ..................... 07h às 11h e 13h às 17h UBS Jardim América ....................... 07h às 11h e 13h às 17h UBS JK / Santa Marta ..................... 07h às 11h e 13h às 21h UBS Rosalina Teodora (Engenho) .................... 07h30 às 16h UBS Rosário .................................. 07h às 11h e 13h às 17h UBS São Bento (Rosário 2) ................................ 07h às 11h UBS São José ................................ 07h às 11h e 13h às 17h UBS São Vicente / Aeroporto .......... 07h às 11h e 13h às 21h

Crianças estão sendo vacinadas Começou na quinta (20/1) a vacinação infantil na cidade. De acordo com a Secretaria de Saúde, a primeira criança a receber a dose da vacina em Bom Despacho foi Alice, de 10 anos (foto), moradora do bairro Alvorada. Nesta primeira etapa estão sendo vacinadas crianças com idade entre 5 e 11 anos que tenham alguma comorbidade doença ou agravo que as tornem mais vulneráveis às complicações da doença. Em seguida é a vez das crianças quilombolas de 5 a 11 anos e depois das crianças de 5 a 11 anos que não tenham comorbidades. Para comprovar a

comorbidade é necessário apresentar atestado, relatório ou receita médica. Especialista faz alerta O médico pneumologista Humberto Paula e Silva alertou sobre a importância de tomar todas as doses da vacina. Segundo ele, há pessoas que não tomaram ainda a primeira e a segunda dose. “É importantíssimo que essas pessoas se vacinem”. Já a terceira dose será aplicada quatro meses após a segunda. “Somente com grande percentual da população vacinada iremos conseguir combater e controlar a Covid” (iBOM) / Fotos: PMBD

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Ano começa violento em Bom Despacho: 2 homicídios, loja assaltada e grávida agredida A violência marcou o início do ano em Bom Despacho. Dois homicídios, uma jovem de 21 anos baleada em estado grave, loja assaltada na Praça da Matriz em plena luz do dia e uma grávida agredida foram as ocorrências mais graves. Os episódios geraram muita repercussão na cidade. Na madrugada de sábado (15), o empresário JMGC foi morto a facadas quando dormia numa chácara no bairro Cristais. O assassino mora em Nova Serrana e era exnamorado da proprietária da chácara, que atualmente mantinha relação com o empresário. Segundo o iBOM apurou com fontes da Polícia Militar, o assassino tinha as chaves da chácara, entrou furtivamente no local e atacou o empresário quando ele estava dormindo. A mulher também foi ferida e correu para a propriedade vizinha pedindo socorro. Após o assassinato o autor fugiu e está sendo procurado pela Polícia. Assalto No sábado (15) pela manhã, uma dupla armada de revólver assaltou a relojoaria do Odair, na esquina da Praça da Matriz com rua Dr. José Gonçalves. Os assaltantes ameaçaram quem trabalhava no local, roubaram diversos produtos e fugiram em seguida. Segundo a PM, os autores são os mesmos que na semana anterior, usando a mesma arma, roubaram a moto de um entregador de lanches em frente ao hotel Glória, no centro de Bom Despacho. Pouco depois do assalto, o capitão Hudson Oliveira, comandante da 50ª Companhia de Polícia, divulgou áudio informando que a PM estava em diligência perto de um matagal no fundo da Vila Gontijo. No local os militares recuperaram parte do material roubado na relojoaria e também a moto tomada de assalto do entregador. Os suspeitos dos crimes teriam entrado na mata e sumiram. A PM tem os suspeitos dos crimes. Tiros No início da tarde de domingo (16) um jovem foi baleado na rua Geraldo Queiroz Cançado, em frente à praça do antigo CAIC, no bairro Ana Rosa. Os

tiros foram disparados de dentro de um veículo. Uma moça de 21 anos que estava no local também foi atingida na cabeça. O SAMU foi acionado e quando chegou no local confirmou que o rapaz já estava sem vida. A moça foi socorrida por outras pessoas e levada para a Unidade de Pronto Atendimento, onde deu entrada em estado grave. Após ser atendida e estabilizada na UPA, ela foi transferida por uma ambulância do SAMU para o hospital São João de Deus em Divinópolis. Apesar do esforço dos médicos, ela não resistiu e morreu 5 dias depois.

A Polícia Militar esteve na cena dos crimes, fez diligências e já tem suspeitos dos tiros, que estão sendo procurados. Agressão a grávida Na noite de domingo (16) uma mulher de 40 anos, grávida de 16 semanas, foi agredida no bairro Nossa Senhora Aparecida, em Bom Despacho. O SAMU foi chamado Segundo socorristas, a mulher foi encontrada consciente mas confusa. Ela recebeu os primeiros atendimentos no local e foi levada para a Santa Casa. A PM também compareceu no local (iBOM) / Fotos: Rede social e arquivo.

