Jornal Dez 01/05/12

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

Nº2

“CAMPEÕES NO SOFÁ” O FC Porto sagrou-se bi-campeão nacional, o Benfica empatou em Vila do Conde e os Dragões só tiveram que sair de casa para festejar o 26º título.


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“A FESTA DOS B


BI-CAMPEÕES”

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“É uma espécie de terrorista” “É um verdadeiro assassino“ Jorge Valdano e Michel Platini sobre Lionel Messi


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“OBRIGADO”

Foi um sucesso. Em apenas uma semana, o nosso primeiro número passou os dois mil downloads. Um bom número para celebrar o árduo esforço de uma equipa que suou a camisola para entregar-vos uma nova visão sobre o futebol. Contamos com o vosso apoio para continuar a crescer e vocês são fundamentais para isso. Em breve abriremos uma secção para as vossas opiniões, historias e crónicas. O Dez somos nós e são vocês. Antes de sermos um jornal, queremos ser uma comunidade. Estamos abertos ás vossas criticas e para isso tem a nossa pagina de facebook e twitter, bem como o nosso email á vossa disposição. Estejam á vontade para fazê-lo, iremos lê-los atentamente. Espero que gostem desta segunda edição. Carlos Maciel

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FC PORTO

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Texto: Bruno Pinto Fotos: Maisfutebol.com

UM RISCO DESNECESSÁRIO

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Porto deslocou-se à Madeira para jogar um dos jogos mais importantes da temporada. A surpresa começou muito antes do jogo ter sequer início. Esperava-se que Alvaro Pereira, que não jogou contra o Beira-Mar por castigo, voltasse à convocatória e à titularidade. O que é certo é que parece haver mesmo um problema com treinador, sendo que o uruguaio não fez parte dos convocados para um dos jogos mais decisivos da época. Mesmo assim, esta ausência acabou por não assumir grandes proporções pois como já tinha mencionado a semana passada, Alex Sandro dava mais que garantias de conseguir fazer bem a posição. As deslocações à Madeira são quase sempre difíceis, seja para defrontar o Marítimo ou o Nacional. Ainda para mais, este Marítimo ocupava a quinta posição à entrada para esta jornada (lugar esse que não iria mudar, fosse qual fosse o desfecho deste jogo), praticando um futebol de alta qualidade, apesar dos recentes maus resultados.

Uma vitória neste jogo garantia muito provavelmente o título, e foi com este pensamento que os jogadores do FCPorto entraram em campo. A raça de campeão, de ter que assumir e ter de ganhar. Não foi novidade a maneira como os comandados de Vitor Pereira entraram em campo. Tinham vindo a realizar boas exibições, e foi com esse espírito que desde cedo começaram a mandar no jogo. Tal como no jogo da Luz na semana passada, o Marítimo voltou a entrar mal. Ou melhor, quero acreditar que Pedro Martins, tinha dado ordens para a equipa defender num bloco baixo para depois aproveitar um dos seus famosos contra-ataques, onde o principal impulsionador seria Sami, que jogava do lado de Sapunaru. O certo é que essa estratégia correu mal aos «maritimistas», pois desde cedo o Porto impôs a sua presença no meio-campo dos madeirenses. Fernando jogava à frente da linha do meio-campo, Moutinho ocupava várias zonas do terreno, e Lucho tentava sempre construir jogo,


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com toda a sua classe. O que é certo é que com ou sem Alvaro Pereira, a estratégia não se alterou. A ordem era atacar pela esquerda, até porque Alex Sandro consegue dar a mesma profundidade na ala que o uruguaio. Danilo Dias não conseguia acompanhar o lateral brasileiro nas suas investidas e o Porto ganhava assim a ala esquerda onde aparecia Varela em bom plano, no início do jogo, a dar muito trabalho a Briguel. Foi sem surpresa que os azuis e brancos se adiantaram no marcador, aos 16 minutos, através de uma grande penalidade convertida por Hulk. A partir daí, e inexplicavelmente, o jogo mudou do dia para a noite. E ao contrário do que foi indicado pelos comentadores do jogo, não foi (quanto a mim) por mérito de uma alteração táctica de Pedro Martins. Quem acompanhou o Porto ao longo da época, conhece bem a mensagem transmitida por Vitor Pereira. Uma vez que a equipa se encontre a ganhar, a ordem é para baixar as linhas e tentar ataques rápidos. Foi precisamente isso que aconteceu. A partir dos 20 minutos, a equipa do FCPorto já não era a mesma. A ala esquerda deixou de funcionar como havia funcionado, os médios recuaram todos, o Marítimo construir o jogo como bem entendia. O certo é que na primeira parte o Marítimo acabou por não criar situações de perigo.

Com a capacidade que a equipa demonstrou nos primeiros 20 minutos, quem viu o jogo não consegue perceber esta apatia geral. O que é certo é que aos 81 minutos, o Marítimo passou a arriscar mais – o treinador da equipa madeirense era o mais ambicioso dos dois técnicos – ao tirar um central (Roberge) para meter um avançado (Pouga), e com isso acabou por abrir mais espaços na defensiva, que culminaram em duas situações de contra-ataque. A primeira, onde Hulk desenhou uma jogada deliciosa e ofereceu de bandeja o golo a Lucho que de O início da segunda parte parecia trazer mais do baliza aberta atirou por cima. A segunda, resultou mesmo. O Porto deixava o Marítimo assumir o jogo, numa grande penalidade que matou o jogo, dando mas os insolares teimavam em não conseguir criar o 2-0 à equipa da invicta. boas situações para marcar. Ao minuto 63’ Pedro Martins decide tirar Danilo Dias e meter Benachour. Desta vez faço apenas menção aos jogadores que A partir daí, o Marítimo começou não só a jogar se destacaram. Helton, Maicon, Otamendi, Lucho e melhor, como a ser mais perigoso e a criar boas Hulk foram os jogadores que melhor jogaram e que situações para marcar. É de facto incompreensível se devem sentir orgulhosos por mais uma vitória. que uma equipa que tenha como objectivo ganhar Quanto ao resto, dá que pensar. Moutinho e James o campeonato, se exponha tanto como o Porto se não se têm exibido a grande nível. Mas sobretuexpôs na segunda parte. Parecem não ter apren- do, uma equipa que jogue como o FCPorto jogou dido com o jogo de Paços. Uma vantagem de 1-0 a partir dos tais 20 minutos, corre riscos que não vale pouco ou nada, qualquer bola de sorte por devia correr. Riscos desnecessários, com uma esparte do adversário dá golo e o jogo fica empatado. tratégia nem sempre vai dar frutos....


