O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ
Nº24
“GARAY DEU O EXEMPLO”
“Jogamos como uma galinha sem cabeça” Toschack
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21/11/12
GARAY DEU O EX
21/11/12
XEMPLO Texto: Eduardo Pereira Fotos: Getty Images
O
brigado a vencer, o Benfica cumpriu com o que se lhe exigia e amealhou os três pontos diante do Celtic, de forma competente, numa noite em que Lima e Cardozo até ficaram em branco. Os encarnados dominaram o encontro e a turma escocesa não chegou a ter uma mão-cheia de ocasiões para pôr em perigo a baliza de Artur. Ainda assim, a incerteza manteve-se até final e chegou-se a temer que o Celtic alcançasse o empate nos últimos minutos - o que, de resto, não faria justiça ao futebol praticado pelas duas equipas. Quando vencer é uma obrigação, quer pelo peso da camisola, quer pela luta pontual por um lugar na fase seguinte da Liga dos Campeões, entrar em vantagem é como o código postal: meio caminho andado para chegar ao destino. Foi praticamente isso que aconteceu ontem, na Luz. O Benfica entrou mais forte, a pressionar o Celtic junto à grandeárea, e marcou ainda antes de se cumprir o minuto 7, por intermédio de Ola John, que aproveitou uma bola solta na área escocesa para abrir a contagem e estrear-se a marcar de águia ao peito. Vindos de uma surpreendente vitória sobre um fortíssimo Barcelona, os “católicos” de Glasgow chegaram a Lisboa apostados em carimbar de imediato a passagem aos ‘oitavos’ da competição. O técnico Neil Lennon até deu o favoritismo à equipa portuguesa, dizendo que este jogo seria mais complicado do que o anterior, diante dos catalães - algo que, excluindo o factor casa, soou a falsa modéstia de um treinador que já teria
um olho posto no apuramento. Esperava-se, pois, uma partida de elevado grau de dificuldade, mais ainda porque a campanha benfiquista na Europa, este ano, está longe de ser brilhante. A realidade, porém, foi algo distinta e se tudo isto causava uma pressão acrescida nos homens de Jorge Jesus, todos eles se mostraram superiores a qualquer inquietação e deixaram em campo a clara imagem de uma equipa dominadora, veloz nas incursões ofensivas e segura nas acções em terrenos mais recuados. Porém, no futebol, como em tantas outras coisas, não costuma haver bela sem senão. Num dos poucos lances da primeira parte junto à baliza encarnada, o Celtic, que até ao momento não tinha mostrado quaisquer argumentos para discutir o resultado, alcançou o empate num lance muito contestado pelos jogadores benfiquistas. As imagens televisivas deixam perceber que há um elemento escocês que, alheio à discussão do lance, se posiciona na pequena área com o único intuito de atrapalhar Artur Moraes, encostando-se ostensivamente ao guardião brasileiro. Fica a ideia de que Artur confiou demasiado na marcação da falta - algo que não sucedeu - e Samaras cabeceou sem oposição, ao segundo poste, para confirmar o 1-1. Ao intervalo, ficava a ideia de que o Benfica estava a pagar um preço demasiado alto por um único lance do Celtic e, com o avançar do cronómetro, já dentro da segunda parte, essa sensação permanecia inalterada. Muitos se terão lembrado de Charisteas, outro grego que, no mesmo palco, assinara um dos momentos mais
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‘negros’ do futebol português, e a ideia de um duelo com o Spartak pelo acesso à Liga Europa ameaçava pairar sobre a Luz. Desta vez, porém, a tragédia grega não saiu da prateleira e o Benfica chegou mesmo à vitória, num lance construído pelos dois... centrais. Luisão, imponente, subiu mais alto que toda a defesa escocesa, após cruzamento de Matic, e assistiu Garay que, sem deixar cair a bola, desferiu potente remate para o fundo das redes de Forster. A partir daqui, Jesus sentiu a necessidade de mexer na equipa para reforçar o domínio e, dessa forma, manter o Celtic longe do golo. Gaitán e Maxi entraram para os lugares de Lima e Matic e os escoceses não mais voltaram a encontrar a fórmula para romper a barreira encarnada. Os dois remates nos minutos finais, ainda que tenham dado algum trabalho a Artur, não chegaram para fazer perigar verdadeiramente a vantagem benfiquista. Jardel também entrou, já em período de descontos, mas apenas para queimar algum tempo. Três pontos no bolso, missão cumprida e, na próxima jornada, tarefa hercúlea: tentar fazer, em Camp Nou e no mínimo, o mesmo resultado que o Celtic fizer em casa, diante do Spartak. Dia 5 de Dezembro, às 19h45, decide-se em definitivo quem acompanha o Barcelona nas contas do apuramento do grupo G.
centro, Luisão fez o seu regresso após prolongado castigo. Na frente, Cardozo começou o jogo no banco e foi Rodrigo quem fez dupla com Lima no ataque às redes minhotas. Na primeira parte assistiu-se a um fraco espectáculo de futebol, com escassas ocasiões de golo, ainda que a turma da Luz tenha evidenciado superioridade. O Moreirense encontrava grandes dificuldades para se acercar da área de Paulo Lopes e, prova disso, apenas fez o seu primeiro remate aos 39 minutos. A segunda metade, um pouco melhor, trouxe um Benfica mais próximo da área contrária, vendo a sua insistência premiada ao minuto 59, altura em que Anílton Júnior empurrou para a sua própria baliza uma bola rematada pelo sérvio Matic. Obrigado a ir em busca do empate, o Moreirense surgiu mais afoito, atrevendo-se em incursões mais frequentes ao último reduto encarnado. Aos 78 minutos, falha parcial de energia no Estádio Comendador Joaquim Almeida de Freitas, a qual haveria de tornarse total antes de se resolver por completo. Reatado o encontro, cerca de 20 minutos depois, a pressão dos homens da casa manteve-se intensa mas acabou por ser o Benfica a dilatar a vantagem, no último lance do jogo. Gaitán arrancou pela esquerda e, na linha de fundo, descobriu Cardozo sozinho no coração da área para rubricar o 2-0. O adversário dos Não “houve Taça” em Moreira de encarnados na próxima eliminatória Cónegos será apurado entre Desp. Aves (II Liga), Coimbrões (II Divisão) e Caldas Antes das lides europeias, o (III Divisão). Benfica deslocara-se ao terreno do Moreirense, na noite de sexta-feira, para discutir a quarta eliminatória da Taça de Portugal. Paulo Lopes alinhou no lugar de Artur, Luisinho ocupou novamente o lado esquerdo da defesa, André Almeida surgiu à direita e, ao
BENFICA
FORA DA EU
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UROPA Francisco Baião Fotos: Getty Images
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Sporting de Braga deslocou-se à Roménia, mais propriamente à cidade de Cluj Napoca para defrontar uma das equipas mais portuguesas da Europa onde, para além do técnico Paulo Sérgio, alinharam, na equipa titular o guardaredes Mário Felgueiras, Ivo Pinto, Cadú, Camora e Rui Pedro, para além dos “portugueses” Rafael Bastos (ex Belenenses, Nacional e Sporting Braga), Luís Alberto (ex Nacional e Sporting Braga) e Sougou (ex União Leiria e Académica). O jogo (e sobretudo a primeira parte) foi uma longa agonia para os guerreiros do Minho, com erros atrás de erros e com um português (Rui Pedro) a vestir a pele de matador ao finalizar, por três vezes sem clemência para o fundo das redes de Beto, tudo isto em cerca de meia hora de jogo que deitou, quase em definitivo, por terra qualquer aspiração que o Sporting Braga poderia ter nesta partida. O resto fez Douglão que, ao ser expulso em cima do intervalo, apagou o último raio de esperança que os comandados de José Peseiro. O primeiro balde de água fria surgiu logo aos 7 minutos de jogo quando, perante a inoperância dos defensores bracarenses, Rafael Bastos toca, de calcanhar, para Rui Pedro surgir na cara de Beto e fazer o 1-0. Se o 1-0 mostrou a inoperância da defensiva bracarense, o 2-0, pouco depois, revelou que esta terça-feira não era dia para os bracarenses estarem num relvado, tamanhas as facilidades concedidas pela linha mais recuada da equipa portuguesa. Uma jogada iniciada em Mário Felgueiras, continuada por uma correria de Sougou e finalizada por mais um remate certeiro de Rui Pedro teve, pelo meio, a preciosa colaboração de Ismaily e Douglão que, numa atrapalhação completa, acabaram por servir em
