Caderno Expointer

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EXPOINTER Caderno especial

Porto Alegre, 3 de setembro de 2014

Máquinas Agrícolas

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Em busca de

novo recorde


Jornal do na Comércio

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EXPOINTER

RETRATO DO SETOR

Caderno especial

Porto Alegre, 3 de setembro de 2014

CASA JC

‘Temos que exportar o arroz do Mercosul’, defende Dornelles

GUILHERME KOLLING

namento em relação ao Mercosul, trabalhando em conjunto para buscar outros mercados, ao invés de disputar espaço com países viziO Rio Grande do Sul é responsável por 70% nhos, que têm mais competitividade. “Temos do arroz brasileiro. São mais de 18 mil agricul- que exportar o arroz do Mercosul”, resumiu tores que produzem 12 milhões de toneladas ontem no painel Retrato do Setor, debate reado produto ao ano em 1,120 milhão de hecta- lizado na Casa JC na Expointer. res. Segundo a Federação das Associações de O presidente da Federarroz observa que já Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), houve uma mudança de visão do produtor, o arroz é responsável por 3% da arrecadação “que amadureceu e parou de choramingar. de ICMS do Estado. Paramos de ver nossos vizinhos simplesmenO presidente da Federarroz, Henrique Dor- te como competidores, já estamos tentando nelles, observa que, desde 2012, o setor vive atuar de forma conjunta na exportação. Não um bom momento. A renegociação das dívi- interessa de quem. Temos que exportar o Merdas e boas safras permitiram que o produtor cosul. O arroz tem que sair daqui, do Cone se capitalizasse. Mas o ano será de cautela, Sul, daí não vai atrapalhar Brasil, Argentina, tendo em vista que a rentabilidade deve se Uruguai e Paraguai”. reduzir, já que os preços ficaram estáveis Dornelles defende uma atuação do Itama(R$ 36,00 a saca de 50 kg), os custos aumen- raty e do Ministério da Agricultura para auxitaram (energia elétrica, 30%, agroquímicos liar a escoar o cereal e vencer barreiras que os 10%) e o El Niño deve Estados Unidos têm imreduzir a produtividade. posto em alguns mercaAlém disso, apesar dos. O produto brasileiro de a produção de arroz já está sendo exportado no Rio Grande do Sul ser para países como Venesuficiente para atender zuela, Peru e nações da ao mercado, o Estado reAmérica Central. cebe arroz importado de O aumento da expaíses vizinhos, como portação compensaria Uruguai e Argentina. São as importações, em que 1,5 milhão de toneladas o Paraguai surge como de arroz estrangeiro que um novo ator. “O Paraentram no solo gaúcho guai descobriu o arroz. ao ano, enquanto são São Paulo e Minas Geexportados 1,2 milhão de rais praticamente contoneladas. somem arroz paraguaio, Por isso, a reivindicaque chega com um preção é ajustar a política ço competitivo.” Outras de importação e abrir vantagens do vizinho, mercados para a exporsegundo Dornelles, são tação. Para o presidente escala, energia elétrica da Federarroz, a solução abundante e com preços passa por um reposicio- Henrique Dornelles preside a Federarroz competitivos.

RICARDO ARA/JC

Pedro Luiz Dias, presidente do Instituto GM, e Daniela Kraemer, gerente de relações públicas da GM, foram recebidos por Luiz Borges, diretor comercial do JC RICARDO ARA/JC

Estudantes de Jornalismo da ESPM-Sul estiveram na Casa JC acompanhados do editor de Internet do JC, Paulo Antunes, para uma vivência na cobertura de grandes eventos RICARDO ARA/JC

Hélio Souza Oliveira e Anelia Souza Oliveira, diretores do Grêmio Náutico União, aproveitaram o conforto da Casa JC para fugir da chuva que caiu durante o dia

RICARDO ARA/JC

guilhermekolling@jornaldocomercio.com.br

RICARDO ARA/JC

Os executivos da vinícola Miolo Glênio Tarouco, supervisor de vendas, e William Iafelice, gerente comercial do Sul/CentroOeste, visitaram a Casa JC no evento