SPORTING

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“PRÓXIMA PARA


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AGEM: DRAGÃO” Texto: Pedro Martins Fotos: Maisfutebol

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Sporting continua na luta para garantir o acesso á Liga dos Campeões e a Académica, depois de uma boa primeira volta, continua a sentir a falta de Sissoko e Eder. O jogo começou com a ausência de Izmailov, por alegados motivos físicos e foi substituído no onze titular por Carillo. A equipa de Sá Pinto entrou num ritmo forte, pressionando e imprimindo profundidade pelas alas,sempre com João Pereira a ajudar em tarefas ofensivas. Foi por esse lado que o Sporting criou mais perigo com as incursões de Carillo e Matias Fernandez. A Académica, bem organizada defensivamente com duas linhas de quatro aproveitava para sair rápido pelo contra-ataque com Diogo Valente. Criava algum perigo, especialmente pelas subidas de João Pereira. Os leões acabaram por chegar ao golo á meia hora de jogo, uma mudança de flanco, da direita para a esquerda, deu espaço a Capel que centrou para um grande cabeçeamento de Carillo. Os estudantes nunca baixaram os braços e Nivaldo, sem desis-

tir, cruzou para área e Polga, querendo cortar acabou por marcar na própria baliza A segunda parte, mostrou uma Académica que entrou melhor, Marinho teve a oportunidade de adiantar a equipa no marcador, mas foi infeliz. Sá Pinto decide então mexer na equipa. Tira um apagado Elias por André Martins e ganhou o jogo por aí. Procurou também refrescar o corredor direito com a saída de João Pereira por Pereirinha. Os estudantes defendiam o empate com “unhas e dentes” para tentar fugir á despromoção, mas com o passar dos minutos, o Sporting ia empurrando os homens de Pedro Emanuel para a área de Peiser. Carillo decide então, num remate fortíssimo, resolver o jogo. Mas as intenções bateram na barra, até que Wolfswinkel remata de cabeça para alívio dos adeptos leoninos. Com esta vitória, o Sporting continua a depender de si, para chegar ao 3º lugar. O jogo do Dragão será decisivo.


BENFICA

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Texto: Bruno Gonçalves Fotos: Maisfutebol

BENFICA PERDE O CAMPEONATO Um Benfica desmotivado, desconcentrado e com vários erros posicionais foi o que se apresentou no Estádio dos Arcos em Vila do Conde. Tudo isto se torna demasiado grave quando o único resultado que servia os seus interesses era a vitória, mostrando mais uma vez esta época a incapacidade de ganhar em momentos decisivos. A direcção, a equipa técnica e os jogadores deveriam pôr os olhos na desilusão dos seus adeptos, em especial nas imagens de tristeza de alguns miúdos a chorarem após o final do jogo. Primeiros 20 minutos de jogo com um Rio Ave a controlar o embate ganhando segundas bolas no meio campo, com Bruno China/ Tarantini muito bem na recuperação e passe (e no “roubo” de espaços a Witsel e Aimar) com Vitor Gomes a tirar Matic da sua posição e a explorar bem a velocidade de Atsu nas costas de Maxi. Sem um ponta de lança fixo Yazalde descaía ora nas faixas ora no

centro deixando á toa a defensiva benfiquista. Com naturalidade os homens de Vila do Conde chegam ao golo num lance de completa desconcentração numa equipa obrigada a vencer. Nos últimos 15/20 minutos da primeira parte o Benfica melhorou aspectos posicionais e de concentração com Witsel a proteger a bola e a construir jogadas de ataque consistentes e com Nolito a agitar o futebol ofensivo encarnado. O esforço acabou por ser recompensado e o espanhol acabaria por dar o empate num ressalto dentro da área após um livre, já o golo da reviravolta surge pouco tempo depois por Cardozo a marcar uma grande penalidade por ele conquistada. A segunda parte começa com alterações tácticas de Jesus, faz entrar Saviola por Matic passando Witsel para a posição 6, numa tentativa de dar o K.O ao adversário. Inicialmente com duas boas subidas de Capdevila pelo flanco esquerdo finalizadas por “El Conejo”


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deu indícios que tal pudesse acontecer mas foi pura ilusão. Jorge Jesus abordou mal e se queria Saviola em jogo deveria ter apostado na saída de Bruno Cesar (passou completamente ao lado do jogo) deixando Matic (ou entrava Javi para o seu lugar) com Witsel a jogar a interior direito. O Rio Ave começou a criar perigo devido á falta de jogadores com características defensivas no meio campo adversário e chega ao golo num bom lance individual de Kelvin (pese embora a deficiente marcação/cobertura de Capdevila e Garay) que descobre completamente sozinho Yazalde na área (onde paravam Luisão e Maxi!?) que cabeceou á vontade para a baliza de Artur. O treinador benfiquista apostado em vencer tem mais uma alteração infeliz com a saída de Aimar por Javi, mudando mais uma vez o seu meio campo. Com o tempo a passar e o Benfica a não conseguir alterar o marcador ora por mérito de Huanderson ora por falta de futebol de qualidade Gaitan é chamado ao jogo para o lugar de Bruno Cesar (substituição muito tardia) dando mais objectividade e qualidade ao último terço encarnado, mas inconsequente em termos de resultado final. Carlos Brito por seu lado fez substituições com intenção de refrescar a equipa (entradas de Braga e Mendes), a ultima (João Tomas) para dar maior capacidade aérea em lances defensivos de bola parada e também com forma de perder algum tempo e quebrar ritmo ao adversário. O empate prevaleceu até final significando a perda do campeonato pelo Benfica (com exibições individuais muito sofríveis: a dupla Luisão, Garay; Matic, Bruno Cesar e até mesmo Aimar) com claras culpas para a sua equipa técnica. Até final os comandados de Carlos Brito têm 2 jogos para garantir a permanência no escalão máximo do futebol português, enquanto que aos de Jorge Jesus resta-lhes o mínimo exigível, isto é, apuramento directo para a “Champions” da próxima época.


