JONATHAN HECKLER/JC
Dia do Comércio Caderno Especial do Jornal do Comércio | Porto Alegre, quinta-feira, 16 de julho de 2015
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Dia do Comércio
Caderno Especial do Jornal do Comércio Porto Alegre, quinta-feira, 16 de julho de 2015
PERFIL DE CONSUMO
ÍNDICE
A classe C cada vez
Pesquisa ...........................2
mais conectada
Mercado............................6 Crédito............................10 Tendências ......................12 Franquias ........................14 Supermercados ...............16 Shopping center ..............18 ENTIDADES Agas ...............................22 CDL.................................24 FCDL ...............................26 Fecomércio......................27 Federasul ........................28 Sebrae ............................29 Senac..............................30 Sesc................................32 Sincodiv ..........................33 Sindiatacadistas ..............34 Sindilojas ........................35
EXPEDIENTE Editor-Chefe: Pedro Maciel (maciel@jornaldocomercio.com.br) Editora de Cadernos Especiais: Ana Fritsch (anafritsch@jornaldocomercio.com.br) Subeditora: Sandra Chelmicki (sandra@jornaldocomercio.com.br) Reportagem: Fernanda Crancio e Liège Alves Diagramação: Luis Felipe Corullón (luisfelipe@jornaldocomercio.com.br) Editor de Fotografia: João Mattos Revisão: André Fuzer, Luana Lima, Rafaela Milara e Thiago Nestor
A sétima edição da pesquisa "Os porto-alegrenses e o consumo", desenvolvida pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Sul) para o Jornal do Comércio ouviu 407 pessoas em vários locais públicos da Capital: Centro, Assis Brasil, Redenção, Tristeza, Azenha e o Parque Moinhos de Vento (Parcão). A grande mudança observada com relação aos anos anteriores foi a presença massiva da classe C nestes locais de grande concentração de comércio de rua e o acesso dessa parcela da população à internet. A popularização dos smartphones, por exemplo, tornou-se a porta de entrada para que cada vez mais brasileiros tenham acesso à tecnologia. Segundo a pesquisadora e professora da ESPM-Sul Liliane Rohde, o número de pessoas pesquisadas que diziam usar a internet móvel diariamente duplicou de 2013 para 2015. Há dois anos, o índice era de 29,4%, subiu para 49% em 2014 e chegou a 59% este ano. "A internet está consolidada na vida das pessoas, que buscam informação a todo o momento. E essa é uma tendência que só cresce", diz. A democratização do acesso à internet no Brasil e o consequente aumento do uso diário também reflete na maneira como o consumidor faz as suas compras. O estudo revela que a confiança dos porto-alegrenses nas compras on-line está crescendo. Na edição de 2014, 34%
JOÃO MATTOS/JC
Liliane diz que uma grande mudança foi a presença massiva da classe C nos locais de comércio de rua
diziam se sentir seguros ao fazer as compras pelo computador, tablet ou celular. Este ano, o índice subiu para 41%. “Enquanto as outras compras baixaram, as da internet se mantiveram estáveis", comenta a professora. Quanto ao futuro, Liliane acredita que o crescimento será ainda maior no segmento virtual. “O gaúcho tem convicção de que o preço da internet é menor, 65% dos entrevistados acham isso. Ainda estão na loja de rua por uma questão de tradição, de
estarem passando por ali. O consumo na internet vai explodir", afirma ela. Entre os produtos mais comprados pela web estão os eletrônicos, com 42%. Em 2014, esse índice era de 34%. As reservas de hotéis, por exemplo, 65% são feitas dessa maneira. Liliane explica que a nova classe C cresceu tanto, após o investimento federal em programas sociais, que foi dividida em C1 e C2. Os locais onde foram aplicados os questionários da ESPM-Sul são de grande circulação
de pessoas, com pontos comerciais e de ônibus. A amostra tem uma margem de erro de 5% para mais ou para menos. Quanto à renda das famílias, nota-se um aumento da presença nas ruas das pessoas com renda familiar entre um e cinco salários-mínimos, que, em 2014, era de 55% e, agora, chega a 60%. Por outro lado, registrou-se uma queda dos pesquisados com renda familiar superior a cinco salários-mínimos, que caíram de 42,3% para 36% dos entrevistados.
RENDA RENDA FAMILIAR FAMILIAR MENSAL MENSAL
CLASSE SOCIAL SOCIAL 2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
A
9,5%
19,90%
19,00%
19,5%
16%
12%
9,4%
B
38,1%
40%
50%
49,5%
53%
57%
38,5%
C
46,0%
33%
29,00%
30,0%
30%
30%
49,1%
D/E
6,5%
7,10%
2%
1%
1%
1%
3%
2014
2015
Até 1 salário-mínimo
2,7%
4%
Mais de 1 SM até 3 salários-mínimos
29%
34%
Mais de 3 SM até 5 salários-mínimos
26%
26%
Mais de 5 SM até 7 salários-mínimos
24%
16%
Mais de 7 SM até 10 salários-mínimos
16%
12%
Mais de 10 salários-mínimos
2,3%
8%
COMPRAS COMPRAS PELA INTERNET
USO DA INTERNET
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Nunca
85,43%
56%
47%
35%
37%
34%
34%
Às vezes
12,06%
42%
37%
53%
48%
52%
55%
Sempre
2,51%
2%
16%
12%
15%
14%
11%
2013
2014
2015
Diariamente
29,4%
49%
59%
Alggumas vezes na semana
17,4%
12%
13%
Semanalmente
5,5%
1,5%
1,5%
Eventualmente
4,0%
9,5%
3,5%
Não uso
43,8%
28%
23%
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Dia do Comércio
Caderno Especial do Jornal do Comércio Porto Alegre, quinta-feira, 16 de julho de 2015
PERFIL GERAL GERAL 2012
2013
2014
2015
Quando tem loja virtual e física, prefiro a loja física
-
-
60%
63%
Costumo deixar de comprar nas lojas físicas para comprar na internet
-
34%
30%
30%
Antes de efetuar uma compra on-line, vejo as reclamações que são feitas pela internet
-
-
60%
57%
Sinto-me seguro fazendo minhas compras pela internet
-
-
34%
41%
Quando quero comprar um produto mais caro, planejo e junto o dinheiro
65%
66%
70%
66%
Hoje, utilizo mais o crédito do que há dois anos
48%
56%
46%
45%
Acho mais importante que a prestação caiba no meu orçamento do que o valor final do produto
48%
43%
34%
55%
Espero as liquidações para fazer compras maiores
57%
63,4%
51%
47%
Informo-me se a empresa tem preocupação com o meio ambiente quando vou comprar nela
41%
37%
27%
39%
Pago mais caro se o produto for de uma marca conhecida ou de maior qualidade
30%
46%
37%
47%
A vitrine para mim estimula a compra
-
-
-
31%
O preço dos produtos na internet é mais baixo
-
-
-
65%
Não mudo os hábitos de compra há muito tempo
-
-
-
48%
Preocupo-me em reciclar os produtos que não uso mais
-
-
-
72%
Já participei do uso de produtos ou serviços colaborativos, como o aluguel de bicicletas compartilhadas
-
-
-
33%
Não confio mais nas promoções do comércio
-
-
-
40%
Adultos jovens enfrentam crise de confiança
O estudo realizado pela ESPM-RS revela que 68% das pessoas que estão circulando pelos principais pontos comerciais de Porto Alegre têm entre 18 e 35 anos. São os considerados adultos jovens, que estão começando a vida. Segundo a professora e pesquisadora Liliane Rohde, essa faixa etária predominante talvez explique um pouco o sentimento de desconfiança e incerteza quanto ao futuro. “Para a maioria das pessoas entrevistadas, essa é a primeira crise pelo qual estão passando, não viveram as recessões do passado, diferente de uma pessoa de 50 anos que enfrentou a inflação das décadas de 1980 e 1990. O caso é ruim, mas não tanto, pois mais da metade dos ouvidos vê um cenário como se mantendo”, comenta. De acordo com a pesquisa, 47% dos entrevistados acham que o País está piorando, 39%, se mantendo e 14%, melhorando. Para Liliane, os porto-alegrenses estão passando por uma crise de confiança. Ela conta que 2014 era um ano eleitoral e foi perguntado se as pessoas iriam diminuir as compras. Dos entrevistados, 37% responderam que sim. No entanto, este ano, o índice foi de 51%. “Essa crise, que vem
do ano passado, só agora caiu no bolso do porto-alegrense”, diz a professora. Entre os itens que serão cortados, roupas aparecem em primeiro lugar, com 36%, seguidas de lazer, com 31%, e calçados, com 27%. O perfil dessa classe C jovem revela, no entanto, uma forte preocupação com a educação. Apenas 3% afirmaram que vão fazer cortes neste setor. “Este é um fator positivo”, comenta a pesquisadora. Neste cenário de incertezas, as pessoas estão optando por gastar menos e aplicar seu dinheiro em investimentos mais conservadores. Entre os que mudaram de perfil, 96% optaram por aplicações de menor risco. “A classe C ainda está conseguindo poupar”, diz Liliane. O estudo da ESPM-Sul revela ainda que o consumidor está tentando fazer suas compras à vista e juntando o dinheiro quando quer comprar um produto mais caro. Conforme Liliane, é possível afirmar que o gaúcho de Porto Alegre está investindo melhor e pagando mais caro quando o produto for de uma marca conhecida e com mais qualidade. “O consumidor mais exigente é uma tendência nacional. Quem não tem qualidade corre o risco de perder cada vez mais clientes”, completa.
SITUAÇÃO DO SITUAÇÃO DO PAÍS PAÍS
PERFIL DE INVESTIMENTOS 39%
51%
42%
60%
54%
Fundos de investimentos
20%
8%
10%
10%
11%
Outros imóveis
5%
10%
10%
14%
8%
Ações na bolsa
2%
2%
2%
3,5%
1%
Não soube informar
6%
-
1%
-
-
-
2%
-
-
-
28%
27%
35%
12,5%
11%
Outros Nenhum
2015 Melhorando
14%
Se mantendo
39%
Piorando
47%
Compras de roupas, lazer e calçados serão as mais atingidas pelos cortes nos gastos
COMPRAS PELA INTERNET COMPRAS INTERNET
2011 2012 2013 2014 2015 Poupança
JOÃO MATTOS/JC
Passagens aéreas Livros DVD Eletrônicos Eletrodomésticos Rouppas Calçados Reservas de hotéis
2014
2015
30% 7% 1% 6% 2,5% 2% 13% 50%
25% 4% 1% 7% 5% 6% 65%
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Dia do Comércio
PERFIL DE CONSUMO
A redenção
das lojas de rua A pesquisadora e professora Liliane Rohde afirma que o resultado do estudo deste ano trouxe dados mais próximos da realidade da população de Porto Alegre, formada 49% por pessoas da classe C. Em anos anteriores, o índice ficava em torno de 30%. Com maior presença de pessoas com esse poder aquisitivo, as lojas de rua lideram a preferência quando se pergunta o local que mais gosta de fazer compras. De acordo com o estudo, 50% dos entrevistados adquirem roupas em comércio de rua, índice superior ao registrado em 2014, que era de 33%. Quando se fala em calçados, o número sobe ainda mais: 57% optam pelas lojas de calçada. Já quando a compra é de móveis, 78% preferem os estabelecimentos de rua. A mudança de perfil e os impactos da crise econômica refletem também no público que vai a shopping centers. Conforme o estudo, o número de pessoas que diz que não frequenta os locais aumentou. Enquanto, no ano passado, 7% afirmavam não ir a shopping, este ano, subiu para 13%, mesmo patamar registrado há seis anos. A resistência a frequentar esses locais – onde se encontram variadas atrações de consumo – confirma a tendência de reduzir os gastos com lazer. A ida a cinemas, por exemplo, também apresentou queda. "Constatou-se uma diminuição significativa dos consumidores mais assíduos, contudo, registramos um aumento
dos frequentadores mais esporádicos", comenta Liliane, que não descarta a facilidade de mais tecnologia em casa, como as TVs por assinatura, por exemplo, também terem contribuído para este resultado. Outro dado que chamou a atenção da pesquisadora foi a redução de ida a shows, embora a oferta e variedade de estilos tenha aumentado em Porto Alegre. "Frequentar shows está presente no cotidiano da população que está circulando pela cidade. No entanto, pode-se sentir os reflexos da crise, porque o índice daqueles que vão mais de uma vez por semana a esses programas caiu significativamente", comenta. No ano passado, 14% dos entrevistados disseram ir a shows mais de uma vez por semana. Na edição de 2015, apenas 5% afirmaram ir com essa frequência. Assim como cinemas, passeios pelo shopping e shows estão sendo retirados dos programas familiares em função do atual momento econômico do País, as viagens também foram reduzidas, tanto as nacionais como as internacionais. Liliane acredita que este resultado possa ser explicado pela maior presença da classe C circulando pelo comércio de rua. Em 2014, 21% dos ouvidos disseram viajar pelo Brasil pelo menos duas vezes ao ano, já, em 2015, caiu para 9%. Quanto às viagens para o exterior, 74,5% afirmam não viajar. Na edição anterior, esse índice era de 57%. JOÃO MATTOS/JC
Segmento lidera na preferência dos porto-alegrenses
Móveis
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FREQUÊNCIA DE COMPRAS COMPRAS FREQUÊNCIA DE 2010
2011
2012
2013
2014
2015
Duas vezes por ano Anualmente De 2 em 2 anos Eventualmente
5,22% 8,46% 7,71% 78,61%
4,7% 24% 11% 60,3%
7% 19% 17% 57%
13% 26% 13% 48%
10% 20% 12% 58%
9% 15% 6% 70%
Eletrodomésticos
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Sem resposta Duas vezes por ano Anualmente De 2 em 2 anos Eventualmente
2,49% 8,71% 13,18% 9,2% 66,42%
0% 9% 27% 8,19% 56,3%
10% 20% 12% 58%
22% 22% 8% 48%
16% 19% 7% 58%
13% 18% 8% 61%
LOCAIS DE DE COMPRA COMPRA DE DE ROUPAS ROUPAS 2010
2011
2012
2013
2014
2015
Lojjas de rua
44%
38%
38%
36%
33%
50%
Shopppingg
48%
56%
54%
53%
57%
45%
Hippermercados
9%
3%
2,,5%
2%
2%
1,,5%
Internet
0%
1%
5%
8%
8%
3,5%
Outros
0%
2%
0,5%
1%
-
-
VIDA SOCIAL E VIAGENS
Frequência com que vai ao cinema
2012
2013
2014
2015
Mais de uma vez na semana
4%
1,2%
2%
0,5%
Semanalmente Quinzenalmente
10% 14%
5% 12,7%
6,5% 13%
0,5% 9%
Mensalmente
20%
25,4%
20%
20%
Eventualmente Não vai
41% 11%
47,5% 8,2%
47,5% 11%
62% 8%
Frequência com que vai a shows
2012
2013
2014
2015
Mais de uma vez na semana
9%
12,9%
14%
5%
Semanalmente
16%
19,7%
11%
11%
Quinzenalmente
8%
13%
9%
5%
Mensalmente
