Jornal Dez #22

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

“CHEGA E SOBRA”

Nº22


“Joga-se melhor com 11... E se é com 12, melhor ainda” Di Stefano

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07/11/12


EMPATE QUE CHEGA E


07/11/12

E SOBRA zerozero Fotos: Getty Images

Está feito. O FC Porto está nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, depois do empate sem golos em Kiev, frente ao Dynamo. Não foi preciso um dragão de gala para resgatar o ponto necessário na Ucrânia, selando o primeiro grande objetivo da época dos azuis-e-brancos. Primeira parte sem grande história O FC Porto entrou no Estádio Olímpico de Kiev – que em julho consagrou a Espanha como bicampeã da Europa – a precisar de um único ponto para selar antecipadamente a passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Um objetivo que acresce de importância se se fizer um pequeno exercício de comparação com a temporada transata, na qual os dragões não passaram a fase de grupos. No entanto, o Dynamo Kyiv, com Miguel Veloso dono e senhor do meio campo defensivo, tratou de dar ao início de jogo uma nota de intensidade que deixou os dragões mais perto da sua área do que seria de esperar. Aos seis minutos, Oleg Gusev criou perigo junto à baliza de Helton, mas da pressão inicial não sobraria muito mais por parte dos ucranianos. Foi, na verdade, uma primeira parte sem grande história. O FC Porto – com Abdoulaye Ba no lugar de Maicon e Defour no de Fernando – pareceu sempre pouco assustado com as arrancadas frenéticas mas infrutíferas dos dianteiros do Dynamo Kyiv, e aos 35 minutos esteve mesmo perto do golo no melhor lance do primeiro tempo. James Rodríguez cruzou e Jackson Martínez cabeceou, para

defesa de Maksym Koval. Perigo de Varela e Helton a «irritar» Yarmolenko Aos 50’, Silvestre Varela superou o colega de equipa colombiano no nível de perigosidade, quando – também ele servido por James Rodríguez – rematou cruzado, de pé esquerdo, e fez a bola passar a poucos centímetros do poste esquerdo da baliza de Koval. Era um sinal portista no nascer do segundo tempo, que mostrou uma equipa portuguesa perfeitamente controladora das ações de um Dynamo Kyiv elétrico mas inofensivo. A melhor prova desta evidência esteve no pé esquerdo de Yarmolenko, aos 67 minutos. O internacional ucraniano apareceu em posição muito favorável para bater Helton, mas o remate saiu fraco e sem colocação; o guardaredes brasileiro dos dragões deitou-se calmamente e segurou sem sobressaltos. O mesmo duelo aos 71’ e 74’, com Yarmolenko a ver sempre Helton a impedir algo mais. A nota final escreve-se num registo, no mínimo, cómico. Aos 92 minutos, quando a equipa do Dynamo Kyiv cercava a área do FC Porto numa última tentativa para chegar ao golo, um adepto ucraniano acabou por invadir o relvado e, com isso, «matar» a última oportunidade do jogo. O FC Porto eleva com este empate a soma para 10 pontos em quatro jogos e garante desde já uma vaga nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. O Paris SaintGermain - próximo adversário está a um ponto dos dragões e é agora o concorrente pela vitória no Grupo A.


MAIS PERTO DO PRE


07/11/12

ECIPÍCIO Texto: Francisco Baião Fotos: Getty Images

A oitava jornada da Liga Zon Sagres terminava em Setúbal onde o Vitória local e o Sporting procuravam uma vitória que os fizesse saltar das últimas posições do campeonato, para uma posição na primeira metade da tabela classificativa, numa partida que tinha como grande aliciante a estreia do novo técnico leonino, o belga Franky Vercauteren. Para o jogo, e perante as ausências de Arias e Boulahrouz, o técnico belga devolveu a titularidade ao central Xandão e ao lateral Cédric, promovendo também os nomes de Labyad e Jeffrén ao lote de primeiras escolhas e, no banco de suplentes, estavam jogadores como Pedro Mendes, Elias, Capel e Betinho. O Sporting entrou em campo com a intenção de marcar um golo cedo e, no primeiro quarto de hora de jogo, a equipa leonina até conseguiu ter maior posse de bola e maior pendor ofensivo que os sadinos mas, por uma ou outra razão, a bola não chegava com perigo à área contrária. A partida animou a partir dos 20 minutos com Labyad em evidência do lado do Sporting ao falhar uma boa oportunidade logo no minuto 20 e a tentar solicitar Rojo com um passe para a área sadina aos 24’. O Vitória não deixou de responder com Pedro Santos, aos 21’ a obrigar Patrício a defesa atenta, naquilo que seria um pronuncio do golo que surgiria aos 27’ num lance em que, servido por Ney, remata para o fundo da baliza de Patrício, beneficiando de um ressalto em Rojo que, em desespero, procurava cortar o lance numa entrada de carrinho. O Sporting reagiu de imediato a mais uma adversidade e, aos 31’, mais uma vez Labyad, coloca, de calcanhar, em Insúa que atira para grande defesa de Kieszek. No último quarto de hora da partida, desapareceu Labyad e apareceu Jeffrén que nos últimos 5 minutos da primeira parte podia ter dado a volta ao marcador: primeiro, aos 41’, num lance de pura

magia, o espanhol atira ao poste e, logo depois, a passe de Schaars, o espanhol consegue mesmo o golo da igualdade com que se atingiria o intervalo. E se o primeiro tempo até foi interessante, o mesmo não se pode dizer do segundo com a qualidade do futebol jogado a cair muito por culpa do Sporting que não conseguiu repetir as boas indicações deixadas na primeira parte, sobretudo a partir dos 60 minutos. Até aí os leões conseguiram duas boas jogadas com Insúa primeiro e depois com Izmailov e Jeffrén a não conseguirem bater o guarda-redes contrário, com os anfitriões a responderem por Pedro Santos aos 56’. Aos 68’ o Vitória de Setúbal volta a colocar-se em vantagem com o remate vitorioso a caber a Meyong que, após passe de Cristiano, não perdoa no frente-a-frente com Patrício. Pouco depois, aos 76’, Miguel Lourenço vê o vermelho direto por entrada sobre Wolfswinkel e o jogo praticamente terminou nesse momento, uma vez que os sadinos começaram a preocuparse exclusivamente em defender e os jogadores do Sporting não se mostraram capazes de reverter a situação. Com este triunfo, o segundo dos sadinos no presente campeonato, o Vitória de Setúbal ascende à sétima posição com 10 pontos enquanto o Sporting soma a terceira derrota em oito jogos continuando com apenas 7 pontos, apenas um de vantagem sobre a linha de água e a dois da última posição. Os leões está já a 13 pontos da liderança e a 10 do terceiro lugar, ocupado pelo Sporting de Braga, adversário dos leões na próxima jornada em Alvalade.


