Jornal Dez 27

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

“DIGNO DE ÓSCAR”

Nº27


“Jogamos como uma galinha sem cabeça” Toschack

publicidade@jornaldez.com


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DIGNO DE Ó

Te


ÓSCAR

exto: Eduardo Pereira Fotos: Getty Images

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Sporting entrou bem - muito bem! - frente ao Benfica e ganhou vantagem à meiahora de jogo. Só que, a partir daí, a superioridade encarnada não mais deu espaço aos leões para se organizarem e, na segunda parte, dois golos e “meio” de Cardozo ajudaram a cavar o fosso entre as equipas para 18 pontos. O Sporting mostrou coragem, atitude e empenho mas, quando foi necessário, o Benfica provou ser mais equipa e puxou dos galões para se manter no topo da Liga.

acesso às competições europeias. Isto, claro está, sem perder de vista Sp. Braga e Rio Ave na luta pela Liga dos Campeões. Em comparação com o onze que alinhou frente ao Videoton, Vercauteren realizou mudanças substanciais na equipa, algo que era de esperar, dado que o jogo para a Liga Europa, com o Sporting já eliminado, servira para rodar alguns elementos menos utilizados. Dessa forma, Rui Patrício regressou à baliza, tendo à sua frente um quarteto composto por Dier, Boulahrouz, Rojo e Insúa. No meio campo, Elias, Em Portugal, raro é o clássico ou Rinaudo, Carrillo, Pranjic e Capel e, derby que não começa com polémica na frente de ataque, o holandês van ou desentendimentos. O desta Wolfswinkel. semana não foi diferente, tendo o adiamento do Sporting-Videoton, Em posição muito mais confortável, para a Liga Europa, servido de o Benfica apresentava-se no terreno rastilho à questão. Obrigados a do histórico rival com 15 pontos de descansar menos 24 horas, os leões vantagem, algo que nunca antes socorreram-se dos regulamentos havia sucedido. A jornada europeia para alegar que o encontro com o em Barcelona, ainda que culminando Benfica deveria também ser adiado, no afastamento da Champions, tinha pretensão com que o clube da Luz deixado a ideia de que os encarnados disse, desde logo, não concordar. estão a praticar bom futebol mas, Sem que as direcções dos em simultâneo, demonstrou que respectivos emblemas chegassem a há ainda debilidades no grupo de acordo e dado que, afinal, as leis não Jorge Jesus, as quais acabaram por obrigavam à alteração do calendário, impedir a vitória em Camp Nou e, a data manteve-se e o 146º derby consequentemente, o apuramento de Alvalade jogou-se na noite da para a fase seguinte. Ainda assim, passada segunda-feira. a turma da Luz ia a Alvalade com o O Sporting, vindo de uma vitória (a objectivo único de vencer e manterúnica) para a Liga Europa, apostava se na liderança da Liga, a par com o em erradicar a crise de resultados F.C. Porto. que tem assolado a equipa esta Jesus não mexeu muito no onze, época, tanto mais que os encontros por comparação com o que tinha diante do Benfica costumam ter um apresentado em Barcelona, apesar forte efeito moralizador no grupo do desgaste causado pelo encontro de trabalho e na massa adepta. Em frente aos catalães. O técnico termos pontuais, muito longe do encarnado realizou um pequeno duo da frente da tabela, a formação ajuste táctico, abdicando do segundo de Vercauteren procurava segurar trinco, e trocou três peças: devolveu a oitava posição e, dessa forma, a titularidade a Cardozo, lançou manter-se colada aos lugares de Jardel no eixo da defesa (Luisão



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não recuperou de lesão) e apostou em Salvio para a direita do ataque, retirando Nolito. O alinhamento inicial era, então: Artur; Maxi, Jardel, Garay, Melgarejo; Matic; Salvio, André Gomes, Ola John; Lima e Cardozo. Perante uma notória motivação acrescida da equipa leonina, entrou mais acutilante o Benfica, conseguindo acercar-se de forma mais frequente da área sportinguista. Os homens da casa não se deixaram desorientar, mantendo uma pressão constante sobre o portador da bola e conseguindo sair em rápidos contra-ataques, tentando apanhar a defesa do Benfica em desequilíbrio. Aos 9 minutos, Artur protagonizou a primeira grande defesa da noite, ao desviar para canto um forte livre directo de Insúa, e foi aqui que o sentido do jogo começou a mudar. Capel era um dos elementos mais activos do Sporting, muito solícito tanto a atacar como a defender, e era por ele que passavam quase todas as iniciativas dos leões, que estavam a encontrar muito mais espaço para ensaiar rápidas ofensivas, ao passo que o Benfica se mostrava algo inadaptado a este futebol mais directo. Ainda a pagar a factura da alta rotação em Barcelona, notava-se que as transições encarnadas eram mais lentas que as do Sporting e a aproximação à área de Rui Patrício foi-se tornando cada vez mais rara. Matic, ao ser incumbido de dar início a grande parte dos lances de ataque dos visitantes, demonstrava que André Gomes não estava a ter o efeito esperado como organizador de jogo, perdendo frequentemente os duelos em que se envolvia. O Sporting apercebia-se disso mesmo e aproveitava para desorientar ainda mais o adversário, apostando nas rapidíssimas incursões ora de Wolfswinkel, ora do inevitável Capel. À passagem da meia-hora, foi precisamente uma combinação entre ambos que abriu caminho para o 1-0. Wolfswinkel começa a desenhar o lance em velocidade, à esquerda, entregando depois para Capel e surgindo solto na área para, em antecipação a Garay, bater Artur sem apelo nem agravo. O Sporting adiantava-se no marcador, não por

força das ocasiões de perigo criadas - que, salvo o livre, aos 9 minutos, foram inexistentes -, mas como prémio por um maior empenho na busca pelo golo. A resposta do Benfica não tardou muito a aparecer, por intermédio de Lima, que rematou muito forte mas ligeiramente ao lado, ao minuto 33. Pouco depois, foi a vez de Salvio falhar por pouco a emenda a um cruzamento de Cardozo, sobre a esquerda. Os encarnados davam sinais de começar a acordar da letargia da primeira meia-hora e, aos 35 minutos, Rui Patrício foi obrigado a ir ao chão por duas vezes, primeiro para evitar o golo de Cardozo e, logo de imediato, para negar a recarga a Maxi. A chave para uma reacção tão veemente pareceu estar em Lima. O brasileiro recuou alguns metros no terreno, passando a surgir mais vezes na zona do número 10 para fazer uso da sua velocidade e, dessa forma, criar desequilíbrios na defesa sportinguista. Ao minuto 42, de novo o empate à vista e, de novo, por Cardozo, que cabeceou fora do alcance do guardião leonino, mas também alguns centímetros ao lado do poste esquerdo da baliza de Patrício. O intervalo chegou com o Sporting em vantagem e, no recomeço, nem Vercauteren nem Jesus mexeram nas equipas. Ainda chegou a parecer que se vislumbrava um novo domínio leonino, mas rapidamente o Benfica retomou o ritmo do final da primeira parte. Aos 51 miunutos, Rinaudo deixou-se antecipar por Lima, em zona proibida e, ainda de fora da área, o brasileiro desferiu um forte remate que, uma vez mais, saiu a centímetros do poste. Responderam os homens da casa de imediato, com Elias a surgir isolado no coração da área mas a permitir a defesa de Artur, com as pernas. No canto que daí resultou, foi Wolfswinkel que, depois de um mau alívio da defesa encarnada, rematou de novo contra Artur Moraes quando parecia mais fácil marcar. Por alguns momentos, o jogo apoiado do Benfica pareceu estar a conduzir a equipa para o abismo, mas tratou-se de mera ilusão. Precisamente nessa altura, Carrillo faz um


corte desastrado à frente da meia-lua, a bola viaja depois até Ola John, do lado esquerdo, que cruza para Cardozo, nas alturas, cabecear para o chão. Marcos Rojo, que tinha falhado o tempo de salto na marcação ao paraguaio, acaba por empurrar a bola para a sua própria baliza e restabelecer o equilíbrio no marcador. A partir daí, o Benfica mostrou-se mais agressivo e foi em busca da vantagem, nem sempre do modo mais esclarecido, mas aumentando de forma nítida a pressão sobre os homens do Sporting. Lima continuava a assumir-se como um dos motores do ataque encarnado, surgindo em diversas posições, tanto para criar jogo como para pressionar os leões no seu sector mais recuado. Ao minuto 65, bola no poste, cabeceada por Garay, que confirmava o ascendente do Benfica e deixava no ar a ideia de que a reviravolta poderia estar iminente. Perto do minuto 70, intervenção providencial de Rui Patrício, que afasta com as pernas uma bola traiçoeira que parecia ir directa à baliza. O Sporting continuava a produzir muito pouco e, com o passar do tempo, percebeuse que Capel e Wolfswinkel já não tinham andamento para as correrias da primeira parte. A equipa mostrava, por um lado, estar ainda algo desorientada com a renovada atitude do Benfica e, por outro, começava a acusar bastante desgaste físico, muito por culpa do modelo de circulação de bola imposto pelos visitantes. Contudo, nada disto impediu Insúa de retribuir a bola no poste aos encarnados, aos 75 minutos, com um potente remate de fora da área, que deixou Artur completamente batido. Seria esse o “canto do cisne” dos homens da casa mas Jorge Jesus, não querendo deitar tudo a perder, resolveu lançar no encontro o argentino Gaitán. Só que, mesmo antes de ter tempo para fazê-lo, dois lances de perigo junto da área verde-ebranca mudariam definitivamente o rumo do encontro. Primeiro, Eduardo Salvio a obrigar Rui Patrício a nova intervenção para evitar o 1-2; depois, um minuto mais tarde, bom trabalho de Cardozo no meio, descobrindo Salvio na direita para o forte disparo do argentino, com a bola a ser desviada in

extremis por Boulahrouz. O árbitro Marco Ferreira apontou de imediato para a marca do castigo máximo e, na repetição televisiva, confirmou-se que o corte do holandês não foi legal, vendo-se o defesa usar ostensivamente a mão para jogar a bola. Vermelho directo para o experiente central leonino, penalty para o Benfica e, na transformação, Cardozo deixou ir Patrício para um lado e colocou a bola do outro. E, durante os festejos do golo, Jesus lá conseguiu substituir Ola John por Gaitán. O Benfica passava, assim, de dominado a dominador, alcançava a reviravolta no resultado e não tardaria a reforçar a vantagem, novamente por Cardozo, a cabecear sem hipótese de defesa para Patrício, depois de um livre na esquerda cobrado “a meias” entre Gaitán e Salvio. Faltavam apenas 5 minutos para os 90 e, do lado do Sporting, já se percebia que as forças que restavam não iam chegar para esboçar qualquer reacção a tão negro cenário. Vercauteren ainda tentou mexer na equipa, lançando Xandão e Izmailov, mas já não foi a tempo de escapar a nova derrota. Do lado do Benfica, André Almeida e Rodrigo também tiveram alguns minutos para participar no jogo mas as suas presenças já nada acrescentaram ao filme da partida. Vitória tão suada quanto justa do Benfica e derrota comprometedora do Sporting, com ambas as equipas a dar seguimento aos respectivos registos. O Benfica alcançou a sétima vitória consecutiva na Liga e regressou à liderança da prova, agora com vantagem sobre o F.C. Porto na diferença de golos marcados. O Sporting, cada vez mais fragilizado, desperdiçou uma boa oportunidade para dar um pontapé na crise (essencialmente a nível psicológico) e continua a ver-se ameaçado pela zona de despromoção, que está só dois pontos mais abaixo. No próximo sábado, pelas 18h00, os leões deslocam-se à Choupana para defrontar o Nacional e, logo a seguir, pelas 20h30, o Benfica mede forças com o Marítimo no Estádio da Luz.


