JORNAL DE NEGÓCIOS / Bom Despacho-MG

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1 Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022 Ano XXXIII - Nº 1.646 • Fundado em 12/05/1989Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022 • Grátis 1 EXEMPLAR Reflexões para este Natal Página 14 Página 13 História do Natal pelo Mundo Página 4 FERNANDO CABRAL Padre Tiãozinho: sua palavra não passará ALEXANDRE MAGALHÃES Entrevista com Papai Noel Página 15 LÚCIO EMÍLIO JR. O Natal e as luzes que o amor pode acender (Página 12) Cinquentenário da turma do TG de 1972 (Página 10) Padre Douglas lança seu 4º livro em 5 anos (Página 6) Natal 2022 Veja na página 7

OPORTUNIDADE: Vendo Chácara de aproximadamente 1.000m2 - R$ 83 mil - Entrada de R$ 3 mil e o restante em 144 parcelas de R$ 555, corrigidas pela Poupança.

NOVIDADE: Vendo muda de Capim BRS Kurumi ALUGO Casa na Rua João Amador Pontes, perto da Avenida das Palmeiras

PROMOÇÃO: Vendo 3 Chácaras de aproximadamente 1.000m2 - R$ 50 mil à vista Adalberto - (37) 99968.5890

Comunicado de Licenciamento Ambiental/LAS

A JNA PARTICIPACOES EMPREENDIMENTOS E AGROPECUARIA LTDA, por determinação da Prefeitura Municipal de Morada Nova de Minas através do Sistema Municipal de Meio Ambiente, torna público que obteve o deferimento de seu licenciamento ambiental, por meio de Processo Administrativo nº 00006/2021, Licença Ambiental Simplificada, para atividade de culturas anuais e criação de bovinos, localizada na Fazenda Santo Antônio – distrito de Freio Orlando – zona rural – Morada Nova de Minas.

AP220/e-joneg-0612fepsav

EDITAL DE CONVOCAÇÃO N° 01

ORDEM DO DIA: Fundação da Associação sem fins lucrativos Gabirobas do Cerrado, aprovação do estatuto, eleição da diretoria.

Convidamos a toda a comunidade e a quem interessado for para a assembleia de fundação da Associação Gabirobas do Cerrado, a ser realizada no dia 5 de janeiro de 2023, às 8 horas da manhã, na Rua Dr. Antônio Teodoro da Costa, 20, Centro, no município de Bom Despacho, Estado Minas Gerais. Nesta ocasião será realizada a discussão e aprovação do estatuto no qual serão firmados os objetivos que irão nortear as ações e projetos da organização, sua finalidade e forma de atuação institucional e a eleição e posse de sua diretoria.

Atenciosamente, Bom Despacho, 10 de dezembro de 2022 p

APARTAMENTO – Procuro para alugar, pequeno –99858.1691

APARTAMENTO – Troco, cobertura, na rua Dona Tinuca, por casa – Maura –98837.3580

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BARRACÃO – Alugo, na Avenida Padre Augusto, 760 –São José – R$ 520,99118.0100

BARRACÃO – Vendo, com garagem – Vila Gontijo –99194.2043

BAÚ – Vendo, de moto –99128.9825 e 98839.7704

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CASA – Vendo, 3quartos, sala, copa, cozinha, banheiro, quintal e cômodo comercial – Bairro São Vicente – Aceito veículo – 99845.7926 e 99872.7503

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CASA – Vendo, 4quartos, sala, copa, cozinha, 2banheiros, garagem – Travessa Dr. Miguel Gontijo, 44 – R$ 340 mil – 98836.8090

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CONGELADOR – Vendo99103.9298

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TERRENO – Vendo, 11 hectares, com 2 casas, curral, piscina e espaço gourmet –99983.0226 e 99923.8669

EXPOSITOR – Vendo99103.9298

FIAT STRADA – Vendo, Adventure, 2007 – 99845.3961

FOGÃO – Vendo 6 bocas –99128.9825 e 98839.7704

FORNO ELÉTRICO – Vendo –99937.4595

FREEZER – Vendo –99103.9298

GUARDA ROUPA – Vendo, sucupira – Taciana –3522.1420

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TECLADO – Vendo, Roland GW8 arranjador, novo99955.2584

OPORTUNIDADE

DE EMPREGO

Pedido de Licenciamento Ambiental/LAS

PISCICULTURA DEUS É MAIOR, representada por seu proprietário senhor Elci Gonçalves da Costa, por determinação da Prefeitura Municipal de Morada Nova de Minas/Agência Municipal de Meio Ambiente, torna Público que solicitou, por meio do Processo Administrativo/FOB: Nº 00179/ 2022, LAS/CADASTRO, para atividade de cultivo de tilápias em tanque-rede, localizada na Fazenda Brasiola, mesma que a fazenda Palmeiras, na região da Laginha, distrito de Frei Orlando, zona rural de Morada Nova de Minas/MG.

AP220/e-joneg-1312elcgon

É

CASA – Vendo, 3quartos, sala, cozinha, banheiro – Bairro Babilônia – 99818.3391

CASA – Vendo, 3quartos, suite, sala, cozinha, banheiro, varanda, garagem – Lote 360m - Rua Bolívia, 361 - Jardim América – 99826.9585 (Salvador) e (31) 99513.9159 (João)

TELEVISOR – Vendo, 14’ – R$ 50, - 99937.4595

TERRENO – Vendo, 4 hectares, na região do Vilaça – R$ 230 mil – Domingos – (19) 97120.7569

VACAS – Vendo, duas –99983.0226

2 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022
Meta Calçados LTDA contrata funcionários para o Setor de Produção e Injetora! Interessados, acima de 18 anos, favor comparecer à Rua Constantinopla 120, dia 26/12, a partir das 8 horas! Remuneração inicial de R$ 1.680,00!
Whatsapp: (37)99922-2361 - e-mail: jornal@joneg.com.br
6.500 exemplares – Impresso na Sempre Editora / BH –Editoração e Arte: Jornal de Negócios – Opiniões emitidas em artigos assinados não representam a opinião do Jornal, sendo responsabilidade exclusiva do autor – Distribuição livre em Bom Despacho, Araújos e Engenho do Ribeiro e dirigida em Martinho Campos, Moema, Luz, Pompéu, Abaeté e Nova Serrana. Este exemplar é propriedade do Editor, que autoriza a entrega grátis de 1 jornal por pessoa. CNPJ 40.615.727/0001-06 - Bom Despacho - MG Impresso por O Tempo Serviços Gráficos - 2101.3544 ENVIE SEU ANÚNCIO PELO WHATSAPP ENVIE SEU ANÚNCIO PELO WHATSAPP ENVIE SEU ANÚNCIO PELO WHATSAPP ENVIE SEU ANÚNCIO PELO WHATSAPP SEU EXCLUSIVO WHATSAPP 99922.2361 ESTE NÚMERO NÃO ATENDE LIGAÇÕES
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Bombeiros resgatam tamanduá preso em um buraco na Garça Vandalismo destroi bens públicos e prejudica BD

Luzes natalinas foram arrancadas das árvores na Praça da Estação. Prefeitura conseguiu refazer e religar a iluminação no local.

Vândalos estragaram as luzes de Natal na Praça da Estação.

As árvores que estavam iluminadas tiveram as lâmpadas destruídas e arrancadas no dia 9/12. Apesar do estrago feito, equipes da Prefeitura trabalharam durante quase 2 dias para restabelecer a iluminação natalina do local.

A Assessoria de Comunicação da Prefeitura informou ao Portal iBOM que os vândalos destruiram as luzes mas não chegaram a estragar a rede elétrica. “Conseguimos voltar a iluminação porque a rede não foi destruida”, esclareceu.

Ações criminosas

O Corpo de Bombeiros de Bom Despacho resgatou um tamanduá que estava preso dentro de um buraco na comunidade rural da Garça, dia 30/11. Chegando no local os Bombeiros encontraram o animal caído no fundo do buraco, dentro da água, a cerca de 3 metros de profundidade. Se não fosse resgatado o tamanduá acabaria morrendo no local.

O resgate foi feito utilizando cordas e escadas. É um trabalho que exige muita cautela para não machucar o animal e evitar que suas garras

atinjam os militares envolvidos na operação. Mesmo não sendo um animal agressivo, o tamanduá pode atacar ao sentir-se ameaçado. Nesta situação ele se defende usando as garras, que são longas, curvas e pontudas. O tamanduá literalmente abraça a vítima e finca suas garras nela, podendo perfurar órgãos internos e matar a pessoa. Depois de ser retirado do buraco, o tamanduá foi solto pelos Bombeiros no seu habitat natural.

