Jornal Dez 26

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

“SEM LUZ EM PARIS”

Nº26


“Jogamos como uma galinha sem cabeça” Toschack

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POUPAR PAR


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RA NADA Nuno Almeida Fotos: Getty Images

Após a derrota frente ao Sporting de Braga e consequente eliminação da Taça de Portugal, esperava-se para ver que atitude o F.C. Porto iria apresentar frente aos milionários de França, o Paris Saint Germain. Este era também um jogo importantíssimo para os franceses que após duas derrotas para o campeonato necessitavam de um vitória para fazerem as pazes com os seus adeptos. Os portistas entraram em campo com o seu onze habitual e do outro lado, os parisienses levaram a jogo todos os seus nomes mais sonantes e encabeçados pela estrela maior, Zlatan Ibrahimovic. O Paris Saint Germain entrou à procura da vitória, o único resultado que lhe garantia o primeiro lugar, enquanto que ao F.C. Porto o empate servia para manter a liderança no grupo. Talvez por isso, os dragões tenham tentado impor um ritmo de jogo mais lento e com mais posse de bola, contrariando o ímpeto inicial dos franceses que dispuseram das melhores jogadas e oportunidades de golos e com uma impressionante série de cantos. A partir dos 10’ minutos o F.C. Porto começou a equilibrar o jogo, acercando-se com mais perigo do ataque, criando algumas dificuldade ao sector mais recuado da equipa francesa. O primeiro golo da partida surge aos 30’ de jogo e foi para o P.S. Germain na sequência de um livre superiormente executado por Maxwell que Tiago Silva com um cabeceamento perfeito bate Helton pela primeira vez na partida. Estava feito o primeiro golo sofrido pelos portistas fora

de casa nesta edição da Liga dos Campeões. A festa no Parque dos Príncipes durou pouco tempo, já que o inevitável Jackson Martinez respondeu também de cabeça, antecipando-se ao defesa do Paris Saint Germain, a um excelente cruzamento de Danilo após um grande trabalho deste do lado direito do ataque. Depois do empate o F.C. Porto evidenciou algum domínio na partida, mas não conseguiu materializar a supremacia. Na segunda parte, a equipa da casa voltou a entrar mais forte, criando muitas dificuldades à equipa portuguesa, principalmente através de um cabeceamento acrobático do “artista” do costume, Ibrahimovic, a que Helton correspondeu com uma grande defesa. Mas aos 60’, o guarda redes brasileiro, que tanto tem ajudado o F.C. Porto com excelentes defesas, “borrou” a pintura com um grande frango, em que deixa a bola passar por baixo do corpo após um remate fraco do internacional argentino Lavezzi. Obviamente que este resultado não interessava aos portistas e por isso foram à procura do empate, que lhes garantia a continuidade na liderança do grupo . Jackson Martinez aos 70’, surge isolado na cara de Sirigu, mas este com uma boa defesa evita o empate e o 2ª golo do avançado colombiano. Na recarga Lucho Gonzalez, já sem o guarda redes na baliza, remata por cima. Logo a seguir Vítor Pereira lança Defour em campo por troca com Fernando com o objectivo de dar maior qualidade de construção ao meio campo portista, o que



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também proporcionou um maior apoio de Lucho ao ataque, baralhando o Paris Saint Germain. O técnico italiano que orienta os franceses percebendo o maior assédio dos portistas à sua baliza efectua duas substituições de índole defensivo de modo a equilibrar a luta no meio campo e reforçando a sua defesa. A entrada de Atsu e a saída de Varela, uma exibição muito apagada e algo desastrada do internacional só pecou por tardia, uma vez que o ganês em apenas 5 minutos em jogo agitou mais o ataque dos azuis e brancos. Aproveitando o balanceamento no ataque dos portistas, a equipa do Paris Saint Germain, com saídas rápidas para o ataque acabou por cima do jogo, tendo mais que uma oportunidade para fazer o 3-1, que Helton foi evitando com defesas de excelente nível. Aos 90’+3 o F.C Porto dispôs de um livre do lado direito do ataque em que até Helton subiu à área parisiense. Na sequência deste livre, Otamendi consegue cabecear completamente sozinho, mas atira ao lado. Era o final perfeito para uma grande exibição do central argentino. Apesar do F.C. Porto continuar na Liga dos Campeões, o objectivo pretendido por Vítor Pereira com a poupança em Braga não foi conseguido. Os portistas sentiram alguma dificuldade em apresentar o seu futebol e por isso não conseguiram manter a liderança do grupo, nem igualar o record de pontos (16) conseguido por António Oliveira na época de 1996/1997. Também é certo que só após o sorteio dos oitavos de final se vai ficar a saber se este 2º lugar é bom ou mau, com tantos tubarões do futebol da Europa a ficarem também em 2º lugar nos respectivos grupos.

Ainda assim e apesar das duas derrotas do F.C Porto nesta época terem por base dois erros individuais, em Braga foi Danilo, agora foi Helton, está claro que os críticos habituais de Vítor Pereira, irão aproveitar este momento menos bom para relembrarem alguns dos erros do treinador português.


RECORD

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DAR 61

exto: Eduardo Pereira Fotos: Getty Images

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D

e hoje não passa. O Benfica discute, em Barcelona, o acesso à fase seguinte da Liga dos Campeões, ciente de que tem entre mãos uma das tarefas mais complicadas da sua história: fazer o mesmo resultado, em pleno Camp Nou, que o Celtic alcançar em Glasgow frente ao Spartak de Moscovo. Só a vitória garante a salvação mas, do outro lado, Messi já avisou que não vai haver facilidades e afirmou mesmo que os adeptos escoceses merecem a continuidade na liga milionária. Nas hostes portuguesas, porém, alimenta-se a esperança de que se repita - agora a cores - aquele 30 de Maio de 1961*. Quando o Benfica subir ao relvado, pelas 19h45, talvez sinta não uma, mas duas inclinações no campo. A primeira, pelo inegável valor da formação catalã, que contará pelos dedos de uma mão as equipas a que não conseguiu superiorizar-se desde que Pep Guardiola assumiu os comandos da equipa, em 2008. Em quatro épocas, os “blaugrana” somaram 14 títulos oficiais contra apenas cinco do conjunto português, e a transição para a “Era Vilanova”, ao contrário de tirar fulgor à equipa, pareceu acentuar os seus instintos dominadores: primeiro lugar na liga espanhola, com o Real Madrid a 11 pontos, e apuramento tranquilo para os “oitavos” da Champions. Somando apenas isto, percebia-se já que a tarefa encarnada seria tudo menos fácil. Bater o Barcelona em Camp Nou é um feito de que muito poucos se podem gabar e, apesar de Celtic e Spartak até terem estado em vantagem no reduto catalão, a verdade é que foram incapazes de pontuar. Mas as contas são mais complicadas. Não se pode esquecer que o Celtic, rival directo do Benfica

na luta pelo apuramento, recebe um já eliminado Spartak de Moscovo e, por isso, a probabilidade de alcançar um resultado positivo é bastante alta. Em teoria, analisando os desafios desta noite, os “católicos” de Glasgow parecem partir em vantagem para seguir em frente na Liga dos Campeões, mas o Benfica poderá ter uma pequena palavra a dizer. É sabido que o Barcelona tem a melhor equipa do grupo - quanto a isso, nenhuma dúvida - mas essa superioridade de nada lhe valeu na visita a Glasgow, onde foi batido pelo Celtic por 2-1, e não impediu escoceses e russos de se terem colocado na frente do marcador em Camp Nou, conforme já foi referido. Se se partir deste último dado, e considerando que o Benfica possui uma formação com mais argumentos que Celtic e Spartak, talvez se possa inferir que os encarnados dispõem de uma real oportunidade para fazer estragos na casa “blaugrana”, se forem capazes de marcar primeiro e não perder a compostura perante a poderosa ofensiva catalã. É uma hipótese ínfima, é certo, mas é a ela que Jorge Jesus vai querer agarrarse quando soar o apito inicial do juíz norueguês Svein Oddvar Moen. Ficaram quatro em Lisboa O que não deixa qualquer dúvida para este encontro são as ausências de Carlos Martins, Aimar, Enzo Pérez e Salvio. A contas com problemas físicos, o quarteto ficou mesmo em Lisboa e pode até passar a quinteto, se Melgarejo, que saiu mais cedo do treino de ontem, não recuperar por completo nas próximas horas. A confirmar-se este cenário, a titularidade deve ser entregue a Luisinho, que deu boas indicações nas partidas diante de Gil Vicente e V. Guimarães, a contar para o