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Bom Despacho (MG), 31 Janeiro 2022

DESTAQUE

Ano começa com boas novas para BD exato ano desta efeméride é o Dilermando Cardoso. Talvez ele possa nos informar com precisão essa data histórica, e corrigirnos se acaso erramos. Tadeu de Araújo Teixeira é professor, escritor e fundador da ABDL

A cidade vem atravessando um período de grandes mudanças, no passado recente e a partir do ano que se iniciou. Com o Cabral, agora o Bertolino, respiramos aliviados de ficarmos livres das maldições da corrupção pública. Admirável é o arrojo administrativo com que o Cabral buscou e com que o atual prefeito se lança em busca de benefícios para nossa terra e nossa gente. Benefícios de cujos projetos tivemos notícias publicadas aqui no Jornal de Negócios. Presença jornalística O Jornal de Negócios, pelo tirocínio de seu diretor, que a par de mostrar com brilho nossas principais notícias, ainda mantém um quadro de belos cronistas que ilustram suas páginas. Isso há mais de 30 anos. E agora também na Internet com o site www.ibom.com.br, que, fiquei sabendo, acumula cada vez mais acessos, contados aos milhares. Por mais de 60 anos, eu tenho acompanhado e participado da edição de vários jornais em nosso município. Mas graças ao nosso atual redator-chefe, Alexandre, com sua vocação e perícia para lidar com a mídia, estamos vivendo, nessas três décadas, o maior esplendor da imprensa escrita de Bom Despacho, nesses mais anos de 100 de sua existência. O primeiro jornal publicado, aqui, foi “O Bom Despacho”, creio, em 1896. Quem sabe melhor o

O Jornal de Negócios anunciou em suas últimas edições projetos em que está direta ou indiretamente envolvida a atual administração do município. Se realizados, tais projetos mudarão significativa e beneficamente a face econômica, urbana e social de Bom Despacho, gerando empregos, mais impostos e melhorias no trânsito, reflexos na cultura, saúde, educação e qualidade de vida do povo local. Vejamos os principais planos de melhoramentos que poderão ser realizados em nosso município a partir de 2022, todos mostrados aqui no Jornal: - Construção do anel rodoviário ligando a BR 262 à MG 164, já iniciado - Duplicação e iluminação da pista da entrada da cidade até a BR 262 - Construção da adutora de água do São Francisco para o Rio Picão para irrigar obras de agropecuária e produtos hortifrutigranjeiros, fonte de centenas de empregos, riqueza e impostos em larga escala - Revitalização da área do atual lixão, campanha para participação da população na coleta seletiva, gerando renda e expectativa de que em três anos o atual lixão seja transferido e sua área transformada num mirante turístico - Previsão de cercamento da Mata do Batalhão e instalação do Parque ecológico, turístico e de lazer para este ano. - Projeto para montagem de uma usina fotovoltaica - Extensão da Avenida Dr. Juca

A Covid mais mansa O prefeito Bertolino: arrojo - Troca da iluminação pública por LED até o final do ano - Montagem de uma usina de asfalto municipal Otimismo do Prefeito Para que tudo isto se torne realidade, contamos com recursos municipais, estaduais, federais e financiamento do BNDES, bem como o otimismo alentador de nosso prefeito, que ele mesmo expressou em entrevista na última edição do Jornal de Negócios.

A Ômicron se alastra em Bom Despacho, como no mundo inteiro. Chegou avassaladora na transmissão, mas menos letal que as cepas anteriores da epidemia. Principalmente para quem já se vacinou com as três doses como eu, que fui pego por ela, agora nos fins de

janeiro. Tive apenas uma garganta irritada e coriza no nariz. Nenhum outro sinal. Nem febre tive. Que 2002 leve a Ômicron de volta pro seu lugar no alfabeto grego, que é de onde nunca deveria ter saído e nos deixe em paz.

Covid, Vacina, Cloroquina e Cia.

Que nós, a população, acompanhemos esse otimismo do Dr. Bertolino e façamos a nossa parte de cidadãos, inclusive criticando construtivamente a prefeitura naquilo que acharmos que deve ser criticado. Assim alcançaremos um futuro melhor para todos nós.

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O Ministério da Saúde e o Ministério da Ciência e Tecnologia divulgaram uma portaria atestando que a vacina não cura, não, a cloroquina, sim. Uns dizem que é para agradar ao presidente.

viu? Até o presidente quando adoeceu, tomou cloroquina e vacina, não. Cê acha que ele é bobo! Não é não, sô, ele é danado de esperto, é muito ladino.

Mas fato é que grande parte das pessoas rezam por essa cartilha. Vejo falar isso na televisão e agora tive uma prova inegável que essa fé do povo existe.

De máscara, de longe, conversei com o jovem e tentei convencêlo a se vacinar. Não teimei porque vi se tratarem de pessoas simples, porém na verdade há muita gente bacana por aí que reza pela cartilha de alguns médicos, hospitais, farmácias, ministérios e do próprio Presidente da República: “Vacina adianta não, cloroquina, sim!”, dizem.