Portal iBOM / Foto Bombeiros Bom Despacho

Essas ações criminosas contra o patrimônio público vêm acontecendo nas últimas semanas em diferentes pontos de Bom Despacho. Os alvos da depredação são lixeiras, placas de identificação de vias públicas e a iluminação natalina montada em praças da cidade.

Em novembro, quando a Prefeitura montava a iluminação de Natal na Praça da Matriz, vândalos danificaram parte da fiação e da decoração. Na Biquinha a fiação elétrica foi furtada. O local ficou sem iluminação. Luminárias da Praça da Estação também foram quebradas.

O caso mais rumoroso ocorreu

Henrique, de BD, é campeão mundial de Jiu Jitsu

no Engenho do Ribeiro, onde toda a iluminação de Natal montada na praça central do distrito foi inteiramente arrancada e destruída na madrugada de 30/11, incluindo a rede elétrica do local.

Placas e lixeiras são destruídas Placas indicativas de ruas e avenidas, colocadas em hastes de metal nas esquinas, têm sido quebradas. Conforme já mostrado pelo Jornal de Negócios, conjuntos de lixeiras instaladas em praças, avenidas

e ruas também foram quebrados ou arrancados. Esses conjuntos são compostos de 4 lixeiras, sustentadas por uma base metálica fixada no chão, para descarte de plástico, metal, papel e vidro, que são recicláveis.

A Polícia tem vistoriado câmeras de segurança das áreas atingidas por vandalismo na expectativa de identificar e prender os responsáveis. A PM também pede que pessoas liguem na hora para o 190 se perceberem qualquer ato de vandalismo. (Portal iBOM).

Cinquentenário da turma do Tiro de Guerra 1972

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Veja texto de Ronan Tales de Oliveira (Página 10) Pedro

História do Natal pelo Mundo

FERNANDO CABRAL

JingleBellsé uma das canções mais tocadas e mais cantadas na época do Natal. Conhecida no mundo inteiro, tem versões e adaptações em grande número de línguas. Ela foi também uma das primeiras músicas a serem gravadas em cilindro e em disco. Há, porém, uma curiosidade que pouca gente sabe: ela não foi composta como música de Natal. Alegre e jocosa, a música se refere aos sinos colocados em cavalos que puxavam trenós em que os rapazes se exibiam para as moças nas cidades do interior dos Estados Unidos.

Mas não importa. No final do século XIX a música já tinha sido apropriada como canção natalina.

A mesma coisa aconteceu com o Natal. Muito antes do nascimento de Cristo os povos do hemisfério norte faziam uma grande festa na última semana de dezembro. Entre os povos mais ao norte, como os vikings, ela durava enquanto durassem as fogueiras alimentadas pela lenha trazida pelas famílias que se reuniam.

Em Roma as celebrações começavam no dia 17 e terminavam no dia 25 de dezembro. Originalmente eram chamadas de saturnália, porque homenageavam o deus Saturno, ligado à agricultura.

Posteriormente passou a homenagear o deus sol, conhecido como SolInvictuse também os jovens e as crianças, quando eram chamadas de Juvenália.

Por que povos tão diferentes e tão afastados tinham estas grandes festas no final de dezembro? O fato está relacionado com a movimentação do sol e com as estações do ano.

Ao longo do ano o sol se desloca do hemisfério norte para o hemisfério sul. À medida em que isto acontece, os dias vão ficando mais curtos e as noites mais longas. Caso extremo é do Polo Norte, quando a noite dura seis meses. Os povos primitivos sofriam com estas noites longas e frias. Todavia, chega um dia em que o sol para de afastar-se no sentido sul. É o solstício de inverno (para quem mora no hemisfério norte). A partir desde momento, o sol começa seu

Lisboa (de onde escrevo) está enfeitada para o Natal. Locais históricos receberam iluminação alegre e a decoração natalina típica se espalha por todos os pontos turísticos da cidade. Como cidade cosmopolita que sempre foi, por suas ruas e vielas desfilam todas as nacionalidades ao lado dos portugueses: nepaleses, chineses, ingleses, franceses, brasileiros. Americanos e asiáticos, africanos e europeus, todos parecem bemvindos. Quando a noite chega, os locais iluminados se tornam uma movimentada babel que mal se disfarça ao som onipresente do Jingle Bells. Afinal, é Natal.

caminho de volta para o hemisfério norte. A duração dos dias começa a aumentar e a duração das noites a diminuir.

Este solstício ocorre entre o dia 21 e 23 de dezembro.

Portanto, para os povos primitivos, esta data marcava o renascimento da vida. Para os romanos, era a vitória do sol – daí, o nome que lhes davam, de Sol Invictus – o Sol Invencível.

Mas havia outro motivo para comemoração. Antes da chegada do solstício de inverno, as famílias cuidavam de colher e armazenar os produtos agrícolas. Em seguida matavam os animais domésticos e faziam conservas. Eram suas provisões de inverno.

Portanto, era o momento em que tinham a maior quantidade de alimentos armazenados.

Assim, a abundância de alimentos combinada com o renascimento do sol era festejada intensamente, durante vários dias. Depois as famílias se recolhiam para passar o inverno.

Mas o que tudo isto tem a ver com o Natal?

Bom, a Bíblia não diz quando Jesus nasceu. Contudo, com base em informações circunstanciais, como a passagem da Estrela de Belém, as estalagens lotadas, o censo romano, os estudiosos acham que foi na primavera (marçojunho, no hemisfério norte).

Se é assim, como o nascimento de Cristo veio a ser comemorado no dia 25 de dezembro?

Para os judeus e para os primeiros cristãos, a data religiosa mais importante era a Páscoa. O Natal não existia. A páscoa judia está relacionada com a libertação do jugo egípcio

e a páscoa cristã está relacionada com a ressurreição de Cristo.

No calendário cristão, o domingo de páscoa é usado como ponto de partida para cálculo de todas as datas consagradas. Como o domingo de Páscoa se baseia no calendário lunar, trata-se de uma data móvel. Vem daí que as festas religiosas dos cristãos são móveis. O Natal, porém, é exceção. Ele já nasceu com a

data fixa de 25 de dezembro. É neste ponto que a história do cristianismo se encontra com a história dos povos pagãos.

Sem certeza histórica, atribuise a data ao Papa Júlio II. Segundo esta versão, um bispo da igreja do oriente questionou o papa quanto à data exata do nascimento de Jesus. O Papa então decidiu que seria 25 de dezembro pois com isto já aproveitava a comemoração da Saturnália que os romanos apreciavam. Outros acreditam que a data já havia sido instituída pelo menos dois séculos antes, mas pelo mesmo motivo. Qualquer que seja a verdade, pelo menos por 200 anos após a ressurreição de Cristo, não havia Natal. A Páscoa continuava sendo o marco fundamental para as festas religiosas, exceto o Natal, a única que nasceu com data fixa.

Um pouco mais tarde a igreja criou o Advento, cujo dia inicial ocorre quatro semanas antes do Natal. Surgiu a segunda data fixa do calendário Católico.

Com muitos pontos obscuros e cercado de dúvidas, assim se conta o surgimento do Natal.

Apesar de sua origem romana e cristã, hoje o Natal é uma celebração quase universal que se espalha mesmo por países onde praticamente não há cristãos, como China, Japão, Índia e tantos países islâmicos.

É o que estamos vendo em Lisboa, por onde começamos nossa história de hoje. Nesta cidade cosmopolita, praticantes de tantas religiões diferentes passeiam despreocupados, se entrecruzam e conversam enquanto desfrutam a decoração e ouvem canções natalinas. Este fato, por si só, já merece ser comemorado: tantas religiões com aparências tão diferentes reunidas em paz para celebrar o que é a essência de todas as religiões: a harmonia entre as pessoas e a reconciliação com o eterno incógnito.

Afinal, não importa que Jingle Bellsnão tenha sido composta como música de Natal; importa que ela foi adotada no mundo inteiro como música que representa o que o Natal representa: a alegria, a felicidade, a fraternidade, o amor, o renascer, a vida.

O Natal representa o que todas as pessoas de bem querem para si e para o próximo. Por isto, é um momento em que se renovam nossos desejos de paz e harmonia para todos os bom-despachenses. E que tudo de bom se irradia daí para o Brasil e para o mundo.

4 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022
Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e ex-prefeito de Bom Despacho

Engenho ganhou nova iluminação de Natal

Iluminação foi reinstalada após ser inteiramente destruida por vândalos

A Prefeitura de Bom Despacho ligou na sexta-feira (16/12) a nova iluminação de Natal que foi reinstalada às pressas na praça central do distrito do Engenho do Ribeiro.