bandeja de ouro, o avançado formado nas escolas do FC Porto. A resposta dos bracarenses foi imediata e, aos 17’, Alan voltava a facturar, fazendo o 5º golo esta temporada na Liga dos Campeões, após grande passe de Rúben Micael que o deixou na cara de Mário Felgueiras. E, no momento em que Peseiro arriscava para chegar à igualdade antes do intervalo (ao retirar Salino, colocando, no seu lugar, Hélder Barbosa, a equipa romena elevava para 3-1 em mais uma arrancada de Sougou pela direita finalizada com um remate sem hipóteses para Beto do avançado Rui Pedro que, numa noite de sonho, não só se estreava a marcar na Liga dos Campeões, como o fazia em grande estilo, logo com um hattrick. E como se a desvantagem no marcador não fosse já penalizadora para uma equipa que cometia erros de palmatória, que dizer do lance da expulsão de Douglão que, após um pontapé de canto a favor dos bracarenses, agride, sem qualquer motivo aparente, um adversário, com uma cotovelada mesmo na cara do árbitro da partida. A primeira parte terminou mal, a segunda não começou muito melhor uma vez que, no outro jogo do grupo, o Galatasaray, aos 54’, colocava-se em vantagem frente a um Manchester United a alinhar com uma equipa de segunda linha, resultado que, em conjugação com a derrota do Sporting de Braga, deixava a equipa portuguesa não só de fora da Liga dos Campeões como também das competições europeias. A segunda parte apenas trouxe mais sobressaltos para a defensiva bracarense com Beto, aos 58’, a evitar um golo certo com uma grande defesa e, já perto do final da partida, em dois minutos, dois remates de Camora
encontraram o poste da baliza de Beto que impediram que o resultado ganhasse uma dimensão ainda mais desnivelada para a equipa portuguesa. Com os resultados verificados, o Manchester United, mesmo perdendo, tem o primeiro lugar do grupo garantido enquanto que o Sporting de Braga não pode ir além do quarto e último posto, pelo que está fora da luta pelo segundo e terceiro lugares que será decidido entre Cluj e Galatasaray, clube que visitará o Estádio AXA na última jornada.
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“If you say black, black, black all day, is very bad. Tomorrow afternoon to see or no to see” Jesus Gil y Gil
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PRESTIGIO E MIL
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LHÕES Texto: The Blue One Fotos: Getty Images
A
rrumado que está o assunto Taça de Portugal, eis que os Dragões regressam aquele que é o seu habitat natural: Liga dos Campeões. E que habitat diga-se de passagem pois esta temporada os Azuis e Brancos estão a realizar uma campanha muito boa na Fase de Grupos. O Grupo A é com toda a certeza dos mais acessíveis de toda a Competição, mas isto não retira brilho ao excelente 1.º lugar que é pertença dos Portistas nem sequer ofusca o brilhantismo com que garantiram a passagem aos oitavos-de-final da competição mais importante do Velho Continente. A duas Jornadas do fim da Fase de Grupos, o que resta assegurar é o dinheiro, o prestígio e o primeiro lugar do Grupo. Tal tarefa parece fácil quando dita desta forma, mas não se pense que o é verdadeiramente pois para tal há que vencer os dois jogos que faltam e ambos são de um grau de dificuldade elevado apesar de os adversários serem completamente diferentes.
Kyiv perca com o PSG. È aqui que irá residir um dos pontos mais complicados desta partida. A possibilidade de continuar nas Competições Europeias é muito remota, mas com toda a certeza que os Atletas deste Zagreb se vão agarrar a ela com unhas e dentes. Para impor uma derrota aos Dragões o Treinador do Dínamo Zagreb irá contar com Jogadores talentosos como Jerko Leko, Romeo Mitrović, Josip Simunic, Mateo Kovačić, entre outros. É importante que os Portistas não olhem para estes Jogadores com despreocupação e será importante que não se convençam de que o golo da vitória vai cair do céu aos trambolhões. Há que trabalhar e muito para vencer esta Equipa Croata.
As chamadas de Alex Sandro e Fernando, recuperados de lesões, constituem as maiores novidades da Lista de Convocados do FC Porto para a recepção ao Dínamo Zagreb. Em sentido inverso, Rolando e Iturbe Mas isto são contas que se devem caem das opções. fazer pausadamente. Para já há que derrotar o GNK Dinamo Zagreb para Lista de Convocados: Helton e Fabiano depois pensar no PSG e no primeiro (guarda-redes); Danilo, Lucho, lugar do Grupo A. Castro, João Moutinho, Jackson, James, Kleber, Miguel Lopes, Varela, Ora bem, olhando então para o Grupo Mangala, Abdoulaye, Fernando, Alex do Futebol clube do Porto verificamos Sandro, Atsu, Otamendi e Defour. que estes Croatas da Capital Zagreb são a equipa mais fraca do Grupo Onze provável (4x3x3): Helton, A. 0 pontos após 4 Jornadas, um Danilo, Otamendi, Abdoulaye, possível apuramento para a Fase Mangala, defour, João Moutinho, seguinte da Champions posto de Lucho, James, Varela e Jackson. lado, 0 golos marcados e 10 golos sofridos. O único “milagre” que os Croatas podem fazer é alcançar uma qualificação para a Liga Europa tendo para isto de derrotar os Dragões na Invicta e aguardar que o FC Dynamo
“Deixaria o futebol pelo cricket se me pagassem o mesmo� Vieiri, ex-jogador
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REPORTAGEM
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ZENIT E A Rร SSIA BRANCA Texto: Miguel Lourenรงo Pereira Fotos: Getty Images
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chegada de Hulk e Witsel a São Petersburg pode não ter sido a esperada pelos jogadores mas não dista demasiado do que se podia esperar de um clube como o Zenit. Durante anos, os adeptos do clube têm-se afirmado como os mais xenófobos do futebol russo, um movimento social que tem ganho cada vez mais adeptos no país onde Vladimir Putin define as regras rumo a uma “Rússia Branca”. Mais do que uma questão salarial Poucos dias depois da contratação de Hulk e Witsel começaram os rumores. Os problemas. A angústia para os adeptos de ver o clube distanciar-se dos seus valores. Os valores de uma equipa russa e branca. Primeiro foram os jogadores, alegadamente por questões salariais, quem se queixou publicamente das contratações dos jogadores provenientes do campeonato português. Kerzhakov e Denisov foram os protagonistas da revolta de balneário. Ambos foram punidos, financeiramente, e com uma breve despromoção à equipa júnior. Dois jogadores da era dourada do clube, aquela que venceu, finalmente, o título da Premier russa e a Taça UEFA em 2008. Jogadores que sabem qual é a verdadeira filosofia de um clube que até há bem pouco tempo era apenas um dos muitos clubes de meio de tabela do futebol russo mas que graças ao investimento da Gazprom e a influência de Vladimir Putin se tornou no símbolo de uma nova Rússia. Dias depois uma bomba, que se revelou ser falsa, colocada às portas do centro de estágio, com o rosto de Hulk, deixava claro que os adeptos não estavam contentes com o dinheiro gasto na compra dos dois jogadores. Mas, mais do que o dinheiro, talvez o problema fosse outro. O clube rapidamente divulgou os valores dos salários de Denisov, que resultou ser um dos mais bem pagos do futebol europeu, deixando claro que o problema era diferente, mais profundo e socialmente perigoso. Uma questão de raça, uma questão que está na génese da reestruturação do futebol em São Petersburg. A influência da Gazprom O Zenith era uma equipa pouco importante da liga soviética, relegada a um segundo plano pelos grandes de Moscovo, Kiev e Tiblissi. O título de 1984 foi a excepção num palmarés praticamente inexistente
