Convenção de contabilidade

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MARIANA FONTOURA/JC

Caderno especial do Jornal do ComĂŠrcio

Porto Alegre, quinta-feira, 23 de maio de 2013


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Abertura

lidade para a sociedade. “Cumprimento o presidente Juarez Carneiro do Conselho Federal de Contabilidade pela feliz iniciativa de promover essa campanha, que já obteve a aceitação da classe em todo o País”, declarou Breda, acrescentando que o profissional deve assumir o compromisso com a valorização da contabilidade. “Precisamos mostrar que o profissional da contabilidade, conforme juramento feito, pauta sua conduta sempre observando os deveres de cidadania, concorrendo para que o seu trabalho seja um instrumento de controle e orientação eficaz para o desenvolvimento da sociedade e progresso do nosso País.” Durante a abertura, foram lançados 28 balanços socioambientais, contemplando todos os conselhos regionais do País e mais o CFC. A cerimônia contou ainda com a entrega da distinção Mérito Contábil Ivan Carlos Gatti ao secretário da Fazenda de Viamão, Renato Kerkhoff, pelos mais de 40 anos dedicados à profissão.

Abertura ocorreu ontem à noite em Bento Gonçalves

Painel representa união da classe

Localizado junto à feira de negócios, reproduzirá, amanhã, imagem construída com participantes

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A abertura da XIV Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul, realizada no Fundaparque, em Bento Gonçalves, ontem à noite, deu início a dois dias de palestras que, até amanhã, debaterão o novo papel do profissional diante das mudanças vividas pela profissão nos últimos anos e dos novos paradigmas do mundo, que sinalizam para a necessidade de alinhar desenvolvimento e sustentabilidade. Na cerimônia de abertura, o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS), Zulmir Breda, destacou o momento de visibilidade alcançada pelo País, mas ponderou que a sustentabilidade é um desafio. “Não podemos afirmar que esse desenvolvimento tenha contornos de sustentabilidade, dadas as grandes desigualdades sociais existentes, o indevido uso dos recursos naturais e a constante degradação do meio ambiente”, ressaltou Breda. “Nós, profissionais da contabilidade, podemos colaborar, e muito, oferecendo nossa contribuição técnica aos usuários dos nossos serviços”, salientou. A fala do presidente enfatiza o direcionamento do evento, que, neste ano, vem com o tema “Contabilidade – Instrumento para o Desenvolvimento Sustentável”. Exemplificando a contribuição da contabilidade às práticas sustentáveis, Breda elencou a relação de responsabilidade e comprometimento que deve pontuar a atuação profissional. “Isso implica o correto assessoramento de novos empreendimentos, com todas as licenças legais para o seu funcionamento, com mecanismos de controle e indicadores de desempenho que possibilitem a continuidade dos negócios, de forma economicamente rentável e ambientalmente correta.” Outro destaque da abertura – que contou com as presenças do secretário Estadual de Economia Solidária e de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Maurício Dziedricki, do deputado estadual Adilson Troca (PSDB), do prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Rech Pasin (PP), do presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Juarez Domingues Carneiro –, foi o Ano da Contabilidade no Brasil, que promove, ao longo deste ano, ações de visibilidade sobre a importância do profissional de contabi-

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Novo cenário para contabilidade

Da abertura ao encerramento da XIV Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul, uma obra de arte será produzida com a colaboração dos participantes do evento. A novidade foi anunciada pelo presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS), Zulmir Breda, na noite de ontem. “Cientes de que cada um de nós faz parte de um todo, convidamos os convencionais para criarmos um painel que representa a construção de uma profissão mais forte, valorizada e voltada para o futuro”, declarou o presidente. O painel, localizado junto à feira de negócios, reproduzirá, na sexta-feira, uma imagem, que, para ser construída, depende de cada participante. “Cada um de vocês vai ativar uma parte da imagem que será formada”, reforçou Breda. Os participantes devem enviar uma mensagem SMS, gratuita, para o número 30120 informando o código que consta no crachá. “Com a colaboração de todos, ao final, será possível visualizar a obra de arte assinada pelo artista plástico gaúcho Marciano Schmitz que, posteriormente, ficará exposta na sede do CRCRS, como símbolo da união e da força desta classe e o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável”, anunciou o presidente durante a abertura.

EXPEDIENTE Editor-Chefe: Pedro Maciel • Editora de Cadernos Especiais: Ana Fritsch • Subeditoras: Denise De Rocchi e Sandra Chelmicki • Reportagem: Marina Schmidt • Projeto gráfico e diagramação: Beth Bottini • Editor de Fotografia: João Mattos • Revisão: Adriana Grumann, Juliana Mauch, Mauni Lima Oliveira e Pâmela Damasceno

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EVENTO

A Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul tem o poder de expandir debates fundamentais para melhor qualificação da carreira, tratando de temas que pontuam as transformações que a profissão vivencia e elencando os novos caminhos a serem trilhados pelos profissionais. Neste ano, o evento abarca uma série de situações que colocam a Contabilidade em um status maior. Distante da figura tradicional do profissional atrelado a documentos, o atual momento da profissão abre precedente para novas abordagens, que colocam o contador como peça-chave das empresas e instrumento de transformação da classe empresarial. Exemplificando a importância do contador diante dos novos contextos mundiais, o Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul

(CRC/RS) dedica abordagem especial às questões de sustentabilidade, inserindo o profissional nesse cenário novo e promissor. “Procuramos sempre trazer temas atuais relacionados à economia e ao momento do País e que tenham relação direta com a nossa profissão”, destaca Zulmir Breda, presidente do CRC/RS. “Sustentabilidade é um tema muito presente, não só na questão ambiental, mas também em outros aspectos, como a economia, que é uma área com a qual a Contabilidade tem relação direta, e na questão social também. Vamos analisar esse tema nesses diversos aspectos”, acrescenta. Mais de 35 palestrantes vão debater as novas perspectivas da profissão, tanto do ponto de vista da sustentabilidade, como da qualificação, ressaltando os desafios colocados à categoria. O evento também

CFC/DIVULGAÇÃO/JC

Convenção de Contabilidade destaca novos paradigmas

Hoje a área é um instrumento de gestão, assegura Coelho

garante espaço à apresentação de trabalhos técnicos e científicos, consolidando os dois dias de evento como momento para expor os novos paradigmas da Contabilidade, sob diversos aspectos – desde a importância da qualificação continuada às normas mais recentes adotadas no País. “Nós queremos que a classe esteja preocupada e antenada em temas que preocupam a sociedade, e os profissionais estão cientes da sua responsabilidade nesse momento”, detalha Breda. Além de palestras específicas sobre o tema, o evento também conta com a participação de palestrantes motivacionais e promove, ainda, a Feira de Oportunidades que, neste ano, contempla 46 estandes, com participação expressiva de empresas de softwares contábeis.

