Dia do Médico 2013

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MARCOS NAGELSTEIN/JC

Caderno Especial do Jornal do Comércio Porto Alegre, 18 de outubro de 2013

Dia do

Médico


Dia do

Reportagens Tratamento................................. 2 e 3 Mais Médicos................................... 4 Transplantes.................................... 6 Tradição........................................... 8 Esporte & Hobby.....................10 e 12 Modernidade................................. 14 Responsabilidade Social................ 14 Diagnóstico e Tratamento............... 16 Medicina Integrativa....................... 16

Opinião Cremers........................................... 5 Simers............................................. 9 São Lucas...................................... 20 Santa Casa..................................... 25 Moinhos de Vento.......................... 29 Amrigs........................................... 35

Hospitais Hospital São Lucas..................18 e 19 Hospital Mãe de Deus.............22 e 23 Complexo Hospitalar Santa Casa..............................24 e 26 Hospital Moinhos de Vento......27 e 28 Hospital Banco de Olhos................ 30 Instituto de Cardiologia.................. 31 Hospital Divina Providência............ 32 Hospital de Clínicas ....................... 33 Hospital de Pronto Socorro............. 33 Hospital Ernesto Dornelles ............. 34 Grupo Hospitalar Conceição............ 34

Hospitais Interior Hospital São Vicente de Paulo......... 36 Hospital Regina.............................. 36 Hospital Tacchini............................ 36 Hospital Ana Nery........................... 37 Hospital de Caridade de Ijuí............ 37 Hospital Bruno Born....................... 39

Expediente Editor-Chefe Pedro Maciel Editora de Cadernos Especiais Ana Fritsch Subeditoras Cíntia Jardim e Sandra Chelmicki Reportagem Ana Esteves, Betina Barreras e Luísa Kalil Projeto gráfico e editoração Ingrid Müller Editor de Fotografia João Mattos Revisão Adriana Grumann, Daniela Florão, Juliana Mauch e Mauni Lima Oliveira

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Tratamento

Abordagem multidisciplinar para a dor Dados da Organização Mundial de Saúde revelam que a dor crônica afeta 30% da população mundial. Centros e clínicas que reúnem especialistas de diferentes áreas são essenciais no diagnóstico e no manejo dessa condição. A dor é um sintoma subjetivo, um importante sinal de defesa que o organismo utiliza para comunicar que algo não vai bem, mas também pode ser um reflexo do ritmo de vida das pessoas. Estresse emocional e distúrbios do sono, por exemplo, podem desencadear quadros de dor persistente. Entre as dores mais recorrentes entre a população estão as lombalgias, as cervicalgias e as cefaleias que, para serem tratadas, precisam de cuidadosa avaliação. A dor aguda é classificada como um sintoma: um exemplo é a de apendicite. Consultado o médico e operado o apêndice, a dor passa. Mas quando a dor persevera por mais de três meses é considerada crônica. Classificada como uma doença, ela resulta em diferentes tipos de incapacidade. Física, porque a pessoa deixa de realizar atividades que fazia antes; emocional, uma vez que a persistência da dor provoca alterações no sistema nervoso,

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Índice

Médico

Barros afirma que prejuízo do sono afeta os pacientes

relacionadas à depressão e ansiedade; e social, pois ao dificultar certas atividades, o indivíduo deixa de encontrar e se relacionar com pessoas, tornando-se mais isolado, o que só faz piorar a depressão e a dor. As situações de dor crônica não raro estão acompanhadas de certos medos, como o temor de que a dor de cabeça persistente seja um tumor. “Essas preocupações fazem com que a pessoa fique mais nervosa e isso piora a dor, criando um círculo vicioso”, explica o diretor-técnico do Instituto de Medicina Preventiva e do Centro da Dor de Cabeça do Hospital Mãe de Deus, Newton Barros. Outro ponto da dor crônica é o prejuízo do sono, que acarreta contraturas musculares. “Por causa da dor, a pessoa se contrai até mesmo involuntariamente, e a contratura piora a dor. O sono é o momento de relaxar os músculos, e frequentemente na pessoa com dor crônica o sono não é bom, então ela não relaxa”, explica.

Há também síndromes delicadas, como a da fibromialgia, entendida como um distúrbio de neurotransmissores cerebrais. O resultado é uma sensibilidade maior à dor, além de perturbação no sono e alteração emocional frequentemente direcionada à depressão. Segundo Barros, essa tríade é o diagnóstico da fibromialgia. Já a dor orofacial apresenta duas categorias essenciais: a muscular e a neuropática. A primeira é contínua e constante. “É a que eu chamo de chata, murrinha”, brinca o diretor do Centro Dor e Deformidade Orofacial (Cenddor), Eduardo Grossmann. O médico afirma que a dor neuropática é bem localizada, podendo ser pulsátil, em choque elétrico ou até mesmo mista. “Para identificar cada categoria de dor, temos que conversar com o paciente, fazer uma boa anamnese, examiná-lo e, quando necessários, são pedidos exames complementares”, informa o professor da Ufrgs.

com dor crônica tem outros problemas. Ela precisa fazer uma avaliação da parte física, emocional e social”, afirma Newton Barros, explicando que também são feitas entrevistas com o cônjuge, familiares ou pessoas próximas do paciente com dor crônica, para entender a repercussão na família e, então, estabelecer um programa de tratamento. A dor crônica atinge cerca de 30% da população. No Brasil, isso representa uma

média de 60 milhões de pessoas. “É um problema importante e de saúde pública”, constata Barros, ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (Sbed), representante nacional da Iasp. No Centro da Dor de Cabeça, quando uma consulta é agendada, o paciente é avaliado por um médico e um psicólogo. “Exatamente para poder olhar a situação como um todo. Depois dessa avaliação, é feito um programa de tratamento.”

O começo de tudo Na primeira metade do século XX, o professor John Bonica anestesista que começou a estudar a dor crônica, publicou o primeiro livro sobre o assunto e criou a primeira clínica multidisciplinar para o tratamento da dor, em Seattle, nos Estados Unidos. Bonica fundou a Associação Internacional para o Estudo da Dor (em inglês, Iasp). “Ele passou a divulgar em seus livros a importância do atendimento chamado multidisciplinar, porque a pessoa

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Dia do

Médico

É importante conhecer a vida do paciente para tratar a dor com uma abordagem integral. Levar em conta questões como a qualidade do sono e o padrão alimentar é essencial para o sucesso do tratamento. Entre as dores mais recorrentes, no Brasil e no mundo, estão as lombalgias, as cervicalgias e as cefaleias. “Na grande maioria desses casos, encontraremos o componente de dor miofacial, que é dor muscular, com contraturas, e que mantém o quadro de dor, por mau uso da musculatura, má postura no trabalho, falta de atividade física e, às vezes, sobrepeso”, elenca a chefe do Serviço de Tratamento de Dor e Medicina Paliativa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Lúcia Miranda Monteiro dos Santos, ao citar algumas das causas mais comuns para essas dores. O foco do atendimento do serviço do HCPA – que conta com profissionais médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, dentistas, terapeutas ocupacionais – é todo tipo de dor, seja a dor crônica neoplásica (pacientes com câncer) e a não neoplásica. No caso de pacientes portadores de dor neoplásica, a abordagem é diferente por incluir componentes como a evolução do próprio tu-

