Caderno Previência 2015

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& PREVIDÊNCIA SEGUROS

JOÃO MATTOS/JC

Caderno Especial do Jornal do Comércio Porto Alegre, Sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Pensando no

amanhã


SEGUROS & PREVIDÊNCIA Caderno Especial do Jornal do Comércio | Porto Alegre, Sexta-feira, 30 de outubro de 2015 JONATHAN HECKLER/JC

APOSENTADORIA

Brasil se torna uma nação envelhecida

Eunice tem a rotina que sempre desejou, porque se preparou para isso

80,84

78,64

79,9

77,8

78,79

76,74

77,5

75,44

76,01

73,86

74,3

EXPECTATIVA DE VIDA AO NASCER (IDADE) 71,99

HSBC, que ouviu 16 mil pessoas em 15 países, apontou que aproximadamente três quartos dos aposentados não realizaram pelo menos uma de suas expectativas ao parar de trabalhar. “É frustrante faltar dinheiro para as pessoas realizarem o que planejaram, porque é muito difícil prever o custo da aposentadoria. Por isso, é importante procurar um consultor financeiro, assim como vamos a um nutricionista ou a um mecânico”, sugere o porta-voz brasileiro da pesquisa, Alfredo Lália. Apesar de se mostrarem despreparados para a aposentadoria, os brasileiros são mais otimistas quanto ao futuro do que cidadãos de países como Alemanha, Austrália e Canadá, como mostrou um estudo realizado pelo grupo global Mongeral Aegon. Entre 15 países, o Brasil ficou em segundo lugar no nível de otimismo para a aposentadoria, apenas atrás da Índia. “No início do ano, ainda não era muito evidente a crise econômica e política que atravessamos. Provavelmente, um resultado diferente vai aparecer na pesquisa do ano que vem”, projeta o superintendente de projetos especiais do grupo, Leandro Palmeira.

72,39

mais rapidamente do que a média internacional. Em 2050, a população idosa brasileira será três vezes maior do que é hoje – passará de 12,5% para 30% –, enquanto a mundial duplicará. Em breve, o Brasil será considerado uma nação envelhecida, classificação dada aos países com mais de 14% da população acima de 60 anos. Mas o que significa isso? Segundo o relatório da OMS, ser idoso não quer dizer ser dependente, como se imaginava antigamente. Assim, é possível viver mais com qualidade de vida, desde que os governos, as empresas e as pessoas se preparem para isso. Se depender do planejamento financeiro, no entanto, os brasileiros ainda têm muito a mudar. Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que 57% dos consumidores no País não poupam dinheiro para a aposentadoria. “Quando nos aposentamos, queremos manter o padrão de vida, por isso precisamos nos planejar com uma poupança além do que o governo vai nos dar”, orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Um relatório produzido pelo

69,83

Aos 62 anos, a aposentada Eunice Luz tem a rotina que sempre desejou. Viaja para comprar malhas na Serra Gaúcha, passeia com as netas e se ocupa em atividades como voluntária no Sindicato Nacional dos Aposentados. “Consigo ter uma vida boa, porque me preparei para isso. Só com o benefício do INSS, não ia dar”, conta. Ex-funcionária de um banco, ela se mantém com a renda da previdência privada, fundo para o qual começou a contribuir por estímulo do pai, que dizia que era preciso garantir o futuro. “Antigamente, as pessoas rezavam para parar de trabalhar e, dois ou três anos depois, morriam. Com 60 anos, já eram velhas. Mas meu pai dizia que o mundo estava mudando”, lembra. E mudou, de fato. Pela primeira vez na história, a maioria das pessoas no mundo pode esperar viver além dos 60 anos. No Brasil, uma criança nascida em 2015 pode esperar viver 20 anos mais do que se tivesse nascido há 50 anos. Os dados são do recente Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e sinalizam que o Brasil está envelhecendo

Quando e como começar a guardar dinheiro para o futuro? É consenso entre especialistas que quanto antes se começa a poupar para o futuro, melhor. Na casa da família Basso, por exemplo, os

quatro integrantes já têm sua reserva em planos de previdência privada, inclusive Rafael, de 2 anos, e Aline, de 3 anos. “Eles não tinham FREDY VIEIRA/JC

Na família Basso, os quatro integrantes têm planos de previdência

nem um ano, e comecei a depositar pensando em pagar as faculdades. Se não precisar, eles já podem usar para a aposentadoria”, conta o pai, Daniel Basso, de 36 anos, que contribui todo mês. Ele e a esposa, Elisa Basso, consideram a poupança inacessível, pois não pretendem mexer nela até se aposentar. A família é o exemplo do que os consultores financeiros recomendam: poupar com regularidade, por um longo período. “Não só o que guardamos faz aumentar o rendimento com o tempo, mas também os juros sobre juros, que fazem nossas economias engordarem mais rápido”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. O primeiro passo do planejamento financeiro deve ser olhar

2000 Brasil

2005

2010

2015

Rio Grande do Sul

para o orçamento de forma ampla, contabilizar tudo o que se gasta e o que se ganha e localizar onde é possível economizar. “Às vezes, a economia em gastos invisíveis ajuda, como estacionamento, sorvete e cafezinho”, sugere. Em seguida, já dá para ter noção de um valor mensal fixo que é possível investir. Não há um único valor mínimo por mês recomendado para todos, então o negócio é guardar o máximo que puder e não se preocupar se parece pouco. “Temos uma falsa sensação de que, se sobrou pouco, não vale a pena economizar.

2020

2025

2030

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Mas R$ 50,00 por mês, no final de um longo período e com alta rentabilidade, pode gerar uma boa renda”, indica o consultor em finanças pessoais e professor de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) Alfredo Meneghetti Neto, que recomenda aplicar 10% da renda mensal em diferentes investimentos, incluindo aplicações como previdência privada, caderneta de poupança, títulos do Tesouro Direto, fundos de renda fixa e ações. Ele só descarta depender apenas da Previdência Social, cujo teto é de R$ 4.662,43.

Expediente Editor-chefe: Pedro Maciel (maciel@jornaldocomercio.com.br) Editora de Cadernos Especiais: Ana Fritsch (anafritsch@jornaldocomercio.com.br)

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Seguros e Previdência

Reportagem: Júlia Lewgoy Projeto gráfico: Luis Gustavo Van Ondheusden Editor de Fotografia: João Mattos

Diagramação: Ingrid Müller, Juliano Bruni, Kimberly Winheski, Lilian Martins, Luís Gustavo Van Ondheusden Revisão: André Fuzer, Rafaela Milara e Thiago Nestor


SEGUROS & PREVIDÊNCIA Caderno Especial do Jornal do Comércio | Porto Alegre, Sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Previdência atrai jovens e maiores contribuições

A previdência privada é complementar à Previdência Social, aquela paga pelo INSS aos trabalhadores, por isso também é chamada de previdência complementar. Mas existem duas modalidades: Previdência complementar aberta: É comercializada por bancos e seguradoras, e pode ser adquirida por qualquer pessoa ou empresa. É regulada e fiscalizada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), ligada ao Ministério da Fazenda.

