JORNAL DE NEGÓCIOS - Bom Despacho/MG

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DESTAQUE

Bom Despacho (MG), 15 Maio 2022

Ano XXXIII - Nº 1.633 • Fundado em 12/05/1989

Emilia: mulher de verdade

ALEXANDRE MAGALHÃES

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Bom Despacho (MG), 15 Maio 2022 • GRÁTIS 1 EXEMPLAR

Mães não são todas iguais Página 11

Quem foi Wilson Lopes?

Lúcio Emílio Página 10

PAULO

HENRIQUE

Sua mãe também é uma peça? Página 9

Morreu aos 90 anos Padre Jayme Lopes Cançado “Cumpri o papel que me cabia de líder espiritual”, disse o sacerdote na última entrevista que deu ao Jornal de Negócios, em dezembro de 2020 (PAG. 3)

Executivo envia novo projeto Câmara: vereador Marquinho Sindicato Rural de BD ampliando o prazo para entra com representação receberá embalagens contratação de temporários contra a vereadora Paré de agrotóxicos dia 10/5 PÁGINA 4

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Bom Despacho (MG), 15 Maio 2022

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Bom Despacho (MG), 15 Maio 2022

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Batida de caminhão e moto deixou 2 feridos na BR 262, em Moema

Morreu aos 90 anos de idade Padre Jayme Lopes Cançado

Acidente aconteceu próximo ao trevo de Moema. Segundo a PRF, caminhão invadiu a contramão

“Cumpri o papel que me cabia de líder espiritual”, disse o sacerdote na última entrevista que deu ao Jornal de Negócios, em dezembro de 2020

Duas pessoas ficaram feridas – ao menos uma delas em estado grave – numa batida entre um caminhão e uma motocicleta ocorrida segundafeira (2/5), na BR 262, próximo ao trevo de Moema. De acordo com informações passadas à imprensa pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta das 17h30m uma carreta Volvo FH 440 que trafegava em direção a Araxá entrou na contramão e atingiu de frente uma motocicleta Honda XRE 300 com placa de Igarapé/MG que vinha na direção contrária com duas pessoas. A PRF não informou o motivo do caminhão ter invadido a contramão. Pouco depois da batida passou pelo local uma equipe do SAMU de Luz fazendo a transferência de um paciente. Os socorristas pararam e

deram o primeiro atendimento a um dos ocupantes da moto – um jovem de 23 anos que não teve o nome divulgado. Ele tinha fraturas na pelve e na perna esquerda e estava com rebaixamento do nível de consciência. O jovem foi estabilizado e imobilizado até a chegada de uma ambulância do SAMU de Bom Despacho, que o transferiu para a Santa Casa de Bom Despacho. Depois de prestar o primeiro atendimento ao jovem, os socorristas do SAMU de Luz seguiram viagem com o paciente que eles estavam transferindo. A outra vítima que estava na moto foi atendida por uma equipe médica da concessionária Triunfo, que não informou nome, sexo, idade e nem seu estado de saúde (iBOM / Foto: PRF).

Homeméachadomorto na Praça do Rosário

Morreu na madrugada de segunda-feira (2/5), aos 90 anos de idade, o padre Jayme Lopes Cançado. Seu corpo foi velado na igreja matriz de Bom Despacho durante todo o dia e depois sepultado no Cemitério Novo. Jayme Lopes Cançado nasceu em Bom Despacho. É um dos 5 filhos de Luís Lopes Cançado e Antônia Clara de São José. Foi ordenado padre em 08.12.1958. Ao longo da sua jornada de sacerdote foi professor, escritor e radialista. Atencioso e gentil, era muito querido pela população. Na década de 60 fundou em Bom Despacho o movimento Roda Viva, que “procurava formar consciência crítica na juventude”. A última entrevista de Padre Jayme Em dezembro de 2020, com a saúde debilitada e dificuldade para falar - mas sem perder a lucidez e o brilho intelectual de sempre - Padre Jayme deu uma entrevista exclusiva ao Jornal de Negócios / iBOM. Foi a última entrevista dada por ele à imprensa. Nela, Padre Jayme falou da força transformadora do Movimento Roda Viva, que tinha reuniões num espaço ao lado da Casa Paroquial. “Fazíamos encontro de jovens para debates, discussões, atividades e discussão de projetos para

a cidade”, disse. Ele contou que os integrantes do movimento eram inspirados pelo “sonho de fazer um mundo melhor, mais justo, mais fraterno”. E, com humildade, explicou ter sido apenas “mobilizador” que tinha vontade de “modificar a sociedade, melhorar as condições de vida do povo”

Aponte a câmera do celular para o QR Code e veja a última entrevista de Padre Jayme

Fernando Cabral é operado de emergência Colunista do Jornal de Negócios teve deslocamento da retina

O corpo de um homem foi encontrado num banheiro da Praça do Rosário na manhã de quinta-feira (5/5), em Bom Despacho. Ele foi achado por moradores da região, que acionaram a Polícia Militar. Uma fonte da Polícia disse ao iBOM que o homem tem 64 anos de idade e é morador de

rua. Seu nome e naturalidade não foram informados. Ainda de acordo com informações obtidas pelo iBOM, o cadáver não apresentava sinais de violência. Aparentemente trata-se de morte natural. A Polícia Civil esteve no local para fazer a perícia e apurar o caso. (iBOM/Foto redes sociais)

Na tarde de quarta-feira (4), o colunista Fernando Cabral submeteu-se a uma cirurgia de emergência no olho direito após deslocamento da retina. Os problemas começaram na manhã de domingo e evoluíram rapidamente para a perda de visão. Examinado na terça pelo oftalmologista Whodson Figueiredo, Cabral foi encaminhado para o Centro Oftalmológico de Minas Gerais, em Belo Horizonte, onde foi operado pelo especialista Cláudio de Carvalho. A cirurgia foi bemsucedida, mas Cabral terá de esperar entre quatro e cinco semanas para saber se terá de volta a visão do olho direito. Devido à cirurgia a que foi submetido, Cabral não teve como escrever sua coluna para esta edição do Jornal de Negócios. A expectativa é que ele volte a escrever já para a próxima edição.