mor, podendo a dor ser decorrente dos tratamentos, da cirurgia, da radioterapia. É um paciente que apresenta dor neuropática, somática e visceral. Portanto, além desses três componentes, trata-se de uma abordagem feita a um paciente portador de uma doença grave, progressiva e futuramente terminal. É neste ponto em que entram os cuidados paliativos trabalhados pelo HCPA, em que é realizada uma abordagem junto à família do paciente, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dele no que for possível. Muitas das dores crônicas também podem ser um reflexo do ritmo de vida. “O estresse emocional vai repercutir diretamente na musculatura”, explica Lúcia, do HCPA. Em pacientes com tendência a fazer uma contratura muscular, a dor tende a piorar quando eles se encontram sob uma situação de grande estresse. “A musculatura, que fica com aquela memória, que já teve várias vezes contraturas, vai se ativar.” “Além disso, pacientes com distúrbio de sono têm um sono não relaxante, com tendência a manter a contratura até a noite ou mesmo a se contrair dormindo. Alguns acordam com cefaleia, ou com dor no braço ou na lombar, porque tiveram um sono não reparador.” Dessa forma, intervir no sono é uma medida importante para melhorar o quadro desses pacientes. Podem ser utilizados fármacos ou, ainda, técnicas de higiene do sono, como manter um quarto escuro, livre de barulhos, além de evitar substâncias estimulantes após as 18h, como o café. Lúcia enfatiza a importância da abordagem multidisciplinar, com o máximo de informações possíveis. “Um paciente de dor crônica não se olha com um foco só. Tem que se observar como ele trabalha, como ele se senta, como está a família dele, se ele está dormindo bem, como ele se alimenta, qual é o seu padrão de vida. É pre-

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As campeãs

Lúcia diz que má postura e sedentarismo agravam o quadro

ciso saber como ele funciona para que possamos ter uma ideia de onde intervir para melhorar. Não há uma pílula mágica. Tem que ter uma ideia de abordar por inteiro, senão a gente não tem sucesso.”

Síndromes mais complexas No Hospital Moinhos de Vento, a Clínica de Dor atua desde 2005, com equipes multidisciplinares que reúnem profissionais especialistas em dor, como anestesista, reumatologista, psiquiatra, neurocirurgião, fisioterapeuta e acupunturista. Esta última, aliás, é uma especialidade médica há mais de 14 anos. “Vemos a acupuntura como um tratamento coadjuvante. Claro que só trabalhamos com médicos acupunturistas, por ser uma especialidade médica. Em clínica de dor, a acupuntura é um braço interessante porque ajuda muito no diagnóstico, e quando falamos em diagnóstico, falamos em um ato médico, que se complementa”, explica o médico-coordenador da Clínica de Dor do Hospital, João Marcos Rizzo. A clínica recebe encaminhamentos provenientes de todo o Estado e do País, incluindo síndromes mais complexas e patologias menos comuns para tratamento de dor. “Isso passa a ser normal numa clínica de dor quando ela vai se distanciando do geral e indo para o especializado”, avalia o coordenador. Na clínica do Moinhos, são realizados procedimentos de ponta, como implantes de bombas de infusão e de neuroestimuladores medulares e cirurgias mais complexas, indicadas para casos determinados. Entre os mais complicados estão as dores neuropáticas, com lesão de nervo definitiva, síndromes dolorosas regionais complexas e a síndrome pós-AVC, quando paciente tem um acidente vascular cerebral e apresenta dor em todo um hemicorpo.

Ariane Paiva Vieira, Ana Paula Zanon Bampi e Viviane Rosa fazem parte da equipe coordenada por Rizzo

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Dia do

Médico

Mais Médicos

O programa Mais Médicos, lançado em julho, tem provocado um intenso debate entre os profissionais e as principais entidades representantes da classe médica. Criado para preencher mais de 16 mil vagas ociosas em áreas remotas do País, segundo dados do Ministério da Saúde, o programa é visto com algumas ressalvas. O presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), Dirceu Francisco de Araújo Rodrigues, afirma: “Entendemos que a gestão da saúde pública poderia ser mais bem elaborada, mais bem dirigida e trazida ao nível de atendimento que a população precisa. Queremos mais saúde”. Rodrigues acredita que o contexto da gestão da saúde não será atendido pelo Mais Médicos. “A população está sendo levada a acreditar que a presença de um médico resolverá o problema, e lamentavelmente não vai.” Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande

do Sul (Cremers), Fernando Weber Matos, assim como nos demais conselhos brasileiros, não há uma postura contra a vinda de médicos estrangeiros ao País. “Desde que cumpram as leis e a constituição brasileira no que se refere ao trabalho médico, ou de outros profissionais que fazem seus cursos no exterior.” Ele aponta que a ausência de médicos atuando em cidades menores não está relacionada “à falta de vontade de trabalhar”, mas sim “à falta de condições materiais, humanas, de medicação e de meios de diagnóstico para que o médico possa lá desenvolver uma medicina de qualidade”. Aliados a esses fatores, os baixos salários oferecidos nessas cidades e a falta de um contrato de trabalho também constam como fatores desanimadores para o deslocamento de médicos brasileiros aos municípios do interior, de acordo com o presidente do Cremers. Para Matos, é necessário que se comprovem as condições de formação. “Se quiserem criar faculdades, que criem aquelas que comprovem o ensino de qualidade. Isso beneficiará o povo brasileiro. Para abrir uma faculdade, tem que haver normas rígidas de comprovação de que tem condições de fazer uma formação médica de qualidade.” O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) é contrário ao programa. “Entendemos que é só uma manobra eleitoreira e demagógica”, afirma o presidente da entidade, Paulo de Argollo Mendes. Ele afirma que, dos 400 mil médicos no Brasil hoje, a metade poderia se deslocar para o interior, mas a falta de um plano de carreira é um ponto que merece atenção. “O Brasil já tem, segundo o próprio Ministério da Saúde, o dobro do número de médicos de que precisa. Então, não nos faltam médicos, falta contratá-los de maneira correta, com carteira assinada, com concurso público, como se faz com juiz e promotor.”

Para Matos, a ausência de médicos em algumas regiões está relacionada à falta de condições de trabalho

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Programa tem como objetivo levar profissionais às cidades e regiões mais carentes de médicos no País. Porém, representantes da classe acreditam que há formas mais eficazes de gestão da saúde pública.

CREMERS/DIVULGAÇÃO/JC

Entidades afirmam que não há escassez de profissionais

Rodrigues afirma que o programa não atende ao contexto da gestão da saúde

Governo objetiva suprir a demanda apontada pelas prefeituras A Medida Provisória nº 621, que cria o programa Mais Médicos, foi aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada. “A meta do programa é levar médicos para onde há escassez desses profissionais”, diz o diretor do Departamento de Planejamento e Regulação da Provisão de Profissionais de Saúde do Ministério da Saúde, Felipe Proenço. Nas votações dos destaques e emendas, os deputados aprovaram uma emenda

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apresentada pelo PSDB para limitar a dispensa de revalidação do diploma do médico estrangeiro aos três primeiros anos do Mais Médicos. Também permite a participação do médico estrangeiro na prorrogação do programa por mais três anos somente se o profissional integrar carreira médica específica. Ela cria, ainda, a carreira nacional de médicos, que inclui os estrangeiros. O dispositivo precisará ser regulamentado. Outra emenda aprovada permite aos

profissionais médicos aposentados participar do Mais Médicos. Entre os destaques rejeitados estão o que pretendia conceder aos profissionais brasileiros participantes do programa os direitos trabalhistas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o que queria retirar da MP a atribuição dada ao Ministério da Saúde de emitir o registro provisório do médico estrangeiro participante do programa. A primeira etapa levou 670 médicos

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com diploma estrangeiro aos municípios mais necessitados. Na segunda etapa, participarão 2.180 médicos formados no exterior. “Ainda é muito pouco, apenas 22% das vagas foram preenchidas”, lamenta Proenço. Investimentos na infraestrutura também são contemplados. O Ministério da Saúde está investindo R$ 7,4 bilhões na reforma, construção e compra de equipamentos para unidades básicas de saúde (UBS), unidades de pronto-atendimento (UPA) e hospitais.


