O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ
“APAGÃO RUSSO”
Nº20
“Joga-se melhor com 11... E se é com 12, melhor ainda” Di Stefano
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24/10/12
PORTO
PORTO X DINAM
24/10/12
MO KIEV Texto: Francisco Baião Fotos: Getty Images
F
C Porto e Dínamo de Kiev defrontam-se, esta quartafeira, no Estádio do Dragão, em partida a contar para a terceira jornada do Grupo A da Liga dos Campeões, jogo que, em caso de triunfo da equipa portuguesa, deixa os comandados de Vítor Pereira em muito boa posição para seguir em frente na competição. É depois de dois triunfos nas duas partidas já disputadas (Dínamo Zagreb 0-2 FC Porto e FC Porto 1-0 PSG) que os dragões recebem aquela que, à partida, seria a equipa com a qual iriam disputar a segunda vaga para os oitavosde-final da principal competição de clubes do continente europeu mas, depois do excelente arranque portista, um triunfo no jogo desta quarta-feira, a equipa pode começar, desde já, carimbar o passaporte para a próxima fase. Caso vença o Dínamo de Kiev, a equipa do FC Porto passa a somar 9 pontos e, com a receção ao Dínamo de Zagreb, a possibilidade de somar 12 pontos é bem real, uma vez que tal pontuação abriria a porta dos oitavos-de-final da Champions. Depois da excelente exibição e magnífico resultado perante o todo poderoso PSG, tudo aponta para que o FC Porto possa fazer a totalidade dos 9 pontos nos 3 jogos realizados em casa o que, somados aos 3 pontos já conquistados em Zagreb, dão a Vítor Pereira e seus pares margem para sofrer duas derrotas nas duas deslocações mais complicadas (a Paris e a Kiev) e ainda assim seguir em frente. Com a equipa tipo praticamente definida (apenas Alex Sandro está indisponível), Vítor Pereira poderá apresentar um onze muito próximo
daquele que bateu o PSG e somar mais três importantes pontos na caminhada rumo ao lote dos 16 melhores da Europa. Esta quarta-feira, no Estádio do Dragão, às 19:45, o futebol português precisará de um triunfo do FC Porto, sobretudo após os desaires de Benfica e Sporting de Braga. Convocados FC Porto: Guarda-redes: Helton e Fabiano; Defesas: Danilo, Maicon, Miguel Lopes, Mangala, Abdoulaye e Otamendi; Médios: Lucho, Castro, João Moutinho, Fernando, Kelvin e Defour; Avançados: Jackson Martínez, James Rodríguez, Kléber, Varela e Atsu Convocados Dínamo: Guarda-redes: Oleksandr Shovkovskiy, Maksym Koval e Denys Boyko; Defesas: Betão, Taras Mykhalik, Taye Taiwo e Evgen; Médios: Khacheridi, Miguel Veloso, Ognjen Vukojevic, Denys Garmash, Oleg Gusev, Niko Kranjcar, Andriy Bohdanov, Haruna Lukman e Miloš Ninković;Avançados: Andriy Yarmolenko, Artem Milevskyi, Ideye Brown, Admir Mehmedi e Marco Ruben.
CHICHARITO ROUBOU O
24/10/12
O SONHO Texto: zerozero Fotos: Getty Images
N
unca uma equipa portuguesa conseguiu vencer em Old Trafford e não foi o SC Braga que conseguiu colocar um fim a esse triste fado. Mas ainda se chegou a acreditar nisso. Aos 20 minutos, os guerreiros do Minho já venciam por 0x2 com dois golos de Alan e só aos 25 minutos é que o Manchester United alvejou pela primeira vez a baliza de Beto, chegando ao 1x2 nesse disparo de Chicharito. Ao intervalo os minhotos venciam por um golo mas na segunda parte tudo mudou. O SC Braga não atacou e o Manchester United deu a cambalhota no marcador. Primeiro, Evans restabeleceu a igualdade e depois Chicharito bisou, novamente de cabeça. Entrada de sonho que surpreendeu por completo os ingleses Quem diria que o Manchester United apenas iria fazer o primeiro remate à baliza de Beto aos 25 minutos? Era praticamente impensável que tal acontecesse mas a realidade foi mesmo essa em Old Trafford. Chicharito cabeceou após assistência de Shinji Kagawa e Beto nada pôde fazer para impedir o golo do Manchester United no seu primeiro disparo à baliza adversária. 100 por cento de eficácia dos ingleses mas nesta altura já o SC Braga tinha marcado por duas vezes. É verdade. O SC Braga já ganhava em Inglaterra. Da mesma forma que poderia ser impensável que os vicecampeões de Inglaterra, a jogar em casa, rematassem apenas aos 25 minutos, também ninguém pensava que aos 20 minutos já os guerreiros do Minho estivessem a vencer por 0x2. E com justiça, diga-se. Dois golos de Alan (que grande nó cego de Éder a Carrick na jogada do segundo tento) silenciaram por completo Old Trafford e permitiram que se ouvisse a cerca de meia centena de adeptos do SC Braga que fez questão de estar presente em Inglaterra, onde durante a primeira metade do primeiro tempo viu os comandados de José Peseiro a dominarem por completo. Uma entrada de sonho do SC Braga
no palco que é apelidado de Teatro dos Sonhos desde logo colocou o Manchester United em sentido, sendo que a reação inglesa apenas começou após o golo de Chicharito. Mas na altura de maior aperto, a defesa dos minhotos soube manter-se segura e serena, impedindo que o Manchester United chegasse com perigo à baliza defendida por Beto. Com isso, ao intervalo o SC Braga vencia com justiça por 1x2. O que aconteceu ao SC Braga da primeira parte? O SC Braga que apareceu em campo na etapa complementar para o reinício de jogo nada teve a ver com aquele que se apresentou em campo na primeira parte. Se no primeiro tempo foi possível ver a equipa portuguesa a trocar a bola e a colocar o Manchester United em sentido, a verdade é que na segunda parte isso não se viu. Os bracarenses não conseguiram lidar com a forte entrada em campo dos red-devils e acusaram a pressão, primeiro com imensas perdas de bola que galvanizaram a equipa de Alex Ferguson no ataque e depois com uma atrapalhação num canto que foi fatal, pois Evans aproveitou para restabelecer a igualdade. Ofensivamente o SC Braga quase não existiu na etapa complementar e Peseiro não quis mexer na equipa. Começou apenas a fazê-lo a cinco minutos do final, primeiro com as entradas de Mossoró e Hélder Barbosa e depois, com a de Zé Luís. A equipa precisava de frescura física e com as mexidas tardias de Peseiro, os bracarenses recuaram bastante no terreno de jogo muito por mérito do adversário também, acabando por permitir a reviravolta no marcador. Chicharito, uma vez mais, surgiu sem oposição na área e fez o 2x3. Foi o fim do sonho.
