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JONATHAN HECKLER/JC

Páginas 3, Central e 6

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Logística Porto Alegre, quinta-feira, 4 de julho de 2013 - Nº 6

Transposul promove debate sobre o setor e incentiva negócios


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Quinta-feira, 4 de julho de 2013

PRIVATIZAÇÃO

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O impasse entre empresários e governo federal em torno das regras que vão reger as novas concessões de rodovias e ferrovias levou a um atraso no cronograma dos projetos logísticos previstos inicialmente para este ano. Os editais de 7,5 mil quilômetros rodoviários vão sair com pelo menos quatro meses de defasagem. Já os editais para vias ferroviárias sairão até seis meses depois do previsto, o que retardará os leilões para 2014. “O primeiro lote de sete rodovias sai em julho, era para ser em março. Serão quatro meses de atraso, mas vai sair. Estamos revendo o cronograma de ferrovias, mas alguma coisa pode ficar para o ano que vem. O Ferroanel (de São Paulo) é um dos projetos em que isso pode ocorrer, mas não é o único”, admitiu o presidente da Empresa de Planejamento Logístico (EPL), Bernardo Figueiredo, depois de participar de evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. Os editais das ferrovias serão divididos em dois lotes, que devem ser publicados entre se-

tembro e dezembro, e não mais entre março e maio, como indicava o plano inicial do governo. Os documentos que definem as regras dos leilões das rodovias, antes marcados para sair em março deste ano, por sua vez, não deverão ficar prontos antes de agosto. Sobre o Ferroanel, o presidente da EPL disse que nos “próximos dias” o governo federal deve assinar contrato com o governo de São Paulo para que as obras do trecho norte sejam feitas simultaneamente às do trecho norte do Rodoanel, o que aceleraria os processos de desapropriações e licenciamentos ambientais. O pacote logístico completo (rodovias, ferrovias, portos e aeroportos), que foi anunciado em agosto do ano passado pela presidente Dilma Rousseff, engloba investimentos privados de cerca de R$ 242 bilhões. Para sanar os gargalos logísticos do País, porém, Figueiredo afirmou que estudos do governo mostram a necessidade de investimentos entre R$ 500 bilhões e R$ 600 bilhões. Segundo ele, esse seria um “choque de investimentos” suficiente para reverter o atual quadro em “sete ou oito anos”. Para atrair a atenção dos empresários, Figueiredo afirmou que o governo já definiu a taxa de retorno (TIR) em 15% ao ano nas concessões rodoviárias e em 14% no casos dos contratos para administração da malha ferroviária. Segundo o presidente da EPL, o

esforço agora estaria concentrado “na questão do gerenciamento dos riscos dos projetos”, ponto que ele prometeu definir ainda nesta semana. “Sobre a taxa de retorno, chegamos a um bom termo entre os empresários e os investidores. Agora, as discussões estão concentradas na questão do gerenciamento dos riscos dos projetos”, afirmou. Embora reconheça que “cronograma é para ser cumprido”, Figueiredo afirmou que a ampliação dos prazos também serviria para melhorar a qualidade dos projetos. “Precisamos atrair a iniciativa privada, por isso temos que ser permeáveis às observações e criar projetos atrativos.” Também presente no seminário, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, afirmou que a dificuldade enfrentada pelo setor está ligado a “um sério problema de falta de projetos”. Segundo Moreira Franco, essa situação é fruto do desmonte da capacidade de planejamento do País, que teria ocorrido “ao longo de mais de duas décadas”. Ainda assim, o ministro garantiu a entrega das obras ante do início da Copa do Mundo de 2014. “Temos um cronograma, e não tem plano B. A Copa do Mundo está aí”, afirmou.

Borges garante que as condições oferecidas pelo Brasil são atrativas

Para acelerar as obras do Ferroanel em São Paulo, a meta é fazê-lo junto com o Rodoanel

MILTON MICHIDA/GOVERNO DE SÃO PAULO

Dificuldades de acerto com os empresários acabaram atrasando o cronograma de obras anunciadas em 2012 pela presidente Dilma