Dia do

Opinião

Médico

Fernando Weber Matos Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers)

A medicina e o Mais Médicos A medicina brasileira atravessa um período de turbulência. Nunca os médicos foram tão afrontados e desafiados como agora, quando o governo federal, como um mágico de circo mambembe, tira da cartola um projeto supostamente para estender a saúde aos mais carentes, moradores de áreas pobres e de municípios pequenos e distantes. Na realidade, apesar dos esforços ilusionistas, o objetivo do programa Mais Médicos é, e sempre foi, trazer para o país um exército de médicos cubanos, entre eles, a reboque, centenas de médicos brasileiros formados em Cuba que não conseguiram revalidar seus diplomas dentro do que estabelece a legislação brasileira. Com essa iniciativa, que custará aos cofres públicos - abastecidos com dinheiro do contribuinte - R$ 542 milhões, o governo contribui com recursos financeiros para manter o regime castrista e ainda proporcionar trabalho a médicos cubanos itinerantes, que ficarão com a fatia menor desse bolo com aspecto abatumado. Na origem dessa situação está o descaso

de sucessivos governos com a saúde pública, sempre destacada nos palanques eleitorais, mas sufocada nos gabinetes de todos os matizes. O financiamento tem sido insuficiente ano após ano, mas está claro que é grande também a responsabilidade dos gestores. A má gestão da saúde decorre muito da incompetência, do amadorismo e principalmente da desinformação sobre a realidade da saúde. Os gestores, em vez de procurar as verdadeiras causas do caos em que a saúde se encontra, de maneira simplista e demagógica induzem o povo brasileiro a pensar que são os médicos os culpados pelas péssimas condições de atendimento. Na verdade, os médicos também são vítimas, porque não conseguem exercer a medicina da maneira mais adequada, oferecendo aos pacientes todos os recursos necessários a um atendimento digno. Na ânsia de justificar a vinda de médicos diplomados no exterior sem fazer revalidação, acusam o médico brasileiro de não querer atender em postos de saúde da periferia e em pequenos municípios. Escamoteiam, contudo, as condições de trabalho dos locais,

a ausência total de segurança, a falta de equipamentos e medicamentos, a falta de concursos públicos e também de contratos de trabalho, de plano de carreira, tudo isso agravado por salários muito baixos. Ao contrário, disseminam inverdades, como a oferta de salários elevados que são desprezados pelos médicos, passando a falsa ideia à população de que o médico é mercantilista. Ao mesmo tempo, alguns governantes chegaram a afirmar que o médico brasileiro desconhece o SUS e não atende com humanidade. O fato é que, em todas as faculdades de medicina, os alunos desde logo trabalham com seus professores no atendimento a pacientes do SUS. Os médicos brasileiros conhecem, sim, a realidade e as carências dos pacientes. Quem diz o contrário demonstra ignorância ou até má intenção. Os detratores dos médicos fingem, ainda, desconhecer que a residência médica é feita em hospitais públicos e com pacientes do SUS. Há anos trabalho em hospitais do SUS, com alunos e residentes, e garanto que os pacientes são examinados e acompanhados com muita atenção e zelo por equipes de vários profissionais nas 24 horas do dia. Enquanto isso, em meio ao caos da saúde, a promoção da saúde primária surge

como solução imediata. São discursos demagógicos, porque a saúde primária só irá trazer resultados efetivos a longo prazo. Assim, é preciso manter o foco também na saúde curativa, que está hoje à beira da falência por falta de financiamento, excesso de pacientes e falta de condições de trabalho para os médicos. Nos últimos anos, com a situação da economia no País estabilizada e em curva ascendente, os governantes tiveram tempo para mudar a saúde. Poderiam ter estruturado o setor, criando hospitais, regionalizando a saúde para reduzir a ambulancioterapia e a lotação absurda e desumana das emergências. Poderiam ter criado um plano de carreira de Estado para os médicos, com salários dignos e compatíveis com o conhecimento técnico exigido e pela relevância de sua função a responsabilidade social. Tivesse adotado as medidas necessárias em vez de pensar em planos onerosos e mirabolantes, o governo teria elevado a qualidade da medicina e dos serviços de saúde em geral de maneira constante e permanente. Ainda há tempo. Para isso, a União precisa investir na saúde o percentual que lhe cabe, conforme a Emenda 29, como fazem os municípios e alguns estados. Infelizmente, o governo federal insiste em não fazer a sua parte.

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Dia do

Médico

Transplantes

Apesar do aumento no número de transplantes, a fila de espera por um órgão ainda é grande no País. Especialistas acreditam que falta sensibilizar a sociedade para a importância da doação. No primeiro semestre de 2013, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) registrou um total de 3.842 cirurgias realizadas, o que representa 3,8% de crescimento em relação ao mesmo período de 2012. Apesar dos números positivos, existem no País 38.759 pessoas aguardando por um órgão. No Rio Grande do Sul, o volume de transplantes também aumentou, mas ainda é insuficiente para atender à demanda. O Estado, que até 2007 foi líder de transplante no Brasil, agora está em quinto lugar, atrás de Santa Catarina, São Paulo, Ceará e Distrito Federal. Segundo o coordenador de transplantes da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Valter Garcia, do total de doadores em potencial, mais de 50% não é detectado nas UTIs e emergências. Além disso, entre os que são detectados, a doação é negada pelas famílias entrevistadas em 40% dos casos.

Para o médico, com mais investimento em tecnologia e preparação de pessoal, o aproveitamento de órgãos poderia ser ampliado. Garcia aposta também na democratização da informação como forma de preparar os profissionais nos cursos de Medicina, de Farmácia e de Enfermagem sobre o tema. Diversas entidades já têm se organizado para transmitir conhecimento e informação na área. O Banco de Órgãos e Transplantes da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em parceria com a Santa Casa, faz palestras em todo o Estado e auxilia na formação de coordenadores educacionais. Outra incentivadora é a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), que usa a Santa Casa como hospital-escola e mantém um curso de extensão para os estudantes de Medicina sobre transplantes de órgãos e tecidos. A própria Santa Casa oferece qualificação para todos os grupos que transplantam na instituição, bem como jornadas internas de esclarecimento para o público leigo e de paramédicos. No entanto, o diretor do Centro de Transplantes da Santa Casa, José Camargo, e responsável por mais de 70% dos transplantes de pulmão no Brasil até hoje, alerta que o transplante é a única forma de terapêutica médica que necessita de auxílio da sociedade para que ela mesma seja beneficiada. “De nada serve termos hospitais qualificados e profissionais treinados se não existirem doadores”, argumenta. Para o nefrologista e presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, José Osmar Medina Pestana, as campanhas

ABTO/DIVULGAÇÃO/JC

Doação de órgãos ainda encontra barreiras sociais

De acordo com Pestana, as campanhas são fundamentais para incentivar a prática

de massa são fundamentais. “A recusa dos familiares ainda é um dos motivos para a falta de doadores e está relacionada à falta de manifestação da vontade de doação em vida”. Ele lembra que para se tornar um doador, é importante que a pessoa comunique à família sobre essa vontade, pois de acordo com a legislação dos transplantes no Brasil, a doação deverá ser consentida pelo fami-

liar de até 2º grau. Os profissionais concordam que é fundamental a realização de ações abrangentes. “No Brasil ainda não há a cultura da doação”, argumenta Camargo. Ele lembra que a melhor coisa a ser feita é tornar obrigatório o ensino de temas sobre doação de órgãos e transplantes nas escolas de Ensino Fundamental e Médio.

