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Saúde e Bem-Estar
Caderno Especial do Jornal do Comércio Porto Alegre, 7 de abril de 2014
Família em movimento
Saúde e Bem-Estar
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Caderno Especial do Jornal do Comércio Porto Alegre, 7 de abril de 2014
ALIMENTAÇÃO E CONSUMO
Mercado de orgânicos apresenta um crescimento em torno de 20% ao ano
MARIANA FONTOURA/JC
Cresce busca pela qualidade de vida A conscientização sobre a importância de adotar hábitos mais saudáveis de consumo e a busca de qualidade de vida e bem-estar está promovendo mudanças comportamentais na sociedade brasileira. Isso pode ser identificado tanto em pesquisas e análises setoriais quanto no surgimento de novos negócios no setor de alimentação voltados à linha de produtos orgânicos. Estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra que a inovação deve mover os empreendedores ligados ao setor de alimentos e bebidas. De acordo com a pesquisa, o aumento do poder de compra da população, o maior acesso à informação, o aumento da escolaridade, são alguns dos fatores que estão alterando as percepções e levando a novas posturas na hora de escolher o alimento nosso de cada dia. Esse quadro também já foi projetado pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no projeto Brasil Food Trends (BFT) 2020 que agrupou as exigências e tendências dos consumidores de alimentos em cinco categorias: sensorialidade e prazer, saudabilidade e bem-estar, conveniência e praticidade, confiabilidade, qualidade, sustentabilidade e ética. É nesse cenário que o mercado de produtos orgânicos floresce e conquista cada vez mais adeptos. A coordenadora do projeto Centro de Inteligência em Orgânicos da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia Wachsner, estima que o mercado de orgânicos apresenta um crescimento em torno de 20% ao ano. “O
crescimento se dá, sobretudo, entre agricultores familiares e pequenos produtores, que plantam e colhem hortigranjeiros e frutas”, afirma. Segundo ela, no final de 2012, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, o Brasil contava com cerca de 5,5 mil produtores agrícolas que trabalhavam seguindo as diretrizes dos sistemas orgânicos de produção. Em 2013, foram 6.719 produtores – 42% localizados nas regiões Norte e Nordeste do País – e 10.064 unidades de produção orgânica. A maioria são agricultores familiares que comercializam os produtos em feiras municipais. Sylvia observa que um mercado muito importante para os produtores familiares orgânicos é o da merenda escolar. “No Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), as prefeituras pagam a margem de 30% a mais pela compra de orgânicos”, afirma. Os alimentos são provenientes de cooperativas de agricultores familiares, que fazem parte da rede OrganicsNet, da SNA. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) estima que a cadeia movimente mais de R$ 500 milhões/ano, e para ampliar o acesso a esses produtos, criou a campanha — Brasil orgânico e sustentável —, com previsão de quiosques em cidades-sede da Copa do Mundo para apresentar as opções de alimentação saudável. A ação deve se estender até as Olimpíadas de 2016. O governo federal também lançou o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, e uma das metas é aumentar de 200 mil para 300 mil o número de famílias envolvidas com produção orgânica ainda em 2014.
Educação alimentar deve ser ensinada desde cedo de 50% de sua população acima do peso, segundo informações do Ministério da Saúde, e isto torna óbvio que as escolhas alimentares são equivocadas.” Ela afirma que embora exista a consciência de que obesidade traz riscos à saúde, nem todos resistem aos apelos da alimentação inadequada. A presidente da Agan salienta que a alimentação saudável deve ser incentivada ao longo da vida. “Acredito que há necessidade urgente de ações importantes, como o ensino obrigatório de Nutrição como disciplina específica e ministrada por nutricionistas, nas escolas de Ensino Fundamental, pois nesta idade há boas chances de aprendizado efetivo e conse-
quente prevenção de doenças crônicas.” A mudança de hábitos alimentares com o consumo de orgânicos é também uma forma de preservar a qualidade de vida. Claudia ensina que a identificação desses produtos pode ser feita por meio de selos impressos ou afixados no rótulo ou nas embalagens. “É importante acostumar-se a ler rótulos dos alimentos industrializados, verificando seus ingredientes e evitando aqueles que possuem muitos aditivos químicos em sua composição”, pondera. Já a presidente da Agan lembra ainda que há a possibilidade de adquirir alimentos como frutas e hortaliças nas feiras de produtos orgânicos.