durante os anos da URSS. Quando o gigantesco país se desmembrou, o futebol russo centralizou-se, mais do que nunca, em Moscovo e o Zenith continuou a lutar por sobreviver. A chegada da Gazprom mudou tudo. A empresa de gás natural, um dos braços fortes da política económica de Vladimir Putin, adquiriu o clube e começou a investir rapidamente nas estruturas de base da instituição e entregou a primeira equipa ao holandês Dick Advocaat, abrindo as portas para uma época de sucesso histórico. Como único clube de uma metropole gigante como é São Petersburg, o Zenith cresceu sem rivalidades próximas e com uma base social muito identificada com as políticas sociais do novo presidente do país, o primeiro nascido na cidade em mais de cem anos. Putin e Medvedev, ele também um antigo presidente da Gazprom, foram ocupando os cargos políticos fundamentais de Moscovo mas sempre com um olho no que se passava na sua cidade natal. Ter um clube de futebol capaz de ombrear com os grandes de Moscovo e capaz de passar a sua mensagem política e ideológica, na Rússia actual, era algo bom demais para deixar passar ao lado. O investimento da Gazprom não foi inocente até porque no Zenith, o presidente sabia encontrar uma massa adepta fiel ás suas ideias para a Rússia pós-Ieltsin, mas centralizadora, mais autoritária e mais branca do que nunca. Os adeptos do clube sempre estiveram entre os mais temidos do país. Muitos deles estão associados a grupos da extrema-direita, defensores da exclusão não só de imigrantes mas, sobretudo, de russos de outras repúblicas, essencialmente centro-asiáticas. Num país onde todos aqueles que nasceram fora da Rússia europeia não podem estar na capital mais de duas semanas sem uma justificação de trabalho, a xenofobia e o racismo continuam a ser uma realidade complexa. A introdução de jogadores negros, essencialmente africanos, começou por ser uma consequência de casamentos organizados entre jovens locais e estudantes de países associados ao Bloco de Leste nos anos 70 e 80. Mas eram uma profunda minoria. Foi a aterragem de vários futebolistas brasileiros, sobretudo a partir de 2000, nos clubes moscovitas, como Vagner Love, que despoletou as primeiras criticas dos adeptos locais. Em São Petersburgo, os adeptos locais gabavam-se de que o clube não contratava jogadores fora da Europa. Era um dos seus maiores motivos de orgulho face aos
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rivais da capital, uma cidade mais cosmopolita e com menos preconceitos que o resto do país face a um Mundo ao qual tentava abrir-se progressivamente. A chegada de Hulk e Witsel, pelos valores em questão, despoletou o lado mais xenófobo do clube azul. Xenofobia indisfarçável Em 2007 o técnico Dick Advocaat tentou contratar o brasileiro Zé Roberto, então a actuar no Bayern Munchen. A proposta era irrecusável, como quase todas as ofertas de clubes russos são nos últimos anos, mas o brasileiro recusou. Relatos de colegas de selecção sobre a realidade social com que se iria encontrar na cidade levaram-no a preferir voltar ao Brasil. Era um sinal preocupante para o técnico mas um espelho do clube e da cidade. A Nevsky Front, claque organizada com o nome do rei russo que derrotou o exército teutónico numa das batalhas mais emblemáticas da história do país, está por detrás da esmagadora maioria de manifestação de adeptos do clube. São um grupo hooligan assumido e orgulhavam-se, até agora, do clube nunca ter tido um jogador negro nos seus quadros. Eram defensores de explorar o mercado eslavo (o que incluía quase toda a Europa de Leste) e, em último caso, jogadores brancos da Europa Ocidental. A chegada de Hulk e Witsel não era bem vista e os directivos sabiamno. Um risco que quiseram correr mas que não muda por isso a realidade social do clube. Numa entrevista ao jornalista britânico Marc Bennets,
publicada no seu livro “Football Dynamo”, o líder da claque organizada, em 2008, chegou a afirmar que alguns dos membros da claque tinham abandonado o clube quando o Zenith contratou um jogador coreano. Se fossem ao mercado assinar com um jogador negro talvez a reacção fosse diferente, mais violenta. A realidade, quatro anos depois, deu-lhe razão. Os vários protestos no estádio tentaram focar a questão num problema salarial, mas tanto jogadores como adeptos, particularmente jogadores da casa, sabem que esse não é o problema. Símbolos supremos da “Rússia Branca”, os adeptos do clube sentem-se traídos pelos seus dirigentes. Não questionam o valor desportivo dos jogadores contratados mas a sua proveniência, da mesma forma que ninguém questionou no clube quando Danny foi contratado por 30 milhões ao Dynamo Moscow, tornando-se num dos mais populares elementos do plantel junto dos adeptos apesar de não ser de origem eslava. O futuro de Hulk e Witsel no Zenith não será seguramente tranquilo. Depois das manifestações iniciais, a direcção desportiva manteve-se firme. Pagou por dois jogadores valores muito acima do mercado e qualquer revenda agora será um imenso prejuízo difícil de explicar. Mas se o projecto do italiano Luciano Spaletti fracassar, principalmente na Europa, palco onde o clube tem mostrado sérias deficiências esta temporada – em alguns jornais russos fala-se mesmo em boicote por parte dos próprios jogadores – não será de surpreender se o clube se posicione ao lado dos adeptos mais extremistas.
“Quando vi jogar o Pirlo pergunteime se eu era jogador de futebol“ Michel
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CAPTAIN TSUBASA, A ESTRELA DO FUTEBOL ANIMADO
REPORTAGEM
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O
impacto social do fenómeno manga na sociedade ocidental só começou realmente a sentir-se nos anos 90. Por essa altura a maioria dos jovens adolescentes saía para a rua com uma bola na mão e um nome na cabeça. Captain Tsubasa desafiava as leis da gravidade e despertava o Mundo para um fenómeno de mitologia futebolística criada por uma série de animação japonesa. Entre estrelas do futuro e anónimos eternos a imagem do herói nipónico tapa o profundo vazio audiovisual que o futebol ainda não conseguiu preencher. Originalidade japonesa Contamos pelos dedos das mãos os filmes, livros e séries dedicados ao mundo do futebol. Questões de direitos, sempre foi a desculpa mais recorrente, e no entanto em Captain Tsubasa o seu protagonista passa de jogar num clube local japonês a actuar nas ligas brasileira, espanhola. Os seus parceiros da aventuras aparecem na Alemanha, Itália e França e apesar de ninguém conhecer o FC Brancos, o FC Catalunya, FC Piedmonte ou Intalia, todos reconhecem facilmente as cores de São Paulo, Barcelona, Juventus ou Inter, protagonistas secundários da narrativa. Muitas vezes esquecemos a prolifera filmografia que existe disponível sobre os mais variados desportos americanos, a enorme bibliografia animada europeia sobre automobilismo, onde destaca a eterna imagem de Michel Vaillant. E no entanto o futebol desperta pouco interesse e coragem para desafiar a tradição e passar à produção cultural de massas. Foi o Japão, como sucede tantas vezes, quem decidiu quebrar o tabu e romper a letargia. A Europa só conheceu verdadeiramente o impacto de Captain Tsubasa nos anos 90 mas o sucesso tremendo da série, primeiro na sua versão manga e depois na adaptação televisiva, remonta a 1981. Um projecto que se prolongou no tempo face à sua tremenda popularidade, ajudando a reforçar os ténues laços entre a cultura nipónica e o beautiful game. Quando entrou na Europa, como sucederia