A XIV Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul, com o tema Contabilidade – Instrumento para o Desenvolvimento Sustentável, foi contemplada com o lançamento inédito do balanço socioambiental de toda rede integrada ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e aos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC), na noite de ontem, durante abertura do evento. Os balanços, que já vêm sendo elaborados por algumas unidades e pelo CFC, agora são uma prática em todas as unidades, consolidando a totalidade da rede. Na noite de quarta-feira, o presidente do CFC, Juarez Carneiro, divulgou os relatórios de 27 unidades do CRC e mais o do CFC. “Neste evento tivemos a possibilidade de divulgar os balanços socioambientais de todos os conselhos regionais”, salienta Carneiro. “Agora todo sistema tem o seu balanço socioambiental. No mundo

não existe órgão de classe representativo com essa atuação”, destaca. De acordo com o presidente do CRC/ RS, Zulmir Breda, a contabilidade tem uma grande contribuição a prestar à sustentabilidade e o balanço socioambiental das empresas é um passo fundamental para reforçar a gestão sustentável. “Cada dia mais, a gente vê empresas adotando essa postura, que não se preocupam só com o lucro, mas com o lucro sustentável”, reforça. Para coordenadora da Comissão do Balanço Socioambiental do CFC, Marisa Luciana Schvabe de Morais, ao assumir o compromisso em apresentar os próprios balanços sociais, a rede CFC-CRC repercute um modelo a ser seguido pelos profissionais junto às empresas. “O CFC faz o balanço há sete anos e, nada melhor para estimular os contadores, do que o próprio exemplo”, ressalta.

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ROBSON CESCO /DIVULGAÇÃO/JC

CFC apresenta balanços socioambientais

Carneiro explica que poderão ser divulgados materiais de todos os conselhos regionais

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Evento

Ano da Contabilidade pontua valorização fissão vive um momento rico e as empresas sentem, cada vez mais, a necessidade de agregar o profissional à gestão estratégica. “O mercado demanda grande número de profissionais, mas temos carência deles e de detentores dos requisitos que o mercado está demandando. As empresas têm necessidade de profissionais capacitados, com ética, seriedade e comprometimento”, sustenta. Consonante a esse momento, o Ano da Contabilidade no Brasil surge como movimento para estimular o reconhecimento da categoria para além da esfera contábil. “Segmentos da própria imprensa e da área de comunicação – novelas, programas humorísticos – deturpam a imagem do profissional, e nós pretendemos reverter isso”, explica Carneiro.

Breda ressalta a necessidade de agregar o profissional à gestão estratégica

ANTONIO PAZ/JC

A XIV Convenção de Contabilidade do Contabilidade do Rio Grande do Sul coincide justamente com o Ano da Contabilidade no Brasil, que busca disseminar junto à sociedade o novo perfil do contador. “É um ano de reposicionamento da imagem do profissional. Uma série de ações estão sendo adotadas no Brasil para promover um choque de mídia”, comenta o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Juarez Carneiro. “A profissão mudou muito nos últimos anos, e o Brasil despontou como uma liderança na área contábil. A contabilidade assumiu papel de relevância no mercado tanto público quanto privado”, reforça. Para o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, Zulmir Breda, a pro-

GILMAR LUÍS/JC

Homenageado com Mérito Contábil reforça importância em disseminar conhecimento Homenageado com a distinção Ivan Carlos Gatti, o atual secretário da Fazenda de Viamão, Renato Kerkhoff, tem uma relação antiga com a contabilidade, embora as novas responsabilidades o tenham afastado da prática contábil. “Hoje eu quase não faço nada com relação à contabilidade. O prêmio vem pelo que eu fiz, mas é um estímulo a continuar prestando serviço à coletividade”, destaca Kerkhoff. “Renato já foi conselheiro, vice-presidente da Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC/RS) e foi delegado do CRC em Viamão”, elenca o presidente do CRC/RS, Zulmir Breda. “Ele é um profissional que tem uma longa folha de serviços prestados à classe e foi indicado por vários colegas da área, praticamente uma unanimidade”, ressalta Breda. Advogado e técnico contábil, Kerkhoff destaca que a sua principal contribuição à categoria foi Kerkhoff destaca que a sua principal contribuição à categoria foi a insistente busca pela valorização profissional

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a insistente busca pela valorização profissional e pela disseminação do conhecimento entre a classe. “Essa homenagem é uma bondade dos meus colegas. Eu fiz um pouco do que todos têm feito: disponibilizar os conhecimentos que se tinha. Eu estudava o que era importante e levava para o Interior e chamava atenção de todos para executar um bom trabalho, valorizando a profissão”, afirma. O detentor do Mérito Contábil, entregue pelo CRC/RS, destaca que, ao longo dos 40 anos de atuação contábil, vivenciou mudanças significativas que culminaram com a maior valorização do profissional na última década. “O Código Civil de 2003 estabeleceu a obrigação de que toda empresa tenha um contador responsável, e esse foi um grande estímulo à categoria, que, até então, era vista como despachante de informações”, lembra. Apesar dos avanços, Kerkhoff avalia que mudanças são necessárias para garantir melhor qualificação do mercado de trabalho, e elas dependem, especialmente, da atuação de cada profissional. “É lamentável que tão poucos se disponham a sair dos escritórios e disseminar o conhecimento. O pessoal que está aí precisa assumir esse compromisso”, defende.

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Desafio Sustentável

Uma das presenças mais expressivas na edição 2013 da Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul é a da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que profere a palestra magna na sexta-feira, às 14h. Abordando o tema Desafios do Desenvolvimento Sustentável, Marina afirma que a principal barreira a ser vencida pela sociedade é “sair do modelo predatório de desenvolvimento que nos trouxe até aqui”, ressaltando que esse compromisso “implica em comprometer-se com a qualidade de vida das próximas gerações e resignificar nossos valores e nossa forma de nos relacionarmos com as outras formas de vida”. Marina destaca que “já ultrapassamos o limite de regeneração do planeta em cerca de 40%”. Ponderando sobre o atual contexto, a palestrante argumenta que o mundo passa por uma crise civili-

zacional, caracterizada pela ocorrência de vários tipos de crises simultaneamente. “Hoje temos o mundo mergulhado em uma crise econômica, social, política, ambiental e ética. Crises dessa magnitude demandam o envolvimento de todos juntos, agora”, assegura. A ministra contrapõe o argumento ressaltando que “este é também um tempo de oportunidades. Podemos repensar nossa forma de produzir, consumir e nos sentir felizes”, defende. Nesse sentido, os profissionais de contabilidade, como os demais agentes da sociedade, precisam assumir esse compromisso. “A contabilidade, assim como todas as ciências e áreas de atuação profissional, é convocada para contribuir com o desenvolvimento de ferramentas técnicas e gerenciais que deem sustentação às decisões éticas que os líderes empresariais precisarão tomar”, consolida.

Profissionais podem sensibilizar para retomada do equilíbrio natural O ambientalista e fundador do Instituto Arapoty, Índio Kaká Werá, que palestra na manhã de hoje, às 9h, salienta que o papel dos profissionais de contabilidade no processo de propagação da sustentabilidade representa um grande empenho pela causa. Werá vai falar sobre os quatro pilares da ecossustentabilidade (indivíduo, ambiente, economia e relações) ressaltando, sobretudo, a concepção das sociedades tradicionais sobre esses aspectos. “Eu coordeno ações em comunidades tradicionais (indígenas e não indígenas) com foco em geração de renda e sustentabilidade, e a ideia que eu vou apresentar no congresso parte do princípio do resgate de conceitos ancestrais da sustentabilidade, foge um pouco do paradigma que a sociedade tem hoje.