Para Cláudia, escolhas equivocadas precisam ser revistas
MARCOS NAGELSTEIN/JC
A nutricionista Claudia Mallmann considera que há uma tendência da indústria alimentícia em se adequar às novas informações e as legislações sobre alimentação saudável. A presidente da Associação Gaúcha de Nutrição (Agan), Marilene Vasata Sgarbi, observa, porém, que “hábitos alimentares envolvem muitos outros aspectos além do alimento e, por isto, não são facilmente alterados”. Para que essa situação se modifique, campanhas institucionais dos conselhos regional e federal de nutricionistas têm enfatizado a importância da alimentação saudável. “Infelizmente, temos um grande índice de sobrepeso”, alerta Claudia. “O Brasil tem mais
Editor-Chefe: Pedro Maciel•Editora de Cadernos Especiais: Ana Fritsch•Subeditoras: Cíntia Jardim e Sandra Chelmicki•Reportagem: Angela Caporal•Projeto gráfico e editoração: Ingrid Müller•Editor de Fotografia: João Mattos•Revisão: André Fuzer, Daniela Florão, Luana Lima e Thiago Nestor
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Prefira alimentos orgânicos, sazonais e regionais, pois apresentam melhor qualidade e preço. Inclua diariamente mais preparações com alimentos crus, preservando nutrientes e fitoquímicos. Fuja de alimentos muito processados ou industrializados, que contenham aditivos químicos (conservantes, corantes, edulcorantes etc.), pois apresentam riscos tóxicos. Evite refrigerantes, álcool, açúcar, sal, farinha branca e café em excesso. Moderação é um termo chave quando tratamos destes grupos de alimentos. Procurar montar sempre um prato com cinco cores. Isso garantirá aporte de nutrientes variados. FONTE: ASSOCIAÇÃO GAÚCHA DE NUTRIÇÃO
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Açúcar, um amargo produto? “Quantas colherzinhas de açúcar?” A tradicional pergunta, que costuma acompanhar a oferta de um gostoso cafezinho, pode estar com os dias contados. Pelo menos para aqueles que consideram o açúcar cada vez mais um vilão. O exemplo pode parecer exagerado, mas reflete uma tendência que ganha adeptos em todo o mundo, como a primeira-dama norte-americana, Michelle Obama. Recentemente, ela apresentou uma proposta da Food and Drug Administration – órgão que regulamenta os alimentos e medicamentos nos Estados Unidos – com recomendações que dão mais ênfase aos males causados pelo açúcar do que os causados pela gordura. O debate público sobre o tema deve se prolongar nos Estados Unidos até uma decisão definitiva sobre eventuais mudanças. E a polêmica está longe de ser encerrada. “Não sei qual é o problema com o açúcar”, afirma o presidente da seccional do Rio Grande do Sul da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Luís Henrique Santos Canini. Ele acrescenta que o produto é uma fonte energética
importante, de absorção muito rápida e com consumo aceito por pessoas saudáveis. O endocrinologista salienta, porém, que um dos efeitos negativos, notadamente para crianças, pode ser a cárie dentária. Segundo ele, nos primeiros dois anos de vida, o ideal é que não ocorra o acréscimo de açúcar. O endocrinologista considera também que, se a pessoa for saudável, não há problema com a ingestão moderada de açúcar. No entanto, aqueles que estão acima do peso ou apresentam um quadro de diabetes devem ter cuidados especiais. Ele alerta que cada caso deve ser analisado para verificar as restrições a serem adotadas. O endocrinologista Fernando Gerchman, do Hospital Moinhos de Vento, também entende que deve haver cuidado em demonizar o açúcar, já que ele está presente em todo o alimento que possui carboidratos. “Frutas são recomendadas na dieta saudável, sendo alimentos ricos em frutose, um tipo de açúcar. O açúcar adicionado aos alimentos, quando queremos adocicá-los, é o refinado. Este, sim, não é recomenda-
MARCOS NAGELSTEIN/JC
Dicas para uma alimentação saudável
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Gerchman reforça que o tipo refinado não é recomendado