mais tarde com outras séries de grande impacto social, fê-lo em força e tornou-se num ícone juvenil de forma imediata. Os nomes dos seus heróis, traduzidos ou não, passaram a fazer parte do vocabulário de qualquer jogador de rua e termos como “Duo Dourado” ou “remate orientado” eram linguagem cifrada para os que bebiam cada gesto técnico inverosímil com a fome de futebol perdida no olhar. Do Japão a Barcelona, um fenómeno mundial Yoshi Takahashi era um adolescente japonês desconhecido apaixonado pela imagem de Pele e Johan Cruyff, nomes que à maioria dos nipónicos soava a chinês. Quando entrou um dia no gabinete directivo da mítica editorial Shueisha. Não sabemos como persuadiu os executivos mas o projecto foi aprovado e em 1981 saia para a rua a primeira edição das aventuras do pequeno Tsubasa Oozora, um prodígio de 10 anos que vive agarrado á sua bola na pequena localidade de Nankantsu. Com a sua equipa de colégio rodeia-se de outras jovens estrelas em potência para ganhar ano atrás ano os títulos juvenis do país. Até que dá o salto, fruto da sua amizade com um técnico brasileiro, Roberto Hongo, para a liga brasileira. No Brasil a imagem de Tsubasa teve por isso um impacto prévio ao que sucederia mais tarde na Europa. As suas aventuras ao serviço do FC Brancos (São Paulo) contra o FC Domingos (Flamengo) tornaram-se parte da magia juvenil dos adeptos brasileiros. O sucesso mediático da série levou mais tarde o protagonista para a Europa, onde os primeiros episódios tinham acabado de chegar com o mesmo impacto. Naturalmente a diáspora dos principais protagonistas (Genzo Wakabayashi, Shingo Aoi, Shun Nita, Taro Mizaki) cobriu todo o espectro europeu e as suas distintas realidades futebolísticas mas em todos os casos episódios inteiros deliciavam o público juvenil com remates impossíveis, defesas e cortes improváveis no último segundo, pontapés de bicicleta que se eternizavam nos céus e saltos apoiados nos postes das balizas desafiando as leis
REPORTAGEM
da gravidade. O realismo fantástico da anime encontrou a dose certa para misturar-se com a própria complexidade humana que significa o futebol de alta competição. O resultado foi um produto juvenil que ganhou o direito a tornar-se num dos principais representantes audiovisuais da história do jogo. Inspiração para gerações Apesar dos episódios originais remontarem a uma época onde Diego Armando Maradona era ainda uma promessa por cumprir, gerações de jogadores cresceram e apaixonaram-se pelo jogo com Captain Tsubasa na cabeça. A célebre vaga de jogadores nipónicos dos anos 90, onde pontificavam Hidetoshi Nakata e Shinji Ono confessaram várias vezes a sua profunda gratidão à série e mesmo no espectro europeu os italianos Alessandro Del Piero e Francesco Totti
ou o espanhol Fernando Torres publicamente reconheceram ser fãs da série. Como sucede nestes produtos longevos de anime a produção de Tsubasa continua activa. Entre novas versões escritas, videojogos para diversas plataformas e a continuação da anime audiovisual, a imagem de Tsubasa continua a estar intimamente ligada ao futebol japonês contemporâneo. Em constante evolução visual a série sabe também estar preparada a piscar o olho às novas gerações. Não é por acaso que o mais improvável dos heróis futebolísticos continue agora a brilhar ao serviço de um Barcelona que no campo se parece cada vez mais à equipa de desenhos animados com que muitos cresceram. As fronteiras entre realidade e ficção podem muitas vezes ser bastante ténues.
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“Trabalho como um preto, para viver como um branco” Samuel Eto’o
INTERNACIONAL
PREMIER LEAGUE Tiago Soares Fotos: AP
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jornada deste fim-de-semana começou com o Arsenal a receber o Tottenham de André Villas-Boas (AVB). E o encontro não podia ter começado melhor para os “Spurs”, pois num contra-ataque verdadeiramente excelente, Adebayor marcou o primeiro golo do encontro com apenas 10 minutos jogados. AVB parecia contente pela aposta no togolês que, aos 17 minutos, se tornou o vilão da equipa ao fazer uma entrada assassina sobre Santi Cazorla e foi, justamente, expulso da partida. A partir daí, e como seria de esperar, o carrossel do Arsenal começou a funcionar e os golos começaram a surgir na baliza do regressado Lloris. Mertesaker foi o primeiro a marcar, com um golo de cabeça apenas cinco minutos depois da expulsão de Adebayor; aos 40 minutos, Podolski fez o 2-1 num ressalto esquisito num defesa do Tottenham e, ainda antes do intervalo, os “Gunners” chegaram ao 3-1 após uma jogada de raça de Cazorla e uma concretização assertiva de Giroud. Assim terminava a primeira parte do jogo no que iria ser uma partida de sentido único. Aos 59 minutos, Santi Cazorla fez o 4-1 numa jogada de entendimento do ataque do Arsenal e AVB parecia resignado de que iria sair derrotado do Emira-
tes. A esperança renasceu aos 70 minutos com um excelente remate de Gareth Bale (4-2), sendo que o galês podia, logo de seguida, ter feito mesmo o 4-3 – mas rematou ao lado. Aos 90 minutos o Arsenal chegou aos 5-2, com um golo de Walcott a terminar um contra-ataque da equipa arsenalista, materializando a goleada ao “Spurs”. Assim, parece que AVB não está no bom caminho para terminar à frente da equipa de Wenger no final do campeonato... O campeão inglês Manchester City não nos presenteou, nesta semana, com uma recuperação épica como é seu apanágio. Pelo contrário, cilindrou o Aston Villa por 5-0 no Etihad e assumiu, naquele momento, a liderança da Premier à condição. David Silva iniciou a demolição dos “villans” aos 41 minutos num lance extremamente confuso na área do Villa após um canto e, 10 minutos depois e, naturalmente, já na segunda parte, um pénalti controverso deu origem ao 2-0 (golo de Aguero). Aos 63 minutos, mais um pénalti deu o 3-0 ao City, desta vez marcado por Tévez. Apenas três minutos depois, Aguero fez o 4-0 num golo com bastantes responsabilidades para o guarda-redes Andy Marshall, pois a bola
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passa entre ele e o poste num remate perfeitamente defensável. Tevéz fez o 5-0 aos 73 minutos, concretizando o seu hat-trick e tornando-se a figura maior do jogo. Excelente exibição do argentino – que, caso não fossem todos os anticorpos que vai criando com todos os treinadores, seria uma das estrelas maiores da constelação dos futebolistas mundiais. O Chelsea entrou em campo com o peso dos insucessos das últimas jornadas e sabendo que tinha de ganhar para poder manter-se na luta pelos primeiros lugares. Assim, na deslocação ao terreno dos West Bromwich Albion, os “Blues” sabiam que tinham um jogo complicado contra uma equipa que tem vindo a surpreender tudo e todos na Premier League. Logo aos seis minutos, a equipa londrina podia ter feito o 1-0, mas o lance perdeu-se na área do WBA que, apenas três minutos depois, fez o 1-0 num cabeceamento de Long já dentro da pequena área (com David Luiz a ficar mal na fotografia). Hazard empatou já no final da primeira parte, com um cabeceamento que ressalta ainda no defesa adversário antes de entrar na baliza. O marcador do primeiro golo fez o cruzamento para o segundo golo – Odemwingie fez o terceiro golo de cabeça do jogo e deixava, aos 51 minutos, o campeão europeu à beira de um ataque de nervos. A equipa lançou-se então ao ataque e esteve perto de conseguir o empate várias vezes, sendo que o mais perto foi a oportunidade desperdiçada por Sturridge já aos 86 minutos . O resultado não se alterou e o Chelsea vai perdendo terreno para as equipas de Manchester, sendo que o West Bromwich subiu, com esta vitória por 2-1, ao quarto lugar da Premier League. O Manchester United começou o seu jogo de sábado à noite sabendo que tinha de vencer para cavar uma maior distância em relação ao Chelsea e manter a liderança. A deslocação ao reduto do Norwi-