SC BRAGA

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“UM FANTASMA HO


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OMÓNIMO” Texto: Nuno Pereira Fotos: Maisfutebol

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que se passa com o Sporting de Braga? – questionam os adeptos pelas ruas, praças, avenidas e cafés da capital minhota em conversas fervorosas sobre a actualidade da sua equipa. Que agoiro se terá abatido sobre uma equipa antes implacável e agora titubeante? O jogo da passada sexta-feira trouxe ao de cima uma equipa agastada por um sonho desfeito em mil pedaços. Tal como sucedeu, por exemplo, com o Benfica, o Braga viu a ilusão virar desilusão no espaço de três semanas e vê-se agora a contas com a possibilidade de deitar tudo a perder de forma inglória. Seria uma injustiça, diga-se de passagem, que os ‘arsenalistas’ perdessem o terceiro lugar para o Sporting, mas este Braga, abalado por sucessivos desaires, parece envolto por uma camisa-de-força que o puxa cada vez mais para baixo.

que o Braga não esteve à altura. E não esteve à altura, sejamos honestos, porque o seu plantel não tem qualidade para isso.

Na realidade, os ‘guerreiros’ até nem andam a jogar mal. Talvez até nem estejam a fazer pior do que aquilo que fizeram durante as treze jornadas consecutivas em que protagonizaram uma ‘remontada’ soberba e que os conduziu do quinto ao primeiro posto de uma forma tão espontânea que conseguiu surpreender os seus e os demais adeptos. Não deixa, por isso, de criar espanto, que a súbita estabilidade tenha dado lugar à repentina instabilidade. Durante todo o campeonato, o Braga manteve sempre um certo nível de regularidade e pode dizerse, pela certeza dos números, que esta é a sua pior série de resultados na Liga. Esta crise surgiu mesmo quando os minhotos se preparavam para lançar-se sobre a sua grande quimera: o título nacional. Acontece

Foi esta uma época de aprendizagem e preparação para o Sporting de Braga, de onde tem de retirar que não adianta esconder os seus propósitos nem encetar tentativas de ser campeão pela calada. O Braga deve assumirse, com distinção e clareza, como candidato ao título na próxima época e desde já garantir um lugar na pré-eliminatória da Liga dos Campeões de modo a não alienar a preparação da equipa para o assalto à peça maior que lhe falta no espólio na época que se avizinha. Com o primeiro lugar entregue ao F.C. Porto e o segundo quase perdido para o Benfica, resta aos minhotos exorcizar o fantasma verde-e-branco, homónimo dos seus pares, e garantir o terceiro posto, um mal menor para uma época que prometia muito mais.

O Braga deu muito de si, praticou um futebol formidável, foi um exemplo de organização desportiva e financeira e deu luta aos mais abastados, como já o faz há uns oito anos desta parte. Mas o seu orçamento não lhe permite chegar mais do que perto do céu. A verdade nua e crua é que se os mesmos jogadores que compõem o plantel ‘arsenalista’ vestissem as cores de Porto, Benfica ou mesmo Sporting, nunca conseguiriam estar à altura das longas tradições destas equipas. Porque a pressão para estes faz parte das suas géneses, mas para o Braga é esta uma nova forma de estar no futebol, pois o seu ADN encontra-se ainda numa mutação profunda.


REAL MADRID

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“AS FERAS DO BERNAB

Te Fo


BÉU”

exto: Carlos Maciel otos: Zimbio/RMA

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epois da eliminação frente ao Bayern, o Real Madrid tinha a conquista da Liga para “lamber as feridas”. Deu um passo importante e ficou a 3 pontos de coroar a deusa Cibeles de branco. Em frente tinham a equipa de Michel, que regressava á casa que o formou. Jogo madrugador, ao melhor estilo inglês, o Bernabéu é um palco, um teatro. No relvado, o Real Madrid interpreta uma obra de verticalidade e vertigem atacando a baliza contrária. Uma peça vistosa que vai animando o Passeio da Castelhana em Madrid. A estratégia de Michel passava por roubar a bola ao Real Madrid, um pouco insensato para quem faz do contra-golpe o seu jogo. O certo é que o Sevilla conseguiu a posse nos primeiros minutos e até chegou ao golo, que foi anulado pela equipa de arbitragem. Mas o Real Madrid acordou e começou a “bombardear” a defesa andaluza através dos 3 do costume: Cristiano, Benzema e Ozil. Desta vez ajudados por Marcelo.

dade. O Real Madrid atacou sempre pelas alas e Michel insistia num meio campo sem ideias. Apesar disso, o Sevilha foi criando oportunidades e só se pode queixar da sorte e da falta da pontaria de Negredo e Navas. O jogo era do Real Madrid e a vantagem não se tornou maior, porque Di Maria ainda está sem velocidade e explosão. O perigo, mais uma vez, criava-se pelo lado esquerdo e pelo meio. Um dos problemas do Real Madrid esta época voltou a demonstrar-se. Quando marca cedo, a equipa tem tendência a recuar e fractura-se. Xabi Alonso tem muitas dificuldades em travar as transições das equipas adversárias. Todo o perigo do Sevilha gerou-se nessas situações. Pouco demorou para o Real sentenciar a partida. Dois golos de Benzema nos primeiros minutos do segundo tempo acabaram com as dúvidas. O primeiro, depois de um desentendimento entre Coke e Varas. O segundo, num remate de cabeça depois de um centro de Ramos pela direita. Com o jogo resolvido, os treinadores fizeram as substituições: Mourinho tirou a Granero e Xabi Alonso por Khedira e Albiol; Michel tirou Negredo e Reyes, os mais perigosos, por Luis Alberto e Baba. Pura burocracia e rotação nas substituições.

Foi por esse flanco que o Real Madrid mais criou problemas. Combinações de Marcelo com Cristiano e Benzema a criar espaços para Ozil. O golo acabou por chegar assim. Benzema cria espaços na área e Cristiano recorta perfeitamente Coke e atira para o lado mais distante de Javi Varas. Mourinho recuperou a equipa depois As feras do Bernabéu outra vez a re- do golpe emocional com as armas solverem. do costume. Velocidade e capacidade ofensiva. Evitou complicações e A táctica do Sevilha foi-se tornando ganhou a Liga, que pode ser sentenineficaz muito pela falta de agressivi- ciada já amanhã em Bilbao.