Depois de pagar 99 reais numa farmácia, tive a confirmação de que eu fora premiado, estava com Covid. Logo em seguida a esta confirmação, na entrada do Pronto Atendimento, encontrei-me com quatro pessoas, uma senhora e quatro jovens, com suspeita de estarem contaminados. Contei-lhes do meu exame e perguntei-lhes se eles já o haviam feito. Disseramme que não porque o exame (essencial para barrar a expansão da epidemia) é muito caro. Se tinham tomado as vacinas... Um respondeu pelos outros: Vacina, não, vacina é mais perigosa que a Covid… Tomo de jeito nenhum... Remédio bom é a cloroquina, e é barato e é o que vou tomar. É boa. Cê num

Que é que vai ser do Brasil? O governo não se preocupa em oferecer oportunidade para o povo carente fazer o teste para a epidemia. Somos um país onde menos isso se faz no mundo. E muitas pessoas ainda adotam o kit cloroquina para se curar... Aí, contaminações, internações, mortes... e a vaca só indo pro brejo. “Deixa Deus com seu mundo! Quem vier atrás que feche a porteira!”, já dizia meu velho bisavô Zé Rufino.


Bom Despacho (MG), 31 Janeiro 2022

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Microempreendedores podem pedir o crédito subsidiado do PrafrenteBD > Município vai custear os juros do financiamento; objetivo é ajudar microempreendedor a recuperar seu negócio Já está disponível para os interessados a linha de crédito especiberaal criada pela Prefeitura através do PraFrenteBD (Programa de Apoio Financeiro para a Recuperação Econômica). O programa destinou R$ 1 milhão para ajudar pequenos empreendimentos prejudicados pela

pandemia de Covid-19 em Bom Despacho. Com esse dinheiro o município vai custear durante 1 ano os juros do financiamento de até R$ 15 mil oferecido aos beneficiários pela rede Sicoob. O financiamento está disponível para microempreendedores individuais (MEI), micros e

pequenas empresas e profissionais autônomos que já funcionavam em Bom Despacho antes de fevereiro/2020. Após receber o dinheiro, o empreendedor terá 12 meses de carência e mais 24 meses para pagar o empréstimo. A previsão do Executivo é beneficiar 700 pequenos empre-

endedores com as cooperativas de crédito liberando R$ 6 milhões em condições especiais. A taxa de juros prefixada é de 1,2% ao mês. Durante os 12 meses de carência os juros do financiamento serão pagos pelo município, dando tempo para o empreendedor recupe-

rar seu negócio. Depois do primeiro ano de carência o beneficiário terá 24 meses para pagar o empréstimo. Em entrevista ao Jornal de Negócios, o secretário de Desenvolvimento, Eduardo Couto, destacou que o objetivo do PraFrenteBD “é dar um fôlego financeiro para os pequenos

empreendimentos recuperarem a capacidade de trabalhar, produzir e vender”. Ele disse ainda que o empreendedor “poderá usar o dinheiro da maneira que achar mais conveniente: pagar dívidas, investir em equipamentos, comprar mercadorias, contratar funcionários”.

Lançamento do PrafrenteBD reuniu Cooperativas usarão políticos e lideranças cooperativistas recursos próprios nas Evento foi realizado na sede da Prefeitura, dia 18 de janeiro, com presença da imprensa

operações de crédito A Prefeitura disponibilizou R$ 1 milhão para custear os juros dos empréstimos aos pequenos empreendedores. Já a análise de crédito, avaliação de risco e da capacidade de pagamento dos beneficiários interessados no financiamento é responsabilidade das cooperativas de crédito, que vão fazer os empréstimos com recursos próprios.

No lançamento do PraFrenteBD, realizado dia 18/ 1 na sede da Prefeitura, estiveram presentes autoridades municipais, diretores das cooperativas de crédito e representantes do empresariado e imprensa local. Após o lançamento simbólico do programa, houve discurso das autoridades e representantes das instituições presentes. Carlos Eduardo (Cadu), presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, elogiou o projeto, disse que ele é inédito na região e destacou sua importância afirmando que ele vai gerar recursos na cidade. Jailton Oliveira, presidente da Acibom, disse que o lançamento do PraFrenteBD marca um momento

importante para Bom Despacho porque ele vai promover um aporte financeiro para os pequenos empresários locais. Pedro Adalberto, presidente da Credibom, classificou o programa de espetacular, afirmou que ele vai alavancar os pequenos empreendedores e lembrou que um dos princípios do cooperativismo de crédito é o interesse pela comunidade, motivo pelo qual as cooperativas do Sicoob estão participando da iniciativa. Ronaldo Gontijo, diretor administrativo da Credesp, destacou o papel das cooperativas de crédito na economia e lembrou que os resultados dessas instituições ficam na comunidade. Eduardo Couto, secretário

municipal de Desenvolvimento, ressaltou que o objetivo do programa é apoiar a recuperação econômica dos pequenos empreendedores. Destacou o apoio e o interesse das cooperativas de crédito e lembrou a importância do uso responsável dos recursos. Ressaltou também a contribuição de Sebrae e Acibom em oferecer o curso rápido de gestão financeira para os beneficiários. Por fim, anunciou a possibilidade da Prefeitura lançar novo programa com crédito mais direcionado. Alex Alves, vereador, disse que o lançamento do programa marca um dia de glória para os microempresários durante atacados pela pandemia. Afirmou também que o PraFrenteBD efetiva uma

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afirmou ao Jornal de Negócios que a diretoria deliberou por “simplificar e agilizar as coisas” visando facilitar a aprovação dos pedidos de crédito, “sem abrir mão da nossa responsabilidade com a gestão dos recursos e os resultados da cooperativa”.