A EUROPA NO M


07/11/12

MINHO Texto: zerozero Fotos: Getty Images

O estádio Axa, em Braga, veste hoje o fato de gala para receber o invicto Manchester United, em jogo do Grupo H da Liga dos Campeões (19h45), naquele que será o 300º jogo do United nas competições de clubes da UEFA. As grandes noite europeias voltam ao Minho O SC Braga volta a casa, após a derrota com o CFR Cluj na primeira jornada da competição (0x2), e tenta agora uma vitória histórica para o seu registo. Na memória dos adeptos ainda está o sucesso madrugador em Old Trafford, quando os guerreiros do Minho marcaram dois golos nos primeiros 20 minutos, antes de sucumbirem à recuperação notável dos britânicos, acabando por perder por 3x2. Aliado a isto, o conjunto minhoto começa agora a ter alguma experiência e bases sólidas resultantes das sucessivas (e proveitosas) presenças nas competições da UEFA.

por vencer por 2x3. United visita pela primeira vez a casa bracarense, Ferguson cumpre 26 anos no clube de Old Trafford Alex Ferguson, que cumpre o 26º aniversário aos comandos do Manchester United, vai tentar selar já a qualificação para os oitavos, mas não conta com os experientes médios Paul Scholes e Darren Fletcher, além de Phil Jones, Vidic e o médio japonês Kagawa. O SC Braga soma três pontos, conquistados no sempre complicado reduto do Galatasaray AŞ, enquanto que o Manchester United segue na liderança do Grupo H com o pleno (nove pontos em três jogos). O SC Braga recebe pela primeira vez o Manchester United em sua casa. Ainda assim, o registo recente dos minhotos ante clubes ingleses sugere que o ilustre visitante não vai ter tarefa fácil. Os bracarenses, recorde-se, não sofreram golos nas vitórias sobre Birmingham City FC (1x0), Liverpool FC (1x0), Arsenal FC (2x0) e Portsmouth FC (3x0) ao longo dos últimos cinco anos.

Já o Manchester United, que subiu ao primeiro lugar da tabela no campeonato inglês, já sabe o que o «outsider» é capaz, bastando lembrar como o Arsenal saiu vergado do Axa há duas épocas para esta mesma Já os «diabos vermelhos» somam Liga dos Campeões. cinco vitórias, dois empates e quatro derrotas em Portugal. De resto, De resto, este SC Braga costuma o conjunto de Alex Ferguson não obrigar os ingleses a renovar feitos. perde há quatro jogos, desde uma Por exemplo, a reviravolta operada derrota por 2x1 frente ao Benfica, pelo United há duas semanas em dezembro de 2005. constituiu a segunda ocasião em que a formação inglesa triunfou na Esta noite, escreve-se novo duelo prova depois de estar a perder por entre o antigo adjunto do antigo uma margem de dois golos. A outra “adjunto” (ou número dois) de ocasião em que tal se verificou Ferguson. Recorde-se que José ocorreu nas meias-finais da edição Peseiro foi adjunto de Carlos Queiroz, de 1998/99, diante da Juventus, num no Real Madrid, em 2003/04. jogo que o United também acabou


BENFICA

A IMPORTÂNCIA DE SER CARD


07/11/12

DOZO Eduardo Pereira Fotos: Getty Images

O

Benfica bateu o Vitória de Guimarães por 3-0, no passado sábado, mas a expressão do marcador não faz justiça à atitude combativa que os minhotos demonstraram durante o primeiro tempo. Lima e Cardozo, este último com um bis e uma assistência, selaram as contas de um jogo em que Jesus voltou a ver a sua equipa reduzida a dez. Amanhã, prova de fogo e sem margem para erros diante do Spartak de Moscovo. Depois da tranquila vitória em Barcelos, o Benfica recebeu o Vitória de Guimarães com dois objectivos em vista: o primeiro, fundamental, não deixar o F.C. Porto ganhar vantagem, depois da goleada azul-e-branca sobre o Marítimo; o segundo, de cariz anímico, dar seguimento à boa exibição assinada diante do Gil Vicente e continuar a demonstrar que a equipa está num crescendo de forma, ainda que privada de Luisão há quase dois meses. Jorge Jesus apresentou um onze inicial em tudo semelhante ao da jornada anterior, excepção feita ao lugar de médio criativo, entregue a Carlos Martins devido ao castigo aplicado a Enzo Pérez. Luisinho e André Gomes viram, dessa forma, premiadas as boas exibições que haviam rubricado no Minho, ao passo que Rodrigo voltou a ser relegado para a condição de suplente, fruto das indicações positivas que a dupla Lima / Óscar Cardozo tem evidenciado nos últimos encontros. O Vitória de Guimarães, por seu lado, apresentou-se na Luz num 4-3-3 pouco propenso a meras funções defensivas. De facto, até ao golo inaugural de Cardozo, ao minuto 36, foi possível observar que os visitantes procuravam equilibrar as operações sempre que possível, não permitindo ao Benfica

um domínio avassalador junto à área de Douglas. Artur foi mesmo o primeiro guarda-redes a intervir, evitando por duas vezes o golo vitoriano. Nas bancadas, percebia-se que o jogo poderia vir a ser mais complicado do que o incialmente previsto e foi, por isso, com compreensível sensação de alívio que os 31.500 espectadores festejaram o desvio de cabeça de Cardozo para o 1-0. Este golo teve o condão de tranquilizar a equipa, ajudando-a a levar a vantagem para o intervalo sem qualquer sobressalto. Já com André Gomes em campo, rendendo o lesionado Carlos Martins, o Benfica apresentou-se no segundo tempo de forma mais desinibida e, logo aos 48 minutos, beneficiou de uma grande penalidade por falta de Addy sobre Salvio. Fica, porém, a nítida sensação de que o argentino se deixa cair, à semelhança do que havia feito em lance com Douglas, na primeira parte. Cardozo, alheio a polémicas, atirou forte para o segundo da noite e da sua conta pessoal. O Vitória de Guimarães não mais voltou a encontrar a fórmula para importunar os encarnados e foi “desaparecendo” progressivamente de um jogo que, por essa altura, só uma série de infortúnios poderia fazer escapar ao controlo da equipa de Jorge Jesus. Foi, por isso, com naturalidade que, ao minuto 67, Lima apontou o 3-0, assistido por Cardozo, estreando-se a marcar no Estádio da Luz. Até ao final, nota apenas para a expulsão de André Gomes, a castigar falta muito dura sobre Leonel Olímpio e que vai afastar o médio benfiquista do encontro frente ao Rio Ave, no próximo domingo. Tolerância zero Hoje, pelas 19h45, o Benfica volta a jogar mas, desta vez, para a Liga dos Campeões, recebendo o Spartak de