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campeonato. Desta forma, e perante um boletim clínico tão preenchido, Jorge Jesus vê-se forçado a improvisar um novo onze, que deverá contar com Artur na baliza, Maxi Pereira, Luisão, Garay e Melgarejo - ou Luisinho -, Matic à frente dos centrais, Ola John e Nolito, nas alas, e Lima na frente. Para as duas posições que faltam, apenas uma certeza: Jesus vai apostar numa equipa mais povoada no meio campo, com André Almeida ou André Gomes a reforçar a zona de Matic. O técnico encarnado já havia, de resto, confirmado isso mesmo, em conferência de imprensa, pelo que é de esperar ver um dos portugueses no onze inicial. Quanto à outra lacuna, o lugar de médio criativo, a dúvida persiste, já que Jesus pode optar por um Rodrigo polivalente, distribuindo jogo e actuando como segundo ponta-de-lança sempre que necessário, ou colocar Bruno César e ganhar, desse modo, maior poder de fogo na meia distância. No meio de tantas trocas, só o brasileiro Lima parece não ter a titularidade em risco, já que a sua maior mobilidade pode ser um trunfo importante para fazer frente à defesa catalã, que é reconhecidamente o sector menos produtivo dos “culés”. Ainda assim, a veia goleadora de Cardozo deve granjear ao paraguaio vários minutos de jogo em Camp Nou, senão mesmo a titularidade que, a acontecer, dificilmente seria uma surpresa na nação benfiquista. O discurso dos últimos dias tem sido o que se impõe nestas ocasiões, com técnico e plantel a garantir que vão procurar vencer o encontro diante do “Barça” e carimbar o passaporte para os oitavos-de-final da prova. Confiança não parece faltar mas é logo mais, dentro das quatro linhas, que o Benfica vai ter de mostrar que

é capaz de manter aberta a “torneira dos milhões”, que pode fazer a diferença entre ir ao mercado em Janeiro ou ficar apenas a assistir. *[NDR - data em que o Benfica bateu o Barcelona por 3-2, conquistando a sua primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus]


VINGANÇA QUE SE SERVIU

Francisco B


U FRIA

Baião e Nuno Almeida Fotos: Getty Images

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S. C. de Braga e F. C. do Porto voltaram a defrontar-se 5 dias depois do jogo do campeonato que os dragões tinham vencido por 2-0. Este era um jogo de tudo ou nada em que uma derrota significava a eliminação da Taça de Portugal e de extrema importância principalmente para José Peseiro que começava a ser algo contestado na cidade dos Arcebispos. O Porto efectou sete alterações em relação ao último jogo da liga, enquanto o Braga entrou praticamente na máxima força, apenas com as entradas do experiente guarda-redes Quim e de Rubem Amorim, por troca com Rubem Micael. Esta alteração permitiu a Mossoró jogar mais no apoio ao ataque, sendo esta a posição em que o brasileiro mais se sente confortável e onde mais rende. Com a revolução na equipa inicial, Vítor Pereira transmitiu duas mensagens claras. Uma que tinha plena confiança nos jogadores que não são habitualmente utilizados e a outra que a segunda prioridade do clube são os milhões e o prestígio da Liga dos Campeões. Nenhum dos sectores do F.C Porto ficou imune às modificações introduzidas por Vítor Pereira, na baliza jogou Fabiano (o guarda redes da Taça), nas alas defensivas jogaram Miguel Lopes à direita e Mangala à esquerda, promovendo o regresso de Abdoulaye ao eixo defensivo. No meiocampo apenas Fernando manteve o lugar de titular, tendo como parceiros o belga Defour e Castro. Para o ataque entrou Atsu para o lugar de Varela e Kleber (mais um jogo pouco inspirado) foi o elemento mais avançado. Tantas mexidas tiveram o efeito de alterar a forma de jogar dos portistas que com uma intermediária mais batalhadora e menos de nota artística do que é habitual, sem a presença de Moutinho e Lucho, jogou mais na expectativa, deixando que o Braga assumisse as despesas do jogo com jogadores como Hugo Viana e Mossóro a dinamizarem o ataque bracarense que tinha um irrequieto Éder na frente a dar muito trabalho a toda a defesa portista. Ainda assim foram os azuis e brancos os primeiros a chegar ao golo, logo aos 13 minutos, através de um excelente cabeceamento de Mangala após um grande cruzamento de James Rodriguez na sequência de um livre descaído para o lado direito do ataque. A primeira parte foi muito disputada mas

sem grandes ocasiões de golo e com poucos lances ofensivos. O Braga efectou o primeiro remate aos 23 minutos e o Porto para além do golo marcado não teve mais nenhuma jogada de ataque de relevo. Na segunda parte assistiu-se a um jogo com um ritmo muito mais elevado, com os “arsenalistas” a tentarem chegar ao empate e sempre à procura do golo. Golo esse que podia ter surgido mais cedo, caso Olegário Benquerença tivesse assinalado uma falta claríssima, dentro da área do F.C. Porto, cometida por Fernando que agarrou ostensivamente os calções a Hugo Viana, impedindo-o de continuar a jogada. O Braga aos 66 minutos ainda introduziu a bola na baliza de Fabiano, mas o golo é bem anulado por falta evidente de Mossoró que não permite que o guarda-redes se levante. Aos 72 minutos mais um lance polémico, após uma falta de Castro, o árbitro decide mostrar o segundo amarelo ao médio portista reduzindo assim o F.C. Porto a 10 jogadores. A jogar com mais um elemento o Braga foi para “cima” dos dragões, aproveitando a desorganização defensiva dos portistas, que mesmo com o recuo de Atsu para médio esquerdo não conseguiram equilibrar o meio-campo. É durante este período, em que o F.C Porto está a jogar só com Lucho e Defour na zona central do campo que o Braga dá à volta ao resultado. O primeiro golo surge aos 74 minutos através de um autogolo incrível de Danilo (tinha entrado aos 58 minutos para substituir o amarelado Miguel Lopes), que completamente sozinho e já com a bola a dirigir-se para a linha final, tenta cortar a jogada, acabando por colocar a bola na própria baliza. A “cambalhota” no resultado surge aos 79 minutos com um remate forte de Éder que aproveitou alguma passividade da defesa portista e que não deu hipóteses a Fabiano. Vítor Pereira demorou muito tempo a reequilibrar a equipa e só com a entrada de João Moutinho, já depois da reviravolta do Braga, é que o Porto voltou a entrar no jogo, tendo ainda duas boas oportunidades para empatar o jogo nos últimos 10 minutos. Primeiro num remate de Lucho que Quim defendeu bem e já depois dos 90 minutos e no único remate que Kleber conseguiu fazer na direcção da baliza é Douglão a impedir o empate dos portistas. O resultado é justo, já que o Sporting de Braga foi a equipa que mais fez por chegar


