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Então, sentados à beira de um fogão a lenha, os dois (Zé Ingrácia e Alberto) conversaram e decidiram abandonar o corte do Baiano e recuperar o pequeno corte do Zé Leite. Alberto, pra aumentar o grupo, levou toda a parentada para participar, inclusive o filho Miguel, pai de Luiz e quem, posteriormente, passaria a cuidar do corte. Fizeram e mantêm vivo até hoje um grande corte de reinado.

Com a morte de Zé Leite, o Zé Ingrácia, que era o segundo capitão, assumiu o corte. Com sua morte posterior, a tarefa ficou para o Alberto que, por anos, fez os festejos na Vila Aurora.

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Alberto faleceu e Miguel e seus irmãos passaram a se responsabilizar pelo Estrela do Oriente. O corte se reuniu e ensaiou por anos na casa da Dona Geralda, na rua Capitão Jaime Gotelip. Miguel assumiu então o posto de capitão, manteve viva e repassou a tradição herdada do pai. No ano de 2.000 Miguel, já debilitado, confiou a tarefa ao filho Luiz Alberto, que hoje me encanta com suas narrativas e exerce com maestria o ofício de capitão.

Há integrantes que se comprometem com o grupo durante toda uma vida. Uns morrem, outros assumem e também há aqueles que apenas passam por um ano ou dois para louvar e pagar suas promessas. Ainda esses são parte da história do Reinado e do louvor a Nossa Senhora do Rosário.

O Reinado não é importante apenas para cada um deles que, na época dos festejos, deixam a profissão, a diversão e o lazer em segundo plano. É importante para todos nós, enquanto louvor, manifestação de cultura, tradição, unificação de um povo e celebração de uma fé.

Que qualquer manifestação cultural ou religiosa tenha sempre essa força e conotação. Que sirva para nos igualar enquanto seres humanos que somos e para nos permitir expressar nossos anseios e crenças.

Viva Nossa Senhora do Rosário, Santo Expedito e Santa Efigênia, que unem em torno deles um povo multicor que dança, reza, se alegra, oferece e espalha, história afora, sua maneira de viver.

Salve a Igrejinha do Rosário que é palco de tão linda festa. Salve todos os participantes e a mistura de tantas cores, tantas peles, e tantas fardas.

Salve a tradição. Que ela siga sendo contada, dançada e professada por Bom Despacho.

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