Setor demanda terminal portuário Para alavancar as exportações de arroz, a Federarroz reivindica a criação de um terminal específico para o setor no porto do Rio Grande. O presidente da entidade, Henrique Dornelles, conta que o governo do Estado já criou um grupo de trabalho para encaminhar o assunto, e deve formalizar uma parceria público-privada no terminal portuário da Cesa (Companhia Estadual de Silos e Armazéns), com a adequação do local tanto para a exportação de arroz quanto para o transporte

por cabotagem. No Estado, os arrozeiros ainda querem que o Irga tenha um projeto mais comercial para o arroz. No plano federal, o pedido ao governo é solucionar questões fundiárias e entraves ambientais, fortalecer o Ministério da Agricultura, além de fazer a reforma tributária. “O agronegócio já não suporta a carga tributária. Hoje, ainda compensa com produtividade, mas está batendo no teto. Só mexendo no custo para resolver a rentabilidade”, avalia Dornelles.

EXPOINTER

RICARDO ARA/JC

João Carlos Garcia e o filho Fábio Garcia, diretores da Ascol, também aproveitaram a terça-feira para visitar o Parque Assis Brasil e a Casa JC no evento. Luiz Borges os recebeu

Editor-chefe: Pedro Maciel | Secretário de Redação: Guilherme Kolling | Editor de Economia: Luiz Guimarães | Subeditores: Cristine Pires, Luciana Radicione, Luciane Medeiros e Marcelo Beledeli | Reportagem: Luiz Eduardo Kochhann, Marina Schmidt e Patrícia Comunello | Fotografia: Marcos Nagelstein | Projeto gráfico: Luís Gustavo Van Ondheusden | Diagramação: Luís Felipe Corullón | Revisão: André Fuzer, Daniela Florão, Luana Lima e Thiago Nestor | E-mail: economia@jornaldocomercio.com.br


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GASTRONOMIA

Um estranho no ninho

GIANA MILANI

giana@jornaldocomercio.com.br

MAURO SCHNEIDER/ESPECIAL/JC

Quem pensa que só encontrará churrasco na Expointer, se surpreenderá neste ano. Em meio a fumaças de inúmeras churrasqueiras improvisadas pelo Parque Assis Brasil, pela primeira vez, é possível degustar o sabor da culinária japonesa. O Barko Temaki & Sushi, com sede em Porto Alegre, resolveu investir na opção que vem conquistando cada vez mais público — inclusive os pilchados. Para quem ainda não se acostumou com o sabor oriental, o restaurante, que está localizado no maior espaço da avenida Boulevard, também oferece opções de assados, saladas e entradas. No almoço, o buffet livre custa R$ 54,00. À noite, são oferecidos combinados e pratos a la carte. O chope artesanal, para acompanhar os pedidos, custa R$ 9,80.

De acordo com o proprietário do negócio, Rubem Steimbruch, a proposta é “trazer para a feira um ar mais cosmopolita, aproximando Porto Alegre das pessoas que vivem em estâncias”. Para deixar o local ainda mais com a cara da capital gaúcha, o Barko trabalha uma parceria com o renomado confeiteiro Diego Andino, que assina as sobremesas do cardápio, e com a cervejaria Coruja, sendo o único estabelecimento a oferecer chope artesanal na feira. O gerente Alexandre Kawski conta que a aceitação do público com a inclusão da gastronomia japonesa em um evento tradicionalmente gaúcho tem sido excelente. Em média, mil pessoas frequentam o restaurante por dia. “Não deixamos a carne de lado, temos os melhores cortes dela. O Barko é para todos os gostos.” Para Steimbruch, este ano é para que as pessoas conheçam o