BENFICA
APAGテグ
24/10/12
O TOTAL Eduardo Pereira Fotos: Getty Images
P
oucas ideias, pouco pulmão e nenhum ponto. O Benfica caiu, ontem à tarde, diante do Spartak de Moscovo, complicando seriamente as hipóteses de apuramento. Vitórias na Luz, frente aos russos e ao Celtic, são obrigatórias, mas o destino fica nas mãos dos adversários. O golo madrugador de Rafael Carioca não augurava nada de bom. O cronómetro marcava tão-somente três minutos e já o brasileiro festejava, na linha de fundo, o primeiro dos tentos que haveriam de afundar o Benfica na tabela do grupo G e deixar os homens de Jesus com um único ponto em nove possíveis. O caso era ainda mais preocupante porque não se tratava da primeira ocasião de golo para o Spartak. Antes do primeiro minuto, já Artur tivera de se aplicar a fundo para travar um cabeceamento fulminante de Bilyaletdinov. O Benfica dava a entender que não estava em “dia sim” e que, apesar de o valor dos russos estar num patamar inferior ao do seu, a tarde dificilmente lhe iria correr de feição. O 1-0 limitou-se a pôr a nu as fragilidades da equipa portuguesa. Com um sector defensivo excessivamente macio e um meiocampo incapaz de ‘pegar’ no jogo, os encarnados (ontem equipados de negro) pouco mais faziam para além de ver jogar. E, quando a bola era recuperada, ninguém se mostrava esclarecido o suficiente para começar a desenhar um lance de ataque com princípio, meio e fim. É certo que o relvado artifical espécie rara no nosso país, que não sofre as mesmas agruras térmicas
do leste europeu - pouco ou nada terá ajudado o Benfica a exibirse ao seu melhor nível. Acontece, porém, que essa justificação é perfeitamente oca numa Liga dos Campeões. Há exactamente três semanas, o Celtic apresentou-se no mesmo Estádio Luzhniki para defrontar o Spartak e não foi de modas: bateu os russos por 3-2 e mostrou que o artificial não tem de ser impedimento para o sucesso de quem a ele não está habituado. A real explicação para tão pálida jornada europeia dos encarnados passará, isso sim, pela estrutura da própria equipa e pela sucessão de falhas apresentadas pela defesa e meio-campo. Se os casos mais periclitantes do quarteto recuado da Luz - Melgarejo e Jardel até vinham estando em maré de relativa estabilidade e solidez, ontem demonstraram o porquê, por um lado, de Luisão ser peça fulcral na equipa e, por outro, de não estarmos na presença de um verdadeiro lateral esquerdo. Melgarejo viu a sua área de influência ligada a diversos lances de perigo do Spartak, um dos quais o do golo decisivo, ao minuto 43. O paraguaio foi apanhado adiantado e descaído para o centro e a bola surgiu nas suas costas, onde foi Bruno César (!) quem ainda tentou acorrer à dobra. Jardel, que esteve longe de se exibir a um nível satisfatório, abordou o lance de forma mais infeliz do que desastrada, é certo, mas acabou mesmo por enviar a bola para o fundo das redes de Artur. O guardião brasileiro, apanhado em contrapé, já não conseguiu evitar o pior. Por essa altura, o jogo até já estava empatado, fruto de excelente cruzamento de Salvio na direita,
a que Lima correspondeu de forma magistral. O avançado antecipou-se a todo o bloco defensivo moscovita e cabeceou, ao primeiro poste, para uma baliza semi-deserta, já que Rebrov se adiantara, na tentativa de segurar a bola. Só que, à semelhança de vários outros momentos das últimas aventuras europeias do clube da Luz, a equipa foi incapaz de fazer prevalecer o seu jogo depois de marcar um golo e a igualdade acabou por não durar mais do que uma dezena de minutos. No segundo tempo, o Benfica entrou mais pressionante mas, aos 55 minutos, foi mesmo Ari quem ficou a centímetros do 3-1, com um toque de calcanhar. Apareceu Artur, uma vez mais, a manter o resultado inalterado. O Spartak voltou a assenhorar-se do jogo, a partir desse instante, e a equipa portuguesa aparecia apenas a espaços, tentando chegar novamente ao empate através de rápidos contra-ataques. Percebia-se, porém, que algo continuava a não funcionar na engrenagem arquitectada por Jesus, que lançou Gaitán e Cardozo para os lugares de Bruno César e Rodrigo. O ataque encarnado ganhou alma e velocidade, fruto destas mexidas: Gaitán apareceu por diversas vezes a causar desequilíbrios (até então inexistentes) na ala esquerda e Cardozo surgiu como uma peça
mais fixa, forçando o Spartak a manter mais homens na rectaguarda. Aos 68 minutos, Salvio teve tudo para voltar a nivelar as contas, quando uma oferta da defesa russa o deixou sozinho na cara de Rebrov. O argentino acabou, contudo, por atirar ao lado do poste mais distante e desperdiçar a melhor ocasião de golo do Benfica em toda a segunda parte. Lima dispôs ainda de nova oportunidade, entrando em velocidade na área russa, aos 74 minutos, mas acabando por permitir o corte de Pareja, quando parecia ter tudo para visar as redes de Rebrov. Até ao final, o Benfica foi efectivamente o conjunto mais trabalhador, tentando contrariar o ritmo mais lento que o técnico Unai Emery procurava transmitir ao jogo, mas a pressão acabaria por ser inconsequente. A derrota por 2-1 atirou a turma da Luz para o último lugar do grupo G, com 1 ponto. O Barcelona, que ontem bateu o Celtic por resultado idêntico, soma já 9 pontos, seguindo-se Celtic com 4 e Spartak com 3. Na próxima jornada, o Benfica recebe a formação de Moscovo e está obrigado a vencer para manter vivas as aspirações a um lugar na fase seguinte. Luisão, ainda a cumprir castigo, e Matic, devido ao cartão amarelo visto ontem, são já baixas confirmadas para o embate de 7 de Novembro.