Mas considerando os objetivos do programa, o apoio financeiro do município através do custeio dos juros e também sua vinculação com a comunidade, as cooperativas de crédito serão mais maleáveis ao fazer a avaliação dos pedidos de financiamento. O presidente da Credibom, Pedro Adalberto da Costa,

O gerente Wittney Nikolas de Paula, também da Credibom, explicou ao Jornal de Negócios que as propostas de financiamento serão analisadas rapidamente assim que derem entrada na cooperativa. “Vamos nos empenhar ao máximo para atender aos pedidos de financiamento devido à sua importância para os pequenos empreendedores nesse momento”, afirmou

Wittney: análise será rápida

Pedro: simplificar e agilizar

Jailton: momento importante

Bertolino: apoio aos pequenos

política pública pontual e eficaz, que gera emprego e desenvolvimento e pode ser embrião de outros projetos. Juliana Jaber, viceprefeita, destacou o viés social do trabalho e a força do trabalho em equipe. Bertolino da Costa, prefeito municipal, lembrou que pequenos e microempreendedores são os grandes geradores de emprego e renda, mas foram os mais sacrificados pela pandemia e por isso precisam de apoio. Ressaltou ainda que todos os bancos da cidade foram convidados a participar do programa, mas as cooperativas de crédito foram as únicas que deram apoio à iniciativa porque são instituições financeiras voltadas para o desenvolvimento de Bom Despacho.


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Bom Despacho (MG), 31 Janeiro 2022

Minas é logo ali! Minas Gerais, para um paulistano, é a terra da fartura da comida: muita carne de porco, queijo, muito torresmo, tutu, muita cachaça de ótima qualidade, muitas mulheres bonitas, enfim, uma terra que é muito boa

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Política que paralisa ou impulsiona nossa cidade

ALEXANDRE

MAGALHÃES Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

“Rosa mineira, flor brasileira / Porta-bandeira das Gerais / Moça bonita, flor na janela / Tem o perfume dos cafezais / A mais bela das pastoras / Senhora desses quintais / Sigo seus passos, ela caminha / Pelas veredas ela vai / Doce mineira, sempre a primeira / Gosto quando ela diz “uai” / Velha mina seresteira / Dos bonitos madrigais / E Minas Gerais não fica longe / Minas é logo ali / Depois da curva, depois da chuva / Depois do vento, você / Luzes que passam, noites serenas / Bom para a gente ouvir um som / Fique comigo, cante comigo / Eu e você, tão bom / Quantas tardes na varanda / Olhando o por do sol / E Minas Gerais não fica longe / Minas é logo ali / Depois da curva, depois da chuva / Depois do vento, você / Minas Gerais não fica longe / Minas é logo ali / Depois da curva, depois da chuva / Depois do vento, você” Almir Sater e Renato Teixeira fizeram esta linda música chamada “Minas é logo ali”, claro, sobre Minas Gerais. Acredito que Minas Gerais e Bahia sejam os dois estados brasileiros que mais são estereotipados. Pelo menos, pelo público paulistano. Aqui pensamos sempre em baianos relaxados, vagarosos, sem pressa para viver. Já Minas Gerais, para um paulistano, é a terra da fartura da comida: muita carne de porco, muito torresmo, tutu, muita cachaça de ótima qualidade, muitas mulheres bonitas, enfim, uma terra que é muito boa. Quando eu estava frequentando Bom Despacho mais amiúde, toda vez que falava para um amigo ou conhecido que iria a Minas Gerais, invariavelmente a resposta era a mesma: “Minas é tudo de bom”. Claro, minha resposta sempre foi de concordância. Mas, o que venho descobrindo ao longo destes quatro anos que frequentei Bom Despacho, é que, para um paulistano, Minas Gerais restringe-se ao sul do estado, a parte mais fronteiriça com São Paulo. O pessoal me perguntava: sua namorada mora em Monte Verde? Para um paulistano médio, Minas Gerais se restringe a Belo Horizonte, Monte Verde, porque muitos adoram ir para lá no inverno, pois é região de montanha, Poços de Caldas, porque muitos de nossos pais e avós passavam a lua de mel nesta cidade (minha mãe até fala de sua ida para Poços de Caldas em sua lua de mel) e mais quase nada. Quando explico que minha namorada mora em Bom Despacho, percebia que a pessoa com quem eu conversava fazia uma cara de interrogação. E invariavelmente, perguntava: “mas é perto do quê?”.

O queijo Também fui muitas vezes questionado sobre coisas que sempre ouvimos, mas que um paulistano muitas vezes não sabe se é assim mesmo, se não

PAULO

HENRIQUE Paulo Henrique Alves Araújo é gestor e servidor público, mestre em computação e gerente de projetos de inovação

minha namorada bomdespachense ou um de seus amigos. há exagero na história ouvida. “Mineiro come muito queijo, mesmo?”. Eu explicava que, pelo menos o pessoal de Bom Despacho, come muito queijo. Que é um alimento que estava sempre presente nas casas e mesas bom-despachenses. Até hoje eu me espanto com isso, com essa paixão pelos vários tipos de queijo. E como entendem de queijo, se é fresco, meia cura etc, coisa que eu só passei a escutar depois de me tornar um quase mineiro.

