O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ
“LÍDER ELÉCTRICO”
Nº25
“Jogamos como uma galinha sem cabeça” Toschack
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21/11/12
A LEI DE M
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MURPHY João Silva Fotos: Getty Images
M
oreirense e Sporting defrontaram-se em Moreira de Cónegos para a 10ª jornada da Liga Zon Sagres. O Moreirense entrou neste jogo como lanterna vermelha da competição, enquanto o Sporting CP ocupava o 10º posto. Depois dos resultados do fim de semana, ambas as formações estavam obrigadas a vencer. O encontro foi bom e terminou com um empate a duas bolas, que premeia as melhores fases de casa equipa. O Moreirense chegou a ter uma vantagem de dois golos, mas o Sporting CP precisou apenas de um minuto para empatar. Ainda assim, o leão não conseguiu dar a volta ao resultado e continua longe dos lugares da frente. O Moreirense assume novamente o 15º posto, enquanto o Sporting CP subiu ao 8º, estando a 15 pontos da liderança da liga. À entrada para a 10ª jornada do campeonato, Moreirense e Sporting CP viviam momentos conturbados. O clube de Moreira de Cónegos começou a prova com alguma distinção, mas perdeu rapidamente o comboio da primeira metade da tabela e foi deslizando até à zona de descida, não conhecendo o sabor da vitória desde a 2ª jornada. Uma vez que o Beira-Mar empatou em casa frente ao Vitória Guimarães, o Moreirense de Jorge Casquilha entrou neste jogo como lanterna vermelha. Por conseguinte, era muito importante vencer esta partida para não permitir distanciamentos mais à frente. A vitória na Taça de Portugal frente ao adversário desta noite era a prova de que o Sporting CP estava longe de ser imbatível.
A formação que viajou de Lisboa atravessa um dos piores momentos da sua história. O conjunto agora orientado por Vercauteren foi eliminada da Taça de Portugal por este Moreirense, foi eliminada da Liga Europa e partia para este jogo no 10º lugar, bem longe do lugar de destaque que a sua história merece. Apesar de não sofrer muitos golos (apenas 9), a formação de Alvalade já foi capaz de sofrer três derrotas. Depois dos resultados do fim de semana, este jogo em Moreira de Cónegos era visto como decisivo. Uma derrota poderia tornar mais complicada a subida até um lugar de acesso à Liga dos Campeões. De forma a superar as dificuldades desta partida, Jorge Casquilha apostou no seguinte onze: Ricardo Ribeiro, Anílton Júnior, Paulinho, Diego Gaúcho, Augusto Loureiro, Filipe Gonçalves, Vinícius Franco, Renatinho, Fábio Espinho, Pablo Olivera e Ghilas. Do lado contrário, Vercauteren colocou de início Rui Patrício, Eric Dier, Xandão, Rojo, Insúa, Elias, Schaars, Pranjic, Diego Capel, Carrillo e Wolsfwinkel. O destaque foi para a inclusão do jovem Dier, que vinha atuando pela equipa B dos leões. A equipa do Sporting entrou em campo muito mais decidida e, nos primeiros 15 minutos, acercou-se várias vezes da área do Moreirense. Ainda assim, a ansiedade dos leões foi notória na hora de efetuar o último passe ou de dar o último toque. Com isso, aos poucos, o Moreirense conseguiu subir no terreno e equilibrou mais o desafio. Aos 28′, após uma boa jogada individual, Ghilas rematou de ângulo apertado, mas criou a
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primeira grande ocasião de golo. Numa altura em que o Sporting tentava chegar mais à frente, foi o Moreirense quem chegou à vantagem. Numa jogada em que a defesa do Sporting ficou muito mal na fotografia, Pablo Olivera surgiu na cara de Rui Patrício e fez o 1-0 aos 40′. O avançado do Moreirense voltou a marcar ao Sporting, depois do bis na Taça de Portugal. Três minutos depois, o Sporting CP sofreu mais uma contrariedade. O holandês Schaars lesiounou-se e teve que dar o seu lugar a Fito Rinaudo. Já dizia a lei de Murphy que “se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará”. Neste contexto, ao minuto 45′, o Moreirense voltou a marcar. Desta feita, foi Ghilas o autor do golo. Ao intervalo, o resultado premiava a eficácia do Moreirense e a permissividade do Sporting, que até começou melhor, mas foi perdendo fulgor. No reatamento, a partida continuou numa toada morna. O Moreirense procurou segurar a bola, mas não conseguiu. O Sporting, por seu turno, tentou chegar mais à frente, mas cometeu muitos erros. Ainda assim, sem que nada o prevesse, o Sporting CP encurtou distâncias. Aos 64′, Xandão reduziu na sequência de um canto. No minuto seguinte, o jovem Dier foi à área contrária dar emoção ao resultado. O jogador formado no clube fez o empate aos 65′. Na sequência deste empate, o Sporting CP transformou-se por completo e acercou-se por inteiro da área dos visitados. Num momento de inspiração, Viola atirou ao poste. A um minuto do fim do jogo, Carrillo, isolado perante o guardião Ricardo, falhou de forma incrível a reviravolta no marcador. Na compensação, o Moreirense também criou uma boa oportunidade
para vencer. O jogo terminou com um empate a duas bolas. Numa partida bem jogada, o Moreirense foi superior na segunda metade do primeiro tempo e o Sporting cresceu depois do primeiro golo e poderia ter vencido. Com este resultado, o conjunto de Moreira de Cónegos não conseguiu deixar a zona de despromoção. O Sporting também não foi capaz de se chegar mais à frente na classificação, não aproveitando totalmente a derrota do SC Braga.
VINGANÇAS PARA A
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A TAÇA Nuno Almeida Fotos: Getty Images
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pós a jornada da Champions, com sortes distintas para Braga e F.C. Porto, este clássico do nosso campeonato prometia. Havia a expectativa de saber se a eliminação das competições europeias iria deixar mazelas psicológicas nos jogadores bracarenses e por outro lado saber se o F.C. Porto iria continuar na senda das vitórias. Outro factor que suscita sempre grande curiosidade nestes jogos é observar o desempenho dos vários jogador do Sporting de Braga que já vestiram a camisola do clube da cidade Invicta, uns com mais sucesso do que outros. Com os regressos de Fernando e Alex Sandro, o F. C Porto apresentouse praticamente na máxima força, faltando apenas Maicon para o onze mais utilizado por Vítor Pereira nesta época. Os sacrificados foram Defour e Abdoulaye. Este último perdeu o lugar no eixo da defesa portista para Mangala. Apesar da presença do sempre perigoso Alan no corredor direito do ataque do Braga, Alex Sandro não se deixou intimidar e imprimiu uma profundidade ao ataque portista que Mangala não consegue dar. Os “dragões” entraram muito fortes no encontro e aos 6 minutos de jogo já tinham conquistado uma mão cheia de cantos, enviado uma bola ao poste e o central Otamendi já tinha falhado um golo à boca da baliza. Com uma pressão muito alta e com as habituais trocas de bola desde a defesa até ao ataque, o Braga tinha muitas dificuldades em entrar no jogo e em ter bola. A partir dos 20 minutos os “arsenalistas” conseguiram equilibrar o jogo, principalmente através de bolas paradas, principalmente com um livre de Nuno André Coelho e os cantos de Hugo Viana que Helton foi defendendo com maior ou menor