Cirurgia funciona em 90% dos casos, diz especialista A retina é a parte do olho onde se forma a imagem que é levada ao cérebro. O descolamento leva à perda imediata da visão. Se não for tratada com urgência, a perda se torna definitiva. O procedimento feito no olho de Cabral se chama vitrectomia. Nele, o cirurgião remove o humor vítreo e o substitui por uma solução salina. Depois coloca uma bolha de gás para encher o olho e forçar a retina de volta ao seu lugar. Com o tempo o gás desaparece. Após a absorção do gás, se a retina permanecer no seu lugar original, o paciente volta a enxergar. Segundo o oftalmologista ouvido pelo Jornal, esta cirurgia costuma funcionar em 90% dos pacientes.

Cabral também sofre de uveíte (inflamação dentro do olho), provocada por sua doença autoimune chamada espondilite anquilosante. A uveíte também pode levar à perda de visão, mas, no caso dele, os medicamentos têm funcionado já faz 30 anos. Contudo, desta vez a uveíte no olho esquerdo veio acompanhada do descolamento da retina do olho direito. Por isto Cabral ficou praticamente sem visão nos últimos dias. Ele disse ao Jornal que o tratamento do olho esquerdo já está dando resultados e a visão deste olho está quase totalmente recuperada. Quanto ao olho direito, só será possível avaliar o resultado daqui a algumas semanas.


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Bom Despacho (MG), 15 Maio 2022

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Executivoenvianovoprojetoampliando prazo para contratação de temporários Projeto anterior foi rejeitado por 4 vereadores. Caso gerou polêmica dentro e fora da Câmara O prefeito Bertolino da Costa encaminhou à Câmara na quarta-feira, dia 4/5, um novo projeto de lei ampliando o prazo de contratação temporária de servidores. O objetivo da mudança é evitar a falta de profissionais para atender à população, especialmente na área da Saúde. Hoje, a Lei 1.427, de 1994, permite à Prefeitura fazer contratação temporária por processo seletivo pelo período máximo de 1 ano. O novo projeto amplia esse prazo para 2 anos, sem prorrogação. Conforme mostrou reportagem publicada na edição anterior do Jornal de Negócios, os concursos públicos feitos pelo município não estão conseguindo preencher as vagas existentes. Diante disso, resta contratar profissionais temporários através de processo seletivo. O problema é que as pessoas contratadas por processo seletivo só podem permanecer no cargo por um ano. “Isso tem gerado extrema rotatividade do pessoal (…) e prejudica a prestação de serviços” ao cidadão, “já que a cada período de 12 meses renovam-se as equipes de trabalho”. Além disso, fazer processos seletivos “exige tempo e gera custos para os cofres públicos”. Segundo relatório atualizado da Secretaria de Saúde, entre os dias 29 de março e 21 de maio venceram ou estão vencendo 53 contratos de profissionais como Assistente Social, Enfermeiro, Psicólogo, Médico, Dentista e outros especialistas que atendem ao público nas unidades de saúde do município. Para mudar esse quadro, em abril a Prefeitura enviou um projeto à Câmara propondo a ampliação do prazo dos

processos seletivos para 2 anos, com possibilidade de prorrogação por igual período. O projeto foi à votação dia 18/ 4 e acabou sendo rejeitado com voto contrário dos vereadores Eder, Paré, Sâmara e Sildete. Votaram a favor Keké e Marquinho. Já Malucão e Pastor Alex não participaram da sessão. A rejeição do projeto causou polêmica dentro e fora da Câmara. Na sessão de 2 de maio, Lílian Aparecida Soares, moradora do bairro Ana Rosa, foi à Tribuna Livre e cobrou solução para a rotatividade dos profissionais da saúde. Ela citou o caso do dentista da UBS Ana Rosa, “um excelente profissional” que deixaria de atender no local porque seu contrato venceria daí a 3 dias. O presidente da Câmara, Vinícius Pedro, interrompeu a fala de Lílian e, dizendo não haver entendido direito o problema, pediu ao vereador Marquinho da Copasa, que é lider do governo, para explicar o que estava acontecendo que gerou a reclamação. Marquinho disse que a questão não é o dentista, mas a rotatividade no quadro de servidores por causa do limite de 1 ano para os contratos. Para ele, os 4 vereadores que votaram contra aumentar o prazo dos contratos estão fazendo “picuinha com o prefeito” (…) “para prejudicar os servidores”. A vereadora Keké falou em seguida e disse que Lilian deveria “perguntar aos 4 vereadores que votaram contra [o projeto], por quê votaram contra”. Eder Tipura pediu a palavra, reiterou ter votado contra e criticou o Executivo dizendo que “o que a gente enxerga é uma inércia do Executivo que não quer trabalhar, não quer fazer processo seletivo”.

A vereadora Paré, falando a seguir, afirmou não saber que havia 480 servidores contratados e disse que no projeto rejeitado pela Câmara “a explicação simples que estava lá é que fazer concurso de ano em ano dava muito trabalho”. A moradora Lílian Soares, que ainda estava na Tribuna Livre,

respondeu: “quero pedir a vocês; pensem mais na população” (...) “pra quê essas picuinhas?” A vereadora Sildete pediu a palavra e se justificou dizendo que “quando chegou esse projeto pra nós, ele não veio bem explicado”. O vereador Marcelo Malucão criticou a fala do vereador Eder

e disse que “a Câmara Municipal está virando uma picuinha. (…) Se o projeto veio mal explicado, que não votasse. Pede vista, estuda ele mais. (…) Aí é problema de vocês que votaram contra” Na sua fala, o vereador Pastor Alex afirmou que houve manifestação prévia na comissão contra a proposta

antes mesmo dela ser levada ao plenário. “Eu participei na Comissão (...) E aí tenho que ser bem claro: (...) comecei a discutir o projeto e já tinha uma votação dizendo (...) nós vamos rejeitar porque dessa forma o governo vai valorizar mais o servidor. Então eu não consegui discutir esse projeto na comissão”. Em seguida Alex fez um pedido ao plenário: “que a gente use mesmo o bom senso (…) de tentar resolver em vez da gente ficar jogando um pingpong aqui. (…) Sei da situação, da dificuldade que está tendo para encontrar profissional...(…) Conhecedor das dificuldades, quando o projeto chega a gente sabe da importância que ele tem”. Concluiu fazendo “um apelo ao Prefeito para que envie novamente [o projeto] modificado” (...) “para o cidadão não ser prejudicado”. O novo projeto de lei, encaminhado pelo Prefeito dia 4/5, em caráter de urgência, será apresentado na reunião da Câmara de segunda-feira, 9/5. Tomando como referência as manifestações dos vereadores na sessão do dia 2/5, o Legislativo agora deverá aprovar a proposta de alterar o prazo das contratações temporárias pelo Executivo.