Ministro não acredita que crise ameace leilões de infraestrutura

CASSIANO SAMPAIO/DIVULGAÇÃO/JC

Governo garante que as concessões serão realizadas

Jornal do Comércio - Porto Alegre

O nervosismo nos mercados financeiros com a crise não deverá prejudicar os leilões de concessão de rodovias marcados para começar em outubro, afirmou o ministro dos Transportes, César Borges, na semana passada. A despeito da avaliação de alguns analistas de que está aumentando a aversão ao risco no País, ele acredita que a disputa atrairá participantes estrangeiros. “Tenho conversado com empresas e percebo que há intenção de investir aqui, pois o Brasil é um país atrativo”, comentou. Ele citou como exemplo a recente licitação de obras na BR-381, na qual empreiteiras portuguesas e espanholas arremataram vários lotes para construção. O ministro observou que a Petrobras e uma subsidiária do Banco do Brasil, a Brasil Seguridade, também captaram vultosos recursos no exterior neste ano. A petroleira captou US$ 11 bilhões no mercado internacional e a Brasil Seguridade arrecadou R$ 11,4 bilhões em sua oferta inicial de ações na Bolsa, uma operação que atraiu 240 investidores. A avaliação do ministro coincide com a feita pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Luciano Coutinho. Ele acredita que as concessões não serão afetadas, porque são investimentos de longo prazo. É também essa a visão do presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Mas, nos bastidores do governo, há quem admita que a crise pode ser uma dificuldade adicional para a realização das concessões, por deixar os investidores mais cautelosos e aumentar a percepção de risco na operação. Os protestos de rua

tampouco ajudam, pois o governo costuma vender a estabilidade política e institucional do País como um atrativo para o capital estrangeiro. Segundo o ministro, o governo fez tudo o que estava ao seu alcance para garantir um leilão competitivo nas rodovias. A principal decisão foi elevar a rentabilidade de 5,5% para 7,2% ao ano, o que implicou uma elevação de até 62% na tarifa máxima a ser proposta no leilão. Ajustes na mesma direção serão feitos nas concessões de ferrovias e no trem-bala. Por causa da turbulência no mercado internacional, algumas empresas estão pressionando para o governo elevar ainda mais a rentabilidade das concessões rodoviárias. Em resposta, o ministro afirmou que tudo permanecerá como está. A intenção do governo é publicar o primeiro edital de licitação de estradas no dia 31 de julho, mas pode haver atraso de uma ou duas semanas, admitiu o ministro dos Transportes. As normas do leilão estão sendo analisadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O governo também pretende manter a data do leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV, popularmente conhecido como trem-bala, que fará a ligação do trecho Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro), apesar dos pedidos de alguns potenciais interessados por mais tempo. “Não vou adiar”, garantiu Borges. “Há outros interessados pedindo para manter a data do leilão e acredito que todos tiveram bastante tempo para análise.” Pelo cronograma do governo em vigor, os interessados precisam entregar suas propostas até o dia 13 de agosto. O resultado da licitação deverá ser anunciado no dia 19 de setembro.


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TranspoSul

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Jornada de motoristas se destaca no início de debates JONATHAN HECKLER/JC

A 15ª Feira e Congresso de Transporte e Logística (Transposul), que começou nesta quarta-feira na Fiergs e se encerra na sexta-feira, ocorre em um momento agitado para o setor. Desde segunda-feira, caminhoneiros realizam mobilizações no País, protestando contra custos dos pedágios e do combustível e contra a Lei dos Caminhoneiros (12.619/12). Apesar de sancionada em 2012, a regra continua sendo debatida por políticos, empresários e trabalhadores. O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), Sérgio Neto, acredita que ainda serão necessários pelo menos dois anos para o setor absorver o impacto da lei e para fazer as adaptações necessárias para ela ser cumprida. “Muito embora a norma já esteja valendo, seja ela ruim ou boa”, enfatiza o dirigente. Neto argumenta que será

Sérgio Neto acredita que serão necessários dois anos para adaptação às novas regras

muito difícil chegar a um consenso, pois os interesses envolvidos são diversos. Um bom começo ocorreu nesta quarta-feira, com a aprovação, na comissão especial da Câmara, do aumento da jornada do motorista para 12 horas diárias. Também mudou o tempo de

direção de quatro para seis horas seguidas. Estes eram dois pontos defendidos pelo Setcergs. Antes a lei determinava quatro horas de atividade, interrupção de uma hora, e mais quatro horas de trabalho, com a possibilidade de duas horas extras.