MARCO QUINTANA/JC

Previdência complementar fechada: Também conhecida como fundos de pensão, é mantida por instituições sem fins lucrativos e organizada em planos coletivos. É permitida apenas para funcionários de empresas, servidores do governo ou associados de entidades de classe. É fiscalizada pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), ligada ao Ministério da Previdência Social. FONTE: MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Preste atenção em seus direitos ao adquirir planos O sucesso de um plano de previdência privada depende de dois momentos: a contratação e o acompanhamento. Ler com atenção as condições do que se está contratando é essencial. Todas as taxas de carregamento e de administração devem estar previstas no contrato, como explica o advogado e presidente da OABPrev-RS, Jorge Fara. “É um contrato de longo prazo, por isso é importante estar bem informado para adquirir um plano que atenda a seus objetivos no futuro.”

A rentabilidade deve ser acompanhada uma vez por ano, observando se está de acordo com a que foi projetada. Se estiver abaixo do esperado, é possível fazer mudanças no plano. A portabilidade é outro direito. Ela possibilita a troca de banco ou seguradora caso o consumidor considere as taxas de administração praticadas elevadas, ou não estiver satisfeito com o atendimento. Qualquer investidor pode migrar seus recursos de um plano para outro sem pagar impostos.

118,46

ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO (IE)*

76,39

72,47 20

2000 IE Brasil

2005

2010

34,05

26,54

40,77

40

45,09

54,15

59,32

60

32,16

recomenda comparar as taxas de administração e de carregamento — cobrada exclusivamente em planos de previdência privada — de uma instituição para a outra, ou tentar negociá-las com o gerente. Também é necessário ter cuidado ao escolher o tipo de plano e ter claro que previdência privada é um investimento de longo prazo, favorável a quem quer transformá-lo em renda no futuro. “É melhor não usar esse dinheiro para comprar um carro, por exemplo, por causa da alta tributação. A previdência privada não é vantajosa para retirar o dinheiro de uma vez só”, orienta.

21,96

Meneghetti Neto. Ele considera que uma das vantagens da previdência privada é poder adquirir planos diferentes, conforme o perfil do investidor, mais conservador ou agressivo. Esse investimento também tem incentivos fiscais. O Imposto de Renda, por exemplo, é cobrado apenas no momento do resgate ou do recebimento da renda. Meneghetti, no entanto, destaca que, ao procurar o banco ou a seguradora, é preciso já ter buscado informações prévias. Ao optar por planos de previdência privada, a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti,

80

26,51

Menezes presenteou a filha, Luiza, com uma previdência privada

94,07

100

18,66

Existem diversos tipos de investimento para poupar recursos para o futuro. A previdência privada, no entanto, é o único deles que consegue ser transformado em renda mensal direto na conta, o que faz dela um investimento propício para a aposentadoria. Uma pesquisa da Brasilprev realizada entre seu 1,8 milhão de clientes, fornecida com exclusividade ao Jornal do Comércio, apontou que a contribuição média em previdência privada na região Sul cresceu 8% entre maio de 2014 e maio deste ano. A contribuição média no Rio Grande do Sul, de R$ 377,00 por mês, é maior que a da região, de R$ 340,00. “O ticket médio cresce devido ao aumento da renda média da população nos últimos anos e da consciência de que é preciso poupar”, explica a gerente de inteligência e gestão de clientes da Brasilprev, Soraia Fidalgo. Planos de previdência para jovens e crianças também estão cada vez mais populares. Na Brasilprev, entre cada três planos, um é de alguém com menos de 21 anos. Soraia conta que entre os clientes de até 30 anos, a maioria das decisões de fazer a previdência privada parte dos pais, pensando em projetos educacionais ou profissionais. É o caso dos irmãos Luiza e Guilherme Menezes, de 25 e 29 anos, respectivamente, que ganharam um presente diferente do pai, Valmir Menezes, no último Natal: um plano de previdência privada. “Trabalhei no serviço público e recebo meu salário integral como aposentado, mas percebi que esses benefícios estão terminando. Então, propus ajudá-los a buscar alternativas na iniciativa privada”, conta o consultor agrônomo. Seu projeto é contribuir com depósitos anuais, até que os filhos consigam investir com recursos próprios. “Todo início de carreira é difícil. Por enquanto, acho que consigo formar uma boa poupança”, comemora. A idade sinalizadora de que está na hora de planejar a aposentadoria é 35 anos, como sugere o consultor financeiro e professor de Economia da Pucrs Alfredo

QUAIS OS TIPOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA?

2015

IE Rio Grande do Sul

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

2020

2025

2030

*Índice de Envelhecimento é o número de pessoas de 60 anos ou mais, para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade

Seguros e Previdência

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CONJUNTURA

Mercado segurador brasileiro tem fôlego para se expandir Enquanto a economia brasileira treme em corda bamba, o setor de seguros e previdência privada aproveita um resquício de fôlego para crescer, já que ainda tem muito mercado a explorar no longo prazo. É só pensar: quantas pessoas você conhece que têm um seguro de vida ou de residência? Pela quantidade de brasileiros que têm previdência privada, dá para entender porque a capacidade de crescimento do setor está longe de ser esgotada. São pouco mais de 12 milhões de pessoas, equivalente a 6% da população, segundo a Federação Nacional de Previdência

Privada e Vida (FenaPrevi). Mas, para aumentar a penetração, há um longo trajeto de educação financeira pela frente. “Não queremos ser elitistas. Proteção é um direito de todos”, afirma a diretora executiva da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), Solange Beatriz Mendes. O combo de ações para atrair novos clientes e fidelizar os antigos inclui agregar novos serviços com frequência, otimizar o atendimento e disseminar informação.