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SERVIÇOS M


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MÍNIMOS Nuno Almeida Fotos: Getty Images

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ntes do inicio do jogo a grande estrela foi Deco, com uma recepção dos velhos tempos em que todo o Estádio cantou o seu hino, ao mesmo tempo que fazia a vénia, dedicada ao médio que tantas saudades deixou aos adeptos portistas. O antigo jogador do F.C. Porto, actualmente no Fluminense, esteve em campo para entregar a Jackson Martinez o prémio de melhor jogador da liga dos meses de Outubro e Novembro, atribuído pelo Sindicato dos Jogadores. A vitória neste jogo era vital para os portistas, quer pelas 2 derrotas consecutivas nos últimos jogos, quer pelo dérbi lisboeta que o Benfica acabou por vencer. Num jogo de extremos, o F.C. Porto estava no topo da classificação e o Moreirense em último lugar (agora com menos 2 pontos que o 15º classificado), os portistas voltaram às vitórias, ainda que pela margem mínima. No onze portista a única novidade em relação ao jogo da Liga dos Campeões foi a entrada de Defour por troca com o lesionado Fernando. Durante a primeira parte, o meio campo do F.C. Porto com Defour, Lucho e João Moutinho, apresentou um ritmo de jogo muito baixo e pouco imaginativo, afunilando pelo centro do terreno todos as jogadas portistas. Nem Danilo, que insistia em fugir para o meio, nem Alex Sandro, que pareceu algo fatigado e nem Varela (andou desaparecido do jogo), conseguiam dar profundidade ao ataque. Esta atitude foi facilitando o trabalho defensivo do Moreirense, que da forma que se

apresentou em campo, percebeuse que não tinha grande intenções de atacar e que a conquista de um empate era suficiente para as suas aspirações. Vítor Pereira mexeu na equipa ao intervalo, colocou o irreverente Kelvin no lugar de Lucho Gonzalez, que saiu por lesão, com um contusão no joelho esquerdo. A finta curta e a velocidade do jovem brasileiro criaram novas dificuldades à bem organizada defesa do Moreirense. A partir daqui, o F.C. Porto impôs um ritmo muito mais elevado e aparecia com mais frequência junto à área dos homens de Moreira de Cónegos. Aos 57 minutos Kléber é chamado a jogo para substituir Varela que estava a realizar uma exibição muito desinspirada. Com a entrada do ponta-de-lança, desta vez com uma exibição positiva e até com influência indirecta no golo portista, uma vez que é dele o remate que dá origem ao canto decisivo, Jorge Casquilha foi obrigado a mexer na estrutura da sua equipa, recuando um médio para a defesa, perdendo assim a luta no meio-campo. Nesta fase o Moreirense tinha de redobrar a atenção sobre os vários sectores, o que causou algum pânico na sua defesa. O F.C. Porto começou a jogar muito melhor, graças às alterações efectuadas, mas também graças à melhoria de Danilo, que começou a jogar como verdadeiro lateral direito e também porque James e Moutinho decidiram entrar no jogo criando várias oportunidades de golo. Os portistas carregavam e começou a perceber-se que era uma questão de tempo até o golo aparecer. Foi conseguido



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através de um cabeceamento de Jackson Martinez na sequência de um canto cobrado com peso, conta e medida pelo seu compatriota, James Rodriguez. O guarda-redes do Moreirense, Ricardo Ribeiro, o grande responsável pelo nulo se ter mantido até aos 70 minutos, nada pôde fazer. Este foi o 10º para o campeonato do Cha Cha Cha, que assim se isolou na lista dos melhores marcadores. Após o golo de Martinez, o Moreirense tentou atacar um pouco mais, nunca se expondo em demasia, reconhecendo as suas limitações e também o poderio do F.C. Porto. Ainda assim Jorge Casquilha lançou o avançado Wagner para fazer companhia a Ghillas, mas curiosamente foi Otamendi que mais perto esteve de marcar o golo do conjunto do Moreirense. O central argentino, a atravessar um excelente momento de forma, num atraso de peito quase fazia auto-golo. Valeu aos portista a atenção de Helton, redimindo-se assim do falhanço do ultimo joga para a Liga dos Campeões. No lance em que o Moreirense reclama penalti, não parece existir qualquer intenção de Alex Sandro em cortar a bola com a mão uma vez que o defesa brasileiro se faz ao lance com os braços juntos ao corpo e além disso o remate é muito forte e efectuado a pouca distância. No último jogo do ano no Dragão, apenas 25 mil pessoas (a pior assistência da época) viram o regresso às vitórias do F.C. Porto. Com um novo relvado, ainda com um verde pouco uniforme, mas consistente, os dragões não realizaram uma grande exibição, mas cumpriram o objectivo mínimo pretendido, assegurar a conquista dos 3 pontos em disputa. Com este resultado pela margem mínima e com a vitória do Benfica

frente ao Sporting por 3-1, os portistas desceram para o 2º lugar, apesar de terem os mesmo pontos e a mesma diferença entre golos marcados e sofridos do rival de Lisboa, a equipa da Luz tem mais um golo marcado.


LIGA ZON SA


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AGRES Pedro Vinagreiro Fotos: Getty Images

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pós uma jornada europeia determinante para muitos dos clubes envolvidos, os clubes portugueses presentes nas provas tudo fizeram para ganhar, somar pontos e mais alguns euros à contabilidade. Foi uma jornada desgastante e isso sentiuse na qualidade do futebol praticado pela maioria das equipas. Porto e Benfica seguem nas provas europeias e será a gestão do plantel decisiva para a atribuição do título do campeonato português. A 11ª jornada do campeonato português fechou com um jogo grande, o derby Sporting-Benfica que acabou por não trazer nenhuma surpresa. O Benfica ganhou e segue na liderança com 29 pontos em igualdade pontual com o Porto que venceu em casa o Moreirense (16º) que ainda não venceu fora de portas, num jogo sofrido e com alguns casos polémicos de arbitragem protagonizados por Vasco Santos. O Braga (3º) foi golear a Académica (15º) a Coimbra, que esta época ainda não venceu em casa e no derby insular entre Marítimo-Nacional a vitória sorriu para os da casa ao vencerem por 2-0. De destacar o Rio Ave (4º), o Paços de Ferreira (5º) e o Estoril (6º) pelo futebol praticado e o Vitoria de Guimarães (7º) que se encontra bem classificado, apesar de estar a passar por enormes dificuldades financeiras, de ter um plantel espremido e com falta de opções. Três equipas que geralmente se classificam na segunda metade da tabela, um Sporting (11º) com 11 pontos e a 18 pontos de Benfica e Porto mostram bem as diferenças existentes neste campeonato. Uma prova em que a maioria dos clubes está a enfrentar graves problemas financeiros faz com que o fosso entre os 2 primeiros para os restantes seja cada vez maior. O Braga neste momento é a ponte e veremos nos próximos anos para que lado decide caminhar. Ate agora tem sido um clube que cresce com segurança e ate onde poderá crescer é a incógnita, por outro lado o Sporting tem regredido ano após ano e não se sabe quando e onde pára.

O Sporting é um caso grave de doença prolongada. Os presidentes que sucessivamente lá passaram não medicaram o paciente e Godinho Lopes também parece não ter o antidoto e mais do isso apresenta-se sem rumo e sem liderança e além disso assistiu Luis Filipe Vieira no final do derby chama-lo de aldrabão por supostamente GL ter dito que telefonou para LFV para propor o adiamento do jogo “Só dou confiança a quem eu quero e a quem merece. Nós benfiquistas já pagamos uma fatura de termos tido um aldrabão durante três anos, por isso não tenho mais nada a dizer sobre esse aspeto”. Um clube histórico que se arrasta no campeonato apesar de ter uma equipa para facilmente poder estar a lutar com o Braga pelo 3º lugar. Sá pinto foi um erro de casting, deixou uma equipa desfeita, sem organização, sem processos de jogo quer defensivos, quer ofensivos e para alimentar esta doença, a direção levou quase um mês a substituir o treinador deixando a equipa nas mãos do treinador interino, Oceano. Uma bagunça que se reflete na classificação a 2 pontos da linha de água e com o 2º pior ataque do campeonato. O campeonato está a entrar numa fase importante e em relação aos dois primeiros classificados que poucos pontos perderam esta época, ainda mais relevância tem cada jogo. O clássico aproxima-se e a guerra de palavras começou ontem no final do derby lisboeta, com o presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira a questionar a arbitragem que supostamente beneficiou o Porto. “Aqui não houve segundo guarda-redes como aparece noutros clubes. FC Porto? Não, só digo que o Benfica joga com um guarda-redes e há uma equipa que ultimamente tem jogado com dois”, atirou o presidente encarnado. O jogo avizinha-se e tudo aponta para que o tema principal de discussão seja a arbitragem, que diga-se tem estado em bom plano até ao momento onde se destaca a arbitragem de Marco Ferreira, um árbitro não internacional mas que exibiu no derby lisboeta, muita categoria ao apitar poucas vezes e ao controlar


bem os cartões amarelos que regularmente são excessivos. A Académica vencedora da taça de Portugal da época anterior tem sido uma das desilusões deste campeonato. Pedro Emanuel desde que chegou a Coimbra montou uma equipa organizada, aguerrida e a praticar bom futebol mas esta época as coisas não tem saído bem. Poderá ter sido o desgaste europeu que se faz sentir em equipas pouco habituadas a este ritmo e quando os planteis são curtos mais cara se paga a fatura. Na luta pelos melhores marcadores, Jackson Martinez está em primeiro com 10 golos seguido de perto por Cardozo e Meyong com 9 remates certeiros cada um. Jackson e Cardozo mais uma vez foram decisivos para a obtenção da vitória

dos seus clubes. João Tomás mostra que a idade é um posto e mais uma vez está bem posicionado, 7 golos para o campeonato à frente de Eder e Lima. Em disciplina temos o Porto só com 1 amarelos e sem nenhuma expulsão, seguido do Benfica com 16 amarelos e 2 expulsões e do lado contrário da tabela o Sporting lidera com 38 amarelos e 2 expulsões por acumulação.