Conforme o coordenador da Transposul e vice-presidente do Setcergs, Afrânio Kieling, a maior preocupação é quanto à disponibilidade de locais para os caminhoneiros descansarem. Ele ressalta que será preciso criar essa infraestrutura, com estabelecimentos com

banheiros e centros de alimentação. O dirigente frisa que essa é uma medida que leva tempo. O investimento no segmento logístico, tanto no Estado quanto no País, é fundamental para o crescimento econômico, acrescenta o vice-governador Beto Grill, que participou da abertura da Transposul. Sobre os protestos de caminhoneiros, que bloquearam rodovias gaúchas, Grill afirma que as manifestações fazem parte de um contexto em que se insere um processo contínuo de lutas por direitos. De acordo com ele, em um período em que diversos setores estão fazendo mobilizações, é natural que os caminhoneiros também utilizem esse expediente. “Evidente que gostaríamos que não houvesse necessidade de interromper o trânsito e causar prejuízos para as pessoas que estão utilizando a estrada”, afirma o vice-governador.

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Transp Sul 15a Feira e Congresso

de Transporte e Logística

Feira aberta ao público das 13h às 21h - Acesso gratuito.

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3 a 5 de julho de 2013 FIERGS • Porto Alegre/RS

ORGANIZAÇÃO

MASTER

PREMIUM

PLUS




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Quinta-feira, 4 de julho de 2013

TranspoSul ABTI acusa a Argentina de gerar preocupação

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CONGRESSO MULTISSETORIAL E INTERNACIONAL 4 DE JULHO, QUINTA-FEIRA Painel Sistema de produção X sistema logístico

MARCO QUINTANA/JC

14h - Setcergs

Fórum de serviços Painel Fecomércio

Serviços no comércio exterior, facilitações do comércio e experiência na exportação 14h - Anexo Térreo

Painel Intercomex

Para Becker, as medidas adotadas pela Argentina não beneficiam o comércio externo

A InterComex, que tem como meta discutir as perspectivas dos negócios nos mercados globais, volta a ter uma antiga conhecida como destaque nos debates: a Argentina. A instabilidade política no país vizinho e as dificuldades econômicas deixam apreensivos os empreendedores envolvidos com aquela nação. O presidente do Setcergs, Sérgio Neto, considera que a Argentina sempre foi um enigma. “Ali são impostas restrições da noite para o dia sem que se tenha conhecimento”, lamenta o dirigente. Ele salienta que os caminhoneiros sofrem com o roubo de carga naquela região e, muitas vezes, a polícia para o veículo e exige propina para liberá-lo. “O caminhão pode não ter problemas, porém arrumam algo”, diz Neto. Ele defende que o governo brasileiro precisa adotar contrapartidas para proteger empresas e trabalhadores brasileiros que atuam na Argentina. O presidente da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI), José Carlos Becker, concorda com a necessidade do princípio da reciprocidade. Integrantes da entidade estiveram em junho, em Brasília, justamente para defender esse ponto na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Becker revela que a Argentina está tentando “tirar da gaveta” multas que impactariam as transportadoras brasileiras em cerca de R$ 12 milhões. A discussão gira em torno de uma inspeção veicular praticada no país vizinho. Segundo informações da ABTI, em 1997 a Argentina fez um acordo den-

tro do Subgrupo de Trabalho em Transportes do Mercosul. Pela Resolução GMC 75/97, a Argentina autorizava a entrada de caminhões brasileiros para realizarem a inspeção técnica veicular, em função da carência de postos capacitados no Brasil na época. Em meados da década passada, a Gendarmeria Nacional (órgão argentino de fiscalização de cargas) expediu multas, no valor de US$ 2 mil por veículo, pela falta do certificado de inspeção, deixando de lado a resolução. Outra crítica de Becker é quanto à estatização imposta pela Argentina à malha férrea da empresa ALL. “A ABTI não vê com bons olhos essa situação. O capital privado precisa de segurança para que possa haver investimentos”, enfatiza. Ele acrescenta que a postura que a Argentina tem tomado nos últimos anos não é algo prudente para o comércio exterior. Para Becker, Brasil e Argentina são os grandes países da América do Sul e devem assumir políticas de longo prazo e não imediatistas ou protecionistas. “Caso contrário, não há razão para existir o Mercosul, e estamos perdendo espaço e conceito com isso”, alerta. O presidente salienta que hoje mais de 60 mil caminhões de empresas brasileiras entram nesse país mensalmente. Sobre as normas do transporte nacional, Becker sustenta que a L ei do Motorista (12.619) precisa ser aprimorada. “A regra é muito importante para o nosso País e a ABTI sempre apoiou a necessidade de uma lei, mas ela demanda alguns ajustes”, afirma o presidente da associação.