CONTRIBUIÇÕES NA PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA (EM BILHÕES)* *Previdência privada aberta é a comercializada a qualquer cliente em bancos e seguradoras R$ 50

R$ 40

1º semestre de 2014

R$ 30

1º semestre de 2015

Outros

R$ 46,35

R$ 37,55

TOTAL

FONTE: FEDERAÇÃO NACIONAL DA PREVIDÊNCIA PRIVADA E VIDA (FENAPREVI)

PARTICIPAÇÃO POR SEGMENTO NO MERCADO DE SEGUROS GERAIS* *Seguros gerais não incluem seguros de pessoas; valores entre janeiro e agosto de 2015

Habitacional (R$ 2 bi) Rural (R$ 1,9 bi) Outros (R$ 3,9)**

0%

%

R$ 15

14,60%

R$ 12

18,30%

**Outros: Riscos financeiros (R$ 1,6 bi) ........................................................................................ 3,60% Responsabilidades civis e ambientais (R$ 983 milhões) .................................................2,10% Cascos marítimos e aeronáuticos (R$ 499 milhões) ........................................................1,10% Riscos especiais (R$ 478 milhões).......................................................................................1% Crédito (R$ 27 milhões)..................................................................................................0,10% Microsseguros de danos (R$ 10 milhões)....................................................................... 0,02% FONTE: FEDERAÇÃO NACIONAL DE SEGUROS GERAIS (FENSEG)

4

Seguros e Previdência

Arrecadação

46,50%

Indenizações aos segurados

R$ 9

R$ 6

R$ 3

0

1º semestre de 2014

R$ 3,50

DPVAT (R$ 6,7 bi)

4 ,4 0

privada e seguros de vida. “Não vamos conseguir manter a expansão dos últimos anos. Se avançarmos dois dígitos, vamos comemorar”, avalia. Oliveira explica que, a partir do segundo semestre, a atividade de produtos de longo prazo foi afetada pela baixa confiança dos brasileiros quanto ao futuro. Na previdência, planos atrelados a fundos de renda variável foram substituídos pelos de renda fixa, devido à grande oscilação na rentabilidade, causada pelas incertezas no País.

*Seguros de pessoas incluem seguros de vida, acidentes pessoais, viagem e educação, entre outras modalidades

7,90%

R$ 14,50

Patrimonial (R$ 8,4 bi)

4,3

4%

Automóvel (R$ 21,5 bi)

Solange, da CNseg, afirma que o setor não pretende ser elitista

ARRECADAÇÃO E INDENIZAÇÕES DE SEGUROS DE PESSOAS (EM BILHÕES)*

R$ 3,70

PGBL

R$ 0,45

R$ 1,92

R$ 3,83

R$ 3,44

VGBL

R$ 13,00

0

R$ 42,07

R$ 10

R$ 32,19

R$ 20

“Estamos nos aproximando de órgãos de defesa do consumidor para compreender as reclamações e necessidades dos clientes e buscar soluções”, diz. Em meio à recessão econômica, o mercado segurador — incluindo previdência privada, seguros e capitalização — arrecadou R$ 142,3 bilhões entre janeiro e agosto deste ano, um crescimento de 13,7% em relação ao mesmo período de 2014. A arrecadação deve atingir R$ 364,8 bilhões em 2015, número 12,4% superior ao registrado em 2014. “Embora o setor tenha relação direta com a renda, o efeito da crise chega com atraso. As pessoas abrem mão do seguro em último caso”, explica. Solange destaca que o mercado segurador no Brasil é formado por empresas sólidas e tem uma regulamentação eficaz. “Na medida em que a população recebe mais informações e se torna mais consciente, temos um espaço enorme para crescer”, traça. Apesar do grande mercado a explorar pela frente, o vice-presidente da FenaPrevi e presidente da Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flávio de Oliveira, é mais cauteloso quanto ao bom desempenho do setor neste ano. Ele projeta um crescimento entre 8% e 12% para 2015 no mercado de previdência

CNSEG/DIVULGAÇÃO/JC

1º semestre de 2015

FONTE: FEDERAÇÃO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA PRIVADA E VIDA (FENAPREVI)

Por outro lado, para o vice-presidente corporativo da Icatu Seguros, César Saut, o mercado consegue se beneficiar com a percepção de risco das pessoas em um momento de crise. “A instabilidade auxilia a gerar lucidez e motiva as pessoas a encarar os riscos que correm”, acredita. Ele percebe um esforço das empresas para se comunicar com clientes de maneira mais simples e entregar produtos com condições mais claras. “Tentamos tirar o segurês do nosso vocabulário”, diz.

Seguradoras no Rio Grande do Sul apostam em comunicação e educação O mercado de seguros no Rio Grande do Sul deverá crescer entre 8% e 10% em 2015, segundo o presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul (Sindseg-RS), Julio Cesar Rosa. Ele avalia que há espaço para avançar e, a cada ano, surgem mais demandas. Para Rosa, a estratégia para crescer está no esforço em atender bem os segurados, já que cerca de 70% da receita das seguradoras é devolvida em forma de indenização. Para o diretor-geral da Luterprev, Evandro Raber, o mercado ainda é tímido, e a educação financeira é também responsabilidade das empresas. A Luterprev desenvolve um programa que capacita professores de escolas que são clientes de planos corporativos de previdência na empresa, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. “Ainda há muito por fazer”, acredita. A Gboex tem mantido seu crescimento na faixa dos 10% ao ano e administra aproximadamente 200 mil planos só na modalidade dos planos de pecúlio, atrelados à previdência. “Há uma demanda muito grande a ser trabalhada”, diz o diretor do grupo Gboex, Ilton de Oliveira. Ele destaca que há um esforço das empresas para desenvolver produtos mais acessíveis, ampliando ações em comunicação e educação financeira.


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Automóvel se mantém como o principal seguro no País Quando se fala em seguros, é provável que o primeiro que venha à cabeça seja o de automóveis. Os números mostram a popularidade do seguro de carro entre os brasileiros: ele representa 46,5% do mercado de seguros gerais no Brasil e arrecadou R$ 21,5 bilhões entre janeiro e agosto, expansão de 4,8% em relação ao mesmo período de 2014. “Seguros de carros são proporcionalmente mais caros do que os seguros de residência, e mesmo assim são bem mais procurados”, diz o vice-presidente da Comissão de Seguro de Automóvel da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) e diretor-geral da Porto Seguro, Luiz Pomarole. Mesmo assim, apenas 30% da frota brasileira está segurada, o que significa que há espaço para expandir. Pomarole explica que ainda é um desafio criar soluções para carros antigos e explorar

cidades no interior do País. Roubos e colisões com frequência foram os responsáveis por disseminar a cultura da necessidade do seguro de automóvel no Brasil, de acordo com o diretor técnico do segmento de automóveis e ramos elementares do Bradesco Seguros, Saint’Clair Pereira Lima. Dos anos 2000 para cá, o mercado deu um salto ao oferecer, além da cobertura em casos de acidentes e roubo, serviços de assistência como carro-reserva, troca de vidros e indicação de mecânica de confiança. Os preços, no entanto, assustam consumidores e variam até 70% no mercado, como mostrou uma pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste). O levantamento, realizado a partir de 310 apólices com coberturas e benefícios distintos, apontou que é possível economizar até R$ 3.441,00 ao ano ao contratar

um seguro de carro. O técnico do Bradesco Seguros justifica que o setor opera com margem apertada e que há um esforço das seguradoras para tornar a precificação mais justa. Uma das alternativas estudadas pelo mercado é o uso de uma tecnologia chamada telemetria como ferramenta para determinar o preço do seguro de automóvel. A Liberty Seguros lançou recentemente um programa para calcular o preço do seguro com a ajuda de um dispositivo instalado no carro, que mede o comportamento do segurado no trânsito. Durante quatro meses, será possível verificar a velocidade média, o nível de freagem e a frequência de movimentos bruscos. O segurado terá acesso em tempo real ao diagnóstico e, de acordo com a sua conduta no trânsito, poderá ser bonificado na renovação da apólice.