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“Para mim despedir um treinador é como beber uma cerveja. Posso beber vinte num ano, até cem se fizer falta” Jesus Gil y Gil

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PREVISÃO ATLÉTICO X BARÇA Texto: Francisco Gomes da Silva Fotos: Getty Images


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o próximo sábado, às 20 horas, há jogo grande em Espanha. Frente a frente, 1º e 2º classificado. Barcelona e Atlético de Madrid, respectivamente. A equipa da Catalunha conta com 43 pontos, enquanto que a equipa da capital tem 37 pontos. São 5 os pontos que separam as equipas mais regulares do campeonato espanhol. Joga-se muito em Camp Nou dia 16. O Barcelona tem a hipótese de se afastar do 2º classificado e o Atlético tem a oportunidade para se colocar ao 1º lugar ficando apenas a 2 pontos de diferença. O Barcelona vem de uma vitória em Sevilha frente ao Bétis por 2-1, com 2 golos de Messi que chegaram para superar o record de Gerd Muller de 85 golos num ano civil, detendo neste momento o argentino 86 golos no ano de 2012. Do outro lado, o Atlético bateu em casa o Deportivo por 6-0 com 5 golos de Falcao que já leva no total 16 golos no campeonato espanhol contra 23 de Messi mas mais do que assistir a um duelo entre estes dois avançados sulamericanos, iremos assistir a um duelo entre os dois primeiros de um dos campeonatos mais emotivos. O Atlético irá apresentar um conjunto bem organizado defensivamente e apostar em investidas fortes com Falcao a ser servido por Diego Costa, assim como outros elementos como Koke e Arda Turan no seu habitual 4-4-2 clássico. Já o Barcelona irá apostar no seu tradicional 4-3-3 com Busquets, Xavi e Iniesta a comporem o miolo para depois servirem Messi, Pedro e Fabregas, caso Tito Vilanova aposte na mesma frente de ataque que jogou frente ao Bétis. Um Atlético cauteloso e concentrado defensivamente para depois partir em transições rápidas com Falcao a servir de referência enquanto que o Barcelona joga em casa e como é habitualmente irá manter a sua filosofia e identidade, posse de bola e futebol apoiado serão estes os ingredientes que os catalães irão espalhar em campo numa tentativa de reinventar uma poção mágica que possa desmantelar a equipa comandada por Simone, equipa essa que é a actual detentora da Liga Europa e vencedora da Supertaça Europeia. Acontece que até sábado tanto o Barcelona como o Atlético jogam os oitavos-de-final da Taça do Rei contra o Córdoba e o Getafe, respectivamente. O Barcelona aproveitará para fazer descansar alguns jogadores e dar minutos a jogadores menos utilizados até porque se trata de uma equipa da segunda divisão espanhola, o Barcelona tem essa capacidade, ou seja, consegue mudar mais de metade da equipa sem perder a sua essência como vimos frente ao Benfica. Do outro lado, o Atlético

tem um jogo mais complicado, contra o Getafe que tem vindo a fazer um bom campeonato e já leva neste momento 23 pontos, estando na 7ª posição. O Getafe já não perde há 5 jogos, a última derrota deu-se a 11 de Novembro, precisamente frente ao Atlético de Madrid por 2-0 para o campeonato com um golo de Arda Turan e Adrián López. Antes do derradeiro encontro ainda se jogará muito para a “Copa Del Rey” onde ambas as equipas querem vencer os seus jogos para depois se defrontarem na máxima força num jogo que se adivinha muito complicado para as duas equipas. O Atlético de Madrid tentará resistir à ofensiva catalã até que um passe de morte de Iniesta surja para o coração da área para Messi finalizar ou será o Barcelona que irá impedir Falcao de brilhar uma vez mais, numa jogada individual com um dos seus, já conhecidos, cabeceamentos fatais?


“Quando vi jogar o Pirlo pergunteime se eu era jogador de futebol“ Michel

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OS 4 PASSOS DE JESUS Texto: Bruno Miguel Espalha Fotos: Google Images

A Primeira Época - Chegou o Messias Jorge Jesus prometeu, quando chegou ao Sport Lisboa e Benfica, “pôr o Benfica a jogar o dobro” da época anterior. E cumpriu. O Benfica da primeira época apresentou um futebol ofegante, em ritmo desenfreado, sempre ao ataque. As goleadas sucessivas comprovam a eficácia do seu método. Jesus é exigente ao nível táctico mas também ao nível técnico gritando constantemente nos treinos

e nos jogos para dentro do campo. Quem joga no corredor junto ao banco de suplentes do Benfica sai sempre com as orelhas a arder. Este futebol de vertigem ofensiva era possibilitado essencialmente por dois jogadores, Di Maria e Ramires que, embora com estilos distintos, esticavam o jogo pelas faixas. Di Maria de forma mais técnica e com arranques explosivos e Ramires com a sua passada de corredor de meio-fundo. No ataque, Cardozo, Saviola e Nuno Gomes contribuíam com golos vitais. Javi Garcia,


REPORTAGEM


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criticado por muitos pelos 7 milhões de euros que custou, era o farol defensivo, a pedra basilar de toda a equipa. Na defesa, Luisão, Maxi Pereira e David Luiz e o adaptado Fábio Coentrão eram garante de alguma estabilidade. Apesar disso, com o pendor ofensivo da equipa muitas transições defensivas mal feitas resultaram em golos sofridos desnecessariamente. A inexperiência de Jesus em clubes de topo, que lutam por todas as provas, quase colocou em risco a conquista do campeonato pois o plantel não tinha assim tantas soluções alternativas. A equipa claudicou nos quartos-de-final da Liga Europa em Liverpool chegando ao fim do encontro “de gatas”. O Campeonato, esse só foi ganho com muito sofrimento na última jornada a um Braga fenomenal. A Segunda Época - Má Planificação, Má Época Com o final da primeira época, chegou o Campeonato do Mundo de 2010. Vários jogadores do Benfica foram chamados às suas selecções - Ruben Amorim, Maxi Pereira, Luisão, Ramires, Fábio Coentrão, só para citar alguns - e Maxi Pereira foi mesmo o jogador mais utilizado do Mundial. Logicamente, estes jogadores tiveram um período de férias mais alargado mas que nem por isso serve para recuperar o desgaste de uma época inteira com mais de 60 jogos nas pernas. Jesus queixou-se várias vezes durante a pré-época que não dispunha de alternativas válidas para substituir os internacionais. A juntar a essas condicionantes, Di Maria e Ramires deixaram o clube recheado de Euros mas mais pobre em talento. Chegou Gaitan para o lugar de Di Maria e Salvio chegou em Janeiro para tentar fazer esquecer Ramires. Chegou também Roberto Jimenéz, jovem guarda-redes contratado por uma verba astronómica - 7,5 milhões de Euros - e que nunca conseguiu aguentar o peso da sua “etiqueta”. Entretanto David Luiz já dava mostras de querer sair e em Janeiro saiu mesmo para o Chelsea. O início de campeonato foi desastroso com 3 derrotas nos 4 primeiros jogos, mas a vertigem do ataque mantinha-se na cabeça de Jorge Jesus. Queria sempre “nota artística” máxima aos seus jogadores e não conseguiu perceber que alguns deles não eram suficientemente bons para aquilo que pretendia. A ajudar à festa, o Porto de Villas-Boas dominou a todos os níveis - nacional e internacional. Apesar da campanha desastrosa na Liga dos Campeões, o Benfica conseguiu ser repescado para a Liga Europa onde caiu nas meias-finais aos pés de um Sporting de Braga mais fresco e com mais soluções. Mais uma vez os jogadores chegaram “de gatas” ao final da época. Maxi Pereira acabou a época e foi para a Copa América que acabou por vencer - segundo ano consecutivo sem férias.

os Erros Nova época, novas ambições. Chegam jogadores de qualidade para colmatar lacunas no plantel. Artur Moraes, Witsel e Rodrigo são as notas de maior destaque pela positiva. Fábio Coentrão deixa o Benfica depenado da asa esquerda. Para o seu lugar chegou Emerson que mais valia não ter vindo. Não acrescentou nada de novo ao plantel do Benfica. Com as novas aquisições o Benfica voltou a ter uma palavra a dizer no campeonato. A equipa ficou mais equilibrada especialmente devido a Witsel, jogador muito forte nas transições ofensivas e que fazia chegar a bola à frente com ela no pé. Aimar, o mago, esteve em grande forma nesta época e era o complemento perfeito para Witsel. Javi Garcia, continuava imperial como âncora da defesa. Nas alas, Nolito e Bruno César vieram dar mais amplitude ao plantel e acrescentaram bastante qualidade, especialmente o espanhol que no início da época espantou tudo e todos com os seus golos e assistências. Na frente de ataque, Rodrigo explodiu e foi mais uma das revelações da época. O Benfica chegou à fase decisiva da época com cinco pontos de vantagem sobre o Porto e chegou aos quartos-de-final da Liga dos Campeões. A vertigem do ataque foi refreada, muito por causa de Witsel que pautava os tempos de jogo no meio-campo e a quem era muito difícil tirar a bola. Depois, entregava a bola a Aimar ou Gaitan e estes encarregavam-se de dar-lhe o melhor destino. O belga aparecia também muitas vezes em zona de finalização. Era um Ramires mais refinado, mais apurado tecnicamente mas com menos capacidade de explosão para o ataque e de ajuda a Maxi Pereira. A época perdeu-se, mais uma vez, devido à má gestão do esforço por parte de Jorge Jesus. Apesar de não praticar um futebol tão rápido, o estilo de jogo do Benfica era muito desgastante para os próprios jogadores porque Jesus não era muito adepto da rotatividade no plantel. A factura acabou por pagar-se com Jesus a acreditar que podia chegar longe na Liga dos Campeões e gerir o esforço dos seus jogadores para manterem os cinco pontos de distância para o Porto. Com um plantel curto e com falta de soluções em posições debilitadas, o resultado foi outra vez o mesmo. Campeonato perdido para um Porto de qualidade duvidosa. A Quarta Época - Até Agora Tudo Bem Feito

Com o final da terceira época, chegou um Campeonato da Europa. Nunca fiquei tão feliz por o Benfica não ter nenhum titular indiscutível nas selecções que foram à Polónia e à Ucrânia. Isso significou uma pré-época bem preparada, com quase todos os jogadores no início dos trabalhos. Infelizmente, um A Terceira Época - Jesus Começa a Aprender Com clube de topo na Liga Portuguesa, precisa de vender


REPORTAGEM para poder competir com os melhores da Europa. Nos últimos dias do mercado, um vendaval arrasou o meio-campo do Benfica. De uma assentada, Witsel e Javi Garcia, criaram um enorme vazio no centro nevrálgico da equipa. Jesus, conhecedor profundo dos seus jogadores não pareceu preocupado. Eu, confesso, também não. Matic, para mim, é melhor jogador que Javi Garcia. Tem um raio de acção muito maior, é mais cerebral nas suas acções, tranquiliza mais a equipa nas transições defensivas. O sérvio, “cola” melhor nos centrais quando é preciso defender os cruzamentos para a área do Benfica. Além disso, também dobra melhor os laterais. O espanhol com a sua impetuosidade, cometia muitas vezes faltas desnecessárias. Não quer dizer que Matic não veja tantos amarelos como Javi. Essa é uma fatalidade inerente à posição que ocupa em campo. Matic é mais criterioso nas faltas que comete e nas zonas onde as comete. Como bónus, a capacidade de passe de Matic é infinitamente superior à de Javi tanto no passe curto como no longo. Isto permite ao Benfica esticar o seu jogo de uma forma diferente. A bola é que se cansa e não os jogadores. Para as alas, chegaram extremos puros, Salvio - um regresso e Ola John, uma novidade. Ambos são incisivos nos seus movimentos. Pegam na bola e viram-se para a baliza adversária. Driblam ou combinam com os avançados e médios interiores e vão embora para a linha. Cruzam com critério para um dos dois avançados que esta época Jesus utiliza: Cardozo, Lima ou Rodrigo. Esta é outras das novidades do sistema de Jesus. Dois avançados puros com um deles a jogar ao redor do outro que fica mais fixo. A ausência prolongada de Aimar e de Carlos Martins ajuda a explicar esta opção. Não havendo no plantel outros jogadores que consigam transportar a bola até à área e fazer passes de morte, Jesus optou por jogar com um avançado que desce no terreno para jogar entre linhas. Para fazer dupla com Matic, Enzo Pérez. O argentino foi mais um milagre de Jesus: extremo convertido em médio de transição, quando está apto é ele que pauta todo o jogo do Benfica. Infelizmente para Jesus, tem as características físicas de um extremo. E os seus joelhos não serão os mais fiáveis. No entanto, compensa essas debilidades com uma entrega extraordinária. Nas ausências destes dois jogadores, dois meninos, dois André: um, André Almeida, polivalente, pode actuar a lateral-direito, médio de cobertura, médio direito ou médio de transição. Pessoalmente, prefiro vê-lo jogar na posição de Matic; outro, André Gomes, joga preferencialmente na posição de Enzo Perez. Arrepio-me ao vê-lo jogar pelas parecenças com Rui Costa. Autêntica placa giratória do meio-campo, faz a bola rodar como poucos. A bola nos seus pés nunca está triste. Passa com ambos os pés com igual precisão. Pauta ritmos