O “trem” “É verdade que para tudo falam “trem”?”. Sempre confirmo e acrescento que eu não tenho a menor condição de acompanhar uma conversa em Bom Despacho. O trem substitui todas as palavras substantivas. Como é possível entender o que uma pessoa está falando, se para tudo ela usa “trem”? Quando falo com minha namorada bomdespachense, o que mais eu digo é “preciso de mais detalhes sobre o que você está me pedindo”. Como saber o que significa “pegue aquele trem para mim”? Na minha cabeça, pode ser muitas coisas, mas para minha surpresa, as pessoas pegam exatamente aquilo que minha namorada bom-despachense está pedindo.

O “uai” Sobre o uso do “uai” também há muita curiosidade. E é difícil explicar para meus amigos paulistanos sobre a posição do “uai” na frase, pois depende da entonação e do sentido que aquele que fala quer dar à frase. Eu explico mais ou menos como eu acho que é: “uai” no começo denota um pouco de dúvida e no final, um pouco de indignação com algo que foi perguntado. Mas, juro que até hoje não sei bem como usar o “uai”. Por medo e por falta de costume, acho que nunca disse um “uai”, a não ser quando estou brincando com

A cachaça e a água-ardente mineira Todos os meus amigos paulistanos, especialmente os que gostam de bebidas alcoólicas, sempre que sabem que eu vou a Bom Despacho, me pedem cachaça. Não pedem nenhuma marca específica, não fazem nenhuma exigência. Apenas pedem para trazer uma cachaça mineira. É incrível como esta bebida é endeusada em São Paulo. Uma vez fiz um teste com meus amigos do futebol e disse a eles que a cachaça era oriunda de Minas Gerais. Todos tomavam, batiam os lábios de satisfação e diziam algo como “é outra qualidade, não se compara às fabricadas aqui em São Paulo”. Nem tive coragem de dizer que aquela era uma pinga paulista de uma cidade perto da capital. Achei que poderia apanhar de meus amigos.

A natureza em Minas Gerais Mas, o que mais me dá prazer em falar sobre Minas em geral e sobre Bom Despacho em particular era a natureza. Um paulistano com menos de setenta anos jamais nadou em um rio limpo, jamais viu um quati ou uma seriema de perto. Isso é o que mais sinto falta quando estou em São Paulo: correr nas matas e estradas de chão de Bom Despacho. Ir até a Ponte da Amizade e entrar um pouco no Rio Lambari. Puxa que saudades de fazer isso novamente. Estive recentemente em Bom Despacho, mas as chuvas me impediram de nadar perto da Ponte da Amizade. Pena que Almir Sater e Renato Teixeira não foram muito verdadeiros quando deram o título à canção “Minas é logo ali”. De São Paulo a Bom Despacho são cerca de setecentos quilômetros, distância que eu espero continuar a percorrer por muitos anos. “Minas é tudo de bom”!

A política é uma ciência - ou uma arte - encantadora. A palavra teve origem na Grécia Antiga, entre 800 a.C. e 600 a.C., quando os cidadãos se organizaram em “pólis”, as cidades-estados que servem como referências até os dias atuais. A política trata das estruturas, regramento e comando para garantir harmonia no convívio entre integrantes de uma sociedade. Ela pode ser vista em diversos contextos, global, nacional, municipal, ou ainda em comunidades menores, como associações de bairro, empresas e mesmo famílias. Você pode se considerar apolítico, mas provavelmente não é. A explicação é simples: o ser humano é um ser social e, onde há mais de um, um mínimo de organização e regramento tem que existir. Não sei onde você exercita sua política, mas você o faz e os grupos sociais prosperam à medida que isso é bem feito. Famílias se eternizam, empresas prosperam, países e cidades se desenvolvem. Notem que a política é responsável em pensar o todo, em buscar a harmonização dos interesses particulares, em estabelecer espaços para as diferenças, em potencializar oportunidades para os seus membros, em buscar condições que atendam a todos. A política cuida do todo para todos. Ser político, entretanto, não é das tarefas mais fáceis para o ser humano. O político é, em tese, um abnegado que prioriza o interesse de sua sociedade em relação aos seus interesses particulares. Difícil. Cada um de nós é movido por objetivos, tem planos, tem uma forma de ver o mundo e se esforça ao longo da vida para estar nesse caminho e chegar a esses destinos. Quando nos tornamos políticos, deixamos então essas coisas guardadas numa caixa e assumimos uma outra personalidade? Ou serão os políticos pessoas talhadas desde sua concepção para se realizarem apenas com a busca pelo interesse comum? Ainda que tenhamos pessoas bem-intencionadas na política,