24/10/12
“Saem pretos de toda a parte como se fosse uma máquina de churros” Jesus Gil y Gil
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TAÇA DE PORTUGAL
HOUVE
24/10/12
E TAÇA Francisco Baião Fotos: Getty Images
Benfica
O
s encarnados golearam o Freamunde por 0-4 e carimbaram o passaporte para a próxima eliminatória da Taça de Portugal. O Benfica entrou melhor no encontro e inaugurou o marcador aos 16 minutos por intermédio de Lima, na sequência de um canto marcado por Carlos Martins. O Freamunde tentou reagir ao golo sofrido e teve uma grande oportunidade através de Bock, mas o remate foi defendido por Paulo Lopes. Ao cair do pano da primeira parte, Oscar Cardozo ampliou o marcador com um remate de pé direito bem para o fundo da baliza defendida por Tó Figueira, após uma boa combinação com Lima. No segundo tempo, o Benfica voltou a entrar melhor e depois de uma oportunidade de Nolito, Salvio fez o 0-3 para os encarnados aos 62 minutos, depois de um cruzamento de Luisinho. O último golo da partida foi apontado aos 74 minutos pelo jovem André Gomes, que estava em campo há apenas dez minutos. Com esta vitória no Complexo Desportivo de Freamunde, o Benfica passa à 4ª eliminatória da Taça de Portugal. FC Porto O FC Porto foi a Vizela vencer o Santa Eulalia pela margem mínima e assegurou a passagem para a próxima fase da Taça de Portugal. O defesa direito foi o autor do único golo da partida. Num jogo que foi disputado em casa emprestada, a equipa do campeonato Distrital da A.F. Braga, lutou até não poder mais para fazer frente ao campeão nacional. O Futebol Clube do Porto deixou alguns
dos seus jogadores chave de fora do onze inicial, dando a oportunidade de jogo a Fabiano, Kléber dando também a chance de se ver Rolando a fazer dupla com Mangala na zona defensiva, Danilo e Quiñones a laterais e Abdoulaye e Castro a meio campo. Viu-se um jogo de pouca intensidade dos dragões que jogavam num passo lento e um Santa Eulália a tentar fazer um jogo bonito sempre com intenções de jogar ao ataque. O jogo seguiu para a meia hora de jogo sempre com um Porto a controlar o jogo e só se viu o marcador mexer ao minuto 31 por Danilo, que rematou de pé esquerdo sem hipóteses para o guarda redes da equipa de Vizela. Num jogo em que o Santa Eulalia só tava duas oportunidades de golo, ao minuto 13 por Nelson que falhou a baliza e ao minuto 44 quando houve uma falha de atenção por parte da defensiva azul e branca, mas que acabou por ser resolvida antes de qualquer susto que o Santa Eulalia poderia causar. Sporting O Sporting continuou a sua série de maus resultados ao ser derrotado, após prolongamento, pelo Moreirense, caindo logo na primeira eliminatória da Taça de Portugal após ser finalista vencido na edição da temporada passada. Após uma boa entrada em campo, o Sporting colocou-se em vantagem fruto de um golo de Rinaudo que, com um remate de fora da área, fazia o 0-1 com que se atingiria o intervalo. No entanto, na segunda parte, a equipa de Moreira de Cónegos entrou decidida a dar a volta ao marcador e, logo no primeiro minuto, um grande remate de Pablo Olivera restabelecia a igualdade que poderia ter sido
desfeita logo depois caso Ricardo Pessoa tivesse concretizado uma grande penalidade, mas permitiu a defesa de Patrício. No entanto, a equipa do Moreirense daria mesmo a volta ao marcador quando, aos 62’, o mesmo Pablo Olivera, fazia mais um grande golo, fazendo o 2-1 no marcador que duraria até perto do final, quando, aos 79’, Wolfswinkel empatava de novo a partida, levando a decisão para o prolongamento. No prolongamento a equipa da casa voltaria a marcar, por Wagner, fazendo o 3-2 que, apesar da pressão final do Sporting não voltaria a sofrer alterações, ditando o afastamento do Sporting da Taça de Portugal. Outros resultados SC Braga 3-0 (a.p.) Leixões Gondomar 0-2 (a.p.) Gil Vicente Naval 1-3 (a.p.) Arouca Olhanense 3-0 1º Dezembro Beira-Mar 0-0 (4-2)g.p. Penafiel V. Setúbal 1-0 Tondela
Ponte da Barca 01-Mar Académica Oliv. Hospital 1-1 (4-2)g.p. Ribeirão Limianos 0-1 Tourizense Pampilhosa 5-5 (4-2)g.p. Sp. Covilhã Fabril Barreiro 03-Jan Eléctrico Pinhalnovense 0-3 Lourinhanense Aguiar da Beira 1-0 (a.p.) U. Lamas At. Reguengos 0-1 Farense V. Guimarães 06-Jan Vilaverdense FCDesp. Aves 3-1 (a.p.) Tirsense Sacavenense 2-2 (2-3)g.p. U. Leiria Fátima 0-0 (3-4)g.p. Penalva Castelo Varzim 1-1 (2-3)g.p. Mirandela AD Nogueirense 01-Mar Santa Clara Anadia 2-5 (a.p.) Belenenses FC Pedras Rubras 3-2 (a.p.) U. Madeira Feirense 3-0 Fafe Aliados Lordelo 0-2 UD Oliveirense Nacional 4-0 Sp. Espinho Marítimo 2 -1 (a.p.) AD Oliveirense Rio Ave 02-Jan Portimonense Estoril Praia 01-Fev P. Ferreira
24/10/12
REPORTAGEM
O IMPÉRIO FUTEBOLISTICO DA RED
Texto: Mig
D BULL
guel Lourenço Pereira Fotos: Getty Images
24/10/12
A
bebida energética mais popular do mundo está decidida a extender a sua influência ao mundo do futebol. Nos últimos seis anos a empresa austríaca comprou licenças para cinco clubes em distintos continentes. O objectivo da empresa é tornar a marcar Red Bull num nome familiar no mundo do futebol e num prazo de dez anos disputar as mais importantes competições continentais. O sonho da Bundesliga Em Leipzig os adeptos dos três clubes locais protestaram durante anos contra as intenções da empresa dirigida por Dietrich Mateschitz. No final a Red Bull conseguiu finalmente adquirir a licença do modesto SSV Markranstädt. Em falência técnica, o clube foi adquirido e renomeado RB Leipzig e inscrito na última divisão do futebol germânico, a NOFV-Oberliga Sud. A legislação alemã impede que um clube tenha no nome uma empresa ou que seja detido maioritariamente por um investidor externo pelo que, neste caso, particular a Red Bull é apenas detentora de 49% do clube. Mas o investimento da empresa não termina aqui. Como sucedeu com os seus outros projectos futebolisticos, a aposta é de futuro, não de presente. A marca energética acredita que o RB Leipzig tem o potencial de crescimento necessário para cumprir com o objectivo de disputar as grandes provas continentais até ao final da década. O objectivo é superar as sucessivas divisões que o separam da Bundesliga e nos próximos oito anos estar a disputar o titulo de campeão alemão. Para tal foi construido um novo estádio, de 45 mil lugares, na antiga cidade da Alemanha Oriental e um centro de estágio de topo para preparar as gerações de futuro. No