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Marquinho entra com representação contra Paré Motivo são os áudios enviados a ele pela vereadora. Paré confirmou envio das mensagens O vereador Marquinho da Copasa protocolou quartafeira (4/5), na Câmara, uma representação requerendo abertura de procedimento ético disciplinar contra a vereadora Aparecida Adriana Lúcio, a Paré. No documento, Marquinho afirma ser alvo de “agressões verbais, ameaças e chantagens por parte da vereadora” e requer a destituição de Paré do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, bem como aplicação das penalidades cabíveis contra ela. A representação está acompanhada de ata notarial expedida pelo Cartório do 1° Ofício de Notas da comarca de Bom Despacho, que traz a transcrição integral das mensagens enviadas por Paré a Marquinho. Ata notarial é uma certidão feita pelo tabelião que documenta um fato – no caso as mensagens enviadas por Paré. A ata notarial tem diligência probatória, presumindo-se verdadeiro o seu conteúdo. “Conforme consta dos áudios inclusos, a Senhora Vereadora faz ameaças, coações, falta com urbanidade, além de outras tipificações mais, não fazendo jus ao cargo que ocupa nesta casa”, diz a representação, que

Trechos de áudios enviados pela vereadora Paré ao vereador Marquinho Reproduzido da Ata Notarial lavrada no Livro N° 185-N, Fl. N° 26, do 1° Ofício de Notas da Comarca de Bom Despacho

“Cala a boca que é melhor pra você, eu já te falei pra não mexer comigo não. (…) Você não tá com nada, você é um burro, você não sabe, cê não estudou, cê não sabe nada, cê não tá com nada, você é um bosta”. ooooo “Conversa menos. Sabe ou um cara igual ocê nunca estudou, não sabe nada, não sabe lê nem escrevê, tenho dó de você Marquinho, nossa muita dó. Sabe ou e eu estou falando dentro da minha circuncisão de Bom Despacho, eu sou inviolável, eu posso falar o que eu quiser com cê” ooooo

transcreve todo o conteúdo das gravações constantes da ata notarial. Na sequência a representação destaca que “além dos demais ilícitos demonstrados nas falas, que foram expostas pela Senhora Vereadora pela internet”, o caso configura

também falta de urbanidade. E conclui: “falta de urbanidade é também falta de decoro, e neste sentido já houve inclusive pronunciamento pelo Conselho Nacional do Ministério Público”. Por fim, o documento termina requerendo que a Câmara

determine “o imediato afastamento” da vereadora Paré “do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar (...), procedendo com a apuração dos demais termos”. A representação será apresentada em Plenário na próxima sessão do dia 9/5.

“Ocê é indigno, você é uma bosta rala, não tá com nada, tá com nada, tá com nada, viu? Eu vou falar com cê, cê não está com nada.” ooooo “Eu sei tudo que acontece na sua vida, intendeu? Eu tô olhando sua vida, vou investigar esse processo administrativo, o que que é que tá acontecendo com você tá?”

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O padre nosso de cada dia Magro, feito Carlitos.

ITAMAR OLIVEIRA

Piadista e inventor de trocadilhos que sorria e nos fazia sorrir. Das nossas fraquezas, das nossas limitações e das nossas ousadias e sandices.

Itamar de Oliveira, Brasinha, é jornalista e escritor bom-despachense

O irmãos Jaime e Romeu, queriam ser padres.

Nossas cidades nasceram como pequenas aldeias espalhadas no novo mundo descoberto por Cristóvão Colombo para a glória de Deus Nosso Senhor Jesus Cristo e dos reis Fernando e Isabel, donos da coroa espanhola.

Romeu deixou abatina para ser leigo e cidadão respeitado. Jaime resolveu ser padre para sacerdotizar em muitas searas. Formado na combativa congregação dos Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora do padre Júlio Maria De Lombaerde, nosso conterrâneo foi companheiro de magistério eclesial dos padres João Heffels, Henrique Hesse e Vicente Rodrigues.

Cabral, o antigo Pedro Alvares, impulsionado por ventos favoráveis, chegou depois e inventou um Porto Seguro na boa terra de São Salvador. Em torno das ermidas, capelas e igrejinhas nasceram e floresceram vilarejos, vilas e cidades coloniais do Brasil branco, preto, indígena, mulato, moreno e multicolorido. Uma terra de Santa Cruz repleta de divindades indígenas, africanas, europeias e asiáticas. Desde os tempos coloniais nascer, viver e morrer eram acontecimentos celebrados sob a proteção da santa madre: a Igreja Católica Apostólica Romana. Todos eram batizados, crismados,

casados e encomendados pelos padres e religiosos que participaram intensamente da construção da cultura e da identidade do povo brasileiro. Não foi diferente em Bom Despacho. Durante muitos séculos formamos uma sociedade católica. Temos um legado de cultura religiosa que precisa ser reconhecido e valorizado. Temos

as

melhores

lembranças dos padres e vigários que deixaram marcas na nossa história. Um trabalho que as novas gerações precisam conhecer para saber que a vida não começa e nem acaba com a nossa efêmera passagem na coletividade. Não foi por acaso que a morte e o sepultamento do padre Jayme Lopes Cançado, no dia 2 de maio passado, uniu e reuniu a família bomdespachense para se despedir de um de seus filhos mais ilustres.

Formou com os padres Robson Teixeira Campos e Antônio Costa Franco uma trindade de bom-despachense no clero sacramentino. Tornou-se uma referência no campo educacional. Foi líder de muitos educadores formados no curso de pedagogia da Faculdade de Filosofia da UFMG. Foi o braço direito do padre Paschoal Rangel no processo de modernização da editora O Lutador e de atualização do semanário “O Lutador” que

conquistou milhares de assinantes em Minas Gerais e no Brasil. Os textos do padre Jayme merecem ser reeditados. São de muita atualidade. Mas, sem dúvida, em Bom Despacho, o padre Jayme escreveu uma história ímpar. Nos anos setenta, no auge da repressão autoritária imposta pelo regime civil-militar de 1964, preocupado com o futuro da juventude bomdespachense, ele fundou o movimento religioso, social e cultural “Roda Viva”. O educador e pastor arrebanhou e arrebatou a juventude de nossa terra para caminhar sem medo, sob a inspiração da doutrina social da Igreja Católica. O Roda Viva era muito parecido com o nosso padre Jayme. Alegre, solidário, presente na comunidade e distante dos perigos que rondavam a juventude daquela época. A política não era prioridade. Mas os jovens deveriam estar preparados para assumir as responsabilidades que o futuro poderia lhes oferecer. Na vida política, econômica social e cultural. O movimento não era visto com bons olhos pelos donos do poder.