do”. Também conforme o médico, uma série de estudos sugere que a adição de açúcar aos alimentos associa-se ao desenvolvimento de obesidade e diabetes. “Isso se dá também porque muitos desses alimentos são ricos em gordura e calorias, favorecendo o ganho de peso”, explica. A recomendação atual da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o consumo de açúcar adicionado aos alimentos não deva ser maior que 10% do valor calórico total da dieta. Segundo Gerchman, no Brasil, a adição de açúcar aos alimentos atinge va-
lores calóricos 60% maiores do que os recomendados. “A maior parte é proveniente do açúcar de mesa, e a segunda maior fonte é a do açúcar adicionado a alimentos industrializados ou processados”, destaca. Ele acrescenta que essa relação diminui conforme a renda do brasileiro sobe. De acordo com o endocrinologista, o açúcar faz falta ao organismo para uma série de reações bioquímicas, sendo a principal fonte de energia para o corpo. “Devemos nos preocupar em receber esse açúcar de alimentos mais saudáveis, como frutas, iogurtes e laticínios”, completa.
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ALIMENTAÇÃO E CONSUMO
A busca por uma alimentação mais saudável para a própria família acabou motivando a criação, em 2013, de uma empresa voltada à venda on-line de produtos orgânicos, a Mercado dos Orgânicos. Amanda Peçanha Pamplona e o marido Maurício Pamplona – sócios do empreendimento – perceberam que sua alimentação não era a ideal para o estilo de vida que desejam. “Gostaríamos de sair dessa lógica desenfreada de consumo, de alimentos processados, de produtos artificiais que não são o que aparentam ser e, assim, lutar pelo nosso direito de ter mais saúde e qualidade de vida. Os produtos orgânicos, claro, foram a resposta para a nossa questão”, salienta Amanda. Da dificuldade em encontrar estes produtos em um único lugar, e a consequente procura por alternativas, veio a ideia do Mercado que, basicamente, é uma loja on-line na qual é possí-
vel descobrir diversos itens. Atualmente, são 141 produtos desde verduras, legumes, frutas, e pães até produtos que as pessoas nem sabem que podem ser orgânicos, como shampoo, sabonete, lava-louças, maquiagem, desodorante e sabão em pó. O sistema de entrega funciona de uma forma bastante simples. Para quem é de Porto Alegre, basta fazer o pedido on-line, e a entrega ocorre em casa. Se o cliente não é da Capital, o pedido é despachado pelo Correio – neste caso, não são vendidos produtos perecíveis. Ela revela que, no início, eram quase que exclusivamente as mulheres quem faziam as compras, especialmente mulheres com filhos pequenos. “Agora, os homens também estão comprando mais, e assim, nosso cliente vai se modificando e tendo novas necessidades, e a gente vai atrás para atender essa demanda”, comenta. Embora ainda não tenha dados exatos, Amanda
informa que há uma demanda crescente. “Nossa ideia é ter um relacionamento diferente com o cliente”, salienta Amanda. Por isso, a conversa e atenção são essenciais para conhecer melhor o perfil do consumidor. “Nosso principal fidelizador é a confiança. Uma pessoa que compra produtos orgânicos on-line é, no mínimo, alguém bem informado e questionador. Então, eu tenho que saber cada detalhe dos meus produtos para dar segurança ao meu cliente, pois ele confia que aquele produto realmente é orgânico”, acrescenta. A empresa vende para o Brasil inteiro e, como a maioria da cadeia de lojas orgânicas, tem como filosofia a sustentabilidade. Por isso, dá preferência aos fornecedores que atuam o mais próximo possível de Porto Alegre. “De nada adiantaria eu comprar um tomate orgânico que viesse de Goiás, por exemplo, pois
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Internet oferece praticidade na compra de produtos orgânicos
Amanda diz que seu negócio é vinculado ao consumo consciente
eu precisaria arcar com o ônus ambiental de toda a emissão de gás carbônico para transportá-lo até o Rio Grande do Sul.” Os sócios consideram que o Mercado dos Orgânicos não é apenas um negócio. “É um meio simples de ajudar – a quem já está atento a
Sperotto incrementa cardápio com pitadas de criatividade