Moscovo sem margem para qualquer deslize. Ocupando o último lugar do grupo G, com um ponto apenas, os encarnados estão obrigados a vencer se quiserem manter viva a ténue esperança de se apurarem para os quartosde-final da prova. Carlos Martins e Aimar, lesionados, são baixas confirmadas para este encontro, juntando-se a Luisão e Matic, ambos suspensos. Ainda assim, o técnico Jorge Jesus afirmou que está «confiante» para o embate com os russos, que vêm moralizados pela vitória alcançada no terreno do Krylya Sovetov, por 5-0. Recorde-se que Luisão cumprirá o quarto e último jogo do castigo que lhe foi aplicado nas competições europeias em função da sentença do “caso Fischer”. O central fica depois disponível para defrontar Celtic e Barcelona.


07/11/12

“Saem pretos de toda a parte como se fosse uma máquina de churros” Jesus Gil y Gil

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“A SIDA é como um cartão vermelho mostrado por Deus” Rabat Madjer, ex-jogador do FC Porto

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REPORTAGEM

07/11/12

FUTEBOL DE FORMAÇÃO Texto: Francisco Gomes da SIlva Fotos: Getty Images


P

ortugal está longe de ser um exemplo no que toca à aposta no futebol de formação. É verdade que já vivemos piores dias, contudo estamos afastados da realidade espanhola, inglesa e mais recentemente, o caso brasileiro. Atlético de Bilbau, Real Sociedade e Barcelona são as equipas de Espanha que jogam com mais jovens formados no clube, ou ‘canteranos’. O Atlético já fez alinhar 16 jovens esta época, o Real Sociedade 15 e o Barcelona 12. Em Inglaterra, o cenário é semelhante. Com o Manchester United a ser o principal apostador de jovens como é o caso de Rafael, Welbeck, Cleverley, Evans, entre outros. Especificando o caso brasileiro muitos são os casos de sucesso de jovens que desde muito novos assumiram um lugar e um papel crucial na equipa principal e cresceram com essa responsabilidade. Falo concretamente de Óscar, Ramires, Neymar, Ganso e Casemiro que desde muito novos pegaram de estaca na sua equipa e com a visibilidade que tiveram acabaram mesmo por dar o salto europeu, onde se afirmaram como valores seguros do futebol mundial. Alguns destes casos já figuram nos titulares da Selecção do Brasil, e isto demonstra o bom trabalho de base que tem vindo a ser realizado. Podemos comparar a situação portuguesa com a brasileira uma vez que se tratam dos dois finalistas do último Campeonato do Mundo Sub-20 realizado na Colômbia, em 2011. Uma questão que se torna bastante pertinente nos dias de hoje, é tentar perceber quais são os frutos do Mundial Sub-20 em Portugal. Poucos são os jovens portugueses que foram aproveitados nos seus clubes após o 2º lugar no Mundial. Mika, Nuno Reis, Tiago Ferreira, Sérgio Oliveira, Luís Martins e Júlio Alves jogam actualmente em equipas B’s como é o caso do Benfica, Porto e Sporting. Pelé e Danilo encontram-se a rodar em clubes de segunda linha como o Arsenal Kiev e Roda. Caetano perdeu espaço no Paços de Ferreira, em comparação com a altura de Rui Vitória. Saná ainda não ganhou o seu espaço na Académica e Nélson Oliveira que se afigurava como um dos próximos rostos

da Selecção principal, após a sua chamada ao Europeu de 2012, perdeu algum fulgor, sendo mesmo preterido por Éder do Braga. O empréstimo ao Deportivo da Corunha também não foi nada benéfico uma vez que podia estar a rodar num clube onde tivesse mais tempo de jogo e onde pudesse evoluir mais. Cédric, é o único vice-campeão que tem jogado com mais regularidade, uma vez que assumiu o lugar como lateral-direito do Sporting, contudo, face às más exibições Vercauteren pode prescindir de Cédric e apostar em Arias. No Brasil o cenário é tudo menos idêntico. Gabriel, guarda-redes titular, pertence actualmente ao Milan. Bruno Uvini e Juan Jesus, centrais, rumaram até Itália para representar o Nápoles e Inter de Milão, respectivamente. Gabriel Silva que repartiu a lateral-esquerda com Alex Sandro joga na Udinese. Coutinho que deixou muito a desejar na competição, é jogador do Inter de Milão. Por fim, Óscar já é uma referência no Chelsea. Estes dados, mostram que existe uma aposta efectiva nos jovens brasileiros e tal não se trata apenas de uma questão de qualidade como vimos no decorrer do Mundial. Acontece é que existe uma gestão completamente diferente da evolução dos jogadores nos dois países. Um jogador português para chegar a uma equipa principal com 18/19 anos, tem de ser realmente um portento técnico e táctico e quando assim é, o jogador é lançado entre os titulares sem haver antes um processo de integração e introdução à filosofia da equipa, o mesmo não acontece no Brasil. Os jovens são introduzidos aos poucos nas equipas para se integrarem e irem crescendo, sendo que no futuro são recolhidos frutos como podemos ver actualmente com alguns dos campeões mundiais a serem primeiras escolhas na Selecção principal do Brasil. Existem jovens portugueses de valor como é o caso de Rúben Ferreira, defesa-esquerdo de 22 anos do Marítimo. Cissé, avançado de 19 anos da Académica. Abel Camará, avançado de 22 anos do Beira-Mar. Lalkovic, extremo eslovaco de 19 anos do Vitória Sport Clube que está cedido pelo Chelsea. Flávio Ferreira, defesacentral, trinco e capitão com apenas 21 anos da


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Académica. Sami, extremo de 23 anos do Marítimo. Joãozinho, defesa-esquerdo de 23 anos do BeiraMar. Yohan Tavares, central de 24 anos que alinhou a época passada no Beira-Mar e agora representa o Standard Liège. Estes são alguns dos exemplos de jovens valores que jogam ou jogaram no nosso campeonato e que têm uma grande capacidade para vir a dar o salto e alinharem por equipas com outro tipo de ambição a nível nacional. Torna-se evidente que terá de haver uma aposta mais significativa na formação em Portugal, pois só assim conseguiremos garantir a sustentabilidade do futuro das nossas Selecções. Dada a actual conjuntura económica, o caminho ideal passa, sem dúvida, pela aposta efectiva em jovens portugueses.