de jogo, distribui e marca golos. Já me esquecia, só tem 19 anos. Com os regressos de Aimar, Carlos Martins e Enzo Perez, não deve ficar desmotivado se tiver que voltar a jogar na equipa B. Ainda tem muito para aprender. Deve recordar-se que Rui Costa também esteve emprestado ao Fafe. No lado esquerdo da defesa, mais um coelho tirado da cartola mágica de Jesus. Melgarejo, jovem extremo paraguaio convertido em lateral esquerdo. À imagem de Coentrão, é um lateral sempre em rotação. Não é pelo seu lado que o Benfica tem sofrido golos. É precisamente na faixa contrária que reside actualmente o maior problema do Benfica. Maxi Pereira não está a perder qualidades mas está cansado. Há quatro épocas que é a única alternativa válida para a posição de lateral-direito. Só quando está castigado ou lesionado é que não joga. Entre três dessas épocas não teve oportunidade de descansar em condições pois participou até ao fim no Campeonato do Mundo de 2010 e venceu a Copa América em 2011. As suas capacidades ofensivas mantêm-se intactas pois muito do seu jogo ofensivo é feito em tabelas mas quando tem que recuperar na transição defensiva é que se notam as maiores carências. Fica muitas vezes um buraco do lado direito que tem que ser coberto por Luisão ou Jardel. Maxi Pereira também defende cada vez mais dentro em relação à linha quase junto ao central do seu lado para se proteger da incapacidade de acompanhar o extremo adversário até à linha de fundo. Isto cria autênticos corredores para penetração dos adversários. Por falar em Luisão é curioso, ou talvez nã o, que sem três das suas referências defensivas da época anterior o Benfica só tenha perdido por duas vezes e ambas para a Liga dos Campeões. Isto também é um reflexo de maior equilíbrio da equipa. O futebol do Benfica é agora mais paciente, tenta contornar os seus adversários e sabe esperar pela oportunidade certa. Tudo isto feito em velocidade é muito desgastante tanto para a equipa como para os adversários. A ver vamos se lá mais para o fim da época Jesus não cede aos seus impulsos ofensivos. Para concluir, este projecto de quatro anos está agora a entrar na fase de cruzeiro. Como Jesus refere muitas vezes a equipa tem uma ideia de jogo muito própria. Essa identidade da equipa, não é uma coisa que se construa de um dia para o outro, é um processo moroso, exigente e que requer muito esforço e concentração por parte de todos os intervenientes. E requer, sobretudo, continuidade. Jesus pode não ser o melhor treinador do mundo, mas é o treinador ideal para a conjuntura actual do clube. Com o passar dos anos tem sabido modificar comportamentos e atitudes tanto pessoais como da equipa. A uma escala totalmente diferente, recorde-se que Alex Ferguson só ganhou o seu primeiro título de campeão na sétima época à frente do Manchester United.


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“Trabalho como um preto, para viver como um branco” Samuel Eto’o


LA LIGA Francisco Baião Fotos: AP

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a Liga Espanhola desenrolou-se, este fim-de-semana, a 15ª jornada marcada pelo brilhantismo de dois sul-americanos que estão nas duas primeiras posições da lista de melhores marcadores do campeonato entrando, cada um a seu jeito, para a história do futebol mundial. O colombiano tornou-se no primeiro jogador em toda a história do Atlético Madrid a apontar cinco golos no mesmo jogo para o campeonato enquanto o argentino, ao apontar dois golos frente ao Betis, bateu o recorde de Gerd Muller, que durava desde 1972, ao apontar 86 golos num ano civil. A jornada começou na sexta-feira com uma partida entre o último classificado Espanyol e o tranquilo Sevilha que, ocupando o 11º posto estava a apenas 4 pontos dos lugares europeus e com 6 de avanço sobre a linha de água, isto depois da derrota caseira da última jornada (1-2 frente ao Valladolid) o ter deixado mais longe dos primeiros. O Espanyol, pelo contrário, vinha de um ponto conquistado em Gra-

nada (empate a zero) e continuava à espera de um triunfo que o pudesse tirar dos últimos lugares. A partida chegaria ao intervalo empatada a uma bola (com um penalti para cada lado), empate que seria desfeito ao quarto de hora do segundo tempo quando, Simão Sabrosa, acabado de entrar para o lugar do outro português do polantel (Rui Fonte) fazia, de cabeça o 2-1 para os catalães que perduraria até ao minuto 90, altura em que Negredo (também saído do banco) faria o 2-2 final que permitia, ainda assim, à equipa catalã deixar a última posição ao Deportivo da Corunha que apenas jogaria no domingo. Quanto ao Sevilha, este empate deixava a equipa ainda mais longe dos lugares europeus. A jornada prosseguiria no sábado com mais um empate entre Real Sociedad e Getafe, dois clubes que estão na luta pelos lugares europeus, com os bascos a partirem para esta jornada na nona posição a apenas dois pontos do quinto classificado que era, precisamente, o Getafe, seu adversário desta ronda.


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A partida apenas viria a ser emotiva nos instantes finais pois, até aos 85’ permanecia o nulo no marcador mas dois golos já nos instantes finais deixaram os espectadores presos até ao apito final do árbitro. Marcaram primeiro os forasteiros por Lafita aos 86’, mas os bascos ainda chegariam à igualdade, já em período de descontos, por intermédio de Carlos Martínez, permitindo a divisão de pontos que, ainda assim, faz os dois clubes perder terreno para os adversários mais diretos uma vez que Málaga e Levante somariam três pontos deixando o Getafe fora dos lugares europeus e a Real Sociedad mais longe desse objectivo. Depois seria a vez do Málaga entrar em acção e a equipa, que tem esteve em grande plano na fase de grupos da Liga dos Campeões (terminou o seu grupo na primeira posição), não sentiu dificuldades em despachar o aflito Granada com quatro golos sem resposta recuperando a quarta posição no campeonato, ao deixar para trás o Getafe e o Bétis que apenas jogaria no domingo frente ao Barcelona. Com Eliseu no onze titular e Duda no banco (não chegou a ser chamado), o Málaga venceria com dois golos em cada metade com tentos apontados por Joaquín e Saviola na primeira parte e Camacho e Santa Cruz

na segunda. O Granada, por sua vez, continua abaixo da linha de água. Terminado o jogo do Málaga, começava o Valladolid – Real Madrid que entravam em campo separados por oito pontos com o Valladolid à beira dos lugares europeus. E a equipa da casa desde cedo demonstrou a razão do bom campeonato que está a realizar colocando-se em vantagem logo aos sete minutos por Manucho que, na sequência de um pontapé de canto colocava a equipa de Mourinho em problemas. Respondeu de imediato o Real Madrid com um golo de Benzema mas a equipa da casa voltaria a colocar-se em vantagem aos 22’, novamente por Manucho e novamente na sequência de um pontapé de canto, resultado que perduraria até perto do final da primeira parte quando Ozil, fazia o 2-2 com que se iria para o descanso. E seria o médio alemão do Real Madrid que, na cobrança perfeita de um livre direto, fazia o 2-3 a pouco mais de um quarto de hora do final, garantindo três pontos tão importantes quanto difíceis para a equipa de Mourinho que, desta forma, pressionava o Atlético Madrid na luta pela segunda posição, colocando-se a apenas dois pontos dos colchoneros que jogariam apenas no domingo.


O sábado terminaria com o Osasuna – Valencia, na partida que marcava a estreia de Valverde, em jogos para o campeonato, ao leme dos forasteiros depois de, a meio da semana, já se ter estreado em jogos oficiais, em partida a contar para a Liga dos Campeões. Depois de uma primeira parte sem golos, o Valencia chegaria ao golo do triunfo aos 56’ por intermédio do goleador de serviço, o avançado Soldado que daria mais 3 pontos ao conjunto de Ricardo Costa (alinhou os 90 minutos) e João Pereira (ausente por lesão) permitindo à sua equipa reaproximar-se dos lugares europeus, fixando-se a meio da tabela. O Osasuna, por sua vez, não abandona os lugares perigosos tendo apenas 1 ponto de avanço para a linha de água. A jornada prosseguiu no domingo com 4 partidas que terminaram com 3 triunfos das equipas que alinhavam perante o seu público e… mais um triunfo do Barcelona, desta feita em Sevilha perante o Betis onde, semanas antes, o Real Madrid tinha somado mais uma derrota. O primeiro desafio opôs o Levante ao Maiorca com os de Valencia a triunfarem por esclarecedores 4-0 com os golos a serem marcados num período de 15 minutos entre o final da primeira parte e o início da segunda. Com Nunes a titular pelos insulares, o Levante chegaria ao intervalo a vencer por 1-0 com golo de Obafemi Martins, mas seria no primeiro quarto de hora da segunda parte que a equipa da casa resolveria a partida com três golos em menos de dez minutos. Com este triunfo o Levante regressa aos lugares europeus, quedando-se no sexto lugar com o Maiorca a ficar à beira dos lugares de despromoção. Seguiu-se o Athletic Bilbau – Celta de Vigo, duas equipas que somavam os mesmos 15 pontos com 3 de avanço sobre a linha de água. O jogo ficaria decidido ainda na primeira parte com um golo para os bascos apontado por Aduriz aos 34, deixando os galegos mais um degrau abaixo na classificação e a igual distância dos lugares de descida, uma vez que dos seus seguidores mais diretos nenhum pontuou. Mas se os galegos do Celta estão mais perto do final da tabela, quem bateu no fundo foram os seus vizinhos do Deportivo que, na segunda deslocação à capital, sofre a segunda goleada ao perder com o Atlético Madrid por 6-0 depois de ter sido derrotado por 5-1 pelo Real Madrid no final de Setembro. Pressionado pela vitória do Real Madrid na deslocação ao terreno do Valladolid e em vésperas da deslocação a Barcelona, o Atlético Madrid marcou três golos em cada parte com destaque para os cinco golos do colombiano ex-FC Porto que passou a ser o segundo melhor do campeonato marcando três golos em apenas sete minutos. A goleada começou a ser construída por Diego Costa aos 23’ e caberia ao avançado colombiano os restantes golos da partida que garantem ao Atlético a manutenção

do segundo lugar da classificação mesmo após a visita à Catalunha, qualquer que seja o resultado do confronto com o líder Barcelona. O Deportivo (que alinhou com os portugueses Roderick e Bruno Gama no onze titular e com Salomão e André Santos nos últimos 25 minutos de jogo) caiu para a última posição e tem a pior defesa do campeonato com 37 golos sofridos em 11 partidas. Ainda no domingo seria a vez do Betis – Barcelona, numa partida que opunha o 4º classificado o líder do campeonato (no arranque da jornada) e que resultaria em mais uma (a 14ª em 15 jogos) vitória e, para não variar, com assinatura do argentino Lionel Messi que, ao apontar os dois golos da sua equipa (triunfo por 1-2) passaria a ser o jogador que mais golos marcou num ano (86) batendo uma marca que já tinha 40 anos. Os três golos seriam apontados na primeira parte e, apesar de estar longe de ser uma vitória fácil, a verdade é que começar a parecer difícil que a equipa catalã deixe fugir o título e, um triunfo na próxima jornada frente ao Atlético Madrid garantirá, desde logo, o “título” de campeão de Inverno. A jornada terminaria na segunda-feira com o Saragoça (com Postiga a alinhar durante os 90 minutos) a bater o Rayo Vallecano, por 0-2, resultado que permite à equipa do internacional português ascender à 11ª posição do campeonato com os mesmos pontos do seu adversário desta jornada num posto a 5 pontos da Europa e a 7 da despromoção, constituindo-se este triunfo, numa importante conquista rumo a um final de temporada mais tranquila que a anterior em que, à entrada para a última ronda, o Saragoça estava abaixo da linha de água, salvando-se da descida de divisão no último jogo. A próxima jornada acontece já neste fim-de-semana com destaque para o duplo confronto Madrid – Barcelona, com o Real Madrid a receber o Espanyol e o Barcelona a receber o Atlético, num escaldante encontro entre os dois primeiros classificados do campeonato e os dois melhores marcadores da prova. 1º 2º 3º 4º 5º