FENSEG/DIVULGAÇÃO/JC

Pomarole, da FenSeg, destaca que os seguros de carro são mais procurados que os de residência

Seguros e Previdência

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MERCADO CORPORATIVO

Foco em produtos para pequenos empreendedores

ANTONIO PAZ/JC

Proprietário de uma petshop, Sant’anna adquiriu um seguro específico para esse tipo de negócio

D

epois de ter os vidros da vitrine de sua petshop quebrados três vezes por tentativa de furto, o pequeno empresário Felipe Sant’anna resolveu dar um jeito de reduzir os prejuízos. Por pouco mais de R$ 700,00 ao ano, contratou um seguro específico para petshops, que, além de cobrir os vidros e outros danos, protege a empresa de eventuais acidentes com os cães durante o banho e a tosa. “Só a minha secadora de cachorro custa R$ 6 mil. Com a quebra de um vidro de R$ 1.000,00, o seguro já se pagou”, avalia. O proprietário da petshop é um dos pequenos e médios empresários que incrementam o bolso e o desenvolvimento do mercado de seguros. Diversas companhias estão preocupadas em criar produtos específicos para segmentos dessa categoria, de acordo com a necessidade de cada setor. Para salões de beleza, é um produto. Para consultórios de dentista, é outro. Nesse caminho, a customização de produtos para empresas e a flexibilização dos contratos de acordo com o ramo de atuação

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Seguros e Previdência

são uma tendência, como destaca o diretor comercial da Mapfre, Sérgio de Oliveira. Para microempreendedores que montam o seu negócio em casa, como mecânicos, costureiras e sapateiros, a seguradora oferece apólices em que é possível proteger seu patrimônio sem apresentar CNPJ e com preço até 30% mais baixo, quando comparado a um seguro patrimonial tradicional. A Minuto Seguros oferece produtos diferentes para 13 segmentos de pequenas e médias empresas. Seus clientes são livrarias, salões de beleza, restaurantes e escolas, entre outros. Na visão do sócio-diretor da seguradora Manes Erlichman, a oferta de seguros para esse perfil de consumidores ainda tem muito a avançar. “Quem está construindo sua pequena empresa ainda não tem essa cultura do seguro, mas é tão barato que não vai afetar o negócio”, ressalta. A noção de risco entre os pequenos e médios empresários é desenvolvida aos poucos, a partir do treinamento de corretores, como destaca o vice-presidente de seguros corporativos da Liberty Seguros, Paulo Umeki. A

seguradora trabalha com um serviço de geolocalização para auxiliar corretores a encontrar potenciais clientes. Apesar do aumento de mais de 20% na clientela de pequenas empresas neste ano, em comparação com 2014, o segmento de seguros corporativos de patrimônio e responsabilidade civil tende a crescer menos do que nos últimos anos, segundo Umeki, afetado pela crise econômica. Empresas em que a alma do negócio são os funcionários e não as máquinas, como lojas, por exemplo, têm reforçado a procura por outro tipo de seguro: o de vidas. “É uma forma de reter as pessoas-chave para o negócio”, sugere o gerente de produtos e inteligência da Mongeral Aegon, Marcus Marinho. No acumulado entre março e agosto, a seguradora registrou um aumento de 57,6% na arrecadação referente a novos contratos de seguros de vida em grupo em comparação aos mesmos meses de 2014. A procura desse produto por pequenas e médias empresas também cresce, já que, para elas, os preços são mais competitivos do que para as grandes companhias.

Empresas investem em previdência para reter talentos O mercado de previdência privada também é impulsionado pelas empresas. Um em cada quatro planos é corporativo, e 3 milhões de brasileiros têm sua previdência atrelada à organização em que trabalham. Em meio a demissões e fechamento de negócios, a previdência corporativa tem atraído especialmente as empresas que investem alto em treinamento de funcionários e desejam reter seus talentos. “As empresas de tecnologia de ponta são mais agressivas em seus pacotes de benefícios, porque investem muito em quem contratam”, explica o gerente comercial da Icatu Seguros, Raul Lopardo. A principal vantagem da previdência corporativa para as organizações é atrair bons profissionais no mercado. Outro benefício é que as empresas lançam seus gastos com previdência privada como despesas operacionais e, assim, diminuem o lucro e os impostos a pagar. “Em torno de 30% do que é investido em previdência volta para os cofres da empresa”, diz. Para os funcionários, as condições de planos empresariais

costumam ser melhores do que as de planos individuais, com taxas mais enxutas. A contribuição para a previdência é descontada da folha de pagamento, e alguns planos contam com contribuições da empresa também, chamados de planos instituídos. “Nosso plano instituído habitual inclui 50% de contribuição da empresa e 50% do funcionário, que entra com 5% a 7% do seu salário”, explica Lopardo. As regras de funcionamento dos planos são programadas por cada empresa de forma personalizada com a seguradora. Pequenas e médias empresas também se tornam clientes de previdência em algumas seguradoras. Na Brasilprev, houve crescimento de 47% na arrecadação dos planos corporativos entre janeiro e julho, principalmente motivado pela procura de novas pequenas empresas, de acordo com o superintendente comercial, Mauro Guadagnoli. O grupo lançou um produto específico para esse segmento no final de 2013, que abrange também os dependentes econômicos dos proprietários de negócios.

QUANTO CUSTA UM SEGURO PARA PEQUENA OU MÉDIA EMPRESA?* Salão de beleza Valor

Cobertura

Entre R$ 205,73 e R$ 1.164,98 ao ano

Petshop Entre R$ 220,86 e R$ 957,41 ao ano

Bar Entre R$ 350,86 e R$ 1.484,94 ao ano

As básicas incluem incêndio, queda de raio e explosão, além de danos elétricos e roubo ou furto qualificado de bens. As mais completas podem englobar perda de aluguel, quebra de vidros e danos a bens de clientes em guarda volumes, entre outras coberturas específicas para cada segmento.

*Valores simulados, podem variar de acordo com a cobertura e a seguradora.