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Saúde e modernidade à mesa O cardápio do restaurante demonstra os cuidados que os donos do Quintal Orgânico têm com cada detalhe. Proprietários também da OrganicBaby, empresa especializada em comidinhas congeladas e orgânicas para crianças, o chef de cozinha Cesar Sperotto e a relações públicas Aline Ellwanger tiveram a ideia de abrir um local com opção de alimentação saudável e orgânica para o público adulto. “Como já temos diversos fornecedores orgânicos, facilitou bastante o trabalho do restaurante”, conta Aline. Ela diz que o Quintal Orgânico se define como um restaurante que busca oferecer uma gastronomia moderna, criativa, saudável e orgânica para seus clientes. “Infelizmente, não temos disponível no mercado todos os ingredientes orgânicos, por isso, há exceções no cardápio. Marcamos todos os itens do cardápio que são orgânicos para o cliente saber o que está consumindo”, informa. Mais do que uma tendência ou modismo, Aline considera que a alimentação à base de produtos orgânicos veio para ficar. “A alimentação orgânica é sinônimo de saúde, e cada vez mais, as pessoas estão percebendo isso”, acrescenta. Além de diversos fornecedores da Capital, Região Metropolitana e Interior, o Quintal tem uma horta própria para seu abastecimento. A atmosfera caseira e artesanal se mescla com o charme de um bistrô e atrai os clientes.
questões muito sérias nos dias atuais, que envolvem saúde, consumo consciente e sustentabilidade - a encontrar os produtos, claro, mas também a ter acesso a informações e orientações úteis para ter uma vida com mais saúde e qualidade”, diz.
Como identificar produtos orgânicos Para que um produto seja considerado orgânico, deve atender a todos os princípios estabelecidos na Lei Federal 10.831 de 23 de dezembro de 2003, conhecida como a “Lei dos orgânicos”. A identificação do produto orgânico é feita por meio de selo colocado na frente da embalagem. As entidades certificadoras e os sistemas participativos de garantia atestam que todos os padrões da legislação orgânica foram seguidos. Os agricultores familiares que oferecem seus produtos para venda direta ao consumidor nas feiras municipais devem estar cadastrados no Ministério da Agricultura. O desenvolvimento do mercado orgânico depende da confiança dos consumidores na autenticidade da certificação. FONTE: CENTRO DE INTELIGÊNCIA EM ORGÂNICOS DA SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA (SNA)
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Saúde e Bem-Estar
DIA MUNDIAL DA SAÚDE
5 Exercício ajuda a construir hábitos saudáveis e a prevenir doenças
No Rio Grande do Sul, neste ano, o Dia Mundial da Saúde tem como foco a promoção da saúde. Comemorado neste 7 de abril, a data tem ações voltadas a sensibilizar a comunidade e difundir a prática de atividades físicas, contribuindo para a construção de hábitos de vida saudáveis e ressaltando a importância do cuidado integral. “É a busca da qualidade de vida, do combate ao sedentarismo, com prevenção e promoções que ajudam a evitar o surgimento de agravos”, afirma a diretora do Departamento de Ações em Saúde da Secretaria Estadual da Saúde, Károl Veiga Cabral. O Dia Mundial da Saúde foi criado em 1948 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em 2014, traz o conceito ampliado de que saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. Segundo Károl, há
uma mudança de consciência em relação aos prejuízos decorrentes do sedentarismo — que pode provocar várias doenças, até mesmo mentais. Para comemorar a data, acontecem diversas atividades, em uma iniciativa conjunta da Secretaria Estadual da Saúde com a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, Conselho Estadual de Saúde, Fórum dos conselhos profissionais e Sesc. Viver com Saúde é uma Grande Vitória: mova-se é o tema da promoção. Oficinas temáticas e rodas de conversas sobre saúde ambiental, saúde da criança, da mulher, do homem, do idoso, LGBT, saúde bucal, mental e alimentação e nutrição também são temas escolhidos para marcar a data. Aproveitando a Copa do Mundo no País, o governo federal realiza atividades específicas para as cidades-sede dos jogos.
