Jornal Dez #15

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

“COMO UMA LENDA”

Nº15


“Vocês os três... Façam um quadrado” Jorge Jesus, treinador

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29/08/12


BENFICA

A SA

Texto: eternoben


ALVIO

nfica.wordprees.com Fotos: Getty Images

29/08/12

O

Benfica alcançou a primeira vitória na Liga ZON Sagres em Setúbal, frente ao Vitória. As águias venceram por 0x5 com Toto Salvio em grande e Melgarejo a assistir para o primeiro golo do Benfica, apontado por Rodrigo, que «bisou». O Benfica chegou ao Bonfim e arrumou qualquer sintoma de arranque falhado em 45 minutos. É verdade que contou com o contributo de Amoreirinha, expulso por vermelho direto ia jogo no minuto sete, mas depois soube tirar todos os proveitos conseguintes à superioridade numérica. Salvio provou que é «reforço» acima de qualquer suspeita e Melgarejo deu início ao caminho para a redenção. Expulsão de Amorerinha e a felicidade de Melga Jorge Jesus moveu apenas uma peça em relação ao empate com o SC Braga, fazendo entrar Enzo Pérez para a faixa de Bruno César. O argentino também se insere no lote de afirmações positivas, solto que está dos problemas que lhe atrapalharam a vida há um ano. Fez o terceiro golo das águias e mostrou-se sempre uma solução válida nos flancos. Mas comecemos por Melgarejo. O jovem paraguaio está a crescer da mais dolorosa das formas; «atirado» ao mar vermelho para desempenhar um papel que não era seu, chegou ao Sado envolto na agitação que resultou dos erros frente ao SC Braga. O certo é que cumpriu e aos 14 minutos assistiu (em posição irregular) Rodrigo para o 0x1. Repetiu o atrevimento aos 58’, voltando a aparecer bem no ataque e a servir para golo, mas a bola já tinha saído. É verdade que continua a cometer erros em zonas perigosas, mas a próxima semana será bem mais calma para Lorenzo. Salvio é reforço de primeira «água» Salvio foi o melhor em campo em Setúbal ©Carlos Alberto Costa

Antes do primeiro golo encarnado, a expulsão de Amoreirinha. É prematura mas totalmente justificada, tamanha foi a agressividade colocada no «carrinho» a Melgarejo. O defesa tramou os colegas que não obstante o atrevimento na procura de lances ofensivos sucumbiram à avalanche da águia, liderada por Toto Salvio. O extremo argentino é um regalo à felicidade de qualquer benfiquista e um reforço que não pode merecer suspeita: a velocidade que imprime desarma qualquer intensão do mais devoto dos defesas. Esteve perto do golo aos 23’, mas Caleb – o melhor dos sadinos, apesar do erro no 0x4 – evitou o inevitável; aos 30 minutos chegava o tento de Salvio, depois do guarda-redes da casa ter evitado o golo após cabeceamento de Cardozo. Salvio que voltou a evidenciar-se no lance do 0x3, no primeiro minuto de compensação, quando passou com «excesso» de velocidade por três rivais, forçou Caleb a defesa apertada e incompleta que Enzo Pérez fechou com o terceiro tento encarnado. O toque final de goleada apareceu aos 67 minutos, com o quarto golo do Benfica. Já com Carlos Martins e Pablo Aimar a orquestrar o futebol das águias, Nolito beneficiou do cruzamento do primeiro e da assistência subtil, de cabeça, do argentino. O remate saiu forte mas pouco colocado à baliza de Caleb que, no entanto, manchou uma exibição até então livre de qualquer crítica. Pablo Aimar, que entrou a tempo de assinar duas assistências magistrais, uma vez que foi do argentino o passe para o 0x5, apontado por Rodrigo (81’). A finalização do espanhol é soberba, a picar a bola por cima de Caleb, que ainda brilhou em mais duas ocasiões.



29/08/12

“Ambicionar o 1º lugar não é o mesmo que falar de título” Petit, meses antes do Boavista ganhar o 1º campeonato