ch, equipa que já fomos falando neste espaço, parecia perigosa, pois a equipa dos “canários” joga sempre bem, mas tem um grau de ingenuidade (e azar...) relativamente grande. A equipa do United foi a grande dominadora do encontro na primeira parte e teve duas boas oportunidades para marcar – uma aos três minutos, do inevitável van Persie e outra de Ashley Young (a proporcionar uma excelente defesa ao guarda-redes da casa, John Ruddy)já no final da primeira metade do desafio. E, se o Norwich já teria aceite o empate se lho tivessem proposto no final da primeira parte, ainda ficou melhor aos 60 minutos num cabeceamento verdadeiramente notável de Pilkington, antecipando-se a Rio Ferdinand e marcando um belíssimo golo à sua equipa de formação. O United lançou-se para a frente, tentando reeditar algumas recuperações de tempos recentes e conseguindo mesmo algumas oportunidades para chegar ao empate. No entanto, a mais gritante até pertenceu à equipa da casa, com um contra-ataque nos últimos instantes da partida, com Howson a aparecer isolado em frente a De Gea e a desperdiçar, de forma incrível, o 2-0. O United perdia assim a liderança da Premier e permitia uma vitória histórica ao Norwich, que já vinha merecendo esta boa notícia. Noutros resultados da jornada, destaque para a derrota do Newcastle em casa com o Swansea, do quinto classificado Everton com o Reading (que até esta jornada era o antepenúltimo) e para a vitória do Liverpool em casa, por 3-0, com o Wigan. Classificação: 1 Man. City (28 pontos) 2 Man. United (27 pontos) 3 Chelsea (24 pontos) 4 WBA (23 pontos) 5 Everton (20 pontos)
BUNDESLIGA João Silva Fotos: AP
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pós esta ronda da Bundesliga, as contas ficaram mais baralhadas. O líder Bayern de Munique foi empatar ao campo de um dos maiores rivais da região da Baviera, o Nürnberg, continuando na frente da classificação com 8 pontos de avanço. O perseguidor mais direto, o Schalke 04, teve uma prestação horrível e perdeu o líder de vista. Logo atrás, surge o Eintracht Frankfurt, que regressou aos triunfos, ocupando o 3º posto. O campeão em título tenta recuperar os pontos perdidos. Com uma sequência de adversários mais acessíveis, o Borussia Dortmund o Greuther Fürth, estando agora a 9 pontos do líder. No fundo da classificação, o Augsburg perdeu em Frankfurt e continua em último, começando a perder o contacto com as formações acima da linha de água. Logo a seguir, encontra-se o Greuther Fürth, que ocupa o 17º posto. No lugar que dá acesso à relegação, está agora o Fortuna Düsseldorf, que foi ultrapassado pelo Wolsfburg. No que diz respeito aos destaques individuais, os
três melhores marcadores da competição são: Alexander Meier, do Eintracht Frankfurt com 9 golos; Mandzukic, do Bayern de Munique, com o mesmo número; e Szalai, do Mainz com 8. Do lado das defesas menos batidas, estão, por ordem crescente, Unnerstall, do Schalke 04, com 14 golos sofridos; Weidenfeller, do Borussia Dortmund, com 13 tentos consentidos; e Neuer, do Bayern de Munique, com apenas 5 golos consentidos. No total, marcaram-se 28 golos, o que deu uma média de 3,11 tentos por partida. Houve 8 vitórias, sendo 5 em casa e 3 fora, e 1 empate. Nos estádios, houve uma média de 46 436 espectadores, o que volta a colocar a Bundesliga entre os campeonatos europeus com mais assistências. Devido aos compromissos das selecções a meio da semana, a jornada número 12 começou apenas no sábado. Nesse dia, disputaram-se sete partidas. Em Dortmund, o Borussia local, à procura da sua primeira sequência de duas vitórias na prova, rece-
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beu e venceu por 3-1 o recém-promovido Greuther Fürth, que oferecia um melhor desempenho fora do que em casa. Na primeira parte, houve muito jogo de ataque e muitos golos, saindo o Borussia Dortmund como justo vencedor. No segundo tempo, os bi-campeões dominaram todos os acontecimentos, não permitindo qualquer resposta. No final da partida, o campeão passou a ter 22 pontos, ocupando o 4º lugar, dentro dos seus objetivos para a presente temporada: o acesso à Liga dos Campeões. O Greuther Fürth tem 7 pontos, estando em 17 º lugar e não vence há dez jornadas. No Borussia-Park, a equipa da casa, o Borussia Mönchengladbach recebeu e perdeu 1-2 com o Stuttgart, num jogo que antevia um grande espectáculo entre duas formações que estavam em ascensão, ainda que os visitantes estivessem pior. No primeiro tempo, o sinal mais pertenceu aos homens da casa, que, contudo, não conseguiram segurar a vantagem. Na segunda metade, um lance aparentemente inofensivo ditou o resultado. Depois do confronto, os visitados somam 16 pontos, estando em 11º. Os visitantes, por outro lado, estão em 12º, com os mesmos 16 pontos. Em Hannover, o europeu Hannover 96, que procurava assaltar os lugares de acesso à Liga dos Campeões, recebeu e perdeu 1-2 com o SC Freiburg, que não perdia há duas jornadas. A primeira parte ofereceu uma boa réplica dos forasteiros, que, embora não sendo brilhantes, estiveram melhor. A segunda metade mostrou os visitados mais atrevidos, mas sem qualquer eficácia. Na sequência da partida, os donos da casa ficaram com 17 pontos, assumindo o 6º lugar, enquanto os forasteiros têm agora 16 pontos, estando no 10º lugar. No derby entre Franken e Bayern (derby da região Baviera), o Nürnberg, aflito na classificação, recebeu e empatou a uma bola com o Bayern de Munique, que tinha passeado charme nas anteriores jornadas da Bundesliga. Os primeiros 45 minutos mostraram um Bayern rapidamente na frente do marcador, mas sem a destreza do costume. A etapa final revelou que a segunda linha do Bayern não tem o nível da primeira. No final, o Nürnberg tem 12 pontos e está em 15º lugar, mergulhado na luta pela permanência. O adversário desta jornada tem uns fantásticos 31 pontos, navegando tranquilamente em 1º lugar, apesar de ter sofrido primeiro golo fora de casa. No extremo oposto do país, no Norte da Alemanha, o Hamburger SV, apostado no regresso aos triunfos, recebeu e venceu 1-0 o Mainz 05, a fazer uma campanha soberba. No primeiro tempo, não houve momentos dignos de registo. No segundo, o cenário manteve-se. Após o desafio, os visitados ficam no 9º lugar com 17 pontos. O Mainz, depois deste resultado, tem os mesmos pontos, estando no 8 º lugar.
Em Frankfurt, o Eintracht local, a realizar uma Bundesliga sem igual, recebeu e venceu o lanterna vermelha Augsburg por 4-2. O domínio da primeira parte pertenceu à equipa da casa, que controlou a seu belo prazer. No segundo tempo, a toada foi exatamente a mesma, pelo que o resultado é justo. Graças a este resultado, o Eintracht Frankfurt tem 23 pontos, ocupando o 3 º lugar. O adversário desta jornada tem apenas 6 pontos, continuando a transportar a lanterna vermelha. No final de tarde de sábado, o Bayer Leverkusen, abalado pela última derrota, recebeu e venceu por 2-0 o Schalke 04, que se mostrara o principal perseguidor do líder. Neste encontro de gigantes, os visitados dominaram a primeira parte, conseguindo um golo fantástico. A segunda foi ainda pior para os visitantes, que deram a sensação de não ter marcado presença no jogo. Com o apito final, os donos da casa passaram a somar 21 pontos, navegando num interessante 5 º lugar, aguçando a luta pela presença na Liga dos Campeões. Os visitantes regressaram a Gelsenkirchen com 23 pontos, ocupando o 2 º lugar, deixando fugir o líder. No domingo, disputaram-se os dois últimos encontros da ronda. Ao início da tarde, o Werder Bremen, abalado com a mudança do seu diretor desportivo para o Wolfsburg a meio da semana, recebeu e venceu por 2-1 o Fortuna Düsseldorf, em clara queda exibicional e com problemas no balneário. Os primeiros 45 minutos ofereceram alguns bons momentos, mas foram muito atribulados. O segundo tempo trouxe um desafio muito mais interessante. Com este resultado, a equipa da casa tem, nesta altura, 17 pontos e está no 7 º lugar. Os homens de Norbert Meier, por outro lado, têm 11 pontos e ocupam o 16º ponto. A terminar a ronda, disputou-se um desafio entre formações que tinham como objetivo inicial a participação nas competições europeias e que, face às fracas prestações, estavam nos últimos lugares da tabela. Assim, o Hoffenheim, mais forte em casa do que fora, recebeu e perdeu por 1-3 com o Wolfsburg, motivado por uma boa exibição na última jornada e pela contratação de um novo diretor desportivo a meio da semana. Na primeira metade, os visitantes foram mais eficazes e tiraram partido das fragilidades contrárias. No segundo tempo, a toada manteve-se. Na sequência deste confronto, o Hoffenheim caiu para o 14º posto com 12 pontos. O Wolfsburg tem agora 14 pontos, passando para o 13º lugar.