entanto, de momento, a progressão é lenta. Depois de vencer o titulo da Oberliga Sud na sua primeira época, o clube falhou pela terceira época consecutiva o apuramento para a 3. Liga, a terceira divisão alemã e última dedicada ao futebol amador. Da Europa para o Mundo O episódio de Leipzig é apenas o mais recente na dinastia Red Bull no mundo do futebol. O primeiro passo da empresa foi dado em 2005 quando a Red Bull adquiriu o SV Austria Salzburg, um dos mais icónicos conjuntos da história do futebol austriaco. A empresa não só adquiriu o clube como mudou por completo a sua estrutura, alterando o logotipo, as cores e a politica desportiva. Para a empresa foi um começar do zero, para os adeptos uma dolorosa transição que levou a um grupo de dissidentes a refundar o histórico clube nas divisões amadoras. O investimento da empresa no clube foi imediato. O técnico italiano Giovanni Trapatonni foi contratado para levar o RB Salzburg ao titulo austriaco e daí à Champions League e cumpriu o primeiro objectivo, sagrando-se campeão a cinco jogos do fim. Um titulo que foi desde então ganho por mais três vezes. Mas a Champions League continua a ser um sonho pendente. Da Áustria as asas do império Red Bull espalharam-se ao continente americano. Nos Estados Unidos a empresa adquiriu a franchise MetroStars de New Jersey e operou a mesma politica de readaptação ao ideário da empresa. O clube mudou por completo e passou a ser um dos investidores mais activos da Major League Soccer atraindo jogadores como Thierry Henry para as suas filas. No entanto o projecto ainda
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não conseguiu nenhum triunfo desde a sua refundação, em 2006, ao contrário de outras franchises de sucesso no país. Mais a sul, no Brasil, a empresa optou por outra estratégia fundando de raiz um clube em Campinas, nos suburbios de São Paulo, que baptizou como Red Bull Brasil. A instituição disputa a segunda divisão do campeonato regional paulista depois de ter vencido de forma consecutiva os titulos da terceira e quarta divisão estadual. O maior êxito do clube foi ter chegado à final da Copa Paulista em 2010. Por último há ainda o caso do Red Bull Ghana, fundado em 2008 em Sogakope como Academia de formação de jovens talentos. O objectivo da empresa é utilizar os clubes formados no Brasil e Gana como centros de formação para exportar jogadores directamente para os emblemas europeus. Uma politica criticada por várias autoridades desportivas e que se assemelha à politica já seguida pela empresa no automobilismo com as escuderias Red Bull e Toro Rosso. Depois de tornar-se sponsor de várias actividades radicais, o próximo objectivo da marca passa por ser uma das marcas mais facilmente associadas ao mundo do futebol. A julgar pelos resultados imediatos parece claro que o império futebolístico da Red Bull ainda está longe de ser uma realidade.
“A SIDA é como um cartão vermelho mostrado por Deus” Rabat Madjer, ex-jogador do FC Porto
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REPORTAGEM
24/10/12
BARÇA: TITO VS PEP Texto: Francisco Gomes da Siiva Fotos: Getty Images
M
esmas equipas, dinâmicas diferentes. O Barcelona de Guardiola e o Barcelona de Vilanova distam apenas um ano de diferença, mas são visíveis algumas mudanças na estrutura actual equipa culé. Em ambos os casos falamos de uma das melhores equipas do Mundo nos seus espaços temporais. Josep e Tito partilham os mesmos princípios e filosofia de jogo que advém do mestre, Johan Cruyff, isto é, o Barcelona no legado de Guardiola e Vilanova repartem a mesma identidade mas existem diferenças que devem ser enumeradas e explicadas. Comecemos então pelas semelhanças. O Barcelona de hoje bebe e muito da poção mágica deixada por Guardiola. A equipa procura constantemente a posse de bola e para tal junta os seus blocos, exercendo uma pressão muito forte e numa zona ofensiva, não possibilitando ao seu adversário ter tempo e espaço para pensar e executar. Estes princípios caracterizam o comportamento defensivo da equipa catalã. No que toca aos processos ofensivos, o Barcelona é a equipa que melhor gere os seus tempos e espaços. Xavi e Iniesta estão para o Barcelona como os ponteiros estão para um relógio suíço. Os dois duendes espanhóis são o cérebro da equipa, a gestão da intensidade de jogo é feita por eles e nesse caso tornam-se imprescindíveis nas pretensões do Barcelona. Esta capacidade de saber ler o jogo e a ocupação dos devidos espaços aliado ao futebol apoiado com passes curtos e desmarcações rápidas faz com que o Barcelona tenha dinâmicas muito interessantes que serão abordadas mais à frente. Resume-se tudo à bola. Posse e qualidade da mesma. A bola é a essência de um perfume chamado Barcelona e não tendo bola o Barcelona sofre um processo de metamorfose e torna-se num grupo de baixinhos enfurecidos à procura da bola, pressionando o adversário na sua zona de conforto, isto é, na sua primeira fase de construção. Isto são os princípios que o Barcelona herda da famosa escola holandesa e que são bem visíveis no Barcelona de Guardiola e de Vilanova. Falemos então agora das diferenças tácticas entre as duas equipas, que se prendem
sobretudo com questões dinâmicas. Estas mesmas dinâmicas podem ser observadas nas figuras a baixo. • Tito aposta num jogo mais vertical e dá mais largura do que Guardiola, tornando o Barcelona mais objectivo e mais forte nas transições. Enquanto que Guardiola centraliza muito o jogo. Tito não tem problemas em jogar à defesa se tiver que ser e tirar a bola sem ser a sair a jogar a partir da defesa, como fez questão de referir na antevisão do jogo frente ao Benfica; • Antes o Barcelona apresentava-se com um flanco esquerdo sem qualquer projeção ofensiva com Abidal a fazer de 3º central para compensar as subidas constantes de Daniel Alves. Actualmente, o Barcelona conta com Jordi Alba que permite acrescentar mais uma unidade ofensiva e trazer largura ao jogo, possibilitando ainda acrescentar uma pontada de imprevisibilidade pois existem dois laterais bastante ofensivos que marcam a diferença; • Messi apresenta um papel diferente. Na era de Guardiola, Messi era um falso-nove que partia de trás para a frente, neste momento Messi joga entre os centrais e vem buscar o jogo mais atrás para definir melhor as jogadas, em ambos os casos Messi consegue abrir espaços para outros elementos da sua equipa finalizarem; • Tito assume os riscos e quando se encontra em desvantagem opta por adicionar uma unidade ofensiva, neste caso costuma ser Villa ou Tello. Guardiola, quando se encontrava em desvantagem preenchia o meio-campo para controlar mais o jogo e criar mais oportunidades; • Busquets assume um papel mais protagonista na narrativa de Tito. Com Guardiola, Sergio Busquets limitava-se a ser um recuperador de bola e a funcionar como 3º central. Vilanova, incutiu maiores responsabilidades ofensivas ao médio espanhol e hoje em dia já é possível ver o trinco a procurar zonas mais ofensivas e a construir jogo. • Fàbregas volta à sua posição de origem. Se com Guardiola vimos o ex-gunner a
24/10/12
Esquema táctico de Guardiola
jogar como falso nove, com Tito veremos Cesc como opção para o meio-campo. Fàbregas é visto como uma solução para o lado de Xavi que em conjunto com Messi e Busquets conseguem transformar o triângulo do meio-campo num quadrado, com Xavi a juntar-se a Busquets e Fàbregas e Messi a assumirem mais à frente. A única semelhança, é que Cesc é visto como o 12º jogador do plantel, juntamente com Villa.