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FC PORTO

FOI À SE


29/08/12

EGUNDA Texto: Mística Portista Fotos: Getty Images

N

o dia em que o Estádio do Dragão bateu a marca dos sete milhões de espectadores desde que foi inaugurado em 2003, o FC Porto somou a primeira vitória no campeonato após ter escorregado na estreia em Barcelos. Como o resultado de 4x0 indica, foi um triunfo justo e construído com tranquilidade por parte da equipa de Vítor Pereira, que conseguiu manter sempre o Vitória de Guimarães bem longe da baliza de Helton. Lucho González, com um remate em arco, começou por resolver o jogo, mas Hulk, que deve estar de saída, o mesmo Lucho e Jackson Martínez com um penálti à Panenka, ampliaram o marcador e deram tons de goleada ao jogo. Após o triunfo do SC Braga frente ao Beira-Mar, o FC Porto junta-se aos bracarenses com quatro pontos, ficando à espera daquilo que Benfica e Sporting serão capazes de fazer esta jornada, frente a Vitória de Setúbal e Rio Ave, respetivamente. Lucho indica caminho da baliza aos 16 minutos Vítor Pereira operou algumas mudanças na equipa titular que defrontou o Vitória de Guimarães, em comparação com aquela que empatou a zero com o Gil Vicente. Danilo, Alex Sandro e Christian Atsu foram lançados no 11, em detrimento de Miguel Lopes, Mangala e James Rodríguez, respetivamente. Lucho e Hulk marcaram mas o brasileiro terá feito o último golo pelo FC Porto Dos três, claramente, foi Alex Sandro quem se fez notar no início do jogo. Como se esperava a jogar em casa, o FC Porto foi uma equipa ofensiva e quase sempre o foi na primeira parte pelo corredor esquerdo, onde Alex Sandro esteve bastante ativo. No entanto, apesar de serem mais ofensivos do que o Vitória de Guimarães, bem mais diga-se de passagem, os bicampeões nacionais não conseguiam criar muitas ocasiões de golo. Antes do golo, Lucho González foi quem teve a melhor oportunidade, rematando à entrada da área mas com a bola a sair longe da baliza defendida por Douglas. Com muita velocidade nas saídas para o ataque, os dragões colocavam

quase sempre a defesa do Vitória de Guimarães em sentido. Defesa essa que nada pôde fazer aos 16 minutos, quando Lucho González, após um ressalto, rematou em arco e só viu o esférico parar no fundo da baliza dos minhotos. Estava feito o 1x0 e cedo se percebeu que dificilmente o Vitória de Guimarães iria conseguir reagir. Isto porque a equipa treinada por Rui Vitória mal conseguia sair do meio-campo, sendo Barrientos, embora sem grande sucesso, aquele que mais vezes tentava levar a equipa para o ataque. O domínio era completo por parte dos dragões e sinal disso foi o facto de Helton não ter sido posto à prova nenhuma vez ao longo dos primeiros 45 minutos. Mas, apesar de tudo, as oportunidades junto da baliza de Douglas também não eram muitas, destacando-se apenas um remate em arco de Atsu mas que saiu fora do alvo, a dois minutos do intervalo. Hulk acorda o dragão, Lucho bisa e Jackson termina à Panenka Pode ter sido a melhor despedida de Hulk do Dragão. Quando se entra na última semana do mercado de transferências, o internacional brasileiro está em vias de abandonar os azuis e brancos e perante o público que o acolheu desde que chegou do Japão fez questão de marcar, provavelmente, o último golo com a atual camisola. Jackson Martínez marcou penálti à Panenka Numa altura em que o FC Porto parecia dormir à sombra do resultado de 1x0, pois entrou para a segunda parte a jogar num ritmo lento e bastante previsível, o que permitiu uma maior oposição por parte do Vitória de Guimarães, Hulk fez questão de quebrar com a monotonia aos 66 minutos. O Incrível, num lance bastante típico em si, a cair para a zona interior desde o lado esquerdo, rematou forte com o pé canhoto e não deu qualquer hipótese de defesa a Douglas, fazendo o 2x0. O golo terminou com as dúvidas que houvesse sobre o vencedor do encontro, mas não foi o último no Dragão, pois, apenas quatro minutos depois, Lucho González, através de uma recarga após


um remate de Atsu, ampliou para 3x0, carimbando quando se pensava que seria Hulk, foi o colombiano com um bis uma exibição muito bem conseguida. quem foi chamado a marcar. Não podia ter sido de forma mais artística. Jackson partiu para a bola e Com o jogo completamente controlado e decidido, rematou à Panenka, estabelecendo em grande estilo ainda houve tempo para Jackson Martínez brilhar. o resultado final de 4x0. João Moutinho sofreu uma grande penalidade e,


29/08/12


SPORTING

K.O. DE ED


29/08/12

DIMAR Texto: zerozero Fotos: Getty Images

O

Sporting perdeu na estreia caseira em 2012/2013. A poucos dias da receção ao AC Horsens, para a Liga Europa, a equipa de Sá Pinto foi derrotada em Alvalade pelo Rio Ave por 0x1, no fecho da 2ª jornada da Liga ZON Sagres.

perto do golo, aos 24 minutos, num remate transviado que por pouco não traiu Jan Oblak. O mesmo Adrien tentou a mesma fórmula aos 30’, mas a direção continuava a não ser a melhor. Também Boulharouz, o gigante holandês, podia ter evitado a ida ao charco, mas o cabeceamento saiu por cima aos 25’.