O estabelecimento de um número mínimo de jovens formados num país nas convocatórias, poderá ser o caminho mais correcto a seguir mas para tal a FPF terá de agir. É altura de repensar o papel da FPF no futuro de Portugal pois corremos um sério risco de num futuro próximo, não termos Selecções minimamente competitivas.


“O futebol é um jogo imprevisível porque sempre começa 0-0“ Vujadin Boskov

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30 ANOS DE DEMOCRACIA CORINTHIANA


REPORTAGEM


07/11/12

Há 30 anos o Brasil sonhou com um país diferente. Invariavelmente, o futebol serviu de alavanca para as mudanças sociais que demorariam quase uma década a tornar-se eficazes. Pela mão reivindicativa de Sócrates, a Democracia Corinthiana despertou o mundo do futebol para o país real e marcou um antes e um depois na relação entre o beutiful game e a política. Democracia futebolística A natureza proletária do Timão, o clube com mais adeptos do Brasil, foi fundamental para o sucesso de uma iniciativa como a Democracia Corinthiana. De certa forma o povo não esperava que a ideia surgisse de clubes mais elitistas como o São Paulo ou Fluminense ou mais relacionados com minorias de imigrantes como os italianos do Palmeiras ou os portugueses do Vasco da Gama. O Corinthians era o único clube capaz de fazer de uma iniciativa individual um projecto colectivo. De certa forma, durante dois largos anos, o Brasil sentiu-se parte do Timão, uma herança que ficou para a posteridade graças ao carácter dinâmico e transgressor dos homens que transformaram uma ideia de liberdade na voz de um povo que encontrou o caminho para ser livre, depois de décadas de uma angustiante ditadura militar. O sucesso da Democracia Corinthiana não foi imediato e as suas reais consequências só se puderam comprovar anos depois. Mas a marca ficou. A de um clube capaz de desafiar o poder estabelecido onde antes mandava o medo, de o desafiar abertamente e não só no relvado, e um povo disposto a apoiar os seus ídolos utilizando o futebol como bandeira. Se o Brasil sempre foi visto aos olhos do mundo como um país de praia, samba e futebol, só o “jogo bonito” serviu um caminho para emendar os erros do passado e seguir em frente. Com o Corinthians e, por extensão, a selecção nacional de Telé Santana, os brasileiros encontraram a inspiração e a força para ser eles próprios e libertarem-se dos jugos e medos que tinham mandado na sociedade e no futebol do país na década anterior. Quando Sócrates e companhia lideraram o seu movimento o futebol brasileiro tinha-se divorciado totalmente da herança de Pelé e procurava uma assimilação aos padrões europeus que estava longe de dar o sucesso desejado. Inspirados no próprio ideário totalitário

da ditadura militar, o Brasil abandonou o seu perfume individual para apostar numa organização colectiva onde os artesãos davam lugar aos obedientes operários e a qualidade de jogo ressentia-se. Foi a década mais violenta, nos terrenos de jogo, e menos bem sucedida a nível internacional, tanto de clubes como de selecções. De certa forma, com este movimento, o Brasil redescobriu-se como país e o seu futebol reencontrou a sua alegria no terreno de jogo. O poder da auto-gestão A metamorfose que gerou a Democracia Corinthiana surgiu depois de uma das piores épocas da história do clube. Uma mudança de presidente trouxe novos ares na figura do presidente Waldemar Pires. Homem visionário, elegeu como director de futebol um sociólogo de esquerda, Adílson Alves, que colocou os focos na relação directa e pessoal com os jogadores, abandonando a gestão hierárquica anterior. A conexão de Adílson com os pesos fortes do vestuário foi imediata. Numa equipa onde jogavam futebolistas como Sócrates, Casagrande ou Wladimir, figuras com uma consciência social importante, a mistura tornou-se explosiva. Semanas depois de tomar posse do cargo, Adílson chegou à direcção com uma proposta inédita para gerir a equipa: auto-gestão. Tudo seria decidido com base em votações onde tomavam parte os jogadores, o staff técnico, a directiva e direcção desportiva. Todos com votos iguais, todos com o objectivo comum de devolver o clube às vitórias e, ao mesmo tempo, passar uma imagem de organização política e social para o exterior provando que era possível vencer representando tudo aquilo que era oposto ao que o governo da Junta Militar defendia. Nada era feito de forma unilateral Contratações, vendas, renegociações de contractos, conferências de imprensa, tudo era discutido de forma animada em reuniões que se prolongavam pela noite entre cerveja, charutos e música popular brasileira. Nesta utopia socialista a publicidade, ou melhor, a auto-publicidade, teve um papel fundamental. O Corinthians tornou-se no primeiro clube a utilizar patrocínios na camisola principal e fê-lo com palavras de ordem que desafiavam o poder político de


REPORTAGEM

forma evidente. Washington Olivetto, que foi quem realmente esteve por trás do termo “Democracia Corinthiana” surgiu com várias frases fortes que foram rapidamente adoptadas pelo público e transformaramse nos gritos de ordem nas manifestações que se começavam a formar espontâneamente ”Directas já”, “Quero Votar para Presidente” ou “Perder ou Ganhar mas com Democracia” tornaram-se no símbolo de um movimento que forçava o poder político a convocar eleições livres para a gestão do país. No terreno de jogo o modelo de auto-gestão começava igualmente a dar os seus trunfos e o Corinthians voltava às vitórias, vencendo o Campeonato Paulista e, sobretudo, eliminando as dívidas que tinha acumulado a gestão anterior. Começava a chegar a hora da verdade para a Democracia Corinthiana. O papel do Doutor Sócrates Sócrates tornou-se no grande símbolo individual do movimento. Filho de um amante de filosofia, médico formado e libertário ideológico, o “Doutor”, como era conhecido, tornou-se não só no lider espiritual do movimento como a sua representação perfeita em campo. Juntamente com Telé Santana, transladou o modelo à selecção brasileira e ao lado de Zico e Falcao, formou um meio-campo memorável que passou para a posteridade como uma das melhores selecções que não venceram um Mundial, quando em pleno auge do movimento partiram para Espanha. Sócrates queria transformar a vitória no Mundial num desafio directo ao regime mas a derrota precipitou os acontecimentos.

a aparecer em todas as camisolas associadas ao Timão. Era a data das eleições municipais e federais, uma oportunidade única para desafiar o poder político dos militares. O próprio jogador ameaçou com mudar-se para o futebol europeu se as eleições resultasse numa vitória do governo da Junta. A derrota levou Sócrates a cumprir a promessa e assinar pela Fiorentina enquanto Casagrande mudou-se para o São Paulo. Um ano depois, no entanto, Sócrates voltou para lutar pelo seu movimento. Novas eleições para a presidência apresentavam Adílson Alves como o presidente do movimento contra um candidato do regime militar. A derrota de Adílson e, uns meses depois, a rejeição da Emenda Dante de Oliveira, que solicitava a convocação de presidenciais de forma directa, foi o ponto final da Democracia Corinthiana. O movimento desfez-se, Sócrates transferiu-se para o Santos mas o regime brasileiro da Junta Militar também estava perto do fim. O movimento tinha alertado de forma definitiva a consciência popular e um golpe de estado interno, em Brasília, levou à presidência Tancredo Neves, o primeiro eleito não militar, que abriu as portas para a democratização definitiva do Brasil que aconteceu, efectivamente, em 1990 com a eleição directa de Fernando Collor de Mello. Curiosamente, esse foi o ano onde o Corinthians venceu, pela primeira vez na história, o Campeonato do Brasil.