dificuldade. Assistiram-se então, aos melhores momentos da primeira parte com lances nas duas áreas em que qualquer equipa podia ter marcado sem que existisse um ascendente claro de qualquer uma das equipas. A 2ª parte foi bastante mais fraca, provavelmente fruto do desgaste provocado pela jornada da Liga dos Campeões. Ainda assim foi nos segundos quarenta e cinco minutos que os golos surgiram. Vítor Pereira fez a substituição habitual de trocar o esforçado Varela pelo irreverente Atsu e surpreendeu ao tirar do jogo o esgotado Moutinho e lançando Defour. Estas duas substituições trouxeram novos problemas à bem organizada defesa do Braga. Apesar disso foi o Braga a dispor da primeira grande oportunidade de golo neste 2º tempo, já aos 86 minutos e por intermédio de um remate fortíssimo do ponta-de-lança Éder bem defendido por Helton. Após esta jogada de perigo do ataque do Braga surge o lance que começa a definir o resultado final do encontro. Uma boa jogada de Danilo (parece outro jogador quando pisa o centro do terreno), em que “el bandido” recebe a bola e executa um bom remate que ainda bate em Douglão, fazendo um chapéu a Beto que nada podia fazer para defender uma bola que ainda bate na trave antes de entrar na baliza e fazer o 1º golo dos bicampeões nacionais. A sorte dá muito trabalho, mas ter jogadores do calibre de James Rodriguez ajuda muito. Já depois dos noventa minutos (90 + 3) Jackson Martinez, dando sequência a um excelente inicio de época, aproveita um erro clamoroso de Leandro Salino, que ao tentar aliviar uma bola, coloco-a nos pés do avançado Colombiano e este faz o 2º golo do F.C. Porto, foi a machadada final nas aspirações do
Braga de chegar ao empate. Com este golo, o ponta de lança alcançou o 9º golo na liga, estando neste momento em 1º lugar na lista dos melhores marcadores juntamente com Meyong. Para terminar, referência à actuação da equipa de arbitragem liderada por Carlos Xistra que teve algumas decisões polémicas ao longo do jogo e que ambas as equipas parecem ter razões de queixa. O Braga, claramente mais prejudicado, pode reclamar de um pénalti que ficou por assinalar ainda na primeira parte e com o resultado a zero, por mão na bola de Alex Sandro na sequência de um cruzamento de Alan em que o lateral brasileiro salta com o braço afastado do corpo e por isso deveria ser assinalado o castigo máximo. Ao longo do jogo, muitas outras decisões motivaram alguns protestos principalmente dos jogadores portistas na amostragem de cartões amarelos e também pela decisão estranha de não ter deixado marcar um livre
a favor dos azuis e brancos já no meio – campo do Braga, apitando de imediato para o intervalo. É certo que a equipa de José Peseiro não merecia um resultado tão pesado e até se pode queixar da arbitragem, mas analisando todo o jogo a vitória do Porto é inteiramente merecida, já que foi a equipa que mais fez para conquistar os três pontos. Com este resultado os portistas mantém-se na liderança do campeonato com os mesmos pontos do rival da Luz, mas com melhor diferença entre golos marcados e sofridos. Ao Braga resta-lhe a esperança de vingança já na próxima eliminatória da taça de Portugal contra este mesmo F.C Porto e a certeza que continuam com uma equipa coesa e capaz de lutar ombro a ombro com os principais candidatos ao título.
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“Para mim despedir um treinador é como beber uma cerveja. Posso beber vinte num ano, até cem se fizer falta” Jesus Gil y Gil
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IGUAL A SI PRÓ
Te
ÓPRIO
exto: Eduardo Pereira Fotos: Getty Images
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Benfica venceu o Olhanense, na noite de sábado, com uma exibição que começa a ser imagem de marca: dominando o adversário sem entrar em euforias e marcando golos q. b. para assegurar os três pontos. A “nota artística” parece andar longe da Luz há algum tempo, mas a frieza dos números não mente: mantém-se a igualdade com o F.C. Porto na liderança da Liga e Jesus tornou-se mesmo no treinador português com melhor média pontual no Benfica. Sendo já evidente que a rotatividade promovida por Jorge Jesus pouco ou nada tem a ver com o nome da competição em causa, os encarnados receberam o Olhanense com quatro alterações em relação à última jornada. Lima ficou no banco e cedeu a titularidade a Rodrigo, Carlos Martins surgiu no lugar de Enzo Pérez e, na defesa, Luisão e Maxi Pereira regressaram aos seus lugares habituais. O treinador estará, desta forma, a tentar evitar cenários semelhantes aos das últimas temporadas, em que os níveis físicos do plantel atingiram níveis preocupantes em momentos de importância capital. O Benfica entrou com uma atitude agressiva e, antes mesmo dos dois minutos, criou uma dupla oportunidade, primeiro com Bracali a desviar para canto um remate de Rodrigo e, logo depois, com Matic a cabecear sobre a barra. Percebia-se que os encarnados (a jogar de negro) tinham facilidade em entrar na área algarvia mas, das bancadas da Luz, choviam amiúde fortes assobios. Estranho? Não muito: dirigiam-se aos vários petardos que uma das claques benfiquistas lançou durante os primeiros minutos do encontro e que, recentemente, levaram a UEFA
a abrir um inquérito disciplinar ao clube. Na iminência de uma possível interdição ao Estádio da Luz, muitos foram os que não gostaram de ver a claque reincidir naquele comportamento. No relvado, o ritmo mantinha-se. Ola John forçou Bracali a nova estirada, aos 8 minutos evoltou a ficar perto do golo aos 17, acertando no lado de fora das redes. O jogo entrou então numa fase mais lenta mas o golo não haveria de tardar. Cardozo, de penálti, ao minuto 24, colocou o Benfica em vantagem e deu ao marcador uma expressão que já se vinha justificando, dada a produção ofensiva de amboas os conjuntos. Até ao descanso, nenhum outro momento digno de registo, apesar de se manter a superioridade dos homens da casa. No reatamento, e sem alterações nas estruturas de ambas as equipas, foi o Olhanense quem primeiro mostrou estar descontente com o resultado. Aos 48 minutos, Artur teve mesmo de se aplicar para travar um perigoso remate de David Silva, que acabou por ser insuficiente para intimidar o Benfica. A formação lisboeta continuava senhora do jogo, ainda que sem a mesma energia demonstrada nos minutos iniciais. Foi preciso esperar até aos 59 minutos para voltar a ver um lance de muito perigo. Garay apareceu solto no coração da área, cabeceou de forma violenta para a baliza de Bracali mas este, com uma excelente defesa, desviou a bola sobre a trave. Falhou Garay mas, pouco depois, veio Luisão mostrar como se faz. O capitão subiu mais alto que toda a defesa olhanense e cabeceou para baixo, levando a bola a descrever uma trajectória em arco, longe do alcance do guardião algarvio. Estava feito o 2-0, aos 72 minutos, e o Benfica respirava fundo, ciente de
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que os argumentos demonstrados pelos homens de Sérgio Conceição já não serviriam de muito para alterar o rumo dos acontecimentos. Com Enzo Pérez e Lima em campo, lançados a 20 minutos do fim, os encarnados ainda dispuseram de uma mão cheia de ocasiões para voltar a marcar, mas ora Bracali (a remate de Lima) ora a falta de pontaria (perdida incrível de Salvio) acabaram por impedir que o resultado final fosse mais volumoso. Com a vitória do F.C. Porto em Braga, mantevese a igualdade no topo da tabela classificativa e o Benfica terá agora de medir forças com o Sporting, em Alvalade, para tentar manter-se na frente da Liga. O clássico joga-se a 10 de Dezembro, pelas 20.15 horas. 100 jogos para a eternidade No final do encontro, para além da vitória, Jorge Jesus tinha outros motivos para estar satisfeito. O técnico tornou-se no português com melhor média pontual aos comandos do Benfica, com 2,34 pontos amealhados por jogo e um total de 73 vitórias em 100 partidas para o campeonato. Jesus, que se sagrou campeão pelos encarnados em 2010, conquistou também três Taças da Liga mas tem enfrentado crescente oposição nas últimas épocas, em particular entre os adeptos, insatisfeitos com a persistência do domínio portista na Liga nacional. Jesus sempre assumiu o seu desejo de levar para Luz um troféu europeu mas, esta época, parece ter adaptado o discurso à contingência de um plantel mais limitado e afirma que a prioridade é o campeonato. Até ao momento, os resultados confirmam as palavras, com um Benfica invicto em Portugal, mas a um passo de ser afastado da Liga dos Campeões já no final da fase de grupos.