à vitória, aproveitando bem alguma sobranceria do F.C. Porto. Com esta vitória, José Peseiro ganhou mais umas semanas de crédito junto dos seus adeptos e Vítor Pereira confirma a sua maldição pessoal ao não voltar a passar dos oitavos de final da Taça de Portugal. Outros Jogos Realizou-se, este fim-de-semana, a eliminatória dos oitavos-de-final da Taça de Portugal e o Caldas – Coimbrões (relativo à 3ª eliminatória) onde os grandes destaques vão, obviamente, para o Arouca que eliminou o Beira-Mar e para os triunfos dos minhotos Sporting Braga e Vitória Guimarães sobre FC Porto e Marítimo, respetivamente, naqueles que foram os únicos confrontos entre primodivisionários. Começando pelo jogo em atraso da 3ª eliminatória, Caldas (da III Divisão) e Coimbrões (da II Divisão) encontraram-se na expetativa de poderem vir a ser o adversário do Benfica nos oitavos-de-final, sabendo de antemão que teriam que ultrapassar o Desportivo das Aves (da Segunda Liga) em jogo a contar para a 4ª eliminatória e que se realizará no próximo dia 14 de dezembro. O jogo das Caldas da Rainha terminaria como começara e, após o nulo que permaneceu mesmo durante o prolongamento, seriam as grandes penalidades a permitir que a equipa forasteira (venceu por 2-4) seguisse em frente na prova. Se na sexta-feira teve lugar o grande encontro da ronda (entre Sporting Braga e FC Porto), já no sábado seria a vez do detentor da prova, a Académica de Coimbra, prosseguir em prova ao receber e vencer

o Tourizense por 3-0 com golos de Edinho, Wilson Eduardo e Nivaldo podendo, desta forma, continuar a defender o troféu que conquistou na temporada passada. Para domingo estavam agendados os restantes jogos onde duas equipas da Primeira Liga comprovaram o momento que estão a viver: o Paços de Ferreira, em grande momento, despachou o Lourinhanense por 0-6 com 0-4 ao intervalo e seguiu tranquilamente para os quartos de final; por outro lado, o BeiraMar, atual último classificado do campeonato, foi eliminado pelos vizinhos do Arouca (derrota por 2-1), uma equipa que milita na Segunda Liga agudizando, ainda mais, o mau momento da equipa aveirense. Quem confirmou a boa temporada que está a realizar foi o Belenenses que, aproveitando o fator casa e o facto de defrontar uma equipa de escalão inferior para seguir em frente na competição ao eliminar o Fabril por 4-0, com todos os golos a serem apontados na segunda parte. Em Barcelos, o Gil Vicente recebeu e venceu a Oliveirense (Segunda Liga) vencendo por uma bola a zero e continuando em prova, sendo a segunda equipa minhota a confirmar o apuramento. Por fim, a terceira equipa minhota que continua em prova, é o Vitória de Guimarães que, à semelhança da eliminatória anterior eliminou (então o Vitória de Setúbal), fora de portas, uma equipa do primeiro escalão e, tal como na ronda anterior, a qualificação ficou apenas decidida após marcação de grandes penalidades, depois do empate a uma bola no final dos 120 minutos.


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“Para mim despedir um treinador é como beber uma cerveja. Posso beber vinte num ano, até cem se fizer falta” Jesus Gil y Gil

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PREVISテグ DO DERBY Texto: Francisco Gomes Silva Fotos: Getty Images


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Frente a frente, Sporting e Benfica. Dois históricos do futebol português. Um derby que já tem mais de 105 anos de existência. Uma Lisboa dividida pela 2ª Circular. De um lado, o actual 10º classificado com 11 pontos e do outro, o actual 2º classificado com 26 pontos, ou seja, 15 pontos distanciam Sporting de Benfica mas isso não invalida que o jogo do próximo dia 10 de Dezembro seja um jogo especial e de grandes emoções. O Sporting joga o tudo ou nada numa altura que o cenário de sufrágio eleitoral antecipado é um cenário muito provável. Uma vitória sobre o rival Benfica coloca o clube verde e branco numa situação bem mais favorável, contudo uma derrota poderá conduzir à queda da direcção comandada por Godinho Lopes. Já o Benfica vai lutar pelos 3 pontos para se manter nos lugares cimeiros e não deixar o Porto escapar que dia 8 recebe o Moreirense, 15º classificado. O clube de Alvalade apresenta-se numa posição muito fragilizada depois do afastamento da Taça de Portugal e da Liga Europa, ou seja, o futuro do Sporting joga-se dia 10 que tentará ganhar ao Benfica para comprometer as aspirações dos seus rivais à conquista do título tal como fez a época passada e de certa forma, tentará colar-se ao Braga na luta pelo 3º lugar. A jogar em casa e com o apoio dos seus adeptos, o Sporting tem condições para bater-se de igual para igual com o Benfica. Isto aliado à qualidade do seu plantel, poderá dificultar a tarefa do Benfica.

foi operado. Do ponto de vista físico o Benfica estará em piores condições, joga um encontro decisivo frente ao Barcelona, com uma série de jogadores indisponíveis. Por outro lado, o Sporting em termos anímicos está em baixo e isso pode ter dois resultados possíveis. Um é que o Benfica consegue vencer o jogo com maior ou menor dificuldade fase ao momento de forma que a equipa verde e branca apresenta, o outro resultado é que o Sporting pode ver numa vitória frente ao Benfica uma possível saída da crise em que mergulharam desde a época passada. Posto isto, o clássico do próximo dia 10, afigura-se como um jogo determinante para ambas as equipas, embora seja igualmente verdade que ainda existe um jogo pelo meio para cada uma delas e que isso pode fazer com que Sporting e Benfica vão para jogo a contas com lesões. O Sporting terá de encontrar um fio condutor de jogo e conseguir interligar os seus sectores para que a equipa funcione como um todo, algo que ainda não vi esta época. Para além disso, será também fundamental explorar a superioridade numérica no meio-campo e conseguir a partir daí definir o rumo que quer dar ao jogo. Rinaudo, Elias e Pranjic terão de conseguir suster a pressão encarnada para depois sair em transições rápidas explorando essencialmente os flancos com Capel e Carrillo a aparecerem nas costas de Maxi e Melgarejo, respectivamente para finalmente servirem o avançado holandês. Este será o caminho que técnico belga terá de traçar. Uma equipa compacta e coesa no meio-campo que depois tentará aproveitar a desorganização defensiva benfiquista.

Rui Patrício, Eric, Xandão, Rojo, Insúa, Rinaudo, Elias, Pranjic, Capel, Carrillo e Wolfswinkel deverão ser os jogadores escolhidos por Vercauteren para alinharem frente ao Benfica. Do outro lado, Jesus deverá alinhar com o seu onze base com Artur, Maxi, Luisão, Garay, Já o Benfica terá de assumir o jogo e ser fiel aos seus Melgarejo, Matic, Enzo, Ola John, Salvio, Lima e princípios. Futebol apoiado e de alta rotação com Ola Cardozo. John e Salvio a desequilibrarem a serem apoiados por dois laterais que sobem muito e que acabam por ser Pelo meio o Benfica joga ainda contra o Barcelona, hoje preponderantes na manobra ofensiva, como é o caso às 19:45 a contar para a Liga dos Campeões. Um jogo de Maxi e Melgarejo. Matic e Enzo ficarão encarregues que implicará um enorme desgaste físico e que devido de segurar o meio-campo com Matic mais fixo e com às ausências de Aimar, Salvio, Enzo e Carlos Martins tarefas mais defensiva face a Enzo que fará o elo de complicam ainda mais as contas da equipa portuguesa. ligação com o sector ofensivo. Lima terá de trabalhar Já o Sporting tem uma tarefa mais acessível na medida muito e procurar espaços para Cardozo aparecer em em que é apenas para cumprir calendário e que nada zonas de finalização. tem a perder quer ganhe, quer perca. Um jogo contra Dois estilos diferentes mas com ambições semelhantes. o Videoton em casa a contar para a Liga Europa, Frente a frente, Sporting e Benfica, para muitos o derby competição que o Sporting já está eliminado. Schaars dos derbys, a não perder. é baixa confirmada nos próximos tempos, uma vez que


“Quando vi jogar o Pirlo pergunteime se eu era jogador de futebol“ Michel

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O MÉTODO ANTERO HENRIQUE Texto: Carlos Maciel Fotos: FC Porto/Google Images