Dois eventos tão dispares e tão unidos, unidos na memória de um movimento que despertou o futebol e a consciência moral do país, um movimento que desafiou todos os medos e poderes do Brasil e tornouse no símbolo mais evidente de como o futebol pode influenciar profundamente a vida política de uma Ao regressar ao Brasil, o clube apostou uma vez mais nação. na pressão popular e a frase ”Dia 15 vote” passou


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“Trabalho como um preto, para viver como um branco” Samuel Eto’o


INTERNACIONAL

PREMIER LEAGUE Tiago Soares Fotos: AP

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equipa que sai da jornada do fim-de-semana com mais razões para celebrar é, sem dúvida alguma, o Manchester United. Venceu, convenceu e ultrapassou o Chelsea., aproveitando para se distanciar do seu rival City. Mas vamos começar pelo início. O United recebeu o Arsenal no primeiro jogo de van Persie contra a sua anterior equipa e, talvez por esse mesmo motivo, aos três minutos Vermaelen decidiu cortar um cruzamento de Rafael na direcção do seu antigo colega, permitindo-lhe um remate colocado que pôs o United na frente do marcador. A partir daí, assistiu-se ao normal jogo de parada e resposta inglês até chegarmos aos 44 minutos, em que o árbitro assinalou um pénalti a favor do United e que Rooney se encarregou de falhar, atirando a bola para fora. Aos 66 minutos, Rooney redimiu-se ao cruzar a bola direitinha para a cabeça de Evra, que fez o 2-0 para os “red devils”. Três minutos depois, Wilshere (que voltou há pouco tempo de grave lesão à equipa do Arsenal) foi expulso e, curiosamente, os “gunners” começaram a jogar melhor; infelizmente para os seus adeptos, a única coisa que conseguiram foi um golo de consolação aos 94 minutos por Santi Cazorla (jogador que havia

feito o pénalti que Rooney falhou), no último remate do jogo. 2-1 foi o resultado final de um jogo emotivo mas nem sempre muito bem jogado. O Chelsea entrou em campo em casa do Swansea pressionado pela vitória do United e não conseguiu melhor que um empate. Mas os “blues” começaram em força e tentaram chegar à vantagem o mais rapidamente possível, tendo mesmo uma boa oportunidade logo aos 15 minutos após um canto desviado ao primeiro poste por Torres e que Ivanovic não conseguiu desviar com sucesso. Já na segunda parte, aos 60 minutos, Hazard obrigou o guarda-redes do Swansea à defesa da tarde após um livre bem cobrado e do canto resultante chegou o golo do Chelsea: cabeceamento de Cahill e desvio subtil de Moses já na pequena área. Todas as probabilidades e o histórico desta Premier League davam a vitória do Chelsea como natural, mas sabemos que o futebol não é uma ciência exacta. Aos 74 minutos, o Swansea assustou pela primeira vez Petr Cech a uma defesa apertada após um cruzamento-remate de Dyer; aos 87, e após uma boa jogada de entendimento, Hernandez (ex-Valência) marcou mesmo o


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1-1, dando alguma justiça ao resultado e deixando o Chelsea em segundo lugar. O West Ham recebeu o campeão inglês Manchester City e conseguiu manter o 0-0 até final do jogo para desilusão dos fãs dos “citizens”. Sem Vaz Tê, ainda lesionado, o West Ham teve um golo mal anulado, por fora-de-jogo, logo aos quatro minutos de Kevin Nolan (Dzeko estava a colocar o avançado seu oponente em jogo). A equipa da casa continuou a pressionar e Benayoun enviou mesmo a bola à trave num remate de primeira já dentro da área ao passar dos 18 minutos e parece que só aí o City “acordou”. Aos 32 minutos, Balotelli falhou escandalosamente a dois metros da baliza o desvio e o domínio dos campeões continuou até ao intervalo e também no segundo tempo. No entanto, foram os “hammers” que iam marcando, aos 57 minutos, novamente por Nolan. Aos 67 minutos, Barry podia ter feito o golo inaugural para o City, após ter dominado a bola com o braço e a falta não ter sido sancionada, mas enviou a bola ao lado no que foi o lance mais perigoso até final. O Tottenham, já depois de ter sido eliminado da Taça da Liga a meio da semana num jogo cheio de peripécias e azares, teve mais um jogo para esquecer, desta vez para a Premier League. O Wigan deslocou-se a White Hart Lane e fez por merecer a vitória,

tendo inclusivamente as melhores oportunidades em todo o jogo (defendidas praticamente todas por Brad Friedel) e dando uma prova cabal de competência. Friedel, no entanto, não conseguiu impedir o golo de Watson, aos 56 minutos e após um canto, defendendo o esférico já bem dentro da sua baliza. McCarthy foi o herói do jogo dos visitantes ao salvar uma bola em cima da linha (aos 67 minutos), no que foi o momento em que o Tottenham mais se aproximou do empate. Até ao final, nada que Villas-Boas e a sua equipa fizeram chegou e o Wigan saiu mesmo de White Hart Lane com os três pontos. Destaque ainda para o Everton, que subiu para o quatro posto com o empate no campo do Fulham (2-2). Classificação: 1 Man. United (24 pontos) 2 Chelsea (23 pontos) 3 City (22 pontos) 4 Everton (17 pontos) 5 Tottenham (17 pontos)