O nosso padre Jayme, inúmeras vezes, foi intimado a prestar declarações nos órgãos de controle e de informação do regime. Um sofrimento que certamente limitou o apostolado do nosso padre Jayme. Felizmente o Brasil superou o regime autoritário e na democracia muitos jovens do movimento Roda Viva se destacaram na caminhada de desenvolvimento de nossa terra. Médicos, engenheiros, advogados, empresários e líderes comunitários e políticos de Bom Despacho beberam na fonte do movimento Roda Viva a água sagrada da fraternidade ofertada pelo carisma do padre Jayme Lopes Cançado. Muitos deles não esqueceram as lições e certamente se lembrarão eternamente do mestre. É preciso que a juventude, nos tempos sombrios que enfrentamos, acorde para a construção de uma pátria justa, solidária e fraterna. As lições dos nossos mestres são libertárias e eternas. Viva a memória do padre Jayme Lopes Cançado. Ela certamente pode continuar nos inspirando.

Publieditoral

Una comemora 110 anos de Bom Despacho em parceria com o município e com foco no desenvolvimento regional

Nos 110 anos de Bom Despacho, o Centro Universitário Bom Despacho celebra a parceira de sucesso com o município e as entregas para a população, confirmando seu compromisso com a comunidade e com o desenvolvimento social. De acordo com a diretora da UNA Bom Despacho, Cinthia Tamara Vieira Rocha, a Una se posiciona como parceira do município oferecendo todo o seu capital intelectual em prol do desenvolvimento econômico e social regio-

nal. Os projetos, o portfólio, as ações são todas desenhadas junto com gestores municipais. “Em Bom Despacho entregamos a clínica de Fisioterapia Irmã Maria, as clínicas de Odontologia e Psicologia, que juntamente a prefeitura viabiliza atendimentos gratuitos a toda população. Na região, ofertamos para a comunidade dois laboratórios de Inovação (Inovalab) um em Lagoa da Prata, parceria município e

CDL, e outro em Bom Despacho. Criando produtos tecnológicos para os municípios e parceiros. Neste projeto já capacitamos centenas de jovens de escolas públicas na área de programação e já apresentamos projeto e artigo em importante evento da área na Espanha. Queremos criar um grande sistema de inovação que envolve toda a nossa região, enaltecendo o Centro-Oeste para o mundo”, explica Cinthia.

Novos cursos Reforçando seu compromisso com a comunidade e com a educação em nossa região, o Centro Universitário Una Bom Despacho ofertará a partir do segundo semestre de 2022, novos cursos tecnólogos voltados para o agronegócio, possibilitando formação rápida e com foco na prática. “Serão oferecidos os cursos de Gestão de Cooperativa, Laticínios, H o r t i c u l t u r a , A g r o e c o l o g i a ,

Aquicultura, Irrigação e Drenagem, Viticultura e enologia, Produção de cachaça, Bioenergia, Produção de orgânicos, Estética e cosmética animal. Eles enriquecem nosso portfólio e qualificam os profissionais da nossa região”, destaca. Sobre a Una Com 60 anos de tradição em ensino superior, a Una oferece mais de 60 opções de cursos de graduação. Está entre os melhores

centros universitários do país, pelo MEC, e é destaque na edição 2019 do Guia da Faculdade, iniciativa da Quero Educação com o jornal O Estado de São Paulo. Pelo ranking, a maioria dos seus cursos foi classificada positivamente com 3 e 4 estrelas. A instituição preza pela qualidade acadêmica e oferece projetos de extensão universitária que reforçam seus pilares de inclusão, acessibilidade e empregabilidade.


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Sindicato Rural de BD receberá embalagens de agrotóxicos dia 10

Na próxima terça-feira, 10 de maio, o Sindicato Rural de Bom Despacho estará recebendo embalagens vazias de agrotóxicos utilizados por produtores rurais. O recebimento será feito no Parque de Exposições de 8 às 16 horas. Não há nenhum custo para o produtor. Devem ser levadas todas as embalagens existentes na propriedade - caixas de papelão, sacos ou vasilhames plásticos -,

estejam novas ou velhas, estragadas ou não. Não é obrigatório apresentar a nota fiscal de compra dos agrotóxicos. O objetivo da medida é retirar da natureza embalagens usadas que podem contaminar pessoas e o meio ambiente. Todas as embalagens entregues no Sindicato serão descartadas na forma da lei para evitar danos ambientais. Mais informações no telefone 3521.2622.


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Emília Faustina: mãe de verdade Tadeu de Araújo Teixeira é professor, escritor e fundador da ABDL

Na pessoa de Dona Emília homenageio hoje todas as mães bom-despachenses, vivas ou que já se foram para junto de Deus, como minha própria mãe, porque reconheço nela sobretudo uma grande mulher “Amélia é que era mulher de verdade”, diz uma consagrada canção popular. Hoje eu digo que Dona Emília Faustina dos Santos (como tantas outras mães heroicas de seu tempo) “é que era mãe de verdade”. Para concordarem com o eu que disse, basta que meus leitores vejam sua biografia abaixo. Mãe de 14 filhos, passou mais de dez anos de sua vida em estado de gravidez. Não havia métodos contraceptivos, pois a religião e a sociedade impunham a elas “ter os filhos que Deus quisesse”, sete dos quais na zona rural, no Mato Seco, e sete num sítio na zona rural em Bom Despacho. Foi numa casa de fazenda, no final de uma estradinha que começa depois do Beco do Zeca (nome de seu marido), que sai, se me lembro bem, da praça da Igreja do Rosário, passa pela ponte do Ribeirão dos Machados, no final da parte urbanizada da Avenida Dr. Roberto, e segue por uma estradinha rural por cerca de dois quilômetros até chegar à casa de muitas janelas, piso de assoalho, cercada de um pomar em espaçoso quintal, conforme se usava antigamente. Tarefas e a escola dos filhos Mesmo com os árduos trabalhos para criar a família, dona Emília encontrava tempo para tarefas extras: fazia colchas e outros tecidos, creio que nos antigos teares, e roupas para a família ou para vender para terceiros. Sempre com a dedicação e o companheirismo do esposo Zeca, durante seus 81 anos de maternidade, ela cuidou, com o mesmo zelo e amor das mães de outrora, da casa, do esposo e dos filhos. Ela despachava-os para a escola lá no centro da cidade. Depois mudou-se para uma outra na Avenida das Palmeiras, defronte à Cooperativa Agropecuária, para maior conforto da família e dos estudos dos filhos. Homenagem a todas as mães É importante lembrarmos que, sobre essa mãe, na pessoa de quem homenageio todas as mães no segundo domingo de maio a elas dedicado, registramos tantos dados de uma pessoa lutadora e vencedora. Nascida 4 dias depois do primeiro centenário da Independência do Brasil e depois de uma existência verdadeiramente admirável, faleceu apenas a 4 meses de completar 100 anos e alcançar