Barcelona (43 pontos) Atlético Madrid (37 pontos) Real Madrid (32 pontos) Málaga (25 pontos) Betis (25 pontos)


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PREMIER LEAGUE Pedro Pinto Fotos: Getty Images

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temporada passada foi decidida quase no último segundo com Kun Aguero a marcar o golo da vitória e do título do Manchester City na última jornada contra o Queens Park Rangers, suplantando os rivais United. No Domingo, os red devils foram ao Etihad Stadium renovar a rivalidade entre os símbolos de Manchester e voltou a ser tudo decidido no tempo de descontos... mas a favor do United. De um lado, Roberto Mancini apostava na irreverência e imprevisibilidade de Mario Balotelli no ataque, a fazer companhia a Aguero, enquanto Yaya Touré e David Silva afastavam dúvidas físicas e ocupavam o miolo do terreno dos citizens. Do outro, aparecia a dupla de ouro no ataque - Rooney e Van Persie -, à espera de ser servida por Antonio Valencia e Ashley Young nas alas. E foi exactamente com uma assistência de Young que Rooney inaugurou o marcador logo aos 16 minutos, congelando o público da casa. O United mostrava-se mais sólido enquanto conjunto e tentava tomar conta das operações mas até foi Aguero a bailar à frente da defesa dos red devils até que rematou para uma defesa segura de

David De Gea quando corriam 23 minutos. Abria o jogo, o terreno esticava e a velocidade de ponta de Valencia abriu alas a Rafael, que cruzou da direita para o segundo golo de Rooney na partida. Estava feito o 2-0, o cronómetro marcava os 29 minutos e o City não conseguia perturbar os red devils no grande jogo da 16ª jornada da Premier League. E Balotelli, onde andava? Chegava do intervalo, inventou de calcanhar e foi a gota de água para Mancini. Carlos Tévez assumia a responsabilidade de tentar trazer algo novo ao jogo e foi aí que tudo começou a mudar. O City foi pressionando cada vez mais, Nasri quase serviu Aguero - Rio Ferdinand evitou males maiores -, mas aos 60 minutos tudo parecia ter desmonorado para a equipa da casa. Um Van Persie imperial rematou ao poste e Ashley Young foi finalizar no ressalto mas estava fora-de-jogo. Teria sido o 3-0, teria sido, muito provavelmente o fim da partida. Foi por centímetros que estava adiantado, mas podiam ter sido centímetros bem custosos para os azuis de Manchester. Imediatamente depois, lá estava Tévez, primeiro a forçar, a par de David Silva, De Gea a duas grandes intervenções, mas, no seguimento da joga-


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da, a servir Yaya Touré para colocar o resultado em 1-2. A pressão do City aumentava, e de que maneira, mas Smalling, Ferdinand e Evra agigantavam-se em cada vez que o público se empolgava com o perigo ofensivo da máquina atacante dos campeões em título. O jogo endurecia, os ânimos exaltavam-se e o empate quase surgiu aos 79 minutos, ou não fosse De Gea a enviar, por instinto, a bola contra a trave com o ombro. Mas o empate acabaria mesmo por chegar aos 86, fruto de um remate fantástico de Pablo Zabaleta na ressaca de um canto. Os fantasmas da temporada passada invadiam os red devils. Mas não por muito tempo. Ferguson não se assustou com fantasma algum e até tirou Cleverley para pôr Welbeck em jogo. Sir Alex procurava a vitória e foi mesmo isso que alcançou quando RVP bateu um livre, que raspou em Nasri e enviou a bola para o fundo da baliza de Joe Hart. Já decorria o tempo de compensação e seguiam-se cenas lamentáveis, verdadeiramente caóticas, com provocações, gritos e a testa de Rio Ferdinand em sangue. Contas feitas, sangue limpo, o United abriu uma vantagem de seis pontos na liderança e de certeza quer alargar mais. É que perder um título no último segundo não é saboroso. Nada mesmo. O grande destaque foi para o dérbi de Manchester mas houve muito em Inglaterra para além disso. A começar pelo Chelsea de Rafa Benítez, que quebrou a malapata de sete jogos consecutivos sem ganhar na liga inglesa depois de ir ao Stadium of Light derrotar o Sunderland por 3-1. Fernando Torres voltou a conseguir um bis e liderou os blues rumo à manutenção do terceiro lugar enquanto até se aproximaram do Manchester City. A partida começou com um Chelsea muito livre e a jogar de forma fluída no ataque, com Juan Mata, Eden Hazard e El Niño a porem a cabeça dos defesas do Sunderland em água. Mas aos 11 minutos, Torres abriu o marcador e pôs termo a um jejum de dois meses na Premier League. Benítez gostava do que via e foi mais calmo para o balneário quando

marcou um penalti perto do fim da primeira parte e colocou os black cats em maus lençóis. Maus lençóis esses consumados com um golo de Mata logo a abrir a segunda metade, ao qual Adam Johnson respondeu aos 66 minutos, mas já de forma insuficiente. Mudando para a língua portuguesa em Inglaterra, o fim-de-semana foi azedo, muito azedo, para André Villas-Boas. Depois de uma partida equilibrada e dividida, com oportunidades de parte a parte, tudo indicava que o golo de Clint Dempsey aos 76 minutos seria o suficiente para fazer o Tottenham alcançar uma excelente vitória no terreno do Everton. O problema é que a liga inglesa é pródiga em surpresas. O técnico português recuou as linhas dos Spurs e viu Seamus Coleman arrancar um cruzamento perfeito, que Steven Pienaar concluiu da melhor forma quando já passava um minuto da hora. Como se não bastasse, apenas um minuto depois, Nikola Jelavic acreditou na vitória e foi rápido a reagir quando a bola pingou na grande área, deixando os adeptos dos Toffees em euforia enquanto os jogadores do Tottenham não podiam acreditar. Mas aconteceu, e as consequências disso foram a subida do Everton ao quarto lugar, enquanto o Villas-Boas cai agora para o quinto, com o mesmo número de pontos. Nota ainda para a vitória do Arsenal em casa contra o West Bromwich Albion, mas uma vitória muito controversa por 2-0, com ambos os golos a surgirem de grandes penalidades. Uma delas, no entanto, destacou-se, pelo golpe de teatro de Santi Cazorla ter ludibriado o árbitro a assinalar falta quando nada existiu. Com o triunfo, o Arsenal ficou a dois pontos do quarto lugar. Classificação: 1º - Man. United 39 pts 2º - Man. City 33 pts 3º - Chelsea 29 pts 4º - Everton 26 pts 5º - Tottenham 26 pts


BUNDESLIGA João Silva Fotos: AP

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a penúltima jornada da prova, houve algumas surpresas nos resultados. A maior surgiu no campo do campeão, onde o Borussia Dortmund perdeu com o aflito Wolfsburg por 2-3, deixando o Bayern de Munique, que venceu, fugir ainda mais e ficando a ----pontos do 2º lugar. Em Estugarda, o Stuttgart venceu o Schalke 04 por 3-1, encostando-se aos lugares da Liga dos Campeões. Na frente, continua o Bayern de Munique. Implacáveis, os homens de Jupp Heynckes venceram no derby com o Augsburg. Neste momento, parece impensável que o conjunto bávaro deixe fugir a liderança. Já consagrado como “Campeão de inverno”, o Bayern de Munique tem uma vantagem que permite uma entrada tranquila na etapa decisiva da prova. Atrás, mantém-se o Bayer Leverkusen, que voltou a perder, não conseguindo alcançar um bom avanço para o 3º e o 4º lugares. Nessas posições, aparecem Borussia Dortmund e Eintracht Frankfurt, que é a melhor equipa a atuar na condição de visitado. Depois da derrota desta jornada, o Schalke 04 caiu para o 5º, apanhado pelo Stuttgart, que passa a ter uma palavra muito importante nos lugares europeus. No que diz respeito às vagas para a Liga Europa, neste momento, Stuttgart e Hannover 96 são os mais

bem posicionados. Contudo, dada a imprevisibilidade da competição e a pouca diferença pontual entre a segunda metade da tabela e os lugares europeus, os deslizes serão facilmente punidos. Mais abaixo, bem mergulhados na luta pela permanência, o Hoffenheim, que despediu o seu treinador, ainda ocupa o 16º posto, estando já a seis pontos da salvação. Nos dois últimos postos, surgem, como sempre nas últimas semanas, Augsburg e Greuther Fürth. São, nesta fase, os principais candidatos à descida direta. No que respeita aos destaques coletivos, o Bayern de Munique, com apenas seis golos consentidos, continua a ser a melhor defesa. Os melhores marcadores são, por ordem decrescente, Meier (E. Frankfurt) com 10 golos, seguido de Kießling (B. Leverkusen) e de Ibisevic (Stuttgart) também com 10. A 16ª ronda teve início na sexta-feira. O Hamburger SV, na luta pela Europa, recebeu e venceu por 2-0 o Hoffenheim, a precisar de encurtar distâncias para os lugares de salvação. Na primeira parte, os visita-