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BARCELONA

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“O ADEUS DE PEP PAR


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RA AREJAR” Texto: Ricardo Sacramento Fotos: Zimbio/FCB

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emana negra em “Can Barça”. Perdem a liga frente ao Real Madrid, falham a final da Champions e para acabar perdem Pep Guardiola. O melhor treinador da história do Barcelona decidiu tirar um ano sabático para se voltar a “preencher”. O Barcelona esgotou-o física e mentalmente e isso foi notório na conferência de imprensa que deu na Sexta-Feira. Num golpe de génio, Zubizarreta (director-desportivo) mais que Rosell (presidente), anunciaram os planos para o futuro. Passavam pela continuidade do modelo e filosofia de jogo, assim que promoveram o adjunto Tito Vilanova, ao cargo deixado vazio por Guardiola. (Se ainda não leu o artigo sobre as ideias de Tito, passe pelo nosso site e leia o artigo a ele dedicado). Vilanova foi treinador das camadas jovens do Barça, ajudou a formar esta geração de futebolistas como Messi, Piqué, Cesc etc. É um homem da casa e durante estes quatro anos teve, de certeza, um “mestrado” ao mais alto nível com Pep. Assim que será de esperar que o Barça continue a melhorar. Em Vallecas, a figura da noite foi Pedro. Voltou a aparecer depois de uma época apagada. Um Barça alegre, rápido e intenso apresentou-se em campo com muitas das características que lhe faltaram esta época. Foi a melhor homenagem que podiam ter fei-

to ao treinador. Pep escalonou a equipa com vários jogadores menos utilizados. Pinto, Montoya, Pedro, Thiago… todos estiveram ao seu melhor nível. Pedro esteve eléctrico e rápido, fazendo lembrar o predador de 2009. Keita no seu melhor nível, Messi num estado frenético: assistindo e marcando, para não deixar fugir Cristiano na luta pelo Pichichi. Igualou o português com 43 golos na liga. Puyol esteve num nível magistral, como se a nomeação do novo treinador lhe aumentasse a responsabilidade e recarregasse as baterias para uma nova temporada. Esteve bem ao cortar com os festejos ridículos de Dani Alves (que estará de saída) e o jovem Thiago depois do 5º golo. Pediu desculpa aos adeptos do Rayo Vallecano, que foram complementadas por Pep Guardiola na sala de imprensa. A decisão de Guardiola, parece que deixou a equipa mais leve, as indecisões do treinador talvez tenham tido alguma influência na equipa ao longo da temporada. Ontem estiveram todos comprometidos, sacrificando-se pelo colectivo e com muita capacidade para trabalhar. Mais velocidade e profundidade entre linhas, coisa que faltou durante a temporada. Estou curioso para ver o trabalho de Tito.


REPORTAGEM

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APOGEU E QUEDA DO IMPÉRIO CRUYFF

m Agosto de 1973 aterrava em Barcelona, no meio de muita euforia, um holandês esguio que já tinha ganho 3 Taças dos Campeões Europeus. Era a esperança dos adeptos culés que já não ganhavam a Liga há 14 anos. O seu nome era Johan Cruyff e quase 40 anos depois o seu legado continua vivo na cidade condal. Aquela temporada de 73-74 tornou-se mítica, o Barcelona iria ser campeão depois de vencer por 5-0 no Santiago Bernabéu, daquele golo fantástico ao Atlético de Madrid e Johan o sua 3ª bola de ouro. Esteve no clube mais 3 anos mas só venceria uma Taça do Rei. Regressaria mais tarde. Um motim dos jogadores contra o presidente Jose Luiz Nuñez culminava duas décadas de

fracasso. Uma Liga nos anos 70 e outra nos anos 80 acentuava a crise que se vivia em Barcelona, Nuñez precisava de um salvador e Cruyff chegava em 1988 ao banco do Camp Nou para dirigir a equipa catalã. Cruyff pediu o poder para si e Nuñez, fragilizado entregou-o. Talvez se o clube não estivesse naquela situação delicada, Cruyff nunca treinaria o Barcelona, como o próprio o admite. “O futuro nas suas mãos” titulava o Mundo Deportivo na altura e o holandês revolucionou o balneário. Apenas 9 jogadores da época anterior continuariam. Os demais seriam substituídos por “canteranos” como Amor ou Milla. Surpreendentemente ou talvez não, o treinador holandês apostou por jogadores bascos como Salinas, Bakero e Beguiristain. O núcleo duro era formado por Zubizarreta,


REPORTAGEM

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Lineker e Alexanco, complementado pelo talento de Soler e Eusébio. A equipa estava formada, se funcionaria ou não, era outra questão. Não havia tempo a perder. Desde o primeiro amigável, Cruyff apostou pelo 3-4-3. Milla, 22 anos, exercia de numero 4. Á frente dos defesas: dois médios interiores, extremos bem abertos junto ás linhas e um número 9 bastante móvel que em nada se parecia á posição de ponta de lança da altura. A época começa com a Supertaca frente ao Real Madrid, perde o troféu mas ganha em jogo. Voltariam a enfrentar-se á 7ª jornada e uma nova derrota desperta as primeiras duvidas.

tanto espaço entre o guarda redes e os defesas?” ainda para mais “Zubi” não tinha um bom jogo de pés. No ataque a mesma coisa, Cruyff mandava Lineker e Salinas, pontas de lança de renome, descaírem para as alas. Com os treinos as engrenagens iam ficando cada vez mais oleadas: passe, controlo e posse. Sempre com a bola como protagonista.