A decoração natalina teve de ser refeita porque, na madrugada de 30 de novembro, vândalos destruíram a iluminação que estava pronta para ser inaugurada dia 3/12. Toda a fiação e as lâmpadas colocadas nas árvores foram arrancadas e destruídas. A ação criminosa causou muita indignação na comunidade, que ficou sem a praça iluminada.

“Não acho justo uma comunidade inteira ficar prejudicada por vândalos que não respeitam o patrimônio público e nem o espírito natalino”, disse ao Portal iBOM o prefeito Bertolino da Costa. “Por isso solicitei à Secretaria da Cultura que montasse uma força-tarefa e reinstalasse a iluminação na praça do Engenho em caráter de urgência. Com muito esforço, a equipe conseguiu refazer tudo e agora os moradores do Engenho terão um Natal iluminado e mais bonito”.

Em publicação nas redes sociais da Prefeitura, a secretária municipal de

Cultura, Rosimaire Santos, pediu à população que “ajude a cuidar da praça que está

sendo decorada com muito amor e carinho”. (Portal iBOM / Fotos: Ascom PMBD)

5 Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022 DESTAQUE

Padre Douglas lança 4º livro em cinco anos

“E, Por Falar Em Maria...” (Ed. Vozes) é o novo livro do padre Douglas Xavier, lançado neste final de ano. Com160 páginas, o livro é “um itinerário para conhecer a pessoa de Maria como aquela que esteve e está sempre a serviço dos mistérios de Deus, (…) essa mulher que, para os cristãos, é uma referência de quem expressa afeto, acolhimento, conforto e, especialmente, que está direta e intimamente ligada a Jesus”, diz o autor na capa da obra.

Falando ao Portal iBOM, Padre Douglas explicou que “muitas vezes, e de muitos modos, a figura de Maria é apresentada na fé cristão de maneira devocional e pouco fundamentada”. Por isso, o livro “traz uma visão muito além daquela que é mostrada no catecismo, da visão devocional. Ele trata das diversas referências a Maria, mãe de Jesus, existentes na Bíblia. Portanto, não é um livro de devoção, não é um livro de oração. É um livro em que me esforcei muito para apresentar a figura de Maria não apenas para um fiel devoto, mas também para estudiosos, intelectuais interessados em conhecer a fé cristã, da qual Maria é uma figura central”.

Padre Douglas contou ao Portal iBOM que levou dois anos para concluir a obra. “Estudei muito os grandes temas da Mariologia. Visitei bibliotecas em Roma, pesquisei antigas obras clássicas em latim e italiano. Minha preocupação foi traduzir para o leitor comum os grandes conceitos da pessoa de Maria na história cristã”. Como resultado a obra, segundo ele “mostra diversas referências a Maria na Bíblia, diretas ou indiretas, onde ela é apresentada como mãe do salvador”.

Alcançar esse resultado exigiu dedicação, persistência

e muita pesquisa, explicou o sacerdote. “A partir de exegese, de análise textual minuciosa, conseguimos identificar muitas referências bíblicas que passam despercebidas ao leitor comum. Num dos capítulos o livro esmiuça essas referências, do Gênese até o Apocalipse. Sem nenhuma pretensão, é um livro para o leitor se aprofundar no conhecimento da pessoa de Maria”.”, explica.

“E, Por Falar Em Maria...” é a quarto livro de Padre Douglas. Antes dele vieram “Formação para Catequistas” (Ed. Paulus), “Quem é esse Jesus?” (Ed.

Vozes) e “Deus, Onde Estavas Quando Precisei de Ti?” (Ed. Vozes).

Sobre o autor Padre Douglas Xavier, 38 anos, nasceu e foi criado no bairro Ana Rosa, em Bom Despacho. Seus pais são José Aluísio Xavier e Denise Aparecida Rodrigues Xavier. Formado em Direito, Filosofia e Teologia, foi ordenado em 29.07.2017. Atualmente é juiz do Tribunal Eclesiástico e faz mestrado em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Padre Douglas pertence à Diocese de Luz e é o atual pároco da Paróquia de São Sebastião, em Piumhi-MG, a 170 km de Bom Despacho.

6 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022
Capa do novo livro de Padre Douglas, lançado pela Editora Vozes
7 Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022 DESTAQUE

7º Batalhão formou 340 alunos do Proerd

Na última semana de novembro, 340 estudantes do 5° ano de oito escolas públicas e particulares de Bom Despacho se formaram no Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), realizado pelo 7° Batalhão.

O Proerd é um programa da Polícia Militar voltado para estudantes de 10 e 11 anos de idade. Atuando em conjunto com Escolas, pais e a comunidade, ele visa prevenir e desestimular o uso de drogas e a violência entre crianças e adolescentes. As aulas são ministradas durante 10 encontros realizados nas Escolas. Neste semestre, o instrutor foi o cabo Fábio Rodrigo Carvalho Pinto. No final do programa os participantes fazem uma redação sobre o tema “O que

eu aprendi com o Proerd”. Os autores das melhores redações ganham uma bicicleta. Os prêmios são entregues durante a solenidade de formatura, onde todos os alunos recebem um certificado e concorrem a prêmios sorteados no evento. O evento reúne familiares dos alunos, representantes da Polícia Militar, de instituições parceiras e autoridades locais.

Neste segundo semestre de 2022 participaram do Proerd estudantes das Escolas Coronel Praxedes, Egídio Benício, Coronel Robertinho, Colégio Universo, Millenium, Leonardo da Vinci e Novo Ser, além da Escola Maria Guerra, do distrito do Engenho do Ribeiro.

Houve três solenidades de formatura: dia 25/11 no Colégio Universo, dia 28/11

Ganhadores das bicicletas

ALICE

RAFAEL

VITOR

Nova Diretoria do Asilo São José –

Biênio

FISCAL

CONSELHO ADMINISTRATIVO

VOLUNTÁRIOS

Fialho (Enes da Cooperativa)

Nesta oportunidade trazemos os votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo para todos. Convidamos também a comunidade bom-despachense a nos ajudar apoiando o Asilo São José em 2023.

tenente Luis Carlos Cabral, assessor de Comunicação do 7° Batalhão, disse ser “emocionante ver centenas de crianças formando no programa do Proerd em Bom Despacho”. Ele ressaltou que o programa “é um esforço entre a Polícia Militar, a comunidade escolar, pais e alunos” para evitar as drogas e a violência. “Nosso objetivo é fazer com que as nossas crianças saibam fazer escolhas seguras para suas vidas. Cuidando das crianças estamos fazendo um futuro melhor”, concluiu.

Ao todo o Proerd entregou 9 bicicletas – duas das quais no Engenho. As bicicletas e os prêmios sorteados são custeados por empresas e instituições que apoiam o programa

Portal iBOM / Foto: Ascom 7°BPM/Polícia Militar.

8 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022
Presidente: José Geraldo Camilo / Camilo da Ruralminas Vice-Presidente: Geraldo Magela de Araújo / Magela da Volks 1° Secretário: Marcelo Marilúcio dos Santos / Marcelão Vereador 2° Secretário: Maria Eduarda Santos Silva 1° Tesoureiro: Rodrigo Borges / Rodriguinho 2ª Tesoureira: Mariana Portela Borges
Nunes
PM
CONSELHO
José Luís Oliveira
/ Coronel
Geraldo Antônio Pereira / Geraldinho da Ótica Tomás Assunção Suplente: Ferrugem Lanterneiro
Fernanda Faria Alves / Advogada Credesp Mozar Lúcio Costa / Mozar da Nutribom Haroldo Costa Daldegan Jaqueline Camilo de Carvalho Juliana Camilo de Carvalho Janaína Camilo de Carvalho Suplente: Anselmo Assunção
Diva Geacaiaba; Ivone Maria Cardoso; Maria Azevedo Geacaiaba; Romeu Delgado; Maria Creusa da Silva; Marli de Fátima Santos; Ana Maria Gomes Miranda; Íris Adriana Soares; José Antônio Soares; Mauro Élcio Nunes e Enes Custódio
202324 Publieditorial
VITÓRIA COUTO SILVA – Escola Coronel Robertinho
SILVA MELO – Escola Egídio Benício GUILHERME DE SOUZA RODRIGUES – Colégio Novo Ser
ALICE SILVA DE OLIVEIRA ASSIS – Colégio Leonardo da Vinci MARIA CLARA VIEIRA – Colégio Millenium
EDUARDA WERNECK ARAÚJO – Escola
VITÓRIA GOMES
FERNANDA
MARIA
MARIA
Coronel Praxedes MELINA
DOS SANTOS – Escola Maria Guerra / Engenho GONTIJO COELHO MEINBERG MORAIS – Colégio Universo EDUARDO SILVA COUTO – Sorteio / Engenho do Ribeiro
Programa da PM visa prevenir violência e uso de drogas entre crianças e adolescentes
na Escola Maria Guerra, distrito do Engenho, e dia 30/ 11 no salão Maria Teodora. Esta última reuniu os alunos das Escolas Coronel Praxedes, Egídio Benício, Coronel Robertinho, Millenium, Leonardo da Vinci e Novo Ser. A Banda de Música do 7° Batalhão participou desta solenidade. Ouvido pelo Portal iBOM, o Formatur do PROERD no salão Maria Teodora

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Pedro Henrique, de BD, é campeão mundial de Jiu Jitsu

Aos 15 anos de idade, com 1,70m de altura e pesando 73 kg, o bom-despachense Pedro Henrique Rodrigues Xavier faturou o título de campeão mundial de Jiu Jitsu na faixa amarela. O título foi conquistado em campeonato realizado pela Confederação Brasileira de Jiu Jitsu Esportivo no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, dia 26/11. “Senti uma emoção muito forte” –disse Pedro ao Portal iBOM“no momento em que ganhei o título disputando um grande campeonato como esse”.