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Estímulo à prática de atividades físicas
Desde 2007, o Ministério da Saúde celebra o Dia Mundial da Saúde e o Dia Mundial da Atividade Física, comemorado em 6 de abril, com eventos em várias cidades brasileiras. Em parceria com o Sesc, o Ministério promove o Projeto Move Brasil, com ações nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. O objetivo é estimular a
realização de grandes eventos simultâneos para sensibilizar a população sobre a importância de se promover saúde e prevenir doenças crônicas, por meio de hábitos saudáveis, como a prática de atividades físicas e alimentação saudável. O tema escolhido para a campanha nacional é Quem busca qualidade de vida não pode ficar parado.
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ESPORTE
Na correria do dia a dia, nem sempre as famílias conseguem dedicar um tempo adequado para uma convivência agradável e tranquila entre seus integrantes. Para suprir essa carência, muitos estão recorrendo à prática em conjunto de atividades que antes eram realizadas individualmente. Uma delas é o exercício, e o resultado costuma ser bastante prazeroso. É assim para a família de Carlos H. Gremmelmaier e Daniela Borba. Ela começou a correr há cerca de dois anos, e agora levou toda a família para a 11ª Corrida de Aniversário de Porto Alegre. Os filhos Nicolas, de 13 anos, e Ana Clara, de sete anos, correram pela primeira vez e ficaram muito entusiasmados. Por ser a semana de Porto Alegre, todos os participantes receberam medalha.”O incentivo sempre vem dos pais, e qualidade de vida está relacionada com boa alimentação e também atividade física”, comenta Daniela. “Acho uma delícia servir de exemplo
para eles”. A especialista em exercício físico e consultora em bem-viver, Carla Lubisco, afirma que além dos benefícios da atividade em si, “é um momento saudável para aproximação”. Segundo ela, quando há a característica de ser domiciliar, as pessoas ficam mais à vontade e o fato de estarem próximas de quem gostam potencializa os benefícios. “É uma prática que retroalimenta o cérebro”, destaca. Muitas famílias procuram a empresa de Carla em busca desse atendimento diferenciado. Como a atividade já traz uma energia boa, quando é praticada na companhia de pessoas queridas, em um ambiente agradável como a casa, os resultados se multiplicam. Além do exercício físico, há o exercício de “conhecer o outro”. A especialista considera que se trata, no entanto, de uma prática que requer o acompanhamento de profissionais mais experientes porque apresenta um desafio maior.