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dos foram melhores e mais determinados. Num segundo tempo fraco, salvou-se o Hamburger SV. Depois do desafio, os visitados ficaram com 24 pontos e estão no 8º lugar, enquanto os visitantes regressam a casa no 16 º lugar com 12 pontos. No sábado, foi tempo de o líder da prova e o campeão em título entrarem em campo. Em mais um Bayern-Derby, o desesperado Augsburg recebeu e perdeu por 0-2 com um esplêndido e soberano líder Bayern de Munique. Nos primeiros 45 minutos, o Augsburg começou bem, mas o Bayern de Munique conseguiu o domínio total. Na segunda parte, o conjunto visitante não deu qualquer hipótese. Terminado o desafio, o Augsburg ficou com 8 pontos no 17º lugar. O Bayern de Munique, por outro lado, continua em grande, não deixando a concorrência direta aproximar-se. O líder comanda com 41 pontos. Em Dortmund, o campeão Borussia, a tentar colocar pressão no Bayer Leverkusen, recebeu e perdeu 2-3 com o Wolfsburgo, melhor agora na tabela. No primeiro tempo, os detentores do título dominaram a seu belo prazer, mas saíram a perder. No segundo, o Wolfsburg aproveitou a superioridade numérica e conseguiu vencer. Como consequência deste resultado surpreendente, o campeão ficou com os mesmos 27 pontos, mantendo, ainda assim, o 3 º lugar, provando que não é capaz de mudar o chip entre Liga dos Campeões e Bundesliga. O Wolfsburg tem agora 19 pontos e está no 14º posto. No mesmo dia, o Stuttgart, a espreitar a Europa, recebeu e bateu por 3-1 o Schalke 04, numa forma lastimável nas últimas semanas. No jogo grande da ronda, o Stuttgart aproveitou melhor as suas oportunidades numa primeira parte em que os visitantes foram superiores. No reatamento, os visitados tiveram sempre o controlo do jogo. Na sequência desta partida, os visitados, com 25 pontos, ficam no 6º lugar, provando que estão na luta pela Liga dos Campeões. Os visitantes, com os mesmos 25 pontos e no 5º posto, mostram dificuldades para se manterem manter nos lugares cimeiros. Depois de um começo fantástico, o Schalke 04 ainda não recuperou a boa forma, estando sem vencer desde a 11ª jornada. Em Nürnberg, a equipa local, à procura das vitórias, recebeu e venceu por 2-0 o Fortuna Düsseldorf, a viver um dos melhores momentos da temporada. Nos primeiros 45 minutos, o Nürnberg foi claramente melhor. Após o intervalo, o Fortuna dispôs de algumas hipóteses para marcar, mas foi o Nürnberg quem matou a partida. Com este resultado, o conjunto da casa ficou com 19 pontos no 13 º lugar, conseguindo ultrapassar o Fortuna Düsseldorf, que, com 18 pontos, caiu para o 15 º posto, regressando a uma situação de aflição. Num duelo entre formações do Sul do país, o Frei-

burg, com apenas duas derrotas nos últimos nove jogos, recebeu e ganhou por 1-0 ao lanterna vermelha Greuther Fürth, melhor como visitante. Numa primeira parte mediana, os visitados mereceram estar na frente. Na segunda metade, o Freiburg perdeu algum fulgor, mas os visitantes não conseguiram sequer empatar. Consequentemente, os visitados, no 9º lugar com 23 pontos, continuam bem dentro da luta pelos lugares europeus. Após esta derrota, o Greuther Fürth, com 8 pontos, mantém o último posto, deixando antever uma segunda volta complicada. Ao final da tarde de sábado, o Eintrach Frankfurt, sem o brilho de outrora, recebeu e venceu por 4-1 um Werder Bremen em crescendo de forma e à procura de regularidade. No primeiro tempo, assistiu-se a um jogo interessante, mas sem muito discernimento. No reatamento, o Frankfurt foi mais eficaz. Depois deste resultado, o Eintracht Frankfurt, com 27 pontos, subiu ao 4º posto, encostando-se ao campeão e não perdendo o avanço que construiu na primeira fase da prova. O Werder Bremen, na 12ª posição com 21 pontos, regressando à típica irregularidade nos resultados. A 16ª ronda só terminou no domingo. Ao início da tarde, o Borussia Mönchengladbach, muito irregular, recebeu e venceu por 2-0 o Mainz, com duas vitórias consecutivas. Na primeira metade, assistiu-se a um encontro muito morno. Na segunda, a toada não mudou, mas os visitados conseguiram marcar.Na sequência desta vitória, os homens da casa, com 24 pontos e no 8 º lugar, e não só não deixaram fugir um adversário direto como também o ultrapassaram, não largando a luta europeia, onde o Mainz, com 23 pontos e no 11º lugar, ainda terá uma palavra a dizer. A terminar, um dos jogos mais aguardados: a passar um mau momento, mas forte no seu terreno, o Hannover 96 recebeu e venceu por 3-1 o Bayer Leverkusen, principal perseguidor do líder e com três vitórias consecutivas. Na primeira parte, o jogo não foi muito bom. A segunda foi interessante e teve três golos Após o encontro, o Hannover 96, com 23 pontos, fica no 10º posto, enquanto o Bayer Leverkusen regressa a casa com 30 pontos e no 2º lugar, continuando a comandar a perseguição ao Bayern de Munique, mas estando agora a onze pontos. Classificação: 1 2 3 4 5

Bayern de Munique (41 pontos) Bayer Leverkusen (30 pontos) Borussia Dortmund (27 pontos) Eintracht Frankfurt (27 pontos) Schalke 04 (25 pontos)


INTERNACIONAL

SERIE A Tiago Soares Fotos: AP

C

om um Inter-Nápoles à espreita no dia seguinte, a Fiorentina, que iniciou esta jornada no quarto posto da classificação, deslocou-se no sábado ao reduto da Roma (sexta classificada à partida para este jogo) para um dos jogos mais importantes da jornada. Rodeado de enorme expectativa e com um toque nostálgico face ao regresso de Vincenzo Montella, Alberto Aquilani e Luca Toni a um estádio que conhecem bem, o jogo começou a um ritmo frenético. Aos sete minutos, e após um livre de Totti, o grego Tchatsidis surgiu ao segundo poste para um cabeceamento em esforço que levou a bola a bater no chão e a sobrevoar um sobranceiro guarda-redes Viviano (a facilitar de forma incrível!), com Leandro Castan a selar o golo mesmo em cima da linha. Aos 14 minutos, é mais uma falha defensiva que dá origem ao golo do empate da Fiorentina: na sequência de um livre de Borja Valero, a equipa da Roma tenta a armadilha do fora-de-jogo, Gonzalo Rodriguez está em posição regular ao segundo poste e toca a bola para o meio para Roncaglia bater o desamparado Goicoechea. Felizmente, e após estes eventos estranhos, o jogo manteve-se num ritmo elevado e Totti, aos 18 minutos, fez o 2-1 após jogada de entendimento com Pjanic e Destro – muita categoria do emblemático avançado. Aos 45

minutos, Totti demonstrou mais uma vez que ainda tem muito para dar ao futebol ao marcar o 3-1 num remate de longe (para ver e rever, apesar de Viviano ter novamente colaborado…) após um contra-ataque bem engendrado pela sua equipa. Após o intervalo, e com o resultado em 3-1, Montella mexeu na sua equipa e colocou El Hamdoui e Matias Fernandez em campo, sendo que as substituições tiveram efeito imediato pois, aos 45 segundos da segunda parte, El Hamdoui fez o 3-2 após cruzamento bem medido de Borja Valero. O jogo manteve-se numa toada irrequieta e ambas as equipas tiveram boas oportunidades, apesar de estar mais perto a Roma de conseguir aumentar a vantagem do que a Fiorentina de chegar ao empate. E foi mesmo a Roma que, aos 89 minutos, chegou ao 4-2 com um golo de Osvaldo a aproveitar uma assistência primorosa de Totti e o adiantamento da equipa de Florença, toda balanceada para o ataque. Jogo excelente em Roma, ideal para relembrar que o Calcio, afinal, está vivo e recomenda-se. A Juventus teve uma deslocação difícil ao reduto do Palermo, mas pôde contar com um reforço de peso: Antonio Conte voltou ao banco da equipa “bianconera” após castigo e foi imensamente aplaudido


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pela massa adepta da “Vecchia Signora”. Depois de uns primeiros 10 minutos de adaptação a um relvado extremamente pesado devido às chuvas fortes que assolaram a região, a equipa da casa mantinha-se por cima dos acontecimentos, aproveitando o cansaço da jornada europeia da Juve (jogo na Ucrânia a meio da semana) e foi só aos 35 minutos que a equipa de Turim teve uma hipótese de golo na primeira parte: cruzamento de Vidal, amortecimento de Matri (substituiu o castigado Giovinco) para o remate de Marchisio que foi defendido para a frente por Ukjani, com Vucinic a fazer a emenda como pôde e em direcção ao poste da baliza da equipa da casa. A Juve crescia e, já na segunda parte, aos 49 minutos, o momento do jogo: Vucinic recebeu de peito um passe em profundidade de Andrea Pirlo e fez um passe simplesmente brilhante com o calcanhar para Lichsteiner carimbar o golo solitário da Juve. O jogo estabilizou com a Juventus a tentar o segundo golo e o Palermo, em contra-ataque muitas vezes alimentado apenas por Miccoli, a fazer os possíveis para alcançar o empate. O momento de viragem foi mesmo a expulsão, aos 75 minutos, de Morganella (Palermo) - a equipa continuou a tentar chegar ao empate, mas não foi capaz de impedir a terceira vitória consecutiva da Juve em todas as competições. No jogo grande da jornada, Inter e Nápoles, terceiro e segundo classificados à entrada desta jornada, defrontaram-se no Giuseppe Meazza no que foi um jogo duro e combativo das duas equipas. Com duas equipas que se sentem mais à vontade num jogo de transições rápidas do que progressão com posse de bola, o jogo foi decidido no super povoado meio-campo de ambas as equipas – e foi aí que surgiu a figura do jogo: o ex-jogador do FC Porto Freddy Guarín. Com efeito, o colombiano marcou, logo aos sete minutos, o primeiro golo do desafio após um canto extremamente bem medido de Cassano, ao qual Guarín respondeu com um excelente remate de primeira ao segundo poste. Insigne, Cavani e Hamsik foram sempre um perigo, mas ao Nápoles parece faltar sempre qualquer coisa e não conseguiu alcançar o empate. Aos 40 minutos, surgiu novamente Guarín na partida ao assistir Milito para o segundo golo da partida, levando o jogo para o intervalo com o resultado em 2-0. Aos 53 minutos, já após a entrada de Pandev (um regresso ao Giuseppe Meazza) e numa jogada extremamente confusa, o Nápoles fez o 2-1 numa emenda certeira e oportuna de Cavani à boca da baliza. Até ao final, os napolitanos queixaram-se duas vezes de faltas na área do Inter (o árbitro não as entendeu como tal) e a sua equipa teve mais três oportunidades que deixaram os adeptos dos nerazzuri com o “credo na boca”, mas os “partenopei” não foram eficazes na hora da finalização – perdendo o segundo lugar e a posição privilegiada

de ataque à posição cimeira da Juventus. O Inter, por seu lado, sobe ao segundo lugar e está a quatro pontos do campeão italiano em título. O Milan foi vencer a Turim a equipa do Torino por 2-4, continuando a recuperação que tem vindo a engendrar. No entanto, o jogo até começou mal para os visitantes com um deslize de Nocerino a proporcionar uma corrida de Santana, isolando-se para fintar Amelia e fazer o 1-0. Aos 40 minutos, Robinho teve um momento de rara inspiração e fez o 1-1 após uma finta de corpo sobre o defesa adversário, fazendo o resultado com que se chegou ao intervalo. Aos 53 minutos, Nocerino aproveitou uma intervenção desastrada ao guarda-redes Gillet a cruzamento de El-Shaarawy para se redimir e fazer o 1-2, completando a reviravolta. Aos 61 minutos, o caso do jogo: Pazzini faz o 1-3 após uma falta claríssima sobre o lateral Masiello, lance que deu uma vantagem aos “rossoneri” que a equipa não tinha feito o suficiente para merecer. O 1-4 surgiu aos 76 minutos, por intermédio do “Faraó” El- Shaarawy, aproveitando um deslize de Gillet, que largou uma bola fácil para o jovem goleador empurrar para a baliza deserta. O máximo que o Torino conseguiu foi atenuar a desvantagem com um golo de Bianchi, aos 80 minutos, fazendo o 2-4 final. O Milan está agora no 7º lugar mas nem tudo foram boas notícias para Allegri, pois De Jong estará seis meses de fora depois de romper o tendão de Aquiles num lance fortuito. A Lazio deslocou-se a Bolonha para fechar a jornada em Itália e não conseguiu mais do que um empate. Deixando Klose no banco, a equipa “laziale” teve a maior parte da posse de bola e do controle do jogo, mas não conseguiu ultrapassar a defesa da equipa da casa, superiormente comandada pelo experiente guarda-redes Agliardi. Mesmo já com Klose em campo (visto que Kozak, seu suplente, foi uma sombra e ainda conseguiu ser expulso no fim) na segunda parte, a equipa de Hernanes não conseguiu marcar e ainda ficou a dever a Gilardino o facto do avançado do Bolonha ter falhado algumas oportunidades clamorosas. 0-0 e a Lazio caiu para o sexto lugar. Noutros resultados, destaque para a derrota do Siena de Neto (1-3) por um Catania liderado por uma figura bem conhecida: Bergessio (dois golos). Classificação 1 Juventus (38 pontos) 2 Inter (34 pontos) 3 Nápoles (33 pontos) 4 Roma (29 pontos) 5 Fiorentina (29 pontos)