FONTE: MINUTO SEGUROS FREDY VIEIRA/JC

Lopardo diz que empresas de alta tecnologia oferecem mais benefícios


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FOTOS FREDY VIEIRA/JC

EMPRESA

‘Precisamos mudar o conceito de idoso’ Há 20 anos, quando o executivo César Saut inaugurava a operação da Icatu Seguros em Porto Alegre, o mercado da previdência privada no Brasil dava seu start. A estabilidade econômica trazida pelo real permitiu que famílias pudessem levar a sério a ideia de poupar para a aposentadoria, sem se preocupar com os preços variando sem controle no supermercado. Desde então, o atual vice-presidente corporativo da seguradora dissemina a educação financeira e os valores da empresa, especializada em proteção dos riscos de morte prematura, invalidez e sobrevivência. “Ninguém tem vocação para abdicar de consumo para se proteger. A Icatu tenta despertar essa lucidez”, acredita. Nas operações de seguro de vida, previdência e capitalização em todo o Brasil, a Icatu Seguros chegou ao marco de mais de 2,5 mil novos clientes por dia. A empresa também registra diariamente quase 180 indenizações decorrentes de morte ou invalidez. A Icatu Seguros avança na região Sul, onde ultrapassou a movimentação de R$ 1 bilhão este ano. Nesta entrevista, Saut fala sobre o planejamento dos brasileiros para o futuro e o mercado de previdência privada e seguros no País. JC Seguros & Previdência - A expectativa de vida da população brasileira está aumentando, assim como o rombo nas contas da Previdência Social. Que mudanças esse cenário provoca no

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Seguros e Previdência

planejamento das pessoas para o futuro? César Saut - A evolução da medicina está arrastando o limite da longevidade para patamares cada vez mais distantes. Nosso regime previdenciário está estruturalmente quebrado, porque as regras criadas têm mais de 50 anos, quando poucas pessoas chegavam na idade mínima para se aposentar. O Brasil era um país de jovens e há uma mudança na sua pirâmide demográfica. Por isso, temos que mudar o conceito de idoso. Uma pessoa com 60 anos hoje corre uma maratona. Não seremos um país de velhos problemáticos, mas de pessoas maduras. Vamos trabalhar até os 60, mas viveremos até os 90. Como teremos dignidade do momento em que pararmos de trabalhar até morrer? A previdência pública não vai conseguir manter nosso padrão de vida, por isso a previdência privada é cada vez mais uma alternativa imprescindível. Seguros & Previdência - A previdência privada está distante da realidade da maioria dos brasileiros. Como ela pode deixar de ser um produto elitizado? Saut - A previdência privada não é cara nem barata, é um fundo de reserva. A sensação de caro ou barato depende do tempo de contribuição. O importante é começar o quanto antes. Quando me perguntam o valor ideal para contribuir, digo que pode ser qualquer um, desde que se deposite pelo maior tempo possível. Às vezes, as pessoas começam fazendo depósitos

mensais com valores muito altos, não conseguem manter e se frustram. A principal mensagem que queremos passar é: comece hoje. Seguros & Previdência - Na Plataforma do Conhecimento na internet, a Icatu Seguros orienta sobre educação financeira com cursos on-line gratuitos, vídeos, simuladores e jogos. Como as empresas podem contribuir para ensinar as pessoas a se prepararem para o futuro? Saut - Todos nós corremos riscos, mas nunca achamos que eles vão nos atingir. Podemos bater o carro e sabemos que é imprescindível ter um seguro de automóvel, mas poucos de nós têm seguro de vida ou invalidez. Por que sabemos que o carro pode dar perda total, mas achamos que conosco não vai acontecer nada? Porque não é natural reconhecer a própria fragilidade. Por isso, nós da Icatu temos tentado gerar lucidez, por meio da Plataforma do Conhecimento e de treinamentos de corretores e multiplicadores. Tentamos, de uma forma lúdica, dizer para as pessoas que há um ciclo de vida e que as medidas que tomarmos hoje nos permitirão diminuir a quantidade de trabalho no futuro. Seguros & Previdência - A Icatu Seguros alcançou faturamento de R$ 1,5 bilhão no primeiro semestre de 2015, um aumento de 17% em relação ao mesmo período de 2014. Como a empresa e o setor conseguem se manter em expansão em meio à recessão econômica pela qual o Brasil passa?

Saut dissemina a educação financeira e os valores da Icatu Seguros Saut - Vivemos uma crise de consumo, mas falamos de proteção, uma questão distinta. Se sabemos que o INSS não vai acolher nossa pretensão de estabilidade econômica, a tendência é buscar mecanismos para complementar a renda. O setor é beneficiado quando as pessoas entendem que viverão mais e não poderão contar com o Estado para manter seu padrão de vida. Isso não é errado. A previdência pública não foi criada para manter o padrão de vida de ninguém, somente para prover uma assistência básica. O setor tem se desenvolvido não só pela lucidez das pessoas, mas do próprio governo, que estimula a previdência privada com a diminuição da base de cálculo do Imposto de Renda. Seguros & Previdência - A

crise econômica e política que o Brasil atravessa pode trazer alguma oportunidade para o setor de previdência privada e seguros em meio à maior sensação de risco? Saut - A instabilidade política é pontual e não resiste ao tempo, enquanto o setor trabalha com longo prazo. Já a instabilidade econômica afeta negativa e positivamente. A prevenção para o futuro não é uma necessidade básica, como morar ou se alimentar. As pessoas poupam renda quando têm o presente solucionado, por isso a crise dificulta a poupança para o futuro. Por outro lado, quem tem as condições básicas atendidas está menos disposto a consumir desnecessariamente e mais sensibilizado a poupar. A instabilidade gera uma sensação de necessidade de proteção.


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TENDÊNCIAS

Seis mercados de seguros que despontam

Vendas on-line: proteção com um clique ou um toque MONGERAL AEGON/DIVULGAÇÃO/JC

É seguro que não acaba mais: para carro, casa, cachorro, empresa. Fora os marítimos, aéreos, rurais e por aí vai. São mais de 13 grupos que compreendem 88 ramos, de acordo com a classificação da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Para você não se perder, separamos aqui cinco segmentos que despontam como tendência, além de um indicativo de mercado que está cada vez mais presente entre todos: as vendas on-line.

Microsseguros: inclusão da população de baixa renda Lentamente, as seguradoras olham para a população de baixa renda, mas o segmento ainda tem muito a avançar em um Brasil que reúne os principais indicadores para a expansão dos microsseguros. Esses produtos representam apenas 0,02% do mercado de seguros gerais e poderiam beneficiar cerca de 100 milhões de adultos, estima a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais,

Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg). Além de serem mais baratas, as coberturas são desenhadas para amparar pessoas em situações de grande choque econômico - como a morte de um parente, ou uma doença prolongada -, que ameaçam colocar famílias abaixo do nível da pobreza. Para reduzir sua vulnerabilidade, há também coberturas BRADESCO SEGUROS/DIVULGAÇÃO/JC

Velasques diz que microsseguros se popularizam de forma natural

que auxiliam pessoas em caso de dívidas, apólices de vida em grupo e assistência funeral. Durante o mestrado, o professor da Escola Nacional de Seguros José Varanda fez sua dissertação sobre microsseguros. Ao visitar comunidades no Rio de Janeiro, percebeu que ainda há uma barreira entre as seguradoras e seu público. “As pessoas acham que as seguradoras só estão lá para tirar seu dinheiro, até que morre um vizinho. Faltam empresas comprometidas não só em divulgar produtos, mas em conscientizar e passar credibilidade”, afirma. Um dos grupos pioneiros em microsseguros no País foi o Bradesco Seguros, que oferece indenizações de R$ 20 mil em caso de morte acidental ou invalidez permanente, por uma mensalidade equivalente ao preço de uma passagem de ônibus. “A penetração aumenta na medida em que as apólices são acionadas nas comunidades. É um processo natural de aprendizagem”, acredita o diretor do Bradesco Seguros, Eugênio Velasques.