REPORTAGEM


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S

e há um homem que pode dizer que deu muito dinheiro ao seu clube e que nem por isso deixou de estar na elite do futebol europeu, é Antero Henrique, actual director desportivo do FC Porto. É o aprendiz de Pinto da Costa e é o responsável por levar a cabo o método Porto: contratar jovens talentos para vende-los como estrelas. Em 2004, o Porto treinado por Mourinho, conseguiu a 2ª Liga dos Campeões da história do clube. Nesse mesmo verão, Pinto da Costa decide fazer dinheiro vendendo as principais estrelas da equipa. Um total de 54 milhões de euros de lucro foi o total que entrou nos cofres do Dragão. O Porto tinha vendido os seus principais jogadores por um total de 104 milhões, o total gasto anteriormente tinha sido de 50. Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Deco, Derlei ou Carlos Alberto foram transferidos para grandes clubes europeus aproveitando o prestigio que ganhar uma Champions dá. Para substitui-los desembarcaram na cidade do Douro outra carga de talentos e que no futuro seriam vendidos a peso de ouro. Jogadores como Pepe, Anderson, Thiago Silva, Diego, Raúl Meireles ou Luís Fabiano começavam a fazer funcionar a máquina idealizada por Pinto da Costa. Para isso o presidente decidiu encomendar os serviços de Antero Henrique no verão de 2005, nomeando-o director desportivo e responsável pelas contratações da equipa. A partir da chegada deste homem, o clube começa um período de reconstrução que permite ganhar títulos e dinheiro graças á compra de jovens promessas, que triunfam e são vendidos por valores bastante altos. Depois de 8 temporadas, Antero conseguiu um saldo positivo de 240 milhões de euros netos. A história de Antero é a de um jovem estudante natural de Vinhais, filho de uma professora e de um fiscal das finanças. Autodidacta, dinâmico, implacável e inteligente, aos 18 anos começa a colaboração com o FC Porto como organizador de jogos e posteriormente encarrega-se da coordenação da Revista Dragões. Pouco depois converte-se no

gestor do departamento de imprensa, responsabilizando-se pelas aparições ante os meios de comunicação. Com a conversão do clube á SAD e a exigência da Liga dos Campeões, da qual Henrique é fanático, converte-se no director de relações internacionais do clube. Em 2005 é quando se converte no aprendiz do grande presidente. Apesar de o acusarem de ser benfiquista durante a infância, hoje gere o melhor clube português da actualidade. Numa recente entrevista á France Football, Henrique revela o segredo do seu êxito na projecção de novos talentos. Entre bastantes coisas, diz que não dúvida em explorar mercados desconhecidos, actuando com grande velocidade e assumindo riscos. Um exemplo é Hulk, que foi descoberto na Segunda Divisão japonesa. Para por isso em prática, Antero diz ter mais de 250 scouts e olheiros, além de agentes e amigos tanto dentro como fora do clube. Acrescenta que para uma maior profissionalização do relatório do jogador; este é observado por mais de um olheiro. Outro método de trabalho são as equipas virtuais, que são grupos dos melhores jogadores duma posição na mesma liga. O objectivo é sempre procurar um substituto idóneo para a estrela a ser vendida. Um exemplo desta brilhante gestão é quando vende Ricardo Carvalho por 32 milhões e compram a Pepe por 2 para depois vende-lo de novo por 32. Nesse momento o Porto recupera Bruno Alves, a quem forma e vende por 24 milhões. O espaço deixado pela estrela é sempre ocupado por um jogador que também o vai ser. Para Antero o exito do Porto baseia-se em 3 pilares: a captação, o desenvolvimento e o rendimento. O recrutamento articulase com a exploração, o desenvolvimento com a formação e o rendimento com a produtividade do jogador na equipa principal. Os jogadores chegam ao clube bastante jovens mas dá-se-lhes tempo para se adaptarem, ganharem confiança e crescer. Pouco a pouco passam de suplentes a titulares e de titulares a


REPORTAGEM

estrelas. É então que são vendidos e parte do dinheiro ganho é investido em outros jovens que seguirão o mesmo caminho. Para isso a estratégia seguida é muito inteligente. A mira está sobre a América Latina, berço de tantos talentos e de bom futebol. Antero sabe que ali os clubes e jogadores procuram algo diferente. Os primeiros querem vender e os segundos querem ir para a Europa construir uma carreira e ganhar

títulos. O continente americano é o verdadeiro maná do FC Porto. Desde que Antero chegou ao cargo que ocupa, só numa temporada se gastou mais do que se ganhou, e esse défice foi de somente 3,75 milhões de euros. Nas 8 temporadas os valores entre vendas e compras ronda os 240 milhões, uma média de lucro de 30 milhões por temporada.


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“Trabalho como um preto, para viver como um branco” Samuel Eto’o


INTERNACIONAL

PREMIER LEAGUE Pedro Pinto Fotos: Getty Images

Já não é surpresa para ninguém que a liga inglesa é pródiga em arranjar forma de deixar os espectadores boquiabertos. Ora aí está mais um fim-de-semana a comprovar equipas grandes podem passar por pequenas e equipas pequenas podem agigantar-se. O Reading bem tentou e muito assustou o Manchester United nesta 15ª jornada mas os red devils evitaram um choque e aproveitaram o deslize do rival de Manchester. A tarefa do United era simples no papel: uma deslocação ao terreno do Reading, penúltimo classificado, de certeza que não iria colocar problema algum. Mas estamos a falar da Barclays Premier League. E por isso mesmo assistiu-se a um jogo memorável onde o marcador registou um resultado final de 4-3 a favor de Rooney e companhia. Sete golos são impressionantes mas ainda mais impressionante é o facto de terem sido todos marcados nos primeiros 34 minutos. A festa começou bem cedo, quando os adeptos ainda começavam a encher o Madejski Stadium. Coube a Hal Robson-Kanu inaugurar a partida aos 7 minutos com um remate certeiro depois de pouca clarividência por parte de Jonny Evans a responder

a um cruzamento de Jobi McAnuff, remate esse que colocava os líderes do campeonato inglês a perder pela 14ª ocasião em 22 jogos nesta temporada. A verdade é que, mesmo sem brilhar, o United passou para a frente com um golo de Anderson aos 13 minutos e outro de Wayne Rooney através da marca de grande penalidade logo outros três depois. Agora sim, o Manchester dominou, certo? Não, nada mais errado. A unidade defensiva e Anders Lindegaard tremiam que nem varas verdes e isso foi notório quando, aos 19 e 23 minutos, Adam Le Fondre e Sean Morrison, respectivamente, deram outra cambalhota ao resultado para colocar os homens da casa na frente. Ainda assim, o acerto ofensivo estendia-se ao ataque dos devils, que viram Rooney empatar o jogo 3-3 à passagem da meia-hora, quatro minutos antes de Robin Van Persie se juntar à festa e marcar o decisivo golo da vitória, o décimo da temporada - empatou com Michu e Luis Suarez no topo da lista de melhores marcadores. Ainda houve tempo para RVP marcar mais um golo, apenas para ser mal invalidado pelo árbitro Mark Halsey, que considerou, de forma errada, que a bola não tinha ultrapassado a linha de golo. Até final, não


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houve mais surpresas e o United venceu mais um jogo caracteristicamente louco na Premier League. O Madejski fervia, o Manchester City esfriava com um empate antes da recepção ao Manchester United neste Domingo. Os citizens de Roberto Mancini receberam o Everton, actual sexto classificado, e não conseguiram entusiasmar o público do Etihad Stadium, aborrecido por um ritmo algo morno e sem grandes condimentos. Por isso mesmo, a partida terminou num empate 1-1, que deixou os campeões em título no segundo posto a três pontos de distância do United. Marouane Fellaini foi oportunista e aproveitou a recarga de uma primeira defesa de Joe Hart aos 33 minutos e colocou os toffees na frente perante a passividade e falta de criativiade do ataque do City. O golo fez os naturais de Manchester acordarem - e assustarem Tim Howard em duas ocasiões -, o que se repercutiu 10 parcos minutos depois, altura em que Edin Dzeko foi carregado em falta dentro da grande área. Carlos Tévez não desperdiçou a oportunidade e empatou a partida, mas, para desagrado de Mancini, este seria o último golo de uma partida claramente longe do melhor que os citizens já empregaram. A segunda parte foi dominada pelo City mas a defesa do Everton manteve-se muito coesa e, fora uma boa oportunidade por parte de Maicon, Howard acabou mesmo por assistir à partida de forma descansada. A 15ª ronda levantou novamente uma questão: onde andas, Chelsea? Os blues começaram a temporada com sete vitórias em oito jogos mas já vão em outros sete sem qualquer triunfo, isto depois de ter sido o West Ham a receber e vencer a nova equipa de Rafa Benítez, que continua sem conseguir imprimir a sua assinatura de forma positiva na equipa londrina. 3-1 foi o resultado final, 10 pontos já é o atraso para o United. Upton Park assistiu a uma partida claramente