Essa conquista no Mundial consolida uma trajetória vitoriosa de Pedro Henrique no Jiu Jitsu: este ano ele já havia faturado os títulos de campeão brasileiro e campeão pan-americano em sua categoria.

Pedro Henrique é filho do operador de máquinas José Marcos dos Santos Xavier e de Tessiane Paula Rodrigues Xavier, moradores do bairro Novo São Vicente 2. Cursa a 8ª série na Escola Coronel Robertinho e luta Jiu Jitsu desde os 10 anos de idade. Atualmente, Pedro Henrique treina Jiu Jitsu na academia Black Lotus e ainda faz musculação. São em média 4 horas de treinamento por dia, durante 5 dias da semana. Seu objetivo, ao terminar o Ensino Médio, é cursar faculdade de Educação Física. Mas o maior sonho, contou

Pedro Henrique ao Portal iBOM, é “continuar se aperfeiçoando até conseguir chegar na UFC”, designação de Ultimate Fighting Championship, campeonato de artes marciais mistas (MMA em Inglês) tradicionalmente realizado nos Estados Unidos e que

incorpora técnicas de vários esportes de combate numa luta de contato total.

A julgar pela trajetória de Pedro, e de sua determinação, realizar este sonho é só uma questão de tempo. (PortaliBOM /Fotofornecidapelafamíliade PedroHenrique).

9 Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022 DESTAQUE
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Cinquentenário da turma do TG 1972

Poucas pessoas proporcionaram um espírito de cidadania para com os jovens bomdespachenses como o instrutor do Tiro de Guerra, sargento Oliveira. Este militar do Exército Brasileiro mudou a nossa mentalidade e nos ensinou o significado do espírito de coleguismo e de compromisso do dever cumprido. Na verdade, entendíamos pouco de tudo isso, mas os seus ensinamentos foram, para todos nós, um bom começo.

Nessa época tínhamos o melhor time de futebol de salão da região, vencíamos quase todos os jogos com folga. Uma de nossas atividades era proteger as crianças e idosos, sem contar, é claro, o carinho para com as nossas jovens filhas de Bom Despacho. O ano era 1972, o prefeito da cidade era Antônio Leite de Oliveira, homem dos três “s”: solidário, simpático e simples. Se usasse um hábito, poderia ser, sem dúvida, confundido com um frade franciscano, com toda sua cordialidade.

A cidade não era muito diferente do que é hoje. Conhecíamos as grandes e pequenas famílias; da Vila Militar à Cruz do Monte, passando pela rua do céu, hoje Flávio Cançado.

Os médicos eram os nossos três mosqueteiros, Dr. Juca, Dr. Roberto e Dr. Mesquita. Quem fez os exames de aptidão dos jovens atiradores foi o Dr. Mesquita, que aprovou todos nós com louvores, na presença do Dr. Orlando Lopes Cançado, então advogado da Prefeitura e professor de Geografia no Colégio Tiradentes. Nunca me esqueci do seu carro, pois o empurrávamos no pátio do batalhão para pegar no tranco. Era um homem de índole familiar, amigo de todos. Agora vamos falar dos atiradores filhos da pátria. Éramos 72 atiradores prontos e preparados para o que der e vier. A nossa turma tinha alguns apelidos bem engraçados. Tinha o Boi, o Parafuso, o Rocha, o Peninha e o Catarina. O cabo Renato Queiroz até os dias de hoje sabe de cor o nome e o número de todos nós. Somos até hoje bons amigos, apesar das voltas do mundo. Mesmo não os vendo, as lembranças daquele tempo ainda residem em nossas memórias. O quepe, a farda verde e o coturno brilhando faziam de nós pessoas diferenciadas. Todos admiravam quando passávamos. Algumas moças chegavam a tropeçarem.

É comum em nossos dias encontrarmos alguns colegas nas ruas de nossa cidade ou pelas redes sociais. Pelo andar da carruagem, muitos de nós iremos morrer de velhice.

Dizem que é o melhor jeito de morrer, eu não discordo. A tarefa de viver é dura, mas é fascinante. Durante o nosso tempo de Exército aprendemos muito mais com a vida de atiradores do que nos bancos de uma universidade. Dizem que o amor é pra sempre, eu

digo que a amizade e suas lembranças nunca acabam. Em nossa vida, é preciso só espanar a poeira e dar a volta por cima. A vida é como um leito de um rio que segue serenamente a sua trajetória, sem ao menos titubear.

Na cadência dos anos, aprendi que se tiver que fazer alguma coisa, faça com perfeição, igual fizemos no tempo do Tiro de Guerra. Poucos conheceram o valor da amizade, como era em nossa turma. Conhecíamos uns aos outros só de olharmos, sem precisar falar ou tocar. A amizade entre nós era como o sol, brilhava e nos aquecia por dentro. A grande maioria dos atiradores estão bem vivos e, pelo visto, repito, só vão morrer de velhice. A saudade daquele tempo “é um sentimento que quando não cabe no coração, escorre pelos olhos” (Bob Marley).

Tempo bom e de grandes aprendizados. Todos os dias, a partir das cinco horas da manhã, pelas praças, ruas e travessas de nossa cidade, encontrava-se sempre um soldado atento, andando com passos firmes em direção à nossa sede, que continua no mesmo local, na avenida das Palmeiras, 493. Geralmente andávamos dois a dois, com o passo certo, como se estivéssemos em um desfile, nada nos tirava a atenção e a cadência. Nos passeios e nas ruas o nosso passo era único e no ritmo cadenciado dos dobrados militares do pósguerra, que guardo ainda hoje em minhas lembranças. Especialmente porque meu pai era músico da banda do 7º Batalhão, que tocava nos desfiles. Geralmente o Tiro de Guerra desfilava após o 7º Batalhão, ocupando lugar de destaque.

Saudávamos uns aos outros com alegria, sem tocar. Éramos soldados, aprendemos a agir como tais. Tempo de suor e muita alegria. O nosso ilustre sargento morava em frente à sede e, por sorte nossa, nunca faltava. Toda a vizinhança nos ajudava a ser cuidadosos, deste modo mantínhamos a confiança do sargento.

E o cabo do dia mantinha o grupo formado para recebêlo. O nosso sargento quase não sorria, mas trazia em seu rosto o semblante amigo, pronto a nos ajudar se precisasse fosse. Tratava-nos como soldados, inferiores somente a Deus. O sargento incentivava, em sua fala, amizade e confiança para sermos um grupo comprometido em fazer a diferença, custasse o que custasse. Quando não estávamos em ordem unida que significava força nos braços e nas pernas, marchando em várias direções, segurando nas mãos e nos braços o fuzil, arma de treinamento, estávamos tendo aula e estudando o “Regimento”.

Após a ordem unida, praticávamos exercícios físicos e para os jogadores, o treino de futebol de salão. Para ganhar mais uma disputa, os jogadores mantinham-se aptos para demonstrar suas

habilidades. Na competição, nada de brincadeira. Nossa instrução começava às cinco da manhã e terminava às onze horas. Ao término, subíamos a Avenida das Palmeiras rumo às nossas casas para descansar a farda para o dia seguinte. Uns iam trabalhar, outros, como no meu caso, estudar e ajudar nos afazeres em casa. Isto porque meu pai era militar e minha mãe era uma líder, distribuía tarefas e cobrava de cada um de nós irmãos; depois, estudar.