“Deixaria o futebol pelo cricket se me pagassem o mesmo� Vieiri, ex-jogador
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REPORTAGEM
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BENFICA 2012/13 ANÁLISE Texto: Francisco Gomes Silva Fotos: Getty Images
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m Benfica mais vertiginoso, equilibrado, adulto e vertical é aquele que se apresenta na corrente época, em comparação com a época anterior. Tais características devem-se sobretudo à aquisição de novos jogadores. Nesta época o clube encarnado dispõe de um maior leque de opções o que permite uma melhor gestão do plantel. Nas épocas anteriores o meses de Novembro e Dezembro costumam ser os melhores meses da equipa treinada por Jorge Jesus sendo que em Fevereiro e Março, o Benfica começa a cair de forma e acaba por perder pontos cruciais na luta pelo primeiro lugar do campeonato, ou seja, tem faltado consistência e regularidade ao clube da Luz quer seja por falta de opções, quer seja por falta de frescura física. Estes dois factores estão intimamente relacionados, na medida em que a falta de opções se traduz num maior desgaste físico pelos jogadores da equipa base. A direcção e equipa técnica do Benfica aperceberamse deste problema esta época e para tal, procuraram contratar alternativas viáveis para concorrer com os jogadores mais utilizados, o que permitirá uma maior rotatividade. A título de exemplo podemos referir as contratações de Paulo Lopes e Luisinho, a chamada à equipa principal de André Gomes e André Almeida e o retorno de emprestados como Carlos Martins. Existem algumas individualidades que merecem ser destacadas como é o caso do jovem Melgarejo que passou de uma aposta de risco para uma aposta ganha, por parte do técnico Jorge Jesus. O extremo-esquerdo de origem passou a ser reconhecido como um lateralesquerdo competente e que transporta para jogo uma grande velocidade e verticalidade o que permite ao Benfica alargar o seu jogo e poder alternar entre a faixa direito e a faixa esquerda, algo que não acontecia a época passada com a inclusão de Emerson uma vez que era pouco produtivo em termos ofensivos. Com Melgarejo, o Benfica ganha outra dimensão ofensiva fruto da sua juventude e irreverência ofensiva. Matic e Enzo assumiram o miolo após as saídas de Javi e Witsel. Estilos diferentes mas os resultados são idênticos. Matic é diferente do encorpado espanhol que limpava tudo no seu raio de acção, contudo o trinco sérvio consegue alargar o seu campo de actuação o que faz com que tenha vindo a ganhar mais relevo na estratégia encarnada. Matic ocupa os espaços de forma muito inteligente, sabe compensar as subidas dos laterais, sabe dobrar os centrais e exerce uma pressão em zonas superiores do terreno face a Javi,
esta pressão permite a que o Benfica recupere a bola em zonas mais ofensiva e desta forma, fique mais perto de zonas de finalização. Tais características, fazem com que Matic já tenha feito esquecer o espanhol Javi García nos corredores da Luz. Quanto ao extremo-direito argentino, este sofreu um processo de adaptação semelhante ao de Melgarejo, neste caso, Enzo deixou as faixas laterais e passou a jogar no centro do terreno, isto deve-se sobretudo à sua disponibilidade física e táctica. Enzo consegue transportar para jogo a mesma intensidade com bola ou sem bola. Sabe posicionar-se e equilibrar quando é mais necessário. Perde-se o brilhantismo e a imprevisibilidade que tinha num flanco mas ganha-se um equilibrador, temporizador e mais importante que isso um construtor de jogo em momentos de transição. Salvio e Ola John também têm vindo a desempenhar um papel fundamental na construção de jogo. Estes dois velozes extremos permitem ao Benfica estender o seu futebol e conseguem ainda, empolgar qualquer adepto pelas suas capacidades técnicas. Salvio é um velho conhecido dos portugueses e especificamente dos benfiquistas. A sua passagem anterior na Luz deixou saudade e agora o argentino tem demonstrado o porquê de ser aposta para esta época, fazendo valer todo o dinheiro investido em si, com golos e assistências. O caso do jovem holandês, Ola John, é bem diferente e complexo. O extremo sofreu de um longo período de adaptação mas neste momento já ganhou o seu espaço na equipa e cada vez que a bola lhe chega aos pés, os benfiquistas levantam-se com ansiedade e na esperança de ver reinventada alguma finta ou movimento novo de tão imprevisível que o jovem natural da Libéria é. Lima é outro dos jogadores que tem estado em destaque. O brasileiro que chegou do Braga já leva 8 golos marcados, 6 deles na Liga. Dos 6 golos, 5 foram marcados fora de portas o que transforma Lima num talismã em jogos fora. O avançado tem feito dupla com Cardozo na frente do clube encarnado e os dois sul-americanos sabem entender-se muito bem. Lima joga nas costas de Cardozo de forma a servi-lo, contudo muitas das vezes Cardozo consegue agarrar a marcação e permite ao brasileiro penetrar zonas de finalização. Quando não joga Tacuara, Jesus opta por lançar Rodrigo, fazendo com que Lima se afigure como a referência do ataque benfiquista com Rodrigo a apoiálo. Luisão voltou e tem estado seguro juntamente com Garay que na ausência do capitão liderou a defensiva
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encarnada juntamente com Jardel que cumpriu muito bem o seu papel. Maxi continua a penetrar a defensiva adversária com igual facilidade como fazia anteriormente, contudo tem mostrado algumas debilidades no que toca ao processo defensivo, nomeadamente à transição defensiva, tal facto pode-se dever à sua má forma. Para além destes jogadores já referenciados, Jorge Jesus tem à sua disposição alternativas viáveis ao onze base como é o caso de Luisinho, Jardel, André Almeida, Carlos Martins, Pablo Aimar, Nolito, Gaitán e Bruno César. Este conjunto de jogadores possibilita ao Benfica uma gestão mais eficaz do esforço físico devido aos jogos da Liga dos Campeões e Taça de Portugal. Neste caso, quantidade é sinónimo de qualidade e tal qualidade só se pode reflectir em bons resultados. O Benfica só conhece o sabor das vitórias nos últimos 7 jogos. O próximo jogo é de uma dificuldade extrema, os pupilos de Jesus deslocam-se até Camp Nou para enfrentar o Barcelona na tentativa de conseguir obter a qualificação para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. O Benfica terá de mudar a sua atitude face ao jogo na Luz se quiser ganhar. A tarefa é tudo menos fácil e a equipa encarnada terá de conseguir exercer uma pressão mais eficiente em algumas zonas, nomeadamente no meio-campo. Será necessário uma maior disponibilidade física para conseguir roubar a bola no meio-campo e lançar em transições rápidas. Esta é a fórmula de sucesso se o Benfica quiser continuar em prova. A concessão de espaços, apenas levará a que o Barcelona tenha espaço e tempo para pensar e executar
todos os seus movimentos e nuances tácticas. O Benfica terá a seu lado uma vantagem enorme, não tem jogo para a Taça e como tal Jesus tem muitos dias para preparar este jogo. Tudo ou nada é o que se jogará em Camp Nou dia 5 de Dezembro. De relembrar que o mês de Dezembro afigura-se como um mês complicado para o Benfica. Será precisamente em Dezembro que veremos se o Benfica tem estofo para os grandes palcos como é o caso da Liga dos Campeões, Liga com o Sporting em Alvalade e Marítimo na Luz, Taça da Liga com Olhanense e Moreirense fora e Taça de Portugal com o adversário ainda por definir.