a dois tempos: primeira parte do Chelsea, segunda do West Ham. Os terceiros classificados entraram mais fortes e marcaram logo aos 13 minutos por intermédio de Juan Mata, brilhantemente assistido por Victor Moses. Foram várias as oportunidades que continuaram a surgir a favor do Chelsea mas nem Moses nem Mata conseguiam dar uma estucada decisiva no resultado. Quem não marca, sofre. Sim, isso aplica-se na perfeição. Mohamed Diamé entrou no segundo tempo e rejuvenesceu o meio-campo do West Ham de forma decisiva, com muito mais acutilância no ataque e mais segurança nos processos defensivos. Até foi com alguma controvérsia que Carlton Cole marcou o golo do empate aos 63 minutos mas o caudal ofensivo dos hammers era demasiado para desorganização defensiva do Chelsea, que consentiu um golo de Diamé aos 86 para virar o resultado, enquanto Modibo Maiga fechou as contas na compensação. Foi assim consumado o terceiro jogo sem vencer desde a estreia de Benítez ao comando dos Chelsea. Referência ainda à excelente vitória do Tottenham de André Villas-Boas, que continua a reabilitar os Spurs depois de um arranque de temporada algo periclitante, no terreno do Fulham por 3-0. Destaque também para o resultado mais surpreendente da jornada, com o Swansea City a ir até ao Emirates condenar o Arsenal a mais um resultado negativo (0-2), novamente com Michu, autor dos dois golos, a iluminar os caminhos de uma das equipas-sensação da temporada. Classificação: 1º - Man. United 36 pts 2º - Man. City 33 pts 3º - Chelsea 26 pts 4º - Tottenham 26 pts 5º - West Bromwich Albion 26 pts


BUNDESLIGA João Silva Fotos: AP

A meio da última semana, disputou-se uma jornada da Bundesliga, que, curiosamente, acabou por funcionar a favor do Bayern de Munique, já que Borussia Dortmund, Schalke 04 e Eintracht Frankfurt escorregaram e permitiram que o líder se adiantasse mais na frente. O campeão teve uma exibição apagada e consentiu um empate com sabor a derrota diante do 14º classificado Fortuna Düsseldorf. Já Schalke 04 e Eintracht Frankfurt perderam copiosamente por 3-1 em ambos os casos. Os primeiros foram derrotados pelo Hamburger SV, a realizar agora um campeonato mais estável; os segundos perderam em casa com o rival Mainz no Rheinhessen-Derby. Dos perseguidores do Bayern de Munique, o grande vencedor foi o Bayer Leverkusen que goleou 1-4 o Werder Bremen em Bremen, estando agora no 2º posto. No último lugar europeu surge novamente o Hannover 96, que bateu o aflitíssimo Greuther Fürth por 2-0. Nos restantes encontros da ronda, o Borussia Mönchengladbach bateu, com alguma dose de sorte, o Wolfsburg, numa forma mais aceitável agora, por 2-0. O

Freiburg perdeu 0-2 com o líder e, com isso, perdeu o 6º posto, estando agora em 10º lugar, tendo sido apanhado pelo rival Estugarda, que bateu em casa o lanterna vermelha Augsburg por 2-1. Num desafio entre aflitos, o Nürnberg, a jogar em casa, foi melhor e bateu o Hoffenheim por claros 4-2, deixando a formação de Markus Babbel numa posição muito perigosa. O 16º posto não condiz com as expetativas do clube. A 15ª jornada tinha como prato principal o encontro entre o líder e equipa com mais títulos na Alemanha, o Bayern de Munique, e o bi-campeã e clube com recorde de pontos na Bundesliga, o Borussia Dortmund. Separados agora por 11 pontos, os dois conjuntos procuravam “ajustar contas”. Nos últimos cinco encontros entre ambos, o atual campeão venceu em quatro ocasiões, tendo perdido apenas o último desafio, o da Supertaça 2012/2013. Já com o título de campeão de inverno na mão, o Bayern de Munique tinha o objetivo de afastar os fantasmas da


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última época. Depois de mais um empate em casa, o Borussia queria essencialmente encurtar distâncias e ainda sonhar. No jogo, disputado no sábado, Bayern de Munique e Borussia Dortmund empataram a um golo. No primeiro tempo, o jogo foi muito fechado, com sinal mais do Bayern. Na segunda metade, houve muito mais emoção de ambos os lados. Como consequência deste resultado, o Bayern de Munique continuou como líder, mas não conseguiu ampliar a vantagem pontual, sobre o atual campeão, que, com este resultado, fica com 27 pontos, no 3º lugar, tendo perdido pontos para o 2º. Dos restantes perseguidores do comando da prova, o Bayer Leverkusen, numa grande forma, recebeu e venceu 1-0 o Nürnberg, a tentar deixar os últimos lugares da classificação. No primeiro tempo, o conjunto da casa entrou melhor, mas alcançou vantagem contra a carente do jogo. Nos segundos 45 minutos, o Leverkusen ainda tremeu no início, mas logo conseguir voltar ao domínio. Após esta partida, os visitados mantêm-se no 2º lugar com uns inesperados 30 pontos e a oito do líder, enquanto os visitantes ainda não conseguiram sair dos lugares desconfortáveis, estando agora em 14º com 16 pontos. A procurar recuperar de três jogos sem vitórias e a tentar aproveitar um deslize dos adversários da frente, o Schalke 04 recebeu empatou a um com o Borussia Mönchengladbach, com bons resultados na condição de visitante. Na primeira metade, o encontro não foi espetacular, embora o sinal mais tenha pertencido ao Schalke 04. No segundo tempo, os visitados foram mais eficazes, mas não tiveram discernimento para segurar a vantagem. Depois desta partida, os visitados ficaram no 4º lugar com 25 pontos, ao passo que os visitantes navegam agora no 10º lugar com 21 pontos. A surpresa Eintracht Frankfurt, que perdeu alguma força nas últimas rondas, abriu a jornada em casa do Fortuna Düsseldorf, a viver um bom momento. A equipa da casa venceu por uns inesperados 4-0. A primeira parte foi equilibrada e fraca. Ainda assim, os forasteiros saíram na frente. No segundo tempo, os visitados dominaram a seu belo prazer. Depois deste confronto, o F. Düsseldorf ficou com 18 pontos e ocupa o 13º lugar. O E. Frankfurt, por seu turno, ocupa o 5º lugar com 24 pontos. Na disputa pelos lugares europeus, com os mesmos pontos, o fantástico Mainz 05 recebeu e venceu por 2-1 o Hannover 96, fraco como visitante. Nos primeiros 45 minutos, assistiu-se a uma partida movimentada com domínios faseados. Nos segundos, nem a inferioridade numérica impediu o Mainz de ser um pouco melhor e de vencer. Como consequência deste resultado, o Mainz 05 passou a ter 23 pontos, estando agora no 6 º lugar, a apenas um ponto do 5º posto. Os visitantes regressam a casa