LA LIGA Francisco Baião Fotos: AP
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a Liga Espanhola desenrolou-se, este fim-de-semana, a 12ª jornada marcada por três triunfos dos três da frente (Barcelona, Atlético Madrid e Real Madrid) e pela perda de pontos dos adversários mais próximos com o empate do Málaga (quarto jogo consecutivo sem vencer, terceiro para a Liga) e para a estrondosa derrota do Betis (terceira derrota nos últimos quatro jogos) perante o Sevilha no derby da Andaluzia, permitindo a ascensão do Levante ao quarto posto após triunfo na Galiza perante o aflito Deportivo. A jornada começou com um atípico empate a zero entre o Osasuna (último classificado) e Málaga (que ocupava o quarto posto), resultado que, ainda assim permitiu à equipa da casa alcançar os mesmos nove pontos que Espanyol, deixando a equipa de Simão e Rui Fonte com a lanterna vermelha. Do lado do Málaga, Eliseu foi titular e alinhou os 90 minutos da partida, enquanto Duda saiu do banco para alinhar os últimos 8 minutos de jogo. Ainda no sábado alinharam as restantes 3 equipas espanholas que, para além do Málaga, estão a disputar a fase de grupos da Liga dos Campeões, cabendo ao Valencia ser a segunda equipa a entrar em
cena perante o Espanyol que entrava em campo já como último classificado. Numa partida em que poderiam ter alinhado 4 portugueses (João Pereira e Ricardo Costa pelos da casa e Simão e Rui Fonte pelos forasteiros), a verdade é que nenhum entrou em campo e só Simão esteve sentado no banco de suplentes dos catalães, mas acabou por não entrar. O triunfo do Valencia (por 2-1) só ficaria selado no último minuto (após uma igualdade a uma bola ao intervalo) num golo apontado por Soldado na cobrança de uma grande penalidade, num momento em que o Espanyol já jogava com 9 jogadores devido a duas expulsões já nos últimos cinco minutos de jogo. Em Barcelona, no Barcelona – Saragoça assistiu-se a mais um triunfo dos catalães, numa partida em que o técnico Manolo Jiménez surpreendeu ao deixar Hélder Postiga no banco de suplentes (entrou para os últimos 15 minutos) mas o homem da partida seria o inevitável Lionel Messi que, com mais dois golos, prepara-se para mais uma Bota de Ouro, contabilizando já uns extraordinários 17 golos em 12 jogos (contra 12 de Ronaldo que segue em segundo lugar) e garantindo mais 3 pontos para a sua equipa
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no triunfo, por 3-1, sobre o Saragoça. A equipa da casa colocou-se em vantagem aos 16 (por intermédio do argentino) com o Saragoça ainda a chegar à igualdade, aos 24’, por Montañes, que seria desfeita, logo depois (aos 28’) por Song. Messi, já na segunda parte, faria o 3-1 final que permite à equipa de Vilanova somar 34 pontos em 12 jogos (perdeu apenas 2 pontos no empate frente ao Real Madrid). A terminar o sábado de futebol no país vizinho tínhamos um Real Madrid – Athletic Bilbau para o qual o técnico português José Mourinho chamou três internacionais portugueses ao onze inicial com Pepe e Fábio Coentrão na defesa e Ronaldo, ainda com o sobrolho com marcas da lesão da semana passada, na frente. Se o triunfo dos merengues não merece contestação nem dá azo a história (5-1), o facto de Cristiano Ronaldo ter ficado em branco já terá algum significado sobretudo se tivermos em linha de conta que a equipa de Mourinho marcou uma mão cheia de golos sem o contributo do português. A partida ficou decidida em pouco mais de meia hora de jogo, altura em que os madrilenos já venciam por 3-0 com golos de Benzema (2) e de Sergio Ramos, cabendo a Ibai Gómez o golo de honra do bascos que, na segunda parte, ainda sofreriam mais dois golos (dos alemães Özil e Khedira). A manhã de domingo trouxe mais uma (a sexta em doze jogos) derrota para a equipa mais portuguesa da Liga Espanhola com o Deportivo da Coruña a cair aos pés do Levante, num jogo onde tudo correu mal à equipa onde Zé Castro e Bruno Gama foram titulares e André Santos não saiu do banco. Os primeiros episódios da desgraça galega aconteceram bem cedo na partida com os dois centrais a saírem lesionados ainda no primeiro quarto de hora de jogo (primeiro foi Marchena aos 7 e depois Zé Castro aos 14’). Para aprofundar a manhã negra da equipa local, o inevitável Obafemi Martins fazia mais um golo esta temporada, fazendo o 0-1 com que se atingiria o intervalo. A segunda parte ainda trouxe uma réstia de esperança ao Deportivo que, aos 54’, viu o seu adversário ficar reduzido a 10 elementos mas, na tentativa de chegar ao empate, o técnico José Luis Oltra esgotou as substituições aos 62’ e, como era dia não para os da casa, o seu guarda-redes seria expulso aos 70’, levando Bergantiños a ocupar a posição de guarda-redes nos 20 minutos que faltavam para o final da partida. Novamente em igualdade numérica e beneficiando do facto do adversário ter um guarda-redes de recurso, Barkero, a oito minutos do final, fazia o 0-2 final que haveria de deixar o Levante na quarta posição do campeonato. No outro jogo na Galiza, o Celta e o Maiorca disputavam uma partida entre aflitos e o resultado final (empate a uma bola) não tira nenhuma das duas
equipas das posições incómodas com o Celta a somar 11 pontos (um a mais que o Deportivo que é a primeira equipa abaixo da linha de água) e o Maiorca apenas com um ponto a mais. Os insulares ainda chegaram ao intervalo em vantagem (golo de Hemed aos 22’) mas os galegos empataram no decorrer da segunda parte com um golo de Park Chu-Young. Quem aproveitou a 12ª jornada para dar um salto na classificação foi o Getafe que, depois de receber e vencer o Valladolid por 2-1, subiu 5 posições deixando o 14º posto para o 9º lugar a 3 pontos dos lugares europeus. A equipa de Getafe até chegou ao intervalo em desvantagem (golo de Óscar González aos 45’) mas, em apenas 4 minutos, dois golos dos anfitriões permitiram a reviravolta no marcador, numa partida em que o português Sereno não foi convocado. Na cidade de Granada disputou-se o Granada – Atlético Madrid com os colchoneros, pressionados pelos triunfos de Barcelona e Real Madrid, a responderem à altura, somando mais 3 pontos no campeonato, mantendo as distâncias para a frente e para trás. Foi mais uma partida em que Falcao ficou em branco, mas ainda assim os madrilenos somaram os três pontos fruto de um golo apontado por Turan aos 61’, ele que, aos 72’, já com a equipa reduzida a dez elementos por expulsão de Suárez, seria substituído pelo português Tiago. Com esta derrota o Granada cai para a 16ª posição (com um ponto de avanço sobre a linha de água) enquanto o Atlético mantém a perseguição ao líder. O domingo não terminaria sem o escaldante derby da Andaluzia entre o Sevilha e o Betis que resultou numa goleada para os anfitriões que, ao intervalo, já impunham a maior diferença de sempre existente na longa história destes derbies. Com dois golos de Reyes e outros tantos de Fazio, a equipa do Sevilha já batia o seu rival por 4-0 ao intervalo com os dois primeiros da partida a ocorrerem ainda durante os primeiros cinco minutos de jogo. Na segunda parte a equipa de Nélson e Salvador Agra (só o lateral alinhou) ainda reduziu por intermédio de Rubén Castro, mas, em cima do minuto 90, Rakitic fazia o 5-1 final que permitiu à equipa da casa ascender à sétima posição e a queda do Betis para o sexto posto, separados por um ponto. A jornada terminou esta segunda-feira com uma goleada, na receção da Real Sociedad ao Rayo Vallecano, com os bascos a vencerem por quatro bolas sem resposta, resultado que os afasta das últimas posições, colocando-se a meio da tabela, e que impede a chegada do Rayo aos lugares europeus. Na próxima jornada da Liga BBVA há 3 confrontos interessantes opondo o Levante ao Barcelona, o Betis ao Real Madrid e o Atlético Madrid ao Sevilha.