JONATHAN HECKLER/JC

Um exemplo que deu certo

Freda afirma que o sistema brasileiro é considerado modelo

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Em 2009, havia 930 pessoas na fila no Rio Grande do Sul, o que corresponde a um tempo de espera de aproximadamente um ano e meio. Segundo a gerente de marketing do Hospital Banco de Olhos, Clarissa Minoggio de Sá, esse foi o marco para que o hospital mobilizasse parceiros e planejasse uma campanha de educação e conscientização, cuja primeira edição foi veiculada em setembro de 2010. Em dois anos, a lista foi reduzida em 50%. Conforme o diretor executivo, Olímpio Dalmagro, a campanha também suscitou um aumento significativo do número de hospitais que se credenciaram para captar córneas, de 58 para 140. O número de instituições credenciadas para realizar o implante passou de 16 para 24, e também houve aumento no

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número de médicos credenciados como transplantadores. “A campanha mexeu na sociedade como um todo”, avalia. Ele lembra que, apesar da boa notícia, não é possível relaxar, pois 70 pessoas por mês ingressam na lista pela doação de córneas no Estado. O coordenador da equipe de transplantes do Hospital Banco de Olhos, o cirurgião-oftalmologista Roberto Freda, relata que é preciso, ainda, lidar com os mitos que envolvem o transplante. E declara: “o sistema do Brasil é considerado modelo. A fila é temporal e democrática”. O Ministério da Saúde anunciou, recentemente, o fim do tempo de espera pela cirurgia de transplante de córnea no Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraná, São Paulo e Distrito Federal.


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Sexta-feira, 18 de outubro de 2013

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Dia do

Médico

Tradição

Complexo Hospitalar inaugura Centro Histórico-Cultural e consolida-se como referência em tecnologia na área da saúde. A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre completa amanhã, 19 de outubro, 210 anos. Mais antigo hospital do Rio Grande do Sul, a Santa Casa foi fundada em 1803 e inaugurada em 1826. Atualmente, abriga sete hospitais, consolidando-se como o maior complexo hospitalar privado do Estado. “A história da Santa Casa praticamente se confunde com a história de Porto Alegre e a da medicina gaúcha. Ela foi criada para ser uma instituição basicamente de assistência e, com o passar dos anos, foi mudando seu foco para saúde de uma maneira mais ampla”, afirma o

diretor-médico da Santa Casa, Jorge Hetzel, referindo-se, além da assistência, às áreas de ensino, pesquisa, promoção da saúde e prevenção de doenças. “Estamos atuando hoje nas cinco dimensões básicas da saúde.” Mais do que uma instituição para curar doenças, a Santa Casa diferencia-se por ser uma instituição para manter a saúde das pessoas. No que diz respeito à tecnologia em saúde, o complexo hospitalar possui um dos mais completos parques tecnológicos voltados à área na região Sul do País. À disposição da comunidade, está uma grande gama de equipamentos para diagnóstico e avaliação da saúde. “Do ponto de vista do conhecimento, a Santa Casa detém um patrimônio intelectual extremamente expressivo, devido ao grande número de mestres e doutores em varias áreas da medicina”, acrescenta o diretor-geral e administrativo da Santa Casa, Carlos Alberto Fuhrmeister. Ele aponta para o fato de a Santa Casa ter sido berço de duas escolas de medicina, onde sempre houve uma relação bastante íntima entre ensino e assistência. “Isso nunca foi dissociado, continua a ser desen-

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Santa Casa comemora 210 anos de fundação

Fuhrmeister e Hetzel destacam a evolução da instituição ao longo do tempo

volvida esta associação assistência e ensino na área da saúde.” Para as comemorações, estão garantidos o bolo e o tradicional “Parabéns a você”, junto ao corpo funcional da Santa Casa. Uma das características da instituição, no entanto, é a austeridade, e, por isso, as festividades são de cunho mais íntimo que público. Para o dia 10 de dezembro, está prevista a inauguração do Centro Histórico-Cul-

tural, com um rico acervo sobre a história da Santa Casa, de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, os quais ficarão à disposição de toda a sociedade gaúcha. “Ali temos documentos de bastante importância histórica, e que têm servido de material para o desenvolvimento de teses de doutorado, mestrado, nas áreas de História, Antropologia, e na própria história da Medicina”, conta Fuhrmeister, reforçando ser grande o leque de atividades na Santa Casa.

Desafio

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Acreditação para todos os hospitais é a meta

Ampliação do Complexo deve estar concluída em quatro anos

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Os desafios do complexo hospitalar permanecem. Do ponto de vista médico, trata-se do desenvolvimento da Santa Casa de acordo com os padrões modernos de atividade médica, garantindo cada vez mais segurança, além de buscar a acreditação de todos os hospitais. Até o momento, o Santo Antônio é o único acreditado pela Joint Comission International (JCI). “Pretendemos, num futuro próximo, que todos os sete hospitais obtenham a acreditação, e é nesse sentido que estamos trabalhando”, comenta o diretor-médico da Santa Casa, Jorge Hetzel. A acreditação não se dá apenas em termos materiais e físicos, mas principalmente em função de recursos humanos. “É uma mudança de cultura que implica melhorias contínuas e permanentes, em um processo que não tem volta”, complementa. Com relação aos investimentos, o planejamento é dividido em curto, médio e longo prazo, esse último englobando três anos, em termos de investimento em tecnologia.

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O setor de engenharia clínica é responsável pelo cuidado dos equipamentos, tendo controle de toda a tecnologia na área da saúde da Santa Casa. Uma avaliação periódica dos equipamentos é realizada desde o momento da instalação dos aparelhos. “Sabemos que, hoje, uma tecnologia muda de um ano para outro, mas, felizmente, o upgrade do software é possível”, diz o diretor-geral e administrativo da Santa Casa, Carlos Alberto Fuhrmeister. Há pouco mais de um ano, a Santa Casa debruça-se sobre um grande projeto, com foco na ampliação em torno de 35% da área física. Os atuais 150 mil m2 de área construída devem receber mais 56 mil m2, com dois novos prédios de 13 andares. Com a ampliação, o número de leitos de UTI deve passar de 142 para 204. Os 249 consultórios devem chegar a 350, além de dois novos centros cirúrgicos, para citar algumas novidades. A meta é estar com tudo pronto em torno de quatro anos.


Dia do

Opinião

Médico

Paulo de Argollo Mendes Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers)

Os médicos e o ser humano O ano de 2013 já é inesquecível aos médicos do Brasil. Vive-se tempos enigmáticos e marcados por uma profusão de experimentações em políticas de governo, e não de Estado, que pretensamente se utilizam da emérita causa de melhorar a saúde dos brasileiros. Talvez só se conseguirá medir o efeito e a validade das intenções dos gestores em 2014, ano de eleição. E não há dúvida da conexão entre programas aventureiros e a plataforma eleitoral, considerando que a pesquisa do Ibope em setembro revelou que a saúde é a área com a pior avaliação para 77% do eleitorado (a reprovação avançou 11 pontos!). Por hora, é fundamental analisar o tsunami que varreu o que se considerava como mínimo razoável para assegurar que uma assistência adequada alcançasse os pacientes. Ao empurrar Congresso Nacional abaixo a Medida Provisória (MP) do Mais Médicos, o governo tomou para si a prerrogativa de ditar como, quando e para quem o sistema único de saúde será efetivado. E o emblema

desse estado de coisas é a denominação que é repetida até virar a verdade dos gestores de plantão: serão formados médicos para atuar no SUS, como se fosse possível a Medicina ser estratificada por segmento de renda ou classe social. Os mandarins do Brasil no século XXI contribuem para uma invenção que em nenhum outro país, dos desenvolvidos aos menos desenvolvidos, dos ricos aos pobres, verifica-se. A Medicina cuida do ser humano e ponto. O programa, cujo nome foi magistralmente escolhido para gerar ampla expectativa nas mentes das pessoas, inseriu-se como o elemento estranho a uma categoria cuja formação, experiência e conhecimento para diagnosticar, tratar e cuidar dos pacientes têm sido ao longo de décadas reconhecidos, e mundialmente. Mas, no País comandado por Dilma Rousseff, estas contribuições nada valem. O que está claro é uma campanha lamentável de descrédito e desrespeito a médicos que já atuam em todas as dimensões e