A ideia que se tem, dentro desse sistema, é da sustentabilidade gerando lucro. As sociedades tradicionais estão ligadas ao ecossistema e ao bioma das regiões em que vivem, por isso, o conceito de sustentabilidade está vinculado ao equilíbrio”, afirma. Com foco na busca pelo equilíbrio, Werá destaca que vai abordar a visão e a prática de culturas ancestrais que falam de sustentabilidade e que podem servir de inspiração para a sociedade moderna. “É possível retomar esse equilíbrio”, garante. Para tanto, o ambientalista reforça que é necessário a criação de uma consciência de manejo (aquilo que a natureza tem enquanto recurso e que pode oferecer, respeitando os seus limites).

ROQUE SÁ/DIVULGAÇÃO/JC

Mundo enfrenta crise civilizacional Para Marina Silva, é preciso repensar nossa forma de produzir e consumir

Influência no desenvolvimento Entre as áreas que englobam os impactos provocados no mundo, do ponto vista social e ambiental, a economia é uma das que mais exerce apelo por mudanças. “Você só consegue gerenciar uma empresa se conseguir medir os recursos que estão sendo consumidos”, avalia a doutora em Contabilidade e Controladoria, Maísa Ribeiro, que ministra palestra nesta quinta-feira, às 9h. “Toda vez que a empresa precisa comparar investimentos, ela tem que fazer uma mensuração desse recurso que está adquirindo”, acrescenta. Além da capacidade de investir em redução de custos, o empresariado também tem um potencial de atendimento às correções dos danos causados ao meio ambiente, ressalta Maísa. “Nem sempre é possível mensurar todo o dano, mas quando há um dano ambiental as empresas conseguem aportar investimentos para solucionar esses problemas”. Nesse sentido, quando o gestor avalia o quanto ele gastou para recuperar e quanto ele deveria investir para evitar esse dano, ele conclui que investir em prevenção é um bom negócio.

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Desafio Sustentável

Balanço socioambiental é demanda futura da profissão Contabilidade (CFC) lembra que há projetos de lei determinando a obrigatoriedade do relatório, em tramitação no Congresso Nacional e que países como a França já seguem essa determinação desde a década de 1970. Durante a apresentação, Maria Luciana vai expandir o tema sustentabilidade, revendo conceitos éticos – desejados na atuação profissional e empresarial – e elencando desafios a serem contornados nesse milênio em busca do melhor uso dos recursos ambientais e do equilíbrio social na distribuição de riquezas no mundo. “O papel do contador é estimular a produção do balanço”, observa. “Nós temos uma classe robusta, expressiva, formadora de opinião e que atende a um número estimado em 10 milhões de empresas no País, então, nós podemos ser multiplicadores das boas práticas”, assegura. Um dos modelos a ser destacado na explanação é adesão do balanço socioambiental pela rede do Conselho Federal de Contabilidade, composta pelas representações estaduais. Luciana destaca importância do documento para o comprometimento das empresas

Três grandes áreas que abarcam o conceito de sustentabilidade – economia, meio ambiente e sociedade – estão no cerne dos debates sobre os rumos do planeta no futuro. As possibilidades de mudança, nesse cenário, no entanto, concentram-se uma delas, segundo o superintendente da Fundação Projeto Pescar, Ézio Rezende, que ministra a palestra “Desenvolvimento Sustentável: modismo ou diferencial competitivo” às 11h desta sexta-feira. “O pilar social é o ponto de partida para os outros dois: econômico e ambiental”, avalia. Rezende destaca que é importante trabalhar o tema com a classe contábil, uma das mais capacitadas a mensurar impactos. “A turma da contabilidade entende muito de passivos e ativos e isso é tão importante que a área ambiental adotou esses termos para avaliar benefícios e prejuízos gerados no meio ambiente”, afirma. Mais do que apresentar um cenário pessimista do contexto socioambiental atual, Rezende argumenta sobre a possibilidade real de mudança, a partir de iniciativas sociais, como a do Projeto Pescar. “O Pescar é

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um microcosmo da transformação”, declara. O projeto, que insere jovens no mercado de trabalho, tem gerado ganho tanto pelos aprendizes quanto para as empresas. Se por um lado representa a oportunidade de trabalho e desenvolvimento profissional para um grupo de jovens sem perspectiva, por outro, assegura mão de obra qualificada e cada vez mais elogiada pelos empregadores. “É possível aperfeiçoar esse nosso sistema econômico-social”, assegura Rezende. “São as pessoas que organizam as empresas dessa forma. E como elas estão se articulando para solucionar os problemas que temos de enfrentar?”, questiona. O palestrante conclui reafirmando que o momento é propicio para implantar mudanças, a partir de organização da sociedade. “A problemática ambiental começa a nos unir para buscar uma saída”, revela.

FUNDAÇÃO PROJETO PESCAR/DIVULGAÇÃO/JC

Base da sustentabilidade está na atuação social

Rezende destaca relevância de trabalhar o tema com a classe contábil

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Entre os muitos relatórios que o profissional de contabilidade tem a incumbência de produzir, alguns, como o balanço socioambiental, não são obrigatórios – o que não diminui sua importância. Nesta quinta-feira, às 16h, a coordenadora do curso de Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí (SC), Marisa Luciana Schvabe de Morais, destaca razões que justificam a adequação das empresas e dos contadores ao documento, durante a palestra Sustentabilidade Empresarial. No primeiro caso, afirma Marisa Luciana, há uma cobrança do mercado consumidor para que as empresas adotem práticas de desenvolvimento sustentável. “A ideia principal é fazer com que as empresas compreendam que o desempenho econômico depende, também, da atuação socioambiental”, justifica. “E o balanço é uma maneira de traduzir o nível de comprometimento das empresas”, acrescenta. Já para os profissionais que assumirão a tarefa de produzir mais este relatório, o ganho está na familiaridade com o balanço que, em pouco tempo, deve se tornar uma exigência. “Nossa preocupação é que logo esse documento passará a ser obrigatório e o profissional não estará preparado”, argumenta. Marisa Lucina, que também coordena a Comissão do Balanço Socioambiental do Conselho Federal de


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Modelo Contábil

Resolução flexibiliza exigências para micro e pequenas empresas MARCELO G. RIBEIRO/JC