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FRANÇA - LIGUE 1 Tiago Soares Fotos: AP
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Ligue 1 mantém-se imparável em termos de emoção e de incerteza, com uma particularidade importante face aos restantes campeonatos da Europa: apenas três pontos separam o primeiro do sétimo classificado. Mas comecemos pelo Paris Saint-Germain (PSG), adversário do FC Porto na Liga dos Campeões: a equipa de Paris recebeu em casa o Rennes, equipa que estava no meio da tabela e a realizar um campeonato regular. Aos 12 minutos, a equipa visitante colocou-se em vantagem com um golão de Alessandrini, a aproveitar um corte pouco ortodoxo da defesa da equipa do PSG para bater Sirigu com um excelente remate de pé esquerdo de fora da área. Aos 20 minutos, a equipa da casa respondeu, com Pastore a aproveitar um passe mal medido da defesa do Rennes para isolar Nené que, com um toque de classe, colocou a bola por cima do guarda-redes Costil. O guarda-redes visitante teve, logo de seguida, mais destaque ao ser expulso numa jogada dividida com Menéz em que, claramente, toca primeiro na bola e foi, assim, injustamente expulso. Mas o Rennes uniu-se e, aos 35 minutos e mesmo reduzido a 10 unidades, alcançou a vantagem no desafio num livre marcado por Féret, que aproveitou a deficiente colocação da barreira por parte de Sirigu e colocou a bola nas redes do PSG. Até ao intervalo nada se alterou no desafio e, logo no início da segunda parte, mais um entrave
para o Rennes: Makoun foi expulso de forma infantil e colocou a sua equipa a jogar quase uma parte inteira com apenas nove jogadores. No entanto, incrivelmente, a equipa do PSG não conseguiu fazer mais nada no jogo contra uma equipa que defendeu como pôde as investidas do ataque parisiense. E diga-se que muita falta fez Zlatan a esta equipa, a cumprir o segundo jogo de castigo e, certamente, ainda com o fabuloso golo que marcou à Inglaterra a meio da semana a fazer suspirar os adeptos parisienses. No final deste jogo, havia várias equipas a poder ultrapassar o PSG: Lyon, Bordéus, Marselha (que estava empatado na liderança à entrada para esta jornada), Valenciennes e St. Étienne, sendo que estes dois últimos jogaram apenas uma hora depois de terminar o jogo do líder . O Valenciennes recebeu o campeão em título, Montpellier, e começou o jogo em alta rotação, tendo logo no primeiro minuto uma excelente hipótese para marcar, desperdiçada por Dossevi que, de um ângulo complicado, enviou a bola ao poste. Aos 15 minutos, os campeões responderam em grande estilo com um golo de primeira de Charbonnier, contando com a complacência de Gil, central da equipa da casa. Aos 39 minutos, o caso do jogo: bola em profundidade da equipa do Valenciennes e a defesa campeã não conseguiu aliviar, sendo que o central
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Congré cometeu a proeza de dar na bola duas vezes com a mão e mesmo assim não ter um pénalti assinalado. O árbitro deu, erradamente, a lei da vantagem e Pujol rematou para o golo do empate neste encontro, resultado com que se chegou ao intervalo. Já na segunda parte, aos 57 minutos, Saihi (médio do Montpellier) foi expulso por uma entrada dura e arriscada sobre um adversário e o jogo perdeu um pouco o interesse, sendo que as melhores oportunidades ainda pertenceram ao Valenciennes que, para mal da sua candidatura ao primeiro lugar, não conseguiu concretizar. Por seu lado, o St. Étienne jogou à mesma hora no estádio do Évian e esteve mesmo a ganhar por 2-0 ao passar da meia-hora de jogo. Logo aos oito minutos, uma bela jogada de ataque deu origem ao primeiro golo da partida, obra de Gradel após cruzamento de Aubameyang. Aos 28 minutos, os mesmos intervenientes, mais um golo: Aubameyang recuperou uma bola perdida na defesa da equipa da casa e serviu numa bandeja o segundo golo a Gradel. 2-0, resultado com que se chegou ao intervalo, e tudo bem encaminhado para uma vitória tranquila da equipa do St. Étienne. No entanto, a conversa de balneário de Dupraz (treinador da equipa da casa) resultou em cheio e, aos 47 minutos, o Évian já havia reduzido para 2-1, após uma jogada excelente de Berigaud a servir Rabiu para um remate bem colocado. A equipa da casa agigantou-se e parecia determinada a tentar dar a volta a um resultado que podia atirá-la para a zona de despromoção, tendo pressionado os visitantes até que, ao minuto 80, chegou mesmo ao empate por Angoula, após livre do ex-Benfica Daniel Wass. O resultado não sofreu mais alterações e também o St. Étienne desperdiçava a oportunidade de passar para a liderança (ainda que condicional) da Ligue 1. No entanto, o PSG estava destinado a não passar este domingo que passou na liderança da Ligue 1. O Lyon entrou no seu jogo em casa contra o Reims sabendo que poderia alcançar a liderança isolada da Liga e não deixou os seus créditos por mãos alheias, tendo vencido a sua partida por uns esclarecedores 3-0. No entanto, só no final da primeira parte (e já depois de alguns sustos) é que a equipa lionesa conseguiu chegar à vantagem na partida, com um golo, na própria baliza, de Weber, após uma jogada excelente de Reveillere. Na segunda parte, uma mais relaxada equipa do Lyon foi ameaçando a baliza do Reims, mas só chegou ao segundo golo aos 73 minutos – numa jogada em que Weber ia marcando o seu segundo golo na própria baliza (!), tendo a bola sido rechaçada pelo poste e ido parar aos pés de Gomis, que não perdoou a oferta. O golo de Lisandro, aos 90 minutos, foi apenas um prémio para
a equipa do Lyon, que assumia assim a liderança do campeonato à condição, pois ainda faltava o sempre interessante Bordéus – Marselha. Num jogo que não defraudou os que a ele decidiram assistir, Bordéus e Marselha demonstraram porque são, neste momento, equipas de topo em França. Sempre com André Ayew a tentar chegar ao golo, foi Carraso que conseguiu salvar o Bordéus ainda na primeira parte, numa jogada de contra-ataque da equipa marselhesa que ia dando mesmo o golo inaugural. Num jogo mais táctico que emotivo, foi só na segunda parte que houve motivos de emoção com o golo de Gouffran, do Bordéus, aos 52 minutos, a culminar uma bela iniciativa de Trémoulinas do lado esquerdo do ataque dos “girondinos”. Até ao final, a nota de maior destaque vai para a expulsão de Lucas Mendes, por ter travado Obraniak quando este se encaminhava isolado para a baliza. 1-0 para o Bordéus, que subiu para o segundo lugar por troca, precisamente, com o Marselha, que desceu para o quarto posto. Classificação: 1 Lyon (25 pontos e menos um jogo) 2 Bordéus (24 pontos) 3 Paris SG (23 pontos) 4 Marselha (23 pontos e menos um jogo) 5 St. Étienne (22 pontos)
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SERIE A Tiago Soares Fotos: AP
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im-de-semana pródigo em empates na Serie A, com as equipas do topo todas a ceder pontos nos seus jogos (com a excepção da Fiorentina). Começando pela campeã em título, a Juventus recebeu a Lazio de Roma (que vinha de uma vitória no derby romano) e teve uma primeira parte extremamente activa, não tendo chegado ao golo devido a duas grandes defesas de Marchetti (a remates de Giovinco e Quagliarella num mesmo lance) e ao desacerto do mesmo Giovinco em mais duas ocasiões. A Lazio sobrevivia e conseguiu chegar ao intervalo empatada a zero, tendo começado a segunda parte a ver o seu guarda-redes Marchetti a tornar-se a figura do encontro com uma defesa absolutamente genial a um remate que tinha sofrido um ressalto em Quagliarella. Bonucci ainda falhou, em frente à baliza e no seguimento de um canto, um golo certo – tendo atirado à barra – e assinalou, assim, o desacerto completo na hora de rematar à baliza da equipa “bianconera”. O resultado final foi mesmo o empate a zero, resultado que premeia a estrondosa exibição de Marchetti e penaliza a equipa da Juventus.