45%
27%
43%
55%
Eventualmente
20%
26,4%
21%
23%
Não vai
2%
1%
2%
1%
Frequência com que viaja no Brasil
2013
2014
2015
Mensalmente
5%
6%
4%
Duas vezes por ano Anualmente
30% 21%
21% 23%
9% 26%
Eventualmente
26%
30%
39%
Não viaja
18%
20%
22%
Frequência com que viaja para o exterior
2013
2014
2015
Mensalmente
-
-
-
Duas vezes por ano Anualmente
6%
3,5% 13%
0,5% 7%
Eventualmente
37%
26,5%
18%
Não viaja
57%
57%
74,5%
Ida ao shopping center
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Maiis de uma vez na semana
1,2% %
5,0% %
4% %
12,66%
11,7% %
8% %
3% %
Semanallmente
15,4%
33,5%
30%
16%
16,2%
10%
12%
Quinzenalmente
5%
6%
10%
16%
14,7%
18%
13%
Mensalmente
30,6%
20%
23%
16%
22,9%
17%
14%
Eventualmente
34,6%
33%
30%
34,4%
26,6%
40%
45%
Não vai
13,2%
2,5%
3%
5%
8,0%
7%
13%
Jornal do Comércio
Dia do Comércio
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Dia do Comércio
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MERCADO
Restrições ao consumo reduzem as compras O desaquecimento da economia e o aumento da insegurança do consumidor, agravados pela alta das tarifas, redução do orçamento das famílias, do poder de compra e da oferta de crédito, foram alguns fatores preponderantes para a queda do consumo brasileiro e, consequentemente, da movimentação do comércio, que vem amargando índices negativos. No Estado, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) em parceria com a Fundação de Economia e Estatística (FEE), a partir dos Índices de Venda do Comércio (IVC) registrados pela Secretaria da Fazenda em 2014, o setor sofreu retração de 1,8% em comparação ao ano anterior. Segundo o presidente do Sistema Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, esse quadro está sendo aprofundado em 2015, quando o varejo registrou, até abril, queda de 6,3% e de 4,2% no acumulado geral. “O aumento das tarifas
de energia e combustíveis deram caráter ainda mais crítico à perda de poder de compra. O orçamento livre para compra de outros bens fica muito restrito”, comenta. No ano passado, apenas os segmentos de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos e o de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação tiveram aumento de vendas, apesar de tímidos, 1,2% e 2%, respectivamente. Já o varejo de veículos, motocicletas, partes, peças e acessórios e o de móveis e eletrodomésticos foram os que apresentaram as maiores quedas, 15% e 10%, respectivamente, afetados pelo fim da redução do Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos e eletrodomésticos da linha branca. “O varejo é um termômetro muito rápido de medir o comportamento do consumidor, que olha 2015 com desconfiança e passou a segurar suas reservas para consumo”, analisa o presidente
da Associação Gaúcha do Varejo (AGV), Vilson Noer. Em abril, as vendas do varejo gaúcho registram queda de 11,23% na comparação com março, o sétimo recuo seguido do indicador, segundo a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS). A queda de 28,16% nas vendas de veículos foi o fator de maior força negativa, seguido por eletrodomésticos, (-11,24%), vestuário (-10,38%) e móveis (-8,96%). Crescimento nas vendas somente nos artigos farmacêuticos, médicos e ortopédicos (4,52%); equipamentos e materiais para escritório (2,10%); e combustíveis e lubrificantes (2,02%). Os números nacionais do primeiro trimestre do ano, segundo o IBGE, mostram que as vendas do comércio varejista acumularam perdas de 0,8%, o pior desempenho desde o terceiro trimestre de 2003, e sete das 10 atividades acompanhadas tiveram queda na comparação com o mesmo período do ano anterior.
MARCELO G. RIBEIRO/JC
Exceção, artigos farmacêuticos tiveram crescimento nas vendas
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MERCADO
Datas comemorativas devem melhorar cenário JOÃO MATTOS/JC
Venda de roupas de inverno promete aquecer mercado, assim como Dia dos Pais, das Crianças e Natal
A
pesar de o cenário econômico apontar altas na inflação e nos juros, índices de confiança do consumidor em declínio e situação do crédito mais restrita, representantes das principais entidades ligadas ao comércio de bens e serviços do Estado estão esperançosos em relação ao segundo semestre e vislumbram a possibilidade de melhorar ou estabilizar as vendas em relação a 2014. Tradicionalmente, a segunda metade do ano tende a registrar incremento de capital no comércio, em razão da antecipação do 13º salário. A troca de estação e o período de lançamentos da moda também colaboram para isso. “As vendas no segundo semestre correspondem a 55% do que é comercializado no ano, por isso, a expectativa é de melhora, principalmente por ser período de lançamentos de vestuário e calçados”, aponta o presidente da Associação Gaúcha do Varejo (AGV), Vilson Noer. Presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL), Vitor
Augusto Koch lembra ainda as datas comemorativas concentradas no período, como Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal, considerado o ápice da movimentação do comércio e visto como possibilidade concreta de recuperação nas vendas. “Após um momento de recessão, a tendência é ter mais pessoas no mercado. Por isso, o varejista deve estar atento e imprimir velocidade aos processos. No momento de instabilidade, o que dá resultado é trabalho e planejamento, pois as pessoas seguem tendo necessidades de consumo”, afirma, destacando ainda a previsão de recuperação do número de vagas no comércio. No ano passado, foram gerados 9,8 mil empregos a mais no setor do que em 2013. Já no primeiro quadrimestre de 2015, houve redução de 8 mil vagas em relação ao mesmo período do ano passado, por conta da desaceleração da economia, fechamento das vagas temporárias do Natal e das sazonais do Litoral. Estratégias focadas em inovações nos pontos de venda e divulgação de produtos tendem a surtir resultados.“O consumidor ajusta
a vela conforme o vento. Se o ambiente leva a pensar em crise, a tendência é ficar mais reticente na compra. Por isso, uma alternativa possível é apostar em promoções, aliadas aos fabricantes”, afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), Gustavo Schifino. Os representantes das entidades também comentam a necessidade de o poder público evitar incremento de impostos que prejudiquem ainda mais o emprego e a arrecadação.“O comércio é a vanguarda da economia e se move de acordo com o cenário. Por isso, cabe a nós cobrarmos alternativas e liderarmos novas oportunidades”, opina o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiatacadistas-RS), Zildo De Marchi. Paulo Kruse, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), reforça que o momento é de cautela, mas lembra que a crise passará. “Cada um tem que achar um ponto de equilíbrio no seu negócio. Até o ano que vem tudo deve se ajustar”, completa.
Contexto desfavorável pode ser oportunidade para organizar negócios Romper com práticas tradicionais do varejo, apostando em inovação, criatividade e novos nichos são algumas dicas de especialistas na área para ajudar os lojistas a recuperarem um pouco das perdas de caixa. Azeitar a máquina, otimizar processos e apostar na informatização também podem garantir dividendos. Segundo o coordenador acadêmico do curso Master em Varejo da Fundação Getulio Vargas (FGV) Management, Maurício Morgado, o varejista deve voltar os olhos para a loja e ajustar o que for possível para se adequar ao momento. “O período é de reorganizar trabalhos, automatizar processos, qualificar equipes e apostar em ações que foram adiadas por conta da preocupação exclusiva com a venda”, ensina. Rubens Sant'Anna, professor do curso de pós-graduação em Varejo da ESPM-Sul e consultor em trademarketing, afirma que, por conta da desconfiança do consumidor, as lojas e marcas acabam sendo mais demandadas, e somente novos processos poderão fazer com que a decisão de compra ocorra. “Os lojistas terão de desenvolver inovações para criar oportunidade de fazer o dinheiro circular”, diz. Ele destaca ainda que todo o processo de crise tende a criar uma seleção natural e, no caso do comércio, ela favorecerá as empresas mais qualificadas. “Os grandes varejistas não vão quebrar, vão é sentir redução no consumo, porque não há aquela euforia que faz o cliente comprar. Já os menores, que têm menos poder de barganha com fornecedores, acabam por apresentar preços menos atrativos”. O contexto desfavorável às vendas pode, no entanto, reverter em boa chance de organizar os negócios. Segundo Morgado,
esse cenário dá margem para que as lojas tenham tempo de produzir mais, ampliando a linha de produtos, priorizando itens mais baratos e analisando a rentabilidade. “Acompanhar de perto o desempenho da loja é o ponto de partida. Independentemente da época, tem de revisar mercadoria, oferecer uma loja bonita e funcional e investir no custo-benefício”, enfatiza. Esse processo também deve observar o comportamento do consumidor, mais receoso na decisão de compra, muito sensível ao preço e à pesquisa. “O consumidor compra pela conveniência e hoje as pessoas estão mais seletivas, estressadas e super demandadas. A compra, então, tem de ser um momento prazeroso e facilitado", afirma Sant'Anna. Nesse sentido, integrar os canais de vendas e agregar valor em todos os momentos da compra farão a diferença. “A loja ganha o cliente no emocional, se atender de maneira objetiva, se enviar um torpedo no pós-venda ou se o SAC resolver algum problema. Esses itens devem ser priorizados ”, conclui o professor da ESPM. FGV/DIVULGAÇÃO/JC
Morgado sugere foco no desempenho da loja
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CRÉDITO
Metade das compras são feitas com cartão O acesso ao crédito cresceu muito nos últimos 10 anos no País e proporcionou a expansão do varejo no Estado. De acordo com a Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), em torno de 50% das compras são por cartão de crédito ou débito. Outra forma bastante utilizada, em torno de 20%, são os cartões de bandeira, ou seja, próprios das lojas. O tradicional cheque foi perdendo espaço e atualmente é mais usado em cidades do Interior e para pagamento de prestadores de serviços. Os outros 20% dos consumidores preferem pagar à vista. O presidente da AGV, Vilson Noer, explica que essa mudança de comportamento do consumidor se deve muito à tecnologia, que permitiu que novas ferramentas fossem desenvolvidas neste segmento. “Há alguns anos, as compras eram feitas à vista ou com carnês. Atualmente, temos acesso a informações de forma ágil”, diz. Dados da Associação
Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) confirmam que não apenas os gaúchos, mas também os brasileiros estão apostando nos cartões de débito e crédito na hora das compras. O estudo mostra um movimento de R$ 1 trilhão no País nos últimos 12 meses (de abril de 2014 a março de 2015). Além disso, o valor transacionado pelos cartões no primeiro trimestre de 2015 indica um aumento de 10,6%, mostrando que essa forma de pagamento continua em expansão, mantendo a tendência de ser um dos setores que mais cresce dentro da economia brasileira. O balanço da Abecs indica que, no primeiro trimestre de 2015, em comparação ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de 11% no número de transações com o cartão de débito, enquanto as com cartões de crédito tiveram incremento de 8,1%, movimentando R$ 2,6 bilhões. Nos três estados da região
Sul, o valor movimentado com os dois tipos de cartões foi de R$ 32,2 bilhões, um incremento de 9,6%. A atual situação econômica, contudo, deve influenciar na tomada de crédito do consumidor este ano. Conforme pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e do portal Meu Bolso Feliz, 53% dos consumidores entrevistados diminuirão o número de compras parceladas em 2015. O estudo revela que 47% esperam uma situação pior em comparação com o ano passado, principalmente entre as classes A e B e pessoas com maior escolaridade. De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, essa impressão generalizada de que a economia está piorando é apenas reflexo da realidade. “A inflação cada vez mais alta, aliada às taxas de juros elevadas, faz com que os consumidores pisem no freio na hora de consumir”, diz. Por isso, Marcela alerta que fazer transações com o
AGV/DIVULGAÇÃO/JC
Vilson Noer ressalta novo comportamento do consumidor
valor dividido mantém a dívida e o comprometimento da renda por meses. “O melhor jeito encontrado pelos consumidores para evitar isso é a diminuição nas compras a prazo”, explica. Manter os gastos dentro do orçamento do mês pode não ser uma tarefa fácil, mas, de acordo com o economista e professor da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Osmar Carneiro, tudo começa com simples mudanças nos hábitos diários. Pequenas atitudes, como apagar a luz em ambientes em que não há necessidade e economizar água, por exemplo, já podem fazer diferença. Levar uma lista ao supermercado também evita compras de impulso que podem comprometer o valor final na hora do caixa. Outra dica importante de Carneiro em épocas de retração econômica é direcionar os gastos a itens de primeira necessidade, como alimentação e contas do mês, e postergar supérfluos. “Se puder comprar à vista, melhor, desde que isso não comprometa outros pagamentos”, orienta. Carneiro ainda destaca que é importante fugir de facilidades como o cartão de crédito e cheque especial, que possuem custos muito elevados, e procurar não depender da renda futura. “Muitos já estão com 13º salário comprometido”, comenta.