Objetivo é beneficiar o contador e o empresário

Instituída em 2010, a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral 1.000 (NBC-TG 1.000) padronizou as exigências contábeis para pequenas e médias empresas do País, atendendo ao modelo adotado internacionalmente, mas sem, no entanto, alcançar a adesão total das mais de 6 milhões de microempresas brasileiras, que, por inviabilidade, não atendem a todos os requisitos normativos. O atendimento a esse grupo chegou em dezembro do ano passado, quando o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprovou a Interpretação Técnica Geral 1.000 (ITG 1.000), tema que será explanado hoje, a partir 16h, na palestra proferida pelo vice-presidente técnico do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, Paulo Schnorr, e pela contadora Regina Célia Nascimento Vilanova, conselheira do CFC. “Nosso objetivo é reforçar que essa norma já entrou em vigor em 2012, inclusive para os balanços relativos ao ano passado. É uma decisão que visa a beneficiar o contador e o empresário”, afirma Schnorr. “Os conselhos regionais, entre eles o do Rio Grande do Sul, têm a preocupação de disseminar a ITG 1.000 para as micro e pequenas empresas para que elas não tenham custos. Nesse sentido, estamos fazendo palestras, divulgação e seminário em todos os eventos até o final do ano pelo menos”, acrescenta. Schnorr explica que as micro e pequenas empresas que já se adequaram à NBCTG 1.000 não precisam adotar a ITG 1.000. “Essa é uma norma optativa (subordinada à NBC-TG 1.000), voltada às empresas que não atendem à

norma maior”. Enfatizando o processo de desenvolvimento da norma, Schnorr traça o histórico que culminou com as recentes prerrogativas aplicáveis às micro e pequenas empresas. “O Brasil está nesse processo de convergência do padrão internacional desde 2005. E esse é um processo contínuo, a começar pelas grandes empresas, que precisaram se adequar desde 2007. Em 2010, iniciou-se a exigência para as pequenas e médias empresas (PMEs)”, diz. “Essa norma tem 35 secções e trata de determinados aspectos da nossa contabilidade. Algumas dessas seções são de suma importância para todas as empresas, mas outras seções, no entanto, não são comuns às chamadas microentidades”, pondera. Exemplificando os ganhos promovidos com da chegada a ITG 1.000, Schnorr revela que a mudança promove ganhos tanto para empresas quanto para os profissionais. “Para as empresas que não estão na condição de microempresa, é necessário que sejam elaborados seis relatórios de demonstrações contábeis. Para as empresas micro, há necessidade de apenas apresentar três relatórios. Se eu tenho uma pequena ou média empresa, com faturamento de R$ 6 milhões, a exigência do mercado é que eu apresente seis relatórios. Se eu tenho uma microempresa que fatura até R$ 3 milhões, não se faz necessária essa exigência”, contrapõe. “Isso facilita o trabalho do contador e do empresário, porque o contador só pode produzir tais relatórios a partir das informações prestadas pelos clientes”, acrescenta.

MAURO SCHAEFER/ARQUIVO/JC

Carta de responsabilidade garante segurança ao profissional O vice-presidente técnico do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, Paulo Schnorr, antecipa que vai abordar as perspectivas estabelecidas pela ITG 1.000. “Uma das principais novidades que a norma trouxe é a necessidade da carta de responsabilidade da administração – um anexo da norma em que delimitamos todas as responsabilidades (da empresa e do profissional da contabilidade). Vai ficar muito claro quem vai fazer o que e até onde vai a sua responsabilidade”, comenta. O contador explica que o documento prevê integração maior entre administrador e contador, ampliando o espectro de infor-

mações contábeis a serem levadas em conta pelo profissional. “Quem melhor do que o empresário para dizer se um determinado item do seu estoque está deteriorado ou fora de moda?”, questiona. “O contador tem condições de apurar o custo e deve fazê-lo, porém, se o empresário tem produtos invendáveis ou não passíveis de transformar em dinheiro, tem que dizer ao contador que aquele produto não tem potencial de venda, isso é julgamento do empresário que tem que ser apresentado para o profissional contábil e que vai repercutir nos relatórios. É uma salvaguarda ao trabalho do contador”, assegura.

Objetivo é deixar claro até onde vão as responsabilidades, diz Schnorr

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Qualificação

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Papel estratégico nas empresas

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Palácios ressalta desafios da profissão e novas oportunidades

Para Wildner, responsabilidade acompanha a visibilidade alcançada na mesma medida

O vice-presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, Antônio Carlos de Castro Palácios, palestrante neste primeiro dia da Convenção de Contabilidade, vai abordar os novos contextos da profissão, que vem mudando significativamente nos últimos anos e ganhando cada vez mais expressão no mercado de trabalho. “A grande mudança é que nós, antes, registrávamos tudo que havia acontecido na empresa e, agora, nós atuamos com uma perspectiva futura”, destaca Palácios. “Registrar o que acontece é um trabalho menor. O profissional precisa extrair desses dados informações e análises estratégicas. Acreditamos que as empresas que enxergam essa característica têm vantagem”, argumenta. A principal abordagem de Palácios no evento trata dos desafios que acompanham as transformações da profissão. “Todos esses acréscimos estão nos trazendo inúmeras oportunidades, porque nos permitem ficar mais próximos dos empresários. Esse mercado de trabalho evoluiu”, afirma. “É um desafio. O profissional precisa estar atento à qualificação profissional, investir em educação continuada”, pondera Palácios. A palestra Novas oportunidades da profissão: as novas exigências e os novos desafios, com Palácios e o contador Rogério Rokembach, ocorre a partir das 14h, quando os palestrantes vão passar uma série de informações, destacando, também, a vivência de cada um na profissão. “A qualificação é um grande desafio, mas o maior desafio da profissão é conseguir

fazer com que a classe seja vista com mais valor”, revela Palácios. “O contador tem um perfil diferencial e é, hoje, um profissional muito mais capacitado, ele quantifica tudo em números, inclusive estimulando investimentos sustentáveis nas empresas”, defende. O mercado está em busca de bons profissionais, acrescenta, que devem ser absorvidos tanto por grandes empresas, que já começam a identificar o valor estratégico em integrar o contador ao quadro funcional, quanto pelos escritórios contábeis, que passam por reestruturações para atender às necessidades de seus clientes. “Há um leque de diversidade: mais de 90% das empresas brasileiras são de pequeno e médio porte e elas necessitam muito de informações contábeis. É um mercado grande para as organizações contábeis”. Palácios assegura que o papel do profissional é fundamental quando se fala em desenvolvimento sustentável. “O contador tem um perfil diferenciado”, afirma. “Dentro desses novos conhecimentos que se configuram, a contabilidade, hoje, também passa ao profissional técnicas de controle dos recursos naturais. Atualmente, existem metodologias que o contador consegue aplicar na empresa e que podem estimular um programa sustentável para as corporações, na medida em que expõe benefícios que o empresário e a imagem da empresa podem obter com esse investimento”, ressalta. Dimensionando a importância do profissional, Palácios conclui lembrando que “tudo pode ser quantificado em números”.

Efeito da atuação pode recair em processos Assim como é crescente a expressividade do profissional de contabilidade no mercado de trabalho, a responsabilidade acompanha a visibilidade alcançada na mesma medida. Sobre esse tema, o mestre em Direito Márcio Leandro Wildner, especialista em Direito Tributário, ministra palestra nesta quinta-feira, às 16h. “A ideia é apresentar aos profissionais os principais aspectos vinculados ao exercício da profissão em relação à responsabilidade que ele assume e qual a postura que ele deve adotar diante

do contratante que solicita encaminhamento das informações diferente do que a lei determina”, adianta. “A responsabilidade do profissional de contabilidade é tanto civil, quanto criminal”, acrescenta. Especialmente quanto às informações relacionadas diretamente à prestação de contas tributárias, há o risco de que incidam sobre o profissional ações criminais, que tratam de possíveis desvirtuações de informações. Para certificar-se de que a sua atuação

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não está colocada em risco, Márcio sugere uma abordagem junto ao cliente que determine a importância da informação prestada, sempre corroborada com a junção de documentos. “Via de regra, o profissional contábil trabalha com base em documentos, então, qualquer informação não fidedigna é rapidamente identificada. O profissional deve exigir do contratante a contrapartida documental das informações que estão sendo repassadas e, na medida do possível, comprovar sua veracidade”, determina.