elas terão dificuldades para se despirem de tudo que têm nas suas caixas e assumirem a “nossa caixa”. Elas terão dificuldade de defender propostas que são boas para a maioria de nós, mas ruins para elas. Quando forem bemsucedidas nisso, sendo genuínas altruístas, provavelmente não contarão com a minha e a sua compreensão se nossos interesses particulares forem prejudicados. Isso não acontece porque só gente ruim vai para a política, acontece porque é impossível atender a todos e é impossível ser totalmente altruísta. Por essas e outras, acredito que o exercício da política deveria ser temporário, mas não é disso que quero tratar hoje. Bom Despacho está iniciando em 2022 o segundo ano de quatro da sua atual configuração política. Em 2020, reelegemos Doutor Bertolino como prefeito, em disputa equilibrada contra Joice Quirino. Escolhemos a promessa de um governo dinâmico e promotor do desenvolvimento no póspandemia. Elegemos também uma nova Câmara Municipal, com apenas um remanescente da legislatura anterior – renovação que, vale lembrar, já acontecera na eleição de 2016. Acompanhando a eleição majoritária, a Câmara Municipal ficou dividida, numa sequência dos embates de campanha. Tenho a impressão de que a campanha ainda não acabou. A despeito de termos problemas, oportunidades e propostas conhecidos, a política sofreu com as disputas em Bom Despacho no ano de 2021. Nós não somos inovadores nisso, esse fenômeno já aconteceu várias vezes em Brasília, nos embates entre Presidência da República e Congresso Nacional. Em um primeiro momento, como efeito da divisão da campanha eleitoral anterior. Pouco depois, como preparação para a próxima. A política tem vivido assim, sob a égide do “quanto pior, melhor”. Adversários de campanha se tornam oposição ao governo, apoiadores viram base do governo. Assim, propostas do governo têm apoio da base e votos contrários da oposição. Propostas da oposição no legislativo têm a resistência do governo. “Faz sentido, né? Ou estou com o governo ou estou contra ele.” E assim nada relevante acontece, porque

ninguém quer dar ao adversário a oportunidade de ter a iniciativa de algo bom para os eleitores. Mas voltando ao propósito da política, você já entendeu onde quero chegar: muitos políticos perdem o foco de fazer o melhor pela sociedade que representam. Se a proposta é boa para o município, não importa o autor, deveria ter o apoio da Prefeitura e da Câmara. Se é ruim, não tem lealdade que justifique apoiar. Se há como melhorar algo bom ou como corrigir algo ruim, Prefeitura e Câmara deveriam se sentar, debater e construir uma proposta melhor. Boicotar uma proposta boa só porque ela vem de um adversário eleitoral é colocar o orgulho, a vaidade ou os planos de uma futura campanha acima dos interesses dos cidadãos. Estão todos eleitos, em pleno exercício do mandato, é tempo de trabalhar por Bom Despacho. O interesse de um político em se reeleger ou mesmo em buscar um cargo mais alto no próximo pleito são legítimos. Mas qual a prioridade para quem está no exercício do mandato? Acredito na capacitação de todos os eleitos em Bom Despacho. Todos têm representatividade e conhecimento suficientes para entregar mais ao município. Vejo pouco trabalho conjunto, e a política é coletiva por natureza. Ouço uma ideia aqui, outra acolá, mas poucas coisas concretas que possam mudar a vida de um município como Bom Despacho. Tem hora que parece que pavimentação asfáltica é o único projeto conjunto da política municipal. Uma iniciativa lançada recentemente mostra que pode ser diferente. O programa Pra Frente BD, lançado neste mês de janeiro, foi proposto pela prefeitura e contou com o apoio da maioria dos vereadores. Além disso, tem as parcerias da Credesp e Credibom, nossas duas cooperativas de crédito, e da CDL/Acibom, associação que reúne empresas e empresários do município. São 5 instituições representativas reunidas em torno de uma boa iniciativa para Bom Despacho, uma demonstração do potencial que a nossa política tem. Bora fazer mais da política que coloca o coletivo em primeiro lugar? Há muitas oportunidades.


nalista e escritor bom despachense

DESTAQUE

Bom Despacho (MG), 31 Janeiro 2022

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Maura Lopes Cançado: nossa Manter a humildade e maior escritora aprender todos os dias Gente em Destaque ENTREVISTA EXCLUSIVA: Júlio Edstron Secundino Santos