contatos com a população – da equipe de saúde da família, do posto de saúde, do pronto-atendimento, do hospital e de serviços de urgência, além de centros de desenvolvimento de inovações para que se mantenha a elevada assistência – da prevenção ao tratamento. As ações do governo, que até agora pouco comprovaram eficácia prática e mais investimentos (a verdadeira carência e não só da saúde pública), desqualificam o sistema de reconhecimento legal da formação médica. O baluarte foi a criação de um estágio em postos de saúde com pretenso caráter de educação para justificar a importação de formados no exterior, brasileiros ou não, que deixam de ter de cumprir o ritual da revalidação de seus diplomas. Exigência instituída por lei federal, com a supervisão do Ministério da Educação. Sem conseguir preencher as vagas do SUS com parte dos quase 400 mil médicos existentes no Brasil, a presidente estabelece bolsas de estudo de R$ 10 mil (para fugir dos direitos da legislação trabalhista), impõe que municípios paguem despesas de moradia e alimentação e estabelece supervisão que não se sabe como e nem por quem será feita. Para esvaziar qualquer legitimidade de organis-

mos de regulação do exercício da Medicina, este governo que tem a saúde com a pior avaliação obriga que registros profissionais sejam expedidos. O Mais Médicos criou um segmento de médicos que não são médicos, são estudantes, que levaram três semanas para aprender o idioma português. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo de São Paulo, debocha quando diz à população que estrangeiros poderão dominar o idioma em tão curto espaço de tempo. Será que o ministro aprenderia inglês e alemão, ou italiano - que é mais fácil, em três semanas? Diante desse quadro, as entidades médicas buscam todos os meios constitucionais e legais para repor regras que garantem a normalidade e um sistema sério de cuidados. A preocupação se concentra no fosso que estes políticos, com seu staff de cargos preenchidos por conveniência partidária, querem construir entre a assistência pública e aquela feita com acesso por convênios ou de forma privada. É no mínimo covarde transferir a responsabilidade pela carência de estrutura e recursos para atendimento a uma categoria que não mede esforços abnegados para cuidar do ser humano.

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Dia do

Médico

Esporte & Hobby

Levando a vida na esportiva

Se o dia a dia de um cidadão que não tem o compromisso de salvar vidas costuma ser uma correria, imagine o dos médicos. Agenda cheia, consultas, cirurgias, plantões, uma vida para lá de agitada. Mas eles não vivem apenas de trabalho. Em meio a tantos compromissos, sempre sobra um tempo para a prática de esportes ou hobbies, paixões que convivem pacificamente com o amor pela medicina. Há os que gostam de esculpir, outros que correm maratonas, andam de planador ou que adoram pedalar, pescar, prati-

car tiro ao alvo e surfar. O médico anestesista Ronei Machado é um exemplo de poliesportista. Há 12 anos, ele pratica triatlo e participa de maratonas. “O esporte tem servido como treino alternativo para outra modalidade esportiva, as ultramaratonas, para as quais me dedico atualmente.” Machado trabalha, entre outros lugares, no Hospital São Lucas (HSL). Ele conta que essas maratonas chegam a 80 quilômetros, como a Travessia Torres-Tramandaí, da qual participará novamente no próximo verão.

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Ser médico não significa viver única e exclusivamente para a medicina. Muitos profissionais costumam aliar o amor pela carreira com algum hobby ou prática esportiva que os ajuda na rotina e dá mais saúde física e mental.

Machado pratica triatlo e participa de maratonas há 12 anos

ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC

Paixão de menino

Ott acredita que o surf diverte e beneficia a saúde

O ortopedista do Hospital São Lucas (HSL) Rafael Ott surfa e pratica windsurf nas horas vagas, atividades que desempenha desde os 11 anos. “Sou apaixonado pela prática esportiva, de preferência ao ar livre, na água, com pranchas, para diversão pura e contato estreito com a natureza.” Sempre que pode, ele vai até Santa Catarina para se dedicar aos seus esportes preferidos. “É paixão de menino, uma maneira de diversão com o bônus de beneficiar a saúde e ainda obter contato maior com a natureza”, comenta. Segun-

do Ott, é a forma de contrapor a alta disciplina exigida pela área médica. Quando está longe da praia, o médico conta que também costuma praticar outros esportes. Mantém o condicionamento físico com corrida, natação, musculação etc. Com seu conhecimento da ortopedia, o profissional ressalta que administra a questão do preparo físico para reduzir ao máximo o risco de lesões. “A prática esportiva essencialmente traz saúde e disposição, o que resulta em mais energia ainda para continuar trabalhando com tranquilidade”, complementa.

Também foi movido pela paixão e pela busca de sossego que o médico de família Fabiano Barrionuevo, do Hospital Moinhos de Vento, começou a pescar. “Costumo ir para pesque-solte com um grupo de amigos, em Cambará do Sul, na Serra gaúcha. O objetivo é relaxar e espantar o estresse.” Quando não pode sair da cidade, em função do trabalho, o médico participa de corridas ciclísticas à

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noite. “A prática de esportes complementa minha atividade como médico, pois ajuda na concentração e melhora o desempenho, principalmente o relaxamento ao ar livre”, explica. O ritmo das pedaladas é mantido três vezes por semana, entre 50 a 60 quilômetros. “Prefiro pedalar à noite, pois o trânsito de Porto Alegre é perigoso”, diz. Nos finais de semana, Barrionuevo costuma

pedalar até Gramado, pegando trilhas e estradas de chão, sempre por lazer. “Há provas para o desafio pessoal, mas nada profissional. Em novembro, vamos até a praia e aproveitamos para melhorar a capacidade cardiorrespiratória e muscular.” Barrionuevo acredita que o médico deve servir de exemplo aos pacientes: “aquilo que recomendamos, devemos mostrar na prática”.

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ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC

Para relaxar e espantar o estresse

Para Barrionuevo, a pesca ajuda na concentração


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Dia do

Médico

Esporte & Hobby

Na arte, a inspiração dos grandes mestres. Nas atividades de lazer, a família influencia os hábitos. Na vida de dois médicos, em comum está a importância dos hobbies para a profissão. As formas lembram o aspecto de órgãos humanos, rins, corações, e também representam elementos da fauna, como peixes e sapos. O trabalho do urologista do Hospital Moinhos de Vento e escultor Paulo Aguinsky, como ele mesmo define, traz tudo aquilo que é “orgânico, biológico”. As pedras de mármore e basalto vão

JOÃO MATTOS/JC

A magia da escultura pelas mãos de um cirurgião Segundo Aguinsky, as artes plásticas surgiram na sua vida muito antes da medicina

ganhando forma pelas mãos e pelo olhar do ex-professor de anatomia e adorador da natureza, que passa as horas vagas esculpindo em meio ao verde e aos animais. O médico conta que a escultura surgiu na sua vida muito antes da medicina e é até hoje uma de suas grandes paixões. “Faz 50 anos que esculpo. Comecei com argila, depois passei para o mármore, o granito, basalto”. Alguns trabalhos já renderam prêmios, como a medalha de ouro do Le Salon 98, do Salão dos Artistas Franceses, e a participação como convidado de honra do Salão Violet, de Paris. O intercâmbio com a França é mantido sempre com a ajuda da sua esposa, Sandra. Ele acredita que a es-

cultura exige muita disciplina, organização e planejamento e que boa parte disso ele adquiriu com a prática médica. “As duas coisas casam muito bem, especialmente porque faço o que gosto.” Aguinsky costuma trabalhar com várias peças ao mesmo tempo, especialmente em bronze e granito, todas com formas diferentes, em seu atelier no sítio que possui em Viamão. Durante a semana, quando está em Porto Alegre, trabalha com peças pequenas de cerâmica. “As peças grandes levam até dois anos para ficar prontas e ainda demandam a construção de maquetes para a sua composição, como foi o caso da escultura que adorna a frente do HMV.”