BUNDESLIGA João Silva Fotos: AP

Na sexta-feira à noite, a surpresa da prova, o Eintracht Frankfurt recebeu e empatou com Greuther Fürth a uma bola, numa partida que marcou o reencontro entre dois promovidos à Bundesliga em 2011/2012. O desafio começou logo com o golo dos homens da casa. Estavam decorridos apenas 24 segundos. Esta entrada fulgurante não teve sequência e os visitantes foram subindo de produção, chegando justamente à igualdade. Não fosse o guardião da casa, o resultado podia ter sido pior. No final, a divisão de pontos aceita-se perfeitamente. Com 20 pontos, o Eintracht de Frankfurt mantém o 3º lugar. Depois de um início de época fantástico, os pupilos de Armin Veh caíram de produção. Contudo, ainda são a surpresa da prova. Os visitantes, por seu turno, somam o terceiro empate seguido, mas continuam abaixo da linha de água. Ocupam o 17º posto com 7 pontos. No sábado à tarde, o campeão Borussia Dortmund recebeu e empatou a zero com um dos seus adversários mais temíveis, o Stuttgart, que já vencera por 12 vezes naquela cidade. Os jogadores de Jürgen Klopp tiveram sempre o domínio dos acontecimentos e, não fosse a falta de eficácia, poderiam ter levado de vencida uma formação que se fechou bem na sua defesa e que procurou explorar o contra-ataque. Depois do desafio, o bi-campeão germânico tem agora 16 pontos e é 5º, a onze pontos do líder

Bayern de Munique. O Estugarda tem 13 pontos e encontra-se em 10º, a um ponto dos lugares europeus. À mesma hora, o Borussia Mönchengladbach recebeu e empatou a um com o atrevido Freiburg, que, contudo, não vence naquele estádio desde 1995. Depois de uma primeira parte de baixo nível, as oportunidades apareceram no segundo tempo. Depois dos golos, os visitados adormeceram e permitiram a resposta dos homens de Christian Streich, pelo que o empate se ajusta perfeitamente. No final, os homens de Lucien Favre somam 13 pontos e estão em 11 º lugar. O adversário de hoje tem menos um ponto (12) e ocupa o 12º posto. Depois de ter perdido uma invencibilidade de 22 jogos da Bundesliga em casa, o Hannover 96 recebeu e venceu o aflito Augsburg por 2-0.Num jogo que não foi muito vistoso, os visitados, sem o português Sérgio Pinto, foram superiores perante um adversário claramente mais fraco e que nunca conseguiu causar perigo. Com este resultado, os homens de Mirko Slomka têm agora 14 pontos e subiram novamente aos lugares europeus, dado que se encontram em 6 º lugar. Do outro lado, os visitantes têm 6 pontos e encontram-se no 18º posto, assumindo novamente a lanterna vermelha da competição. Uma semana depois da maior vitória da época, alcançada no terreno do Fortuna Düsseldorf, o Wol-


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fsburg voltou às derrotas, desta feita, no terreno do também aflito Nürnberg por 1-0, que pôs assim termo a uma série de seis jogos sem vencer e que alcançou a primeira vitória em casa esta época. As equipas começaram muito bem, mas perderam rapidamente a clareza no seu jogo. Ainda assim, os visitados mereceram o triunfo, tendo agora 11 pontos e estando em 14º lugar. Os visitantes retomaram a situação das últimas semanas e somam apenas 8 pontos, mantendo o 16 º posto. À mesma hora, o Hoffenheim recebeu e venceu o Schalke 04 por 3-2, garantindo assim que os visitantes passam mais uma temporada sem conseguir a primeira naquele estádio. Este foi o primeiro triunfo oficial de Wiese pelo Hoffenheim. Num bom jogo de futebol, a equipa da casa foi inteiramente dominada pelo adversário, que, apesar das muitas oportunidades, não conseguiu concretizar e foi obrigado a correr sempre atrás do prejuízo. Apesar da vitória desta jornada, o Hoffenheim navega num dececionante 13º posto com 11 pontos. Por outro lado, os homens de Huub Stevens não perdiam há cinco jornadas. Nesta altura, embora tenham escorregado, são o maior perseguidor do Bayern Munique, uma vez que estão em 2º lugar com 20 pontos. Apesar dos sete pontos de atraso, os Knappen mantêm o sonho de vencer a prova 54 anos depois. Ao final da tarde de sábado, o líder Bayern de Munique visitou e venceu por 0-3 um Hamburgo que estava em clara ascensão nas últimas semanas. Num confronto Norte-Sul, os homens de Munique tinham contra si o facto de não vencerem em Hamburgo há seis épocas. Ainda assim, apesar do melhor início pertencer ao Hamburgo, o Bayern de Munique rapidamente tomou as rédeas do jogo, controlando todos os acontecimentos. Após a partida, o Bayern de Munique continua líder com 27 pontos. Por seu turno, os pupilos de Throsten Fink já respiram melhor do que no início da época, tendo 13 pontos e ocupando o 9º lugar. No domingo, disputaram-se as duas últimas partidas da ronda. Ao início da tarde, o Bayer Leverkusen, motivado pela vitória em Munique 23 anos depois, recebeu e venceu por 3-2 o vizinho Fortuna Düsseldorf, em clara queda livre em termos de produção e de classificação. Em mais um Rheinderby (derby do Reno), os homens da casa dominaram por completo as operações e venceram de forma inteiramente justa, embora tenham permitido uma resposta na parte final do encontro. No final, os visitados somam 18 pontos e ocupam o 4º lugar, mantendo as aspirações por um lugar de acesso à Liga dos Campeões. Do lado contrário, o treinador Meier tem muito trabalho para evitar a despromoção. Neste momento, o Fortuna tem 10 pontos e está no 15º posto. Depois de um empate decepcionante frente ao Greuther Fürth na última jornada, o Werder Bremen

recebeu e venceu por 2-1 um Mainz que estava claramente em subida de forma. Os visitados tiveram mais posse de bola, mas foram os visitantes quem dispôs de mais ocasiões para marcar. Ainda assim, a vitória caseira não é totalmente injusta. Com este resultado, o Werder Bremen ficou com 14 pontos e está no 7º lugar, mantendo-se no encalce dos lugares que dão acesso à Liga Europa. O Mainz continua a fazer um bom campeonato. Com 14 pontos, a equipa de Thomas Tuchel está em 8º lugar, imiscuindo-se também na luta pelos lugares europeus, Na 10ª jornada, houve 5 vitórias e 3 empates. No total, marcaram-se 23 golos, o que dá uma média de 2,56 por partida. Em termos de assistências, a média de espectadores ficou nos 45 325 por desafio. Em relação aos destaques individuais, o melhor marcador da competição é Mandzukic, do Bayern de Munique, com 8 golos, seguido por Szalai, do Mainz, com o mesmo número de tentos, e de Alexander Meier, do Eintracht Frankfurt, com 7 golos. O guarda-redes menos batido é Manuel Neuer do Bayern de Munique com 4 golos sofridos.