A parte boa se fazia por ocasiões de desfile e ou aos domingos no campo de futebol, quando surgiam, de vários pontos da cidade, as mais lindas jovens. Andavam sempre em bandos como revoadas de lindas borboletas. Eram jovens para agradar a todos os gostos. Cabelos curtos, médios ou compridos, de várias cores. Nenhum adorno era mais brilhante do que seus sorrisos e seus olhares, e não existia maior delicadeza no modo de andar. Geralmente eram alunas do Colégio Industrial, Colégio Miguel Gontijo e Tiradentes. Dentro de seus uniformes, eram como princesas desfilando, machucando o coração de cada um de nós, atiradores.

Outra ocasião de alegria em nossa cidade era a Festa do Rosário, o feriado levava todos para a rua com muita alegria,

e nós, dentro de nossas fardas, mantínhamos a ordem aparente, cobiçando os olhares das lindas princesas. Tudo parecia um sonho, nada dava errado. Entre os atiradores, tinham os mais chegados. No meu caso, os meus amigos comuns eram o Rato Fidelis, Betinho do Sô Pedro Leonardo, o Rocha do Sô Roldão e o Rita do Sô Dário Couto. Nós éramos como irmãos, sorríamos por nada e nos alegrávamos com tudo. Estas amizades perduram no meu coração até hoje.

Viva o Tiro de Guerra, viva o Exército Brasileiro, viva Bom Despacho, viva o ano de 1972, onde teve início este período bom de nossas vidas. O Tiro de Guerra me ensinou a ser um homem realista e esperançoso, cheio de amor e fé em toda humanidade.

Ronan Tales de Oliveira é professor e escritor

10 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022
RONAN TALES DE OLIVEIRA

De Bom Despacho tu és!

O diálogo começou com aquela fatídica pergunta entre pessoas que estão se conhecendo?

– E você, de onde é? Perguntou aquele nobre desconhecido.

Eu prontamente respondi:Sou de Bom Despacho.

Pronto! Naquele momento se instaurou um misto de incompreensão e anedotas sobre o nome de minha cidade natal. - “Bom Despacho”?

Falaram alguns repetindo o nome próprio para tentar compreender melhor. – “Sim” – respondi. Bom Despacho.

Para sanar as dúvidas, primeiro situei aqueles neoconhecidos que se tratava de uma cidade na região CentroOeste de Minas Gerais neste imenso país continental chamado Brasil. Uma cidade de médio porte, com tradições muito enraizadas e de fé católica solidificada. Afinal, por causa dessa fé, a cidade recebeu esse nome.

Tudo começou em Portugal, na região de Cervães, e no oeste da Espanha, segundo registros encontrados do ano de 1644 – mas, acredita-se que a devoção é ainda anterior à datação destes documentos históricos, pois já estava na fé popular. Naquelas regiões se venerava a Virgem Maria, Mãe de Deus, sob o título de Nossa Senhora do Bom Despacho das almas, devoção esta que invocava Maria como intercessora e medianeira das graças especialmente na hora da morte do cristão, como se reza na oração da Ave-Maria e se pede: “Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém”.

Embora no Brasil pouco se fale sobre Nossa Senhora do Bom Despacho informei àqueles senhores que esta devoção também se encontra

no estado da Bahia com igrejas e festas dedicadas à Mãe de Jesus sob esta designação.

Falei também que em Cuiabá, capital do estado do Mato Grosso, há um grande santuário dedicado a Nossa Senhora do Bom Despacho.

Disse, ainda, que nas cidades históricas, especialmente Ouro Preto e Mariana, há – em Ouro Preto – uma rua com o nome de Nossa Senhora do Bom Despacho e em Mariana, naqueles tempos antigos em que se contava muitas histórias de terror, há uma capela em um muro, numa encruzilhada em que se pede à Nossa Senhora do Bom Despacho proteção para quem passa a noite por ali – ainda hoje.

Na Europa, especialmente em Portugal e Espanha, há igrejas

e monumentos que referem a fé à Maria com o título de Nossa Senhora do Bom Despacho. Na famosa ilha da Madeira, local turístico do território português, há grande devoção popular, sobretudo entre os marinheiros e pescadores, que pedem a Senhora do Bom Despacho que os guarde nas navegações. A tradição católica guardou hinos, cânticos e orações antiquíssimas dedicadas a Mãe de Jesus, a Senhora do Bom Despacho. Mas, por que bom despacho? Pela tradição religiosa, a imagem de Maria sob o título de Nossa Senhora do Bom Despacho está com um livro na mão – referência ao último livro da Bíblia: o Apocalipse, o livro da vida. Uma pena – caneta tinteiro daquele tempo – e no outro braço o menino Jesus.

Assim, se acreditava que Maria era a última intercessora na hora da morte e que ela sempre pediria a Jesus que desse ao pecador um bom despacho para o céu, para o paraíso, a vida eterna com Deus.

Ao longo dos anos o bom despacho foi tomando outros sentidos, como para os pescadores e moradores da ilha da Madeira que invocavam a Virgem do Bom Despacho na hora de irem ao mar, quando iam pescar ou na travessia do mar entre o continente e a ilha, e nas grandes navegações. Na Espanha o bom despacho se dava quando os cristãos espanhóis emplacavam suas viagens pela Europa e mundo afora, a começar no período medieval. - E em sua cidade natal? Perguntaram. Em “minha” Bom

Despacho a história começa em um pequeno vilarejo surgido do ouro encontrado no Centro-Oeste de Minas. Itapecerica e Pitangui, naquele tempo, cidades polo da região que concentravam muitos desbravadores em busca de pedras preciosas. Ali, nas colinas do que hoje é a cidade de Bom Despacho, inspirados por portugueses e outros nativos na região que tinham aprendido a devoção a Nossa Senhora do Bom Despacho, ergueu-se uma capela e começou-se a rezar em seu entorno. Pediam chuva, boas colheitas, proteção. Encomendaram a um português que, indo a sua terra natal, quando voltasse à região trouxesse de Portugal uma imagem de Nossa Senhora do Bom Despacho, e assim foi feito. A fé e a tradição se formou ao redor da Mãe de Jesus sob este título. Ali nasceu um povo, uma cultura, uma cidade com o título de Maria invocado desde os primeiros moradores da região.

Hoje, por causa de Nossa Senhora do Bom Despacho, têm-se uma cidade, povo ordeiro, católico, fiel às tradições e as práticas de fé. Povo trabalhador, generoso e que busca valores para viver bem e fazer daquela cidade, de fato, um local de bom despacho da vida, dos dias,

da existência.

Ao terminar de falar, meus interlocutores atentos pelas informações que recebiam entenderam o sentido do nome e da tradição do lugar em que nasci e orgulhosamente levo por onde ando. Disse-lhes, ainda, que quem nasce em Bom Despacho é bomdespachense, ou seja, junto com Maria, Mãe de Deus, um despachante do Evangelho, da mensagem cristã e dos valores que não passam.

Cessadas as anedotas com o nome de minha cidade natal, eu, orgulhoso de poder contar minha história e falar de onde sou, de onde vim, terminei mostrando algumas fotos da cidade e da suntuosa Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Despacho e cantei-lhes o refrão da música que emociona a todo bom-despachense devoto e consciente de suas raízes, de sua origem e da história de seu povo: De Bom Despacho tu és, patrona e titular. Oh, sempre por ti seja protegido este lugar (Hino à Nossa Senhora do Bom Despacho).

Padre Douglas Xavier, bomdespachense, sacerdote e escritor, é formado em Direito, Filosofia e Teologia. Atualmente é pároco da Paróquia de São Sebastião, em Piumhi-MG.

11 Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022 DESTAQUE

O Natal e as luzes que o amor pode acender

Esta não é exatamente uma história sobre o Natal. É uma história sobre escolha, renascimento, acolhimento e as luzes que o amor é capaz de acender.

Essa frase pode parecer meio brega: “as luzes que o amor pode acender”. No entanto, esta história é exatamente sobre isso.

Em outubro de 2004, seis anos antes de perder meu marido num grave acidente de transito, eu estava ansiosa para ser mãe. Já tínhamos quase 4 anos de casados e meu falecido marido só sabia me dizer: “vamos esperar um pouco mais para ter filhos”.

Então, numa noite de sábado do final do mês de outubro, discutimos sobre o assunto e fui dormir frustrada com a decisão de, novamente, adiar a maternidade.

No domingo do dia seguinte acordei cedo e, como sempre faço quando estou chateada, fui andar pelas ruas para pensar e digerir o assunto.