Esquema táctico de Tito
na altura de ler o jogo. Guardiola era uma pessoa mais quente e intensa, o mesmo não acontece com Tito. A única coisa que faz explodir Tito e que não fazia explodir Guardiola são as arbitragens. Não devemos levantar a questão sobre qual das equipas é que é melhor ou pior, porque em ambos os casos estamos na presença das melhores equipas do Mundo nas suas datas. Guardiola e Tito, cada um à sua maneira colocaram o Barcelona num patamar inigualável. As pessoas vão passando, as Estas são algumas das diferenças que podemos dinâmicas mudando e o Barcelona vai vencendo. observar entre o Barcelona de Guardiola e Tito. Existem ainda algumas discrepâncias no que toca ao carácter destes dois homens. Guardiola mostrou ser um líder dentro e fora de campo, um comunicador nato, uma pessoa mediática e um motivador fora de série. Tito é um indivíduo mais contido, sereno e calmo, o que faz com que tenha mais discernimento
“O futebol é um jogo imprevisível porque sempre começa 0-0“ Vujadin Boskov
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24/10/12
Hapoel Ironi Kiryat
O novo rosto de Israel
REPORTAGEM
24/10/12
É
o novo simbolo do futebol israelita. Numa década passou dos campeonatos amadores a disputar a fase prévia da Champions League depois de sagrar-se campeão da Ligat ha´Al, a primeira liga de Israel. Um êxito superlativo para um clube de uma modesta localidade de 20 mil habitantes que sonha agora com outros voos. Ascensão meteórica Em 2000 chegou Izzy Sheratzky, e como um profeta biblico mudou por completo a vida dos adeptos de Kiryat. A pequena cidade do extremo norte de Israel, paredes meias com o Libano, estava mais habituada a viver cenários de guerra do que triunfos futebolisticos. O Hapoel Ironi só existia na mente de Sheratzky mas como bom homem de negócios, passou dos sonhos à acção. Comprou a vaga de um clube vizinho na liga regional norte, inscreveu o seu clube e lançou um desafio aos seus directivos: chegar à elite do futebol israelita numa década. No final, logrou mais do que isso. Construída no meio do nada, como apoio logistico aos kibutz erguidos para povoar a zona norte de Israel de colonos chegados da diáspora, Kiryat Shemona nunca sonhou com triunfos desportivos. Mas a caminhada triunfante do Hapoel Ironi não deu tempo para duvidar. Em seis anos o clube tinha deixado as ligas amadoras para tornar-se na mais pequena formação a disputar a Ligat ha´Al, dominada pelos clubes de Jerusalém, Haifa e Telavive, pouco satisfeitos de ter de viajar até ao rocoso e inóspito norte. Da sua fraqueza o clube fez força e transformou o seu recinto numa praça forte quase impossível de assaltar. No final da primeira época o clube terminou em terceiro e estreou-se nas provas europeias. Jogar no estádio
municipal da costeira Haifa não ajudou às aspirações dos israelitas que cairam cedo na prova. Prometendo voltar. O hino da Champions League Aos 37 minutos, o golo do eslovaco Piacek deu ao Zilina uma preciosa vantagem para a viagem a Israel. O jogo, da segunda pré-eliminatória de apuramento para a Champions League desta época, marcou a estreia do modesto Hapoel na prova rainha do futebol europeu. O som do hino da Champions parecia algo impossível há meia dúzia de anos e agora bastam dois golos para carimbar a passagem para a próxima fase. A presença na Champions deve-se ao titulo conquistado no passado mês de Abril. Um empate a zero frente ao Hapoel Tel Aviv, com cinco jogos para terminar a liga, foi suficiente para confirmar matematicamente um feito que todos já davam por logrado no país da estrela de David. O Hapoel Ironi já tinha vencido, pelo segundo ano consecutivo, a Taça de Israel e a sua campanha na passada foi irrepreensível desde o arranque do torneio. Orientada pelo antigo internacional Ran Ben Shimon, os homens do norte somaram 19 vitórias, 9 empate e apenas duas derrotas tendo terminado o torneio com 17 pontos de vantagem sobre o segundo classificado. Os golos da dupla Yuval Avidor e Shimon Abuhatzira e a defesa, liderada por Rom Iluz, foram fundamentais para bater, pela primeira vez em trinta anos, a hegemonia dos clubes das três maiores cidades do país. Com o triunfo na liga, o Hapoel Ironi tornou-se no 14º clube a vencer a máxima prova do futebol israelita, o primeiro de uma cidade com menos de 100 mil habitantes e com apenas o
REPORTAGEM
décimo orçamento da competição, suficiente para forjar um plantel onde só há espaço para dois estrangeiros e em que a maioria dos jogadores é da casa. Uma mensagem para o futuro do futebol israelita, que tem vindo a dar boa nota em edições recentes das provas
europeias, o próximo passo na ambição desportiva de Izzy Sheratzky. Vencer o Zilina – equipa que esteve na fase de grupos da edição 2010/11 – é só o primeiro passo de uma larga caminhada. Mas em Kiryat estão a habituar-se depressa a sonhos impossíveis