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FREDY VIEIRA/JC
TENDÊNCIAS
Vendas on-line em alta Em tempos de retração econômica, as vendas on-line e seus atrativos se tornam uma importante alternativa para alavancar os negócios no comércio. E os números mostram que o segmento vem se destacando cada vez mais. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), 3,3% das vendas no Brasil hoje são feitas pelo e-commerce. Em 2014, o setor movimentou R$ 39,9 bilhões, e a expectativa para este ano é de que o número chegue a R$ 49 bilhões. Se a resistência em comprar pela internet vem diminuindo, cabe agora a cada empresário utilizar das melhores plataformas e de bons preços para atrair os clientes. Entre as principais novidades para as vendas on-line, conforme o presidente da ABComm, Mauricio Salvador, está o omni channel, uma integração do canal digital com o físico, possibilitando ao cliente, por exemplo, comprar pela internet e retirar na loja física. Outra frente que vem crescendo é a união de várias lojas virtuais em um único site, os marketplaces. “Com isso, é possível ganhar performance nas campanhas de tração de tráfego para o site”, explica o presidente. A utilização de estratégias como e-mail marketing, redes sociais e ferramentas de CRM (sigla em inglês para a expressão Customer Relationship Management, que pode ser traduzida como Gestão de Relacionamento com
o Cliente) também são tecnologias que têm ajudado a aproximar os clientes do e-commerce e facilitado as negociações on-line. “Ferramentas de chat têm sido usadas com sucesso para ajudar na decisão de compra e aumentar a conversão”, diz Salvador. Conforme os dados da ABComm, as mulheres representam 55% do público que consome produtos pela internet. As estatísticas ainda mostram que os compradores possuem renda acima de R$ 3 mil e idade entre 24 e 49 anos. As regiões Sudeste e Sul representam 80% do faturamento. Apesar de um cenário econômico não muito otimista, o comércio eletrônico no Brasil deve crescer em torno de 20% em 2015, segundo a previsão do diretor de comunicação e marketing da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), Gerson Rolim. É mais do que os 10% previstos para o varejo tradicional. “A boa performance se deve, em parte, a datas promocionais, como Detonaweb e Black Friday, e à facilidade de comparação de preços na aquisição de produtos com melhor custo-benefício”, destaca. O diretor reitera que os serviços de atendimento ao consumidor (SAC) executados por web call centers em janelas de chat têm facilitado as negociações. “Este consultor de vendas virtual pode ser reativo, ativando-se quando chamado pelo consumidor. Todavia, alguns varejistas on-line também
Cuidado na hora da compra
Apesar da facilidade que a internet proporciona, é sempre importante estar atento para que as compras on-line sejam feitas de maneira segura e em sites de confiança. Conforme a ABComm, o melhor é verificar se a loja ou o produto possui muitas reclamações em sites como Reclame Aqui, Google e Facebook antes de completar transação. Desconfie também de produtos com descontos muito agressivos para pagamento em boleto e transferência e sempre mantenha um antivírus atualizado no computador. A camara-e.net também possui um guia de compras seguras para os internautas com dicas sobre como verificar a idoneidade do vendedor, checando no site da Receita Federal a situação cadastral da empresa. Também é importante verificar se a página principal da loja virtual traz
informações obrigatórias por lei, como CNPJ, Razão Social, endereço físico, telefone para contato e formas de contato eletrônicas, bem como se o site tem conexão segura nas etapas da compra em que são exigidos dados pessoais e financeiros do consumidor. Outra dica é utilizar ferramentas de comparação de preço para verificar se a oferta é válida. Em caso de transações feitas por meio de cartões de crédito ou débito, o cuidado deve ser ainda maior, para que informações da conta não sejam violadas. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), entre as medidas de segurança para esse tipo de compras, estão, por exemplo, sistemas de autenticação, que certificam que a operação está sendo feita pelo titular do cartão.
lançam mão desta ferramenta proativamente, quando, por exemplo, o usuário coloca um produto no carrinho de compras e demora mais do que o normal para fechar a compra”, explica. Outra ferramenta eficaz de SAC bastante utilizada no e-commerce, segundo Rolim, são as fanpages de marcas no Facebook. “Além de servir como um excelente canal de comunicação, ainda dá ampla transparência sobre o processo de atendimento aos clientes”, completa. Para o diretor, as vendas on-line são extremamente sensíveis aos preços. Dessa forma, o grupo relançou, este ano, a Detonaweb, campanha promocional como parte das comemorações dos 20 anos da internet comercial (www.detonaweb.com.br), que passa a ocorrer todo mês de abril, com descontos que chegam a 70%. Atualmente, os três segmentos que mais vendem pela internet, de acordo com a camara-e. net, são os de moda e acessórios (17%), cosméticos e perfumaria/ cuidados pessoais/saúde (15%) e eletrodomésticos (12%). No e-commerce geral, as classes A e B representam a maior parte do público consumidor, com 49% em 2014. As classes C e D, 44%. Já no mobile commerce (m-commerce), as chamadas compras por dispositivos móveis (tablets e smarphones), as classes A e B são as que mais compram, com 62% de participação, enquanto as classes C e D possuem 27%.
Clientes podem comprar pela internet e retirar na loja física
Comerciantes apostam as fichas no virtual GABRIELA LOEBLEIN/DIVULGAÇÃO/JC
Loja on-line foi o primeiro canal de venda do negócio de Cristiane Iserhard
Se o e-commerce é hoje uma ferramenta importante para qualquer tipo de comércio, para marcas que estão ingressando no mercado é essencial, proporcionando uma boa visibilidade mais rapidamente. Cristiane Iserhard, proprietária da Donna Brasiliana, marca de roupas femininas que inaugurou seu showroom em Porto Alegre no último mês, destaca que a loja on-line foi o primeiro canal de venda disponibilizado pelo grupo. “Foi a primeira coisa que nos preocupamos em fazer. É nosso principal foco e queremos investir cada vez mais”, conta ela, que também é diretora comercial de uma empresa prestadora de serviços de TI (tecnologia da informação). A loja on-line, também presente no Facebook, tem conquistado o retorno esperado. “Temos
vendas diárias para várias regiões do Brasil. Faz com que sejamos presentes e também tenhamos a divulgação da marca por meio da internet”, comenta a proprietária, destacando que já foram comercializados produtos para os estados do Mato Grosso e Espírito Santo. Para Cristiane, alguns pontos auxiliam na opção do consumidor pela compra on-line, como já ter uma experiência com o produto da marca e uma boa política de troca. “É importante que o consumidor se sinta confortável. Caso não goste (do que recebeu) ou queira trocar, é importante que esse processo seja tranquilo”, destaca. A empresária aposta no crescimento do setor e cita como exemplo as gerações mais novas, que costumam fazer grande parte das compras pela internet. “Em breve, tudo será assim”, prevê.
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FRANQUIAS
Confiança nos negócios reflete em novos empregos Por trabalhar com marcas conhecidas, negócios já testados e possuir baixo risco para investidores, o franschising é atrativo e confiável para o empreendedor. Em 2014, o setor cresceu 7,7% em faturamento no País (R$ 127,3 bi), segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), e refletiu no número de empregos gerados, que subiu 6,5%, totalizando 1.096.859 vagas. Para 2015, o mercado no País estima crescer entre 7,5% e 9,0%, com o número de marcas aumentando em 8% e o de novas unidades entre 9% e 10%. De acordo com a diretora regional da ABF, Fabiana Estrela, cada franquia gera pelo menos cinco empregos. A região Sul é vista como uma das mais promissoras, tendo o Estado registrado 8,7% no crescimento do número de redes e 14,3% no número de unidades em
2014. “O franchising transmite mais confiança, por trabalhar com marcas já aceitas”, aponta a dirigente. A conveniência de ter uma empresa já consolidada por trás do negócio, com acompanhamento e baixo risco de fechamento (3,7% de franquias foram encerradas em 2014), além da facilidade de implantação em qualquer cidade, colaboram para o crescimento do franchising e da interiorização do modelo. No primeiro trimestre de 2015, o setor avançou 9,2% no faturamento (R$ 31,3 bilhões) em relação ao mesmo período do ano passado em todo o País. No Rio Grande do Sul, faturou mais de R$ 3 bilhões em 2014, com destaque para os segmentos de negócios, serviços e outros e o de esporte, saúde, beleza e lazer, e empregou mais de 32 mil gaúchos. Para que as operações sejam
bem-sucedidas, a executiva da ABF aponta como fundamentais a pesquisa e a avaliação do negócio, não levando em conta apenas a afinidade com o produto, mas também as dificuldades de gestão e o relacionamento com o franqueador. “Não há 100% de autonomia no negócio, por isso a boa interação com o franqueador é essencial, assim como a capacidade de inovar, planejar e formar equipe”, completa. Presidente da SMZTO Holding de Franquias e conselheiro da ABF, José Carlos Semenzato destaca que a franquia é um tipo de negócio no qual diminuem as dificuldades. “É muito mais fácil do que estabelecer uma nova marca. Basta aplicar os manuais de instalação, recebendo todo o treinamento do franqueador, que as dificuldades diminuem bastante”, comenta.
Estoque on-line permite foco exclusivo na venda Apoiado na consolidação do comércio eletrônico, o modelo de franquias que funciona também no e-commerce, agregado aos pontos de venda ou com foco exclusivo no mundo virtual, também tem obtido lugar no mercado. Com menor valor de investimento e necessidade reduzida de funcionários, a facilidade da franquia on-line começará a ser testada pela Oppa, marca de design de móveis e acessórios para casa, a partir de julho. A franquia já está sendo negociada com 15 interessados e funcionará nos mesmos moldes dos showrooms da marca, originária do mercado on-line, que expandiu sua atuação para sete lojas físicas no País
(três em São Paulo, três no Rio de Janeiro e uma em Brasília) e volta a focar na internet. Segundo Luis Carmagnani, CFO e diretor de expansão da empresa, o modelo prevê um investimento de R$ 320 mil, considerado de baixo custo para implantação, com retorno entre 24 e 30 meses. “O franqueado terá acesso a 100% do estoque da Oppa, sem precisar de nenhum estoque. É uma franquia sem necessidade de capital de giro, já que o franqueado terá apenas um mostruário no showroom, incluso no valor do investimento, não necessitando comprar para revender e tendo a venda como única preocupação”, explica. OPPA/DIVULGAÇÃO/JC
RETRATO DAS DAS FRANQUIAS FRANQUIAS NO NO BRASIL BRASILEM EM2014 2014 Faturamento: R$ 127,331 bilhões Unidades: 125.641 Marcas: 2.942 Empregos diretos: 1.096.859
Principais segmentos: Comunicação, Informática e Eletrônicos; Alimentação; Esportes, Saúde, Beleza e Lazer
* FONTE: ABF
Oppa aposta em modelo que dispensa capital de giro RABUSCH/DIVULGAÇÃO/JC
Rabusch aumenta unidades franqueadas
Dedicação e disposição potencializam o varejo Com 28 anos de atuação no mercado de moda feminina, a Rabusch aposta, há quatro anos, no potencial do franchising para expandir o negócio para o Interior e quatro capitais, onde instalou seis das 21 franquias em operação. As lojas geram em torno de 100 empregos diretos e colaboram para consolidar a marca. Diretor-presidente da empresa, Alcides Debus iniciou como
franqueador em 2011, com a venda de uma loja própria na rua 24 de Outubro, na Capital. De lá para cá, o modelo só prosperou e, além de lojas no Rio Grande do Sul, a marca instalou duas em Natal, duas em São Paulo, uma em Brasília e uma em Florianópolis. O investimento de uma loja pronta e com estoque fica na faixa de R$ 400 mil, com retorno estimado entre 24 e 36 meses.
No ano passado, a rede aumentou de 13 para 20 unidades franqueadas, inaugurou mais uma em 2015 e deverá encerrar o ano com um total de 28 franquias. Os segredos para manter a marca atrativa e fortalecer as franquias são, segundo Debus, dedicação e disposição. “No varejo, o dinheiro não vem fácil. Tem de estar todo o dia com a barriga no balcão”, comenta.
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SUPERMERCADOS
Pesquisa de preços e itens mais baratos garantem movimentação No ano passado, o setor supermercadista do Estado registrou crescimento de 3,44% em comparação com 2013, superando a média nacional, que ficou em 1,8%. O resultado não surpreendeu a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) nem as redes, que creditam o índice aos hábitos de consumo dos gaúchos. O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, destaca algumas peculiaridades do comportamento dos clientes, como maior número de visitas mensais ao supermercados, além de hábitos incentivados pela maior definição das estações do ano e farta produção de alimentos. “Esses aspectos levam o consumidor ao super e proporcionam atingir um número maior deles, que têm poder de compra e gostam da diversidade dos produtos”, comenta o dirigente. Diante desse quadro, todas as 4,4 mil lojas, pequenas, médias e grandes, cresceram em 2014, ajudando a consolidar o setor, que movimentou, no Estado, R$ 24,1 bilhões (9,84% a mais do que em 2013) e gerou 93,6 mil empregos. Pelo quinto ano consecutivo, foram as empresas de porte médio – com faturamento de R$ 20 milhões a R$ 100 milhões por ano – que mais cresceram, em função da maior capacidade de investimento e ligação com as comunidades, segundo o Ranking Agas 2014.
LARRY SILVA/DIVULGAÇÃO/JC
Consumidores economizam e comparam mais os valores nos pontos de venda
Para 2015, a expectativa dos supermercadistas é atingir um crescimento de 1,5%. Nas gôndolas, os efeitos da instabilidade econômica foram notados neste primeiro semestre através do comportamento dos clientes, que migraram de marcas e passaram a substituir produtos e até revezar itens, em média 4%
mais caros. Como consequência, a compra média caiu de R$ 41,97, em 2013, para R$ 40,49 no ano passado. “Os consumidores estão preocupados em economizar, o que fez aumentar a pesquisa nos pontos de venda, facilitadas pelo autosserviço”, diz Longo. Para driblar a crise, as empresas apostam na redução das
ineficiências, retendo equipes e não perdendo oportunidades de venda. Para isso, seguem apostando na qualificação e otimização das lojas e não temem investimentos em construção ou reformas. Segundo o ranking, 31% dos supermercados gaúchos pretendem fazer algum tipo de obra em 2015.
Redes valorizam atuação no Estado Para as redes internacionais Carrefour e Wallmart, a presença no mercado gaúcho continua merecendo destaque. A francesa Carrefour enfatiza que o Estado tem papel relevante nas operações do grupo no País e que, por conta disso, busca “contribuir para a geração de empregos, renda e aquecimento da economia local”. São 13 lojas em funcionamento, com estrutura operacional preparada para abastecer diferentes públicos. Já o grupo Walmart mantém 117 unidades no Estado, em 48 cidades, com nove bandeiras, como Big, Nacional, Todo Dia, Sam’s e Maxxi. Com faturamento, em 2014, de R$ 29,6 bilhões no País, onde opera com 545 unidades e 74,7 mil funcionários, a rede garantiu crescimento com a campanha “Preço Baixo Todo Dia”, lançada em 2011. A iniciativa envolve desde a renegociação com fornecedores até a redefinição de sortimento das lojas e da maneira de atender e expor produtos. Também busca “preços estáveis e mais baixos que a concorrência, por períodos mais longos”.