com 20 pontos no 9 º lugar. Num confronto entre conjuntos do Sul, o lanterna vermelha Agusburg, sem qualquer vitória desde a 7ª ronda, recebeu e empatou a uma bola com o Freiburg, a espreitar um lugar europeu. O primeiro tempo trouxe um jogo muito quezilento. O segundo ofereceu um Augsburg mais perigoso. No seguimento deste resultado, o Augsburg deixou o último lugar, ocupando agora o 17º com 8 pontos. O Freiburg regressa a casa com 20 pontos e o 11º lugar. Também no Sul, o Greuther Fürth, sem qualquer vitória há 12 jogos, recebeu e perdeu 0-1 com o Estugarda, muito melhor agora e uma autêntica potência como visitante. Na partida, começou melhor a equipa da casa, mas foram os visitantes a sair na frente. No segundo tempo, mesmo em superioridade, os locais não conseguiram a primeira vitória em casa. Depois deste desafio, os visitados, com 8 pontos, caíram para o 18º posto. Os visitados, com 22 pontos, navegam num 7º lugar, mais desafogados. A tentar sair de uma espiral negativa, o Hoffenheim, defesa mais fraca da prova, recebeu e perdeu 1-4 com o Werder Bremen, muito débil fora do seu estádio. Na primeira parte, os visitantes foram muito superiores. No segundo tempo, ainda houve uma resposta dos visitados, mas os forasteiros mostraram mais atributos para vencer. Após este confronto, o Hoffenheim continuou em 16º com 12 pontos, antevendo-se dias complicados para o técnico Babbel. O Werder Bremen, por outro lado, não falhou a aproximação aos lugares europeus, tendo 21 pontos e navegando no 8º posto. Com o objetivo de se afastar novamente dos lugares perigosos, o Wolfsburg recebeu e empatou a um com o Hamburger SV, a viver uma grande momento e muito pragmático. O Hamburger SV foi melhor na primeira parte, enquanto o Wolfsburgo dominou todo o segundo tempo. Na tabela, o Wolfsburg ficou no 15º lugar com 16 pontos, enquanto o Hamburger SV passou a ter 21 pontos, ocupando o 9º posto. No total da ronda, marcaram-se 22 golos, o que dá uma média de 2,44 por partida. Em termos de assistências, houve, em média, 33 209 espetadores por encontro. Em termos individuais, os três melhores marcadores são, por ordem decrescente, Szalai (Mainz), Meier (E. Frankfurt) e Kiessling (Bayer Leverkusen), todos eles com nove golos apontados. A melhor equipa defesa da prova pertence ao Bayern de Munique, que ainda só sofreu seis golos. 1 2 3 4 5

Bayern Munique (38 pontos) Bayer Leverkusen (30 pontos) Borussia Dortmund (27 pontos) Schalke 04 (25 pontos) Eintracht Frankfurt (24 pontos)


LA LIGA Francisco Baião Fotos: AP

Na Liga Espanhola desenrolou-se, este fim-de-semana, a 14ª jornada marcada pela segunda derrota do Atlético Madrid no campeonato, fazendo com que o Barcelona disponha agora da maior vantagem (6 pontos) sobre o segundo classificado, reforçando a ideia de que os comandados de Tito Villanova dificilmente deixarão fugir o título perante tão imponente (o melhor da história) arranque de campeonato. A jornada fica igualmente marcada pelo confronto entre os quatro clubes que mais títulos de campeão espanhol conquistaram (Real Madrid – clube com mais títulos (32) - defrontou o Atlético Madrid – (terceiro clube com mais títulos (9) – e o Barcelona – segundo clube com mais campeonatos (21) títulos a debater-se com o Athletic Bilbau – quarto no ranking das conquistas - 8 títulos) com o derby da capital a ser, obviamente, o cabeça de cartaz com a curiosidade de, há 14 anos, não se verificar que, aquando deste confronto, os colchoneros estarem à frente dos merengues na classificação.

A jornada começou na sexta-feira e, tal como na jornada anterior, a primeira partida envolveu o aflito Osasuna (penúltimo classificado) que recebia um Rayo Vallecano à beira dos lugares de acesso às competições europeias. Vindos de resultados que se podem considerar positivos (o Osasuna empatara na deslocação ao terreno da Real Sociedad enquanto o Rayo tinha vencido na receção ao Maiorca), a partida do El Sadar ficaria decidida logo aos 6 minutos quando um golo de Kike Sola seria suficiente para ditar o Osasuna 1-0 Rayo Vallecano com que terminaria a partida, permitindo aos anfitriões deixar as posições de despromoção. Para sábado estavam agendadas as quatro partidas envolvendo as quatro equipas que estão a disputar a Liga dos Campeões com as equipas da casa a vencerem três dessas quatro partidas onde os dois gigantes do futebol espanhol (Real Madrid e Barcelona) venceram enquanto os outros dois clubes


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(Málaga e Valencia) da Champions foram derrotados. O primeiro desaire pertenceu ao Málaga (que era quarto classificado) que perdeu, por 1-0 com golo de Lopo aos 57’, na deslocação ao terreno do Getafe (ocupava o sétimo posto), resultado que permite à equipa do Getafe saltar para a quinta posição (ultrapassando, embora em igualdade pontual, o seu adversário desta jornada), lugar que dará acesso às competições europeias, caindo o Málaga para o sexto posto. Logo depois seria a vez do Valencia cair com estrondo, ao ser goleado (segunda goleada consecutiva depois dos 4-0 sofridos na deslocação ao terreno do Málaga) por 2-5 frente à Real Sociedad um resultado que motivou a saída do técnico Mauricio Pellegrino e a entrada de Valverde. Com esta derrota, a equipa do Valencia cai para o 12º lugar enquanto a Real Sociedad salta para a primeira metade da tabela. Seguiu-se o confronto entre Barcelona e Athletic Bilbau, naquela que foi a reedição da última final da Taça do Rei com os catalães a despacharem os bascos por 5-1 alcançando o 13º triunfo em 14 jogos, melhor arranque de sempre no campeonato. O filme do jogo foi igual a tantos outros desta temporada, com a equipa de Vilanova a marcar vários golos e a não conseguir terminar o jogo sem sofrer, pelo menos, um, com o argentino Messi a somar mais dois (se bem que um deles bem polémico) golos e a seguir, cada vez mais isolado, rumo a mais um troféu

de melhor marcador. A terminar o dia, o derby de Madrid entre Real e Atlético, um jogo cheio de polémica ainda antes de começar: Mourinho marcou hora e local para ser assobiado e, no arranque do estágio para o jogo, Ronaldo e alguns companheiros não seguiram no autocarro da equipa. No entanto, o Real Madrid venceu por duas bolas a zero (Ronaldo voltou aos golos e às grandes exibições ao atirar duas bolas ao poste e assistir Ozil para o 2-0) e a equipa volta a encurtar pontos para o seu rival de Madrid na luta que parece, cada vez mais, destinar-se a discutir quem será a equipa que ocupará o lugar seguinte ao do Barcelona que, desta vez, festejou um triunfo do seu velho rival. A jornada prosseguiu no domingo com 4 partidas que terminaram com 3 empates. O primeiro, único nulo na jornada, aconteceu entre duas equipas que ocupam posições abaixo da linha de água com o Espanyol (Simão Sabrosa foi titular, sendo substituído, aos 55’, por Rui Fonte) a conseguir um ponto precioso na deslocação ao terreno do Granada, que, no entanto, não permite aos catalães abandonarem a última posição. Quanto ao Granada, o ponto somado permite manter o 18º lugar ultrapassando o Deportivo (depois de ter sido passado pelo Osasuna). No único jogo que não terminou empatado no domingo, também houve portugueses em acção no Deportivo 2-3 Betis onde Roderick, Bruno Gama e Pizzi foram titulares nos da casa e Salvador Agra não saiu do banco nos forasteiros, que saltam para


o 4º posto com os 3 pontos conquistados, empurrando os galegos para o 19º e penúltimo lugar. O empate seguinte aconteceu no Celta 1-1 Levante com os galegos a deixarem fugir, já bem perto do final, 3 pontos que lhe permitiram dar um salto na classificação enquanto que os forasteiros, com o ponto conquistado, minimizam perdas e, apesar de caírem para o oitavo posto, mantêm-se a um ponto dos lugares europeus. O domingo terminaria com nova igualdade a uma bola e com Hélder Postiga a estar em destaque uma vez que, ao apontar o golo da sua equipa (aos 16’ fez o 0-1 no marcador) apontava o golo 400 da Liga Espanhola. No entanto, e a jogar com menos um elemento desde os 13 minutos, a equipa do português não conseguiria manter a vantagem, cedendo o empate já nos últimos cinco minutos de jogo terminando a partida com a igualdade a uma bola entre Maiorca e Saragoça. A jornada terminaria na segunda-feira com o Valla-

dolid a surpreender o Sevilha ao vencer, fora de portas, por 1-2 resultado que permite aos forasteiros saltarem para a sétima posição a apenas um ponto dos lugares europeus, enquanto o Sevilha se mantém na 11ª posição mas mais longe dos lugares cimeiros. A próxima jornada acontece já neste fim-de-semana com destaque para as deslocações do Real Madrid (3º) ao terreno do Valladolid (7º) e do líder Barcelona ao terreno do Betis (4º).