Jornal do Comércio - Porto Alegre

O transporte rodoviário internacional no Mercosul 16h - Actros

Fórum de serviços Painel Sindiatacadistas

Tributação - desafios do setor atacadista de transporte e logística frente às mudanças do ICMS 16h30min - Anexo Térreo

Painel Intercomex A multimodalidade e o escoamento da produção 18h30min - Actros

Junico Antunes • Experiência profissional de mais de 30 anos como engenheiro de manutenção, professor e consultor. Doutor em Administração pelo PPGA/Ufrgs. Especialista em engenharia de manutenção mecânica pela Petrobras. John Edwin Mein • Coordenador executivo da Aliança pela Modernização Logística do Comércio Exterior - Procomex. Mestre em finanças e administração de empresas multinacionais, filósofo pela Carson Newman College em Tennessee, nos EUA. Ex-presidente do Sociedade Brasileira de Estudos das Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica - Sobeet. André Luis Notini Rodrigues • Especialista em acordos internacionais de comércio e certificação de origem Mercosul e Aladi. Analista de comércio exterior da Fecomércio MG. Integrante do Mapa Estratégico do Comércio Exterior de Minas Gerais. Esteban Canteros • Vice-presidente da Associação Argentina de Transportadores de Carga Internacional - ATACI -, filiada à Federação Argentina de Entidades Empresariais de Autotransporte de Carga - Fadeeac. Diretor da empresa Qbox S.A. José Carlos Becker • Presidente da Associação Brasileira de Transportes Internacionais - ABTI. Sócio-proprietário da empresa de transportes Transamil Logística, pós-graduado em Gestão de Negócios pela FGV-RS. Lauri Kotz • Presidente do Sdaergs - Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado do Rio Grande do Sul, formado em estudos sociais e história na Pucrs. Diretor comercial da Expresso Mercúrio - departamento internacional, por 26 anos. Rafael Borin • Sócio do escritório Rafael Pandolfo Advogados Associados. Especialista em direito tributário pelo IBET e pela Fundação Getulio Vargas. Membro do Instituto de Estudos Tributários - IET. Consultor da Fecomércio/RS. John C. Cuttino • Representante no Brasil da Port of Houston Authority - EUA, sendo o principal responsável pelo encaminhamento e realização de negócios entre o porto de Houston e embarcadores do Brasil. Mestre em estudos latino-americanos e atividades públicas pela Universidade do Texas em Austin. Thierry Rios • Diretor comercial do Tecon Rio Grande, engenheiro civil, pós-graduado em administração portuária pela Universidade da Antuérpia, na Bélgica, foi administrador e diretor-técnico da Superintendência do Porto do Rio Grande. Paulo Gudergues • Diretor-comercial da CMA CGM, considerada o terceiro maior armador de transporte marítimo de contêineres do mundo, administrador de empresas formado pela universidade Mackenzie - SP. Foi vice-presidente da Câmara de Comércio e Turismo Brasil-México.

5 DE JULHO, SEXTA-FEIRA Debate

Lei do Motorista

Experiência americana sobre a lei que regula o tempo de direção e jornada de trabalho dos motoristas 13h30min - Setcergs

Painel Intercomex As estratégias e a logística para o comércio exterior 16h - Actros

Palestra Comjovem Case Medabil - governança corporativa 16h30min - Man TGX

Assessoria Jurídica do Setcergs e Representante da ATA - American Trucking Associations Francis Rome • Diretor de relações externas do Instituto para Logística de Flandres na Bélgica. Doutor em economia Internacional pela John Hopkins University e pela School of Advanced International Studies, de Washington DC, nos EUA. Marcelo de Carvalho Lopes • Diretor-presidente do Badesul. Mestre em engenharia de produção pela UFSM. Trabalhou na criação e consolidação da Rede Gaúcha de Fornecedores para o setor de Petróleo e Gás Natural - Rede Petro/RS. Caio Morel Correa • Diretor de operações do Grupo Santos Brasil, formado em economia pela Ufrgs e contabilidade pela FGV-RJ. Possui experiência de 26 anos no setor de transporte marítimo e atividades portuárias, tendo atuado na Transroll Navegação S.A. por muitos anos. Lires Bilibio • Presidente do conselho consultivo do Grupo Medabil, teve participação nas negociações com norte-americanos e belgas, considerados sócios estratégicos do grupo. Ao longo de 22 anos de empresa, um de seus destaques foi o desenvolvimento de um programa de retenção de talentos, desenvolvimento de sucessores e participação nos resultados, entre outros. CERIMÔNIA PRÊMIO SETCERGS DE LOGÍSTICA - 17h - SALA VIP