FREDY VIEIRA/JC
Exercício é bom para o corpo e a alma da família Gremmelmaier, Daniela e os filhos correm e se divertem juntos
“É um treino em grupo, porém individualizado”, acrescenta. Com essas particularidades, fazer exercícios físicos em família exige avaliações individuais para que a condição de cada um seja respeitada. É preciso também ter sensibilidade para sentir o “clima” familiar e transpor eventuais quebras da harmonia doméstica. Às vezes, não é o profissional que vai até a família, mas ela que se desloca com o objetivo de compartilhar momentos especiais. A psicóloga e facilitadora de biodanza Myrthes Gonzales está acostumada a receber famílias no Frater Espaço Biocêntrico que, uma vez por mês, abre as portas a esses grupos interessados na biodanza. Trata-se de um
sistema de aceleração de processos integrativos existenciais: psicológico, neurológico, endocrinológico e imunológico (PNEI). Sua prática se baseia na criação de um ambiente enriquecido com estímulos cuidadosamente selecionados por meio de músicas, exercícios e dinâmicas. Diretora do espaço, Myrthes diz que o foco para a reunião familiar é trabalhar vínculos emocionais. “É importante principalmente para o adulto, para que descubra que pode brincar com as crianças e as crianças aprendem a expressar afeto”, comenta. Ela informa que os exercícios trabalham com comunicação afetiva como trocar um abraço ou fazer cafuné. “São atividades simples como desenhar juntos e
que ajudam a resgatar essa comunicação”. Conhecida como psicóloga da revolução cerebral, Rosalia Schwark usa o humor como ferramenta principal para desenvolver o aprendizado acelerado e a química do bem-estar. Ela considera que a atividade física quando realizada em família, assim como a boa alimentação, fazem bem para a qualidade da informação interna. “Estímulos externos facilitam a qualidade de vida, pessoas muito preocupadas não se permitem ser felizes”, ensina. Ela é autora do livro Seja menos você – o caminho para sua transformação pessoal e protagonista do stand up reflexivo Sendo você não está dando certo? Seja menos você e prospere.
Há mais de 10 anos, os Cardon cultivam o hábito de praticar exercícios físicos juntos em casa com acompanhamento de um profissional. A decisão por fazer aulas em casa veio depois que eles constataram que não conseguiam manter a rotina de frequentar uma academia. “Sempre surgia uma desculpa, então resolvemos optar por outra alternativa. Se nós não vamos a eles, eles vêm a nós”, conta entusiasmada a psicóloga Lídia Cardon. “Os exercícios são na sala mesmo, arredamos os móveis e transformamos o espaço em academia”, relata. Ela e o marido, o médico Jones Cardon, reservam um horário em dois dias da semana para essa ocasião especial. “É um momento de convivência, um brinca com o outro”, conta Lídia. Às vezes,
a filha Fernanda Cardon Unikovski e, nas férias, até o neto de oito anos também participam das atividades. “O exercício em família é muito interessante”, constata. Lídia revela que foi difícil começar, mas agora o casal não abre mão dessa agenda. “Não tem desculpa de chuva, frio ou tentar matar a aula, porque o professor sempre aparece”, diz. Como nem sempre é o mesmo profissional que vai até a casa deles, a troca também estimula a busca de resultados. As aulas já intercalaram caminhadas, como gosta o marido, e às vezes incluem alguma dança no final, como Lídia gosta. É assim, mesclando prazeres que eles se exercitam. ´”É um momento de lazer, de diversão, para compartilhar. É bom para a saúde e para a família”, afirma.