1º 2º 3º 4º 5º

Barcelona (40 pontos) Atlético Madrid (34 pontos) Real Madrid (29 pontos) Betis (25 pontos) Getafe (22 pontos)


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INTERNACIONAL

FRANÇA - LIGUE 1 Pedro Pinto Fotos: Getty Images

Campeonatos são maratonas, não sprints. A consistência, não os rasgos de brilhantismo, é premiada. A maratona francesa já está quase a chegar ao seu ponto intermédio e, neste fim-de-semana, o Olympique de Lyon geriu bem o esforço enquanto os rivais perderam o fôlego. Os líderes da Ligue 1 venceram e apenas o Marselha se manteve a morder os calcanhares da equipa de Rémi Garde. Em Portugal aproveitava-se o feriado do dia 1 de Novembro mas no Velodróme jogava-se a 15ª jornada da liga francesa, com os primeiros classificados a receberem a grande sensação da temporada passada: o Montpellier. Mas a época de 2012/2013 em nada tem sido parecida à campanha que levou o Montpellier ao título no ano transacto, algo que se agravou com a vitória do Lyon por 1-0. O possante avançado Bafetimbi Gomis, responsável por um hat-trick na quarta-feira diante do Marselha, manteve a veia goleadora a pulsar com um remate certeiro decisivo aos 26 minutos. Era notória uma diferença de ritmos, uma diferença de

classe, especialmente através dos pés do jovem de 21 Clement Grenier, que, para além de assistir Gomis no golo solitário, ainda obrigou o estreante na baliza do Montpellier, Jonathan Ligali, a fazer uma defesa de alto nível 8 minutos depois do golo. A segunda parte até trouxe uma história algo diferente, com os visitantes a tentarem forçar a fechadura para roubar o guarda-redes Remy Vercoutre, mas o resultado estava feito e o Lyon podia respirar de alívio e ver, de forma absolutamente descansada, o que os outros candidatos ao título iam fazer nas suas missões. Foi com a pressão de os Les Gones terem ganho que o Paris-Saint Germain foi até Nice conceder uma derrota penalizadora para as suas ambições relativamente ao título. A enfrentar uma equipa de meio da tabela, os novos milionários tremeram na altura decisiva e caíram com o marcador a registar 2-1, resultado esse que apenas foi aberto aos 76 minutos e fechado aos... 86. Com Lavezzi, Menez e o inevitável Ibrahimovic a actuarem durante os 90


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minutos (Pastore ainda se juntou à festa), os parisienses até estiveram mais perto do golo depois de uma primeira metade apática. Mas hipóteses não concretizadas não contam para a coluna das vitórias e foi Eric Bautheac a abrir ao activo. A resposta do PSG ao golo sofrido foi exemplar e quem mais poderia ter sido? Ibra puxou a culatra atrás e fez as redes do Nice abanarem com um livre exemplarmente marcado aos 83 minutos, fazendo renascer a esperança de Carlo Ancelotti, que via o jogo ansioso no banco de suplentes. A lógica até seria ver o PSG a massacrar e a conseguir o golo da vitória mas, no futebol, tal pouco interessa. Para gáudio do público da casa, Valentin Eysseric recebeu o cruzamento de Bautheac e colocou os parisienses em choque. Pior: deixou os parisienses a 5 pontos do Lyon, que segue na frente com 31. Ancelotti não gostou e vociferou de forma bastante clara os seus pensamentos: “Cinco pontos atrás do Lyon. Temos de encontrar uma solução rapidamente. Vai ser algo radical. Estou muito chateado com a equipa agora”, contou o técnico italiano, visivelmente frustrado pelo golo sofrido já na fase final da partida. Mas a jornada não foi negativa para todos os rivais do Lyon. Fresco do massacre sofrido às mãos precisamente dos líderes do campeonato, o Marselha recompôs-se e foi conquistar uma importante vitória ao terreno do Brest, que fez os marselheses lutarem muito para roubarem fecharem o encontro com 2-1 no marcador. Os visitantes entraram dominadores e foram desperdiçando várias oportunidades até que o controverso e problemático Joey Barton fez a sua primeira assistência da partida para dar o 1-0 a Souleymane Diawara quando corria o 34º minuto. A toada manteve-se, com Morgan Almafitano e Mathieu Valbuena perto de ampliarem a vantagem, mas foram mesmo os homens do Brest a conseguirem o que parecia impensável na altura e a empatarem o encontro aos 42 minutos. Charlison Benschop

foi o culpado e o Lyon começava a sonhar com uma jornada quase perfeita para se afastar de todos os rivais. Mas Barton estava inspirado, não arranjou problemas, abriu o livro e, depois de bom entendimento com Valbuena, desmarcou o avançado Andre Ayew para o eventual golo da vitória já na segunda parte, aos 56 minutos. Ainda houve tempo para tremideira na baliz de Steve Mandanda perto do final da partida, mas o Marselha não imitou o PSG e não sofreu um golo gelado, muito por causa do herói Jeremy Morel, que salvou a vitória do Marselha ao tirar a bola em cima da linha de golo já em período de descontos. Os históricos marselheses subiram para o terceiro lugar a apenas dois pontos do Lyon e a três de outro dos candidatos ao título que escorregaram nesta 15ª jornada, o Saint-Étienne. Com uma deslocação aparentemente fácil ao terreno do Ajaccio, apenas classificado na 16ª posição da Ligue 1, os verdes tiveram sempre mais posse de bola mas teve dificuldades em concretizá-la em oportunidades claras, sendo que até foi o Ajaccio, por intermédio do romeno Adrian Mutu, a estar mais perto do golo. Ainda assim, nada aconteceu e o embate acabou num aborrecido nulo. Nota ainda para a vitória do Valenciennes por 1-0, em casa, diante do Stade de Reims, que, conjugada com o empate do Bordéus, também em casa, contra o Sochaux (2-2) empurrou a surpreendente equipa de Valenciennes para o quinto lugar da classificação. Aliás, o equilíbrio continua a ser nota dominante, com apenas 5 pontos a separarem o terceiro do décimo lugar. A maratona continua. Classificação: 1º - Olympique Lyonnais 31 pts 2º - Marselha 29 pts 3º - Saint-Étienne 26 pts 4º - PSG 26 pts 5º - Valenciennes 25 pts


INTERNACIONAL

SERIE A Tiago Soares Fotos: AP

D

epois do Derby d’Italia da semana passada em Milão, do qual saiu derrotada, a Juventus manteve-se na senda dos derbys e recebeu, no Delle Alpi, o rival Torino. A equipa homónima da cidade de ambas as equipas regressou este ano à Serie A e quis deixar uma boa impressão no confronto com a toda poderosa “Vecchia Signora”. As primeiras jogadas de perigo vieram mesmo dos visitantes, tendo Meggiorini desperdiçado uma boa oportunidade logo aos 23 minutos isolado em frente a Buffon. A partir daí, no entanto, a Juve assumiu o controle das operações e teve alguns bons remates à baliza do Toro, todos eles defendidos com maior ou menor dificuldade por Gillet. Aos 35 minutos, Glik foi (bem) expulso por uma entrada perigosa sobre Giaccherini e o jogo passou a ter apenas um sentido – a baliza do Torino. Passados cinco minutos, ocasião soberana para a Juve: pénalti a favor dos bianconeri após falta de Basha sobre Pogba , mas Pirlo desperdiçou a oportunidade, enviando a bola muito acima da barra da baliza dos visitantes e selando o 0-0 com que se chegava ao intervalo do jogo. Já na segunda parte, aos 56 minutos, começou a construir-se a vitória da Juve: cruzamento da direita e