Estava subindo a rua da minha casa, quando um jovem me parou e, apontando o dedo na direção de um senhor que estava a poucos metros de nós, me pediu: - Poderia, por favor, entregar essa menininha pro avó dela que está ali no portão esperando. Eu, apaixonada por crianças, olhei a menina que ele me entregava e fiquei emocionada. Ela tinha uma pele clara, cabelos pretos e olhos bemmmm azuis. Parecia uma pequena boneca do alto de seu um aninho de idade.

Peguei-a imediatamente no colo e disse: - Claro.

Andamos poucos passos juntas, ela bem agarradinha ao meu corpo, como se me conhecesse há séculos. Quando fui entregá-la ao senhor que a esperava no portão, ninguém conseguiu tirá-la de mim. Ela apertou fortemente o meu pescoço e gritou repetidas vezes: mamãe mamãe, mamãe. Parecia impossível desgrudála do meu corpo. Ela estava convicta de que eu era a sua mãe.

Eu, ainda no calor da discussão da noite anterior, com uma imensa vontade de extravasar meu lado materno, disse para todos os que se empenharam na tentativa de nos separar: Sou Roberta, moro aqui, na rua de vocês, sou filha do Professor Tadeu, que todos conhecem. Deixemme dar uma voltinha com ela até que ela se acalme. Depois a trago de volta. Prometo.

Nesse dia, ela passou o dia inteiro comigo. Visitou minha casa, a casa dos meus pais e não houve quem conseguisse tirá-la de perto de mim.

Descobri um pouco sobre sua história: que não morava com os pais, que tinha um aninho de vida, que se chamava Dayane e ainda não havia sido batizada.

Foi amor recíproco à primeira vista.

A partir de então, fui em busca de saber cada vez mais sobre a história dela e achar sua mãe biológica para me autorizar a batizá-la. Convenci o Leo, meu marido à época, e nos tornamos seus padrinhos de batismo.

O tempo passou e os laços só fizeram estreitar-se entre todos nós. A Eleuza, com quem ela morava quando a conheci, engravidou, passou a ter muita dificuldades para cuidar de duas crianças tão novinhas e Dadá, como até hoje a chamamos, foi morar conosco.

Ela acrescentou muito à vida de todos nós. Permitiu a mim e ao Léo sermos pais.

Nossas famílias, tanto a minha, quanto a dele, a acolheram como se ela sempre tivesse sido uma de nós.

Veio a convivência, a guarda, a adoção. Foi o que posso chamar de um projeto familiar. Nós todos a adotamos, acolhemos e amamos, intensamente.

Qual a relação disso com o Natal? As luzes.

Não apenas as que esse amor acendeu em nossas vidas, mas as luzes de Natal propriamente ditas.

Minha família, até então, nunca tinha tido o hábito de montar árvores, luzes ou enfeites natalinos.

Quando a Dada veio morar conosco era quase Natal e ela não sabia falar quase palavra alguma.

Dizia apenas água, mamãe e ficava tão enlouquecida quando via qualquer árvore de Natal enfeitada que saía apontando o dedinho e gritando: tatal, tatal, tatal!

Minha mãe, como avó maravilhosa que sempre foi, nesse ano montou, em homenagem a ela, uma linda árvore de Natal, com muitas luzes e brilhos. Depois disso, vieram outros netos e ela nunca mais parou. Nossos natais, deste então, são iluminados e decorados.

Poucos anos depois, meu marido faleceu e nunca cheguei a ter um filho biológico. Ela foi a luz que ficou para amparar minha perda e dar sentido à minha vida.

A Dadá, minha querida filha, achou um lar que a amou e acolheu. Nos ensinou a ser pais, avós, tios e acendeu nas nossas vidas, de forma definitiva, as luzes do Natal.

Esse ano, eu e ela viemos dirigindo a São Paulo para passar o Natal com a família do Alexandre, meu novo companheiro paulistano. Paramos em cidades e lugares lindos para relembrar essa história e apreciar as luzes natalinas.

Que na história de todas as pessoas possa haver alguém para acender as luzes do amor e do Natal. E que cada criança dessa terra possa achar um lar que a acolha, alimente e ame.

Feliz Natal pra todos.

Roberta Gontijo Teixeira é bacharel em Direito, ambientalista e servidora pública federal

12 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022
Dayane, ainda pequena, com o Léo
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Dayane comigo em viagem para SP

Padre Tiãozinho: Sua palavra não passará

As pandemias nunca foram novidade na história da humanidade. A peste negra da Idade Média era uma referência distante, em livros didáticos, até que vimos de perto esse drama com a pandemia de Aids que levou tantos artistas tais como a atriz Sandra Bréa, o escritor Caio Fernando Abreu, dentre outros.

A obra de padre Sebastião ainda está para ser estudada em livro, preferencialmente. Ela é extensa. Inclui desde sua infância em Japaraíba ao trabalho de São Vicente na Vila Militar. Fica aí a dica de um estudo biográfico mais amplo. Essa coluna será somente uma humilde e limitada crônica.

O pesadelo voltou com a Covid 19 e agora parece que, como na canção de David Bowie, “todos os pesadelos chegaram ontem e estão aqui para ficar”: crise econômica desde 2008, ataques de atiradores neonazistas em escolas, bem como a possibilidade, como disse o biólogo Atila Iamarino, de ficarmos nesse abre e fecha eternamente, de agora em diante, com a chegada de uma pandemia a cada dois anos.

Diante desse horizonte sombrio, vale lembrar do sorriso e da pessoa radiante, alegre, abençoada de Padre Tiãozinho. Eu o conheci quando meu pai levou ao encontro do nosso querido padre a ex-mulher de um amigo de meu pai. Não sei se os desgostos da separação influenciaram. Na época, impressionou-me o sofrimento daquela mulher. Parecia algo irreal. E foi padre Tiãzinho que a acolheu num momento difícil daqueles. De longe, imaginei como era difícil acolher uma alma que precisava tanto ser ouvida como aquela, pois era alguém cuja fala abundante não seria qualquer um que poderia atender. E pareceume que Tiãozinho era um bálsamo para ela. Nesse episódio eu já soube tratar-se de um homem extraordinário.

Muitos anos depois, quando eu vim morar em Bom Despacho, dar aulas na então UNIPAC, uma pessoa próxima a mim narrou que Tiãzinho também tinha feito esse mesmo papel semelhante junto a ela, em um momento de sofrimento, tendo sido abandonada pelo companheiro e ficado desamparada com um filho para criar. Contou-me que estava desiludida com a igreja, tinha conversado com vários padres e eles não tinham sido compreensivos com seu drama, bem como sua família, tendo até sido dispensada por um deles de ir à igreja. Foi somente padre Sebastião quem a acolheu e ouviu seu grito mudo, seu sofrimento.

Tiãozinho era incrivelmente ocupado, passou a atender outras cidades da região Centro-Oeste a partir de um

determinado período, não só a vila militar. Suas obrigações tinham se multiplicado, mas lembro-me de tê-lo visitado para conversar algumas vezes, em ocasiões mais felizes.

Eu levava peixe de presente, ele gostava muito de pratos à base desse alimento. Eu cheguei a ver que ele lia a revista Caros Amigos, agora extinta, revista de esquerda, embora ele vivesse praticamente dentro de um quartel.

Igualmente causou-me muita impressão quando eu o ouvi comentar, em um curso que lecionou para mim e para um grupo, que não há como negar que a força que nos move é a sexualidade e que ele concordava com a Psicologia.

Achei-o ousado quando ele falou que fez uma pesquisa de campo em uma cadeia nos tempos de estudante. Procurou criminosos e perguntou-lhes se tinham sido batizados, quem eram os padrinhos, se acreditavam em Deus, etc. E chegou à conclusão de que não cometiam crimes “por falta de Deus no coração”. O fato de terem tido contato com a religiosidade não funcionou de forma eficiente como salvaguarda para que não cometessem crimes, concluiu ele em sua pesquisa. Imagino que essa pesquisa possa ter causado perplexidade em quem a avaliou.

Ao conversar com Tiãozinho, que lecionava Ética na Academia de Polícia Militar, fiquei muito feliz ao encontrar um dos livros de meu pai na lista das leituras recomendadas aos seus alunos. Curiosamente, eu também lecionava Ética na UNIPAC naquela mesma época. Eu e Tiãzinho rimos muito das coincidências, ficamos amigos. Ele sempre gostava de contar que teve dificuldades com latim no seminário e meu pai ajudou-

o muitíssimo. Era eternamente grato.

Ao comentar o fato com Cássia, esposa do coronel Adair, que foram as últimas pessoas a acompanharem padre Tiãozinho antes dele ser entubado, Cássia revelou-me que já tinha escutado inúmeros outros relatos assim. Minha amiga professora e advogada Janaína Lucas disse-me sentir muita saudade de Tiãozinho ao passar pela vila militar.