Palestra

O equilíbrio emocional nas tomadas de decisões 18h - Man TGX

Painel Intercomex Perspectivas do Brasil nos mercados globais 18h30min - Actros

Dra. Ana Beatriz Silva • Médica psiquiatra, graduada pela Uerj, fez curso de avaliação e treinamento em psiquiatria no Departamento de Psiquiatria da University of Chicago Hospitals. Membro da Academia de Ciências de Nova Iorque. Presidente da Associação dos Estudos do Distúrbio de Déficit de Atenção (SP) - AEDDA. Hao Da • Gerente-geral do departamento de marketing e comércio internacional da Shenyang North Traffic Heavy Industry Group, fabricante de empilhadeiras para portos, terminais e armazéns e um dos vinte maiores conglomerados industriais da China. Francisco Sérgio Turra • Presidente executivo da União Brasileira de Avicultura - Ubabef. Vicepresidente da Associação Latinoamericana de Avicultura. foi presidente da Companhia Nacional de Abastecimento, Conab. Diego Martau • Diretor nacional de transporte rodoviário da Kuhene+Nagel Serviços Logísticos Ltda. Especialista em transporte rodoviário do Mercosul, transporte rodoviário portuário e em distribuição rodoviária interna. CERIMÔNIA PRÊMIO SETCERGS DE JORNALISMO - 20h - SALA VIP

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Publicação do Jornal do Comércio de Porto Alegre

Editor-chefe: Pedro Maciel Secretário de Redação: Guilherme Kolling

Repórteres: Jefferson Klein e Patrícia Comunello E-mail: logistica@jornaldocomercio.com.br Fone: (51) 3213-1365


Jornal do Comércio - Porto Alegre

MONTADORAS

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Empresa quer relançar modelos Karmann-Ghia Carro criado pela Volkswagen deixou inúmeros apaixonados e sobrevive na mão de colecionadores

prodv

O Karmann-Ghia, lendário carrinho produzido no País entre 1961 e 1974, pode voltar à linha de montagem. Recém-adquirida pelo grupo ILP Industrial, a empresa que tem o mesmo nome do modelo vai buscar parceria com uma montadora para ressuscitá-lo. Ao todo, foram fabricadas 60.120 unidades de três versões - coupé, conversível e TC - e várias delas ainda circulam pelo País, a maioria nas mãos de colecionadores. A empresa vai tentar viabilizar o mesmo sistema da época da produção, quando o modelo criado pela Volkswagen, que fornecia chassi e conjunto mecânico, era montado pela Karmann-Ghia em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A nova parceria, contudo, será negociada também com outras montadoras, embora a Volks seja dona da marca Karmann na Alemanha. A proposta do grupo ILP é criar um coupé moderno, mas com características semelhantes ao anterior. “O traço elegante do antigo Karmann-Ghia deve ser mantido”, garante o presidente da empresa, Jonas Hipólito de Assis, de 50 anos. Para a retomada do projeto, os novos donos da Karmann-Ghia, adquirida em setembro, lançaram um concurso de design para universitários de todo o País e o projeto vencedor será a base do novo carro.

Mais de 600 propostas foram entregues, das quais 10 foram selecionadas. O nome do vencedor será revelado em evento na fábrica da Karmann-Ghia, um imponente prédio situado na Via Anchieta. O vencedor receberá um prêmio de R$ 100 mil, e o segundo e o terceiro colocados serão premiados com R$ 60 mil e R$ 30 mil, respectivamente. Uma das regras do regulamento foi criar o novo Karmann-Ghia com distância entre-eixos equivalente à de vários carros de médio porte produzidos por montadoras locais, como Honda, Renault e Volkswagen, o que abre o leque de opções para futuras parcerias. “A ideia é ter uma bonita carcaça numa plataforma já existente, o que reduz os custos de desenvolvimento, ainda que o investimento para retomar a produção seja elevado”, afirma Assis. Ele lembra que a fábrica tem parte dos equipamentos necessários para a produção, pois, entre 1998 e 2005, foi responsável pela montagem do jipe Defender, da Land Rover. Segundo o executivo, a volta do Karmann-Ghia “é um projeto de longo prazo, mas estudos de viabilidade revelam que há espaço para esse tipo de carro no Brasil e nos países vizinhos, ainda que não seja uma produção em grande escala”. O desenho vencedor do concurso será divulgado nas redes sociais, e a ILP fará pesquisas para avaliar a aceitação do público, afirma Maria Angela Mezzetti, gerente de relações institucionais da empresa. O concurso é o primeiro passo de uma estratégia de retomada da empresa no setor automobilístico. Atualmente,