Em Março, já com o apuramento da Taça das Taças garantido, jogava-se o futuro da liga frente ao Real Madrid e Nuñez, o seu futuro como presidente. Cruyff faz estrear a um paraguaio acabado de chegar: Romerito. Apesar das ocasiões, arranca um empate a zero. Nuñez também assegura o seu lugar. O Barcelona viajaria a Sofia para jogar contra “Os jogadores ficavam surpreendidos” conta o CSKA de Stoichkov. Vencem a eliminatória e Zubizarreta “Como era possível cobrir 50 um mês depois ganhariam o primeiro título da metros de largura só com 3 homens e deixar era Cruyff: uma Taça das Taças em Berna. O

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REPORTAGEM

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campeonato vai para Madrid. No defeso, enfrenta-se a um Nuñez pouco gastador, isto permite-lhe “trocar” Lineker e Romerito por duas peças chave: Koeman, para liderar o centro da defesa de três e Michael Laudrup, um enorme talento que estava deprimido em Turim, para dar profundidade e capacidade de um contra um no jogo de passe. A época seguinte, o Barcelona volta a falhar frente ao Real Madrid e só uma vitoria na Taça do Rei salva o lugar de Cruyff. Era preciso uma 3ª revolução. Milla inconformado com o seu salário enfrenta o treinador e acaba por sair a custo zero para o Real. A contratação do bota de ouro Stoichkov confirma-se, por fim. O Barça da altura não sabia o que era ganhar uma Liga sem a dominar de principio até ao fim. A época começa com boas sensações, Stoichkov marca no derby de Barcelona e abre o caminho a muitas vitorias. Contudo, Koeman lesiona-se com gravidade e perderia grande parte da temporada. Nos clássicos as coisas não melhoram e perdem a Supertaça. Em Fevereiro, o tabaco e o stress “passam factura” a Cruyff e este tem de ser submetido a uma operação ao coração. Estas baixas não se fizeram sentir na equipa, que ia jogando bem e construindo o caminho para o título. Cruyff voltaria no jogo contra a Juventus, para a Taça dos Campeões Europeus, implementando a moda do chupa-chupa (substituto dos cigarros). Conseguiriam mais uma final europeia, mas perderiam mais uma vez. A liga serviu de consolação. Júlio Alberto despedia-se do futebol dizendo “Desfrutem desta equipa, que temos campeões para muito tempo”

Sempre na linha da frente, passava uma imagem de guru iluminado e extravagante. Com paciência e acreditando nele, conseguiria transformar os jovens da cantera em futuras estrelas. Em 1990, estreia Guardiola, substituto natural de Milla e que se tornaria no seu discípulo duas décadas mais tarde. Seria um jogador fundamental no sistema de Cruyff, apesar dos altos e baixos na relação entre os dois. Um inicio irregular na Liga, coloca algumas duvidas na conquista da recém criada Liga dos Campeões, alguns jogos épicos e golos impossíveis garantiram a final de Wembley que venceriam no prolongamento frente á Sampdoria com um grande livre de Koeman. O jogo ficaria marcado a ferro e fogo como o apogeu da história culé. Juntaria a Liga, que o Real Madrid perde em Tenerife num minuto de loucura. O Barça de Cruyff seria tetra-campeão e em Atenas tinha a oportunidade de se coroar rei da Europa em 93/94. Foi a época do 5-0 ao Real Madrid. Mas a relação com os jogadores tinha piorado, Zubizarreta soube no caminho que


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não continuava na equipa, Michael Laudrup, Salinas e Goiko estavam também de saída. Koeman, Romário e Stoichkov defrontariam o Milan de Capello, que não podia contar com os Baresi e Costacurta, titulares da defesa. Desailly e Savicevic chegaram para liquidar um Barcelona em fim de ciclo por 4-0.

Nuñez cansou-se no final de Maio de 96. Antes, tinha-se encontrado com Bobby Robson, treinador do FC Porto e acordou um contrato para as seguintes épocas. Gaspart, vice-presidente, foi quem mediou a rescisão com Cruyff, mas não o soube despedir. Quem estava no balneário diz que houve uma discussão terrível, “voaram” cadeiras, insultos Cruyff subestimou o Milan. Deu por garantida e ameaças. Johan estava furioso pela traição a vitoria e já estava a planificar a próxima e saiu do clube antes que o campeonato temporada. Tinha pedido a chave do cofre a terminara. Nuñez para contratar Rui Costa, Bergkamp ou Giggs, mas obteve um não como resposta, Os adeptos furiosos mostraram todo o carimbado por “essas contratações até a seu desagrado no dia seguinte, por vezes porteira do meu prédio as fazia”. Conseguiu discordavam dele, mas não aceitavam que se Gica Hagi e subiu a alguns miúdos da cantera, terminasse desta forma uma das etapas mais mas dificilmente iriam sustentar um Barcelona gloriosas do clube. sedento de vitórias. Acabou também por Cruyff mudou para sempre a mentalidade subir ao genro e ao filho, que se revelaram do Camp Nou. As conversas que diziam um desastre. “Este ano é que vai ser” ou “vamos sofrer” acabaram, disparou a auto-estima culé e Essa temporada de 94/95 acabou por ser um criou as fundações de uma filosofia que será desastre, o maior erro do holandês foi ter dado reavivada e até exagerada por Pep Guardiola. a titularidade a Romário, que tinha chegado Como disse Valdano, depois da demissão com um mês de atraso, depois de vencer o “Saiu Cruyff, um obstáculo menos para o Mundial de 94. Foi a única época em que não progresso dos mediocres”. ganhou nada.


INTERNACIONAL

01/05/12

Textos: Tiago Soares Fotos: Getty Images

CONTINUA O OMBRO-A-OMBRO! Milan e Juventus cumpriram a sua obrigação no fim-de-semana e passaram incólumes nas suas visitas a Siena e Novara, respetivamente, quando faltam apenas três jornadas para o fim. Com os dois jogos a ser disputados à mesma hora, o Milan bateu o Siena num jogo que terminou 1-4, mas que aos 82 minutos estava com o marcador em 1-2 para os rossoneri (dois golos de Ibra, um de Cassano e um de Nocerino). Mais uma exibição sem chama da equipa de Allegri, que durante a semana deu a entender não estar seguro do seu futuro na frente da formação milanista – o treinador parece algo desgastado pela época em que pode, efetivamente, não vencer nada. Com três pontos de atraso e com desvantagem no confronto direto, a equipa milanesa mais não pode fazer que ganhar os seus jogos e aguardar por uma escorregadela do seu grande rival. A Juventus, por sua vez, aplicou chapa quatro à praticamente despromovida equipa do Novara (dois golos Vucinic, um de Boriello e outro de Vidal). O rolo compressor bianconeri

continua a fazer vítimas, parecendo imbatível à medida que o campeonato vai avançando para o seu término. Com um futebol mais atraente que o do seu rival e continuando sem derrotas, a Juve parece de volta a uma forma que parecia há muito perdida. O grande mérito vai, sem dúvida, para a combinação de juventude e experiência que o técnico António Conte consegue rentabilizar de forma notável. Faltam apenas três jogos num dos finais mais emocionantes dos últimos anos no Calcio... Nos outros jogos, realce para a vitória do Inter sobre o Cesena (2-1, com um golo de Guarin a ser decisivo) e para a vitória da Udinese sobre a Lázio (2-0), que coloca quatro equipas com 55 pontos: Inter, Lazio, Udinese e Nápoles estão todas a lutar pela Champions. Destaque ainda para a derrota do Génova de Miguel Veloso em Bolonha, denotando que as cenas lamentáveis da passada semana mais não fizeram que enervar os jogadores, não ajudando em nada para tentar chegar a melhores resultados.