INTERNACIONAL

FRANÇA - LIGUE 1 Francisco Baião Fotos: Getty Images

N

a Liga Francesa desenrolou-se, este fim-de-semana, a 16ª jornada marcada pelo alargamento de distância entre o líder Lyon e os perseguidores uma vez que nos dez primeiros classificados apenas o líder e o PSG (que era quarto) conseguiram somar os 3 pontos cabendo o maior destaque para a goleada sofrida, perante o seu público, do Marselha, por 0-3, frente ao Lorient e, claro, para a vitória do Lyon no terreno do Saint-Étienne que era terceiro classificado. A jornada começou, na sexta-feira, com um empate a zero entre o Toulouse (sem Djaló) e o Bastia numa partida que opunha o oitavo classificado ao décimo segundo e que constituiu mais um revés na tentativa da equipa da casa voltar a entrar nos lugares europeus, uma vez que, já há várias jornadas que vai rondando esses postos mas vai falhando consecutivamente esse objectivo. Ao Bastia, por sua vez, o ponto constitui mais uma migalha na luta pela permanência pois, apesar do seu 12º posto, a equipa tinha apenas 3 pontos de vantagem sobre o So-

chaux, primeiro abaixo da linha de água que já leva 7 pontos de avanço para os dois últimos (Troyes e Nancy) que parecem começar a afundar-se irremediavelmente. No sábado realizaram-se seis das dez partidas da jornada com o primeiro jogo a ser disputado entre PSG (4º classificado e um dos grandes favoritos ao título) e Évian (17º classificado, primeiro acima da linha de água) com a equipa da capital francesa a vencer por esclarecedores quatro golos sem resposta num autêntico “vira aos dois e acaba aos quatro”. A grande figura da partida seria, uma vez mais, o sueco Ibrahimovic que esteve nos lances dos quatro golos, apontado o primeiro, fazendo duas assistências e iniciando o lance de um outro golo. Este triunfo, conjugado com as derrotas de Marselha e Saint-Étienne, permitem aos “milionários” saltar para o segundo posto da classificação enquanto o Évian caiu para a 18ª posição, já abaixo da linha de água. Seguiram-se cinco partidas em simultâneo que terminariam com quatro empates e o triunfo do cam-


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peão Montpellier, a realizar uma temporada com mais baixos que altos mas que, nesta jornada, num jogo em que uma derrota poderia colocar uma das duas equipas nos lugares de descida, o Montpellier não teve contemplações para com o Ajaccio vencendo por 3-0, resultado que permite aos campeões abrir uma distância de 4 pontos sobre a linha de água, deixando o Ajaccio na 17ª posição, a primeira acima dos lugares de descida. As restantes quatro partidas opuseram quatro equipas aflitas a quatro equipas que lutam por lugares europeus com três dos aflitos a aproveitarem o fator casa para conquistarem pontos preciosos na luta pela manutenção cabendo ao Brest o feito de pontuar no terreno da equipa melhor posicionada. Para além deste feito, o jogo que envolveu Rennais (7º classificado a 1 ponto da Europa) e Brest (14º a 2 pontos da descida), foi o único que não terminou com igualdade a uma bola, mas sim a duas, com a equipa forasteira a recuperar de dois golos de diferença, num jogo em que os quatro golos foram apontados após o intervalo. Os três últimos classificados empataram em casa a uma bola cabendo ao Sochaux (18º à partida para esta jornada) a única recuperação no resultado uma vez que o Lille (10º classificado a 5 pontos da Europa) se colocou em vantagem aos 62’, mas a equipa da casa empatou logo depois, somando um ponto que foi suficiente para sair dos lugares de despromoção. Os dois últimos classificados chegaram ao intervalo a vencer, mas deixaram escapar os triunfos na segunda parte, sendo o mais doloroso o empate do Troyes que esteve a vencer desde os 31’ consentindo o empate já em período de descontos perante o Nice. No outro jogo, entre Nancy e Valenciennes a equipa forasteira chegou ao intervalo a perder por 1-0 e chegaria ao empate através de um auto-golo de Haidara a cerca de um quarto de hora do final, ainda assim insuficiente para a equipa subir ao quarto posto e que, por outro lado, deixa o Nancy na última posição em igualdade pontual com o Troyes. Para domingo estavam reservados os três últimos encontros que envolviam quatro dos seis primeiros classificados e que resultariam num empate e em duas vitórias forasteiras. A primeira partida iria opor mais uma equipa aflita (o Reims) a outra equipa a lutar pela Europa (o Bordéus) e o resultado seria mais uma igualdade (a zero) que, por um lado não tira o Reims dos lugares perigosos (é 15º com um ponto de avanço sobre a linha de água) e, por outro, deixa o Bordéus, mais uma jornada, fora dos 5 primeiros lugares da tabela classificativa. Mais tarde seria a vez da surpresa da jornada com o Marselha (2º classificado) a receber o Lorient (11º)

e o 0-3 final começa a explicar-se aos 38 minutos de jogo quando Kabore comete falta dentro da sua área, é expulso e, na sequência da grande penalidade Aliadiére fazia o 0-1. A jogar com mais um elemento e em vantagem no marcador, o Lorient chegaria ao 0-3 na segunda parte resultado que deixa a equipa do português Pedrinho (alinhou os 90 minutos) na oitava posição a apenas 2 pontos do quarto lugar. A jornada terminaria com o confronto entre Saint-Étienne (3º classificado) e Lyon (líder) com a equipa do português Anthony Lopes (guarda-redes suplente) a vencer por 0-1 apesar de jogar quase toda a segunda parte com menos um elemento por expulsão de Dabo mas seria precisamente em desvantagem numérica que a equipa forasteira chegaria ao golo da vitória apontado por Michel Bastos na cobrança de um livre direto, reforçando, desta forma, a liderança da prova. A próxima jornada acontecerá já esta semana com jogos nos dias 11, 12 e 13 de dezembro e a 18ª jornada começará logo em seguida, nos dias 14, 15 e 16. 1º 2º 3º 4º 5º

Lyon (34 pontos) PSG (29 pontos) Marselha (29 pontos) Saint-Étienne (26 pontos) Valenciennes (26 pontos)


BRASIL Francisco Baião Fotos: AP

O

Campeonato Brasileiro versão 2012 chegou ao fim consagrando o Fluminense como novo campeão (recuperando o título que havia ganho em 2010) e dando ao ex-internacional português Deco a possibilidade de juntar mais um título ao seu já longo currículo vitorioso iniciado em Portugal ao serviço do FC Porto. Para além de Deco, um outro bem conhecido do futebol português (o treinador Abel Braga) juntou mais um troféu ao seu palmarés conquistando, curiosamente, o seu primeiro Campeonato Brasileiro, depois de já ter sido, inclusivamente, campeão do Mundo de Clubes em 2006 ao serviço do Internacional de Porto Alegre. Recorde-se que o técnico brasileiro já treinou, em Portugal, clubes como o Rio Ave (com o qual foi campeão da II Divisão em 1985/86, naquele que seria o seu primeiro título como treinador), Famalicão, Belenenses e Vitória de Setúbal datando a última experiência no nosso país de 1994/1995, curiosamente no Rio Ave que havia treinado 9 anos antes. O início da temporada deu a liderança da prova ao Botafogo que, com dois triunfos nos dois primeiros jogos, liderava juntamente com Vasco e Atlético Mineiro mas os 7 golos marcados (apesar dos 4 sofri-

dos) davam-lhe a vantagem na diferença de golos para ser considerado líder. O líder seguinte seria o Vasco pois, à terceira jornada era a única equipa só com vitórias, pecúlio que manteve até à quarta ronda com novo triunfo, começando a ceder a partir do quinto jogo com um empate frente ao Palmeiras e, com a derrota ao sexto jogo (1-3 frente ao Cruzeiro) perderia a liderança, precisamente para a equipa que o derrotara. Mas a liderança do Cruzeiro duraria apenas uma jornada pois, uma derrota caseira frente ao São Paulo e um triunfo do Atlético Mineiro frente ao Grémio, colocaria a equipa de Ronaldinho Gaúcho na liderança da prova que, as cinco vitórias consecutivas que se seguiram, apenas viriam reforçar. A 13ª Jornada marcou o início da quebra do Atlético Mineiro apesar do empate positivo no terreno do Fluminense pois na 14ª Jornada surgiu a 2ª derrota do campeonato (no terreno do Flamengo) e viu encurtar-se para 1 ponto a diferença para o Vasco e 3 para o Fluminense, vantagens que se manteriam até à 15ª Jornada pois, na 16ª, no confronto entre os dois primeiros, o Atlético Mineiro venceria, por 1-0, e o Vasco era ultrapassado pelo Fluminense. O campeonato chegaria ao final da primeira volta com Atlético Mineiro