Erva-mate cremosa e gelada

Barko no evento e a expectativa é que o restaurante esteja presente nas próximas edições da Expointer. “A ideia é desenvolver um know-how de como operar em feiras”, acrescenta ele, afirmando que deve investir em outros congressos e espaços móveis no futuro. Valmor Zanandrea, que visita a Expointer todos os anos, já virou cliente assíduo. “Venho seguido. Já é a terceira vez. É um desafio que ele colocou, acho que está se saindo bem”, comentou, em relação ao proprietário. O Barko Temaki & Sushi inaugurou sua primeira unidade há quatro anos, no Moinhos Shopping. Em 2013, um segundo restaurante foi aberto na rua Padre Chagas, no mesmo bairro. Steimbruch estuda expandir o negócio: “o intuito é ampliar a marca e manter o Barko como referência em destaque do segmento”.

Valmor Zanandrea virou cliente assíduo do local

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Receita à base d’água reúne o chá da erva com outros ingredientes, sem adição de leite

LUIZ EDUARDO KOCHHANN luiz@jornaldocomercio.com.br

Outra novidade gastronômica vem sendo atração para os visitantes da Expointer: o sorvete de erva-mate. O produto está disponível no Pavilhão Internacional, resultado de uma parceria entre a Secretaria de Agricultura e o Consulado Italiano. O objetivo da iniciativa é promover matérias-primas locais no mercado europeu. Para isso, uma equipe da feira participará das exposições da Langarone Fiere, na Itália, a fim de divulgar oportunidades de negócios com culturas típicas do Estado. O doce foi desenvolvido pela PreGel, empresa italiana especializada em ingredientes para sobremesas, com presença no Brasil. “Utilizamos uma receita a base de água, sem leite, misturando o chá da erva com os outros ingredientes, deixando-o mais leve. Equilibramos o amargor utilizando açúcar.”, conta o analista de negócios Davide Franzin. O administrador Omer Pohl-

mann Filho provou o novo sabor enquanto visitava a feira. Embora tenha o hábito de tomar o chimarrão, não conhecia outros itens elaborados a partir da erva-mate. “Tem um gosto diferente, bem refrescante. Acredito que possa agradar e atingir outros consumidores. Como novidade tudo vale a pena”, afirmou. De acordo com secretário executivo do Fundomate, Valdir Zonin, a experiência deve ser expandida, por exemplo, para frutas regionais desconhecidas fora do Brasil. O intercâmbio com o consulado e empresários italianos pretende realizar uma série de cursos de formação de sorveteiros. “Vamos apresentar um projeto para formar de 30 a 40 sorveteiros, com mestres de Langarone, inclusive, ministrando parte das aulas. A Europa quer novos sabores. Temos um potencial imenso para explorar, principalmente se valendo das matérias-primas do Rio Grande do Sul”, destaca o presidente europeu dos sorveteiros artesanais, Fausto Bortolot.


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PREMIAÇÃO

JOÃO MATTOS/JC

O Futuro da Terra reconhece a pesquisa

Autoridades convidadas participaram da cerimônia de premiação, realizada no auditório da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), em evento integrado à programação da Expointer

O

18º Prêmio O Futuro da Terra, promoção do Jornal do Comércio em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs) foi entregue na noite de segunda-feira para pesquisadores e empresários que contribuíram para o desenvolvimento científico do agronegócio gaúcho. A premiação foi realizada no auditório da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), em evento integrado à programação da 37ª Expointer. Durante a cerimônia, o diretor-presidente do Jornal do Comércio, Mércio Tumelero, entregou uma placa à presidente da Fapergs, Nádya Pesce da Silveira, pelos 50 anos da entidade, e um diploma ao diretor administratvo da entidade, Marco Antonio Baldo, em reconhecimento ao trabalho do comitê de avaliação do prêmio. Tumelero citou a importância do agronegócio em seu discurso. “No País, se o crescimento do PIB não é o desejado nos últimos anos, isso não pode ser atribuído à produção agrícola. Pelo contrário, o agronegócio foi o motor da