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Mais do que quantificar custos na hora de definir preços do serviço prestado, o contador precisa ser capaz de diferenciar seu trabalho para agregar valor ao negócio, defende o doutor em Contabilidade e Controladoria, Clóvis Luiz Padoveze, professor de mestrado profissional e doutorado em administração pela Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Metodista de Piracicaba (SP). Padoveze fala sobre a precificação dos serviços contábeis nesta quinta-feira, às 9h. “O prestador do serviço deve buscar identificar o quanto o cliente está disposto a pagar, mas ele precisa saber mostrar a importância do profissional”, estabelece. “É uma questão de mostrar o quanto vale o seu trabalho e o caminho natural é deixar claro que ele está atualizado em relação a todas as normas contábeis. Houve uma mudança enorme nos últimos três anos e ele precisa acompanhar esse contexto.” Padoveze critica a atitude passiva de profissionais que não rompem com o ciclo de aceitarem as propostas. “As empresas estão abertas a aceitar os valores definidos pelo profissional, desde que o contador saiba se comunicar, deixando clara a qualidade”, orienta. “De fato, a profissão está dentro de uma nova configuração e este é um momento rico para o contador.” A nova posição do profissional de contabilidade no mercado de trabalho deve ser considerada na hora de precificar os serviços, avalia o professor. Expondo o alcance estratégico de seu trabalho, o contador reforça importância da atuação do profissional. “Ele não pode mostrar apenas que é um contador que sabe fazer normas contábeis, é preciso destacar que é um grande conhecedor das práticas contábeis e, ao mesmo tempo, um grande conhecedor de controladoria”, assegura Padoveze. Na hora de precificar os serviços, o profissional deve ter em mente as novas posturas que o mercado exige. “A contabilidade está se adaptando às normas internacionais nos últimos três anos, isso obriga os profissionais a colocar nos custos que apresentam esse conhecimento a mais que ele passa a deter”, orienta.

Retenção do conhecimento é resultado de treino constante, diz Antunes

UNIMEP/DIVULGAÇÃO/JC

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Padoveze vê na nova configuração profissional momento rico para o contador

Aprendizado pedagógico decifrado O conhecimento continuado já é uma realidade em praticamente todas as profissões e a contabilidade, que passa por mudanças significativas, não foge à regra. Acompanhando essa demanda cada vez mais crescente, estudos recentes sobre o funcionamento cerebral têm estabelecido como ocorrem os processos de aprendizagem, tema da palestra ministrada hoje, às 11h30min, pelo especialista em inteligência e cognição Celso Antunes. “Toda ideia de qualificação está subordinada à ideia de aprendizagem. Ninguém pode se qualificar sem aprender e sem reter aquilo que aprendeu”, esclarece. Dividida em duas etapas, a fala de Antunes vai apresentar, em um primeiro momento, os avanços científicos promovidos a partir da década de 1990, quando os Estados Unidos voltaram-se para o tema, definindo o período como “a década do cérebro”. “O cérebro era uma caixa preta, um mistério científico”, afirma o palestrante. Na sequência, ele mostra de maneira prática como ocorre o processo de aprendizagem. Antunes reforça que o processo de retenção do conhecimento é resultado de treino constante. “O cérebro funciona mais ou menos como os músculos do corpo, você pode treinar os músculos para se tornar um corredor, para definir o corpo, mas nada disso ocorre sem muito exercício”, pondera. “Persistência é fundamental para o alcance de resultados.”

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Palestras Motivacionais

Mudar é o primeiro passo para o sucesso JONATHAN HECKLER/JC

A importância da transformação, acompanhando os novos paradigmas da atualidade, é o foco de duas palestras proferidas entre hoje e amanhã. O doutor em Comunicação Dado Schneider apresenta a Palestra Muda a partir das 17h45min de quinta-feira, abordando especialmente a necessidade de adequação ao século XXI, marcado pela agilidade das mudanças em várias esferas da sociedade – da comunicação à constituição do poder. Adotando a mesma problemática, o professor de Física José Inácio da Silva Pereira (professor Pachecão) ministra palestra amanhã, às 11h, usando a natureza como modelo de sucesso para promover mudanças e alcançar objetivos. Schneider tem um jeito diferente de atrair a atenção do público. Pode-se dizer que ele fala em silêncio nos primeiros 30 minutos de sua apresentação. As ideias do palestrante vão repercutindo no telão, explicitando, com música e humor, as constatações de que vivemos

um momento novo. A ironia, que dá a tônica da palestra, cativa na medida em que contrapõe o velho ao novo. “Eu bato forte nas pessoas. Quando falamos com humor, mesclando conteúdo contundente com humor, rimos das nossas dificuldades”, pontua. A dose de realidade é tamanha que ele próprio brinca com o termo motivacional. “Eu chamo minhas palestras de ‘desmotivacionais’, porque eu digo a realidade, e a gente não foi preparado para a verdade”. A irreverência também faz parte da explanação do professor Pachecão, que fala de maneira contundente e entusiasmada. “Não existe nada estático. A natureza é dinâmica e é diversa”, explica. “A mudança é a ordem. O difícil é que as pessoas, às vezes, não querem mudar, elas acham que o mundo tem que ser conforme era”, assegura, lembrando que olhar para o novo pode ser surpreendente: “A vida é muito mais rica e muito mais abundante”.

Schneider abordará a necessidade de adequação ao século XXI

Bem na minha vez! Reconhecer-se em apuros e ao mesmo tempo rir das dificuldades é um dos objetivos que a Palestra Muda alcança. Schneider projeta no homem de meia de idade, com a visão de mundo plantada no século XX, o perfil que mais tende a sofrer com os novos paradigmas e brinca com a situação usando o bordão “bem na minha vez!”. Schneider, embora antenado e acompanhando as novas gerações, é o próprio exemplo de quem nasceu no

século passado e que, hoje, convive com a versátil geração Z. Exemplificando o impacto dos novos tempos, ele lembra que, antigamente, o diretor da empresa trabalhava pouco e acumulava méritos e respeito. Já hoje, quem assume a liderança de um negócio precisa ser polivalente, sem obter o mesmo prestígio. “O mundo mudou bem na minha vez”, diverte-se. “O século XXI é mais jovem, mais feminino, e o poder ainda está na mão

do homem de meia idade do século XX, e é esse que está em apuros, porque ele tem que saber lidar com a diminuição de hierarquia, com as diferenças, saber gerenciar por adesão e não por colação (antes bastava bradar) – ele precisa conquistar e ser multicanal”, atesta. “O homem do século XX fazia uma coisa de cada vez, mas a mulher do século XX já fazia várias coisas ao mesmo tempo. Quem está em apuros são os homens do século passado.”