o bicentenário de nosso 7 de setembro, da Independência do Brasil. Penso que essa longevidade é uma bênção para uma grande pessoa e mãe de família que pôde conviver e assistir as espetaculares transformações na sociedade, em Bom Despacho, em nosso país e no mundo durante tal tempo que lhe foi dado por aqui viver. Nascimento, casamento e vida na cidade Nasceu no Engenho do Ribeiro e aos 14 anos a família se mudou para o Mato Seco. Em 04/11/1940, casou-se com o seu primo José Antônio da Silva (Zeca do Dico). No Mato Seco teve os sete primeiros filhos. Com eles, tendo necessidade de melhores condições de estudos, que ela fazia questão, mudaram-se para a cidade, na rua Faustino Teixeira em 1954, onde viveram por dois anos, até adquirirem a Chácara dos Fernandes, situada atrás da Fábrica de Tecidos Aliança Bondespachense. Lá teve mais sete filhos, sempre dedicada aos serviços de casa, tecendo colchas e tecidos para roupa, para a família e para venda a terceiros. Mudança Novamente, a fim de que os filhos pudessem ter mais comodidade de estudo, em 1966 a família se mudou para a casa na Avenida das Palmeiras, onde viveu até os dias de hoje. Sempre uma mãe dedicada, patrocinando o bem-estar dos filhos, apesar de todas as dificuldades. Era uma guerreira. Deixa-nos um exemplo de dedicação, força e perseverança. Saudação do JN Nosso carinho, respeito e admiração a todas as mães locais, principalmente às leitoras de nosso Jornal de Negócios. Parabéns e feliz dia das mães!

Emília Faustina dos Santos Pais: José Joaquim dos Santos (Juca da Ponte, Juca da Emília) e Faustina Maria do Rosário. Nascimento: 11/09/1922 no Engenho do Ribeiro. Filhos: Maria Adélia (in memoriam), Francisca Maria, José Mário (in memoriam), Maria Dinalva, Ilda Maria, Virgílio Divaldo, Nelson José, Mário Lúcio, Milton Antônio (in memoriam), Geraldo Magela, Maria do Carmo, Gilberto Antônio, Élzio (in memoriam), Fernando Antônio. Ela teve 25 netos e 20 bisnetos.

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Bom Despacho (MG), 15 Maio 2022

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Sua mãe também é uma peça rara? PAULO

HENRIQUE Paulo Henrique Alves Araújo é gestor e servidor público, mestre em computação e gerente de projetos de inovação

Com todo o respeito que merecem histórias marcantes como Central do Brasil e Cidade de Deus, o que me vem à memória quando penso no cinema brasileiro são nossas comédias. Desde a infância, quando não perdia nenhum lançamento de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, esse foi o gênero que me fidelizou no cinema nacional. A comédia brasileira tem essa coisa de cotidiana, de resgatar cenas do nosso dia a dia, que faz com que nos identifiquemos. Uma das sequências mais divertidas a que assisti foi “Minha Mãe é uma Peça”. “Minha Mãe é uma Peça” fala de família, das coisas comuns às diferenças, do carinho às desavenças, dos planos ao improviso, e, principalmente, do amor sem par em torno dessa categoria tão especial de pessoas marcantes em nossas vidas, as Mães! Fala com humor peculiar, relatando uma série de episódios divertidos e ao mesmo tempo emocionantes proporcionados por Dona Hermínia. Desastrada, amorosa, possessiva, inteligente, exagerada... No meio de tantos adjetivos, você pode já estar adjetivando sua mãe como uma peça. “Serei eu uma peça?” – podem estar se perguntando algumas mães por aqui. De minha parte, minha mãe é sim uma peça! Rara e valiosa! Dona Rita é impagável, acho que daria bem uns 7 ou 8 roteiros de sucesso no cinema. Então deixe ver, que histórias posso compartilhar aqui sem tomar uma chamada quando chegar na casa dela? Brava ela?... Nada, imagine! Era braba mesmo! Pergunte lá para os ex-alunos se havia professora mais exigente? Então imagine como era em casa! É um bom começo inclusive... De personalidade, pulso e voz fortes, ela nunca aliviou pra gente não! Lembro-me que tínhamos um acordo de que, para poder brincar na rua no final do dia, tínhamos que fazer todos os deveres, estudar todo o conteúdo dado em aula e acertar tudo que ela nos tomava ao cabo dos estudos. Se fizesse tudo, estudasse tudo e errasse duas perguntinhas? “Sem futebol hoje, Paulo Henrique” - era o que ouvia. Isso valia também para meus irmãos. Daí não era incomum eu ficar com meu irmão no portão da Frederico Ozanan vendo os meninos jogando bola na rua – e pensando que no dia seguinte estudaria mais! Acho que foi isso inclusive que me fez estudioso, a disciplina de Dona Rita! E você acha que eram só os meninos que ficavam ávidos para cruzar aquele portão?