nossa economia”, destacou, dimensionando que em 2013, o segmento teve 22% de participação no PIB e respondeu por cerca de 30% dos postos de trabalho. Sinalizando para as atuais perspectivas do setor, Tumelero trouxe números que comprovam que a atividade agropecuária continua aquecida, com perspectiva de safra recorde nacional e estadual. Só no Estado, a previsão é de que o setor injete mais de R$ 20 bilhões na economia. Os avanços elencados estão diretamente relacionados ao desenvolvimento de pesquisas, que o diretor-presidente do JC citou como “responsáveis pela transformação do agronegócio brasileiro num dos mais competitivos do mundo”. Nesse sentido, a premiação concedida pelo JC e pela Fapergs objetiva estimular, cada vez mais, a evolução científica. O presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Carlos Sperotto, citou que o prêmio O Futuro da Terra é um dos mais nobres, porque busca pesquisadores para apresentar as inovações à sociedade. A diretora-presidente da Fapergs, Nádya

Pesce da Silveira, destacou que o Estado possui uma academia científica pujante, com grande variedade de pesquisadores, de todas as idades. A Fapergs, que comemora 50 anos, foi homenageada pelo Jornal do Comércio pelas atividades desenvolvidas no decorrer desse período. Além do diretor-presidente do JC, compuseram a mesa de premiação o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze, representando o governador Tarso Genro; o vice-presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Francisco Moesch; o procurador-geral de Justiça do Estado, Eduardo de Lima Veiga; o prefeito de Esteio, Gilmar Rinaldi; o prefeito de Porto Alegre em exercício, Sebastião Melo; o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto; o presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Cezar Miola; o secretário de Estado da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cleber Prodanov; a diretora-presidente da Fapergs, Nádya Pesce da Silveira; e o diretor-regional do Bradesco, Carlos Alberto Alástico.

Os premiados Prêmio Especial

Preservação Ambiental

Cadeias de Produção Agrícola

Tecnologia Rural

Alternativas Agrícolas

José Carlos Fachinello (Ufpel)

Pesquisas sobre qualidade na produção de frutas, como o pêssego

Bernadete Radin (Projeto Mais Água)

Iniciativa de oito instituições para melhor utilização da água no Estado

Jean Minella (UFSM)

Monitoramento de bacias hidrográficas

José Eloir Denardin (Embrapa Trigo)

Manejo e conservação do solo e da água

Zuleika Borges Torrealba (Maya Genética)

Central de congelamento de sêmen e produção de embriões

Marcos Borba (Embrapa Pecuária Sul)

Contribuição para a agricultura familiar pelo Projeto Alto Camaquã

Paulo Michel Roehe (Fepagro)

Pesquisa em diagnóstico e desenvolvimento de vacinas para sanidade animal

Marcio Nunes Corrêa (Ufpel)

Pesquisa sobre inovação em nutrição, sanidade e reprodução animal, principalmente de ruminantes

Falker

Industrialização de equipamentos de pesquisa científica de campo

João Kaminski (UFSM)

Pesquisa em sistema de recomendação de calcário

Carlos Tadeu Pippi Salle (Ufrgs)

Pesquisa tecnológica em sanidade avícola

Olivas do Sul

Plantio de oliveiras e extração de azeite de oliva


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FOTOS ANTONIO PAZ/JC

Bernadete Radin e Mércio Tumelero

José Carlos Fachinello e Mércio Tumelero José Eloir Denardin e Carlos Alberto Alástico

Jean Minella e Nádya Pesce da Silveira Marcos Borba e Francisco Moesch

Germano Rigotto e Zuleika Borges Torrealba Marcio Nunes Corrêa e Carlos Sperotto

Paulo Michel Roehe e Claudio Fioreze

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Porto Alegre, 3 de setembro de 2014

PREMIAÇÃO ANTONIO PAZ/JC

ANTONIO PAZ/JC

João Kaminski e Cezar Miola

Márcio Albuquerque e Gilmar Rinaldi ANTONIO PAZ/JC

ANTONIO PAZ/JC

Daniel Aued e Sebastião Melo

GILMAR LUÍS/JC

Carlos Tadeu Pippi Salle e Cleber Prodanov


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EXPOINTER

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Crédito

Batatas

O Banrisul lança uma nova linha de crédito para estimular a atividade econômica, o PSI–Banrisul. Na sexta-feira, o banco vai assinar na Expointer o primeiro contrato de financiamento por meio dessa linha. Com as mesmas características do Bndes-PSI, a linha vai financiar a produção e a aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional, bem como o capital de giro para fomentar a atividade comercial.