ARQUIVO PESSOAL /DIVULGAÇÃO/JC

Tudo é possível Para provar que alcançar objetivos é viável, o professor Pachecão contará a própria trajetória como história de sucesso. “Sou um cara que veio do Interior e que queria fazer novela na Globo”, comenta, elencando, um a um, os sonhos alcançados: “Queria gravar disco na Poligram, queria gravar com o Mazzola (produtor do Chico Buarque), queria ganhar dinheiro como professor de Física”. Ele, que participou de seriado na TV com a dupla Sandy e Junior, diz que conseguiu tudo seguindo as leis da Física. “A Física

diz que toda ação tem uma reação igual ou contrária. Então, a dica é: faça alguma coisa, saia da inércia”, sugere. “Se a pessoa não faz nada diferente, ela vai esperar o quê?”, questiona. Sobre a palestra, Pachecão adianta: “Eu vou mostrar o contrato assinado com o Mazzola, o disco, o jornal falando da gravação com a Poligram, tudo como eu sonhei”. O palestrante conclui dizendo que “tudo é possível”. “A história é a seguinte: aquilo que você pode imaginar você pode fazer”.

Professor Pachecão diz que aquilo que você pode imaginar pode fazer

10 Porto Alegre, quinta-feira, 23 de maio de 2013


Caderno especial do Jornal do Comércio

Opinião

Convenção e campanha nacional de valorização da Contabilidade marcam 2013 O mais tradicional evento da classe contábil gaúcha, a Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul, chega a sua 14ª edição. A cada dois anos, profissionais e estudantes da área contábil do Estado reúnem-se para adquirir mais conhecimentos, aprimoramento técnico e um profícuo intercâmbio entre realidades díspares, em função da presença de convencionais oriundos de diversas partes do Estado e do País. É um encontro no qual os participantes têm expectativas semelhantes e buscam instrumentos que lhes proporcionem o crescimento profissional. Muitos descobrem soluções, outros repensam metodologias, e também há aqueles que se reinventam como pessoas e profissionais. São dois dias em que cerca de duas mil pessoas comungam do mesmo objetivo: qualificação profissional. A Contabilidade é uma ciência social que, já há algum tempo, encontra-se em constante evolução e aprimoramento. Contadores e Técnicos em Contabilidade não vivenciam o significado da palavra monotonia ou marasmo profissional há muito. A cada dia, praticamente, surge uma nova norma ou alguma legislação é alterada. Tem que se estar sempre ligado, como se diz na gíria. O aprendizado imutável e consolidado de ontem não é mais suficiente hoje. A informação adquirida no curso técnico ou na universidade requer uma ampliação e diversidade do saber. Te-

mos de acompanhar a velocidade das mudanças e nos adaptarmos a elas rapidamente – o mercado exige. Esse fato é geral, não é privilégio da Contabilidade, entretanto, o que a caracteriza e a especifica é a amplitude das mudanças ocorridas na legislação e as concomitantes adaptações tecnológicas que se fazem necessárias. Diante desse panorama, o Conselho Regional de Contabilidade vem intensificando o programa de educação continuada, que desenvolve há mais de duas décadas, sendo a Convenção de Contabilidade parte dessa iniciativa. Considerado o maior evento da classe contábil gaúcha, tem na escolha de suas palestras e painéis o maior atrativo. Os temas são selecionados de acordo com o momento da profissão e a demanda dos profissionais que atuam na área, de modo a contemplar todos os segmentos abrangidos pelas Ciências Contábeis. Por meio da apresentação de trabalhos técnicos e científicos, estimula-se a produção de material de pesquisa e, cada vez mais, ganham espaço os assuntos holísticos. É importante que se ofereçam palestras não técnicas, mas que somem e contribuam para o melhor exercício da profissão. Queremos reforçar e reafirmar nos profissionais os valores éticos de nossa profissão, sem os quais sucumbiremos como classe. Igualmente fundamental é a abordagem sobre a nossa responsabilidade social, com as ações de

cunho comunitário que são incentivadas pelos CRCs a exemplo do Programa de Voluntariado da Classe Contábil, assim como a sustentabilidade, temas nos quais a Contabilidade está inserida diretamente, mostrando-se eficiente na sua parcela de contribuição à sociedade. Esse tema tanto merece atenção especial, que é o lema desta XIV Convenção de Contabilidade do RS – “Contabilidade, instrumento para o desenvolvimento sustentável”. Esse evento demonstra a amplitude e a abrangência do campo de atuação da Contabilidade, o que muitas vezes é desconhecido por parte da sociedade. Para esclarecer e evidenciar a gama de atividades que envolvem essa ciência e a sua fundamental contribuição no desenvolvimento do País é que o Sistema CFC/ CRCs, entidades da classe contábil, empresas e outras instituições decidiram promover ações que elucidem e supram essa falta de informação. A partir dessa realidade, foi decretado: “2013: Ano da Contabilidade”. Sejam todos bem-vindos à XIV Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul!

Contador Zulmir Breda Presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul

Porto Alegre, quinta-feira, 23 de maio de 2013

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Caderno especial do Jornal do Comércio

Contabilidade na Era Digital

Celeridade da informação muda paradigmas da profissão Vários aspectos apontam para uma nova imagem do profissional da contabilidade. Além de assumir um papel estratégico, diante da importância das informações com as quais trabalha, o contador precisa desenvolver competências para atuação eficiente também por conta das mudanças sociais. A transformação promovida pela era digital (tema a ser debatido a partir das 11h de hoje) tem reflexo direto na obtenção e no repasse de informações. A palestra será conduzida pelo coordenador da Comissão de Estudos de Tecnologia da Informação do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS), Clóvis da Rocha, e por membros e integrantes da mesma comissão, os contadores Ricardo Kerkhoff e Ronaldo Silvestre. Em nome dos palestrantes, Kerkhoff ressalta que o foco da apresentação são os novos paradigmas da profissão. “Algumas questões que não estão sendo vistas pelo profissional são pontos-chave e impactam, inclusive, nos passivos dos escritórios”, revela sobre o peso das informações que, com as mudanças cada vez mais breves, acabam passando despercebidas. Kerkhoff lembra o recente caso das empresas que obtiveram desonerações no início do ano passado, levando muitos profissionais a prorrogar o recolhimento dos tributos. “Foi uma falha por falta de empenho na busca correta da informação”,

esclarece. “O profissional é corresponsável, e não existe mais a possibilidade de refazer”, detalha. Ao gerar documentos que possam prejudicar os clientes, os profissionais podem arcar com possíveis indenizações, portanto, argumenta Kerkhoff, acompanhar as mudanças tem um peso fundamental na atuação dos profissionais da área. “É uma situação muito nova, e a gente busca evidências do que nos promove maior chance de sucesso”, esclarece. Entre os caminhos para alcançar esse objetivo, o contador ressalta ações que colaboram para o aprimoramento profissional. “É importante cercar-se de boa consultoria e participar de grupos de estudo, porque há questões que ainda não têm respostas e uma sobreposição de entendimentos em muitos casos”, sugere. “Até hoje praticamente não se tinha grande acesso às informações. Hoje o fisco está preocupado em divulgar as informações no mesmo momento em que são definidas”, contrapõe Kherkoff com as atuações da profissão no presente e no passado. Kerkhoff explica que, durante a palestra, vai dar enfoque aos processos internos. Silvestre abordará o aspecto legislativo, que trata das mudanças legais. Já Clóvis vai exemplificar essa situação e apresentar as previsões sobre as futuras competências do profissional.