Uma vez, minha irmã, a caçula, resolveu passar por baixo do portão, se arrastando, para sair para brincar. Era menorzinha, a gente achava que passaria, mas... ela ficou com a cabeça agarrada embaixo do portão. Tentamos ajudá-la a sair dali, mas tivemos afinal que chamar “alguém” para nos ajudar. Pense... Primeiro veio o desespero ao ver a filha presa lá embaixo. Depois, veio a força e a inteligência para arrumar um jeito de tirá-la. Em seguida, o carinho para abraçar os três filhos aos prantos. E, ao final, aquela eloquência para sentar os três na cama e nos convencer a nunca mais fazer aquilo. É, eloquência sim, porque podia faltar o chinelo, mas vinha sempre uma robusta lição de moral! “Mas foi a primeira e última vez que fizemos, tá, Mãe?!” :) Era impressionante, ela sempre estava lá! Pense uma pessoa presente! Dona Rita era a presença em pessoa. Lembro-me da primeira vez que me aventurei a fazer um curso de programação de computadores. Foi em BH, fiquei na casa de Vó Meranda, e Dona Rita estava lá junto. Lembro-me também do primeiro e maior porre que tomei na vida, em que fui o churrasqueiro na casa de uma amiga e perdi a consciência bebendo cerveja o dia todo sem nada comer. Lembro-me de acordar à noite em um sofá, de ir caminhando pela Avenida das Palmeiras até em casa, de chegar e vê-la assustada me receber, me levar para um banho frio e me colocar para dormir na cama. Sim, rolou um sermão histórico no dia seguinte. Nunca mais bebi daquela forma - já se vão mais de 25 anos – e acredito que aquele episódio forjou muito do que tenho como respeito e responsabilidade com meu corpo. Mas, como diz Dona Rita, “pau que dá em Chico também dá em Francisco”. Anos depois, já com meus filhos, lembro-me bem de uma certa ceia de Natal... Saí de casa com minha filha para participar de uma missa e já estava ela à mesa com meus irmãos tomando uma cervejinha ou um bom vinho. Quando voltamos, lembro de minha pequena sussurrando comigo: “Vovó está engraçada, papai...”. Ela

cantava, contava piada, ria alto, estava mesmo eufórica e contagiava a todos! Os meninos adoraram e nunca esqueceram aquela noite de Natal! Nem Dona Rita, que ficou anos se desculpando... “Que vergonha o quê, Dona Mãe! Todos se divertiram foi é muito!”. Difícil imaginar presença mais forte e constante ao longo dos meus 47 anos, desde a infância até os dias atuais, passando pelos nascimentos e primeiros anos de vida de meus filhos. Seja lá discutindo comigo porque queria pegar no colo a bebê que se debulhava em lágrimas no berço, seja enchendo os netos de mimos toda vez que a visitam em BH, seja com participação marcante em momentos cruciais. Como quando meu segundo filho passou 11 longos dias na UTI neonatal, em função de uma infecção indetectável, que se curou milagrosamente depois da visita da Vovó Rita e do primeiro contato na incubadora do hospital. Falando em família, Dona Rita sempre nos presenteou com exemplos de vida do que é e como deve ser o vínculo familiar. Desde o já tradicional “Irmão não briga, irmão tem que dar certo” até os fartos almoços e jantares (exagerados mesmo!), minha mãe sempre buscou nos manter juntos, unidos e sintonizados. Mesmo à distância, mesmo cada um tendo constituído seu próprio núcleo familiar, está sempre buscando nos aproximar, sempre dando notícia de um para o outro, compartilhando uma alegria ou preocupação. Semana passada, em Brasília, na casa do meu irmão, um almoço comum serviu como oportunidade para uma oração, um agradecimento e uma benção. “Oração de mãos dadas, claro! Como deve ser, né, Dona Rita?” :) Minha Mãe é uma peça! As histórias são incontáveis, o amor e a gratidão imensuráveis. MÃE, te AMAMOS demais! E a sua mãe? Braba, presente, agregadora, exagerada, divertida, amorosa,...? Quantos adjetivos cabem para essa peça? Quanto amor? Tanto quanto couber nos corações de toda a humanidade…


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Bom Despacho (MG), 15 Maio 2022

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Quem foi Wilson As Mães são mulheres Lopes do Couto? implacáveis e destemidas Publieditorial

LÚCIO EMÍLIO JÚNIOR

O mais desconhecido, por vezes, é o mais familiar. Esse tema filosófico, aparentemente distante do dia a dia, mostra-se verdadeiro quanto tratamos de algumas figuras de nossa comunidade. Quem foi professor Wilson Lopes do Couto? Fazemos constantemente essa pergunta a respeito dessa e de outras personalidades, tais como Chiquinha Soares, Coronel Robertinho, etc. Curiosamente, nossa educação não é voltada para enraizar nossa identidade. O professor Tchesco, ao contarme sua viagem a Cuba no pior período da história da ilha, o período especial nos anos 90, observou de forma arguta que aquele povo aguerrido e revolucionário tem uma grande virtude: é um povo com identidade. Amo essa escola, meu local de trabalho, mas pouco obtive sobre o personagem no local que foi objeto dessa homenagem. Graças à equipe da biblioteca e meus alunos do primeiro ano da Escola Estadual Wilson Lopes, especialmente das salas 1001 e da 1004 (disciplina Ensino de Ciências Sociais e Humanas Aplicadas / Novo ensino Médio), consegui saber mais sobre esse até então enigmático personagem. A todos agradeço e, aos alunos, parabenizo pelo bom trabalho, bem como por sua vitória no Futsal do JEMG em Dores do Indaiá. Nascido em 26 de outubro de 1918, no retiro São José no povoado dos Alves em Bom Despacho, Wilson morreu em 28 de junho de 1958, tendo vivido apenas quarenta anos. Seus pais eram Pacífico Lopes do Couto e Maria Teodora Costa. Foi casado com Rita Cançado Couto, com quem teve cinco filhos. Tinha uma formação ampla: Tecnologia, Filosofia e Geografia. Professor Wilson trabalhou no então ginásio Miguel Gontijo como professor de Geografia, Latim e História. Exerceu

Por JULIANA JABER

também outras funções: foi secretário geral na prefeitura municipal de Bom Despacho, bem como foi policial. Concluiu, no entanto, que sua vocação estava no ensino. Wilson Lopes começou a estudar na hoje Escola Municipal Coronel Praxedes, Posteriormente, conseguiu terminar seus estudos mudando-se para Cascavel no Paraná. Imagino as dificuldades, o isolamento, a distância, num período recuado como esse, primeira metade do século XX, quando telefone era luxo e a comunicação ainda era por cartas. Muito estudioso, fez tudo na vida de modo genial, mas em especial, era brilhante como professor, gostava era de dar aulas e ensinar. Ele costumava dizer que somente a educação tem o poder de aliviar a miséria da existência humana. Foi atribuído a ele uma frase que caiu na boca do povo, virando um ditador popular: “o homem é aquilo que ele pensa e dá importância”. Lendo sobre professor Wilson, realmente sinto orgulho de exercer essa profissão! Convite Finalmente, deixo aos meus leitores um convite: dia 20 de maio, na Biblioteca Pública, 19 horas, lançarei meu livro Museu de Grandes Novidades (editora Literatura em Cena), junto a um show do amigo Boleka. Venham celebrar conosco esse belo momento! Lúcio Emilio do Espírito Santo Júnior é filósofo, professor e escritor.