O agricultor Ronaldo Dalmolin Martinelli, de São José dos Ausentes, veio à Expointer para investir na produção de batatas. A fim de mecanizar a atividade, o produtor está negociando um trator de média potência – Farmall A 110, de 110 cv. Em 250 hectares, Martinelli produz 125 mil sacas/ano. A batata rende apenas uma safra anual. São seis meses de plantio e tratos culturais e outros seis de colheita manual.

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CASEIH/DIVULGAÇÃO/JC

EXPONOTAS


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MÁQUINAS AGRÍCOLAS

LUIZ EDUARDO KOCHHANN luiz@jornaldocomercio.com.br

A avaliação das empresas de máquinas e implementos agrícolas possui ao menos uma unanimidade: a produção e as vendas do ano passado foram atípicas. Inclusive, o termo “fora de curva” foi utilizado diversas vezes, durante entrevistas coletivas realizadas na Expointer, para definir o ano de 2013 repleto de recordes. Por isso, as projeções apresentadas para 2014 — mais de 6 mil colheitadeiras e cerca de 55 mil tratores – são vistas como positivas, apesar do cenário estatístico ser de retração expressiva em relação aos doze meses anteriores. De acordo com a Anfavea, no primeiro semestre, as vendas e a produção de máquinas agrícolas acumularam queda, respectivamente, de 20% e 16,5%, em comparação com o mesmo período do ano passado. As exportações também tiveram resultado negativo em 9,8%. E o último trimestre não será suficiente para uma recuperação tão exitosa. A projeção da Anfavea é fechar 2014 com diminuição em todos os indicadores: produção (-13,3%), vendas (-12%) e exportações (-10,3%). Na avaliação das empresas, seria muito difícil convergir todos os fatores positivos – PSI reduzido em 2,5%, pedidos acumulados de 2012 entregues no ano seguinte, produção e produtividade recorde, entre ou-

tros — em um mesmo ano, como foi o caso de 2013. A New Holland afere que o momento é de estabilidade ao projetar o fechamento do mercado brasileiro em 55 mil tratores e 6,5 mil colheitadeiras. O vice-presidente da marca na América Latina, Alessandro Maritano, diz que pode haver variações em curto prazo, mas que não se trata de uma perspectiva ruim. Afinal, o crescimento deve retomar o patamar dos últimos quatro anos, com exceção de 2014, devido às possibilidades de expansão da terra e aumento da produtividade. “O último trimestre não vai mudar drasticamente a situação deste ano”, projetou. Para o diretor de vendas da Valtra, Paulo Beraldi, o mercado brasileiro de máquinas agrícolas mudou de patamar ao sair de 30 mil tratores anuais e, agora, projetar um 2014 com 52 mil, além de 6 mil colheitadeiras. “É desse patamar que não podemos cair para não comprometer a tecnicidade alcançada até aqui”, afirmou. Mesmo sem apresentar números, o diretor de vendas da John Deere, Rodrigo Junqueira, diz que 2014 será o segundo melhor ano da história, tanto para produtores quanto para a indústria do setor. “Não fecharemos tão bem quanto no ano passado, que foi um ano espetacular em rentabilidade, mas teremos margens muito boas. Para 2015, a expectativa é a mesma”. As exportações foram outra