24/10/12
“Trabalho como um preto, para viver como um branco” Samuel Eto’o
INTERNACIONAL
PREMIER LEAGUE Tiago Soares Fotos: AP
E
a vingança saiu furada. O Chelsea foi vencer o Tottenham por 4-2 a White Hart Lane e Villas-Boas, afinal, não conseguiu mostrar aos jogadores a forma para vencer a sua antiga equipa. Ao passar dos 17 minutos os “spurs” já perdiam por 1-0, com um golo de Cahill na ressaca de um canto – um belíssimo remate à entrada da área após um alívio da defesa do Tottenham. Com este resultado chegou-se ao intervalo de um jogo que estava a ser interessante, mas sem ocasiões flagrantes de golo. A segunda parte começou com o golo do empate do Tottenham – um livre marcado a meio do meio-campo dos Blues, cruzamento para a área, toque subtil e golo de Gallas a encostar a bola já pertíssimo da linha golo. 47 minutos e ainda muito para jogar. E, passados apenas sete minutos, o Tottenham deu a volta num golo de Defoe mesmo no meio dos centrais do Chelsea; Villas-Boas festejava e com razão para isso. No entanto, a prova de força dos seus jogadores foi reduzida a cinzas por um jogador que ele próprio contratou para os “blues”, Juan Antonio Mata, e pela sua própria defesa macia. 12 minutos depois
do 2-1, o criativo espanhol fez o 2-2 após mais um alívio deficiente da defesa dos Spurs e, aos 69, Mata novamente a facturar após uma desatenção defensiva. Até ao final, o Tottenham tentou (sempre de forma pouco esclarecida) chegar ao golo, mas as melhores hipóteses de golo até foram do Chelsea. Os 90 minutos trouxeram um momento interessante para Kyle Walker, defesa do Tottenham: podia ter empatado o jogo com um excelente remate de longe e, um minuto depois, perdeu uma bola infantil para... Mata fazer o passe para Sturridge marcar o 4-2 final. O jogo do Manchester United contra o Stoke começou com um filme já visto por todos: canto e golo de Rooney. O único problema é que o avançado colocou a bola dentro da sua própria baliza... No entanto, e reagindo ao golo vespertino (11 minutos), o mesmo Rooney cabeceou a bola (desta vez para a baliza certa) após cruzamento de van Persie e empatou a partida aos 27 minutos. Foi o holandês que deu a volta ao resultado, aos 44 minutos, com um golo pleno de oportunidade e com um gesto técnico exemplar. Logo no início da se-
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gunda parte, Welbeck fez o 3-1 com um belíssimo golo de cabeça após cruzamento de Rooney. Nightly, aos 59, ainda reduziu para 3-2 numa jogada em que foi bafejado pela sorte num ressalto, mas o omnipresente Rooney fez o 4-2 (no seguimento de um canto, claro, de van Persie...) aos 66 minutos para acabar com as dúvidas. Rooney e van Persie parecem ter tudo para fazer uma época em grande no gigante de Old Trafford. No encontro deste fim-de-semana do Manchester City no reduto do West Bromwich Albion, golos só na segunda parte. Mas a emoção começou logo na primeira parte com Milner, jogador do City, a ser expulso da equipa de Mancini logo aos 23 minutos; aproveitando a inferioridade numérica do adeversário, quem marcou primeiro foi mesmo a equipa da casa, por Long, a aproveitar um remate rasteiro de um companheiro de equipa para empurrar a bola para o fundo das redes. Mancini mexeu e colocou em campo Dzeko e Aguero, que haviam sido poupados devido aos compromissos das selecções. E já todos sabemos como é este City – gosta de deixar as emoções para o fim. Dzeko empatou aos 80 minutos após um livre na esquerda do ataque dos “citizens” e uma saída destrambelhada do guarda-redes da equipa da casa. Todos os que vão lendo esta secção do
futebol inglês (ou vão acompanhando a Premier League) sabem como é que isto acabou: aos 92 minutos, o City chegou mesmo ao golo da vitória num contra-ataque rápido que terminou com uma assistência de Aguero para Dzeko fazer o bis e dar mais três pontos para a equipa de Mancini. O Arsenal perdeu com o Norwich, clube tem vindo a ser derrotado pelos clubes de topo da Premier League. Na deslocação ao estádio dos “canários”, os “gunners” levaram um balde de água fria logo aos 19 minutos com um golo de Holt após defesa incompleta do guarda-redes visitante a um bom remate de Tettey. A partir daí, o Norwich embarcou para uma exibição convincente e não deixou o Arsenal materializar em golos um domínio em termos de posse de bola. Primeira vitória caseira do Norwich esta época, a premiar o esforço destes jogadores que têm sido azarados na maior parte dos jogos que têm disputado. Destaque ainda para a vitória do Liverpool, por 1-0, contra o Reading. Mesmo com Suarez sem o fulgor de outros dias (por causa dos compromissos das selecções), foi o uruguaio a fazer a assistência para Sterling, aos 29 minutos, dar uma alegria aos adeptos dos “reds”.