Quando nasce um filho ou uma filha, do ventre ou coração, nasce também uma mãe. Estas mulheres nunca cedem, esmorecem ou desistem. Deus escolheu uma delas para gerar Jesus porque sabia que o seu amor estaria acima de qualquer medo ou dor e que também cuidaria para que todos os propósitos de seu filho pudessem ser cumpridos. Maria representa todas nós enquanto mães e hoje quero deixar minha singela homenagem a vocês por esta data comemorativa e por todos os outros dias que virão. Mães são como a natureza, trabalham continuamente, em silêncio e sabem que vão passar, assim como as estações. Somos mulheres implacáveis e destemidas, mas ao mesmo tempo nos preparamos para um amor desprendido, que quer ver a cria voar, inspirar, conquistar, formar sua própria família. Mães são sinônimo de equilíbrio, são porto seguro, nossas primeiras professoras e doutoras, entendem de economia, gestão de conflitos, administração e se tornam chefs de cozinha fantásticas. Não seríamos nada sem elas! Sobre maternidade e força Tornei-me mãe pela primeira vez aos 20 anos. Era um menino prematuro de uma gestação de pouco mais de 6 meses e que cabia na palma da minha mão. Hoje ele tem 24 anos! Em 2001, fui mãe pela segunda vez, desta vez de uma menina. Ela me ensinou a gostar de brincar de boneca. É desafiador ser mãe! Não romantizo a maternidade porque há momentos duros que exigem muita sabedoria, mas com certeza nos tornamos mulheres mais fortes e dispostas a lutar por dias melhores. Sobre a filha Metástase do Amor Em 2013, quando fui diagnosticada com câncer de mama, veio em meu coração o propósito de cuidar de todas as pessoas que eram diagnosticadas com a doença. Foram quase dois anos visitando pacientes e dizendo a eles que venceríamos juntos. No dia 01 de maio de 2015, como uma homenagem à minha mãe por seu aniversário, foi feita a assembleia de fundação que tornou real a possibilidade deste sonho de semear vida. Foram muitas histórias e toda vez que parte alguém leva de mim um pedacinho e deixa comigo um pedaço de si. Fiquei na presidência até 2020 e hoje, como mãe acompanho a filha já crescida, independente, linda e muito bem conduzida pela Cida Cabral, atual presidente, juntamente com os demais voluntários. A Metástase do Amor me conduziu à politica para que eu pudesse alcançar ainda mais pessoas. Ela construiu em meu coração a vontade de termos um hospital oncológico e uma sede de apoio

para outras regiões e como mãe, implacável e destemida, não vou parar até que isso se concretize porque eu sei, como paciente, o quanto são cansativas as viagens para tratamento. Sobre as experiências com a política Somos mais de 50% do Brasil mulheres e ainda somos menos de 15% ocupando espaços na política. Sou a primeira mulher na função de vice-prefeita de Bom Despacho e isso me dá uma responsabilidade a mais, porque além dos preconceitos que normalmente vivemos em nossos dias quando nos tornamos líderes, pelo histórico patriarcal consolidado no mundo, é preciso quebrar paradigmas mostrando pelo trabalho que temos competência e conhecimento para estarmos lá. Sou formada em tecnologia e me especializei em liderança estratégica e gestão de pessoas por reconhecer que desenvolvimento e gestão humanizada caminham juntos. Tornei-me um pouco mãe de cada bondespachense e tento participar de tudo, comemoro cada conquista e sofro junto quando vejo os inúmeros problemas que temos enfrentado, principalmente pela falta de diálogo ente os poderes executivo e legislativo. Cada dia mais aumenta a minha convicção de que bons e corajosos corações podem ir muito além do que imaginam. Sigo firme em meus propósitos de fazer a diferença na vida das pessoas e é exatamente por isso que me propus a ser précandidata à deputada estadual. Precisamos de maior representatividade feminina e de gente com este olhar de cuidado e amor, para buscar recursos e de fato melhorar nossa saúde, educação e desenvolvimento social, sustentável e econômico. Tenho recebido muito carinho de Bom Despacho, de outras cidades da região e também das pessoas que fazem parte de minha história em Belo Horizonte, pela tomada de decisão. Quando me perguntam se eu acho verdadeiramente possível esse passo respondo com um sorriso largo, afirmando que possível é tudo aquilo que cabe dentro da esperança e do coração. A gente só precisa acreditar! Há uma grande jornada pela frente, mas assim como tudo que faço, deixo que Deus esteja no controle.

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Mães não são todas iguais

ALEXANDRE

MAGALHÃES Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

Não sou fã de efemérides, ou seja, de comemorar datas criadas pelos homens para fins específicos. Claramente, o Dia das Mães é uma efeméride criada para homenagear de forma justa algo que é comum a todos nós, que é o fato de que todos temos uma genitora. Com o tempo, esta efeméride virou uma data comercial, cujo principal objetivo é vender produtos. Mas, vale a pena entrar na brincadeira e dizer “feliz Dia das Mães”! Claro, cada mãe é diferente da outra, a não ser pelo fato de que todas pedem para os filhos levarem uma blusa de frio quando saem de casa... Quem lê esta coluna frequente ou ocasionalmente, sabe que adoro citar letras de músicas. Vou homenagear alguns tipos de mães, tomando emprestado as composições musicais brasileiras. Mães do tipo “meu guri”, do Chico Buarque. São aquelas que amam incondicionalmente seus filhos, sem saber exatamente o que eles são, como ganham a vida, se estudam ou não... aqui um pouco da letra da canção: “Chega suado e veloz do batente / E traz sempre um presente pra me encabular / Tanta corrente de ouro, seu moço / Que haja pescoço pra enfiar / Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro / Chave, caderneta, terço e patuá / Um lenço e uma penca de documentos / Pra finalmente eu me identificar...”. Mães do tipo “pedaço de mim”, também do Chico Buarque São aquelas que perderam um filho ou filha e levam esse luto para o resto da vida. Mantém quartos, roupas e objetos do filho intactos, dedicando sua vida a lembrar do filho ou filha que se foi. Um trecho da música: “Que a saudade é o revés de um parto