“Quando vi jogar o Pirlo pergunteime se eu era jogador de futebol“ Michel
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COLO COLO E OS HOMENS DE PINOCHET
REPORTAGEM
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regime de Pinochet marcou profundamente a sociedade chilena e o seu futebol. A ascensão do Colo-Colo como clube patrocinado pelo regime deixou feridas abertas nos rivais e permitiu ao “Cacique” uma hegemonia nacional durante as duas décadas em que os generais controlaram os destinos do país.
da Copa dos Libertadores, perdendo no terceiro jogo com o Independiente. Essa era a base da equipa que se apresentou no Mundial de 1974 depois da recusa da União Soviética em disputar um play-off no Chile, no mesmo campo onde muitos dos seus simpatizantes tinham encontrado a morte meses antes. A FIFA não soube (ou não quis) mediar o confronto e o Chile partiu para a Alemanha onde não O clube mais popular dos Andes deixou a melhor imagem. De certa forma o crescimento futebolístico dos anos Enquanto o exército de Pinochet utilizava 60 começou a esbarrar com a própria o estádio da Universidad de Chile como natureza do regime. campo de concentração, o seu eterno, o popular Colo Colo, crescia à sombra do A política desportiva das Juntas regime ditatorial. Enquanto torturavam Militares membros da resistência, os inquisidores instalaram dentro do estádio de Santiago Pinochet tinha no Colo-Colo um clube à gigantescos altifalantes que davam, hora sua medida. após hora, a música “liberal” dos Beatles. De certa forma o chileno limitou-se a imitar o comportamento dos outros generais Enquanto isso famílias inteiras morriam que mandavam com punho de ferro no dentro, abandonadas pelo Mundo. Muitos continente, como o paraguaio Stroessner deles eram adeptos da U, como se conhece e o Olimpia, e as Juntas equatorianas e popularmente o clube patrocinado pela uruguaias que apoiavam fervorosamente principal universidade do país. Não o Nacional e Peñarol, respectivamente. chegaram a viver a longa seca de títulos Só a Argentina e o Brasil, com maior dos homens de azul durante os anos em tradição futebolística se livravam desta que Pinochet controlou com punho de hegemonia mas, mesmo assim, havia ferro o país. sempre clubes mais alinhados com o O general não era um dos maiores regime político e outros que se colocavam entusiastas da sua Junta do Colo-Colo. claramente à margem. O Estudiantes de Mas percebeu a importância social que la Plata foi o símbolo do regime argentino tinha para o seu recém-estabelecido dos anos 60 enquanto que o Corinthians regime contar com o clube de maior apoio se ergueu como o primeiro clube a opôrpopular do seu lado. O governo investiu se categoricamente à ditadura militar dinheiro a melhorar as infra-estruturas do brasileira. Colo-Colo, favoreceu negócios dentro da No caso chileno, a recompensa do Cololiga para garantir aos homens do “Cacique” Colo e da sua fidelidade transformouos melhores jogadores locais e utilizou-o se numa série de ligas ganhas de forma como bandeira política, partilhando os quase consecutiva. O primeiro título foi seus sucessos desportivos. Que foram, conquistado em 1979, curiosamente inevitavelmente, tantos quanto o regime graças aos golos de Carlos Caszely, um quis que fossem. dos mais críticos com o regime chileno. Só a sua tremenda popularidade e veia O clube não era nenhum desconhecido goleadora impediram, por mais de uma das vitórias, mas nunca exerceu uma vez, de ser detido. No entanto não se livrou hegemonia tão clara no futebol chileno de ver a sua mãe detida várias vezes pela como nos anos Pinochet. No regime polícia política do regime. democrático anterior, com Salvador Allende A essa liga seguiram-se outras seis nos anos como presidente, o clube tinha vencido seguintes, a que se juntam várias Copas do ligas e chegado pela primeira vez à final Chile e várias performances negativas nas
REPORTAGEM
provas continentais. Sem competitividade interna, com muitos resultados combinados de antemão, o futebol chileno travou o seu crescimento e só em 1991, quase vinte anos depois da primeira presença numa final, o Colo-Colo conseguiu o almejado título continental. Foi o primeiro ano depois do final da ditadura e ao contrário do que muitos esperavam, a equipa continuou a vencer. O facto do regime ter saneado, durante a década de 80, as contas do clube permitiu-lhe encarar os anos 90 com uma pujança económica que os rivais não tinham. Os negócios patrocinados pela Junta de Pinochet com o banco HBC, mais tarde levados a julgamento, ajudaram a criar esse tremendo fosso competitivo entre o Colo-Colo e os restantes clubes da liga, uma das heranças mais pesadas do regime ao futebol chileno.
sofrimento da Universidad de Chile durou quase três décadas. Maior força desportiva do país durante os anos 60, a “U” tinha-se posicionado politicamente ao lado dos homens de Allende e pagou-o caro. Enquanto a Universidad Católica desafia ano atrás ano a hegemonia do Colo-Colo, os anos 70 e 80 foram de seca absoluta para um clube que até então dominava a tabela de títulos nacionais do país. A Universidad Chile não voltou a vencer um título de liga até 1994 tendo sofrido mesmo com uma ágria despromoção a final dos anos 80 nos suspiros finais do regime. Actualmente vivem uma nova era de triunfos, sendo os campeões em título do país.
Uma longa travessia até voltar à elite marcada O destino cinzento da “U” pelo papel activo dos homens de Agustin Pinochet nas decisões que moldaram duas décadas de Paralelamente à história de glória do Colo-Colo, o futebol chileno.
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“Trabalho como um preto, para viver como um branco” Samuel Eto’o
INTERNACIONAL
PREMIER LEAGUE Tiago Soares Fotos: AP
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Queens Park Rangers (QPR) deslocou-se a Old Trafford após uma semana de convulsões, com o despedimento de Mark Hughes e a contratação do antigo treinador do Tottenham, Harry Redknapp. O novo treinador vai assumir os comandos da equipa de Bosingwa apenas a partir do próximo jogo, mas os efeitos da sua chegada parecem ter surtido algum efeito, visto que a equipa do QPR até inaugurou o marcador, aos 51 minutos (e após uma primeira parte aborrecida), por Mackie, a aproveitar uma defesa incompleta de Lindergaard. Os Reds, naturalmente, não baixaram os braços e começaram a pressionar mais o adversário, chegando ao empate por Jonny Evans e à vantagem por Fletcher em golos a partir de cantos. Recorde-se que Darren Fletcher recuperou de uma grave doença no sistema digestivo e voltou, novamente, a ser titular e a marcar pelo United, no que só pode ser encarada como uma boa notícia. Chicharito Hernandez fez o 3-1 final após belíssima jogada e passe mordaz de Andersson, terminando esta semana de agonia do QPR e solidificando a candidatura do United à liderança.