O escultor autodidata assume que parte da sua inspiração vem de alguns mestres da arte, como Brancusi e Michelangelo. “Sempre digo que, para ser escultor, é preciso perseverar e enfrentar o bloco de pedra, além de usar muito a criatividade, até para criar novas ferramentas para ajudar no trabalho de escultura.” Aguinsky afirma ainda que a escultura exige muita disciplina, organização e planejamento e que boa parte disso ele adquiriu com a prática médica. “Acredito que as duas atividades se complementam. As pessoas acham que os médicos não folgam nunca, mas tenho muitos amigos que praticam esportes, também fazem outras atividades.”

JORGE GONZALEZ/DIVULGAÇÃO/JC

No ar, as decisões de um médico

Neumann conta que já voava sozinho com 14 anos

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Uma foto antiga com o rosto faceiro de um menino que estava aprendendo a voar é o ponto de partida para o diretor do Laboratório de Imunologia de Transplantes da Santa Casa, Jorge Neumann, contar o início de sua paixão pela aviação. “Eu tinha 14 anos e já voava sozinho. Fui o piloto mais jovem do Brasil”, relembra. Neumann comenta que o interesse partiu da família, pois pai e tios trabalharam na Varig e, desde cedo, era imbuído da missão de ser piloto. “Meu pai foi piloto de planador a vida inteira”, explica, reforçando sua paixão. O médico já participou de várias com-

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petições de planadores em vários estados e afirma que voar exige uma grande dedicação mental na tomada de decisões, “principalmente no caso de pilotar aviões sem motor.” Segundo ele é um atividade cerebral que pode ser comparada à medicina. “Preciso montar à estratégia na hora de decidir se determinado paciente deve ou não receber um órgão. Considerar a possibilidade de rejeição, se trará mais benefícios do que danos, por exemplo. É uma responsabilidade grande que pode ser comparada às decisões de um piloto em voo”, avalia.


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Dia do

Médico

Modernidade

O DiagLaser - Centro de Diagnóstico e Hospital Dia - já soma 18 anos de atividades no Brasil. Com atuação reconhecida no Rio Grande do Sul, a instituição aposta na criação do primeiro hospital oftalmológico sustentável do Brasil. O chamado EcoDiagLaser faz parte do planejamento estratégico e deve estar concluído em 2015. “O conceito de sustentabilidade é um novo modelo de responsabilidade de gestão da empresa que gera um impacto positivo aos clientes”, observa o diretor-presidente do DiagLaser, Fernando Lorenz de Azevedo. Dentro dessa filosofia, o novo hospital deve contar com telhado verde, área do entorno arborizada, reaproveitamento da água da chuva,

transporte alternativo (integrar o prédio a um princípio das ciclovias da cidade), entre outros. Além disso, o projeto também está amparado em ações sociais, para que o prédio e o conceito do EcoDiagLaser não se restrinjam somente à saúde visual, que é a atividade principal do DiagLaser. Azevedo destaca que os procedimentos em oftalmologia tendem a ser cada vez menos invasivos e mais seguros devido às novas tecnologias. “Superior a outras técnicas, o laser, não só na oftalmologia como em várias aplicações, representa ganho de tempo, ainda mais segurança e qualidade elevada”, complementa. Modernizar e automatizar a instituição também são metas do laboratório Endocrimeta que, desde a última mudança de gestão em 2005, vem adequando suas estruturas ao mercado. “Uma das apostas da empresa é a área de genética”, comenta o diretor técnico do Endocrimeta, Ricardo Xavier. A partir dos testes genéticos, é possível identificar qual o remédio mais adequado para cada paciente. Em suma, o teste genético permite um diagnóstico personalizado, o qual, por sua vez, resulta na medicina personalizada. “Haverá uma revolução grande em toda a medicina laboratorial com foco cada vez mais em medicina personalizada, e estar preparado para isso é muito importante”, enfatiza Xavier. A meta do laboratório é continuar crescendo em torno de 15% a 20% ao ano.

Azevedo reforça conceito de sustentabilidade com projeto EcoDiaglaser

MARCOS NAGELSTEIN/JC

DiagLaser e Endocrimeta apostam em novas técnicas, avanços tecnológicos e gestão modernizada para alcançar qualidade e resultados impactantes na área da saúde.

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Empresas focam em sustentabilidade e medicina personalizada

Xavier afirma que avanço nos testes genéticos deve desenvolver a medicina personalizada

Responsabilidade Social

Hospitais no RS

Exemplo de corrente do bem Maior rede de farmácias do Sul do País, a Panvel reforça seu compromisso com a responsabilidade social por meio do projeto Troco Amigo. Criado em 2009, o programa social já arrecadou mais de R$ 1,2 milhões no triênio 2009-2012. O objetivo é contribuir, de modo geral, para a modernização de hospitais filantrópicos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O Troco Amigo funciona da seguinte forma: ao final de sua compra, o cliente pode doar parte do seu troco às entidades participantes, de acordo com

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sua localidade. No caso de Porto Alegre, por exemplo, participam a Santa Casa e o Hospital de Clínicas. O valor destinado às entidades pode contribuir para reformas ou para a aquisição de novos equipamentos, conforme decisão da direção de cada entidade. Em suma, o Troco Amigo contribui para a modernização dos hospitais filantrópicos na região Sul. A receptividade dos consumidores é positiva. “O cliente jamais recusa o convite de nossos atendentes, o coração dele é muito grande. Ele se entusiasma e

faz a doação, saindo da loja com o comprovante que mostra para onde será destinado aquele valor”, afirma o diretor comercial da Panvel, Luiz Antônio D’Amado dos Santos. Em 2013, a expectativa da rede é arrecadar R$ 450 mil entre as 300 lojas da região Sul. No começo da campanha, dois hospitais participavam do Troco Amigo: Governador Celso Ramos, em Florianópolis, e o Santa Clara, que integra o Complexo Hospitalar Santa Casa, em Porto Alegre. Hoje, são 15 hospitais beneficiados pelo programa expandido para o estado do Paraná.

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Santa Casa de Porto Alegre Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre São Francisco de Paula de Pelotas Santa Casa de Rio Grande Casa da Saúde de Santa Maria Ana Nery de Santa Cruz do Sul Hospital Geral de Caxias do Sul São Vicente de Paula de Passo Fundo Santa Casa de Caridade de Bagé Santa Casa de Misericórdia de Santana do Livramento Santa Casa de Caridade de Uruguaiana

Hospitais em SC Governador Celso Ramos de Florianópolis São José de Joinville Santo Antônio de Blumenau