ANTONIO PAZ/JC

Ao longo de 13 anos, as três versões do carro - coupé, conversível e TC - tiveram 60.120 unidades montadas em São Bernardo do Campo

Moldando Soluções Sustentáveis

www.modular.com.br RS • SC • PR • SP • RJ • BA • MG • ES • PE • AL

a Karmann-Ghia emprega 600 funcionários e presta serviços de estamparia, ferramentaria e usinagem para montadoras como Volks, Fiat e Peugeot Citroën. “Queremos mostrar que a marca está viva, tem saúde financeira e

condições de prosseguir, mas não dependemos da produção do carro para sobreviver, embora voltar a produzi-lo seja um sonho”, afirma Assis. O grupo ILP está investindo R$ 30 milhões na aquisição de

seis prensas automatizadas e na mudança da estrutura da empresa com a intenção de ampliar a gama de clientes, inclusive entre marcas que têm planos de abrir unidades para montar carros no País. A Karmann-Ghia pertenceu à alemã Karmann até 2008, quando foi adquirida pelo Grupo Brasil, que a revendeu em 2012. Além da Karmann, Assis comprou a Metalúrgica de Tubos de Precisão (MTP), de Guarulhos, e a fabricante de componentes plásticos Vulcan, do Rio de Janeiro. O valor do negócio não foi revelado pelo empresário. Antes de assumir o comando do grupo ILP, Assis foi consultor por mais de 20 anos e especializou-se na gestão de empresas em crise e na prestação de assessoria em processos de fusões e aquisições.

Descentralização de fábricas muda o mapa da produção de carros no País Estados que há duas décadas não abrigavam montadoras ou tinham discreta presença já respondem por mais de 30% da produção nacional de veículos. Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Goiás ganharam espaço no mapa da indústria, derrubando a hegemonia de São Paulo. Apesar de ainda ser o maior mercado brasileiro em consumo, São Paulo participa com 41,5% da produção, fatia que era de 74,8% em 1990, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A descentralização é vista como saudável, pois leva a várias regiões um tipo de indústria considerada de ponta. “É uma

indústria que exige mão de obra qualificada, infraestrutura, tem importante participação no Produto Interno Bruto (PIB) e impacto em diversos setores”, diz Ricardo Pazzianotto, sócio da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC). A regionalização vai prosseguir com a entrada na produção automotiva de Santa Catarina e Pernambuco, que em 2014 e 2015 vão receber unidades da BMW e da Fiat. Na semana passada, o grupo Amsia, pertencente a investidores da Arábia Saudita, assinou protocolo de intenções para erguer uma fábrica em Sergipe. “A descentralização é importante para o Brasil, pois receber uma fábrica de veículos significa

para o estado a geração de mais empregos, mais renda, além da possibilidade de agregar produtores de autopeças e de insumos”, diz o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. O Paraná, que em 1990 respondia por 0,5% da produção, hoje participa com 15,4%. Na época, o Estado abrigava só a fábrica de caminhões da Volvo e hoje tem unidades da Volkswagen e da Renault. O Rio Grande do Sul, com 0,2%, saltou para uma fatia de 6,1% depois da chegada da GM. A Bahia, que recebeu sua primeira montadora, a Ford, em 2001, ultrapassou o Rio no ano

passado com 5,6% dos veículos brasileiros. O estado vai abrigar, a partir de 2014, sua segunda montadora, a JAC Motors. Com fábricas da MAN/Volkswagen e da PSA Peugeot Citroën, o Rio teve fatia reduzida de 6,7% para 4,4%. Em 2014, o estado inaugura a fábrica da Nissan. Minas Gerais, onde a Fiat tem a segunda maior fábrica do mundo, com capacidade de quase 1 milhão de unidades por ano, contribuiu com 25,2% da produção de 3,38 milhões de veículos em 2012, a maior participação desde o fim dos anos 1970, quando a montadora se instalou em Betim. Lá também estão as fabricantes de caminhões Iveco e Mer-