O West Bromwich Albion (WBA) ameaça tornar-se um caso sério e subiu ao terceiro lugar (!) da Premier League após ter vencido, no Estádio da Luz inglês, a equipa do Sunderland por 4-2. Foi à passagem da meia-hora, e graças a um alívio deficiente da defesa do Sunderland, que Gera fez o 1-0, num remate colocado de pé esquerdo que parece ainda tocar num defesa contrário; aos 42 minutos, e não querendo ficar atrás dos seus colegas da defesa, o guarda-redes do Sunderland Mignolet decidiu presentear Shane Long, largando uma bola muito fácil e deixando-a para o avançado, que só teve de retirá-la do seu alcance e fazer o golo na baliza deserta. Já na segunda parte, aos 72 minutos, o Sunderland reduziu, graças a um remate de Gardner que beneficia ainda de um toque na barreira. Aos 80 minutos, golpe de teatro (literalmente) na área do Sunderland: Ridgewell mergulha para um pénalti que o árbitro julga existir e Lukaku faz o 3-1 para o WBA. Mas a equipa da casa não desistiu e Sessegnon, à boca da baliza e após uma defesa espetacular de Myhill, fez o 3-2, reacendendo a esperança dos adeptos num empate. No entanto, o WBA não facilitou mais e chegou ao 4-2 por Fortuné, desembaraçando-se
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com classe de um adversário e rematando colocado para o seu primeiro golo esta época. Refira-se que o WBA está a apenas quatro pontos da liderança, feito impressionante para uma equipa da sua dimensão. O jogo entre o Tottenham de Villas-Boas (AVB) e o West Ham estava a ser calmo, apesar do ascendente da equipa da casa e a pose expectante da equipa visitante. Até que, aos 44 minutos, Defoe cansou-se da monotonia, pegou na bola no meio campo, passou por vários adversários e atirou um remate colocadíssimo, fazendo o 1-0 e o que é, sem dúvida alguma, o golo da jornada. Assim chegou o intervalo e, claro, os adeptos dos Spurs só pensavam na constante desorganização defensiva que costuma assolar a sua equipa e lhes tem custado vários golos e pontos esta época. No entanto, desta vez não seria o caso e Bale fez o 2-0 aos 58 minutos (um golo de difícil execução) e o 3-0 foi feito por Defoe apenas seis minutos depois, após uma recuperação de bola fantástica de Sandro e um grande sprint de Lennon. Roy Carroll reduziu para 3-1 para os Hammers, num golo que foi “comemorado” pelos adeptos do Tottenham com o já clássico cântico de “He only scores once”. Boas notícias para AVB após o empate no Olímpico com a Lazio para a Liga Europa. O Chelsea – City fica marcado pela semana louca da equipa londrina, com o despedimento de Roberto Di Matteo após a derrota em Turim com a Juventus e que praticamente sentenciou a carreira dos Blues na Champions League. O novo técnico, o espanhol Rafa Benítez, foi recebido de forma muito pouco amistosa pelos adeptos do Chelsea e até Alex Fer-
guson meteu a foice na seara alheia a chamá-lo de “sortudo” pelas coisas que obteve na sua carreira de treinador e, quanto a Sir Alex, “sem mérito algum”. Estavam reunidas as condições para uma exibição tristonha do Chelsea e a sorte dos blues foi do outro lado estarem os citizens, que também estão a fazer uma época miserável na Champions – apesar de serem a única equipa imbatível na Premier League e estarem na liderança até esta jornada. Os principais momentos de interesse vieram de Zabaleta aos 37 minutos e de Torres, na segunda parte, numa das poucas boas jogadas do que foi, para todos os efeitos, um jogo monótono entre duas equipas de topo. O Chelsea acabou o jogo com apenas um “shot-on-target”, no que foi uma festa nas redes sociais a gozar com o treinador espanhol e com a atitude de Abramovich em despedir Di Matteo. Por outro lado, Mancini não parece também muito confortável no seu lugar, apesar de estar agora no segundo lugar no campeonato a apenas um ponto do novo líder, o grande rival United. Destaque ainda para o empate a zero entre Aston Villa e Arsenal e o algo surpreendente empate do Everton, em casa, com o Norwich (1-1), mas que lhe permite manter o quinto posto. Classificação: 1 Manchester United (30 pontos) 2 Manchester City (29 pontos) 3 WBA (26 pontos) 4 Chelsea (25 pontos) 5 Everton (21 pontos)
BUNDESLIGA João Silva Fotos: AP
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13ª jornada da Bundesliga trouxe mais um fim de semana de muito espetáculo. Na frente da classificação, o Bayern de Munique não facilitou e cilindrou o Hannover 96. Logo atrás, surge agora o campeão Borussia Dortmund que aproveitou o empate entre Schalke 04 e Eintracht Frankfurt e que parece ter encontrado o seu caminho na Bundesliga. O campeão em título continua a nove pontos do líder, mas subiu dois lugares na classificação. A meio da tabela, não houve tantas mexidas como na semana passada. Nesta altura, a grande surpresa é o Freiburg, que chegou a um lugar europeu. No fundo da classificação, encontram-se o Hoffenheim num aflito 16º posto, o Greuther Fürth, em 17º e, por fim, o Augsburg, que começa a ter muitas dificuldades para manter a ligação com as equipas acima da linha de água. Nesta ronda, marcaram-se 22 golos, o que dá uma média de 2,44 por desafio; houve 5 vitórias, sendo 3 em casa e 2 fora, e 4 empates. A média de espeta-
dores na Bundesliga foi de 37 949 por desafio. Em termos individuais, o melhor marcador é Rober Lewanwoski, do Borussia Dortmund, com 9 golos, seguido de Mandzukic, do Bayern de Munique, e de Alexander Meier, do Eintracht Frankfurt, ambos com o mesmo número de tentos. Por outro lado, as defesas menos batidas são, por ordem decrescente, a do Bayern de Munique com 5 golos sofridos, a do Borussia Dortmund com 14 consentidos e a do Freiburg também com 14 golos encaixados. Na sexta-feira, o Fortuna Düsseldorf, ainda sem vitórias no seu terreno, recebeu e venceu por 2-0 o Hamburger SV, equipa pragmática fora do seu estádio. No primeiro tempo, os visitantes tiveram sinal mais, mas os visitados aproveitaram a única oportunidade que tiveram. No segundo, houve mais momentos de interesse, sobretudo, do lado dos forasteiros. Ainda assim, os visitados voltaram a ser mais eficazes. Depois deste desafio, os visitados somaram a primeira vitória em casa e ficaram com
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14 pontos, estando em 14º lugar, enquanto os forasteiros têm 17 pontos, perdendo a ligação com os lugares europeus e caindo para o 10º posto. No sábado ao início da tarde, o líder Bayern de Munique, numa fase de menor fulgor, recebeu e goleou por 5-0 o Hannover 96, mais irregular nesta altura. Nos primeiros 45 minutos, o Bayern de Munique não deu quaisquer hipóteses. No reatamento, o conjunto da casa continuou soberano, dilatando a vantagem. Após a partida, o Bayern de Munique continua a comandar a competição, desta feita, com 25 pontos, sendo cada vez mais um líder indiscutível. O Hannover 96 averbou a segunda derrota seguida e é agora 8º com 17 pontos. Em Gelsenkirchen, disputou-se o encontro grande da ronda. O Schalke 04, em ligeira queda nas últimas semanas, recebeu e empatou a um com o Eintracht Frankfurt, que ocupava o 3º posto em igualdade pontual. Na primeira metade, os visitantes foram claramente superiores, mas não conseguiram sair na frente. Na segunda parte, o Schalke 04 melhorou e acabou o desafio a dominar. Terminado o encontro, os visitados passam a ter 24 pontos, caindo para o 3º posto, ficando agora um ponto atrás do rival Borussia Dortmund. Os visitantes somam os mesmos 24 pontos e estão em 4º lugar. Numa partida de reencontros, o Wolfsburg, em clara ascensão, mas vulnerável em casa, recebeu e empatou a um com o Werder Bremen, sólido, mas frágil como visitante. No primeiro tempo, os forasteiros foram superiores, chegando à vantagem. Na segunda parte, o encontro foi mais aberto, tendo os visitados o sinal mais. Após o jogo, o Wolfsburg ficou com 15 pontos, navegando no 13º lugar, enquanto o adversário desta jornada manteve o 7 º lugar com 18 pontos. Em Mainz, o Mainz 05, com melhores prestações no seu terreno, recebeu e perdeu por 1-2 com o campeão Borussia Dortmund, em ascensão e a viver a melhor fase da temporada. Nos primeiros 45 minutos, assistiu-se a uma grande partida, tendo o Mainz mais oportunidades de golo, mas sendo o Dortmund mais eficaz. No segundo tempo, o campeão germânico controlou e não permitiu quaisquer veleidades ao adversário. Com este resultado, os homens da casa continuam com 17 pontos e estão em 9º lugar. Os bi-campeões foram os grandes vencedores da ronda, têm 25 pontos e ocupam agora o 2º posto, passando a ser o principal desafiador do líder. A última partida de sábado teve um cariz especial por se tratar do 255º derby entre Greuther Fürth e Nürnberg, o primeiro no atual formato da Bundesliga. Em Fürth, o Greuther Fürth, à procura da primeira vitória em casa, recebeu e empatou a zero com o Nürnberg, a tentar deixar os últimos lugares. Na etapa inicial, assistiu-se a um jogo muito intenso e emocional, mas sem grandes ocasiões.