/ A saudade é arrumar o quarto / Do filho que já morreu…” Mães do tipo “mama África”, do Chico Cesar São as mães que se dedicam a criar seus filhos, esquecendo-se de viver suas próprias vidas. É comum que tenham muitos filhos, que os criem solitariamente, sem marido ou companheiro. Um pedaço da obra: “A minha mãe / É mãe solteira / E tem que fazer mamadeira / Todo dia / Além de trabalhar / Como empacotadeira / Nas Casas Bahia…” Mães do tipo “trem das onze”, do Adoniram Barbosa São os tipos que superprotegem seus pimpolhos, não os deixando crescer e amadurecer com naturalidade. Ajudam na escolha das namoradas ou namorados dos filhos e, claro, “Além disso, mulher, tem outra coisa / Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar…” Mães do tipo “Santa Branca”, da Tetê Espíndola São as mães que veem seus filhos e filhas saírem de casa para irem morar em outras cidades, estados ou países. Passam a vida esperando aquelas rápidas visitas, geralmente na época das festas de fim de ano. Segue a bela letra da Tetê Espíndola: “Na varanda da casa / Mala pronta e cheia de medo / E as pessoas sorrindo sinistras do meu silêncio / Assuntando do meu futuro / De escola a capital / Anel de grau / No lugar da bombacha, um terno doutoral / Minha mãe na estação me dizia / Meu filho cuidado / Minha mãe apontava chorando / Uma janela do trem / De repente eu estava do lado de lá / Da janela Do lado de lá / Do lado de lá / Santa Branca até um dia / Que o trem corria pelo campo / Molhado de fim de dia (ai, ai!) / Santa Branca eu te dizia / Adeus e a Deus pedia / Pra um dia eu voltar”. Pachamama Pachamama, da língua Quíchua, idioma de povos originários da Patagônia argentina e chilena, quer dizer algo como “Mãe Terra”. Esta é

a mãe comum a todos nós que nascemos neste pequeno e improvável planeta com vida. No Dia das Mães, gostaria de fazer uma homenagem a esta mãe tão carinhosa conosco, mas que nós estamos esquecendo de ligar de vez em quando para perguntar como ela está indo, se sentindo, precisando... Um beijo, Pachamama! Perdão por não estar te tratando como mãe nestes últimos muitos anos. Parque Estadual São Gonçalo do Rio Preto Mas, nem tudo está perdido em nossa Pachamama. Neste último fim de semana tive a oportunidade de passar belos dias no Parque Estadual São Gonçalo do Rio Preto. A cinquenta quilômetros de Diamantina, o parque é repleto de lindas cachoeiras e, melhor, para todos os condicionamentos físicos. Há passeio maravilhoso para visitar a Cachoeira do Crioulo, com dezesseis quilômetros de caminhada por trilhas lindas e difíceis para quem não tem joelho em dia, pois a volta é feita pela beira do Rio Preto, com escaladas de pedras ou caminhadas por areias fofíssimas. Mas, há também passeios de um, dois ou três quilômetros, sem subidas, para visitar o Poço do Veado, por exemplo, além de outros pontos para nadar e curtir as belezas. Para quem gosta de natureza preservada, vale a pena, tanto para ver flora, quanto fauna, pois há encontros constantes com tamanduás, veados, micos, raposas, lobos, cobras, pássaros e até onça parda, que deixa mais suas pegadas serem vistas do que a si mesma. O parque oferece alguns chalés dentro de seus enormes espaços, além de restaurante. Tudo muito simples, mas muito bem cuidado. Até as placas de “trânsito” no local são um convite ao descanso e contato com a natureza. As duas placas que mais gostei: “deixe os gafanhotos cuidarem de seus grilos” e “reduza a velocidade, pois as formigas estão cruzando a pista”. Bom Dia das Mães para as raras mães que leem esta coluna!


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Executivo envia à Câmara projeto do REFIS municipal O prefeito Bertolino enviou sexta-feira (6/5) à Câmara o projeto de lei instituindo o Programa de Regularidade Fiscal (REFIS) para recebimento de créditos tributários e não tributários com desconto de juros e multas. Em março, o Jornal de Negócios já havia antecipado que a Prefeitura preparava o projeto de um programa de refinanciamento de dívidas tributárias com o município. A proposta é reduzir juros e multa e oferecer parcelamento da dívida para recuperar os crédi-

tos. O município tem, em valores atualizados, 26 milhões a receber de contribuintes inadimplentes. Na justificativa encaminhada à Câmara o Prefeito lembra que, devido à pandemia de Covid-19, “vários contribuintes tiveram suas fontes de rendas comprometidas, com perda de empregos e fechamentos de comércios e outros casos de redução da renda”. Neste cenário, muitos deixaram “suas obrigações fiscais em segundo plano, dando prioridade a outros custos”. Por esta razão, o pro-

jeto de lei visa “proporcionar redução” (…) de “juros e multa para que os cidadãos e empresas, atingidas por crises financeiras, possam colocar em dia seus compromissos”, evitando protestos e processos de execução fiscal. A proposta enviada à Câmara prevê descontos de juros e multas para contribuintes que estejam inadimplentes com débitos até o valor de R$ 600 mil. O desconto proposto é de 100% de juros e multa para pagamento integral da dívida em até 30 dias

após a publicação da lei. Para pagamento em 12 parcelas o desconto será de 80%. Se o contribuinte optar por pagar em 24 meses, prazo máximo do parcelamento, terá desconto de 60% da multa e juros. A parcela mínima é de 100 reais para pessoas físicas e 500 reais para empresas. Dívidas parceladas anteriormente e débitos em cobrança administrativa ou judicial também poderão entrar no REFIS. O programa só não contempla créditos de

natureza contratual e do ISSQN retido na fonte e não recolhido pelo contribuinte. Ainda conforme o projeto, o atraso no pagamento de duas ou mais parcelas resultará no cancelamento do parcelamento e na perda dos descontos, com retomada da execução fiscal. O projeto do REFIS enviado à Câmara estabelece no seu artigo 13° que a lei terá vigência de 90 dias após publicada. Findo esse prazo os benefícios deixam de existir.

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