BUNDESLIGA João Silva Fotos: AP
A
jornada começou na sexta-feira à noite com um empate a três entre Hoffenheim e Greuther Fürth no jogo número 15 000 da história da competição e que opôs duas formações do Sul da Alemanha. Após uma primeira parte morna, o Hoffenheim melhorou bastante na segunda, mas, sempre que teve vantagem (por três ocasiões), desperdiçou-a, pelo que o empate também premeia a equipa visitante. Ainda a recuperar de um mau início de época, o Hoffenheim tem que se contentar com o 14º lugar com 8 pontos. O Greuther Fürth marcou mais golos neste jogo do que nos sete anteriores, onde só concretizara em duas ocasiões. Está em 17º. No sábado, o destaque vaimpara o 141º Revierderby entre o campeão Borussia Dortmund e o Schalke 04. Este encontro é considerado Die Mutter aller Derbys (a mãe de todos os derbys). Neste confronto, os homens do Schalke foram mais inteligentes, tornaram o adversário inofensivo e venceram com justiça por 1-2. O Borussia Dortmund mudou o seu esquema tático para um 3-5-2 para fazer face às várias lesões no seu plantel e deu-se muito mal. Terá sido o pior jogo da equipa na era de Jürgen Klopp. A maior consequência desta derrota caseira é o adeus do campeão ao título, uma vez que já está a 12 pontos do líder Bayern de Munique. Além disso, o Borussia
Dortmund está em 4º com 12 pontos e tem já um atraso de 5 pontos para o rival deste jogo, que é 3º com 17 pontos, a sete pontos do Bayern de Munique. O conjunto de Munique continua em grande e foi ao terreno do Fortuna Düsseldorf golear por 0-5, conseguindo, assim, a oitava vitória em oito jogos, o que constitui um novo recorde na principal liga alemã. A equipa de Jupp Heynckes procura recuperar a honra perdida nos dois últimos anos e tem feito um campeonato soberbo, liderando com 24 pontos, 26 golos marcados e apenas 2 sofridos. O Fortuna, por seu turno, depois de um bom arranque enfrenta agora a dura realidade da competição que disputa após 15 anos de ausência. Com 10 pontos, a equipa caiu para o 11º lugar. Nos restantes jogos desse dia, os louros recaem sobre o Eintracht Frankfurt, que, tendo regressado este ano à Bundesliga, está em 2º lugar com 19 pontos e continua na perseguição ao líder, que tem mais cinco pontos. É a grande surpresa da prova. Os homens de Armin Veh jogam um futebol de grande qualidade, sobretudo, se considerarmos o facto de a equipa ter recebido mais de uma dezena de reforços no último verão. Neste jogo, o Eintracht Frankfurt venceu de forma clara o europeu Hannover 96 por 3-1, comprovando as fragilidades do adversário quando atua na condição de visitante. Os homens
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de Hannover caíram para o 6º lugar com 11 pontos. Em Leverkusen, o Beyer Leverkusen, em mais uma exibição a “meio gás”, onde, depois de estar a ganhar, teve que lutar para conseguir um empate a dois frente ao Mainz, ascendendo, ainda assim, ao 5º lugar com 11 pontos, não perdendo a ligação com os primeiros lugares. O Mainz, após um mau começo, parece agora mais seguro. Com 11 pontos, está no 8º posto e promete melhorar. O Wolfsburg perdeu em casa com o Freiburg por 0-2 e caiu para o último lugar, quando os objetivos definidos pelo treinador e direcção eram o acesso às competições europeias. Nesta altura, ao fim de oito jornadas, os comandados do irreverente Felix Magath têm apenas 5 pontos. Perante este cenário, o treinador, que levou o Wolfsburg à conquista da Bundesliga em 2009, está sob fogo. Os adeptos querem a sua demissão. Por outro lado, o Freiburg vive dias de grande estabilidade depois da má 1ª volta na última época. Liderados por Christian Streich, os homens da Floresta Negra (Schwarzwald) já somam 11 pontos e ascenderam a um interessante 7º lugar. São a prova de que a aposta em jovens da casa é uma grande solução. Ao final da tarde de sábado, o rejuvenescido Werder Bremen recebeu e goleou o Borussia Mönchengladbach, que não ganha naquela cidade desde 1987, por 4-0, chegando ao 9º lugar com 10 pontos. Após um começo irregular, acima de tudo, pelos resultados, o Bremen parece estar de volta ao topo. O adversário, por sua vez, ainda não se refez das perdas no verão. Os reforços não encaixaram verdadeiramente e Lucien Favre também não encontrou
um estilo de jogo capaz de obter tão bons resultados como na última época. Nesta altura, o Borussia Mönchengladbach tem 9 pontos e caiu para o 13º posto. No domingo à tarde, jogaram-se os dois últimos encontros da jornada. Primeiro, num dos derbys do Sul (no estado da Baviera), o Nürnberg recebeu o Augsburg. Num jogo morno e que só teve alguns motivos de interesse no segundo tempo, o resultado acabou por ser um empate a zero. O Nürnberg conseguiu parar uma série de quatro derrotas consecutivas e queda livre em que se encontrava. Contudo, caiu para o 15º lugar com 8 pontos. O Augsburg, por seu turno, tem 6 pontos e está no 16º posto, dando claros sinais de melhoria em relação à fase inicial da época. No último jogo da ronda, o Hamburgo recebeu o Estugarda e perdeu 0-1 de forma clara e justa, mas escassa. Numa altura em que estava em subida de produção e já não perdia há quatro jornadas, o Hamburgo, foi derrotado pela segunda vez em casa e caiu para o 10º lugar com 10 pontos. O Estugarda subiu ao 12º lugar com 9 pontos e terá afastado definitivamente um eventual despedimento do treinador Labbadia. O conjunto do Sul da Alemanha já não perde há cinco partidas da liga. Em relação aos destaques individuais, Mandzukic, do Bayern Munique, é o melhor marcador com 7 golos. Müller, da mesma equipa, segue em 2º com 6 tentos. Com apenas 2 golos sofridos, Manuel Neuer, do Bayern de Munique, é o guarda-redes menos batido da Bundesliga.
INTERNACIONAL
FRANÇA - LIGUE 1 Tiago Soares Fotos: AP
O
Paris SG venceu o jogo deste fim-de-semana de forma menos exuberante do que tem sido costume, com um magro 1-0 frente ao Reims em casa. A equipa visitante falhou um pénalti (Diego permitiu a defesa de Sirigu ainda na primeira parte) e o PSG ripostou mandando algumas bolas aos ferros e com um domínio elevado na primeira parte. No entanto, o golo do PSG chegou aos 65 minutos por Gameiro, que já tinha tido uma óptima oportunidade à passagem da meia-hora, mas a bola foi retirada na linha de baliza por um defesa adversário. Uma vitória que permitiu à equipa parisiense empatar com o Marselha no primeiro lugar da Liga à condição e apenas na diferença de golos. O Marselha tinha a missão, então, de responder ao poderio da equipa parisiense na deslocação ao reduto do Troyes. Na primeira parte as melhores hipóteses de inaugurar o marcador foram mesmo da equipa do Marselha, que teve o azar de perder o atacante Gignac, por lesão, aos 23 minutos. Já na segunda parte, o Marselha teve algum ascendente e as oportunidades surgiram para ambas as equipas (destaque para um livre de Valbuena). No entanto, “quem não mata morre” e Nivet, aos 89 minutos, selou o destino da equipa do mote “Droit au But”com um golo após uma trapalhada defensiva da equipa candidata ao título no decorrer de um canto. No fi-
nal, a equipa marselhesa acabou derrotada (terceiro jogo consecutivo sem vencer) e o novo líder da Ligue 1 é mesmo o grande rival Paris SG. O Lyon regressou às vitórias contra o Brest com uma vitória frente ao Brest por 1-0. Gomis fez o golo aos 57 minutos numa bela jogada de entendimento da equipa do Lyon e permitiu a Remi Garde, treinador, respirar um pouco de alívio após três jogos sem conhecer o sabor da vitória. O Lyon está assim no terceiro lugar a apenas um ponto dos líderes. O campeão Montpellier continua a perder jogos – desta vez foi a Rennes ser derrotado por 2-1. Estão agora em 16º lugar na véspera de receber o Olympiakos (de Leonardo Jardim) para a Champions. Makou marcou o primeiro golo do Rennes aos 13 minutos, após um canto, e Erding fez o 2-0 já na segunda parte. Belhanda reduziu para 2-1, num pénalti, aos 69 minutos, mas isso foi o melhor que a equipa campeã francesa conseguiu fazer. Referência ainda para o Toulouse, que está agora em terceiro após demolir o Evian (em casa deste) por 4-0. Tabanou, Reviere (fez um bis) e Braaten fizeram os golos da equipa de Djaló.