«Fantasmas» do passado regressam a Alvalade O momento Hitchcock – com recurso à cena do chuveiro - chegou aos 40 minutos. A nova época ainda vai em pré-sessão Edimar começou e acabou a cena depois e o Sporting já anda a meter água, de tabelar com o venezuelano Del Valle; como atestam os rombos sofridos na atirou de pé esquerdo para bater Rui Dinamarca e, esta segunda-feira, em Patrício, que nem com novo contrato lá Alvalade, frente ao Rio Ave, em pleno chegou. O Sporting perdia em casa e os horário nobre. Ricardo Sá Pinto pode fantasmas da temporada passada pediam não querer, mas o melhor é começar a licença para entrar no José Alvalade. procurar as bóias de salvamento antes que o navio se afunde; para já é apenas Sporting tentou entre os sustos um charco. Chocados ao melhor estilo hitchcockian, os Edimar, para condizer, é o nome daquele leões atiraram-se aos medos no arranque que causou, para já, o maior rombo na da segunda parte. Cédric (46’) e Carrillo nau sportinguista. O lateral brasileiro (52’) prometeram uma reação, Wolfswinkel marcou o golo do triunfo vila-condense também tentou e logo depois, aos 71’, foi em Alvalade, aos 40 minutos, e atirou Sá Oblak a travar in extremis o regresso à vida Pinto e companhia para uma zona húmida do Sporting, que nunca pôde deixar de lado de desconforto, sobretudo porque num as preocupações defensivas. Isto porque olhar a esta equipa verde e branca há o Rio Ave ameaçou forte, como Braga a problemas que gritam às evidências. A falhar de forma incrível aos 59 minutos e começar por Ricky van Wolsfwinkel, um Nivaldo a cabecear perto do poste aos 68’. goleador em busca do faro perdido. A noite de estreia em Alvalade acabaria O holandês atravessa a propalada «crise mesmo com derrota sportinguista perante de confiança» que lhe tolda a concentração um Rio Ave que inscreveu nas páginas e a destreza, atributos que Ricky teve em históricas do clube a primeira vitória falta em vários lances da partida. Aos 14 rioavista no campeonato português em minutos atirou fraquinho, aos 22’ estava território condal. E este Rio Ave - e o desequilibrado e aos 31’ deixou-se apanhar treinador Nuno Espírito Santo - merecem por um defesa depois de um grande passe respeito, porque entraram em campo de Carrillo. Aos 93’ podia ter empatado, com oito(!) reforços, à exceção de Wires, mas Oblak defendeu por instinto. Enfim, Tarantini e Braga. Quanto a Sá Pinto, viu mais uma noite para esquecer na demanda o «forte» que era Alvalade ruir; 11 jogos infeliz do primeiro golo esta época para o depois, o coração de «leão» perdeu pela holandês. primeira vez em casa. Mas atenção: nem tudo foi mau no Sporting, porque antes do balde de água gelada derramado por Edimar, Adrien esteve bem



29/08/12

“O futebol é um jogo imprevisível porque sempre começa 0-0“ Vujadin Boskov

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LIGA ESPANHOLA

SUPERTAÇA

Texto


A 2012

o: José Alberto Lopes Fotos: Getty Images

29/08/12

H

oje, joga-se no mítico Santiago Bernabéu a segunda mão da Supertaça de Espanha. Frente a frente, Real Madrid e Barcelona, dois exércitos de peso compostos pelos melhores soldados do planeta.