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“Dizem que fui para a cama com sete miss mundo. Mentira. Foram só três” George Best, ex-jogador


INTERNACIONAL

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PREMIER LEAGUE AO RUBRO!! O extremamente aguardado derby de Manchester resultou numa vitória do Manchester City por 1-0, resultado que deixa o campeonato inglês com dois líderes a duas jornadas do fim. Num jogo disputado a um ritmo elevado, o City conseguiu ser mais forte que o United, coroando uma bela partida com um golo de Kompany. Temos liga até ao fim em Inglaterra, dando razão aos adeptos deste campeonato que é, certamente, dos mais emotivos do Velho Continente. O United tem agora jogos com o Swansea (casa) e com o Sunderland (fora), sendo que o City (que tem vantagem na diferença de golos) tem uma complicadíssima visita ao terreno do Newcastle e recebe, na última jornada, o QPR. Emoção ao rubro! O Newcastle passou de grande vencedor da jornada passada a uma goleada estrondosa (4-0) sofrida fora de casa com o Wigan. Com uma primeira meia-hora pouco menos que miserável (perdia por 3-0 por essa altura), a

equipa dos magpies perdeu a hipótese de se aproximar do Arsenal (empatou com o Stocke City a uma bola), tendo o manager dos gunners Arsene Wenger perdido as estribeiras quando confrontado com alguns insultos aos jogadores da sua equipa, declarando mesmo que “insultar é o desporto mais fácil”. O Chelsea, após o meritório apuramento para a final da Champions, venceu por 6-1 o QPR com um hattrick de... Fernando Torres. O espanhol, de quem os comentadores ingleses dizem ter pago a sua transferência com o golo a meio da semana em Nou Camp, parece querer regressar à boa forma, abrindo o apetite aos adeptos para uma próxima época que pode bem ser a da sua redenção. Destaque ainda para os três fabulosos golos de Luiz Suarez na vitória do Liverpool no terreno do Norwich (se ainda não viu, abra o seu browser e procure-os – valem a pena), dando uma lufada de ar fresco ao treinador Kenny Dalglish.


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FIGURA DA SEMANA

O ADEUS DE RAÚL

E

m Gelsenkirchen ninguém ficou indiferente. Era Raul quem se despedia e a europa do futebol parou para dizer adeus a uma lenda. Raul foi daqueles avançados mortíferos, se alguma coisa corria mal aí estava ele para mudar o rumo dos acontecimentos.

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Texto: Bruno Gonçalves Fotos: Getty Images

Pep Team rumou para a Alemanha onde foi glorificado pelas bancadas do Schalke Arena. Em todas estas fases repetiu-se o cenários. Golos, muitos golos, quase sempre decisivos. Foi a alma e o motor das equipa que representou. Marcou de todas as formas. Remates poderosos, boa pontaria, bom no Foi mais que um goleador, foi um perigo e jogo aéreo e excelente no jogo associativo. uma ameaça para os defesas adversários. Teve várias etapas. Começou com a “Quinta Todos o temiam, mais tarde ou mais cedo ele del Buitre” onde a sua irreverência e energia acabaria por aparecer para marcar e decidir. se destacaram numa equipa cheia de estrelas. Com uma influência fora do normal, diz agora Triunfou com o Real Madrid ainda sem galácti- adeus ao principal palco do futebol para talvez cos e posteriormente capitaneou essa equipa começar uma nova etapa no país dos Sheide Figo e Zidane rumo á nona Liga dos Cam- khs. E de certeza que no Qatar será recordado peões. Pode-se dizer que acabou sem glória tal como foi no Real Madrid e no Schalke 04. a sua etapa nos merengues, ofuscado pelo

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OPINIÃO

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TREINADOR SEM MÉRITO? Texto: João Sacramento / Fotos: Getty Images

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epois do F.C.Porto se sagrar campeão nacional e arrecadar o 26º campeonato do seu historial, muitos tem sido os ecos gerados em torno da potencial credibilidade e competência que Vítor Pereira poderá oferecer ao conjunto azul e branco durante a próxima temporada. Não é normal, assistirmos a situações, onde uma equipa ganha o titulo nacional e consequentemente, todo o mérito do seu treinador é colocado em causa, num ano em que o campeonato nacional foi considerado como um dos mais competitivos de sempre. Pois bem, ontem depois de ouvir diversas opiniões de diversos analistas desportivos, adeptos, simpatizantes e inclusive, depois de constatar a criação de diversos grupos no facebook a pedir a demissão do técnico natural de Espinho, fiquei completamente estupefacto, como é possível questionar o trabalho de uma equipa técnica que acaba de conseguir atingir o objetivo prioritário es-

tabelecido pelo seu presidente, no princípio da temporada – conquista do campeonato nacional. O futebol é um desporto complexo, no qual o modelo de jogo de cada equipa depende de um conjunto de fatores inerentes a identidade do clube em questão. Ora bem, como todos nos sabemos o Futebol Clube do Porto, é um grande de Portugal, cuja sua dimensão exige que a equipa apresente uma atitude ofensiva e dominadora, assim como um futebol atraente em todos os desafios que dispute durante a temporada, tal e qual como fez na época transata ao comando de Vilas Boas. Contudo, é importante sermos rigorosos e coerentes na análise ao trabalho de Vitor Pereira durante esta época. Nem sempre o futebol espetáculo é sinónimo de sucesso, pois se assim fosse o Barcelona seria uma equipa imbatível onde o fator supressa deixaria de existir. Pois bem, Vitor aparenta ser um profissional extremamente competente, um