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“Árbitro, piso pescoço” Hristo Stoichkov
publicidade@jornaldez.com
INTERNACIONAL
SERIE A Tiago Soares Fotos: AP
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este fim-de-semana de jogos grandes em Itália, sobram duas certezas: o calvário do Milan parece estar longe do fim e a invencibilidade da Juventus promete continuar. Começando pelos actuais campeões italianos, a equipa de Turim foi anfitriã do encontro com o Nápoles e esteve quase sempre num plano superior à equipa napolitana, mas não conseguiu materializar essa superioridade em golos até aos 10 minutos finais. Num jogo equilibrado, jogado a alta intensidade e com a equipa do Nápoles a ripostar ao domínio da equipa da “bianconera” com contra-ataques venenosos, o resultado foi uma incerteza até à inauguração do marcador pelo suplente Cáceres (após canto de Pirlo). Pogba, outra subsituição feliz da Juventus, marcou um belíssimo golo aos 82 minutos para selar o resultado final. Esta vitória permite à equipa de Turim estabelecer uma
liderança de três pontos precisamente sobre o adversário do jogo. O Milan continua o seu pior início de época em sete décadas (!) após ter perdido 3-2 na deslocação a Roma para jogar com a Lazio. A equipa romana, que está a quatro pontos do líder Juventus, esteve a vencer por 3-0 uma apática equipa milanesa que parece sem rumo. Hernanes (quem mais?) inaugurou o marcador aos 24 minutos com um remate que ainda tocou num defesa milanista e Candreva colocou o marcador em 2-0 com um portentoso remate de longe em que o guarda-redes Amelia poderia ter feito melhor. Com este resultado ao intervalo, esperava-se uma reacção da equipa “rossonera” logo no ínicio da segunda parte – mas quem aumentou a vantagem foi mesmo a Lazio, aos 49 minutos, num dos golos mais fáceis da
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carreira de Klose (deixado sozinho pela defesa do Milan). Ao passar da hora de jogo, De Jong marcou um golo contra a corrente do jogo e deu uma ténue esperança ao Milan de conseguir salvar algo do jogo; aos 79 minutos, El-Shaarawy pôs os adeptos do Milan a sonhar com um empate ao fazer o 3-2. Mas o Milan não conseguiu chegar fazer mais nada no jogo e está com o mesmo número de pontos da equipa no primeiro lugar de descida de divisão – com Allegri cada vez mais num estado periclitante como timoneiro do gigante italiano. O outro clube da cidade de Milão, o Inter, está também a quatro pontos da liderança após ter vencido o Pescara por 2-0 no Giuseppe Meazza. Os adeptos do Inter são, actualmente, dos mais felizes actualmente em Itália – principalmente pela situação miserável do grande rival, mas também pelo belo regresso ao topo da classificação da sua equipa. Stramaccioni parece finalmente ter acertado na fórmula para levar o Inter a voos maiores que os do ano passado. Cassano (após belíssimo
cruzamento de Cambiasso) e Rodrigo Palacio (com um golaço a cinco minutos do fim) fizeram os golos dos “nerazzurri”. Noutros jogos, destaque para a derrota da Sampdoria com o Parma (2-1 no reduto deste último), o empate do Palermo a zero em casa com o Torino e a vitória da Udinese em casa com o Pescara (1-0).
MIÚDO MARAVILHA
PAUL POGBA Texto: Pedro Martins Fotos: google.com
O futebol é multifacetado e multicultural, apresentado muitas vezes talentos com várias características juntas pouco comuns de se ter, como é o caso de Paul Labile Pogba. Este jovem Francês, filho de pais ganeses, nasceu em Paris e começou a dar os primeiros toques apenas com 6 anos no Roissy-en-Brie, onde fez formação até 2006 transferindo-se na altura para o Torcy. Apenas uma época a seguir começou a jogar a nível profissional no Le Hauvre onde esteve 2 épocas. Tornou-se capitão e liderou a sua equipa até à fase final de sub 16, ficando em segundo. Essa excelente época fez com que fosse chamado à selecção Francesa sub-16, e com que se transferisse para o Manchester United, que também teve que contratar os seus pais para se poder concretizar a respectiva transferência para o poderoso clube inglês.Começou nos juniores e na época 2011/2012, foi promovido por Sir Alex Fergunson à equipa principal, mas sem grandes oportunidades de se afirmar como titular acabou por se transferir esta época para a Juventus onde já conta com 5 jogos e um golão contra o Nápoles. Presença assídua em todas as selecções jovens de França desde os sub-16 até à actual sub-20 marcou 9 golos capitaneando os sub-16 na vitoria no Aegean Cup e no Tournoi du Val-de-Marne e participando ainda no 2010 UEFA European Under-17 Football Championship. Este portentoso jogador joga no meio-campo podendo fazer qualquer posição com bastante facilidade, tanto a médio defensivo, a “box-to-box” e inclusive a médio ofensivo. Esta polivalência é sinal claro de toda a sua qualidade de um jogador equilibrado, forte fisicamente e com muita cultura táctico-técnica. Com uma capacidade aeróbia impressionante, um físico imponente, uma visão de jogo superior à média, um bom toque de bola no domínio e passe, possui também um remate forte com qualquer um dos pés, fazendo dele uma “máquina avassaladora” no meio campo podendo ao mesmo tempo que equilibra a sua equipa, desequilibrar a equipa adversária com a sua habilidade, velocidade e criatividade. Muitos jogadores da actualidade são considerados nucleares nas suas equipas e este jovem jogador demonstra ser muito completo e preparado para assumir esse papel, Pogba um miúdo maravilha do hoje para o amanha.
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“Pisa-o, pisa-o! Ao inimigo nem água“ Bilardo, ex-treinador
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EDITORIAL
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