Na segunda parte, foi notória a subida de moral da equipa de Mourinho, uma linha defensiva mais confiante e mais subida, originando um jogo em contra-ataque mais eficaz, mais rápido e com melhores resultados. Com a subida no terreno da equipa merengue, o Real ganhou posse de Análise da Primeira Mão bola, tranquilidade e conseguiu chegar mais vezes à baliza catalã. Com um Barcelona A primeira mão jogada em Camp Nou algo desconfortável no jogo, os madrilenos terminou com um resultado que permite aproveitaram para se adiantar no marcador. ao Real Madrid lutar e de certa forma, sonhar com a conquista do troféu. O jogo Canto marcado por Ozil e um cabeceamento terminou com a vitória do Barcelona por 3-2, fantástico do português Cristiano Ronaldo. curiosamente, o resultado que permitiu ao Com o 0-1, o Real Madrid cresceu e com a Barcelona vencer a prova do ano transacto. defesa subida permitiu o empate num lance Os catalães entraram praticamente com o típico da equipa da casa, bola colocada nas seu onze de gala, faltando apenas o recém- costas da defesa aproveitando a velocidade recuperado David Villa. Sem novidades no e diagonal de Pedro. Lance mal analisado por seu estilo de jogo, o Barcelona continua com Fábio Coentrão que não soube acompanhar o seu estilo característico e personalizado, a subida da sua defesa e colocar o jogador posse de bola e circulação única, com catalão em fora de jogo, se bem que o abertura nas alas e entrada nas costas da jogador culé parece ligeiramente adiantado. defesa contrária. Uma verdadeira máquina de tiqui-taca, que mesmo sem o seu criador, Os madrilenos acusaram bastante este não desafinou, nem tão pouco deu sinais golo sofrido e caíram completamente no de abrandamento, pelo contrário, reforça a jogo. A partir daí observamos um Barcelona cada jogo a atribuição do adjetivo sublime. implacável conduzido por um Iniesta sublime O Barça entrou com o típico 4-3-3, que desfez por completo a teia de Mourinho. desdobrado em 3-4-3 e pontualmente em A equipa da casa chegou facilmente ao 3-1, 3-3-4. Os laterais, Alves e Adriano subiram primeiro por Messi de penalti e oito minutos e criaram os habituais desequilibrios, depois por Xavi, numa jogada fenomenal de sempre e quando os alas culés se juntavam Andrés Iniesta. Com este resultado o Real ao centro do ataque arrastando os laterais Madrid desfeito em desilusão, cansaço e contrários. Futebol bastante apoiado, com falta de ideias, esperava um milagre que pressão na primeira linha, que lhe permitiu o pudesse salvar. Foi então que após um ser dono e senhor da primeira parte, lance em que o Barcelona podia ter chegado dominando por completo a saída contrária ao 4-1 (grande lance de Iker Casillas), o e conquistando o espaço a meio campo. milagroso Vitor Valdés desceu ao relvado e Nada surpreendente, sinceramente a grande ofereceu o golo a Di Maria, sem pedir nada novidade foi observar um Real Madrid em troca, o guarda-redes catalão teve tempo confortável no jogo, mesmo não dominando de embrulhar, desembrulhar e entregar a posse de bola. A equipa de Madrid fez um presente que poderá ser decisivo na uma primeira parte impressionante a nível conquista da Supertaça. defensivo, notava-se que conheciam todos os passos ofensivos do seu adversário e Conclusão, como seria de esperar foi um jogo bailavam na sombra da orquestra catalã. em que o Barcelona dominou praticamente É certo que a ausência de Pepe por lesão, os 90 minutos, podendo mesmo ter resolvido obrigou o Real a recuar um pouco a sua a eliminatória em Camp Nou. Com o milagre linha defensiva, isto devido à inclusão de um Valdés, os merengues acabam por sair central mais lento e com menos capacidade da Catalunha com um resultado que lhes para aparecer nas dobras. Logicamente que permite sonhar com mais uma vitória sobre isto traz consequências a nível ofensivo, o seu grande rival. obrigando Callejón e Ozil a recuar bastante no terreno e a estar mais longe da baliza de Previsão da Segunda Mão Valdés, facto esse que se reflectiu nas suas manobras ofensivas e desgaste físico. No jogo de hoje, não se esperam milagres,


espera-se sim um Barcelona ao seu nível e um Real Madrid lutador e pressionante, com vontade de mudar os ventos deste inicio de época. Quanto aos onzes iniciais, Mourinho deverá entrar com o seu onze “Modo Barcelona”, fazendo regressar Pepe e Di Maria ao onze titular e deixando as dúvidas do costume, defesa-esquerdo e ponta de lança. Mesmo contra vontade da maioria dos adeptos merengues, é possível que jogue Fabio Coentrão, o jogador preferido por Mourinho para os jogos contra o Barcelona, tem melhores caracteristicas defensivas que o brasileiro, e apesar das criticas, foi classificado pelo seu treinador como um dos melhores em campo na primeira mão. A outra dúvida está relacionada com o setor mais avançado, Benzema ou Higuaín? Seguindo a mesma lógica, tudo leva a crer que Benzema seja titular, o francês tem sido o eleito de Mou, principalmente com a equipa a jogar em “Modo Barcelona”.

Ozil. Quanto ao estilo de jogo, Mourinho tentará pressionar a primeira linha do Barcelona, reduzindo o espaço entre os seus sectores. Um estilo de jogo arriscado que permite manter os catalães longe da baliza de Iker Casillas, exigindo um esforço adicional aos seus jogadores. Normalmente este estilo defensivo de bloco subido é compensado com uma redução no espaço entre-linhas, criando bastante pressão na construção de jogo contrária. Para jogar neste estilo de jogo é fundamental a motivação dos jogadores e nesse capitulo o Real Madrid estará a 200%. Após uma má entrada no campeonato, Mourinho sabe melhor que ninguém como motivar a sua equipa, e para isso, nada melhor que receber o Barcelona no seu estádio.