Viagem: sem estresse com novos benefícios garantidos O mercado segurador está correndo para se adaptar às novas regras de seguro-viagem estabelecidas pela Susep. Previstas para entrar em vigor em março do ano que vem, elas garantem mais segurança aos viajantes em casos de acidentes pessoais. Despesas médicas, hospitalares e odontológicas, antes opcionais, agora passarão a fazer parte das coberturas obrigatórias em seguros para o exterior, assim como a volta com traslado médico ou de corpo. Antes, as despesas médicas e hospitalares não eram oferecidas

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Seguros e Previdência

como seguro, mas como serviço de assistência, o que as deixava de fora da supervisão da Susep. Por causa dessa mudança, agora o seguro-viagem só poderá ser comercializado por seguradoras ou suas representantes contratadas. “O consumidor será o principal beneficiado por essa nova regra. O mercado se tornará mais seguro, porque, como seguradoras, as empresas passarão a constituir reservas”, projeta o sócio-diretor da Minuto Seguros, Manes Erlichman. Na empresa, a venda de seguro-viagem é feita

100% on-line. “As pessoas compram esse tipo de seguro de última hora e, muitas vezes, buscam pela internet”, diz. Para o CEO da QBE Brasil, Raphael Swierczynski, a nova norma impulsionará as seguradoras a oferecer produtos mais completos e a investir mais em seguros viagem. Apesar de o produto estar impactado pela recessão econômica, com brasileiros viajando menos para o exterior, surgem novas demandas de apólices, como as que cobrem acidentes em viagens que incluem surf, escalada e passeio de balão.

Para Rosas, consumo já é on-line e off-line o tempo todo Apesar de ainda enfrentar resistência entre algumas seguradoras, a ideia de que é preciso se preparar para as vendas de seguros on-line, pela web ou pelo celular, está cada vez mais presente. “O mercado ainda tem um olhar futurístico, mas nossos consumidores já são on-line e off-line o tempo todo”, alerta o superintendente de marketing da Mongeral Aegon, Rafael Rosas. A multinacional lançou uma plataforma de vendas de seguros e previdência 100% on-line no Brasil quando a Susep regulamentou o e-commerce, em 2013. Hoje, 25% de suas vendas são realizadas por esse canal. Mas era preciso criar estratégias para que elas não competissem com as tradicionais. O grupo começou com pacotes diferentes para a web, mais simplificados, e desenvolveu um portal

de informações sobre seguros. Também criou lojas on-line personalizadas para os corretores, o principal canal de vendas da empresa. “O corretor não intermediava essa venda on-line. Hoje, ele é indispensável em nossa estratégia digital”, diz Rosas. O sucesso no mundo on-line depende da atuação no off-line, como frisa o CEO da Minuto Seguros, Marcelo Blay. “O atendimento humano é o pilar estratégico da nossa corretora multicanal”, afirma. Na internet, o usuário preenche um formulário para que seu perfil de risco seja definido, e a corretora faz um estudo para elaborar uma cotação, levando em conta as particularidades de cada cliente. Os preços não são dados em tempo real, para que o corretor especializado entre em contato com o consumidor para explicar detalhes e fechar o negócio. MINUTO SEGUROS/DIVULGAÇÃO/JC

Erlichman acredita que consumidores serão os principais beneficiados


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Crédito: está inadimplente? A seguradora paga Em ano em que a economia brasileira está de cabeça para baixo, a inadimplência de consumidores e empresas bate recordes. Em agosto, o Brasil tinha 57,2 milhões de pessoas e 4 milhões de empresas que não cumpriram com seus compromissos financeiros, segundo a Serasa Experian. As dívidas somaram R$ 246 bilhões. Mas tem quem possa ganhar com isso: as fornecedoras de seguro de crédito. O produto é uma proteção para pessoas e empresas contra a inadimplência e garante que o segurado, pessoa física ou jurídica, terá sua dívida quitada. Na corretora de seguros Marsh, houve um aumento de 50% no volume de pedidos de cotações de seguro de crédito em 2015, em comparação com o ano passado. Apesar da maior procura, o mercado reajusta preços e reduz os limites das coberturas para lidar com cada

vez mais indenizações a pagar. “O ideal seria que os clientes considerassem o seguro de crédito como uma ferramenta estratégica de longo prazo, não apenas em situações de crise”, diz Kiyoshi Watari , executivo da Marsh Brasil. Outro tipo de seguro que protege da inadimplência, o prestamista garante o pagamento da dívida quando ocorrem imprevistos. O produto arrecadou 10,47% a mais no primeiro semestre de 2015 do que no mesmo período de 2014. Na seguradora Assurant, o seguro cobre dívidas no cartão de crédito e financiamentos de diversos produtos, desde carro até geladeira. O diretor comercial, Vladimir Freneda, explica que a empresa tem parcerias com bancos e lojas, mas quem recebe o benefício é o credor.

Pet: é seguro para cachorro

Kiyoshi Watari, da Marsh Brasil

Celular: prepare-se para os imprevistos de tela quebrada Diversas operadoras de celular já oferecem seguros para os aparelhos em parceria com seguradoras. O número de clientes que aderem a essa proteção tende a crescer devido ao aumento de brasileiros com smartphones: já são 72,4 milhões de usuários desses celulares, mais de um terço da

população. “O celular virou um patrimônio”, diz o diretor comercial da Assurant, Vladimir Freneda. Os seguros cobrem roubo, furto, quebra acidental e outros danos. Há também os que pagam a conta de celular em atraso se o consumidor comprovar que teve a renda reduzida.

Das quatro principais operadoras de telefonia do País, a Assurant tem contrato com três. “As empresas buscam oferecer o seguro até como uma forma de manter os clientes”, explica Freneda. Dependendo da franquia, o custo anual do seguro varia de 15% a 20% do valor do aparelho.