No etapa complementar, as ocasiões de golo foram novamente escassas. Depois da partida, o Greuther Fürth continua sem qualquer vitória em casa e, com 8 pontos, ocupa o 17º lugar. O Nürnberg não está melhor: com 13 pontos ocupa o 15 º posto. A jornada terminou apenas no domingo à tarde com mais três desafios. Em mais um Baden-Württemberg-Derby (derby do sudoeste), o Freiburg, num grande momento de forma, recebeu e venceu por 3-0 o rival Stuttgart, a segunda melhor formação fora de casa. Nos primeiros 45 minutos, a equipa da casa surgiu mais solta e dominou grande parte dos acontecimentos. Nos segundos, os visitados foram avassaladores. Na sequência deste confronto, os visitados ficaram com uns magníficos e inesperados 19 pontos, ocupando o 6º lugar, que dá acesso à Liga Europa, enquanto os forasteiros mantêm o 12 º lugar, com um total de 16 pontos. Em Sinsheim, o Hoffenheim, com a “corda no pescoço”, recebeu e perdeu 1-2 com o Bayer Leverkusen, dotado de mais qualidade e num melhor momento de forma. Na primeira parte, os visitados tiveram mais oportunidades, mas os forasteiros foram tremendamente eficazes. Na segunda, os visitados voltaram a ser superiores, mas não conseguiram dar a volta. Após esta partida, o Hoffenheim de Markus Babbel ficou num incómodo 16º posto com 12 pontos. O Bayer Leverkusen, por seu turno, soma agora 24, navegando num interessante 5º lugar. A terminar a jornada, o lanterna vermelha Ausgsburg recebeu o empatou a um com o Borussia Mönchegladbach, com uma prestação muito irregular nesta edição da Bundesliga. A primeira metade, ofereceu um Augsburg aguerrido e atrevido. O segundo tempo foi muito morno, tendo os visitantes empatado ao cair do pano. Concluído o encontro, o Augsburg tem 7 pontos e continua no 18º lugar, continuando abaixo da linha de água. Os visitantes, por outro lado, somam 17 pontos e estão em 11º lugar.
LA LIGA Francisco Baião Fotos: AP
Na Liga Espanhola desenrolou-se, este fim-de-semana, a 13ª jornada marcada pela terceira derrota do Real Madrid no campeonato, fazendo com que, em menos de metade da temporada, a equipa de Mourinho já tenha perdido 14 pontos o que, comparando com os 16 pontos desperdiçados em toda a temporada anterior fazem antever um péssimo arranque de campeonato dos merengues. Se a este mau arranque do Real Madrid juntarmos o melhor arranque de sempre do Barcelona (apenas dois pontos perdidos – precisamente frente aos madrilenos), é fácil perceber que o Real Madrid está longe dos catalães e que as suas hipóteses de renovar o título são, ainda em novembro, muito escassas. A jornada começou na sexta-feira e, tal como na jornada anterior, a primeira partida resultou num empate a zero, envolvendo, novamente, o Osasuna (penúltimo classificado) na sua deslocação ao terreno da Real Sociedad que cai para a segunda metade da classificação enquanto o Osasuna entregava,
em definitivo e a solo a “lanterna vermelha” ao Espanyol. Já no sábado disputaram-se mais 4 partidas com a particularidade de, em nenhuma delas, os forasteiros terem marcado qualquer golo, sendo, em todos os jogos, os anfitriões a somar os três pontos. O primeiro a faze-lo foi o Rayo Vallecano que, com dois golos já ao cair do pano, bateu o Maiorca por 2-0 saltando, à condição, para os lugares europeus, fruto de uma ponta final de desafio onde o brasileiro Léo Baptistão esteve em evidência ao inaugurar o marcador aos 87’ e fazer toda a jogada do segundo golo aos 90’. Com o desenrolar da jornada a equipa sairia dos lugares europeus, mas o oitavo lugar a um ponto do sexto não deixa de ser uma brilhante classificação. A meio da tarde foi a vez do Valladolid receber e bater o Granada por uma bola a zero com um golo de Manucho, já na segunda parte, saltando para a primeira metade da tabela e aproximando-se dos luga-
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res europeus, dos quais passou a distar apenas de dois pontos em vésperas de se deslocar a Sevilha, equipa que ultrapassou este fim-de-semana. Numa jornada marcada por 4 encontros entre os 8 primeiros classificados, o primeiro destes duelos opôs o Málaga ao Valencia, num confronto que colocava, frente-a-frente, duas equipas presentes na Liga dos Campeões desta temporada. Com os portugueses Eliseu (pelos da casa) e Ricardo Costa entre os titulares (Duda ficou no banco e não entrou), o jogo começou, desde cedo, a pender para o lado dos anfitriões que, logo aos 8′, após cruzamento de Eliseu, chegavam à vantagem no marcador com um belo remate de Portillo que fazia o 1-0 com que se atingiria o intervalo. Com Isco mais uma vez em grande plano a equipa da casa apenas decidiria o jogo no último quarto de hora da partida com golos de Saviola (aos 75), Roque Santa Cruz (aos 81, poucos minutos depois de entrar em campo) e do próprio Isco que encerraria as contas já para além do minuto 90. Com este triunfo, o Málaga ascende ao quarto posto por troca com o Levante, enquanto o Valencia cai duas posições. No jogo seguinte, o último disputado no sábado, havia outro confronto entre dois dos oito primeiros classificados da Liga, e o único que acabou com triunfo pela margem mínima e único em que a equipa pior classificada venceu. Foi no Betis – Real Madrid, com a equipa de Mourinho a averbar a terceira derrota na Liga, acumulando um total de 14 pontos quando, em toda a época passada, apenas desperdiçou 16 pontos. Esta poderá ter sido a “machada final” nas aspirações dos campeões espanhóis em repetir o título da temporada passada, uma vez que com este desfecho, o Real Madrid vê o Málaga e o próprio Betis aproximarem-se (ficam apenas a 4 pontos) enquanto que, por outro lado, vêm Atlético Madrid e Barcelona cada vez mais longe, enquanto que o Betis salta para a 5ª posição e aguarda pelo desfecho do Levante – Barcelona para saber se o mantém ou desce para a sexta posição. Foi logo aos 16′ que o Betis chegou à vantagem com Beñat, depois de deixar Khedira para trás após um erro de Di Maria, rematou colocado para o fundo das redes de Casillas que nada poderia fazer. Com Ronaldo mais uma vez em branco (e com cada vez menos razões para ser feliz), o Real Madrid tinha muito tempo pela frente para reverter a situação mas nem com a equipa toda na área adversária na fase de desespero, os campeões espanhóis conseguiram, sequer, chegar à igualdade que poderia fazer tremer a equipa contrária. O domingo começou com mais uma derrota do Espanyol que não deixa a última posição e que voltou a não contar nem com Simão nem com Rui Fonte, naquele que seria o último jogo de Mauricio Pochet-
tino ao serviço dos catalães pois, após a derrota (0-2 frente ao Getafe) o técnico argentino sairia do comando técnico do clube. A meio da tarde dois aflitos encontraram-se no País Basco no confronto entre Athletic Bilbau e Deportivo e o empate a uma bola permite aos galegos (onde Roderick, Pizzi e Bruno Gama foram titulares) deixarem a linha de água por troca com o Granada. Logo depois, o Atlético Madrid recebeu e venceu o Sevilha, por esclarecedores 4-0, aproveitando da melhor forma a derrota do Real Madrid para reforçar a segunda posição da Liga, aumentando para 8 os pontos de diferença entre colchoneros e merengues e mantendo a pressão sobre o Barcelona que jogava mais tarde frente ao Levante. A história do triunfo começou a escrever-se aos 22′ quando, numa jogada em que há dois derrubes na grande área do Sevilha, o árbitro Iglesias Villanueva apontou para a marca da grande penalidade expulsando o argentino Fanzio. O colombiano Falcao aproveitou para regressar aos golos, fazendo o 1-0. Em superioridade numérica e em vantagem no marcador, a equipa da casa aproveitou os últimos cinco minutos do primeiro tempo para arrumar a questão, apontando mais dois golos: o primeiro, aos 40′, surge