Grupos adequam serviços às mudanças comportamentais dos clientes
Em ascensão no Estado, as redes Asun, Rissul e Unisuper obtiveram crescimento no ano passado e estão adequando seus negócios ao consumidor, que aposta em pesquisa de preço, descontos e marcas mais baratas, passando a comprar menos, porém com mais frequência e priorizando a cesta básica. De acordo com o diretor do Asun, Antônio Ortiz, a rede cresceu 12% ano passado. Oriunda do Litoral Norte, onde estão nove das 20 unidades, mantém sete lojas na Capital e o restante na Grande Porto Alegre. O atual momento das vendas reflete as mudanças no comportamento dos consumidores, que optam por itens sazonais e mais acessíveis. “O cliente deixou de comprar produtos caros e visita a loja com maior frequência, fazendo compras menores”, afirma. Para driblar a crise, a rede aposta em preços competitivos e combate ao desperdício, economizando em embalagens e energia e investindo em
ANTONIO PAZ/JC
Cliente visita loja com maior frequência, para compras menores, diz Ortiz
treinamento das equipes. No grupo Rissul, segundo o superintendente de varejo José Leandro Assis, houve “crescimento real acima da média do mercado e substancial nas vendas totais em
2014”, motivado pela loja do Shopping Gravataí, inaugurada no final de 2013. Com 41 unidades em mais de 20 cidades, cinco na Capital, a rede tem registrado aumento de clientes e aposta em um segundo semestre
mais aquecido. Para adequar-se ao cenário atual, investe em treinamento de equipe e economia de energia e despesas operacionais. “Conseguimos manter competitividade sem perder rentabilidade. Parcerias com fornecedores e desenvolvimento de produtos têm ajudado na conquista de novos clientes”, revela Assis. Já na Rede Unisuper, que possui 44 lojas no Estado – nove em Porto Alegre –, o aumento das vendas foi de 14% em 2014. Neste primeiro semestre, os clientes têm dado prioridade a produtos da cesta básica e marcas baratas, fazendo pesquisa e procurando descontos, segundo o diretor comercial e de marketing Sandro Formenton. “Isso reflete na Rede, pois grande parte do nosso público é desprovido de recursos, mas fiel à nossa marca e em busca de melhor preço”, diz. Para minimizar os efeitos da crise, o grupo negocia produtos de alto giro com fornecedores para repassar preços mais convidativos.
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SHOPPING CENTER
Estabelecimentos se consolidam como centros de convivência e lazer Com mais de 95 mil lojas espalhadas por 527 shopping centers em todo o País, o mercado emprega 979 mil pessoas e faturou R$ 142,28 bilhões no ano passado, crescimento de 9% em relação a 2013. Para 2015, a previsão da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) é de que sejam inaugurados 19 novos centros de compras, confirmando a evolução do conceito dos estabelecimentos, que há muito deixaram de ser apenas locais dedicados ao consumo e se consolidaram como verdadeiros centros de convivência e lazer. As mudanças levaram aos shoppings um fluxo maior de visitantes – cerca de 430 milhões de pessoas por mês em 2014 – e aumentaram também a intenção de compra, potencializada a partir dos novos segmentos oferecidos na mesma área, como academias, praças de alimentação variadas
e serviços diversos, somados a ambientes climatizados e seguros. “O mercado vem em um crescente nos últimos 10 anos, o que acontece é uma consolidação do shopping, com períodos de inaugurações e lançamentos previstos, o que mostra que o empreendedor segue acreditando nesse mercado”, comenta o coordenador estadual da Abrasce, Marco Aurélio Jardim. No Rio Grande do Sul, 37 shopping centers operam atualmente, sendo 16 em Porto Alegre, e seis novos deverão ser inaugurados até 2017, para incrementar as cerca de 45 mil vagas de trabalho geradas, mais da metade delas concentradas na Capital. Para 2015, a previsão da associação é de que o setor cresça em torno de 8,5% no Brasil. Diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop),
Criatividade para gerar novas experiências no BarraShoppingSul Com fluxo de público de mais de um milhão de pessoas por mês, o BarraShoppingSul opera com 240 lojas e teve crescimento de 9% em 2014 em relação a 2013, resultado considerado muito bom pela administração, principalmente por não ter impactado negativamente com a realização da Copa do Mundo e das eleições. Para enfrentar a instabilidade econômica do início deste ano, o shopping se preparou desde o final de 2014 e apostou na criatividade para gerar promoções maiores, eventos diferenciados e JONATHAN HECKLER/JC oferecer mais experiências de entretenimento e lazer aos visitantes. “Aproveitamos o momento para gerar opções diferentes, como exposições culturais e eventos que reúnam toda a família, como o espaço para food trucks no estacionamento, no início do ano, o Festival de Sabores, no final de junho, e a exposições de dragões, que será lançada em julho”, diz a gerente de marketing do shopping, Tânia Tânia destaca exposições Nascimento. culturais e eventos O empreendimento também investiu em novas operações nas áreas de moda feminina, calçados e de produtos naturais e inaugurou a expansão da praça de alimentação e, mais recentemente, dois novos restaurantes que vêm fazendo sucesso entre a clientela do Barra.
Luis Augusto Ildefonso da Silva destaca que, para o lojista, no entanto, 2014 foi de aumento na vacância de lojas em shoppings, por conta da oferta maior do que o mercado pôde absorver e do retardo de alguns investimentos e inaugurações. “As incorporadoras atrasaram projetos, em função das projeções econômicas, lojistas reduziram inaugurações e os empreendimentos se lançaram com até 60% de lojas a menos do que o previsto”, afirma. Para se adequar a esse momento, a saída do lojista foi diminuir custos, como os condominiais. “O lojista e o empresário do varejo são verdadeiros artistas, para driblar a crise têm de apostar em promoções, novos layouts de lojas, meios de atrair fluxo de pessoas e de ter retornos melhores em um momento incerto”, aponta Silva.
Praia de Belas foca em gastronomia e eventos A conclusão da expansão do terceiro piso do Praia de Belas, no final de 2013, repercutiu positivamente em 2014, com incremento de 18,5% nas vendas. O resultado refletiu a abertura de mais de 45 lojas no andar e levou 12,8% a mais de público para o empreendimento, onde circulam cerca de 30 mil pessoas por dia. “Foi um crescimento muito significativo, o dinheiro circulou dentro do shopping”, revela o SÉRGIO SOUZA/DIVULGAÇÃO/JC
Ampliação permitiu incremento de 18,5% nas vendas, diz Torres
Praticidade dos serviços é diferencial do Lindóia Com foco diferenciado entre os shoppings da Capital, o Lindóia destaca-se por ser um centro de compras de bairro localizado na zona Norte e voltado mais à conveniência e praticiFREDY VIEIRA/JC dade dos serviços oferecidos do que ao atrativo comercial em si. Operando desde 1994, tem 84 lojas em quatro andares e recebe cerca de 18 mil visitantes diariamente, entre moradores e trabalhadores da região. De acordo com o gerente-geral Fábio Irigoite, as vendas em 2014 ficaram em patamares Irigoite diz que local atrai semelhantes aos do ano 18 mil visitantes por dia anterior e o que se viu ao longo deste primeiro semestre do ano foi um receio muito grande do consumidor em gastar. “Não houve dinheiro a mais circulando, mas temos motivado o público a comprar, usar o crédito de forma coerente e a gastar com responsabilidade”, explica. Por já estar enraizado no dia a dia de muitos clientes, o estabelecimento prioriza as relações de amizade com o público e investe na qualificação dos funcionários. “Nosso grande diferencial é o atendimento. Os funcionários conhecem os clientes pelo nome e isso faz toda a diferença”, comenta Irigoite.
gerente-geral Carlos Torres. Neste ano, os quatro primeiros meses foram de bons resultados e o faturamento cresceu 12,9% em relação ao mesmo quadrimestre de 2013. Já para driblar a leve queda nas vendas em maio, o shopping passou a investir em eventos que não estavam no planejamento, como a exposição itinerante sobre Anne Frank, em junho, eventos infantis e feiras, voltados a captar um público que não costumava visitar o shopping. Além disso, passou a oferecer estacionamento com preço único aos domingos e em dias de jogo no Beira-Rio. Outra estratégia que tem surpreendido positivamente são as novidades gastronômicas. Em seis meses, três estabelecimentos foram inaugurados e, até o final do ano, uma nova operação grande será lançada. “O shopping está criando um polo gastronômico bastante interessante e isso tem trazido mais gente para cá”, comemora Torres.
Total tem ações diferenciadas Concentrando o maior mix de lojas da Capital, 1.570 unidades, o Shopping Total recebe uma média de 850 mil pessoas por mês e registrou, no ano passado, crescimento de 7,41%. Com o acirramento da instabilidade econômica, o estabelecimento conseguiu manter o fluxo de visitantes no primeiro semestre deste ano, mas a assiduidade não refletiu efetivamente no aumento das vendas, como vem ocorrendo no varejo em geral. No MARCO QUINTANA/JC entanto, o superintendente do shopping, Eduardo Oltramari, aposta na aceleração do comércio a partir do segundo semestre para equilibrar a balança. “O cenário está mais retraído e o varejo não ficou incólume, mas conseguimos conviver de forma tranquila com as adversidades e focamos nas ações. O shopping é o último negócio a sentir a crise, mas o priOltramari aposta na meiro a reagir”, destaca. aceleração do comércio A reação no Total vem sendo fortalecida com a inauguração de cinco novas lojas, ações diferenciadas para o público, como feiras, festividades e bate-papos no shopping, além do lançamento de promoções que atraem clientes e favorecem os lojistas, como a campanha Ano Premiado, que distribui premiações todos os dias e meses e terá seu clímax no final do ano, com a entrega de um caminhão de produtos Tramontina.
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SHOPPING CENTER
Paseo Zona Sul é ponto de encontro
Desde sua instalação, há cinco anos, o Paseo Zona Sul se firmou como um centro de convivência da região. Muito mais do que um centro de compras formado por 45 lojas, o estabelecimento funciona como uma grande praça do bairro e recebe diariamente vizinhos com seus cachorros, bicicletas e famílias, que usufruem da área aberta e arborizada. Para manter-se como um espaço privado de uso público, o shopping investe forte na interação cultural e promove, ao longo do ano, ações voltadas à integração, como shows, cinema, CANOAS SHOPPING/DIVULGAÇÃO/JC
Haidée diz que espaço, criado há 17 anos, possui 230 lojas
teatro e feiras. Com um fluxo de cerca de 20 mil pessoas por mês, o Paseo registrou crescimento de 10% em movimentação no último ano e de 7,8% em faturamento e prepara a inauguração de seis novas operações. “Sentimos as dificuldades econômicas, como todos, e procuramos revertê-las na forma de eventos para atrair os consumidores. Assim, quebramos o ritmo racional do consumo e fazemos o cliente viver uma experiência feliz, não atrelada ao compromisso de compra, que acaba acontecendo naturalmente”, revela o assessor de marketing, Caco Birnfeld.
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Cliente prefere artigos de moda e eletrônicos, diz Elaine
Espaço funciona como uma grande praça, diz Birnfeld
Promoções atraem público para o Canoas Shopping Com 17 anos no mercado, o Canoas Shopping é o maior centro comercial fora da Capital. Com mais de 230 lojas e um volume de público estimado em um milhão de pessoas por mês, recebe consumidores de toda a Região Metropolitana, por conta de sua localização. No ano passado, registrou crescimento de 16,99% nas vendas e de 10% em faturamento. Neste primeiro semestre, apesar das dificuldades que os pólos industriais do entorno de Canoas passam, não houve reflexo negativo nas vendas, segundo a superintendente, Haidée Hofs. “Praticamente empatamos com o
Preço, rapidez e variedade são as apostas do Pop Center Inaugurado há seis anos para dar estabilidade, segurança e novas oportunidades aos vendedores ambulantes da Capital, o Pop Center se firma diariamente como um centro comercial popular. Prova disso é que, em 2014, o estabelecimento
JONATHAN HECKLER/JC
recebeu uma média mensal de 1,5 milhão de visitantes. A diretora do espaço, Elaine Deboni, destaca que o local atende a um público diverso, mas os consumidores jovens, com menos de 24 anos e oriundos da classe C são os mais assíduos. Entre as preferências dos consumidores estão os artigos de moda masculinos, femininos e equipamentos eletrônicos. “O nosso cliente procura preço, rapidez e variedade de produto. Estamos sempre incentivando os lojistas a se atualizar sobre tendências de moda para melhor atendê-lo”, diz a diretora. A administração estima crescimento nas vendas em 2014 e neste ano, pois lojas foram aumentadas, novas parcerias estabelecidas e produtos de melhor qualidade vêm sendo expostos.
mesmo período do ano passado, mas estamos fazendo por onde, e as coisas devem começar a melhorar”, comenta, referindo-se a ações promocionais priorizadas, como as que ofereceram um par de alianças no Dia dos Namorados e um carro no Dia das Mães, além de estacionamento grátis para quem almoça no shopping, todas voltadas a chamar público. Haidée destaca ainda que não existe crise no mercado de shopping, por ser um negócio administrado como um todo. “Isso nos permite tomar ações que repercutem em todas as operações e passar por esse período sem grandes dores”, conclui.