Quanto ao Barcelona, vem de um jogo dificil em Pamplona, jogo em que se constatou uma vez mais, Em relação ao restante onze, Iker Casillas, Sergio que quando não domina a posse de bola fica perdido, Ramos, Arbeloa, Xabi, Khedira, Cristiano Ronaldo e sem soluções, esperando um lance de génio do astro


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argentino. Certo que a ausência de Xavi nos primeiros 75 minutos influenciou e muito no dominio de posse de bola e construção de jogo, mas com a qualidade do seu substituto, não conseguimos desculpas para tais dificuldades. Caso o Real Madrid entre com o bloco subido, pressionando as primeiras linhas do Barça, Messi e Iniesta serão as chaves de Tito Vilanova para resolver esse problema, com Xavi bastante pressionado pelos jogadores madrilenos, os dois craques do Barcelona serão obrigados a assumir a batuta e a criar desiquilibrios, tentando rasgar o meio campo e atingir dois objectivos, ganhar faltas que permitam a equipa catalã subir no terreno em construção, ou simplesmente abrir o jogo para a entrada dos alas nas costas da defesa contrária. Neste capitulo será importante a concentração dos juízes de linha, visto que certamente serão muitas as jogadas de risco por

posição irregular. Quanto ao esquema de jogo, o habitual 4-3-3, com Pedro e Alexis bem abertos nas alas e possivelmente Jordi Alba a titular. Quanto à dupla de centrais, Piqué e Macherano levam vantagem, se bem que Puyol não está de todo excluído para este jogo, apesar da lesão contraída no passado fim-de-semana. O Barça deverá entrar com, Valdés, Piqué, Macherano, Alves e Alba, no meio campo, Xavi, Iniesta e Busquets e na frente, Messi, Pedro e Alexis. Ingredientes de qualidade num menu recheado de deliciosas jogadas, brindado com um ambiente fantástico, sendo assim, sente-se e saboreie este fantástico jogo de futebol.


“A SIDA é como um cartão vermelho mostrado por Deus” Rabat Madjer, ex-jogador do FC Porto

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29/08/12

O PRODÍGIO FICTÍCIO


REPORTAGEM


29/08/12

F

oi aclamado como o novo Pelé. Antes de brilhar nos relvados foi estrela de jogos de computador. E no final o jogador que ia revolucionar o futebol nos States e tornar-se no ícone moderno do jogo revelou-se um prodígio fictício. Esta é a história de Freddy Adu. O sonho americano O jogador que assinou o seu primeiro contrato profissional com 14 anos no meio de pompa e cerimónia joga actualmente no modesto Philadelphia Union, uma das franchises mais modestas da Major League Soccer. Parece a história de uma longa carreira, a soma de dezenas de episódios, sucessos e desaires de um veterano do mundo do futebol. Podia ser, mas está bem longe disso.

para atrair a atenção do público norteamericano. Adu foi a melhor resposta que conseguiram arranjar. O jovem filho de emigrantes ganeses tornou-se no símbolo dessa nova era para o beautiful game nos States. Ninguém questionou então a sua verdadeira idade – um problema habitual com as selecções africanas – apesar da sua aparência física distar muito de um adolescente de 14 anos. Como estrela do futebol juvenil, o seu nome começou a fazer parte da lista dos olheiros americanos. A sua equipa colegial bateu várias formações europeias em torneios internacionais e sempre com a contribuição fundamental do jovem que em 2003 se tornou, oficialmente, cidadão norte-americano. Era o passo que faltava para que a organização da MLS fizesse dele o mais jovem desportista americano a entrar num draft profissional. À sua volta criouse um espectáculo mediático que o futebol americano não tinha ainda visto. O DC United, clube de Washington, foi o seu destino, mas a ambição da equipa por detrás de um jogador que era já uma marca estava em exportá-lo rapidamente para a Europa.