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e Fluminense separados por apenas um ponto pois, na última ronda, o Atlético Mineiro empatava a duas bolas frente ao Cruzeiro e o Fluminense, ao derrotar o Vasco por 1-2, não só ficava a apenas um ponto da liderança como afastava cada vez mais o Vasco da luta pelo título, numa altura em que o Grémio já era terceiro e o Vasco caía para quarto a oito pontos da liderança. Depois de uma primeira volta em que o Atlético Mineiro se mostrou mais forte (43 pontos contra 42 do Fluminense), seria na segunda metade da temporada que a equipa do Rio de Janeiro saltaria para o comando da prova para não mais largar a liderança. O Atlético Mineiro teve um início de segunda volta absolutamente desastroso com dois empates e uma derrota nas três primeiras jornadas e a perda da liderança à 22ª Jornada, que só não aconteceu antes porque o Fluminense empatou os dois primeiros jogos da segunda volta, vencendo apenas ao terceiro para assumir a liderança com dois pontos de avanço sobre o Atlético Mineiro e três sobre o Grémio que, aproveitando o mau início dos rivais consegue recuperar terreno (fez 7 pontos em 3 jogos contra 2 do Atlético Mineiro e 5 do Fluminense) e reentrar na luta pelo título. Mas logo na jornada seguinte, o Grémio perdia frente ao Corinthians e voltava a atrasar-se. Na 25ª Jornada os dois da frente perdiam com equipas do fundo da tabela mas o Grémio apenas conseguiu recuperar um ponto ao empatar com o Flamengo e, na 26ª, o Fluminense conseguia, finalmente, descolar do Atlético Mineiro que empatava, precisamente com o Grémio, deixando o Flu com 4 pontos de avanço para o segundo posto e 7 para o terceiro. Era o início do distanciamento da equipa de Deco. A 27ª Jornada permitia novo aumento de diferenças com Grémio e Atlético Mineiro a empatarem novamente e a ficarem a seis e nove pontos do Fluminense que, graças aos golos de Fred, ia somando triunfos. À 29ª Jornada, a 9 jogos do final, com a derrota do Atlético Mineiro por 3-0 frente ao Internacional, o Grémio ascendia à segunda posição com os mesmos pontos do Atlético e, com mais um triunfo do Fluminense, a diferença na frente passou a cifrar-se em 9 pontos dando, desde logo a ideia, que o título estava entregue e que os festejos do Flu seriam uma questão de tempo. A 30ª Jornada trouxe nova perda de pontos para o Grémio, ficando a dois pontos do Atlético Mineiro e, na 31ª Jornada o Atlético Mineiro perdia excelente oportunidade de ganhar pontos aos seus adversários diretos que empataram entre si, empatando também na deslocação ao terreno do Santos. A 32ª Jornada era encarada como a jornada do título pois o Fluminense deslocava-se ao terreno do

Atlético Mineiro com a equipa de Ronaldinho a vencer por 3-2, reduzindo a diferença para seis pontos e reabrindo uma réstia de esperança na luta pelo título, enquanto o Grémio voltava a empatar e, a dez pontos da liderança, estava definitivamente afastado do título. Logo na jornada seguinte o Atlético Mineiro empatava na receção ao Flamengo e os oito pontos de atraso para o Fluminense (venceu o Coritiba), a cinco jogos do final, retiravam a esperança que tinha ressurgido na jornada anterior. A 34ª Jornada marcava mais um capítulo na desilusão do Atlético Mineiro com derrota no terreno do Coritiba que o deixava a 9 pontos do líder (empatava frente ao São Paulo) e apenas 1 ponto de avanço sobre o Grémio que vencia o Ponte Preta. A 35ª Jornada fica marcada pelos festejos do título do Fluminense, com o Atlético Mineiro a empatar no terreno do Vasco e, com o triunfo do Fluminense, por 2-3 no terreno do Palmeiras a entregar, matematicamente, um título já há muito anunciado. Na luta pelo segundo lugar, por sua vez, o Grémio saltava para a segunda posição, com mais um ponto que o Atlético Mineiro. Nas últimas três jornadas, o Fluminense já campeão tirou o pé do acelerador e somou apenas um empate e duas derrotas, enquanto na luta pelo segundo lugar, Grémio e Atlético Mineiro estiveram separados por um ponto até ao derradeiro jogo até que, na última partida, um empate do Grémio e um triunfo do Atlético Mineiro, permitia à equipa de Ronaldinho recuperar o segundo lugar que dá acesso direto à Libertadores. Este campeonato ficou igualmente marcado pela descida do Palmeiras à Série B, depois de uma época verdadeiramente decepcionante. Assim, feitas as contas, o Fluminense sagrou-se campeão com 77 pontos, seguido do Atlético Mineiro com 72, do Grémio com 71 e do São Paulo com 66. Estas quatro equipas estão apuradas para a Libertadores, sendo que as duas primeiras têm acesso direto enquanto as duas seguintes t e r ã o de passar pelas pré-eliminatórias. Para a Sudamericana qualificaram-se as equipas Vasco, Corinthians, Botafogo, Santos, Cruzeiro, Internacional, Flamengo e Náutico, enquanto que, para a Série B seguem Sport, Palmeiras, Atlético Goianiense e Figueirense. O Atlético Mineiro terminaria o campeonato com o melhor ataque (64 golos marcados) enquanto Fluminense e Grémio dividem os louros da melhor defesa (33 golos sofridos) e, a nível individual, destacam-se Fred (20 golos), Luís Fabiano (17 golos) e Neymar (14 golos) como os melhores artilheiros da prova.


RELATÓRIO DE JOGO Texto: relatoriodejogo.blogspot.com Fotos: Getty Images

1ª Parte O Manchester City jogou em ataque posicional, tentando jogar curto para os extremos Nasri e Silva ou Agüero, trio que mostrou sempre muita mobilidade a toda a largura do terreno. Tanto Agüero fazia vários deslocamentos para os corredores laterais como os extremos faziam para o corredor central e por vezes para o corredor do lado contrário. Notava-se que o jogo dependia muito da ação destes três jogadores

que tentavam sempre quer através de combinações ou ações individuais, superiorizar-se à defesa do United. Sem bola não pressionavam o portador da bola de uma forma assertiva e quando o faziam, era de uma forma isolada. Demoravam também muito tempo a reagir nas transições defensivas com os jogadores mais ofensivos a desresponsabilizarem-se dessas ações. O Manchester United mostrou uma grande entreajuda dos seus jogadores no processo defensivo onde


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no seu próprio meio campo defendiam praticamente com duas linhas compactas de quatro jogadores, onde Rooney frequentemente se juntava para ajudar no meio campo. Os extremos desciam bastante para ajudar os laterais. No meio campo ofensivo, a pressão começava com Van Persie que tentava sempre incomodar a linha defensiva adversária retirando-lhes tempo de decisão. Os dois avançados mostraram-se sempre ativos neste processo, preocupando-se sempre em fechar o corredor central para impedir que o City colocasse a bola na zona onde teoricamente teriam superioridade numérica. Ofensivamente também jogaram em ataque posicional com pouco mobilidade dos seus jogadores do meio campo e ações simples e eficazes a nível ofensivo com algumas subidas dos laterais para procurarem superioridade numérica no corredor lateral.

60’ – 1x2 (Yaya Touré) 86’ – 2x2 (Pablo Zabaleta) 92’ – 2x3 (Robin van Persie)

Substituições 21’ – Entra Kolo Touré para o lugar de Vincent Kompany. Troca direta com Kompany a sair lesionado. 49’ – Entra Chris Smalling para o lugar de Jonny Evans. Troca direta com Evans a sair com problemas físicos. 52’ – Entra Carlos Tévez para o lugar de Mario Balotelli. Troca direta. 84’ – Entra Edin Dzeko para o lugar de Yaya Touré. Touré sai lesionado e o City muda para 1-44-2 com Nasri a descer para médio centro, Silva a passar para extremo direito, Tévez para extremo esquerdo e Dzeko a jogar na frente de ataque com Agüero. 2ª Parte 85’ – Entra Phil Jones para o lugar de Antonio Valencia. Jones fica a jogar a médio centro e CleRoberto Mancini esperou até aos 52’ para fazer a verley passa para médio ala direito. sua primeira alteração, colocando Tévez no lugar 88’ – Entra Danny Welbeck para o lugar de Tom de Balotelli que esteve muito apagado durante o Cleverley. Troca direta. jogo. O Manchester City ia crescendo no jogo e controlando a posse da bola com o United a des- Árbitro: Martin Atkinson cer mais no terreno e a preocupar-se mais com a solidez defensiva. Este controlo acabou por sig- Cartões Amarelos: Samir Nasri (54’), Rio Ferdinificar golos e a próxima substituição mais signi- nand (63’), Wayne Rooney (73’), Yaya Touré (75’), ficativa do City aconteceu já com o resultado em Carlos Tévez (89’), Phil Jones (90’) e Gareth Barry 1x2, com a mudança do sistema tático de 1-4-2- (95’). 3-1 para 1-4-4-2, uma alteração já habitual em Mancini em situações de desvantagem, com a en- Assistência: 47166 (Etihad) trada de Dzeko. O City ainda conseguiu a igualdade num pontapé de canto mas sem grandes Clima: Céu nublado alterações na forma de jogar do United (a entrada de Welbeck foi a única substituição não-forçada de Alex Fergunson), Van Persie conseguiu dar a vitória ao Manchester United na marcação de um livre direto. Jogadores-Chave No Manchester City, Agüero foi dos jogadores mais desequilibradores e influentes do ataque. Yaya Touré também fez um jogo muito importante no meio campo, sendo um dos principais elos de ligação ao ataque. No Manchester United, a dupla de avançados Rooney – Van Persie é das mais perigosas do futebol inglês e apresentam uma dinâmica muito interessante na procura de espaços para receber a bola e criar oportunidades de golo. Marcha no Marcador 16’ – 0x1 (Wayne Rooney) 29’ – 0x2 (Wayne Rooney)


ÁREA SCOUT

RAHEEM STERLING Texto: Bruno Sol Pinto Fotos: google.com

“Deslumbrou o mundo do futebol com o seu talento”. Foi esta uma das capas do jornal jamaicano The Gleaner, referindo-se a um craque em ebulição em terras de Sua Majestade. Na altura, este pequeno craque tinha 14 anos. O seu nome?... Raheem Shaquille Sterling Nasceu na capital Kingston, na Jamaica. A sua infância foi passada, essencialmente, com a sua avó. Com apenas 5 anos, Sterling segue com a mãe para Londres, onde cresce e se desenvolve. O futebol estava-lhe no sangue e com a idade de 10 anos entra para as escolas de formação do Queens Park Rangers. Tornou-se em pouco tempo um dos jogadores mais fantásticos da área da formação, atraindo interesse de vários clubes e, tal como fiz questão de enunciar no início, Sterling já figurava nas capas de jornais do seu país natal. O Liverpool, na altura comandado por Rafael Benítez, contratou o atleta, vendo nele uma enorme margem de progressão. Começou a jogar pelas reservas do clube de Anfield, e cedo se destacou, tornando-se no cabeça de cartaz da fornalha de formação do Liverpool. Estreou-se em Março de 2012 num jogo contra o Wigan, tornando-se no segundo jogador mais jovem a representar o clube em provas oficiais. A partir deste dia, Raheem Sterling nunca mais abandonou os trabalhos com a equipa sénior, tendo em Brendan Rodgers um grande apoio e suporte, pois o treinador do Liverpool acredita plenamente nas suas capacidades. Somente com 18 anos, o extremo direito jamaicano representou todos os escalões de formação da selecção inglesa. Inicialmente, existiu algum dúvida sobre qual a pátria que iria defender, mas a verdade é que Roy Hodgon (seleccionador inglês) não perdeu muito tempo e já o lançou na selecção A. Velocidade de ponta natural da Jamaica, finta e habilidade de instinto latino, e agressividade e conhecimento táctico vindo dos ingleses, tornam Sterling num dos meninos mais promissores do futebol mundial. Qualidade… Muita qualidade no seu estado mais puro!


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“Sinto-me o Robin Hood do futebol italiano, por isso vim para o Inter” José Mourinho

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EDITORIAL

INTERNET

Coordenação: Carlos Maciel e Francisco Baião Editor Chefe: Francisco Baião Direcção de arte e maquetização: Carlos Maciel Redação: Tiago Soares, João Sacramento, Pedro Martins, Bruno Sol Pinto, Pedro Pinto, João Silva, Francisco Gomes da Silva, Carlos Maciel, Nuno Pereira, Eduardo Pereira, Francisco Baião, José Lopes, Pedro Vinagreiro, Nuno Almeida Publicidade: Ricardo Sacramento

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