Rua da Praia Shopping comemora 25 anos Prestes a competar 25 anos, o Rua da Praia Shopping prepara, para este segundo semestre, uma grande campanha comemorativa para movimentar o mercado do Centro. Finalizando uma série de reformas iniciadas em 2013, a administração tem investido em melhorias na estrutura do shopping para, segundo o diretor-superintendente, Eduardo Isdra, “prepará-lo para os próximos 25 anos”. Com 90 lojas, o centro comercial tem o desafio de reter as pessoas que circulam pela área de segunda a sexta-feira e aposta em eventos culturais para atrair o público. “Por aqui, circula muita gente, e temos de trabalhar para esse público alternativo, que nos destingue no
mercado em relação aos outros shoppings”, afirma. Para atingir o objetivo, será trabalhado um calendários incorpado de eventos, fora as datas tradicionais, buscando atrações diferenciadas. “Temos de trabalhar estratégias fora do convencional e inchar nosso calendário para atrair o público e fazer do shopping um lugar de experiências”, comenta Isdra. Segundo ele, para driblar a instabilidade atual do mercado, a receita é sair do tradicional e apostar em novidades, como a Feira do Rock, exposição de bonecas e feira do livro infantil. Neste segundo semestre, também deverão ser inauguradas de três a cinco lojas de empreendedores do Interior. MARCELO G. RIBEIRO/JC
Calendário incorpado de eventos movimentará o Centro, destaca Isdra
ParkShoppingCanoas inaugura em 2017 Lançado no dia 18 de junho, o projeto do ParkShoppingCanoas, novo empreendimento do Grupo Multiplan no Estado, também responsável pelo BarraShoppingSul, promete a construção do “shopping mais moderno da região”, voltado ao público de Canoas, do Vale do Sinos e Região Metropolitana. Com estimativa de oferecer 250 lojas, o investimento está orçado em R$ 400 milhões e estima injetar cerca de R$ 600 milhões para Canoas. Com 63% de sua área bruta locável já negociada, segundo a incorporadora, o shopping já está em fase inicial de construção da estrutura e tem inauguração prevista para abril de 2017, com grandes âncoras confirmadas, além de restaurantes diferenciados. O empreendimento terá academia, pista de patinação no gelo permanente,
salas de cinema modernas e área de convivência cercada por opções gastronômicas. “Decidimos investir em Canoas por ser um importante município, uma área com grande demanda e poucas opções de consumo e lazer. Vamos construir um shopping que será muito mais do que um centro de compras, mas
um local onde as pessoas vão se encontrar e se divertir muito”, afirma o presidente do Grupo Multiplan, José Isaac Peres. O shopping está localizado junto ao parque Getúlio Vargas, no bairro Moinhos, ancorando um novo eixo de desenvolvimento da cidade, a 1,3 quilômetro da BR-116. STUDIO SANTOS/DIVULGAÇÃO/JC
Investimento deve movimentar a economia do município
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AGAS
FREDY VIEIRA/JC
Desenvolvimento com capacitação e parcerias A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) representa um dos setores mais expressivos da economia, responsável por 7,7% do PIB estadual em 2014. Nas várias ações promovidas ao longo do ano, envolve mais de 80 mil pessoas ligadas ao segmento com foco na capacitação de profissionais e na formação de parcerias que possibilitem o crescimento do varejo, do setor de distribuição e da indústria. “Propomos a participação de empresas supermercadistas dos mais diferentes portes e recantos do Estado, debatendo as dificuldades e buscando soluções”, afirma o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo. Segundo ele, o posicionamento político da entidade vai além do setor supermercadista. “Entendemos que sempre devemos fomentar o crescimento do Estado como um todo, não olhando apenas para o nosso umbigo, pois
nenhum desenvolvimento será sustentável se não abranger todos os setores", complementa Longo. A aposta na profissionalização e multiplicação de boas práticas está direcionada para os diversos níveis hierárquicos do setor. O corpo docente é composto por mais de 60 professores de temas que abordam desde o empacotamento até a gestão de supermercados. A entidade organiza palestras e dezenas de projetos, alguns deles pioneiros, em níveis gerenciais e operacionais. O projeto de qualificação, por exemplo, é outra parte importante da atuação. A escola itinerante percorre um município por semana com cursos de padaria, açougue, produção de cartazes e outros temas da rotina supermercadista. Em Porto Alegre e no Interior, ocorrem cursos para gerentes com encontros semanais e duração de seis meses. Atenta
às constantes mudanças e necessidades do mercado, a Agas promoveu, em 2014, um debate sobre redes sociais e o impacto das postagens de consumidores e de redes varejistas em meios como o Facebook, Instagram e Twitter. Especialistas no assunto foram convidados para conversar sobre limites e alcance dessas ferramentas na imagem e no resultado das empresas do segmento. Uma parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS) possibilitou a formação de três turmas do curso superior de Gestão em Supermercados, pioneiro no setor no País. O retorno foi tão positivo que está em andamento o processo de inscrições para a pós-graduação, também em parceria com a UCS. “As atividades são diárias. Não há um dia útil na semana em que não esteja ocorrendo um curso da Agas em algum ponto do Estado”, comemora o dirigente.
Longo defende a participação das empresas em eventos do setor
Em 2014, crescimento de 3,44% foi maior que a média nacional ANTONIO PAZ/JC
No Estado, setor faturou R$ 21,4 bilhões no ano passado
As vendas dos supermercados gaúchos cresceram 3,44% no ano passado, segundo o Ranking Agas. O índice superou a média nacional de desenvolvimento do setor, que foi de 1,8% no período, conforme a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em valores absolutos, os supermercados do Estado faturaram R$ 21,4 bilhões em 2014, incremento de 9,84% nas vendas em relação a 2013. Enquanto as 10 maiores companhias supermercadistas do Estado – que representam 54,3% do total - apresentaram queda de quase um ponto percentual na concentração de mercado, as de médio porte cresceram pelo quinto ano consecutivo. A explicação para o melhor desempenho é a capacidade maior de investimento e o apelo local destas empresas. “As empresas médias normalmente são identificadas historicamente com a sua cidade ou comunidade. São pontos de venda em que o consumidor se sente em casa”, afirma Longo. Outro destaque apresentado no estudo é a intenção de 31% dos supermercados gaúchos em fazer algum tipo de investimento em construção ou reforma de lojas neste ano. “O número é maior do que em 2014, quando um em cada quatro supermercadistas pretendia investir em melhorias ou inaugurações. Isto mostra que, mesmo em um cenário de instabilidade econômica, o varejista quer garantir a otimização dos seus pontos de venda
e investir”, diz o presidente. Na soma de seus investimentos, os supermercados ouvidos pela pesquisa deverão aportar pelo menos R$ 75,9 milhões em novas lojas e R$ 57,6 milhões em reformas durante 2015. O evento mais importante promovido pela entidade é a Expoagas. A maior feira do segmento do Cone Sul chega à sua 33ª edição reunindo fornecedores de produtos, equipamentos e serviços para supermercados e varejistas. "Em 2014, os expositores apresentaram mais de 800 lançamentos ao varejo, mostrando que a indústria está disposta a investir e acompanhar o crescimento dos outros setores da economia", afirma o presidente. A edição deste ano está confirmada para os dias 25, 26 e 27 de agosto na Fiergs, em Porto Alegre. No ano passado, a feira encerrou com 41 mil visitantes e volume recorde de negócios: R$ 369 milhões - uma venda média de R$ 1,07 milhão por empresa expositora. “Em momentos de instabilidade econômica, as empresas que mais se destacarão serão as que melhor aproveitarem oportunidades de diferenciação no mercado”, acredita Longo. Em sua opinião, a feira é uma vitrine para a indústria e uma oportunidade única para varejistas buscarem produtos, equipamentos e serviços com condições especiais de negociação. Durante o evento, os profissionais de gestão e operadores de lojas terão à disposição palestras e seminários que trazem novidades.
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CDL
Entidade dissemina o compartilhamento O varejo vive um momento em que terá que se reinventar. Não se trata apenas do pé no freio nas compras, nem de aumento da inflação e de custos de infraestrutura. Há uma mudança bem mais transformadora e profunda no horizonte. Esta revolução é entender quem é e como funciona o consumidor que está surgindo. Para se navegar tranquilamente por estas águas, é necessário ter em mente que esta geração que surge traz uma mudança de paradigma na forma de consumir. O verbo “ter” começa a ser substituído pelo “compartilhar”. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, (CDL), Gustavo Schifino, classifica como “um novo oceano” para ser navegado e prevê que os empresários que não entenderem isso terão dificuldades pela frente. “Existe uma revolução tecnológica nesta área do compartilhamento. Com certeza, o comportamento está diferente. O consumo agora será compartilhado”, acredita Schifino. Esta relação sob outra ótica com os bens de consumo faz com que os produtos e serviços buscados tenham que entrar neste contexto para ter sucesso. Segundo Schifino, diminui o consumo do que tem
menor utilidade prática, mas o dinheiro economizado de um lado será empregado em algo que o consumidor usufrua mais. Ele cita o aluguel de roupas de festas como um exemplo desta linha de pensamento. É melhor investir em uma peça que será mais aproveitada do que em algo que se vai usar poucas vezes. Ou mesmo o aplicativo Easy, no qual os usuários se beneficiam de caminhos já experimentados por outros. Para o empresário, a grande mudança é que o sentido de posse diminuiu, e isso é transformador na vida das pessoas. “É um erro pensar que vai haver uma diminuição do consumo. Vai ter um aumento do consumo com coisas que fazem mais sentido. É uma evolução”, comemora. A CDL Porto Alegre aposta na informação e no compartilhamento de boas práticas como uma forma de dar suporte a seus associados para esta nova realidade. Para mostrar como estes formatos funcionam, a entidade está organizando um evento em setembro, chamado Varejo na Era do Compartilhamento, no Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), que está sintonizado com esta tendência. Em novembro, tem mais, e desta vez o tema
MICHAEL PAZ/DIVULGAÇÃO/JC
Schifino acredita que não haverá diminuição do consumo, mas sim mudança de comportamento do consumidor
será o Capitalismo Consciente. “Estas são algumas das iniciativas na área de inovação. A CDL, enquanto associação, é a essência do compartilhamento. Captamos a informação e a compartilhamos na
mesma velocidade”, garante o presidente, que ainda acrescenta: “como não somos uma sociedade em que o empresário não é obrigada a fazer parte, temos que ser muito efetivos em nosso trabalho”, diz.
Informação de especialistas como base na tomada de decisões O segundo semestre deste ano deve apresentar um crescimento das vendas do comércio. A notícia que em princípio parece positiva não traduz um bom cenário, pois, na base comparativa, mesmo período do ano passado, houve uma queda de 20% nas vendas, reflexo do momento pós-Copa.
“Os números devem ficar um pouco acima da inflação, mesmo assim, não devemos repetir o segundo semestre de 2013”, diz o presidente da CDL, Gustavo Schifino. De acordo com ele, o desempenho agora estará atrelado à inovação e a buscar novos nichos de mercado para
se desenvolver. Para auxiliar os associados da entidade a entenderem como agir neste momento, a CDL promoveu o evento Zoom – Vencendo a Crise, em maio. Segundo o presidente, a ideia foi trazer economistas para fazer uma análise do contexto econômico para que os lojistas consigam tomar MICHAEL PAZ/DIVULGAÇÃO/JC
Serrentino participou do evento Zomm - Vencendo a Crise, promovido pela CDL
decisões baseadas em informações de especialistas. “A tendência é que as coisas sejam cíclicas. Eu me preocupo com a confiança do empresário que está abalada. A fonte de riqueza efetiva é a produtividade das empresas. E se a confiança do consumidor está baixa é ainda mais baixa a confiança do empresário neste momento”, frisa Schifino. Em sua palestra, Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail Strategy, sugeriu que, para superar as adversidades, é preciso uma visão de futuro e investimento em segmentação e inovação. “É importante definir um posicionamento a longo prazo e em negócios multicanal. Porém, o imprescindível é pensar simples. As empresas de varejo que não pensam assim têm dificuldades. É fundamental ter clareza, posicionamento e propostas de valor para que possam executar um trabalho de maneira eficiente. Fazer o básico bem-feito. Isso é o que tem de ser entendido por todos”, finalizou. Para tornar mais transparente o valor pago dos impostos em cada produto, a CDL
pretende instalar, no Centro da cidade, um “Impostômetro”. O equipamento deve estar pronto no decorrer do segundo semestre e terá a parceria da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS). “A nossa proposta é que a sociedade tenha consciência do valor arrecadado e que possa escolher mais como este dinheiro público é gasto”, ressalta Gustavo Schifino. Ele ressalta que, neste ano, os brasileiros terão que trabalhar cinco meses completos para pagar todos os impostos destinados aos cofres públicos, totalizando 151 dias. “No total, teremos que trabalhar até junho para conseguir pagar os tributos e taxas obrigatórias”, diz Schifino. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o trabalhador brasileiro trabalha quase o dobro do que trabalhava nas décadas de 1970 e 1980 com esse objetivo, de saldar as contas. No ano 2000, eram cerca de 100 dias. Na Alemanha, são necessários 139 dias; na Bélgica, 140 dias; e na Hungria, 142 dias.
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FCDL
Tecnologia promete revolucionar a cobrança O número de inadimplentes no Estado cresceu 3,09% em abril em comparação com o mesmo período de 2014. O levantamento mensal feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostra que o Rio Grande do Sul está abaixo da média nacional, que ficou em 3,77%. Mesmo com um cenário um pouco mais favorável que o restante do País, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL/ RS) lançou uma ferramenta para facilitar a quitação de dívidas, permitindo que devedores possam “limpar o nome” de forma simples e anônima. O programa Quitação FCDL-RS entrou em operação no início de junho e promete revolucionar o sistema de cobrança do setor varejista gaúcho. A proposta é de que a tecnologia auxilie, agilize e dê mais autonomia às duas partes envolvidas, consumidores e empresas, no processo de negociação. "As pessoas não se tornam inadimplentes porque querem, mas sim porque algo
MARCELO MATUSIAK/DIVULGAÇÃO/JC
acontece em suas vidas. E para o comerciante, é melhor receber com um juro moderado do que não receber. A quitação com a consolidação on-line, digital e sem intermediários é benéfica para os dois lados", afirma o presidente da entidade, Vitor Augusto Koch. Segundo ele, a plataforma é um ambiente seguro no qual o devedor entra em contato diretamente com a empresa. Para isso, deve acessar o site www.quitacao.fcdl-rs.com.br e fazer uma oferta para quitar seu débito. Em menos de cinco segundos, o consumidor saberá se a proposta foi aceita ou não. Caso seja negada, terá mais duas chances para acertar as contas. Se todos os resultados forem negativos, terá como voltar a propor novos valores após sete dias. Caso desta vez a resposta seja sim, o pagamento poderá ser feito imediatamente via cartão ou boleto bancário. "Com a situação resolvida, o devedor receberá um aviso de que, em até cinco dias úteis, terá seu nome sem impedimentos
Koch aposta em um programa on-line de quitação de débitos, benéfico para consumidor e empresa
cadastrais", explica Koch. Por parte do lojista, a parte positiva é receber os débitos. O dirigente destaca que o empresário pode ainda oferecer acréscimos ou descontos para a quitação de acordo com o tempo de atraso, que varia de 30 a 540 dias. "Passamos por um momento econômico em que é importante receber", assinala o presidente. Todos os meses, o sistema disponibilizará uma lista das propostas feitas pelos clientes para que a empresa possa avaliar cada
uma delas e gerenciar o fluxo de seus recebíveis. O empresário Marcelo Ballona, cofundador do site submarino.com e parceiro da FCDL/RS na implantação da ação pioneira, conta que foram dois meses e meio de trabalho para desenvolver o software com todas as integrações de boleto e de cartão de crédito. "É um conceito importante, porque representa uma mudança para o mercado. O lojista poderá receber dentro de regras que ele irá estabelecer. A
cobrança ativa custa muito caro. Dependendo do tíquete médio, não vale a pena seguir o caminho com gastos de correspondência ou telemarketing”, diz Ballona. O empresário afirma que a plataforma do site Quitação é única no sentido de oferecer a possibilidade de o lojista escolher os critérios para o recebimento. Do ponto de vista do cliente, é uma chance de pagar as dívidas a qualquer hora do dia ou noite, na privacidade e conforto do lar.