Universidade precisa subsidiar profissional com grade prática

Nota Fiscal Eletrônica está entre as adequações

“O processo entre conceber a informação e transformá-la em conhecimento da maneira mais eficaz possível é o grande desafio dos profissionais da contabilidade”, afirma Ricardo Kerkhoff. “Antes nós tínhamos a informação, ficávamos com a informação e tratávamos dela adequadamente. Agora, eu não posso esperar para resolver”, justifica. E as perspectivas denotam cada vez mais o alcance dos meios digitais na atuação dos contadores, salienta. “A imagem de guarda-livros é sepultada nesse momento. Nem livros mais nós teremos”, enfatiza. Contornar o desafio em acompanhar as mudanças é um processo que depende, especialmente, da formação dos profissionais. Kerkhoff é enfático ao afirmar que a universidade ainda não está adequada a essa necessidade. “As universidades não acompanham esse processo, ainda.” Para o contador, os cursos de graduação devem dar destaque à prática. “É claro que o profissional precisa do conhecimento teórico, mas ele também tem que conhecer os processos na prática”, assegura. “Há casos de universidades que não disponibilizam softwares para os alunos. Como eles vão concluir o curso sem conhecer as planilhas eletrônicas que usamos?”, questiona.

12 Porto Alegre, quinta-feira, 23 de maio de 2013

Acompanhar as mudanças é fundamental na atuação dos profissionais da área, afirma Kerkhoff

Mudanças recentes O Sistema Público de Escrituração (Sped), instituído em janeiro de 2007, estabeleceu uma das grandes transformações na atuação dos profissionais e deve, segundo Kerkhoff, continuar a consolidar mudanças na categoria. Tornando o papel obsoleto, o sistema força os contadores a se adequarem aos padrões digitais em seus processos. A partir do Sped, foram adotadas as seguintes mudanças:

- Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) - Sped Fiscal (Escrituração Fiscal Digital - EFD) - Sped Contábil (Escrituração Contábil Digital - ECD) - Sped Folha (EFD - Social)


16 Porto Alegre, 7 de maio de 2013 Caderno especial doterça-feira, Jornal do ComÊrcio

Caderno Especial Jornaldedo2013 ComĂŠrcio Porto Alegre, quinta-feira, 23 do de maio 13

Porto Alegre, quinta-feira, 2 de maio de 2013 - NÂş 234 - Ano 80 - Venda avulsa R$ 2,50

HOLDING

Volume: R$ 9,824 bi

A ação dos investidores externos nas compras garantiu um pregão de ganhos disseminados, com destaque para a

O resultado +1,86% daEmbraer. terça-feira aliviou as

perdas de abril que, desta forma, foi o melhor mĂŞs do ano, embora negativo.

No mĂŞs

No ano

-8,27

PĂĄgina 27

IndĂşstria desacelera no segundo trimestre

30/4/2013

Bovespa

-0,78

Soares denuncia negligĂŞncia no Pacs da zona Sul da Capital

PĂĄgina 15

2ª Edição

SAĂšDE

Enck diz que marca Évora mostra evolução e valor da Petropar

INDICADORES

Para Fundação Getulio Vargas, situação reete a crise do mercado externo

Em 12 meses

-9,56

TRABALHO

DĂłlar

PĂĄgina 15

PĂĄginas 5 e 24

Comercial Mercado.......................... 2,0000/2,0020 Banco Central.................. 2,0011/2,0017

Paralelo SĂŁo Paulo........................ 2,0400/2,1200 Porto Alegre.....................2,0100/2,1300

Turismo Mercado.......................... 1,9700/2,1000 Porto Alegre .................... 2,0200/2,1300

Euro

Comercial..................................... 2,6364 Turismo........................... 2,6200/2,7700 Euro/DĂłlar ................................... 1,3171

Ouro

BM&F............................. grama R$ 95,00

PetrĂłleo Brent

Londres/Jun ............... barril US$ 102,37

Juros Taxa Selic Meta .................................. 7,50% ao ano Efetiva ............................... 7,40% ao ano

DI over Taxa efetiva ........................ 7,23% ao ano

DI futuro

29/4 a 29/5 ................................. 0,0000 29/4 a 29/5 ................................. 0,5604

Custo do dinheiro

Hot-money (mês)........................... 0,99% Capital de giro (anual) .................. .9,38% Over (anual) .................................. 7,41% CDI (anual) .................................... 7,24% CDB (30 dias) ................................ 7,25% IPCA/IBGE (março)......................... 0,47% acumulado/ano............................. 1,46% INCC-M (abril) ................................ 0,84% acumulado 12 meses .................... 7,25%

NESTA EDIĂ‡ĂƒO

 Â

Dia de protestos em todo o PaĂ­s TRIBUTOS

PĂĄgina 14

Imposto de Renda teve declaração de 26 mi de brasileiros

AGRONEGĂ“CIOS

MENSALĂƒO

PĂĄgina 17

Estado começa a vacinar 13,3 mi de cabeças de gado contra a febre aftosa

JONATHAN HECKLER/JC

AtĂŠ 31/06 .......................... 5,00% ao ano

TR TBF

MARCELO CAMARGO/ABR/JC

Maio ................................. 7,23% ao ano

TJLP

PĂĄgina 21

Dirceu pede redução da pena e substituição de Barbosa


Caderno especial do Jornal do Comércio

Normas internacionais

Se, por um lado, a adesão às normativas internacionais contábeis, estabelecidas a partir das Normas e Padrões Internacionais de Contabilidade (em inglês, International Financial Reporting Standards – IRFS) garante uniformização de dados em escala mundial e consequentes benefícios decorrentes da padronização, por outro, representa a necessidade de adequação, tema que ganha mais complexidade no setor público. Na tarde de hoje, a partir das 14h, o mestre em Ciências Contábeis Aderbal Hoppe, certificado em Contabilidade Internacional, exemplifica os desafios impostos à esfera pública. Hoppe destaca três grandes dificuldades a serem vencidas. A primeira delas é transição do regime de caixa, usado pelo Brasil à transações do setor público, ao regime de competências, que deve ser adotado. “Isso leva a um volume muito grande de discussão para entender como implementar essas normas”, avalia. “Num segundo plano, é preciso levar para universidade uma grade curricular dedicada ao entendimento dessas normas”, ressalta sobre a necessidade de qualificação dos profissionais de contabilidade. Fora isso, há ainda a soma de recursos

para qualificar o setor público e garantir investimento em sistemas computadorizados, elenca. “O Brasil, para o setor privado, optou por adotar integralmente as normas. No setor público, é mais pensado. Há uma harmonização, gradualmente implantada”, revela Hoppe sobre a atual adequação do País. “Até agora há 11 normas internacionais harmonizadas das 32 estabelecidas”. A qualificação, necessária à adequação do setor público, é também um desafio a ser vencido pelo setor privado, que, embora já tenha as normas internacionais como diretrizes, ainda depende de preparo dos profissionais. Essa vai ser a abordagem do palestrante Jorge Vieira da Costa Júnior, assessor da Superintendência de Normas Contábeis da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fala sobre a adequação ao IFRS pelas corporações, a partir das 17h45 de hoje. “Uma coisa é adotar a norma, outra coisa é a curva de aprendizado”, avalia. “É preciso forjar o profissional para essa nova realidade, que demanda uma formação mais quantitativa, já que a mensuração contábil ganha relevância, sendo necessário forjá-lo, também, a se comunicar melhor”, argumenta.

ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC

Adequação às normas internacionais impõe desafios

Das 32 estabelecidas, 11 foram harmonizadas, conforme Hoppe

Plano de Contas Aplicado ao Setor Público O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP), definido pelo Grupo Técnico de Procedimentos Contábeis em apoio ao processo de convergência, detalha os seguintes aspectos para que os entes públicos possam adotar, de forma sistematizada às normas contábeis. * Segregação da informação orçamentária patrimonial: as contas contábeis são classificadas segundo a natureza das informações que evidenciam, de modo que a informação orçamentária não influencia ou altera a forma de registro da informação patrimonial.

MARCO QUINTANA/JC

* Registro das variações patrimoniais, segundo o regime de competência: os fatos que afetam o patrimônio público devem ser registrados de acordo com o princípio da competência, complementarmente ao registro orçamentário das receitas e das despesas públicas.

Documento detalha aspectos para que os entes públicos adotem as normas contábeis

* Registro de procedimentos patrimoniais específicos: o plano possibilita, por suas classes patrimoniais, o registro de procedimentos contábeis específicos, adotados pelas Normas Internacionais, como os créditos tributários e não tributários, os estoques, os ativos imobilizados e intangíveis, incluindo os procedimentos de mensuração após o reconhecimento, tais como a reavaliação, a depreciação, amortização e exaustão e a redução ao valor recuperável (impairment), bem como as provisões, dentre outros. * Elaboração de estatísticas fiscais mundiais, com base nos padrões do Fundo Monetário Internacional (FMI): tem o objetivo de adequar a elaboração das estatísticas fiscais brasileiras à praticada pela maioria dos países, contribuindo para o aprimoramento do processo de análise, tomada de decisão e formação de opinião em matéria de finanças públicas. FONTE: TESOURO NACIONAL

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Caderno especial do Jornal do Comércio

Contribuinte tem poder de ação social LUIZ MUNHOZ/ACS ULBRA/DIVULGAÇÃO/JC

Responsabilidade social é compromisso ético assumido pela empresa, afirma Simone A partir das 14h, os palestrantes Simone Brum Imperatore (professora universitária e coordenadora da Comissão de Estudos de Responsabilidade Social do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul - CRCRS) e Adão Haussen Vargas (integrante da mesma coordenadoria do CRCRS) destacam o potencial de participação dos contribuintes na esfera social. A possibilidade de destinação de parte do Imposto de Renda devido é um caminho para a promoção de benefícios às crianças e idosos, a partir de doações para os fundos municipais e estaduais da criança e do adolescente (Funcriança) e para os fundos municipais do idoso (Fundo do Idoso). “A responsabilidade social é um compromisso ético assumido pela empresa diante de vários grupos envolvidos com a sua atuação”, estabelece Simone. Vargas complementa a informação lembrando que o regramento fiscal, usado nas doações, engloba três conceitos, que inter-relaciona atores desse processo. “O contribuinte tem o direito ao incentivo fiscal

para conceder o benefício (fiscal) ao fundo a partir da renúncia (fiscal) da União”, detalha. “O Estado prevê a renúncia, mas ela está condicionada à decisão do contribuinte, que apaga sendo o elo mais importante da ação, pois sem ele não há nem a renúncia e nem o benefício”, esclarece. O caminho aparentemente simples revela-se, com o tempo, complexo. Vargas defende a ideia de “cultura do incentivo fiscal”, com o objetivo de propagar as vantagens em destinar parte do imposto aos fundos, papel que tem como grande apoiador o profissional de contabilidade. “Devemos fazer o possível para que o contribuinte faça a destinação”, reforça. Simone lembra que a destinação está condicionada a 6% do Imposto de Renda devido para pessoa física, que faça opção pela declaração completa, e a 1% do imposto devido para pessoa jurídica, que opte pela declaração com presunção de lucro real. “Esse é um limitador, mas não deveria ser assim, por uma questão de isonomia, se há valor a ser doado, deveria ser direito para todos”, pontua Simone.

ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC

Incentivos fiscais

Fundo do Idoso deve ter alcance estadual em breve, ressalta Vargas

Malha fina não representa problema A coordenadora da Comissão de Estudos de Responsabilidade Social do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS), Simone Brum Imperatore, vê na palestra uma oportunidade para desmistificar o tema incentivo fiscal. “Há um preconceito de que a destinação pode levar o contribuinte a cair na malha fina, mas isso não ocorre mais”, salienta. Ela esclarece que, como os fundos da criança e do idoso são cadastrados na Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, não há o risco de que o confronto de dados da Receita Federal aponte para irregularidades. “É importante que a doação seja feita apenas para fundos habilitados pela SDH”, ressalva. Segundo a coordenadora, dos cinco mil municípios brasileiros, 679 possuem o cadastro. No Rio Grande do Sul, há 109 fundos habilitados. “É uma caminhada que temos que fazer enquanto contadores para ajudar esses fundos a se habilitarem para doação”, acrescenta. A classe contábil é fundamental para estimular as destinações, avalia Simone. “O contador é o grande ator. Detendo esse conhecimento, ele pode protagonizar essa luta”. Embora o número de fundos cadastrados ainda seja pequeno, eles tendem a crescer gradualmente, já que, ano a ano, a SDH atualiza a relação de cadastrados. “Há muitos projetos bons, mas há dificuldades burocráticas para que alguns conselhos municipais cheguem a ele”, conta. Contribuintes cujas cidades não estão habilitadas a receber destinação para o Funcriança podem fazer a doação para o fundo estadual. O Fundo do Idoso deve ter alcance estadual em breve, ressalta Adão Haussen Vargas, integrante da Comissão de Estudos de Responsabilidade Social do CRCRS. A contrapartida é a garantia de domínio do contribuinte sobre parte do valor do imposto pago. “Ele tem a opção de destinar 6% para um projeto a sua escolha, deixando para União os outros 94%”, detalha Vargas. “Os conselheiros são pessoas da comunidade. São pessoas como nós, que trabalham voluntariamente”, diz Simone, lembrando que a proximidade com o ente municipal estimula a sensação de destinação do recurso público para atendimento das demandas sociais do País.

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Caderno especial do Jornal do Comércio

valorização do profissional contábil.

Campanha de

Mais que uma campanha, um movimento social.

COMISSÃO ESTRATÉGICA Academia Brasileira de Ciências Contábeis BDO BNDES CNPL Conselho Federal de Contabilidade CRCMG CRCSP CRCRS CRCCE Deloitte Ernst & Young Terco

FENACON Fundação Brasileira de Contabilidade Grupo I0B Folhamatic IBRACON KPMG PwC Sebrae Nacional SESCON-SP Trevisan Gestão, Consultoria e Educação CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis FACPC - Fundação de Apoio ao CPC

COMISSÃO ESTADUAL CRCRS IBRACON SESCON/RS SESCON/Serra Gaúcha SINDICONTA FEDERACON SEBRAE/RS


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