pauta na Expointer, principalmente a crise de dívida e as barreiras comerciais impostas pela Argentina. De uma maneira geral, entretanto, o setor de máquinas não está tão suscetível aos problemas do país vizinho como está o automobilístico. Para fazer frente à retração, a estratégia do setor pode ser realizar novos investimentos. Nesse sentido, as iniciativas mais frequentes buscam aproximar os serviços de atendimento, as centrais de distribuição e os clientes. A necessidade é explicada pelas janelas entre às safras estarem cada vez mais curtas, impedindo que o agricultor fique muito tempo sem assistência técnica. A Massey Ferguson, por exemplo, inaugurou um centro de distribuição de peças em Ernestina, no Norte gaúcho, considerada uma localização estratégica por acolher também ao Mercosul. “Dessa forma, logramos diminuir em dois dias o tempo de logística até produtores dessas regiões, descentralizando a formatação de logística”, explica o diretor comercial Carlito Eckert. A projeção do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers) é considerada “moderada” para esta edição da Expointer. Mesmo assim, a expectativa é atingir o mesmo faturamento de R$ 3,2 bilhões do ano passado. A redução do preço das commodities, impactando na receita do produtor, e o PSI mais alto, variando entre 4,5%

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Cenário de retração não tira ânimo de fabricantes

Preço das commodities e juros do PSI devem manter o mercado estável

e 6%, são os motivos da posição de estabilidade, sem crescimento. As empresas seguem otimistas e destacaram a feira como uma das últimas oportunidades para contratar o PSI nas atuais taxas, que devem ser revisadas em janeiro. O diretor comercial da Massey Ferguson, Carlito Eckert destaca a importância de R$ 156,1 bilhões em fundos oficiais, entre eles o Plano Safra, disponíveis ao produtor para aquisição de máquinas, custeio e outros investimentos, o que, segundo ele, garantiria 15% mais recursos do que na última safra. “É importante também a revitalização do Moderfrota, que voltará como uma linha alternativa com os mesmo juros e as mesmas taxas, além de já possuir R$ 3,5 bilhões em recursos alocados”, destacou. A New Holland utiliza o dado da Anfavea, segundo o qual cerca de 50% das colheitadeiras em

atuação no Brasil possuem mais de 10 anos para exemplificar que ainda existe demanda. “A feira é oportunidade para antecipar as aquisições de máquinas e implementos, garantindo as taxas de juros de financiamento abaixo da inflação. Esperamos um volume grande de pedidos e haverá congestionamento”, projeta o diretor comercial da marca, Luiz Feijó. Para o diretor de vendas da Valtra, Paulo Beraldi, apesar do ano passado “espetacular”, a projeção é de crescimento nas vendas durante a Expointer. “Projetamos aumento principalmente devido ao número de máquinas que deve ser comercializadas aos pequenos agricultores, que tem buscado as menores séries”, conta. Já Rodrigo Junqueira, da John Deere, lembra que a taxa PSI tem se mostrado um atrativo desde o início da feira, mas os negócios devem começar a ser fechados no fim da semana.

MOVIMENTO

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Chuva concentra público nos pavilhões de gado de corte e leite

Visitantes, a maioria estudantes, tiveram que dividir espaço com os animais

A terça-feira no Parque Assis Brasil foi marcada pelo uso das já tradicionais capas de chuva, um dos acessórios indissociáveis da Expointer. Com volume pluviométrico de 26 mm durante todo o dia, segundo a Estação Meteorológica da Fepagro, a quantidade de chuva ainda ficou abaixo da registrada na noite de sábado, quando o índice chegou a 50 mm. Ainda assim, houve período de chuva intensa, principalmente no período da manhã, o que fez com que os cerca de 30 mil visitantes desta terça-feira concentrassem-se nos pavilhões.

De acordo com o meteorologista da Fepagro Glauco José Nunes de Freitas, a temperatura, no período da tarde, pode chegar a 22 graus, com possibilidade remota de chuva, já que a instabilidade está se dissipando para o mar. No decorrer da semana, a temperatura volta a subir, sem chance de chuva, que só deve voltar no sábado. Desde sábado até às 17h de ontem, o número total de visitantes registrados foi superior a 185 mil visitantes. Ontem, o público mais expressivo foi o de estudantes, que somaram 13 mil crianças e adolescentes.


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