cedes-Benz. Esta última negocia com quatro estados (Minas, Rio, Santa Catarina e São Paulo) área para instalar nova unidade de automóveis. Com 41,5% de participação na produção, a menor desde que a Anfavea passou a divulgar esses dados, São Paulo perde fatias no bolo, mas segue recebendo novos investimentos. No ano passado, foram inauguradas fábricas da Toyota e da Hyundai, e no fim deste ano será aberta a unidade da Chery. São Paulo ainda concentra o maior número de fábricas, com duas unidades da Volkswagen, da General Motors e da Toyota e uma da Ford, da Scania, da Honda e da Mercedes-Benz.


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ENERGIA

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Para o Tribunal de Contas da União, a estatal de petróleo brasileira corre o risco de não poder financiar projetos para ampliar a produção

Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que a política de estímulo ao consumo da gasolina, adotada pelo governo Dilma Rousseff, aliada a pesados investimentos, conduzem a Petrobras a uma situação de estrangulamento financeiro. Enquanto a disponibilidade de caixa da estatal caiu R$ 8 bilhões em 2012, o endividamento subiu R$ 40,8 bilhões, basicamente para cumprir a promessa de ampliar a exploração e o refino. Para o tribunal, os dois fatores podem dificultar o projeto de expansão para os próximos anos. Em 2011, a dívida da companhia aumentou de R$ 155 bilhões para R$ 196 bilhões, o equivalente a 57% do valor patrimonial. Fora a captação de recursos recorde para viabilizar a prospecção na camada do pré-sal, de R$ 120 bilhões, a partir de 2010 a empresa contraiu vultosos empréstimos de longo prazo - cerca de R$ 80 bilhões. Paralelamente, a geração de recursos foi insuficiente para as demandas expansio-

nistas. Se, ao fim de 2011, o caixa tinha R$ 35,7 bilhões, em 2012 houve queda de 22%, para R$ 27,6 bilhões. O plano de negócios da estatal prevê investimentos de US$ 47,3 bilhões até 2016, tendo as atividades operacionais como principal fonte de financiamento. “Neste cenário de expansão de despesas de capital, uma redução na geração de caixa pode representar risco à capacidade de financiar os projetos”, alerta o TCU. O relatório aponta o estímulo ao consumo de combustíveis, que fomenta prejuízos à área de abastecimento da estatal, como uma das principais fontes das dificuldades. De 2008 a 2012, com a derrocada da indústria de etanol, devido à baixa competitividade, a demanda por gasolina cresceu 58%. Com isso, aumentou a dependência do Brasil das importações de óleo cru para refino. O petróleo é comprado no exterior a valor mais elevado do que o praticado no mercado interno. Em 2012, houve reajuste nos preços, mas, para evitar o repasse ao consumidor, a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) foi zerada. Para o TCU, a estatal continuará deficitária nesse ambiente de demanda crescente. Um agravante, segundo o relatório, é que não há, em curto prazo, perspectiva de aumento na capacidade de refino. “O ano foi considerado de perdas, e esse cenário

BRUNO VEIGA/PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC

TCU mostra dificuldades para investimentos da Petrobras

Dependência externa de óleo cru é um dos fatores de apreensão para a empresa estatal

tende a permanecer”, prevê o relatório. No governo Dilma, as receitas da Petrobras com exportações de óleo cru passaram a ser menores que as despesas com importações, invertendo o quadro de 2009 e 2010. Para o TCU, a autonomia do País no setor, apregoada pelo governo, precisa ser relativizada. A autossuficiência na produção de petróleo, anunciada em 2006, referiu-se

apenas aos volumes absolutos importados e exportados. “Em termos financeiros, o País ainda não consolidou uma margem positiva frente à dependência que possui de importações, notadamente de derivados”, conclui o tribunal. O TCU também cita a paralisação, desde 2008, dos leilões para áreas de exploração, enquanto o governo discutia mudanças no marco regulatório do setor.