Adu tinha 14 anos quando o DC United, um dos principais nomes da reestruturada MLS, decidiu fazer dele uma estreia. Agora tem 23. Apenas e só. Idade para ser internacional olímpico, idade para dar o salto para um grande do Velho Continente. Idade para sonhar. Mas no seu caso particular, sonhar foi a única coisa que Freddy Adu pôde fazer com relativo sucesso. A estrela mais precoce Não só muitos hoje questionam a sua verdadeira idade como a sua afirmação profissional. Quando surgiu o nome do jogador, a MLS procurava desesperadamente uma forma de catapultar o sucesso logrado pela selecção norte-americana no Mundial de 2002, onde chegou até aos Quartos de Final depois de bater Portugal na fase de grupos e eliminar o México nos Oitavos de Final. Ainda não tinhamos entrado na era da emigração massiva de veteranos europeus para os Estados Unidos e o “soccer” queria explorar uma fórmula de sucesso mediático

Com 15 anos o jovem jogador estreouse com a camisola do seu novo clube e abriu caminho para uma autêntica “Adumania”. Foi imediatamente convocado pela selecção de sub-17 dos Estados Unidos e assinou vários contratos publicitários com marcas de prestigio no mercado americano. Na Europa, sempre distante dos Estados Unidos no que diz respeito aos fenómenos futebolisticos, Adu fezse notar pelo protagonismo inesperado que logrou com a edição de 2004 do simulador Championship Manager. A saga da equipa Sports Interactive tinha-


REPORTAGEM

se especializado há vários anos em ser um fiel medidor do potencial real e futuro de muitos jogadores desconhecidos. Os olheiros da companhia entusiasmaram-se com o potencial do norte-americano e transformaram-no numa das estrelas do jogo, tornando-o popular nos quatro cantos do Mundo. Sem ter vencido um só torneio, Freddy Adu já era uma estrela global. A imprensa começou a apelidá-lo de “novo Pelé”, pela similiaritude física, pelo estilo de jogo e pela necessidade crónica de criar um estatuto de estrela a um jogador que em campo distanciava muito do que se escrevia fora dele. Entre 2004 e 2006, Adu disputou 86

jogos pelo clube de Washington apontando 11 golos. Tinha apenas 16 anos quando esteve à prova no Manchester United, interessado em explorar o mercado norte-americano depois da entrada dos Glazer na estrutura directiva do clube. Esteve apenas quinze dias em Carrington antes de ser devolvido a Washington com desdém. De Washington mudou-se por uma temporada para Salt Lake City e no final de 2007 exibiu pela primeira vez o seu real potencial ao liderar a selecção norteamericana aos Quartos de Final do Mundial de sub-20, disputado no vizinho Canadá. Adu marcou um hat-trick contra a Polónia mas viu-se superado em protagonismo por outra estrela ascendente, Jozy Altidore. Num torneio


29/08/12

por onde passaram futuras estrelas como Sergio Aguero, Adrian Lopez, Alexandre Pato, Giovanni dos Santos, Javier Hernandez, Luis Suarez ou Edison Cavani, a imagem do norteamericano distou muito do que prometia anos antes. Mesmo assim o torneio permitiu-lhe dar o salto para o futebol europeu mas não numa liga mediática como muitos esperavam. Adu assinou com o SL Benfica por 2 milhões de euros e estreou-se pouco depois, frente ao Kobenhavn, num duelo da Champions League. Só voltaria a vestir a camisola encarnada por dez vezes nos cinco anos seguintes. A desilusão europeia do prodígio americano Em Lisboa o verdadeiro valor futebolistico de Adu começou a vir ao de cima. Apesar de contar apenas com 19 anos, o jogador demonstrava ter vários problemas para integrar-se num modelo de jogo tacticamente mais exigente e a sua afamada técnica parecia estar longe do que se podia comprovar na realidade. O clube encarnado não conseguiu atrair o retorno mediático que esperava com a contratação do norte-americano e depois de um ano desportivo para esquecer, Adu foi declarado transferível pelo clube. Sem compradores interessados, cientes de que o prodígio criado pela MLS era o mais parecido a um argumento de Hollywood que o mundo do futebol tinha conhecido, Adu acabou por ser emprestado de forma consecutiva a AS Monaco, Belenenses, Aris Salonica e Çaykur Rizespor. Em nenhuma destas aventuras obteve o mais minimo destaque. Apesar de já ser então internacional A pela selecção dos Estados Unidos – marcando presença nos Jogos Olimpicos de Pequim 2008 – o jogador perdeu a visibilidade no mercado da MSL, mais interessado agora em explorar os direitos de imagens de estrelas como David Beckham e Thierry Henry, e desapareceu progressivamente das convocatórias do seleccionador Bob Bradley. Com 23 anos, este filho do Gana, um país que nos últimos anos se especializou a exportar

jovens jogadores de talento que mais tarde acabaram por revelar não ter nem a idade nem o valor anunciado, tem já quase uma década dividida por 200 jogos como futebolista profissional nas costas com apenas 33 golos marcados. Amparado pela popularidade de um jogo de computador de prestigio mundial e por uma campanha de marketing bem orquestrada desde o princípio, Freddy Adu é o espelho perfeito de como o futebol, especialmente num mercado tão competitivo como o americano, pode criar ilusões difíceis de cumprir. Nos Estados Unidos o avançado continuará agora a sua carreira mas o glamour e prestigio que se associavam ao seu nome desapareceu e agora Adu é um entre muitos. Um destino mais real e também mais cruel com aquele a quem muitos viram o mesmo génio que circula nas veias de nomes que escreveram com letras de ouro a história do futebol.