E também devemos dar graças aos discípulos deixados por padre Sebastião: a obra deixada por ele na vila militar foi levada adiante e terminada graças à atuação do coronel Adair e de sua esposa Cássia, bem como do empenho de toda a comunidade.

Ao pensar em Tiãozinho, a memória me traz outros de meus mortos: Alessandro Jordão, da Jordão Financeira, meu ex-aluno, que morreu também de Covid e deixou cinco filhos órfãos. Anastácia, minha aluna de serviço social, também cronista, também morta na pandemia. É tão triste pensar na morte desse homem santo que é preciso recorrer ao romancista Lúcio Cardoso: devemos pensar que Deus é infinito, incompreensível, intenso como um canteiro de violetas que nunca para de florescer, como disse esse escritor. É triste como pensar, por exemplo, na crônica de Dilermando que conta que a senhora Dora Kohnert, ao ser presa injustamente por lutar por creches para as crianças da cidade, manteve, no caminhão que a levou por Bom Despacho, a cabeça erguida o tempo todo.

Padre Tiãozinho, presente! Dora Kohnert, presente! Jordão, Anastácia, não morreram de todo, presentes! Cabeça erguida, sempre!

O Futuro é Agora

A Cooperbom é movida pela esperança. Ela não só acredita e espera um Ano Novo melhor, mas faz sua parte para transformar esse desejo em realidade. São 24 horas de trabalho por dia, todos os dias da semana, para entregar bens e serviços à comunidade, gerar riquezas e desenvolvimento. Nossa motivação é contribuir para um futuro melhor.

Hoje a Cooperativa possui 28 unidades comerciais, industriais e de serviço em 5 cidades: Bom Despacho (inclui Engenho e Mato Seco), Araújos, Estrela do Indaiá, Martinho Campos e Moema. Juntas, elas empregam 430 pessoas, gerando renda, desenvolvimento e oportunidades para muitas famílias.

Essas unidades comerciais, industriais e de serviço são formadas por Lojas Agroveterinárias, Postos de Combustíveis, Consultório Veterinário de PETs, Fábrica de Laticínios Mavero, Fábrica de Rações, Fazenda para Recria e Repasse de Novilhas de Alta Genética e Produção e Venda de Silagem. E também por uma rede de Supermercados que atendem aos associados e ao público em geral, oferecendo produtos de qualidade superior e preços baixos.

Para manter essa estrutura operando continuamente a Cooperbom gera também muitos empregos indiretos através da contratação de fornecedores e prestadores de serviço, sempre valorizando e apoiando empreendedores, profissionais e produtores locais e regionais. Além disso, promove ações de incentivo a projetos educativos, culturais e de promoção humana.

Graças a essa resiliência e busca continuada de resultados, cresce a cada ano o número de associados da Cooperativa. De março de 2020 até hoje já ingressaram 296 novos associados na empresa. Uma conquista que mostra a força de um povo empreendedor, que acredita e se une para construir um futuro melhor com transparência e inovação.

Porque, afinal, a Cooperbom é guiada por valores como responsabilidade social e ambiental, pelos princípios cooperativistas e pela fé inquebrantável na capacidade humana de transformar o mundo para melhor, gerando desenvolvimento, paz e harmonia para todos os homens de boa vontade.

13 Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022 DESTAQUE
Lúcio Emilio do Espírito Santo Júnior é filósofo, professor e escritor.
Acreditamos num 2023 melhor e trabalhamos para que ele
Feliz Natal! Próspero Ano Novo!
se realize
CARLOS HUMBERTO DE ARAÚJO – Diretor Administrativo FÚLVIO DE QUEIROZ CARDOSO NETO – Presidente ENES CUSTÓDIO FIALHO – Diretor Comercial

Reflexões para este Natal

Apenas se iludem quando acompanham a multidão que o festeja.

A alegria resultante do nascimento do Senhor não encontra abrigo nos corações carregados de ódio, que se alimentam dos desejos de vingança, ou mesmo de uma reparação forçada. Para os que fazem da orgia o seu paraíso e do dinheiro o seu deus, Ele ainda não nasceu. Ele não nasce. Ele jamais nascerá. Estes nem mesmo comemoram seu nascimento.

O ideal não é festejá-lo é vivê-lo na inteireza da mensagem que trouxe aos homens. É cada um realizar continuamente em si o seu nascimento. Ele não se constitui privilégio de determinada época, mas se fez afirmação para todos os homens em todos os tempos, sem distinção de gentio ou de judeu. Daí todos estão convidados a celebrar o seu nascimento no tempo culminante do nascimento contínuo, ininterrupto no seu próprio coração.

Já o poeta cantava: (veja no quadro ao lado). Realizado este nascimento. Ele terá nascido em tudo e em todos os que nos rodeiam.

“Tu festejas o Nascimento do Cristo?

Mas que importa que Ele tenha nascido, Se ainda não nasceu em ti?”

Que importam os Reis Magos, as Estrelas, Os pastores, a gruta de Belém, Se Cristo ainda não nasceu em ti.”

Boas Festas!

Este colunista, juntamente, com todos os colegas do Jornal de Negócios, faz votos de que o Cristo que nasceu em Belém nasça dentro de você também e que suas bênçãos e graças encham de paz, harmonia e felicidade a sua vida e a de todos os seus entes queridos por todo Novo Ano de 2023, que como um sol de luz e prosperidade já vai surgindo no horizonte de nosso porvir.

BD: Natal dos pobres em 1961

Foi dos mais proveitosos, nesta cidade, o Natal dos pobres, organizado pelos vicentinos, damas de caridade e Luísas. As empresas e pessoas individualmente contribuíram doando com variados tipos de produtos: vacas, porcos ou carne suína, leitões, sacos de açúcar, sacos de café, sacos de feijão, caixa de sabão, novilhos, 10 engradados de guaraná, fardos de tecidos, etc.

Famílias tradicionais Note que os doadores

daquele Natal faziam parte das mais tradicionais famílias e antigas empresas de Bom Despacho. Essas pessoas caridosas, conheci a todos, em vida, uma por uma. Hoje, passados 61 anos, salvo engano, só restam vivos o Ismar Rufino e o Armando Gontijo. A seguir os nomes de todos que atenderam ao chamado para se realizar um Natal sem fome em Bom Despacho em 1961. Muitos leitores vão reconhecer neles avós, pais, tios, irmãos e amigos saudosos.

Doadores do Natal Geraldo Queiroz Cançado, Joaquim Neves Costa, Chico Marques, Pedro Gontijo, Pedro Marques, Idelfonso Silva, Francisco Vaz da Costa, Pedro Cardoso, Ademar Araújo, Coronel Robertinho, Paulininho (o tio do nosso atual Paulininho), Paulo Gontijo, José Miguel Gontijo, Antônio Júlio Melo, Azevedo e Chaves, Milton Azevedo, José Cardoso de Araújo, José Teodoro, Múcio Gontijo, Antônio C. Ferreira, José Araújo

Gontijo, José Quirino Costa, Simião Couto, João Ulisses, Flávio Melo Queiroz, José Rodrigues, Alexandre Cardoso, Sô Nego, Francisco de Assis, Francisco Amaral, João Vítor Costa, José Quirino Filho, Ismar Costa, Nico Gontijo, Cisalpino Gontijo, Lacticínios Minas Gerais, Bertinho Costa, Dalberto Costa, Nicolau Couto, José Marques Gontijo, José Calais, Antônio Lopes Gontijo, José Procópio, Marcílio Silva, Ataíde Gontijo, Geraldo Azevedo,

Bebidas Moreira, Geraldo Xavier, Odílio Silva, Juca Rufino, José Joaquim Oliveira, Geraldo Teixeira Campos, João Costa, Manuel Pereira, Julinho Queiroz, Dário Couto, Mário Quirino, Benedito Lopes, Manoel Gontijo, Manoel Pessoa, Leão da Esquina, Fábrica de Tecidos, Luiz Couto, Jacinto Lopes, Antônio do Couto, Armando Gontijo e Adalberto Gontijo.

Fonte: jornal “O Bom Despacho” do Natal de 1961

Publicidade de Natal Lembro-me de meus tempos no jornal “O Bom Despacho”, a gente procurava empresas e pessoas para apresentarem suas mensagens de boas festas pelas páginas do jornal. Éramos muito bem acolhidos e as pessoas tinham satisfação de saudarem seus amigos e clientes pela passagem do Natal e do Ano Novo.

Abaixo estão algumas dessas mensagens de 1961.