O advogado bom-despachense Júlio Edstron Secundino Santos, 42 anos, é o novo secretário de Estado da Fazenda do Tocantins – cargo que assumiu em dezembro de 2021. Júlio é casado com Roseli de Fátima Santos e tem um filho, Victor Rafael Secundino Santos. Nasceu em BD e foi criado no bairro São Vicente – “nosso amado Campo”, diz. Estudou no Colégio Tiradentes. Trabalhou na antiga CAF e no SESC. Formou-se em Direito na Unipac em 2008 e no mesmo semestre começou a dar aula na faculdade. Depois mudou-se para Brasília/DF, onde fez mestrado e doutorado. Estudou também na Espanha. Após ocupar vários cargos, em dezembro de 2021 foi convidado pelo governador do Tocantins, Wanderley Barbosa, para assumir a Secretaria de Estado da Fazenda. Nessa entrevista exclusiva ao editor Alexandre Coelho, Júlio Edstron fala da sua história, da carreira, dos novos desafios e planos futuros. Conta da saudade que sente do que deixou em Bom Despacho e diz que “por convite e escolha consciente, a minha vida e da minha família é no Tocantins. Me sinto realmente honrado em servir um Estado que me recebeu muito bem”. Veja na entrevista a seguir. LÚCIO EMÍLIO JÚNIOR Em nossa cidade não faltam artistas e, em especial, escritores. Na cidade há a Academia Bom-Despachense de Letras e até mesmo um editor anda por aqui, recentemente homenageado pela Câmara Municipal: Eduardo Lucas Andrade, da Editora Literatura em Cena . No entanto, a escritora de renome nacional que já viveu aqui, e pouco celebramos, foi Maura Lopes Cançado. Precisamos dar mais atenção a esse nome. Quem tem esse sobrenome na cidade é parente dela. A esposa do Dr. Clodomiro, Dona Ângela, é parente próxima e Rodrigo Anaya Rojas, meu tio, comentou sobre o assunto falando comigo falando na “tia Maura”. Maura era filha de um fazendeiro rico de São Gonçalo de Abaeté. Ela veio aqui, ainda nos anos 40, aprender a pilotar no bairro São Vicente, então Campo de Aviação – que na época era realmente um aeroporto. Como ela conta em sua “autobiografia” Hospício é Deus, editado pela primeira vez em 1965 e reeditado em 2015 pela Editora Autêntica, ela uma vez tentou jogar o avião em cima de uma casa. Ao tentar justificar-se, ela afirmou ser fascinada pela ideia de causar um acidente de avião. Ela não cita Bom Despacho no livro, mas o jornalista Maurício Meireles citou nossa cidade como importante na formação da escritora no prefácio que escreveu para a editora Autêntica. Maura, então apenas uma menina de dezesseis anos (ela nasceu em 1929), dividia sua paixão por aviação com Jair Praxedes, filho do famoso Coronel Praxedes (também da mesma idade). Ela contou, em seu diário de hospício, ter sido casada durante um ano com Jair Praxedes, mas ter-se apaixonado pelo seu sogro, desiludindo-se do casamento. Ambos tiveram um filho chamado Cesarion Praxedes. O jorna-

lista Pedro Rogério Couto, que vive em Brasília, afirmou que Maura foi uma das fontes inspiradoras de um romance chamado Bela Noite para Voar (2001, Thesaurus), livro em que foi baseada a minissérie com o nome JK da Globo em 2006. A vida e obra de Maura inspiraram também o romance A Origem da Água, de Ana Cristina Braga Martes. A partir dos anos 60, fixou-se no Rio de Janeiro, onde trabalhou no jornal Correio da Manhã e, segundo ela, Fernando Sabino foi quem a indicou para sua primeira editora. No Rio, conheceu artistas tais como Tônia Carrero, por quem disse, em carta a Vera Brant, ter se sentido desprezada. Maura vivia entrando e saindo de internações em clínicas psiquiátricas. Torquato Neto, jornalista e letrista da tropicália, ficou no mesmo hospital, em Engenho de Dentro (título aproveitado por ele), e citou Hospício é Deus. Em crise, dilapidava heranças, brigava com os amigos, perdia empregos. Depois de sua morte, em 1993, foi lembrada em artigos por Carlos Heitor Cony, Reinaldo Jardim, Nelson de Oliveira e Ferreira Gullar, entre outros. Hoje na internet existem vários vídeos, lives, e várias dissertações de mestrado sobre sua obra. Em 2011, no último de nossos festivais de inverno, realizei o roteiro de um vídeo sobre Maura chamado Hospício é Deus, junto do cineasta Sérgio Villaça. Curiosamente, o vídeo foi colocado no canal de um membro da família Lopes Cançado e teve 3.200 visualizações. Eu convido vocês a verem o vídeo e a sonharem com novos festivais de inverno: Endereço do vídeo no canal de Jorge Lopes Cançado: <https://www.youtube.com/ watch?v=-9KDTXnXbZ4>. Lúcio Emilio do Espírito Santo Júnior é filósofo, professor e escritor

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Onde você estudou em Bom Despacho? Formou-se em Direito em que ano? Eu estudei no Colégio Tiradentes e terminei o ensino fundamental no EJA. ingressei no curso de Direito da Unipac, me formei no mês de julho de 2008 e por confiança do então coordenador Prof. Mozart Foschete no mesmo semestre comecei a lecionar na instituição de ensino onde me graduei. Você trabalhou no SESC por muito tempo. O que levou dessa experiência? Meu primeiro emprego formal foi na CAF, tanto na área agrícola, quanto no setor administrativo. Anos depois tive a oportunidade de trabalhar no SESC, local em que aprendi muito com a Bete, Jane, Wilton, Selma e até mesmo com o Dr. Robinson – um dos bom-despachenses mais ilustres da história de nossa cidade. Acredito que as maiores lições que levei daquela época foram a preocupação com questões sociais, a experiência de ter trabalhado com a terceira idade e a relevância do Terceiro Setor para o Brasil, sobremaneira do Sistema “S”. Onde você trabalhava e qual função exercia em Brasília quando foi convidado para o cargo de Secretário da Fazenda do Tocantins? Nós nos mudamos para Brasília devido a um convite do Prof. Mozart para trabalhar com ele na Universidade Católica de Brasília. Na UCB fiz grande amigos, tenho grandes mestres, estudei em escolas de relevância nacional e também na Universidade de Salamanca, na Espanha. Ainda no DF fiz meu mestrado em Direito na UCB, o doutorado no UniCEUB, aprendi a pesquisar e a publicar e até hoje me mantenho como editor de periódico científico de relevância nacional. Por indicação trabalhei como assessor parlamentar e de liderança na Câmara dos Deputados tendo experiência em processo legislativo e