Em Nápoles, a equipa da casa recebia um Milan em crise e que parecia presa fácil para uma das equipas do momento em Itália. E tudo se parecia encaminhar bem para o Nápoles pois, aos quatro minutos, Inler rematou forte de longe e Abbiati deixou-se bater de forma infantil, dando a vantagem à equipa napolitana. Este lance promete fazer correr muita tinta em Itália, pois o vice-presidente do Milan, Galliani, foi “apanhado” a comentar, no estádio, “Que guarda-redes de m…!” em consequência deste golo. A partida continuou em sentido único e Insigne fez o 2-0 à passagem da meia-hora, num remate quase sem ângulo mas que ressalta em Acerbi, jovem defesa milanês, traindo novamente o azarado Abbiati. E foi nessa altura que o Milan começou a subir mais e que surgiu o faraó – El Shaarawy. O jovem egípcio tem vindo a salvar várias vezes os “rossoneri” esta época e neste jogo não foi excepção. Aos 44 minutos, reduziu para 2-1 com um golaço á entrada da área, num remate cruzado e ao ângulo que não deu hipóteses a De Sanctis. A salvação segundo El Shaarawy teve o seu epílogo aos 82 minutos quando, após passe de Robinho, o egípcio surgiu isolado em frente ao desamparado guarda-redes napolitano
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e fez o 2-2, sentenciando assim o empate e salvando, novamente, o treinador Allegri. O mais curioso é que, para este Milan, o empate em Nápoles até pode ser visto como um mal menor, face ao rol de equipas que tem batido “a equipa com mais títulos do Mundo”. O Nápoles empatou e perdeu a hipótese de reduzir o fosso para a Juventus. O Inter, sabendo do empate da Juventus no dia anterior, tinha então a hipótese de diminuir o fosso para apenas dois pontos no seu jogo em casa com o Cagliari. E começou o jogo como tem vindo a encarar todas as partidas – num ritmo forte e à procura do golo, que surgiu mesmo aos 10 minutos, num cruzamento perfeito de Cassano para um bom golo de cabeça de Rodrigo Palacio, jogador que tem vindo a “picar o ponto” várias vezes nestas últimas jornadas. Sau, avançado da equipa da Sardenha, é que não estava pelos ajustes e empatou o jogo à passagem do minuto 43, respondendo muito bem ao cruzamento excelente da esquerda de Cossu. E se ao intervalo as coisas não pareciam muito promissoras para o Inter, que havia “adormecido” a meio do primeiro tempo, pior ficaram aos 20 minutos da segunda parte, pois Sau (outra vez ele) deu o melhor seguimento a um remate acrobático de Pinilla (sim, esse Pinilla!) que havia embatido no poste e, com alguma sorte a retirar quase todos os adversários do caminho, deu a volta ao resultado. Não contava o avançado com a “traição” de Astori que, aos 82 minutos, desviou um cruzamento da direita do ataque dos “nerazurri” para a sua própria baliza, fazendo o resultado final no Giuseppe Meazza. O Inter, tal como os outros clubes do pódio da Serie A, empatou e perdeu a hipótese de se aproximar mais da liderança.
Quem tem vindo a surpreender é a Fiorentina que, na recepção à Atalanta, “despachou” o adversário por quatro bolas a uma. Aos cinco minutos a equipa “viola” já vencia, mercê de um golo de Gonzalo Rodriguez a responder da melhor forma a um livre vindo da esquerda do ataque da equipa da casa. A Atalanta, no entanto, ainda assustou ao empatar a partida graças a um golo (obtido em posição irregular) de Bonaventura aos 33 minutos de jogo; mas Aquilani, médio da Fiorentina, decidiu assumir as rédeas do encontro e sentenciou a partida ainda na primeira parte. Aos 43 minutos marcou de forma irrepreensível um livre à entrada da área dos forasteiros e, já em tempo de compensação da primeira parte, o jogador que havia sido fulcral na jornada passada voltou a marcar no seguimento de um canto (3-1, resultado ao intervalo). Nesta altura, a Atalanta já jogava com apenas 10 homens após a expulsão de Cigarini e, por este motivo, a segunda parte foi mais “morna”, sendo que a Fiorentina ainda ampliou a vantagem com um golo de Luca Toni aos 49 minutos (a cruzamento de… Adivinharam: Aquilani). Até ao final do jogo pouco mais houve a relatar, sendo de notar que a Fiorentina fez a sua quinta vitória consecutiva para a Serie A. Noutros jogos, destaque para a vitória da Sampdoria no derby de Génova (3-1 no Luigi Ferraris contra o rival de sempre) e para a vitória da Roma sobre o Torino por 2-0. Classificação: 1 Juventus (32 pontos) 2 Inter (28 pontos) 3 Nápoles (27 pontos) 4 Fiorentina (27 pontos) 5 Lazio (23 pontos)
MIÚDO MARAVILHA
ATSU Texto: Pedro Martins Fotos: google.com
O futebol é um mundo de sonhos em que tudo pode acontecer, rápido se passa de “burro” a “cavalo” e mais rápido de “cavalo” a “burro”, o sucesso acompanha os trabalhadores, assim como Christian Twasam Atsu. Este jovem de 20 anos é natural de Ada Foah, Gana, mas foi em Portugal e mais especificamente no maior clube da cidade do Porto, o FC Porto, que se formou como jogador. Desde 2009 até 2011 jogou nos Juniores e na época de 2010/2011 foi chamado pela primeira vez à equipa principal pelo então treinador do FCP, André Villas-Boas, mas sem minutos de jogo. Para um maior proveito do seu potencial e aumentar a sua experiência e maturidade foi emprestado ao Rio Ave da primeira divisão Portuguesa durante a época de 2011/2012 onde disputou 27 jogos e marcou 6 golos, tendo sido um deles a um dos grandes do futebol Português, o SL Benfica. Na presente época ficou na equipa principal do Porto onde tem vindo a dispor de minutos para mostrar o seu talento contribuindo para o actual primeiro lugar da equipa na Liga Portuguesa e presença nas taças de Portugal e da Liga, assim como na Liga dos Campeões. A sua explosão como jogador de talento levou à sua chamada à selecção principal de Gana onde já marcou 2 golos em 5 jogos, sendo apontado como uma aposta de excelente perspectiva. Pode jogar a avançado devido à sua capacidade finalizadora e acentuada mobilidade, mas é a extremo, tanto na direita como na esquerda, que mais rende. Em muito de deve ao facto de ser muito veloz, tanto a desmarcar-se como em posse de bola, e por ter um drible curto muito rápido, que usa muitas vezes no um para um criando desequilíbrios nas defesas adversárias, a sua especialidade. Com a sua qualidade técnica e grande agilidade procura muitas vezes a linha para assistir os seus colegas e com a sua velocidade de explosão procura as desmarcações nas costas das defesas de modo a surgir isolado tanto para o passe final como para poder finalizar na cara do guarda-redes. A tudo isto se junta a sua forte capacidade física, tanto a nível aeróbio, como a nível de contacto físico e o remate poderoso do seu pé esquerdo. Formam-se, são lançados aos “lobos” e depois de se tornarem “Homens” do futebol, contribuem com todo o seu talento e trabalho, Atsu um miúdo maravilha do hoje para o amanha.
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“Sanchis cobre o Secretário” Fernando Hierro
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