Hospitais no PR Pequeno Príncipe


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Dia do

Médico

Diagnóstico e Tratamento

Centro Clínico da Pucrs disponibiliza, em um único prédio, grande oferta de especialidades aliada à tecnologia para garantir agilidade. Com um fluxo diário de cerca de 2.500 pessoas, o Centro Clínico da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) comemora 25 anos. O prédio de mais de 9 mil m2, localizado ao lado do Hospital São Lucas (HSL), reúne 80 clínicas médicas especializadas, que englobam 68 especialidades e subespecialidades, em um total de 325 médicos e odontólogos que atendem a 86 diferentes planos de saúde. Criado em 1998, o centro é a única instituição desse tipo dentro da Congregação Marista, que atua em 74 países tendo a edu-

cação como principal área. A proximidade das duas estruturas – hospital e centro –, interligadas pelo segundo andar, não é por acaso. A gestão e alguns dos serviços ofertados também são integrados. “A grande missão do Centro Clínico é fixar o médico junto ao paciente”, resume o cirurgião cardiovascular Rubens Lorentz de Araujo, membro do Comitê Gestor do Centro Clínico, formado, ainda, por outros médicos e pelo diretor do hospital. No prédio, que destina 30% da sua área física aos serviços do HSL, há um centro de diagnóstico e tratamento, com bloco cirúrgico ambulatorial para pequenas cirurgias, além de exames cardiológicos, ultrassonográficos obstétricos, ecocardiográficos e ecografias com Doppler, e laboratório de exames clínicos. A unidade de exames e tratamentos de doenças da bexiga, dos rins e dos ureteres permite que pacientes sejam tratados sem a necessidade de internação. “Tudo para que o paciente tenha seu problema resolvido de forma rápida e sem ter que se deslocar”, explica Araujo. A intenção é reduzir ao máximo a

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Experiência em cuidados com os pacientes

Araujo diz que a missão da instituição é fixar o médico junto ao paciente

demanda desnecessária ao hospital, garantindo paralelamente o conforto de quem procura atendimento. O especialista revela que, junto com a infraestrutura e a grande oferta de especialidades, a tecnologia garante ainda mais agilidade para o diagnóstico e para o tratamento de doenças. Um sistema de intranet possibilita que os médicos acessem exames clínicos e de imagem no momento em que eles ficam prontos, de qualquer parte do hospital ou em seu consultório. Isso permite que o especialista defina o tratamento

a ser seguido sem perda de tempo e ainda preserva o histórico médico do paciente. “Nós temos condições de oferecer um corpo médico absolutamente diferenciado em um único prédio. Temos um alto grau de solubilidade e contamos com o suporte de todos os exames”, resume Araujo. O cirurgião destaca ainda as inúmeras vantagens logísticas que colaboram para que o centro seja uma modelo, como ter uma excelente localização, em meio a importantes avenidas da Capital, ter um prédio moderno e com amplo estacionamento.

Medicina Integrativa

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Prevenção, segurança e apoio integral

Cyntia e Sandra destacam a centralização nos atendimentos

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O tratamento integrado contra o câncer não é novidade na CliniOnco. Desde sua fundação, em 1998, essa linha condutora é desenvolvida junto aos pacientes e colaboradores. Tornou-se mais forte em 2008 e hoje, com amadurecimento e crescimento constantes, evoluiu para os pilares estratégicos atuais de prevenção, diagnóstico, tratamento e terapias complementares, além de pesquisa clínica. Uma das características dessa proposta é a facilidade do fluxo do paciente, com a criação de centros e unidades de apoio não só para o tratamento do câncer, mas também para outras patologias. De acordo com a onco-hematologista Cyntia Zadra, essa centralização objetiva a rapidez nos atendimentos e um acompanhamento mais personalizado do paciente. “Não é simplesmente fazer medicações. É preciso tratar a pessoa como um todo.”

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Um exemplo é o centro de terapias complementares. “O paciente, após diagnosticar o câncer, acaba descobrindo outros problemas. Então, para dar o apoio integral, nós criamos um centro que concentra esses atendimentos”, explica a diretora assistencial e de marketing Sandra Rodrigues, ao elencar que ali estão as áreas de psico-oncologia, fisioterapia, nutrição, acupuntura, enfermagem, odontologia e plantão médico. Para Cyntia, a prevenção apareceu como elemento-chave no trabalho multiprofissional dos centros e grupos de apoio. Segundo a especialista, um dos fatores que leva à prevenção é o dado real de que pacientes que já tiveram um câncer são candidatos a outros. “Aqui nós conhecemos o paciente e tudo o que está em volta dele. Fazemos isso para pensar a prevenção e ajudá-lo em todos os sentidos”, revela. Dentro da proposta de medicina inte-

grativa, a médica ainda aponta que o trabalho está pautado na ideia de conduta de vida, ou seja, de insistir que o paciente e a comunidade atentem para uma postura saudável. Com 160 colaboradores diretos e área de 1.500m2, tanto para tratamento quanto para consultórios de apoio e centros, outra atividade constante da CliniOnco é a pesquisa clínica, que ocorre desde 2005. Além disso, em 2011 houve a incorporação da unidade de medicina diagnóstica. Outro grande avanço é o processo de acreditação hospitalar da Organização Nacional de Acreditação, o que significa que a clínica segue os padrões mais atuais de segurança hospitalar. Para Sandra, trata-se de um diferencial importante para o bem-estar do paciente. “É um projeto ambicioso, uma vez que, no Rio Grande do Sul, somente hospitais possuem esse título.”


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Dia do

Médico

Hospital São Lucas

Foco em alta tecnologia e aprimoramento do ensino

As doenças cardíacas costumam estar entre as que mais levam as pessoas a procurar ajuda médica, muitas vezes em circunstâncias de emergência. Com foco no trabalho de diagnóstico e tratamento dessas enfermidades, o Hospital São Lucas (HSL) está operando, desde setembro, o Artis Zee, da Siemens, equipamento que permite realizar procedimentos cardiovasculares minimamente invasivos, via cateter e com definição de imagem 3D. Conforme o chefe do Centro de Diagnóstico e Tratamento Intervencionista (CDTI) do HSL, Paulo Caramori, o novo equipamento consolida os investimentos em alta complexidade realizados pela instituição e diferencia-se por fazer a reconstrução tridimensional total do coração e das principais artérias do organismo, como aorta torácica e abdominal, e do cérebro. Por ter qualidade de imagem superior, permite visualizar melhor as condições a serem tratadas. Entre os procedimentos realizados pelo Artis Zee no hospital da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) estão a desobstrução de co-

BRUNO TODESCHINI/PUCRS/DIVULGAÇÃO/JC

Instituição, que une ensino, tecnologia e assistência médica, investiu em novos equipamentos e reformulou o currículo do curso de Medicina.

Caramori e equipe inovam na realização de procedimentos cardiovasculares minimamente invasivos

ronárias, com a colocação de stents, e a troca da válvula aórtica percutânea, uma verdadeira revolução na área de intervenção cardíaca. “A máquina mostra a melhor direção para colocar a válvula, dá uma precisão muito maior no tratamento. Antes o procedimento era realizado com a abertura do peito, que traz muito mais risco e complicações maiores”, explica o cardiologista intervencionista do CDTI,

Ricardo Lasevitch. Além disso, a recuperação pós-cirúrgica é muito mais rápida. O procedimento de troca de válvula aórtica por cateter tem indicação especial para pacientes idosos, que muitas vezes, pelos riscos do método convencional, tinham contraindicação para a cirurgia. O Artis Zee é utilizado para procedimentos eletivos e de urgência, seja para a realização de procedimentos ou apenas

para diagnóstico. “Também é utilizado para angioplastia e, se o paciente apresentar obstrução importante, já é feita a correção, com a colocação do stent”, diz Lasevitch. “O hospital tem trabalhado forte para disponibilizar tecnologia de ponta e equipes altamente qualificadas. Com isso, temos conseguido oferecer os mais avançados tratamentos para doenças cardiovasculares”, salienta Caramori.