Os seguros para pets, recém-chegados no Brasil, ainda têm um longo caminho pela frente. “É uma oportunidade de mercado muito grande, não dá para contar com o susto”, diz a gerente comercial do Petplan, Bruna Bechelli. O seguro saúde para animais de estimação foi o primeiro regulamentado pela Susep no Brasil, em 2010. O plano é de origem inglesa, mas foi adequado às doenças dos pets brasileiros. Disponível para cães e gatos, cobre desde despesas com consultas, exames e pequenos procedimentos até check-ups, vacinas e consultas com especialistas. O plano mais completo inclui, ainda, consultas domiciliares, parto, castração e tratamentos complementares, como acupuntura e fisioterapia.

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QUALIFICAÇÃO

Mercado exige especialização de corretores Em um mercado cada vez mais desenvolvido e segmentado, o principal agente de intermediação entre seguradoras e segurados não fica para trás. Além da formação generalista, corretores de seguros buscam se especializar em tipos de coberturas, de riscos de engenharia a cascos marítimos, de acidentes pessoais a apólices patrimoniais. Os cursos de extensão são ministrados pela Fundação Escola Nacional de Seguros (Funenseg) e pelas seguradoras. São workshops, cursos técnicos e MBAs, um tipo de mestrado profissional. No ano que vem, o Rio Grande do Sul terá, pela primeira vez, duas turmas de MBA, nas áreas de Direito Securitário e Gestão, ministrados pela Funenseg-RS. Os cursos acontecerão a partir de maio e surgiram por uma demanda dos corretores gaúchos, segundo a coordenadora da escola no Estado, Jane Mansur. A Funenseg é a entidade responsável pela formação básica de corretores no País. Com duração de nove meses, o curso pode ser presencial ou a distância. Ao final, o aluno realiza um exame e, se aprovado, é registrado como corretor pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). “É preciso se preparar muito para realizar essa prova. O curso tem 26 matérias, desde matemática

financeira, ética e gestão empresarial até conhecimentos técnicos da área”, explica Jane. Em 2015, a Funenseg nacional também ofereceu duas bolsas de mestrado em Londres, com as despesas pagas, em parceria com a Cass Business School. A escola também inaugurou o Centro de Pesquisa e Economia do Seguro, que promoverá atividades acadêmicas complementares sobre temas de interesse do mercado. “Corretores que querem se manter em atividade precisam buscar atualização constante”, aponta a diretora executiva da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), Solange Beatriz Mendes. A entidade também fornece uma certificação profissional adicional, mediante realização de um exame, que tem como objetivo reconhecer o nível de conhecimento técnico sobre o setor segurador. É comum o corretor manter relacionamento com mais de uma seguradora, vendendo produtos de empresas diferentes. Nessa relação, ele representa o segurado perante a seguradora e tem a responsabilidade de conhecer com detalhes as apólices que comercializa, para prestar informações de forma transparente e clara, como

MARCO QUINTANA/JC

Jane conta que cursos de MBAs serão realizados no Estado em 2016 por demanda de profissionais enfatiza o executivo da Liberty Seguros Paulo Umeki. “O corretor atua como um consultor, oferecendo o produto mais adequado ao perfil do cliente. É seu papel zelar pelos direitos do consumidor e traduzir o contrato”, explica. Por isso, a maioria das seguradoras investe em constantes treinamentos, presenciais e pela internet. No Rio Grande do Sul, a Lei

Estadual nº 13.651, de 2011, determina que é obrigatória a assistência de um profissional habilitado no momento da contratação de um seguro. Mesmo assim, uma reclamação comum de consumidores é a falta de informação sobre os produtos. O presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul (Sincor-RS), Ricardo Pansera, reforça

que a lei é modelo para o resto do País e foi criada para proteger consumidores. “Certamente quem relata esse problema contratou o seguro sem um corretor. Muitos segurados são vítimas de venda casada em bancos”, observa. Ele recomenda que os clientes denunciem estabelecimentos que desrespeitam a lei ao Procon-RS ou ao Sincor-RS.

SEGUROS

Incentivo à proteção de residências O mercado segurador brasileiro tem planos de impulsionar os seguros residenciais. A Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) realizou um levantamento do índice de penetração do produto no País e lançou uma cartilha para esclarecer dúvidas sobre o produto. “A percepção dos brasileiros sobre os riscos que suas casas sofrem ainda é pequena e há um grande desconhecimento sobre o produto e seu baixo custo. Enxergamos isso como uma oportunidade”, diz o presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais Massificados da FenSeg, Danilo Silveira. As coberturas básicas de seguros residenciais incluem incêndio, queda de raios e explosão. Coberturas adicionais podem englobar danos com

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vendaval e descargas elétricas. Apesar das chuvas e ventanias frequentes, apenas 16% das casas no Rio Grande do Sul são seguradas, número que representa 658 mil domicílios. No Brasil, somente 13,3% das residências têm seguro. São 9,1 milhões de apólices, que somam R$ 2,2 bilhões em faturamento ao ano. O levantamento da FenSeg mostrou que a maioria dos consumidores de seguros não costuma receber ofertas de produtos residenciais, o que mostra uma oportunidade no mercado. Enquanto o custo de uma apólice para um veículo equivale de 3% a 5% do valor do carro, pelo menos, para residência é de 0,6% a 0,9% do preço do imóvel ao ano. O preço médio de um seguro residencial é de R$ 250,00

por ano. Algumas coberturas cobrem despesas de aluguel, caso alguma eventualidade force o segurado a se mudar temporariamente, e danos ao patrimônio ou a terceiros. Outras incluem conveniências como serviços de encanador, chaveiro, eletricista e até conserto de eletrodomésticos. “O seguro é algo intangível, uma promessa que um dia vai acontecer, mas que ninguém quer que aconteça. Quando oferecemos serviços extras, é mais fácil criar a cultura do seguro residencial”, avalia o sócio-diretor da Minuto Seguros, Manes Erlichman. Ele diz que, apesar da campanha da FenSeg, ainda não percebe ações coordenadas em conjunto entre as seguradoras para impulsionar o mercado, apenas iniciativas pontuais.

Silveira, da FenSeg

FENSEG/DIVULGAÇÃO/JC

VOCÊ SABE A DIFERENÇA ENTRE SEGUROS RESIDENCIAIS, HABITACIONAIS E CONDOMINIAIS? O primeiro cobre danos à residência e aos bens do morador, enquanto o segundo é adquirido ao financiar um imóvel e se destina exclusivamente à garantia do prédio, ou seja, à parte construtiva da residência. Já o seguro condominial é obrigatório em todos os condomínios horizontais ou verticais e oferece cobertura básica para incêndio, queda de raio e explosão nas áreas comuns.