INTERNACIONAL

FRANÇA - LIGUE 1 Tiago Soares Fotos: AP

O

Marselha subiu ao primeiro lugar isolado da Ligue 1 neste domingo, ao vencer o campeão do ano passado Montpellier em casa deste. Gignac fez o golo que selou este encontro após um encontro que foi mais jogado com as emoções que com a cabeça por ambas as equipas. O campeão do ano passado continua sem vencer; o antigo campeão europeu está no topo da classificação. O Lyon empatou, de forma algo surpreendente, em Evian com a equipa local. A equipa visitada foi até a primeira a marcar, através do luso-descendente Cédric Barbosa, aos 57 minutos – bateu Lloris com uma finalização excelente, de primeira, após recepção com o peito. E, se este foi um belo golo, o do empate, aos 90 minutos, de Michel Bastos não lhe ficou atrás, ao bater o guarda-redes com um livre superiormente marcado. O Paris SG voltou a desiludir ao empatar a zero

em casa frente ao Bordéus. E se o resultado não é “anormal”, por ser contra um adversário de respeito, o problema está no facto de ter dominado o jogo e não ter conseguido marcar – e, naturalmente, no atraso que já tem em relação aos primeiros classificados. Três pontos em três jogos, um magro pecúlio para quem tanto investiu. Destaque ainda para as vitórias de Valenciennes (3-0 ao Ajaccio) e Toulouse (1-0 no reduto do Nancy), que fazem assim companhia ao Lyon no grupo dos segundos classificados.


29/08/12

“Pisa-o, pisa-o! Ao inimigo nem água“ Bilardo, ex-treinador

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ALEMANHA - BUNDESLIGA Tiago Soares Fotos: AP

O

Borussia de Dortmund venceu um jogo difícil com o Werder Bremen na jornada de abertura da Bundesliga. Reuss marcou o primeiro golo dos campeões alemães nesta edição 2012/13 com um remate cruzado - 1-0, resultado com que se chegou ao intervalo. A restante acção estava reservada para os últimos 15 minutos, com o Bremen a conseguir o empate por Gebre Selassie aos 75 (uma jogada em que a bola andou de um lado para o outro da área até ser bem cruzada para o cabeceamento do defesa checo) e Mario Goetze a fazer o resultado final apenas seis minutos depois após uma bela jogada de entendimento com Lewandowski. Jogo bem disputado por ambas as equipas e um bom prenúncio para esta temporada. O Bayern de Munique abriu a sua campanha com uma vitória contra o Greuther Furth por 3-0. O primeiro golo foi marcado por Muller, num lance confuso após um canto. Mandzukic fez o 2-0 na segunda parte após uma jogada de Shaqiri e

Robben, com a defesa a remate deste último a dar origem ao cabeceamento vitorioso do ponta de lança croata. O 3-0 foi obra de Robben que, num remate com um ângulo quase impossível, contou com um ressalto num defesa da equipa contrária para fazer o golo. Vitória indiscutível do Bayern. Nota ainda para o falhanço incrível de Ibisevic no jogo da sua equipa, o Estugarda, contra o Wolfsburgo. Após a defesa do guarda-redes a um penalti marcado por ele próprio, enviou a bola para as nuvens a cerca de cinco metros da baliza – isto tudo aos 88 minutos. Mas pior ainda foi que o Wolfsburgo ainda marcou aos 89, vencendo o jogo. Incrível.


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INGLATERRA - PREMIER LEAGUE Tiago Soares Fotos: AP