MARCELO MATUSIAK/DIVULGAÇÃO/JC
Educação financeira é estratégia para evitar inadimplência Paralelo ao programa de quitação de débitos, a FCDL/RS aposta em uma ação para evitar que se chegue à inadimplência. Vitor Koch relata que está em fase de finalização uma cartilha que vai contar a história de um personagem que, em determinado momento, se vê em dificuldades e precisa aprender a se reorganizar financeiramente. “Queremos conscientizar o comerciante para a importância da recuperação e liberação do crédito", afirma o dirigente. Koch lembra ainda que, em muitas cidades pequenas do Interior, os comerciantes não têm uma política de concessão do crédito. O presidente afirma que o vendedor trabalha para alcançar metas e que, por isso, se esforça muito na sua atividade. O consumidor, no ímpeto de comprar, Vendedor pode orientar cliente para que a compra seja compatível com sua realidade
muitas vezes acaba assumindo uma dívida que não tem condições de pagar. “O vendedor tem que orientar para que a compra do seu cliente fique acessível para a sua realidade financeira", diz Koch. Se, por um lado, o número de inadimplentes do Rio Grande do Sul ficou abaixo da média nacional em abril deste ano, por outro o número de dívidas em atraso dos gaúchos cresceu, no mesmo período, 5,36%, acima da média do País, que chegou a 5,02%. “Chamamos a atenção dos lojistas para a importância de usar instrumentos de verificação de crédito, como o SPC. Devemos ter em mente que a massa salarial gaúcha vem registrando sustentabilidade, o que representa a manutenção do poder de compra da sociedade", completa.
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Debates focados na reforma tributária Com o objetivo de defender o setor terciário gaúcho, a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) foca sua atuação nos interesses dos empresários e profissionais que empreendem no Estado e trabalha com a missão de diminuir a burocracia e os regramentos excessivos, que tanto dificultam a expansão das atividades econômicas e do setor. Dessa forma, a instituição elegeu como bandeira para este ano a reforma tributária e vem tratando amplamente do tema em suas reuniões mensais, de diretoria, eventos pelo Interior e agendas com o poder público. Segundo o presidente do Sistema Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, a principal batalha é no sentido de criar no empresariado a cultura de que todos os temas que os afligem precisam ser enfrentados e que os recursos que saem do bolso do contribuinte devem ser revertidos em melhorias na infraestrutura e nos serviços oferecidos. “Por isso, temos focado na reforma tributária e nas dificuldades que a falta dela gera, mas precisamos ainda plantar no empresariado a semente de que ele também deve ser um agente político
nesse sentido”, comenta Bohn, reforçando que a entidade desenvolve um trabalho parlamentar muito fortecom esse objetivo. Com 112 sindicatos vinculados e mais de 570 mil empresas, a entidade representa um setor que gera cerca de 1,6 milhão de empregos formais e tem braços operacionais nos setores de comércio e serviços, por meio do Serviço Social do Comércio (Sesc/RS) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-RS), que integram o Sistema Fecomércio-RS. Ao analisar o comportamento desses setores em 2014, o presidente aponta que o quadro gerou preocupações nas áreas do varejo, hotelaria e turismo, que apresentaram reduções em relação a 2013, mas enfatiza que os resultados, agravados pelas quedas nas vendas do comércio, na gerção de emprego e no consumo das famílias, não fizeram com que os empresários desistissem de seus negócios. “O empreendedor vive de cenários negativos e positivos, já tivemos situações piores, e o comércio é o último a perceber a crise. Quando o cenário não é bom temos de ser eficientes, melhorar as gestões, gerenciar custos e buscar oportunidades, tirando o 's' da crise e
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Quando o cenário não é bom, deve-se melhorar as gestões e buscar oportunidades, diz Bohn
criando mais”, opina. Bonh destaca ainda que, por mais que algumas se prolonguem, as crises sempre acabam e, no caso do cenário atual, acredita que temos de comemorar o fato de que o ajuste está sendo feito. “Ainda é melhor com ele do que sem ele. Entretanto, vamos
pagar o preço mais adiante, com efeitos negativos de curto prazo sobre o emprego, o consumo e a produção. Por isso, faz-se necessária uma política de proximidade com clientes, de entendimento e atendimento de necessidades e de diálogo constantes, com pré-venda, venda e
pós-venda eficientes”, diz. Ele defende também a necessidade de o empreendedor manter um fluxo de caixa equilibrado, um alto controle de estoques e a permanente vigilância na eficiência de processos internos, como forma de minimizar os efeitos da crise.
Interiorização e aproximação com associados é essencial para o setor Desde que assumiu a presidência da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), em julho do ano passado, Luiz Carlos Bohn tem priorizado a interiorização da entidade e aproximado seus associados dos debate de temas fundamentais para o setor, como a reforma tributária. Assim, reúne empresários e dirigentes sindicais em reuniões do projeto Giro pelo Rio Grande, que aborda a complexidade da tributação brasileira e sua influência nos resultados e gestão dos negócios. Bonh revela que costuma destacar aos empresários associados que os temas que os afligem também afetam diretamente as necessidades da sociedade, como o retorno dos impostos que pagamos na forma de serviços públicos de qualidade e mais infraestrutura.
FECOMÉRCIO/DIVULGAÇÃO/JC
Novo Hamburgo sediou uma das edições do Giro pelo Rio Grande, para discutir tributos e negócios
“Temos de discutir a alta carga tributária, em contraponto com os baixos serviços que a população recebe”, diz o dirigente. O Giro pelo Rio Grande faz parte do calendário anual de
atividades da Fecomércio-RS e tem o objetivo de fortalecer a base de atuação do Sistema Fecomércio no Estado. As edições reúnem em média 250 pessoas nas cidades e já foram realizadas três no
ano até o final de junho. Segundo o presidente, o projeto percorrerá todas as regiões. Além desses encontros, Bohn tem dedicado sua gestão a ouvir os anseios e trocar experiências com os associados
do Interior e já visitou, em menos de um ano, 101 dos 112 sindicatos representados. “A interiorização tem de ser projeto principal da gestão, pois, acima de tudo, somos defensores do empresariado de todo o Sistema S e temos de estar onde ele está e ser demandados”, enfatiza. Outra meta dessa gestão é conseguir iniciar, até o final deste ano, a obra de construção da nova sede da Fecomércio-RS, que concentrará todo o Sistema S no bairro Anchieta e terá, na primeira fase da construção, 45 mil metros quadrados divididos entre um prédio administrativo e um centro de convivência. “Crescemos muito e realmente precisamos da sede, não é uma excentricidade. O prédio atual já tem 15 anos e não comporta mais o tamanho atual da Fecomércio-RS”, completa Bohn.
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FEDERASUL
Reformas política e tributária são prioridade Por ser uma instituição atenta às ações políticas e seus desdobramentos na economia, a Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) tem focado sua atuação deste ano no debate político. Representando cerca de 240 entidades, a Federação defende, segundo o presidente Ricardo Russowsky, “uma ampla e justa reforma política” no País e tem abordado amplamente o tema com seus associados. Os debates têm sido divididos entre os principais eventos da agenda da Federasul, como o tradicional encontro Tá na Mesa, nos diferentes Meetings promovidos e nas edições do Bom Dia Associado e envolvem palestrantes diretamente identificados com o tema. “Através de nossos eventos e até mesmo nas reuniões de diretoria, falamos sobre o assunto e as reformas que o País necessita para enfrentar os novos tempos”, aponta Russowsky. No ano passado, a bandeira da entidade foi a infraestrutura e as deficiências do Estado em atender adequadamente às demandas comerciais
e da agroindústria. O tema gerou grandes debates e valorizou as propostas para minimizar o problema, como as parcerias público privadas, concessões e até mesmo privatizações. “Acredito que trabalhamos bem com o tema escolhido, promovendo mesmo um grande debate sobre a infraestrutura que, na verdade, depende mais do caixa do governo do que de nosso desejo”, comenta o presidente. Diante do atual cenário de instabilidade econômica, a entidade adota posição favorável ao combate ao déficit público adotado pelo governo federal e acredita que a solução deste problema deverá melhorar as expectativas dos empresários e consumidores sobre o futuro da economia. No entanto, defende uma ampla reforma tributária, que tenha como objetivos principais a redução e simplificação da carga de tributos no País. “Pensamos que o governo não pode se preocupar apenas com o curto prazo. No entanto, sabemos da dificuldade política de uma reforma que tenha essa dimensão e defendemos ações pontuais nesse sentido”, explica Russowsky, destacando
a redução do número de tributos federais como a principal ação, permitindo criar um imposto sobre o valor agregado e substituir uma série de tributos. Em relação aos desdobramentos da crise e seu efeito no comércio gaúcho, o presidente Federasul demonstra preocupação. “Estamos observando uma forte tendência de queda do volume de vendas do comércio varejista gaúcho, que chegou a 4,3% em abril, no acumulado dos últimos 12 meses. Esse resultado está muito abaixo do verificado nesse mesmo período do ano passado, quando o crescimento atingia a 6%, mas está em sintonia com o País, onde se observa uma redução de 4,1% no volume de vendas no acumulado do ano”, diz. O dirigente destaca ainda que, desde 2006, o comércio gaúcho não apresentava um desempenho tão ruim e adota cautela ao falar do que o setor pode esperar deste ano. “As perspectivas não são animadoras, pois a tendência de elevação das taxas de juros, de restrição ao crédito, do aumento do desemprego e da estagnação da renda deverá provocar uma retração ainda
Federação discute as mudanças necessárias ao País, diz Russowky
maior nas vendas do comércio”, comenta. Para que o empresariado gaúcho consiga enfrentar esse período instável, Russowsky sugere foco no aumento da produtividade e na redução de custos, com investimentos na qualificação de seus colaboradores e eliminação de despesas supérfluas. “Só assim será possível superar a crise atual. Ao mesmo tempo, é preciso cobrar que o governo federal reduza o Custo-Brasil, que diminui dramaticamente a competitividade das empresas.
De nada adiantará o empresário fazer a lição de casa se continuarmos com a atual carga tributária, as péssimas condições de infraestrutura e uma legislação trabalhista arcaica”, defende. Outra alternativa elencada pelo presidente da Federasul é o governo apostar na desestatização, quer seja por meio de privatizações ou concessões de serviços públicos, o que atrairia recursos privados, compensando a escassez de investimentos públicos, e estimularia o crescimento econômico.
Tradicional Tá na Mesa adotou novo formato desde o início de 2015
Realizado tradicionalmente às quartas-feiras, desde 1993, a reunião-almoço Tá na Mesa é um dos eventos mais prestigiados dentre os promovidos pela Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) e, desde o início deste ano, funciona em novo formato. O encontro, que contribui para a difusão de ideias e debate de questões relevantes para o empresariado gaúcho, passa neste ano a ter 28 edições, reunindo palestrantes de renome nas áreas empresarial, política, social e cultural, que serão destacados em eventos direcionados. Assim, a entidade promove agora o Tá na Mesa Empresarial, com convidados do varejo, indústria e serviços, o Tá na Mesa Cultural, o Tá na Mesa Terceiro Setor e o Tá na Mesa Político, que inaugurou a nova fase dos encontros, em março, com palestra do governador José Ivo Sartori.
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Reunião-almoço, um dos eventos mais prestigiados da entidade, terá 28 edições em quatro diferentes áreas até o final do ano
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SEBRAE
Profissionalismo na hora de empreender No Rio Grande do Sul, 176 mil empresas foram constituídas em 2014, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e 53% dos empregos formais gerados foram por meio de pequenas e microempresas. Essa realidade comprova que o empreendedor gaúcho não se assutou com a instabilidade da economia e investiu em seus planos de negócios, com o objetivo de concretizar o sonho de se tornar seu próprio chefe. O apoio do Sebrae foi fundamental nesse sentido e, em 2014, foram investidos diretamente mais de R$ 75,2 milhões em pequenas e microempresas. Para este ano, a previsão é chegar a R$ 88,7 milhões e conseguir ampliar o assessoramento. “A instabilidade não reduziu nossos atendimentos, pelo contrário, no primeiro semestre de 2015, tivemos números superiores aos projetados. As pequenas e microempresas são a vida e a alma das cidades, e as últimas a sofrerem com a crise”, revela o diretor-superintendente do Sebrae-RS, Derly Fialho. O maior desafio para o empreendedor, segundo ele, tem sido manter o domínio e conhecimento profundos de todos os processos do negócio e, dessa forma, tornar-se competitivo. “Ele tem de conhecer muito o mercado, seu cliente, as práticas de gerenciamento e manter a produtividade alta”, aponta o dirigente.
FREDY VIEIRA/JC
Fialho revela que entidade superou projeções de atendimentos no primeiro semestre
Para Fialho, a palavra de ordem para quem quer empreender é profissionalismo, e os registros do Sebrae comprovam que os empreendedores estão melhor
preparados. Prova disso é que a mortalidade das empresas nos dois primeiros anos de funcionamento foi reduzida praticamente à metade nos últimos anos,
caindo de 50% para 27%. “O nível educacional do empreendedor evoluiu muito, ele tem maior percepção dos riscos, é mais cuidadoso para empreender e se organiza e planeja muito, o que faz com que tenha mais êxito”, comenta. Dos projetos que o Sebrae vem desenvolvendo, por meio de suas 10 regionais, o diretor destaca o RedeSim (Rede Nacional para Simplificação do Registro e Legalização de Empresas e Negócios), já implementado em Esteio e Garibaldi e que deverá ser estendido aos principais municípios até o final de 2016. A ação é uma parceria do Sebrae e da Junta Comercial, com o objetivo de simplificar e desburocratizar o registro e legalização de empresas. A entrega dos documentos se dará em um único local, a Junta Comercial da cidade, evitando que o empresário percorra vários órgãos e dando agilidade à abertura da empresa. “Com isso, o registro vai poder sair em cinco dias. Antes, levava em média 105 dias”, explica. Outras realizações da entidade são o projeto Educação Empreendedora, que será desenvolvido em 2016, em parceria com escolas públicas, para fomentar a cultura empreendedora; e os encontros regionais, que têm levado o Sebrae ao Interior, desde maio, para ouvir lideranças sobre as necessidades e potencialidades de cada região e, assim, conseguir desenvolver ações específicas para cada uma delas.