também em orçamento público. No DF aproveitei outra oportunidade ímpar e trabalhei na ANASPS, uma associação de servidores da Previdência Social com cinquenta mil associados. Aprendi muito com seus fundadores Dr. Paulo, Dr. Alexandre e Dra Elienai. Devido a uma grande amizade constituída durante o meu doutoramento fui convidado a trabalhar no Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, onde exerci a função de diretor-geral da Escola de Contas. Posteriormente recebi o convite para colaborar no gabinete do Procurador-Geral de Contas e depois o governador Wanderley Barbosa me incumbiu da missão de direcionar os esforços da Secretaria da Fazenda do Estado. Como foi o convite para o cargo? Veio de quem? O meu convite veio devido a indicação e a confiança de uma pessoa que eu admiro muito do Tribunal de Contas e pela confiança do governador Wanderley Barbosa no meu currículo acadêmico e profissional. Você já conhecia o governador? Não, eu não o conhecia pessoalmente. Sou um técnico, cientista do Direito, uma pessoa que tem profunda admiração pelos políticos, seres humanos altruístas que possibilitam a construção da democracia e dos direitos fundamentais. Mas, meus méritos – se tenho algum – são de estudar, pesquisar, publicar e vivenciar a administração pública e o desenvolvimento da atividade financeira do Estado. Quando assumiu o cargo? Eu assumi o cargo no dia 28 de dezembro, em pleno fechamento do orçamento de 2021. Um volume altíssimo de pagamentos. Já pensou o que é o pagamento de folha e despesas de todo um Estado federado? Tenho a consciência e a gratidão que aquele momento só foi superado pelo profissionalismo e apoio de

todos os servidores da SEFAZ e devido à confiança do Governador e de toda a sua equipe.

Quanto ao magistério, sou um razoável professor de Direito. Sou um docente, muito ou pouco e isso não importa, lecionar é uma parte que me faz muito feliz e realizado.

Ao assumir, qual foi o desafio posto pelo governador?

Continuo a lecionar quase que normalmente, inclusive na FASF de Luz, um lugar em que realmente me sinto em casa, principalmente por causa do Professor Gustavo Carvalho e da Professora Heloisa.

As principais missões dadas pelo Governador foram manter o equilíbrio fiscal, incentivar o desenvolvimento do Estado e manter os altos padrões de eficiência e probidade da Secretaria da Fazenda do Estado do Tocantins. Quais são os principais desafios que tem pela frente no cargo que ocupa? Os desafios de exercer qualquer função pública são manter a humildade para continuar a aprender todos os dias, o compromisso para atender o princípio constitucional da eficiência e o dever de cumprir as leis e os preceitos do Estado Democrático e Republicano de Direito. Você tem ou já teve militância políticopartidária? Não, eu não tenho histórico de militância política, mesmo tendo trabalhado dentro do Congresso Nacional. Apesar de respeitar e admirar a classe política, pessoas que exercem a arte de fazer o (im)possível como já escreveu um dos nossos ex-presidentes da República, sou apenas um agente público. Quais seus planos pessoais para o futuro? Continuará no Tocantins? E o magistério? Meu plano é liderar e auxiliar a minha equipe a fazer com que a SEFAZ seja uma peça eficiente da gestão pública tocantinense, auxiliar o desenvolvimento do Estado do Tocantins e continuar a possibilitar que políticas públicas sejam asseguradas neste momento conturbado da história mundial. Por convite e escolha consciente, a minha vida e da minha família é no Tocantins. Me sinto realmente honrado em servir um Estado que me recebeu muito bem.

Como é sua relação atual com BD? Vem muito à cidade? Minha atual relação com Bom Despacho é de respeito. Nossa cidade é um prodígio, temos cidadãos ilustres no passado, no presente e provavelmente no futuro. Bom Despacho é surpreendente. Aqui no Tocantins, por exemplo, conheci um brilhante professor bom-despachense, titular da UFT, chamado Airton Cançado, um docente de renome nacional na área de Gestão Social. Infelizmente, não visito Bom Despacho como eu queria por causa dos compromissos profissionais que venho acumulando ao longo dos anos. Do que tem mais saudade em Bom Despacho? Tenho grande saudades da família, minha mãe morava em Bom Despacho até o ano passado, meus tios, primos e grandes amigos vivem na cidade. Como vê a cidade de Bom Despacho e suas perspectivas? Para mim Bom Despacho sempre será a cidade da minha família, meus avós, pais, tios, primos e de grandes amigos. Com um olhar de quem está fora e de quem não tem a pretensão de ser um protagonista em Bom Despacho, o meu desejo é que a cidade, suas lideranças, a sociedade civil organizada e a sua população busquem um consenso democrático para que haja um encontro de esforços e possibilidades. Nossa cidade precisa de um reencontro com o caminho para o desenvolvimento econômico e a efetivação da proteção social aos necessitados. (iBOM) / Foto: Arquivo pessoal.


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