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verdadeiro amante do desporto rei, cuja sua devoção e dedicação ao serviço do conjunto azul e branco pode ser classificado como excelente independentemente do resultado final obtido. Ninguém pode acusar o técnico de falta de empenho ou devoção tendo em conta todas as situações e circunstâncias que assombraram e afetaram o balneário do Olival durante a corrente temporada. Penso que podemos afirmar que a equipa técnica liderada por Vitor Pereira, não teve uma tarefa nada fácil para uma primeira experiência ao mais alto nível. O técnico portista teve como principal obstáculo, o declínio motivacional natural que afetou o seu plantel fruto de um desgaste natural. O futebol é feito de ciclos, onde tal como Guardiola afirmou, as relações duradouras são suspeitáveis a um desgaste natural, que pode ser influenciado por diversos fatores. Pois bem, no caso do F.C.Porto, esse desgaste deveu-se ao fato da equipa ter ganho todas as competições em que esteve envolvida (excepto taça da liga), durante a época

transata. Ora bem, Vitor Pereira viu-se patenteado por um balneário repleto de campeões, sem objetivos competitivos a nível pessoal, coletivo e motivacional (pois todos foram alcançados na época anterior), mas com gigantescos objetivos financeiros. Depois do brilharete alcançado, grande parte do núcleo duro do F.C.Porto não conseguiu resistir emocionalmente á tentação milionária dos tubarões Europeus, ao inverso do seu presidente que foi resistindo dentro das circunstâncias possíveis. Calculo que não tenha sido fácil para o treinador manter um núcleo fulcral constituído por Fernando, Álvaro Pereira Moutinho, Belluschi, Freddy Guarin e Hulk (principalmente os três primeiros) motivados e concentrados a 100% nos objetivos do clube, e na assimilação do modelo de jogo do seu treinador, sabendo estes que a possibilidade de serem protagonistas no mercado de transferências e consequentemente verem as suas contas bancárias ser duplicadas, tal e qual como acontecera com o seu ex-colega Radamel Falcão. Não podemos ser hipócritas e pensar que os jogadores não estão em


OPINIÃO constante contacto uns com os outros. Os jogadores influenciam-se mutuamente através de partilha de ideias e sugestões. O dinheiro é um ciclo vicioso, onde o ser humano nunca esta saciado com o que tem. Todos querem mais e mais e os jogadores não são exceções. Tendo em conta esta situação, é importante relembrar que durante a pré temporada, o treinador azul e branco viu-se obrigado a preparar uma equipa órfã do seu polvo Fernando, cuja sua permanência no plantel foi uma incógnita ate ao fecho do mercado, e alicerçada em Falcão que viu a sua transferência para o Atlético de Madrid ser consumada na fase final do fecho do mercado, numa fase em que o técnico já não contava perder o colombiano (usou-o em Guimarães) que consequentemente obrigou-o a depositar uma responsabilidade demasiado prematura e pesada nos ombros da jovem promessa – Kleber – uma pérola contratada no inicio da época para ser lapidada lentamente num processo semelhante ao usado com James Rodriguez e Iturbe (este ultimo ainda em processo de lapidação) mas que viria a não dar resultado, o que obrigou a adpatacao de Hulk na posição 9 e posteriormente a contratação do gigante Janko no mercado de inverno. Vítor Pereira é um treinador conhecedor e competente na maioria das vertentes do seu trabalho. Um verdadeiro estudioso, que desde dos seus tempos de universidade já se embebia em conteúdo tático e princípios de jogo, que podem ser comprovados pela sua tese sobre o futebol do Barcelona - o Barça de Cruyff classificada com 19 pelo magno Professor Vitor Frade (a quem eu desde ja gostaria de felicitar e louvar todo o seu contributo no futebol mundial). Contudo, apesar da sua enorme vocação e do seu conhecimento técnico/tático, Vitor apresentou algumas debilidades de alguém que mostrou não ter o necessário sentido de liderança e de comunicação exigido para um líder ao comando de um dragão tão exigente, cujo orçamento anual ultrapassou os 100 milhões e

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consequentemente foi classificado como o mais elevado de todos os tempos em Portugal. Todas as suas conferências de imprensa apresentaram-se demasiado sofríveis, reflexo de alguém que presenteou alguma dificuldade para se exteriorizar e consequentemente liderar e motivar um conjunto de 24/26 homens que aproveitaram o lado dócil do seu líder para excederem os limites disciplinares e as regras do código de conduta interna do balneário do Olival – caso de Cristian Rodriguez e a suposta agressão a Moutinho e mais recentemente o caso de Álvaro Pereira. Contudo, Pinto da Costa apercebendo-se da fragilidade de liderança do jovem técnico, o líder portista decidiu resgatar Lucho Gonzalez, um líder nato, um conhecedor dos cantos da casa no Olival, um líder capaz de colmatar a lacuna identificada e consequentemente colocar ordem na casa. O mesmo se aplica a contratação de Paulinho Santos para técnico assistente. Uma aquisição que teve como objetivo fulcral transmitir aos jogadores portistas, toda a mística e paixão que é exigida aqueles que compõem alma portista. Um verdadeiro xeque-mate por parte do líder portista que refletem o porquê de 56 títulos conquistados na modalidade de futebol, em 30 anos de glória a frente do comando portista. Com uma estrutura azul e branca tão forte e em jeito de conclusão, penso que Vitor Pereira tem as condições necessárias para continuar a frente do F.C.Porto. De certeza que o técnico portista irá refletir sobre as debilidades sentidas durante a corrente temporada e irá consequentemente evita-las na próxima época. Vitor ja interiorizou que o Futebol não é um desporto teórico, simplesmente dependente de dimensões técnico/taticas. O futebol requer elevados níveis pedagógicos/psicológicos, pois num plantel um treinador tem de lidar com 24-26 seres humanos, todos eles com uma maneira de pensar e agir diferente uns dos outros.


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“Não sabia que para ser jockey antes era preciso ser-se cavalo!” Arrigo Sacchi, treinador.