Comércio e serviços geraram mais de 2,4 mil postos de trabalho
Diretamente para os gaúchos que querem empreender nas áreas de serviço e comércio, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) prioriza quatro segmentos: gastronomia, beleza e estética, moda e materiais de construção. Para atender a esses ramos, que geraram mais de 8 mil projetos continuados, foram investidos cerca de R$ 16 milhões no ano passado. De acordo com o gerente do setorial de Comércio e Serviços do Sebrae-RS, Fábio Krieger, houve crescimento no número de atendimentos realizados e na procura por cursos, o que fez com que a entidade reestruturasse essa área, reduzindo o número de cursos oferecidos para facilitar os processos. “Os empresários querem mais treinamentos efetivos, porém mais curtos e rápidos”, comenta. Somente em 2014, segundo ele, as empresas apoiadas geraram mais de 2,4 mil postos de trabalho, um crescimento duas vezes maior do que o da geração de ofertas de trabalho do
mercado gaúcho em geral. “Isso porque nossas empresas conseguem ter gestões melhores, funcionários mais envolvidos e com salários maiores, o que retroalimenta a cadeia. O resultado disso é que 75% das empresas conseguiram implementar controles gerencias, e 53% delas aumentaram em 10% os faturamentos”, revela Krieger. Das iniciativas mais procuradas pelos empreendedores, ele destaca os Projetos Coletivos, que envolvem atividades e capacitação para estimular a sustentabilidade e a expansão das empresas; e o Negócio a Negócio, em que agentes do Sebrae batem de porta em porta nas cidades para identificar empresas e ensinar noções básicas de gestão. Esse projeto tem parceria de universidades e permite ao Sebrae ampliar sua atuação e levar expertise ao empresário, que acaba optando por se capacitar. Para este ano, a meta é conseguir atender a mais de 10 mil empresas, ampliando o foco também para as áreas do turismo e redes de cooperação, o
que deverá resultar em um investimento de R$ 22 milhões. “Queremos ampliar a atuação das redes de cooperação e mostrar que o associativismo é uma boa forma de os pequenos
competirem por preço e promoverem diferenciação pelo atendimento”, explica o gerente. Outro plano do Sebrae-RS é estruturar projetos nas áreas de franquias, que crescem acima
do mercado, além de descentralizar, pela primeira vez, o Salão do Empreendedor, que será realizado na cidade de Erechim, em novembro, para fomentar o empreendedorismo da região. MARCO QUINTANA/JC
Para o gerente Fábio Krieger, resultado de 2014 comprova aprimoramento nas gestões
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SENAC
SENAC/DIVULGAÇÃO/JC
Sete milhões de gaúchos beneficiados com educação profissional Com 69 anos de atuação, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) é uma instituição de educação profissional que tem como premissa o desenvolvimento do setor terciário. No Rio Grande do Sul, já capacitou aproximadamente 7 milhões de gaúchos através da oferta de educação em todos os níveis – do Menor Aprendiz à Pós-Graduação. Atualmente, a entidade conta com duas faculdades - Faculdade Senac Porto Alegre e Faculdade de Tecnologia Senac Pelotas -, além de 41 escolas de educação profissional distribuídas pelo Estado e 20 Balcões Sesc/Senac, mais de 60 postos de atendimento que possibilitam ao Senac-RS atender todos os 497 municípios gaúchos. Muito antes de se falar em
responsabilidade social, o Senac já exercia, na prática, a inclusão social, ao preparar menores aprendizes para o mundo do trabalho. Mais do que ser a sua razão de existir, o projeto Menor Aprendiz é a prova da importância e contribuição da instituição para a educação profissional brasileira. Vinculados ao programa Jovem Aprendiz, os cursos de Aprendizagem Comercial oferecidos gratuitamente envolvem os alunos em atividades teóricas e práticas, realizadas em empresas parceiras. Nessa linha, a entidade também oferece cursos por meio do Programa Senac de Gratuidade: Cursos de Aprendizagem, Cursos de Qualificação e Aperfeiçoamento, Cursos de Qualificação
Oferta de cursos de capacitação no Estado vai do Menor Aprendiz à Pós-Graduação
Técnica e Cursos Técnicos de Nível Médio, sem ônus para os alunos, totalizando mais de 20 mil atendimentos gratuitos nas unidades educacionais do Estado. Referência em ensino técnico, a instituição tem um aumento constante na procura de cursos nesse nível de ensino. O presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, destaca que os cursos técnicos ofertados formam profissionais identificados com o mercado de trabalho. Além disso,
as qualificações técnicas adquiridas durante os cursos já possibilitam o ingresso no mercado de trabalho antes mesmo da conclusão da qualificação. “Atualmente, 84% dos nossos alunos, após a conclusão dos cursos técnicos, já estão inseridos no mercado de trabalho”, diz. O Senac-RS possui ainda vários cursos técnicos ofertados também na modalidade a distância, que buscam atender a um determinado perfil de estudante, alinhado com a rapidez e exigência
do mercado. A oferta desses cursos possibilita que o Senac leve capacitação profissional a um número maior de pessoas, de forma rápida e acessível. Bohn afirma ainda que, neste ano, foi registrado um aumento de 60% na procura dos cursos a distância.“Em momentos econômicos mais difíceis, muitas pessoas optam por se capacitarem para enfrentar novos desafios no mundo do trabalho. Capacitar-se é, sem dúvida, a melhor opção para estar apto a melhores oportunidades", diz.
Comprometimento pela busca constante da excelência em gestão
Pensando na melhoria contínua dos ambientes de ensino, o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, afirma que foram realizadas ampliações em diversas unidades durante o primeiro semestre de 2015, como as escolas Senac de Camaquã, Erechim, Santa Cruz do Sul, Torres e Viamão, além do Balcão de atendimento
Sesc/Senac de Balneário Pinhal. A mais recente, em 8 de julho, beneficiou o Senac São Leopoldo, que ganhou um ambiente de aprendizagem moderno e alinhado às demandas do mercado de trabalho. O presidente ressalta ainda a realização do “Fórum Senac Empresas”, que auxilia na criação dos Centros de Referência
do Senac-RS nas áreas de Saúde e Informática. Os encontros do Fórum, que contam com especialistas em educação profissional, representante de empresas públicas e privadas e sindicatos do setor, irão identificar as demandas prioritárias das organizações, a fim de capacitar, ainda mais, os alunos para atender às reais necessidades de mercado. SENAC/DIVULGAÇÃO/JC
Entidade forma estudantes em duas universidades e 41 escolas distribuídas pelo Rio Grande do Sul
Sobre a busca pela excelência e melhoria no processo de gestão, que tem sido um compromisso do setor terciário gaúcho, o Sistema Fecomércio-RS/Sesc/ Senac comemora a conquista de 22 distinções obtidas no Prêmio Qualidade RS 2015 e que são divididas nas categorias Troféu Ouro, Troféu Prata e Troféu Bronze. A premiação é um reconhecimento às organizações que mais se destacaram na busca pela melhoria contínua do seu sistema de gestão. Criado pelo PGQP em 1996 para incentivar as organizações gaúchas que se destacam em relação à melhoria da gestão pela Qualidade, o prêmio é um instrumento de reconhecimento às organizações que demonstram, em avaliações especializadas, um modelo de gestão em sintonia com os critérios do Sistema de Avaliação adotado pelo PGQP. Segundo Bohn, os resultados alcançados neste ano demonstram o grau de comprometimento de todo o Sistema pela busca constante da excelência em gestão e processos. “Temos o compromisso de assegurar às empresas do setor terciário as melhores condições para gerar resultados sustentáveis, e as distinções recebidas mostram que estamos no caminho certo”, comemora.
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SESC
Superação de metas e relacionamento com público ampliado
Qualidade de vida com ações de esporte e lazer CLAUDIO ETGES/DIVULGAÇÃO/JC
Bohn destaca ênfase à programação cultural, como o Festival Palco Giratório, realizado em maio
P
resente nas 497 cidades gaúchas, o Serviço Social do Comércio (Sesc/ RS) prestou em 2014 mais de 89 milhões de atendimentos, voltados a promover o bem-estar dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e da comunidade em geral, nas áreas da saúde, educação, cultura, esporte e lazer. Com 43 unidades físicas em operação no Estado, além das móveis, voltadas às àreas da saúde e cultura, a entidade superou as metas etabelecidas de atendimentos e foi apontada como a terceira melhor empresa para se trabalhar no Rio Grande do Sul, segundo pesquisa do Great Place to Work 2014. O reconhecimento e êxito alcançados, segundo o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/ Senac, Luiz Carlos Bohn, são resultado da excelência dos serviços prestados, do engajamento da equipe de colaboradores e da adoção de ferramentas modernas de gestão. “Os resultados obtidos nos últimos anos evidenciam a importância da implantação dos conceitos de qualidade,
que hoje estão inseridos no dia a dia da organização. Além dos resultados tangíveis, podemos destacar os intangíveis, o nosso capital intelectual ativo e inovador”, aponta. Ao longo do ano passado e no primeiro semestre de 2015, a entidade deu continuidade a ações do Esporte Sesc – Praticar Faz Bem, aprimorou a atuação do Arte Sesc – Cultura, com a implantação de um novo festival no Interior, e intensificou as atividades do Saúde Sesc – Uma Vida Melhor e demais ações. Dessa forma, garantiu a ampliação de seu relacionamento com o público-alvo preferencial, que é o comerciário gaúcho, e otimizou os serviços voltados a empresários do setor terciário e comunidade em geral. Outra ação que merece destaque é a nova sistemática de matrícula no Cartão Sesc/Senac, que passou a fortalecer os sindicatos filiados e proprietários de empresas sindicalizadas. “Agora, na categoria empresário, enquadram-se os proprietários de empresas sindicalizadas. Essa alteração teve a finalidade de
oportunizar aos empresários do setor terciário acesso aos produtos e serviços de Sesc e Senac a um preço mais acessível, assim como aumentar a associatividade nos sindicatos”, explica o presidente. Bohn enfatiza ainda que o balanço das ações do primeiro semestre deste ano foi positivo, com ênfase nas atividades culturais e voltadas ao esporte e lazer dos associados. “O primeiro semestre foi de muito êxito, com destaque para o sucesso do 5º Festival Internacional Sesc de Música, realizado em janeiro, em Pelotas; o Verão Sesc, com ações de lazer, recreação, esporte e cultura em 12 praias; o Circuito Verão Sesc de Esportes, com jogos de areia com etapas em mais de 100 cidades e final estadual em Torres; o 10º Festival Palco Giratório Sesc/POA, em maio, que registrou um montante de 51.138 atendimentos; e o Dia do Desafio, na última quarta-feira de maio, que, pelo segundo ano consecutivo, contou com a adesão de 100% das cidades gaúchas”, comemora o dirigente.
Se 2014 foi destacado pelo presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, como um ano de muito trabalho, 2015 não será diferente para o Serviço Social do Comércio (Sesc/RS). Com inauguração de novas instalações, lançamento de eventos diferenciados e preparação de uma série de grandes ações, o ano promete marcar a atuação da entidade, que prioriza ações voltadas à qualidade de vida de seus associados. Dentre as realizações que merecem destaque, Bohn aponta a inauguração das novas instalações das Unidades Sesc e Senac Camaquã e a implantação do Balcão Sesc/Senac no Balneário Pinhal, nos primeiros meses de 2015. Outra novidade foi, em abril, a primeira edição do Santa Maria Sesc Circo, parceria entre o Sistema Fecomércio-RS/ Sesc e a prefeitura, que reuniu grupos circenses nacionais e internacionais, com programação gratuita e aberta a todos os públicos. Segundo estimativas da entidade, mais de 9,6 mil espectadores prestigiaram o festival. Até o final do ano, uma série de atividades sistemáticas também será realizada pelo Estado, como o Programa Sesc Sorrindo para o Futuro, voltado ao bem-estar das crianças a partir da
formação de hábitos saudáveis; a oferta de 1,6 mil bolsas integrais de estudo por meio das Escolas Sesc de Educação Infantil, em 18 cidades; o Programa Mesa Brasil Sesc, presente em sete cidades e que distribui anualmente mais de 2,3 mil toneladas de alimentos para 67 mil gaúchos; e o Programa Sesc Maturidade Ativa, que conta com 47 grupos e mais de 4,5 mil participantes em torno de ações que buscam o envelhecimento saudável. Na área do Esporte Sesc, uma série de eventos está programada, como torneios e competições, como o Circuito Sesc de Corridas, a etapa gaúcha do Circuito Nacional Sesc Triathlon 2015, em Tramandaí, e os 35º Jogos Comerciários Sesc. Já na sáude e lazer, o destaque fica pela itinerância das Unidades Móveis OdontoSesc, Unidade Sesc de Saúde Preventiva, BiblioSesc e Recrearte – Unidade de Cultura e Lazer, levando ainda mais bem-estar aos gaúchos. “Para o segundo semestre de 2015, temos programada ainda a inauguração da nossa Unidade em Canoas, as novas instalações do Balcão Sesc/Senac Caçapava do Sul, a inauguração do Restaurante Sesc Bento Gonçalves e a realização de eventos de grande expressão pelo Estado”, informa Bohn. CLAITON DORNELLES/DIVULGAÇÃO/JC
Atividades também voltadas ao bem-estar das crianças
OO SESC EMNÚMEROS NÚMEROS SESC EM Atividades nos 497 municípios Média de 80 milhões de atendimentos ao ano; 43 Unidades Operacionais; 23 Balcões Sesc/Senac; 5 Unidades Móveis OdontoSesc; 2 Unidades Sesc de Saúde Preventiva (com exames de mamografia, ultrassom,
citopatológicos de colo de útero, oftalmológicos e Passaportes para a Saúde); 3 BiblioSesc’s para empréstimo de livros; Mostra Casa da Saúde Sesc (exposições interativas, testes de saúde e palestras); RecreArte – Unidade Móvel de Cultura e Lazer.