após uma rápida transição Falcao serve Turan e acaba por ser Spahic que, ao tentar desviar a bola da sua baliza, acaba por fazer auto-golo; aos 44′ foi a vez de Diego Costa servir Koke que, de primeira, fazia o 3-0 com que se atingiria o intervalo. Na segunda parte o Sevilha ainda ficaria reduzido a 9 elementos (Rakitic foi expulso por acumulação de amarelos aos 83′ já depois de Luna – que estava no banco – ser também expulso) e o Atlético chegaria ao 4-0 final já em cima do minuto 90 com um golo apontado por Miranda após passe de Turan que, aproveitando uma bola largada por Palop, serviu o defesa brasileiro que só teve de encostar para o fundo das redes contrárias. Ainda no domingo, o Barcelona deslocou-se, este domingo, a Valencia, para defrontar o Levante (4º classificado do campeonato no arranque da 13ª jornada) para continuar a sua senda vitoriosa ao somar mais um triunfo e os correspondentes 3 pontos que lhe permitem continuar isolado na frente da classificação. A equipa catalã, que a partir do quarto de hora de jogo (altura em que Dani Alves saiu lesionado dando lugar a Montoya) alinhou com 11 jogadores formados no clube, aumentou para 11 pontos o avanço sobre o Real Madrid (que perdera na véspera em Sevilha perante o Betis) e tem cada vez mais garantido que o seu principal rival à disputa do título desta temporada será o Atlético Madrid que, ao golear o Sevilha, se mantém a apenas 3 pontos da liderança. Depois de uma primeira parte sem golos, o Barcelona resolveu a partida em pouco mais de um quar-
to de hora de jogo com 4 golos sem resposta com Messi e Iniesta, uma vez mais, a brilharem a alto nível com o argentino a marcar os dois primeiros cabendo ao espanhol o terceiro e a assistência para o quarto, da autoria de Fàbregas. O primeiro surgiu logo aos 47’ com o astro argentino, servido por Iniesta, a surgir na cara de Munúa e, perante a saída deste, faz um chapéu perfeito inaugurando o marcador. Logo depois, aos 52′, a história repete-se e Iniesta volta a servir Messi para o argentino elevar o marcador. Aos 57′ foi a vez do espanhol, depois de duas assistências, fazer ele mesmo o gosto ao pé, apontando o 0-3 com um fantástico remate à entrada da área e, aos 63′, foi Fàbregas a fazer o 0-4 final com nova assistência, a terceira no mesmo jogo, de Iniesta. A jornada terminaria na segunda-feira com o Saragoça 0-1 Celta de Vigo, com um golo de Aspas aos 83’, resultado que impede a equipa de Postiga de se aproximar dos lugares europeus enquanto que, ao
mesmo tempo, permite aos bascos sair das últimas posições. 1º 2º 3º 4º 5º
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Barcelona – 37 pontos Atlético Madrid – 34 pontos Real Madrid – 26 pontos Málaga – 22 pontos Betis – 22 pontos
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INTERNACIONAL
FRANÇA - LIGUE 1 Tiago Soares Fotos: AP
A Liga Francesa permanece o carrossel que já nos tem vindo a habituar. Com efeito, e se na semana passada o Lyon estava em primeiro isolado, após a sua derrota em Toulouse cedeu a liderança para uma dueto provável: Paris SG e Marselha. A primeira a entrar em campo para atacar o primeiro lugar foi, no sábado, o St. Etiénne, que recebeu em casa o Valenciennes. E a equipa visitante, que tem até dado boa conta de si nos jogos fora, começou bem o jogo e pertenceram-lhe as melhores ocasiões da primeira parte – uma delas, uma jogada fantástica de Dossevi (a passar por cinco adversários), quase dava um golo que iria correr a Europa. Aos poucos a equipa da casa chegou ao comando do jogo e podia mesmo ter ido para o intervalo a vencer, não fosse a displicência de Brandão num cabeceamento aos 40 minutos. Na segunda parte o jogo baixou de intensidade e foi apenas aos 73 minutos que assistimos a nova oportunidade do golo, desta vez concretizada
pelo St. Etiénne, com o remate de Hamouma (havia entrado 10 minutos antes) a bater Penneteau pela primeira (e última) vez. O St. Etiénne controlou o jogo até ao final, cumprindo a sua missão e, a partir desse momento, aguardava no primeiro lugar pelos outros clubes da frente. Ainda no sábado, entrou em campo o Paris Saint-Germain (PSG), desta vez para defrontar, em casa, o Troyes. Com o regresso da grande vedeta Zlatan Ibrahimovic, o PSG entrou disposto a esquecer a derrota contra nove homens da jornada passada e aos 16 minutos foi o sueco que construiu a jogada que potenciou o 1-0 ao “herói improvável” Maxwell. Até ao final da primeira parte assistiu-se ao domínio da equipa parisiense, sempre com o “farol” Zlatan na frente – mas foi apenas na segunda parte que o resultado se avolumou. Matuidi marcou aos 63 minutos o segundo golo do PSG numa jogada rápida do ataque da “Dream-Team” com uma assistência
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de.. Zlatan. E, claro, a estrela da noite não deixou as suas credenciais por mãos alheias e regressou aos golos pelo seu clube, marcando aos 70 e aos 89 minutos. O primeiro dos golos foi um remate fulminante de pé esquerdo já dentro da área e, no segundo golo, limitou-se a encostar um cruzamento vindo da direita. Com este resultado, o PSG assumia a liderança da Ligue 1 e ficava à espera dos resultados dos restantes “maratonistas”. Já no dia seguinte, a primeira equipa que entrou em campo para atacar o primeiro lugar foi o Bordéus. A deslocação prometia ser difícil, visto que implicava ir jogar ao campo do campeão do ano passado, o Montpellier. Quer os visitados quer os visitantes entraram em jogo a bom ritmo e tiveram boas oportunidades para marcar, sendo um canto directo dos campeões e uma jogada em que Ayew foi impedido de marcar por um corte em cima da linha da defesa do Montpellier as mais flagrantes hipóteses de golo da primeira parte. Na segunda parte manteve-se a toada ofensiva de ambas as equipas e foi o actual campeão francês a chegar à vantagem, aos 68 minutos, por Cabella, num golo de ângulo já reduzido e que trazia uma ligeira justiça ao resultado. Até ao final, os Girondinos ainda tentaram alcançar o empate, mas foi a pressionada equipa do Montpellier que ficou com os três pontos. O Lyon, líder à entrada desta jornada, deslocou-se ao terreno do Toulouse de Djaló (que foi suplente utilizado) com a intenção de se manter no primeiro lugar isolado. Os sinais dados pela equipa durante a primeira parte não foram muito encorajadores para os adeptos que viajaram desde Lyon, pois foi sempre o Toulouse que esteve mais perto de marcar na primeira parte, tendo mesmo boas oportunidades para o fazer. Logo no início da segunda parte começou a derrocada da equipa lionesa: aos 49 minutos, Ben Yedder marcou o golo numa jogada estranha em que a bola acaba por entrar na baliza do Lyon, num cabeceamento ao segundo poste após empurrar o próprio companheiro de equipa (!). O Lyon lançou-se para o ataque, mas foi incapaz de quebrar a resistência da equipa do Toulouse e, já com Djaló em campo, aos 86 minutos, o mesmo Ben Yedder aproveitou o balanceamento da equipa do Lyon no ataque para fazer o 2-0. E, como duas desgraças nunca vêm só, Capoue ainda conseguiu fazer o terceiro golo a aproveitar mais uma jogada de Ben Yedder. Derrota clamorosa do Lyon e uma exibição de gala do Toulouse, cada vez mais também uma boa surpresa no campeonato francês. Faltava apenas o Olympique Marselha (OM) entrar em campo e já com o novo recruta, Joey Barton (sim, esse Joey Barton), a titular para receber a formação