14 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022
Tadeu de Araújo Teixeira é professor, escritor e fundador da ABDL
Reprodução de anúncios publicados no jornal "O Bom Despacho" no Natal do ano de 1961

Entrevista com Papai Noel

MAGALHÃES MAGALHÃES

Neste Natal resolvi fazer uma coisa diferente: fui entrevistar Papai Noel em pessoa. Saber o que pensa e como vive o bom velhinho. Papai Noel abriu o coração e falou do seu trabalho, das mudanças ocorridas, da sua relação com Mamãe Noel e os duendes. Mas garante: o espírito natalino não mudou. “Nós continuamos acreditando em um mundo cheio de paz, de amor, de tolerância, de respeito dos mais jovens com os mais velhos e com os outros jovens, no amor entre todos”. Na entrevista, Papai Noel revelou também que visita Bom Despacho regularmente. “Claro, vou disfarçado para não me reconhecerem. Odeio essa coisa de ficarem tirando selfie comigo. Quando vou a Bom Despacho, apareço como gente humilde e boa de coração”, contou. Veja na entrevista a seguir.

Papai Noel, como é ser a pessoa mais aguardada da noite de Natal?

Papai Noel: As crianças só pensam em mim na noite de Natal, mas meu trabalho começa muito antes. Acompanho a vida das crianças, vejo se elas estão sendo boazinhas, se estão sendo carinhosas com seus pais, avós e amigos. Confiro se estão tratando bem os animais domésticos e os da natureza. Enfim, trabalho contínuo o ano inteiro.

Se pudesse me comparar, sou uma espécie de carnavalesco, que trabalha o ano inteiro em silêncio e só aparece umas poucas horas para as pessoas.

É possível comparar sua vida no passado e agora?

Papai Noel: Minha vida é hoje muito diferente. No passado, quando não havia celular, computador, mídia sociai etc, eu levava uma vida calma e tranquila. Hoje, as crianças pesquisam seus presentes na Internet, sabem tudo sobre tudo, odeiam escrever cartinhas para mim. Quando mandam uma mensagem de WhatsApp escrevem tudo abreviado e eu quase não entendo o que estão dizendo. Elas me chamam de “mano”, “tio”, “véio” e mais um monte de gírias, com as quais eu não estou acostumado.

E como mudou a relação com a Mamãe Noel?

Papai Noel: Mudou muito. Há algumas décadas, as mulheres eram subalternas dos homens e não tinham voz ativa na sociedade. Nessa época, eu sozinho decidia tudo, qual presente para cada criança e escolhia quais crianças receberiam ou não seus presentes. A Mamãe Noel

apenas respondia “como achar melhor, meu bem”. Hoje, não é mais assim. Ela é parte importante disso tudo. Ela decide tanto quanto eu, sobre os presentes, sobre as crianças merecerem ou não, opina sobre os duendes que devem trabalhar na fábrica, fala sobre tudo. É formada em Engenharia de Produção, tem

CPF próprio, administra sua vida financeira, ou seja, nada mais a ver com uma senhorinha que ficava só cozinhando para o Papai Noel. Aliás, ela nem sabe mais cozinhar. Quase sempre saímos para jantar em restaurantes ou, quando o tempo está muito frio, pedimos uma comida gostosa em alguma empresa de delivery.

Puxa, que mudança...

Papai Noel: Sim, mas as mudanças foram frutos das lutas das mulheres contra o machismo que dominava e, infelizmente, ainda domina nossa sociedade. Hoje, minha relação com a Mamãe Noel é

muito mais interessante, gostosa e cheia de vida. Somos seres independentes e que nos respeitamos em nossas individualidades...

É verdade que a Mamãe Noel foi a responsável pela mudança de atitude sobre as renas?

Papai Noel: Sim, é verdade. As renas, apesar de poderem voar, são animais selvagens da região do Polo Norte. Não era muito justo explorá-las, como fazíamos antes. Da mesma forma que o trabalho de animais nas fazendas vai sendo substituído por tratores e máquinas, o trabalho das renas vai mudando. Hoje, as renas não fazem mais trabalhos pesados e são mais usadas como símbolo do Natal e do Papai Noel. No máximo, posam para umas fotos. Carregar o trenó cheio de presentes é parte da magia do Papai Noel e não mais trabalho animal intenso. As renas estão muito mais felizes e nós, eu e Mamãe Noel, também.

E os duendes, continuam firmes e fortes como ajudantes do senhor?

Papai Noel: Tudo mudou também. Antes, até por falta de consciência minha, usávamos os duendes praticamente como escravos, sem pagamento de salário, sem férias, sem direito a uma vida gostosa. Na mesma época que Mamãe Noel se emancipou, ela me alertou sobre a necessidade de mudarmos nossa relação com os duendes. E mudamos! Hoje, os duendes trabalham menos horas por dia, trabalham com alegria e recebem tudo a que tem direito. Nada de exploração mais!

E você sabe que só os duendes homens tinham trabalho, enquanto as duendas não podiam trabalhar para fazer os presentes? Agora, temos um plano para ter 50% de duendes e 50% de duendas na fábrica. E elas são excelentes para cuidar dos brinquedos, são mais atenciosas, carinhosas, detalhistas. Hoje, temos muito menos erros nos presentes do que quando tínhamos somente os duendes trabalhando. Foi uma maravilha reconhecer as duendas como opção de trabalho.

E alguns duendes e duendas criaram suas próprias fábricas, empreenderam, e hoje preparam uma parte importante dos presentes. Isso foi bom para mim e para Mamãe Noel, pois nos deixa mais tempo livre para curtirmos a vida, e também foi ótimo para os duendes e duendas, que fazem presentes diferentes dos que fazemos, incluindo novas magias natalinas aos presentes. Todos saímos ganhando. Percebemos que diversidade é boa para os presentes, pois novos itens são acrescentados à lista de presentes e, para os próximos Natais, vamos radicalizar: contrataremos duendes e duendas afrodescendentes, asiáticos e de outras partes do mundo, além de prestarmos atenção

em questões como igualdade de gênero, orientação sexual dos duendes e duendas. Em outras palavras, somos mais inclusivos e com isso melhoramos nossos presentes, que podem atender a todos, com muito mais carinho e delicadeza na fabricação dos presentes.

E o espírito natalino, mudou?

Papai Noel: De maneira alguma. Todas as mudanças que mencionei apenas adequam o mundo mágico do Papai e da Mamãe Noel para os dias atuais. Nós continuamos acreditando em um mundo cheio de paz, de amor, de tolerância, de respeito dos mais jovens com os mais velhos e com os outros jovens, no amor entre todos. Queremos cada vez mais um mundo de paz, amor e respeito. E, se pensarmos bem, para termos isso, é necessário um mundo muito mais igual, mais inclusivo e de respeito aos seres humanos, aos animais, aos diferentes etc. Meu sonho e da Mamãe Noel é atendermos aos pedidos de todas as crianças. Não achamos justo haver alguém que não receba um presente, pelo menos no Natal. Um dia, vamos conseguir fazer esta magia natalina.

E para Bom Despacho, alguma surpresa de Natal?

Papai Noel: Bom Despacho é uma terra maravilhosa. Estou sempre visitando aquele lugar. Claro, vou disfarçado para não me reconhecerem. Odeio essa coisa de ficarem tirando selfie comigo. Sou das antigas. Quando vou a Bom Despacho, apareço como gente humilde e boa de coração. Algumas vezes, vou como Claudio, ando pelas ruas descalço, no meio da rua, como tendo um problema de visão que me impede de ver as coisas. Outras vezes, vou como Tarcísio, me passo por um atendente de caixa de lanchonete, sempre simpático e com um sorriso lindo no rosto. Outras vezes, saio catando lixo reciclável pelas ruas, sem nome conhecido e sou ignorado por muita gente. Outras vezes, apareço de agente do Bicho Amigo e resgato animais maltratados, que precisam de ajuda e faço um esforço para arrumar um lar para os bichanos. Às vezes vou disfarçado de vender de leite ou verdura, carregando pesadas carroças pelas ruas e me chamo Tõe ou Joãozinho.

Mas, já apareci lá como motorista de lotação, agente dos postos de saúde, atendente de loja, varredor de rua, alguém que faz trabalho voluntário para salvar a Mata do Batalhão ou alguma escola rural que precisa de auxílio, outras vezes apareço como uma pessoa humilde com poucos recursos para viver.

Papai e Mamãe Noel estão sempre em Bom Despacho! Só não nos vê quem não quer. Bom Natal a todos! Em qualquer país, no Brasil, em qualquer estado, em qualquer cidade, especialmente para minha querida Bom Despacho!

15 Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022 DESTAQUE
Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD ALEXANDRE ALEXANDRE ALEXANDRE ALEXANDRE
16 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 25 Dezembro 2022

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