HISTÓRICO

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“UM SIMPLES O

T


OLHAR”

Texto: Ricardo Sacramento Fotos: Maisfutebol

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ierluigi Collina, o carismático árbitro italiano careca que colocava os jogadores na ordem com um simples abrir de olhos, foi considerado o melhor árbitro de sempre pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol. Collina conseguiu aquilo que mais nenhum árbitro alcançou, para os italianos, é um símbolo nacional e tão reconhecido e respeitado quanto os principais jogadores do país, para o mundo representa toda a credibilidade e respeito dos adeptos pela arbitragem.

suas decisões eram maioritariamente acertadas. Foi capa do best seller jogo de futebol Pro evolution 3 e 4 onde figura no último ao lado de Totti e Henry

Hoje em dia, além de consultor financeiro, Pierluigi Collina é o responsável pela arbitragem da UEFA, representado assim aquilo pelo qual trabalhou durante toda a sua vida. O Italiano sofre de alopécia, uma doença que causa a queda de todos os pelos do corpo, daí o motivo do seu aspeto o qual se tornou a sua Numa breve análise aos melhores imagem de marca. momentos da sua carreira em 1998 é eleito para integrar o quadro do Collina é totalmente a favor da Mundial de França e logo no ano polémica introdução das novas seguinte foi o árbitro escolhido tecnologias do futebol e referiu que pela UEFA para arbitrar a final da muitos comentadores, no final do jogo Liga dos Campeões em Camp criticam severamente os árbitros: Nou onde coordenou o embate - “ Imaginem um motorista que conduz entre Manchester United e Bayern um autocarro velho, e ao longo dos Munich. Em 2000 foi a vez de marcar anos, começa a conduzir um novo, presença no Europeu na Holanda e com certeza que o seu desempenho Bélgica e por fim em 2002 atinge o profissional será bastante melhor. momento auge da sua carreira ao ser A mesma coisa com um médico o escolhido para arbitrar a final do que operava com equipamentos Campeonato do Mundo disputado desgastados e desatualizados, hoje no Japão e Coreia do Sul. No estádio utiliza novos aparelhos. O futebol Yokohama, perante 69,029 pessoas está cada vez mais moderno e o Brasil e Alemanha defrontam-se árbitro de futebol não pode parar no sobre o olhar atento do italiano. tempo” concluiu. Ronaldo ao minuto 67 e 79 fuzila os Alemães e o Brasil Sagra-se mais Em Janeiro de 2010, participou num uma vez Campeão do Mundo. jogo especial de apoio às vítimas do terramoto no Haiti no nosso A 19 Maio 2004 apita a final da taça conhecido estádio da Luz, onde UEFA entre Valencia e Marselha onde arbitrou o jogo entre os amigos de chega assinalar um penalti a favor dos Zidane e Ronaldo e as estrelas do Espanhóis, os quais saem vencedores Benfica. por 2 a 0. Uns meses depois ainda Fica para a história do futebol um conta com a sua presença em mais árbitro exemplar e arrecadou o prémio um Europeu desta vez o nosso tão de melhor árbitro do mundo em 1998, Português Euro 2004. 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 e foi Colllina enchia o campo, os jogadores distinguido pela Hull University pelo tinham um respeito enorme por ele e as seu contributo ao desporto Mundial.


MIÚDO MARAVILHA

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IKER MUNIAIN Texto: Pedro Martins Fotos: vebidoo.de

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ilbao, País Basco, onde o futebol se vive intensamente e orgulhosamente por a sua equipa ser unicamente composta por Bascos…Iker Muniain Goñi é a sua mais recente pérola… jovem de apenas 19 anos, mas já internacional Espanhol e Campeão Europeu de sub-21 em 2011, assume já um papel determinante e muito influente no ataque do Atlethic de Bilbao. Detém desde 2009 o record do jogador mais jovem a marcar um golo pela equipa principal, o do jogador mais jovem a actuar pelo Bilbao na liga espanhola e o jogador mais jovem a marcar um golo na liga Espanhola. Avançado, junta à sua raça basca, uma enorme agilidade e rapidez de movimentos com um recorte técnico de nível superior. Sente-se como peixe na água quando actua solto no ataque, entrelinhas, ou atrás de outro avançado e bastante eficaz quando descaído para as linhas. Sempre perigoso, com passes bem medidos, desequilíbrios através de movimentos fluídos com fintas inesperadas e repentinas ou mesmo a facturar, contando esta época já com 9 golos. Tem sido peça fundamental no sucesso da sua equipa na Liga Europa, que atingiu a final recentemente, contribuindo com 5 golos. Enfrenta, olhos nos olhos, alguns dos melhores jogadores da actualidade, realizando actuações de grande brilho e qualidade, que deliciam qualquer adepto de bom futebol e em particular, os adeptos de San Mamés, o que tem despertado o interesse de alguns dos colossos do futebol mundial que para o levar, terão que pagar a sua cláusula de rescisão que está avaliada em 38 milhões de euros. É sem dúvida um talentoso jovem jogador com um futuro muito promissor, Muniain, um miúdo maravilha do hoje para o amanhã.


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“A expressão natural de Bobby Robson é a de um homem temendo que deixou o gás aberto” David Lacey sobre Bobby Robson


APOSTAS

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Dia e hora: 02/05/2012 - 19h45 Competição: Premier League Evento: Chelsea x Newcastle Prognóstico: Vitória do Chelsea Odds: 1.53 (Bwin) Um Chelsea que garantiu a final da Liga dos Campeões com um golo de Torres e depois de vencer por 6-1 com um hat-trick de El Niño, recebe a sensação da Liga Inglesa: o Newcastle. Apesar de maiores ou menores dificuldades, acreditamos que a equipa de Di Matteo vença este encontro, para garantir um lugar na Champions League da próxima época. 1.53 é uma boa odd. Dia e hora: 02/05/2012 - 21h00 Competição: Liga Espanhola Evento: Bilbao x Real Madrid Prognóstico: Marcam as duas equipas Odds: 1.5 (William Hill) Dia e hora: 02/05/2012 - 19h45 Competição: Premier League Evento: Chelsea x Newcastle Prognóstico: Golo de Fernando Torres Odds: 2.22 (Bet365)


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“Quero acabar cada jogo a suar e a sangrar” Paolo Di Canio


EDITORIAL

INTERNET

Coordenação: Carlos Maciel e Ricardo Sacramento Editor Chefe: João Sacramento

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facebook.com/jornaldez

Direcção de arte e maquetização: Carlos Maciel

twitter.com/jornaldez

Redação: Tiago Soares, João Sacramento, Bruno Pinto, Pedro Martins, Bruno Gonçalves, Ricardo Sacramento, Carlos Maciel, Nelson Sousa

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O Jornal Dez não se faz responsável da opinião dos seus colaboradores.

KHEDIRA E LENA GERCKE Lena Gercke é uma modelo e apresentadora de televisão alemã. Nesta foto, para a GQ alemã, aparece ao lado do seu namorado Sami Khedira, jogador do Real Madrid.

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