do Lille. A equipa marselhesa entrou bem no jogo e podia mesmo ter marcado logo aos 12 minutos, numa jogada confusa em que a bola não entra na baliza dos visitantes apenas devido a três defesas excelentes do guarda-redes Landreau. Aos 25 minutos, Ayew teve um golo (bem) anulado por fora-de-jogo e o caudal ofensivo marselhês adensava-se. Aos 45 minutos, o caso do jogo: Valbuena isola-se do lado esquerdo do seu ataque e Balmond, que havia falhado o corte, dá um toque no jogador marselhês. Quando todos esperavam o amarelo, o árbitro dá ordem de expulsão ao jogador do Lille e desequilibra o resto do jogo para o lado do OM. E o facto é que nem o intervalo deu para o Lille reorganizar a equipa – o OM marcou logo aos 46 minutos, por Ayew, após cruzamento de Valbuena, numa sociedade que tem dado muitos frutos aos adeptos marselheses. Até ao final o Marselha controlou o jogo e não conseguiu dilatar a vantagem, pelo que o 1-0 sela o segundo lugar da equipa no final desta jornada, sendo que conta ainda com menos um jogo (tal como o Lyon) do que as restantes equipas do topo. Classificação 1 PSG (26 pontos) 2 Marselha (26 pontos, menos um jogo) 3 St. Etiénne (25 pontos) 4 Lyon (25 pontos, menos um jogo) 5 Bordéus (24 pontos)
INTERNACIONAL
SERIE A Tiago Soares Fotos: AP
E
, finalmente, razões para sorrir em Millanelo com a notícia de que o AC Milan venceu a Juventus por 1-0 no chamado “Derby D’Italia”. No entanto, não foi um triunfo fácil dos homens comandados pelo (contestado) técnico Massimo Allegri, pois a Vecchia Signora dominou praticamente o jogo todo e saiu do San Siro com muitas razões de queixa da arbitragem. Depois de 30 minutos de domínio algo consentido dos bianconeri, foi Nocerino que, numa das poucas vezes que o Milan chegou com intenção à baliza da Juve, rematou de cabeça contra um Mauricio Isla que, apesar de se fazer ao lance de braços esticados, rechaçou o esférico com o tronco. O árbitro assim não o entendeu e Robinho, mesmo com um penálti denunciado e quase, quase defendido por Buffon, fez o 1-0 aos 30 minutos. O domínio territorial da Juventus manteve-se e chegou mesmo a acentuar-se mas, curiosamente, as melhores oportunidades foram mesmo da equipa da casa – mais objectiva a chegar à baliza, mais assertiva nas jogadas que fez. Até na segunda parte, foi o Milan sempre a ter as melhores hipóteses de marcar golos e tentar aumentar a vantagem, sempre liderada pelo faraó El-Shaarawy – uma belíssima surpresa
nesta época medíocre dos rossoneri. Até ao final, o resultado não se alterou e o sempre polémico Berlusconi, no final, teve mais uma tirada que fica para história do Calcio: “Sabe ainda melhor vencer a Juventus com um penálti duvidoso”. A Fiorentina empatou a duas bolas com o Torino no Delle Alpi, mas a equipa da casa vendeu muito caro o empate. O Torino, de regresso à Serie A, queria bater o pé a uma das equipas que tem dado boa conta de si nesta época e inaugurou o marcador à passagem do minuto 40, num belo contra-ataque concretizado por Cerci. A equipa viola entrou na segunda parte a tentar dar a volta ao resultado, pois não queria perder o lugar de destaque na parte de cima da tabela, e conseguiu empatar aos 74 minutos por Gonzalo Rodriguez, num penálti muito bem sacado pela equipa de Florença. Pouco depois, Birsa fez o 2-1 para a equipa da casa, num cruzamento-remate que acaba por não tocar em ninguém e entra directamente na baliza “viola”. No entanto, o jogo não estava destinado a terminar com uma vitória do Toro e El Hamdoui fez, a cinco minutos do final do tempo regulamentar, o 2-2 final com belo remate de pé di-
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reito já dentro da área do Torino. O Cagliari regressava a casa após o imbróglio e rábula com o seu estádio e logo para receber o Nápoles. A equipa napolitana, em alta rotação na Serie A, criou muito perigo e Insigne podia ter mesmo feito o 1-0, mas o seu remate acertou no poste; do outro lado, duas oportunidades claras para a equipa da casa (curiosamente, através de dois defesas) quase a colocavam em vantagem antes do intervalo. Na segunda parte, o Cagliari entrou decidido a resolver o jogo e teve duas boas situações de golo, sendo que uma embateu no poste e outra foi um remate ligeiramente ao lado da baliza de De Sanctis. Aos 73 minutos, e numa altura em que já tinha equilibrado um pouco as operações, o Nápoles chegou à vantagem, por, Hamsik, num lance muito contestado por suposta posição de fora-de-jogo do eslovaco. Até ao final, a equipa da Sardenha ainda tentou marcar aos partenopei, mas não foi possível ultrapassar a muralha napolitana e o resultado não se alterou – dando ao Nápoles o segundo lugar da liga italiana, a apenas dois pontos da Juventus. O Inter deslocou-se a Parma para uma sempre complicada partida com a equipa parmesã. Apesar de afastada já há alguns anos dos grandes palcos, o Parma constitui sempre um forte oponente, até pelo forte apoio do seu público. Num jogo desprovido
de grandes ocasiões de perigo e onde ambas as equipas pareciam mais preocupadas em não sofrer golos do que em marcá-los, o único golo da partida foi apontado por Sansone, aos 74 minutos. É um grande golo, pois o jogador do Parma avança sem ser interceptado por ninguém desde a linha do meio-campo, tendo o nosso velho conhecido Guarín ficado mal na fotografia ao não travar o parmesão antes do remate vitorioso à entrada da área. O Inter não conseguiu sequer empatar até ao final e falhou, assim, o assalto ao segundo lugar. Destaque ainda para a vitória/ de 3-0 da Lazio em Udine contra a Udinese. Classificação 1 Juventus (32 pontos) 2 Nápoles (30 pontos) 3 Inter (28 pontos) 4 Fiorentina (28 pontos) 5 Lazio (26 pontos)
MIÚDO MARAVILHA
HALILOVIC Texto: Pedro Martins Fotos: google.com
O Futebol é um desporto para todas as idades, mas em média a carreira profissional vária entre os 18 e os 33 anos, sendo que muitos chegam aos trinta e muitos e por outro lado alguns começam mais cedo, assim como Alen Halilovic. Este jovem jogador, é natural de Zagreb, Croácia e fez toda a sua formação num dos grandes do seu país, o Dínamo de Zagreb. Em Junho de 2012 assinou o seu primeiro contracto profissional com apenas 16 anos, afirmando-se como uma grande aposta de futuro por parte do seu clube. Esta mesma época fez a sua estreia pela equipa principal, tornando-se o jogador mais jovem da história do Dínamo de Zagreb a jogar pela equipa principal na Liga Croata. Já marcou dois golos, sendo que o primeiro o tornou o jogador mais novo de sempre a marcar um golo na Liga Croata com apenas 16 anos. A juntar a esta excelente época de estreia também já teve direito a alguns minutos na Liga dos Campeões contra o “grandioso” PSG. Com todas as suas boas e vistosas exibições no seu clube, tem sido convocado desde os sub-14 até aos sub-17 da selecção Croata onde marcou ao longo destes anos 7 golos. Este novo talento Croata, joga a médio ofensivo, a organizador de jogo, um dez em toda a sua medida. Possui um pé esquerdo primoroso, que usa com bastante apuro tanto no toque, no passe, no drible e no remate. Forte no um para um com a sua técnica e velocidade de execução do drible, com uma enorme capacidade de leitura de jogo, proporcionando muitos movimentos ofensivos à sua equipa, quer a desmarcar os colegas com excelente passes de rotura, quer a tabelar e a procurar espaços vazios para se desmarcar ou para usar o seu espectacular remate em força e colocado com qualquer pé sendo o esquerdo o mais forte. Joga solto, dando asas à sua criatividade na organização de jogo, jogando como um autentico “ vagabundo” repartindo chocolate dentro das quatro linhas. Devido à sua juventude e velocidade também pode jogar a extremo onde também mostra resultados muito positivos. Falta mais experiência e mais força física, mas a maturidade, a técnica e o talento estão lá, afirmando-se como uma das grandes promessas do futebol Croata, Halilovic um miúdo maravilha do hoje para o amanha.
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“Se nem Jesus Cristo agradava a todos, imaginem eu” José Mourinho
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