A semana futebolística inglesa reservou-nos duas vitórias do Chelsea. Primeiro na quarta-feira, ao vencer o Reading por 4-2 em Stamford Bridge. Lampard abriu o marcador no que parecia o início de um jogo tranquilo para os Blues, mas Pogrebnyak e Guthrie deram a volta ao resultado ainda na primeira parte. Ao intervalo, 1-2 para os visitantes, resultado que Cahill, Torres e Ivanovic se encarregaram de modificar e dar uma vitória (de resto, justa) para os campeões europeus. E, como não há duas vitórias sem três, o Newcastle foi a vítima seguinte do Chelsea no sábado, ao perder também no reduto dos blues por 2-0 (Hazard, g.p., e Torres). Início sólido da equipa londrina na Primier League com um jovem comandante ao leme: Hazard tem sido o motor destas boas exibições, coroando-as com assistências para golos dos companheiros e o golo de penali. Caso sério a despontar no futebol inglês. O United conseguiu a primeira vitória deste ano

no encontro com o Fulham no Teatro dos Sonhos. 3-2 foi o resultado no jogo cheio de pormenores: van Persie marcou o seu primeiro golo pelos Red Devils, De Gea voltou aos bons velhos tempos com uma intervenção desastradíssima no segundo golo do Fulham, Kagawa marcou o golo mais fácil da carreira e, por fim, Rooney se lesionou (corte profundo numa perna, vai parar cerca de um mês). O Tottenham empatou em casa após ter o jogo controlado. Assou-Ekato abriu o marcador aos 74 minutos e Villas-Boas já esfregava as mãos de contente no que pareciam os primeiros três pontos na liga... Até que, aos 90 minutos, os londrinos soçobraram e deram o ouro ao bandido, numa jogada confusa concluída por James Morrison. Resultado de certo modo injusto para o Tottenham, que fez uma boa primeira parte e podia ter marcado por várias vezes... O filme da época passada parece ter uma sequela marcada.


INTERNACIONAL

O City logrou um empate em Liverpool num jogo, como é normal, cheio de reviravoltas. Depois de 30 minutos de equilíbrio, o Liverpool impõs-se e, aos 35 minutos, marcou mesmo com um cabeceamento de Skrtel (um central capaz do melhor e do pior) após um canto. Já na segunda parte, Touré marcou pelo City após uma situação defensiva risível do Liverpool, e Suaréz conseguiu por os Reds novamente em vantagem com um livre cobrado de forma perfeita. Mas, aos 80, Tévez empatou novamente a partida após um brinde inacreditável de.. Skrtel. E todos ficaram à espera do resultado favorito do City, o 3-2. Infelizmente, nenhum dos clubes conseguiu a vitória em mais um jogo emocionante do clube de Manchester. Por fim, o Arsenal continua com as exibições desinspiradas e empatou a zero no terreno do Stoke City. Nota ainda para o jogo do Sunder-

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land com o Reading, que foi adiado devido ao estado do relvado (alagado e impraticável, segundo o árbitro) do Stadium of Light. A dúvida persiste: será que os recentes concertos neste estádio (Bruce Springsteen, Coldplay e Red Hot Chilli Peppers) terão danificado o terreno de jogo?


MIÚDO MARAVILHA

NIKOLA NINKOVIC Texto: Pedro Martins Fotos: google.com

O Futebol é o autêntico “survivour”, pois apesar de todas as mudanças politicas, culturais e sociais, este prevalece como no caso da Sérvia em que a qualidade futebolística se manteve após a sua independência, como assim a prova, Nikola Ninković. Este jovem Sérvio de 17 anos nascido em Bogatić, começou a jogar em 2010 nas camadas jovens do Partizan pelo qual assinou o seu primeiro contracto profissional em 2011, e logo 5 anos, um enorme voto de confiança do clube no seu talento. Estreou-se pela equipa principal nesse mesmo ano com apenas 16 anos. Apesar da sua tenra idade foi utilizado em 7 jogos pela equipa principal, ajudando-a a conquistar o campeonato Sérvio,” Serbian SuperLiga” em 2011/2012. Fez parte da seleção Servia no Euro 2011 sub 17 e da seleção sub 19 no Euro 2012 sub 19, onde se destacou com exibições bastante consistentes, sempre perigoso ofensivamente e ao apontar o único golo da sua seleção contra a congénere da Inglaterra. É muito jovem, mas com muita noção do que tem que fazer em campo, é um médio centro com um forte e muito bom sentido posicional, forte fisicamente, com boa técnica e destaca-se pela sua abordagem ofensiva, sempre com os olhos na baliza adversária. É uma autêntica fonte de energia inesgotável, com grande resistência aeróbia. Pode jogar a todas as posições do centro do terreno, tanto a 6, a 8 como a 10 onde mais se denota a sua qualidade acima da média. Revela uma assombrosa maturidade dentro de campo, muito trabalhador em prol da sua equipa. Certamente a continuar assim irá despertar o interesse do maiorias do futebol europeu. Este jovem talento começou a defesa do título de campeão nacional Sérvio da sua equipa, já com um golo nos primeiros jogos, Nikola Ninković um miúdo maravilha do hoje para o amanha.


29/08/12

“Fiz apenas uma simulação de uma tentativa” Nuno Gomes, acerca da sua expulsão por alegada agressão a Pepe

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