INTERNACIONAL

FRANÇA - LIGUE 1 Tiago Soares Fotos: AP

O

PSG perdeu em casa nesta jornada da Ligue 1 e teve, pela primeira vez, uma “traição” de Zlatan Ibrahimovic. O St. Etiénne deslocou-se ao Parque dos Príncipes de peito aberto e pôs em respeito o líder da liga francesa, contando com um endiabrado Aubameyang a partir da segunda parte. A primeira parte do jogo foi morna e teve poucas razões para captar a atenção dos espectadores, mas a segunda parte, por outro lado, foi cheia de emoção. Começou com o golo na própria baliza da Sakho após bela jogada de Aubameyang e continuou com o vermelho directo aos 71 minutos após uma entrada verdadeiramente descontrolada sobre o guarda-redes adversário. Passados dois minutos, Aubameyang aproveitou uma perda de bola infantil da defesa do PSG para fazer o 2-0, tornando-se a figura do jogo para o St. Etiénne e praticamente selar a primeira derrota do PSG para o campeonato. Hoarau ainda conseguiu reduzir, aos 88 minutos, para a equipa da capital, mas não foi o suficiente para a equipa reduzida a 10 unidades conseguir o empate e manter a liderança isolada. O Toulouse e o Marselha tinham, portanto, a oportunidade de alcançar o PSG na liderança da Ligue 1. Começando pelo primeiro, a equipa de Djaló contava com uma deslocação complicada ao reduto de um Bordéus ferido no orgulho após a derrota da sema-

na passada contra o Bastia. E o jogo foi complicado para os visitantes, que se viram pressionados desde o início por um Bordéus audaz e a jogar um futebol atraente que só teve paralelo na exibição excelente do guarda-redes do Toulouse. A segunda parte foi toda no mesmo registo (sentido único para a baliza do Toulouse) e, mal Djaló saiu (exibição apagada), o Bordéus marcou numa jogada em que Gouffran escapou à armadilha do fora-de-jogo de forma notável. 1-0 para o Bordéus, resultado que se manteve até ao fim da partida e que se ajusta perfeitamente ao futebol praticado por ambas as equipas. O Marselha deslocou-se até ao terreno do Ajaccio com a expectativa de chegar à liderança em conjunto com o PSG. No jogo deste fim-de-semana, até foi a equipa da casa que teve a melhor oportunidade da primeira parte, mas Mutu não conseguiu dominar a bola em condições para preparar o remate; já na segunda parte, o Marselha começou a pressionar em aos 55 minutos, Andre Ayew fez o golo após uma jogada de insistência da equipa. Mutu, sempre ele, ainda tentou dar a volta ao resultado mas o outro Ayew da equipa marselhesa, Jordan, fez o segundo golo já aos 87 minutos numa bela jogada de Valbuena, concluída com classe pelo avançado ganês. Assim, o Marselha subiu ao topo da Ligue 1 em conjunto com o rival parisiense e ainda conta


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com menos um jogo - recorde-se que Marselha e Lyon têm, neste momento, menos um jogo que o clube parisiense devido às condições climatéricas do fim-de-semana passada.

Nota final para o Montepellier, que empatou em Troyes a uma bola, e para o Valenciennes, que está empatado no 5º lugar com o St. Etiénne e o Bordéus mercê da vitória por 3-1 ao Sochaux.

O Lyon, crónico candidato, venceu também a sua partida desta semana. A “vítima” foi o Bastia, que se viu a perder logo aos quatro minutos com um golo de Gonalons e aos, 26 minutos, Lacazatte fez o 2-0 num golo de ângulo reduzidíssimo. E quando tudo parecia encaminhado, eis que o Bastia empata em apenas quatro minutos: aos 28 minutos, Khazri fez o 2-1 (um belo golo de ângulo apertado também) e, aos 32 minutos, Rothen empatou a partida de penalti, num lance bastante contestado pelos lioneses e em que Lovren ainda foi expulso. Este era o resultado ao intervalo e manteve-se até aos 56 minutos, quando Harek derrubou o lionês Lacazette na área e foi expulso, dando origem ao pénalti da vantagem do Lyon. Lisando Lopez fez o 3-2 e a partir daí o jogo tornou-se repartido, mas com ascendente da equipa da casa, que fez dois golos já depois dos 90 minutos: primeiro um golo de excelente execução técnica de Briand aos 92 e, aos 95 minutos, foi Malbranque com um pénalti em que foi bafejado pela sorte. O Lyon colocou-se, assim, a apenas um ponto dos líderes.

Classificação: 1 PSG (22 pontos) 2 Marselha (22 pontos) 3 Lyon (21 pontos) 4 Toulouse (19 pontos) 5 Valenciennes (18 pontos)


INTERNACIONAL

SERIE A Tiago Soares Fotos: AP

Para a Juventus, campeã italiana, a semana que passou foi agridoce. Se bem que mantém o primeiro lugar isolado da Serie A, após a dupla jornada desta semana tem agora apenas um ponto de vantagem sobre o segundo classificado – a equipa da semana em Itália, o Inter. Na quarta-feira, a Juventus venceu o Bolonha no Delle Alpi por duas bolas a uma num jogo que acabou de forma imprópria para cardíacos. Sempre com o seu bom futebol, a Juventus não conseguiu chegar à vantagem até aos 54 minutos, altura em que Quagliarella fez finalmente o 1-0. No entanto, aos 74 minutos Taider empatou a partida e tornou a missão dos “bianconeri” mais complicada, pois a aguerrida equipa de Bolonha queria roubar pontos à “vecchia signora” e só soçobrou aos 92 minutos quando Pogba fez um belo golo e selou o triunfo da campeã italiana por 2-1, mantendo a “almofada” de quatro pontos para o rival da jornada seguinte – o Inter. A equipa “nerazurra” venceu, também de forma sofrida, a Sampdoria no Giuseppe Meazza por 3-2 apesar de ter sido a equipa de Génova a marcar primeiro (Munari, aos 20 minutos), dando a ideia

que iria ser feliz no mesmo estádio por duas vezes na mesma época (já havia vencido o Milan há algumas jornadas atrás). O Inter não baixou os braços e pressionou, mas só chegou ao empate já no decorrer da segunda parte com um golo de pénalti de Milito (aos 52 minutos), tendo Rodrigo Palacio dado a volta ao marcador aos 69 minutos. Merecida já a vantagem do Inter, que ainda conseguiu aumentar a mesma aos 81 minutos pelo nosso velho conhecido Guarín (ex-FC Porto) e pôde, finalmente, abrandar um pouco. Mas tanto abrandou que Éder ainda fez o 3-2 aos 94 minutos, golo insuficiente para a Sampdoria salvar sequer um ponto deste jogo. Neste sábado, jogo grande entre Juventus e Inter. E, aos 20 segundos, a Juventus já vencia (!) com um golo de Vidal a aproveitar um passe/remate de Asamoah que, para não variar muito de alguns dos últimos jogos da Juventus, sai da posição de fora-de-jogo. Andanovic salvou o Inter um pouco mais tarde defendendo com categoria um remate fantástico de Marchisio dentro da área após um passe magistral de Pirlo e, durante a primeira parte, as melhores oportunidades foram sempre da equipa da