Espaço Sindiatacadistas UMA PUBLICAÇÃO DOS SINDICATOS DO COMÉRCIO ATACADISTA DE PORTO ALEGRE E DO ESTADO DO RS

CONJUNTURA PREOCUPA COMÉRCIO ATACADISTA Uma conjunção de fatores negativos está preocupando a área empresarial – incluindo o setor atacadista – no atual contexto de manifestações de rua que vem ocorrendo nas últimas semanas. O depoimento é do presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Louças, Tintas e Ferragens de Porto Alegre, Leonardo Ely Schreiner, ao destacar, neste sentido a importância do recente alerta do presidente da Fecomércio RS, Zildo De Marchi, sob o título “Os Protestos e as pautas da sociedade brasileira”. Corroborando o entendimento de Zildo De Marchi, salienta Schreiner que a classe empresarial vem, ao longo de décadas, pleiteando mudanças na gestão pública, a saber, principalmente, a contenção dos gastos supérfluos geradores de inflação e alta dos juros assim como a diminuição das disponibilidades financeiras para investimentos em áreas prioritárias como saúde, educação e segurança, por exemplo. “Infelizmente, não temos sido ouvidos enquanto classe empresarial, não obstante nossos pleitos

tenham propósitos coincidentes com os da esmagadora maioria da população. Isto talvez tenha agravado a reação que hoje vemos em nível nacional, que apoiamos, com exceção, naturalmente, de ações isoladas de vândalos”, assinala o dirigente. O presidente do Sindicato considera importante ter em conta, neste sentido, a perda de resultados econômicos das horas de trabalho suspenso devido a tais atos, assim como em função do fechamento de estabelecimentos comerciais, entre outros, o que aprofunda ainda mais a tendência de queda do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em decorrência da conjuntura internacional. “Para o bem do Brasil, esperamos que os poderes constituídos e a sociedade cheguem a um denominador comum, que atenda às necessidades do país assegurando um processo de crescimento sustentável com a correspondente observância da ordem, que é condição indispensável para o desenvolvimento”, finaliza.

TRANSPOSUL DEBATE TEMAS DO SETOR A programação de hoje do Congresso Multissetorial e Internacional da Transposul 2013, em realização no Centro de Exposições da Fiergs, em Porto Alegre, apresenta uma série de temas de interesse do comércio atacadista gaúcho que serão apresentados por diferentes especialistas e debatidos com os empresários do setor. Às 14h, haverá o painel Sistema de Produção X Sistema Logístico, a cargo de Junico Antunes, Esdânio Pereira e Paulo Oppermann, e o Fórum de Serviços Painel Fecomércio – Serviços no Comércio Exterior, Facilitações do Comércio e Experiências na Exportação, com John Edwin Mein e André Luís Notini Rodrigues. Para às 16h está programado o painel

O Transporte Rodoviário Internacional no Mercosul, com Esteban Canteros, José Carlos Becker e Lauri Kotz. O Fórum de Serviços – Painel Sindiatacadistas, com Rafael Borin, será realizado às 16h30, abordando Tributação – Desafios do Setor Atacadista, de Transporte e Logística Frente às Mudanças do ICMS. Às 18h30min, haverá o painel A Multimodalidade e o Escoamento da Produção, com John C. Cuttino, Thierry Rios e Paulo Gudergues. Para amanhã está agendado debate sobre a Lei do Motorista com a apresentação da experiência dos Estados Unidos sobre a legislação que regula o tempo de direção e jornada de trabalho desses profissionais.

Jornalista Responsável: Valter Todt

Cursos e Palestras

Julho 2013 08 de julho

Motivação para Vencer os Desafios na Vida Pessoal e no Trabalho Instrutor: Walmiro Souza

10 de julho

Workshop Etiqueta no Trabalho Instrutor: Silvia Generali da Costa

16 de julho

Competências do Profissional de Sucesso Instrutor: Rosane Garcia Pirotta da Silva Mais informações em www.sindiatacadistas.com.br

Sindicatos do Comércio Atacadista: - do Estado do Rio Grande do Sul - de Gêneros Alimentícios de Porto Alegre - de Louças, Tintas e Ferragens de Porto Alegre - de Tecidos, Vestuário e Armarinho de Porto Alegre - de Produtos Químicos para a Indústria e Lavoura e de Drogas e Medicamentos de Porto Alegre - de Madeiras de Porto Alegre - de Álcool e Bebidas em Geral no Estado do Rio Grande do Sul - SICABEGE Av. Júlio de Castilhos, 440/15º andar - CEP 90030-130 Porto Alegre/RS - Fone/Fax: (51) 3214.7400 www.sindiatacadistas.com.br


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