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PREVIDÊNCIA PRIVADA

Entenda o bê-á-bá dos planos Se você está determinado a fazer um plano de previdência em um banco ou seguradora, é importante definir seus objetivos e se informar sobre os tipos de planos, tributações e fundos mais adequados ao seu perfil. Bons consultores financeiros podem orientá-lo nessa jornada, que o acompanhará por um longo período. Para ajudá-lo a mergulhar nesse mundo da previdência complementar, preparamos um passo a passo das escolhas que você precisará fazer, com dicas do Guia de Orientação e Defesa do Segurado, produzido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), e da gerente de previdência privada da Icatu Seguros, Cláudia Piccinini. “Tenha em mente que a previdência é sinônimo de longo prazo e que é preciso definir seu objetivo antes de escolher o plano”, aconselha Cláudia. 1. Quanto contribuir por mês? Não é tão importante depositar valores altos, mas sim contribuir com regularidade e durante o maior tempo possível. Defina a renda mensal que você deseja ter no futuro e o tempo de contribuição, com a ajuda de simuladores na internet. “Mas não adianta chegar a um valor ideal que não cabe no seu bolso”, alerta a gerente. Escolha um valor fixo que é possível poupar no momento. Mais tarde, você pode incrementar seu investimento quando sobrar um dinheirinho extra ou aumentar o valor mensal a ser depositado. 2. Como escolher uma instituição? Escolha uma seguradora ou um banco de confiança, que tenha uma trajetória sólida no mercado. Compare as taxas de carregamento e de administração entre as instituições, pois elas podem interferir na rentabilidade do seu plano. 3. É melhor PGBL ou VGBL? É preciso olhar para o modelo da sua declaração de Imposto de Renda. A principal diferença está na tributação. Tanto para PGBL ou VGBL, o Imposto de Renda incide apenas no momento do resgate ou do recebimento da renda. Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) É indicado para quem utiliza o modelo completo de declaração do Imposto de Renda, pois permite diminuir a base de cálculo da tributação em até 12% da renda bruta anual, durante o período

de acumulação. Em contrapartida a esse benefício, o imposto incide sobre o valor total no momento do resgate único ou do recebimento da renda, incluindo as contribuições realizadas e os rendimentos. Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) É ideal para quem é isento do Imposto de Renda ou o declara pelo modelo simplificado. Não oferece o benefício de diminuir a base de cálculo do Imposto de Renda. Em compensação, na hora do resgate ou do recebimento da renda, o imposto incide apenas sobre os rendimentos, e as contribuições realizadas não são tributadas. 4. É melhor tabela regressiva ou progressiva? A tributação de Imposto de Renda incide no momento do resgate ou do recebimento em forma de renda do valor investido. Para escolher entre a tabela progressiva ou a regressiva, defina quando você pretende utilizar esses recursos. Tabela regressiva É indicada para quem acumula recursos durante um longo período. Quanto mais tempo você permanecer no plano, menor será a alíquota do Imposto de Renda na hora do resgate ou do recebimento da renda. A alíquota inicial é de 35%, para quem acumula por até 2 anos, e pode chegar a até 10%, depois de 10 anos de permanência no plano. (Tabela 1 - Tabela regressiva) Tabela progressiva Só é vantajosa para quem tem intenção de utilizar os recursos em um prazo curto ou não tem certeza sobre seu planejamento. A tributação acontece em duas etapas. Na primeira, uma alíquota de 15% é cobrada na fonte do Imposto de Renda, independentemente do valor. Na segunda, a diferença entre o valor pago de imposto e o valor devido pode ser ajustada na declaração anual. Nessa etapa, a regra é a mesma da Receita Federal sobre o salário: a alíquota pode variar entre 0% e 27,5%. (Tabela 2 - Tabela progressiva) 5. Que fundo combina com o meu perfil? Existem planos de previdências privadas para diferentes perfis de consumidores, atrelados a fundos mais ou menos arriscados, com maior ou menor variação de rentabilidade. É possível mudar o seu fundo ao longo da vida ou escolher fundos conhecidos como “ciclo de

vida”, que são mais agressivos no início e se tornam mais conservadores com o tempo. Perfil conservador Quer segurança nas aplicações e poucas surpresas. “A maioria dos nossos clientes tem esse perfil no Rio Grande do Sul”, conta a gerente da Icatu. Esses contribuintes preferem planos atrelados a fundos de renda fixa, que podem ter rentabilidade menor, mas garantida. É comum investidores de mais idade se enquadrarem nesse perfil, pois há menos tempo para enfrentar possíveis perdas. Perfil moderado Aceita algum risco no investimento, mas ainda tem como primeiro objetivo preservar o capital acumulado. Esse perfil costuma investir em planos atrelados a fundos compostos, que misturam renda fixa e renda variável. Perfil agressivo Está disposto a correr grandes riscos de perdas para aumentar o capital acumulado. Em geral, são clientes mais jovens, que ainda têm tempo de recuperar os ganhos se a rentabilidade do fundo for baixa. Mas isso não é regra. “Tenho clientes de 80 anos que gostam de fundos mais apimentados”, brinca Cláudia. 6. Não abandone seu plano de previdência! Além de contribuir com regularidade, uma vez por ano é importante avaliar se o plano está tendo o rendimento esperado. O consultor do banco ou da seguradora poderá orientá-lo, com base nos resultados do mercado.

FREDY VIEIRA/JC

Cláudia recomenda definir um objetivo antes de escolher o plano

TABELA REGRESSIVA*

TABELA PROGRESSIVA*

Tempo de investimento

Alíquota

Até 2 anos

35%

Base de cálculo anual (R$)

Parcela a deduzir do Imposto de Renda (R$)

Alíquota

De 2 a 4 anos

30%

Até 22.499,13

0%

0,00

De 4 a 6 anos

25%

De 22.499,14 a 33.477,72

7,50%

1.687,43

De 6 a 8 anos

20%

De 33.477,73 até 44.476,74

15%

4.198,26

De 8 a 10 anos

15%

De 44.476,75 até 55.373,55

22,50%

7.534,02

Acima de 10 anos

10%

Acima de 55.373,55

27,50%

10.302,70

FONTE: ICATU SEGUROS

*A partir do exercício 2016, ano-calendário de 2015

FONTE: RECEITA FEDERAL

SIMULAÇÃO DE RENDIMENTO NA PREVIDÊNCIA PRIVADA* Idade ao iniciar a contribuição

20 anos

20 anos

30 anos

30 anos

40 anos

40 anos

50 anos

50 anos

Renda almejada

R$ 16 mil

R$ 8 mil

R$ 16 mil

R$ 8 mil

R$ 16 mil

R$ 8 mil

R$ 16 mil

R$ 8 mil

Idade ao se aposentar

60 anos

60 anos

60 anos

60 anos

60 anos

60 anos

60 anos

60 anos

Contribuição mensal

R$ 1.252,07

R$ 626,04

R$ 2.646,16

R$ 1.323,08

R$ 6.097,21

R$ 3.048,60

R$ 18.091,33

R$ 9.045,67

FONTE: ICATU SEGUROS

*As rendas apresentadas são estimativas, com base em rentabilidade anual de 7%, e não garantem performances futuras.

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Sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Segguros & Previdência

Jornal do Comércio


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