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casa. Na segunda parte, o Inter começou a crescer e chegou com naturalidade ao empate com um pénalti bem assinalado sobre Milito que o próprio se encarregou de converter (59 minutos). Passados cerca de 15 minutos, o Inter deu a volta ao marcador: jogada individual de Guarín (decisivo!) e golo, na ressaca, do mesmo Milito – aproveitando um cansaço e uma equipa “adormecida” da Juventus. Até ao final a Juventus não foi tão esclarecida quanto isso a fazer o pressing e, num contra-ataque aos 89 minutos, Nagatomo fez a jogada que permitiu a Palacio tirar as dúvidas sobre quem ia levar pontos neste jogo. Refira-se, para concluir, que desde 15 de Maio de 2011 que a Juventus não perdia (sendo que a última equipa a vencer a “vecchia signora” foi o Parma) e que o campeonato está relançado em Itália, com o Inter a apenas um ponto da Juventus. O Milan conseguiu ter uma dupla jornada positiva para o ano horrível que está a ter. Na terça-feira empatou 2-2 em Palermo após ter estado a perder 2-0 com a equipa de Miccoli (que até marcou o primeiro golo da sua equipa). O segundo golo do Palermo foi marcado aos 47 minutos por Brienza e só nos 30 minutos finais veio a reacção dos “rossoneri”, com golos de Montolivo aos 69 minutos e de El-Shaarawy aos 81. No fim-de-semana, finalmente um motivo para sorrir para os adeptos do Milan: 5-1 ao Chievo em casa e consequente subida na classificação (10º

lugar)! Emanuelson, Montolivo, Krkic, El-Shaarawy (melhor marcador da Serie A) e Pazzini fizeram os golos da equipa de Milão, de nada valendo o golo de Pelissier para atenuar a derrota do Chievo. No entanto, é de referir que a equipa do Milan continua a não parecer nada entrosada e fez mais uma exibição q.b.. Para terminar, Nápoles e Lazio atrasaram-se um pouco na corrida pela Serie A, contrastando com a subida de produção da Fiorentina. A equipa napolitana perdeu com a Atalanta por 1-0 na quarta-feira e deixou-se empatar no fim-de-semana (1-1 com o Torino, com o “toro” a chegar à igualdade já no período de descontos). A equipa “laziale” empatou com o mesmo Torino a uma bola na jornada do meio da semana e foi atropelada pelo Catania por 4-0 no fim-de-semana. Por seu lado, a Fiorentina averbou duas vitórias: 1-0 em Génova com a equipa homónima da cidade na quarta-feira e 4-1 em casa com o Cagliari no sábado. Classificação: 1 Juventus (28 pontos) 2 Inter (27 pontos) 3 Nápoles (23 pontos) 4 Fiorentina (21 pontos) 5 Lazio (19 pontos)


MIÚDO MARAVILHA

ANDRÉ GOMES Texto: Pedro Martins Fotos: google.com

Como tudo na vida, também no futebol muitas vezes o talento está mesmo ali ao descoberto, mas nem sempre se vê à primeira como o caso de André Filipe Tavares Gomes. Este jovem jogador de 19 anos é natural do Porto onde começou a dar os primeiros toques com 12 anos no maior clube da cidade, o F.C. Porto. Jogou lá 3 épocas onde se tornou capitão de equipa, mas que mesmo assim acabou por se ter que transferir para o Pasteleira depois de ter sido dispensado. Depois de uma época no Pasteleira transferiu-se para o Boavista, um histórico da cidade do Porto, e após 2 épocas foi contractado pelo Benfica, para onde se transferiu com 18 anos integrando o plantel júnior da equipa, onde também se tornou capitão de equipa. Na presente época 2012/2013, começou na recém-formada equipa B do Benfica, que disputa a segunda divisão Portuguesa. Conquistou o seu lugar no meio-campo, tornando-se importante na estratégia da equipa contribuindo com 3 golos em 7 jogos. As suas boas exibições, juntamente com as transferências, as lesões e os castigos da equipa principal, fizeram com que fosse chamado por Jorge Jesus, para disputar um jogo na taça de Portugal onde entrou e só precisou de 7 minutos para marcar o seu primeiro golo com a equipa principal. Mostrou-se e tornou-se escolha frequente nos convocados, tendo sido titular num jogo para o campeonato principal, onde coroou a sua boa exibição com mais um golo. É chamado para as camadas jovens da selecção Lusa desde os sub-17, participando no europeu de sub-19 onde marcou dois golos. Este talento Português, joga a médio-centro, podendo jogar a 6, mas destacando-se mais a 8, muito pela sua qualidade de passe, toque e remate. É um jogador muito alto, com muita disponibilidade física, muito evoluído tecnicamente, joga bem com os dois pés, muito calmo mas forte no confronto físico. Consegue equilibrar a sua equipa com as suas movimentações e com recuperações de bola sempre a por os seus colegas a jogar com a bola redondinha. Possui uma personalidade afincada, forte, respeitável e naturalmente de líder. Apesar de muito jovem e pouca experiência mostrase muito maturo assumindo sem medo o seu lugar no meio-campo de um dos grandes do futebol Português. Quando o talento, o trabalho árduo e a humildade se juntam, os frutos acabam por surgir em formas de oportunidades, assim como aconteceu com André Gomes, um miúdo maravilha do hoje para o amanh


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“Pisa-o, pisa-o! Ao inimigo nem água“ Bilardo, ex-treinador

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EDITORIAL

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Coordenação: Carlos Maciel e Ricardo Sacramento Editor Chefe: João Sacramento Direcção de arte e maquetização: Carlos Maciel Redação: Tiago Soares, João Sacramento, Tiago Jordão, Pedro Martins, Bruno Gonçalves, Ricardo Sacramento, João Silva, Francisco Gomes da Silva, Carlos Maciel, Nuno Pereira, Francisco Baião, José Lopes, Pedro Vinagreiro Publicidade: Ricardo Sacramento

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