Os Cardon mesclam atividades para malhar e conviver
MARCO QUINTANA/JC
Com o personal na sala de estar
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ESTRESSE
Viajar contribui para a química do bem-estar esquece detalhes do que viu em uma viagem”, observa. Ele considera que a classe média, que viaja uma ou duas vezes por ano, está mais suscetível às oscilações do câmbio. Mesmos assim, tão logo as prestações são quitadas, já começa o planejamento do próximo roteiro. Ainda não há, porém, um perfil definido dos viajantes das chamadas classes emergentes, embora o movimento nas agências demonstre que está crescendo o interesse por turismo também entre esse público. “Normalmente, as pessoas, quando retornam de uma viagem, voltam renovadas”, constata Martins. Rosalia Schwark, conhecida como psicóloga da revolução cerebral, também considera o ato de viajar como um grande e saudável estímulo. “O cérebro funciona como uma cascata associativa, e uma viagem, com informações de novidades, torna-se algo prazeroso”, observa. Em sua opinião, “viajar é uma maneira terapêutica de ter estímulos de prazer”. A psicóloga explica que, durante uma viagem, as pessoas “param com a conversa interna focada no trabalho. Nada mais poderoso do que uma mente
Segundo Martins, preferência recai sobre resorts no Brasil e pacotes para o Caribe ANTONIO PAZ/JC
O presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens, seção Rio Grande do Sul (AbavRS), Danilo Kehl Martins, está acostumado a ouvir dos clientes que querem tirar férias e viajar como uma forma de desestressar. Segundo ele, “uma viagem bem-sucedida é bom para o espírito”. Quando o objetivo é relaxar e fugir da rotina atribulada a preferência geralmente recai sobre estadias em resorts no Brasil e pacotes para o Caribe, mas, para não haver erros na escolha, ele afirma que é preciso analisar o perfil do turista. “Precisamos ver bem o que a pessoa procura para elaborar um roteiro específico”, acrescenta. “Sair da rotina faz bem para a saúde, e só a mudança de ambiente já provoca a renovação de forças”, salienta Martins. Os cruzeiros também aparecem como alternativa bastante requisitada quando um dos motivos da viagem é o descanso da correria de todo o dia. Neste caso, os transatlânticos, com sua variedade de shows, teatro, lazer, gastronomia e compras disponíveis num único local, costumam levar vantagem. O presidente da AbavRS afirma que 70% a 80% das pessoas que viajam querem repetir a experiência. “Dificilmente, alguém
Rosalia acredita que viajar limpa o cérebro do excesso de pensamento
limpa e sem queixas”. Rosalia destaca que, diariamente, cada indivíduo tem em média 60 mil pensamentos, e essa enxurra-
da pode produzir capacitação ou debilitação, dependendo da qualidade da informação. Por isso, segundo ela, é preciso fazer
funcionar a “química do bem-estar”, limpando o cérebro do excesso de pensamento. Viajar faz parte dessa engrenagem.
No ano passado, a psicóloga judiciária Maria Elaene Tubino, moradora de Caxias do Sul, embarcou para mais uma viagem ao exterior. Dessa vez, o destino foi Las Vegas, nos Estados Unidos, para assistir ao show do quarteto masculino de pop-ópera Il Divo, conhecido por apresentar novas versões de sucessos internacionais. Fã do grupo, ela não teve dúvidas em organizar sua agenda e marcar a viagem tão logo soube do espetáculo. Com 51 anos e viúva há mais de dois, Maria Elaene optou por viajar como uma forma não só de espantar tristezas, mas também para buscar novas emo-
ções e conhecimento. No período em que o marido faleceu, ela também perdeu o único irmão. Maria Elaene sempre gostou de passear e conhecer novas culturas, e assim, aos poucos, as viagens começaram a fazer parte de sua rotina, sempre acompanhada de alguma amiga. “É uma forma de experienciar situações que não vivenciamos no dia a dia, apreciar sabores, sentir perfumes”, conta. Muito organizada, concilia o trabalho com seus roteiros turísticos, planejando cada detalhe para que feriados e períodos de férias possam ser bem aproveitados. Assim, dribla o es-
tresse e conhece o mundo. Na volta de cada viagem, compartilhar as experiências com amigos e familiares é uma de suas alegrias. “Em um mergulho nas ilhas Caymã, pude sentir o silêncio que só o oceano proporciona”, relata. Ela recorda a visita à pirâmide maia de Chichén-Itzá, no México, por causa da energia que emana do lugar. A próxima será para o Rio de Janeiro, em maio, para ver a exposição de esculturas gigantes do australiano Ron Mueck. Ela viajará acompanhada de uma artista plástica, para entender melhor o hiper-realismo de Mueck.
Maria Elaene em uma visita à pirâmide de Chichén-Itzá
MARIA ELAENE TUBINO/ARQUIVO PESSOAL/JC
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