Claudio Marchisio coloca, de cabeça, a bola na baliza do Toro. O 2-0 chegou aos 67 minutos, com um remate cruzado de Giovinco (que jogador está este avançado da Juve!) e, aos 84, Marchisio fez o 3-0 num remate de pé esquerdo após assistência de Vucinic. A Juventus terminava o jogo com a certeza de que iria assistir no primeiro lugar ao resto dos jogos deste fim-de-semana. O Nápoles entrou em campo para receber o Pescara no Domingo de manhã (11h30), sabendo de antemão que tinha de igualar o resultado da Juventus para se manter perto da liderança da Serie A. E começou logo ao ataque, tendo Inler aberto as hostilidades logo aos oito minutos com um remate fantástico de fora da área, inaugurando o marcador. Aos 15 minutos, a vantagem do Nápoles aumentou para 2-0, com Hamsik a concluir uma jogada individual (se bem que com alguma sorte) na área do Pescara com um remate de pé esquerdo – mas, apenas dois minutos depois, e na primeira vez que chegou à baliza do Nápoles, o Pescara reduziu para 2-1 com um golo de Bjarnason, resultado com que se chegou ao intervalo. A segunda parte começou como acabou a


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primeira, com um domínio da equipa napolitana que se acentuou a partir dos 57 minutos, no lance que definiu o jogo: Bocchetti fez penalti sobre Cavani quando o uruguaio estava a isolar-se, foi expulso e o próprio Cavani faz o 3-1, reduzindo as esperanças dos visitantes a pó. Aos 62 minutos, aproveitando o desnorte da equipa do Pescara, Cavani bisou com uma entrada de rompante na pequena área a um cruzamento de Hamsik (fazendo o 4-1) e o resultado final foi estabelecido por Inler, aos 77 minutos, num remate colocado de fora da área que ainda embate no poste. Com este resultado, o Nápoles mantém-se firme no segundo lugar e a apenas dois pontos da líder Juventus. O Inter, por seu lado, tem sido uma equipa bipolar: entusiasmante em certos jogos, medíocre noutros (principalmente nos jogos em casa). Neste Domingo, os nerazzuri (ainda sem Sneijder, “castigado” por causa da rábula do seu contrato) receberam o Palermo, extremamente desfalcado mas com vontade de incomodar a equipa de Stramaccioni. O jogo desenrolou-se de uma forma extremamente monocórdica e lenta na primeira parte e a primeira grande oportunidade de golo para o Inter veio só aos 30 minutos, com um remate de Milito ao lado, sendo que o Palermo respondeu dois minutos depois com um remate muito semelhante e com os mesmos efeitos. Na segunda parte, o Inter entrou com mais vontade de resolver o desafio e os primeiros 15 minutos foram de pressão dos de Milão, liderados principalmente por Coutinho. O momento de mudança do jogo foi a saída de Milito aos 63 minutos e a entrada de Guarín, sendo que a primeira vez que o colombiano tocou na bola foi para criar uma grande ocasião de perigo. Com a mudança táctica veio a revolução na atitude dos interistas e, aos 73, o domínio territorial do Inter dava finalmente frutos com o golo na própria baliza de Santiago García. Até ao final do jogo não houve nada de especial a reportar, tendo o Inter entrado na sua senda monocórdica e mantendo o resultado inalterado até ao fim. O Milan deslocou-se ao terreno do Catania para tentar dar seguimento aos bons resultados que tem conseguido nos últimos tempos. Depois de um início de jogo positivo da equipa milanesa, Legrotaille fez o 1-0 para a equipa da casa aos 11 minutos, com um cabeceamento certeiro após canto de Lodi. Os rossoneri sentiram o golpe e não conseguiram criar perigo até ao intervalo, apesar de um domínio territorial que soou a consentido por parte da equipa da casa. Uma oportunidade para Nocerino (Milan), contrastada por uma oportunidade de Barrientos, foi o melhor que ambas as equipas conseguiram até aos 45 minutos. Barrientos tornou-se, inclusivamente, um dos grandes protagonistas do encontro ao ser

expulso, por acumulação de amarelos, aos 49 minutos, situação que permitiu ao Milan uma esperança renovada para chegar, pelo menos, ao empate. Empate esse que surgiu apenas quatro minutos depois por El Shaarawy, com um toque oportuno (em completo fora-de-jogo!) dentro da pequena área após um desvio de Robinho. Apesar das queixas dos jogadores do Catania, o golo manteve-se e, apenas dois minutos depois, Boateng fez mesmo o 2-0, num remate fantástico ao ângulo a passe de… El Shaarawy. Boateng ainda foi expulso aos 90 minutos, por vermelho directo, o que não impediu El Shaarawy de bisar na partida com um belo remate que ainda bate no poste antes de entrar na baliza adversária. Pela primeira vez nesta época (e muito graças ao miúdo El Shaarawy), o Milan faz três vitórias consecutivas e, graças a esta sequência de bons resultados, chega ao sétimo lugar da classificação, a 14 (!) pontos da Juventus. Lazio e Fiorentina tiveram sortes diferentes nesta jornada, sendo que os romanos receberam e derrotaram o Parma (2-1) e os de Florença empataram a duas bolas em casa com a Sampdoria, permitindo a aproximação do emblema laziale. Nota ainda para o golo do português Neto, a inaugurar o marcador, na derrota do Siena em casa com a Roma (1-3). Classificação: 1 Juventus (35 pontos) 2 Nápoles (33 pontos) 3 Inter (31 pontos) 4 Fiorentina (29 pontos) 5 Lazio (29 pontos)


ÁREA SCOUT

ISCO Texto: Bruno Sol Pinto Fotos: google.com

F

rancisco Román Alarcón é um nome que, à primeira vista, não lhe traz ninguém à mente. O que é normal, pois este nome traduz-se abreviadamente em Isco. Nascido no dia 21 de Abril de 1992 na cidade de Benalmádena (arredores de Málaga), cedo começou a praticar futebol. No modesto Atlético Benamiel, Isco surpreendeu tudo e todos com a qualidade do seu futebol. Os olheiros dos maiores clubes espanhóis desde logo começaram a ficar encantados pelo prodígio espanhol. Com apenas 14 anos e na época de 2006, o Valência foi mais forte e conseguiu assegurar os serviços do atleta. Passando pelos escalões de formação, Isco atingiu a equipa principal dos valencianos em 2010/11. Apenas foi cinco vezes suplente utilizado, mas a margem de progressão que apresentava era estrondosa. Em 2011, o Málaga tinha a conta bancária recheada e o treinador era Manuel Pellegrini. Conhecedor a fundo do futebol e do talento dos atletas, o antigo treinador do Real Madrid fez questão de o querer no seu plantel. Não existindo problemas monetários, o clube pagou a cláusula de rescisão do jogador, que se centrava nos 6.000.000€. Um atleta internacional espanhol pelas camadas jovens mas com muito pouca experiência no principal campeonato, criou alguma incerteza e desconfiança nos adeptos. O tempo fez questão de desfazer as incertezas e, hoje em dia, Isco é um dos pilares do Málaga. Com uma visão de jogo e uma técnica fora do normal, o jovem espanhol de 20 anos já faz suspirar meia Europa, onde clubes como Manchester City, Arsenal, Real Madrid, entre outros, fazem questão de o pretender. A selecção espanhola pode estar descansada. Substituir atletas como Xavi e Iniesta não é fácil, mas se o futebol tiver o seu decurso normal, o espectáculo de posse de bola irá manter-se inalterável. Por aqui é simples. Querem futebol magia? Lancem o Isco!


05/12/12

“Se nem Jesus Cristo agradava a todos, imaginem eu” José Mourinho

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EDITORIAL

INTERNET

Coordenação: Carlos Maciel e Francisco Baião Editor Chefe: Francisco Baião Direcção de arte e maquetização: Carlos Maciel Redação: Tiago Soares, João Sacramento, Pedro Martins, Bruno Sol Pinto, Pedro Pinto, João Silva, Francisco Gomes da Silva, Carlos Maciel, Nuno Pereira, Eduardo Pereira, Francisco Baião, José Lopes, Pedro Vinagreiro, Nuno Almeida Publicidade: Ricardo Sacramento

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