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CLAITON DORNELLES/JC
SINCODIV
Ação conjunta para enfrentar a crise A queda nas vendas de veículos em todo País preocupa empresários e entidades que representam o setor. Uma das apostas para melhorar este cenário é que, com a entrada em vigor da Lei nº 12.741, chamada a Lei da Transparência, os consumidores tenham mais informações disponíveis, inclusive sobre valores que incidem sobre o preço final do produto, e isso aproxime compradores das concessionárias novamente. “Os consumidores acham que o preço alto é culpa das concessionárias, mas quem determina o valor é a fábrica", explica Fernando Esbroglio, presidente do Sindicato Intermunicipal dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Rio Grande do Sul (Sincodiv) e da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Para reverter essa situação, o presidente defende a criação de uma política séria de redução dos preços dos veículos, que passe pela diminuição de impostos para níveis internacionais e a
exigência de maior transparência. Esbroglio explica que, no caso dos tributos, 33,81% do preço final de um carro 1.0 é representado por impostos, número que chega a 38,7% no caso dos carros com propulsor maior. “Uma ação em conjunto de todas as etapas do processo de venda poderia promover a melhora do mercado e viabilizar um maior equilíbrio. Mas governo, montadoras, instituições financeiras e concessionárias teriam que participar", afirma. Na rede de distribuição, apesar do preço sugerido pelas montadoras não ter caído com a retração nas vendas, o consumidor consegue junto aos concessionários descontos que variam de modelo a modelo, ou conforme cada negociação. “Os concessionários são a ponta do negócio e são eles que buscam encantar e agradar o cliente para que possam sustentar vendas que mantenham grandes estruturas e um quadro completo de pessoal, que vai desde a área de vendas, administrativo, setor de peças, oficina e funilaria",
comenta Esbroglio. O presidente afirma que o foco da atividade de uma concessionária é a venda de veículos e que o setor tem dado prejuízo nos últimos anos. Conforme dados de mercado, entre 2008 e 2013, foram registrados recordes de vendas. No entanto, na ponta do lápis, a rentabilidade veio reduzindo, e a rede apostou no volume para crescer. “Quando este volume caiu significativamente, chegando aos números de 2015, que apontam queda acumulada de 26% no geral e ainda maior em determinados segmentos como em automóveis e caminhões”, ressalta Esbroglio. Segundo ele, as lojas utilizaram seu caixa para manter o quadro de colaboradores. Enquanto isso, as montadoras estavam promovendo paradas na produção, lay-off, férias coletivas e até demissões. O presidente do sindicato ressalta que o setor não poderá sustentar uma crise de longo prazo sem que sejam reduzidos postos de trabalho e pontos de venda.
Esbroglio está preocupado com a queda nas vendas de veículos
Entidade desenvolve plano para capacitar as concessionárias Duas vezes por mês, a diretoria do Sincodiv/Fenabrave promove reuniões-almoço na sua sede, no bairro São Geraldo, em Porto Alegre, para discutir assuntos de interesse do setor. Um dos temas decorrentes desses encontros é o direito do consumidor pelo olhar do fornecedor. “Nos preocupa o grau de exigência muitas vezes descabida do consumidor, pois nem sempre basta atender o preceito legal", diz o presidente, Fernando Esbroglio. O dirigente ressalta ainda que um dos objetivos da entidade é a capacitação profissional, tanto na Região Metropolitana como no Interior do Estado. Ele conta que atualmente está sendo desenvolvido um Plano de Capacitação para as Concessionárias. “Somos abertos a necessidades e sugestões correntes. Temos uma consultoria contratada que avalia os conteúdos e necessidades”, afirma. A Fenabrave está presente no Estado desde a década de 1960 e o sindicato desde dezembro de 1997. Representam 756 concessionários em todo o Rio Grande do Sul e trabalham em defesa dos direitos e interesse da categoria. Oferecem também assessoria jurídica, tributária e de imprensa. Os convênios com hotéis e planos de saúde são outros serviços à disposição dos associados. O Sincodiv mantém parceria com o Senac-RS, no qual os associados e funcionários do sindicato têm descontos em cursos técnicos, de graduação, pós-graduação e extensão.
LAURIANE BELMONTE/DIVULGAÇÃO/JC
Reuniões mensais na sede do Sincodiv, no bairro São Geraldo, discutem assuntos de interesse do setor
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FREDY VIEIRA/JC
SINDIATACADISTAS
Alimentação, vestuário e exportações mantêm desempenho do setor Composto por 24 mil empresas e gerador de cerca de 90 mil empregos, o setor atacadista gaúcho representa 34% do faturamento total da economia do Estado, segundo dados do Sindicato do Comércio Atacadista de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiatacadistas-RS), e registrou em 2014 evolução positiva de 1,2%. Esse índice, segundo o presidente da entidade, Zildo De Marchi, trouxe equilíbrio ao setor e foi alavancado pelo segmento de lubrificantes de veículos, motos, peças e acessórios, o que mais cresceu no ano passado. Já no primeiro trimestre de 2015, os números não ajudaram, e o setor sofreu uma queda de 5,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, menos 1,7% no acumulado do ano. “Todos os produtos que em 2014 motivaram o crescimento do setor
tiveram, até agora, baixas vendas. O que segura é o ramo da alimentação, de vestuário e das exportações”, comenta o dirigente. De Marchi destaca que a produção agrícola está favorável ao atacado de cereais, carnes e alimentação em geral e que as exportações representam de 30% a 40% do que o Estado produz, sendo o setor de proteína animal o que tem apresentado a cotação mais alta. Já entre os que têm registrado as maiores quedas estão os de materiais de construção, veículos, ferramentas e produtos intermediários para indústrias. Apesar do cenário econômico difícil, marcado pela escassez de recursos, altas nas taxas de juros e da inflação e redução da atividade produtiva, o sindicalista acredita que há espaço para novos investimentos a partir dos ajustes que devem ser feitos.
“Isso tudo prejudica, e muito, a nossa economia. Espero que o segundo semestre seja de ajustes e que eles permitam a retomada de investimentos”, diz. Ao avaliar a atuação do Sindiatacadistas no ano passado, De Marchi enfatiza que o desempenho foi muito bom e revertido na conquista de novas empresas associadas. “Tivemos, e temos, um bom atendimento ao associado, principalmente em termos de apoio às atividades que ele necessita. Isso faz com que aumente o número de associados e a satisfação do sistema”, destaca o presidente. Segundo ele, em 2014, foram realizados mais de 400 dissídios pela assessoria jurídica da entidade, e a assessoria tributária foi a área que mais gerou atendimentos. “A área tributária é, sem dúvidas, uma das grandes dificuldades do setor atacadista,
Sindicato trabalha questões jurídicas e tributárias, diz De Marchi
principalmente no tratamento da relação entre capital e trabalho”, afirma. De Marchi destaca outras ações desenvolvidas pelo Sindicato e consideradas por ele fundamentais. “Temos trabalhos importantes nas questões jurídicas, tributárias, de sustentabilidade
etc. Além disso, o fato de termos uma forte ligação com a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) faz com que mantenhamos nossa atividade bastante atualizada e com informações integradas”, aponta De Marchi.
Cursos e ações envolvem associados e beneficiam entidades
Com o objetivo de bem representar as empresas e sindicatos do comércio atacadista e oferecer produtos e serviços que atendam às necessidades de seus associados, o Sindicato do Comércio Atacadista de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiatacadistas-RS) mantém projetos específicos desenvolvidos por meio de parcerias ou apoios com outras entidades e empresas, como os Cursos In Company, que desenvolvem as competências técnicas e comportamentais das associadas, por meio de treinamentos e palestras com profissionais especializados, voltados aos desafios atuais. Os cursos estão divididos nas áreas de vendas, lojística, atendimento ao cliente, marketing, finanças, desenvolvimento pessoal e profissional e coaching. “O importante nas empresas é organizar a gestão que pretendem implementar e adequar seus desempenhos econômico e social de acordo com os objetivos traçados. Também realizamos visitas aos nossos associados e, com isso, garantimos a proximidade com
SINDIATACADISTAS/DIVULGAÇÃO/JC
Projeto social da instituição ajuda crianças do bairro Rubem Berta, em Porto Alegre
nosso público”, comenta o presidente da entidade, Zildo De Marchi. Outra parceria importante do Sindiatacadistas é com o
escritório Rafael Pandolfo Advogados Associados, que, por meio de convênio operacional, oferece aos associados da entidade
assessoramento técnico na área tributária. O convênio envolve desde ajuizamento de ações coletivas que busquem economia
fiscal das empresas até consultorias, palestras sobre o tema e planejamento tributário de acordo com as necessidades de cada negócio. Na área social, o Sindiatacadistas também colabora com a Istituição de Educação Infantil e Assistência Social Eugênia Conte, localizada no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre, que recebe auxílio para executar projetos voltados ao esporte e à educação de 250 crianças e jovens estudantes. A ação, segundo De Marchi, tem colaborado para a formação dos alunos atendidos, na forma de patrocínio a campeonatos e doação de equipamentos de informática. “Contribuímos mensalmente com doação espontânea das empresas e sindicatos associados e com um aporte anual. O resultado é impressionante, a comunidade se envolve, e vemos que nossa contribuição é um dividendo muito importante para a educação e formação profissional desses alunos, tirando-os do risco de vulnerabilidade social”, explica o dirigente.
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SINDILOJAS
Momento de inovar e superar dificuldades O comércio gaúcho ainda não está sentindo muito os efeitos da crise, mas, no segundo semestre deste ano, é possível que comece a perceber com mais intensidade. Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), Paulo Kruse, este é um momento de cautela para os empresários. Um dos primeiros indícios de que os próximos meses não serão muito fáceis é a percepção de que a capacidade de compra do consumidor diminuiu por conta da inflação. Conforme ele, a época considerada “boa”, de 2009 a 2014, ficou para atrás e, junto com esse período, os investimentos em tecnologia e de expansão em outras lojas. “A crise passa. Cada um tem que achar um ponto de equilíbrio do seu negócio. Está acontecendo um ajuste”, afirma o presidente, cujo sindicato representa aproximadamente 18 mil empresas da Capital e Alvorada. Com o aprofundamento da crise, as diretrizes fornecidas pela entidade incluem minimizar custos, não manter estoques elevados e fidelizar os clientes. Como exemplo de algo que pode proporcionar economia e não requer um investimento alto, o presidente cita a mudança de iluminação com o objetivo de reduzir consumo e a conta de luz das lojas. Kruse acredita que este é o momento de inovar e ajudar a superar as dificuldades. Segundo ele, no segmento do fast fashion, é muito importante ajudar o cliente a se vestir bem unindo qualidade e preço. “É interessante ter dentro da loja alguém que oriente o consumidor sobre o que está na moda ou não, fazer convênios com salões e lojistas próximos”, orienta. Este “algo a mais que faça a diferença” no mundo real é essencial para varejistas que trabalhem com moda, diz o presidente, pois as
vendas virtuais estão mais concentradas nos produtos de eletrodomésticos e eletrônicos. “Com a confecção, ainda é preciso ter a experiência que a loja proporciona. Então, o jeito é trazer o cliente para dentro”, afirma. Em relação ao futuro, o presidente do Sindilojas é otimista e acredita que 2016 será melhor ou, como prefere dizer, o mercado deve se ajustar. Ele cita como exemplo o caso dos aluguéis de imóveis comerciais, que antes estavam altos e devem se estabilizar pela falta ou redução de demanda. Em sua opinião, a questão básica que deve ser atacada pode ser resumida em uma palavra: qualificação. Sem isso, fica mais difícil manter as portas abertas. “O treinamento faz falta. O vendedor é quem representa a loja na hora em que o consumidor entra”, avalia. O cenário também se repete no Interior do Estado, onde as grandes redes estão em expansão. Se o pequeno empresário não tiver ou buscar acesso à informação, vai perder espaço e ficar para trás. Dentro deste contexto, cresce a necessidade de compartilhar informações, experiências bem-sucedidas e mudar processos de gestão e de tecnologia. Estes pilares estão presentes nas ações desenvolvidas pelo sindicato. Além de atuar na análise de temas como tributação e qualificação profissional e consultoria jurídica, foi criado, há três anos, o programa Geração Varejo, que capta e qualifica profissionais para o comércio de Porto Alegre e de Alvorada. O projeto utiliza o site para aproximar lojistas e candidatos a emprego que já passaram por treinamentos gratuitos. Ainda na área de educação, o Sindilojas promove cursos de qualificação profissional para as equipes dos lojistas. São cursos mensais sobre vendas,
SINDILOJAS/DIVULGAÇÃO/JC
Kruse recomenda minimizar custos, não manter estoques elevados e fidelizar clientes
marketing, gestão, finanças, gerência de loja, estoque, vitrinismo e planejamento financeiro. Para estimular o encontro dos empresários, a entidade instituiu, uma vez por mês, o Café com Lojista, evento em que um palestrante de renome
nacional fala sobre temas atuais de interesse das empresas. “No Café com Lojista, conversamos sobre o momento. Há uma troca de informações e espaço para network. Também atendemos aqueles que estão enfrentando dificuldades”, diz.
TÂNIA MEINERZ/DIVULGAÇÃO/JC
Feira do varejo apresenta novidades para o setor Pelo terceiro ano consecutivo, o maior evento do ano promovido pelo sindicato foi a Feira Brasileira do Varejo, a Febravar, realizada em Porto Alegre de 8 a 10 deste mês, no BarraShoppingSul. O foco principal é a aproximação de lojistas locais e fornecedores, novidades tecnológicas, sem abrir mão da qualificação através de workshops, palestras e mesas-redondas com temas voltados para o comércio. Nesta edição, Kruse avalia que foram recebidas delegações do País inteiro e que mais de seis mil pessoas passaram pelos corredores da Febravar. Embora seja complicado quantificar Feira Brasileira do Varejo, a Febravar, ocorreu em Porto Alegre, no BarraShoppingSul
o número de negócios realizados durante o encontro, pois muitos contratos são assinados pós-evento, o presidente acredita que a feira está alinhada com os propósitos do Sindilojas. “Queremos que a Febravar se torne uma referência nacional. O evento está dentro do nosso pilar de qualificação. O empresário entra em contato com tecnologias que, há pouco tempo, ainda não eram tão conhecidas, como as lojas virtuais, ou como câmeras que fazem a contagem das pessoas que entram na loja e como elas se comportam, e isso gera uma estatística”, diz o presidente.
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