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Novas técnicas reduzem riscos em procedimentos urológicos

Noronha enfatiza a importância do laser

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Há um ano, o Hospital São Lucas (HSL) utiliza novas tecnologias na área de urologia com o objetivo de conferir mais segurança aos pacientes e reduzir o tempo de internação. Uma das técnicas é a cirurgia com laser para hiperplasia benigna ou volume aumentado de próstata. O Green Light HPS é à base de luz verde, mais bem absorvida e que favorece a vaporização de tecidos prostáticos. Todo procedimento é feito sem cortes, via uretral. O chefe do Serviço de Litotripsia e Urologia da instituição, urologista Jorge Noronha, explica que o fato da técnica não precisar de incisão faz com que um dos principais benefícios do uso do laser

seja a redução de riscos, como a intoxicação hídrica e o sangramento, com a possibilidade de ser usada em pacientes que usam anticoagulantes. “Há um menor tempo de internação. Em uma ressecção endoscópica, os pacientes ficam de três a quatro dias internados, com o laser, a alta se dá em, no máximo, 48 horas”, diz. Noronha destaca outra técnica utilizada no serviço de urologia, voltada ao tratamento de cálculo urinário e a outras patologias, como o estreitamento da uretra e divertículos de cálices renais. O Stone Light facilita o acesso e a fragmentação dos cálculos em qualquer parte do trato urinário, desde a uretra até o rim. “É uma

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litotripsia intracorpórea, que através de instrumentos endoscópicos em miniatura, entra pela uretra - masculina ou feminina -, chegando até os cálices renais”, comenta o urologista. Entre as vantagens, está a possibilidade de fragmentar os cálculos em dimensões tão pequenas que os pacientes não têm cólicas no momento da eliminação por via natural. “Aliado a isso, temos minipinças, que são verdadeiros extratores e permitem a retirada desses fragmentos, o que não pode ser feito pela técnica de litotropsia convencional”, complementa o médico. O HSL foi pioneiro na utilização da litotripsia intracorpórea no Estado.


Dia do

Médico

Ensino, assistência e gestão aliados para continuar no topo

Uma reformulação curricular que visa a aproximar ainda mais os alunos de Medicina à prática da pesquisa foi uma das primeiras iniciativas do diretor da Faculdade de Medicina da Pucrs, Jefferson Braga Silva, em 2012, quando assumiu o cargo. “O objetivo é trazer alunos para os campos de prática no primeiro semestre do curso, atuando junto com o Instituto do Cérebro, a Microscopia Eletrônica, pesquisa cirúrgica, Instituto de Pesquisas Biomédicas (IPB), entre outros”, reforça Silva. Ele fala que a iniciativa agrega muito à faculdade e ao ensino, saindo das salas de aula para dentro de laboratórios de excelência. Serão mais 14 disciplinas dando ênfase à pesquisa, num mesmo número de semestres. Referente à questão do ensino, o diretor acadêmico do hospital, Marlow Kwitko, destaca o Programa de Integração Ensino-Serviço (Integra), que busca congregar a área de educação com a assistência aos pacientes. O Integra reúne alunos e equipe de profissionais do hospital, os chamados integradores de ensino e de serviço dos 10 cursos vinculados à área médica – Medicina, Educação Física, Nutrição, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, Farmácia, Serviço Social, Física Médica e Odontologia. “É uma medida holística que trabalha nos moldes do mercado de trabalho, com todas essas áreas atuando de forma or-

MARCOS NAGELSTN/JC

Expansão, desenvolvimento e referências internacionais marcam as estratégias para os próximos anos.

Diretoria implementa ações para alcançar patamares internacionais

questrada”, considera Kwitko. O programa conta com dois módulos, um que contempla o acolhimento dos estudantes novos e outro com foco na melhoria da inserção dos estudantes nos processos assistenciais do hospital. Já o diretor financeiro do hospital, Ricardo Minotto, destaca a missão social

da entidade Marista, que alia filantropia, educação e assistência. “O ensino e a pesquisa estão no DNA do São Lucas, sempre andando junto com as questões humanas e com o compromisso com a sociedade como um todo”, diz. Como perspectivas para o futuro, ele destaca a intenção de que, cada vez mais, o hospital seja reconhecido

internacionalmente, como referência em gestão. Entre as estratégias traçadas para o período de 2011 a 2015, Minotto ressalta o foco no aperfeiçoamento da gestão, aliada ao modelo do PGQP. No que se refere aos clientes, também há uma grande preocupação voltada à satisfação em termos de atendimento, qualidade e segurança.

Neurologia e bariatria entre as áreas em crescimento Neurologia e bariatria são as áreas que mais crescem no hospital, afirma o diretor técnico e clínico do São Lucas, Plínio Vicente Medaglia Filho. O Hospital São Lucas tem reconhecimento internacional nessas áreas com grande expressão no território nacional. Segundo o diretor, um exemplo dessa importância é a cirurgia para epilepsia, que é realizada por uma equipe multidisciplinar, com neurologistas e neurocirurgiões. O procedimento tem atraído pacientes de toda América Latina e outros países. “Nosso serviço co-

ordena um grande estudo multicêntrico na área, capitaneado pelo Ministério da Saúde”, acrescenta. O diretor destaca também o setor de microcirurgia reconstrutiva, que realiza um trabalho desenvolvido em associação com a Universidade de Paris e Lyon. “A cirurgia torácica também está em expansão, com um laço de cooperação científica estreito com a universidade de Toronto, no Canadá”, ressalta. Outra área que já atinge índices comparados aos melhores serviços da comunidade internacional é o

tratamento para infertilidade através do trabalho da Fertilitat. Visando maior segurança do paciente, Medaglia Filho menciona ainda a área de intensivismo. “Estamos em processo de reforma de uma grande área onde serão construídos mais 40 leitos de Intensivismo”. Ele lembra que, além de rotineiramente participar do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGPQ), o hospital possui acreditação nacional em segurança do paciente. “Essa preocupação com Intensivismo vem atender à questão

de complexidade assistencial para estarmos cada vez mais preparados para acolher as demandas que nos chegam”, afirma. De acordo com o diretor, será um leito de Intensivismo para cada cinco de internação, o que equipara a realidade do hospital ao perfil dos melhores hospitais internacionais. Ao todo, o hospital possui 51 serviços médicos, todos com potencial de crescimento, cada um deles com especialidades médicas que se subdividem em outras especialidades.

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Dia do

Opinião

Domingos O. d’Avila Coordenador-geral do Centro de Pesquisas Clínicas (CPC) do Hospital São Lucas da Pucrs

Ensaios clínicos: introdução de novos medicamentos Todo o medicamento que chega ao mercado precisa passar por testes extremamente rigorosos, chamados de ensaios clínicos, que avaliam o efeito de uma nova droga ou vacina – no tratamento ou na prevenção de doenças – em seres humanos, para determinar sua eficácia e segurança, após testes em animais. De cada 10 mil potenciais medicamentos, só 250 passam nos testes em animais e chegam aos humanos. Inicialmente, um número pequeno de voluntários normais recebe a droga para determinar a dose mínima eficaz, a máxima tolerada, a relação entre doses e efeitos e o aparecimento de efeitos colaterais. Apenas cinco candidatos a medicamento passam essa fase e chegam à mais avançada, incluindo populações diversas e numerosos participantes que portam a doença alvo da droga, para verificar efeitos terapêuticos e indesejados. Em média,

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Médico

somente um alcançará o mercado. O tempo entre a descoberta e o uso clínico não é menor do que dez anos. O Centro de Pesquisas Clínicas (CPC) do Hospital São Lucas da Pucrs (HSL), estruturado há cinco anos por estímulo dos ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Inovação, faz parte de uma rede nacional que testa medicamentos que serão introduzidos pelo Sistema Único de Saúde. Investigadores brasileiros criam um protocolo (proposta estruturada de observação dos efeitos de drogas ou vacinas para uso em condições de alta prevalência, ou em procedimento com relevância epidemiológica), que é discutido e eventualmente aprovado, com alocação de suporte aos centros participantes. Dois grandes estudos, envolvendo centros da rede, estão em execução no CPC. Um deles, proposto e coordenado pelo professor

Claudio Corá Mottin, do Departamento de Cirurgia do HSL, avalia os efeitos da cirurgia bariátrica (para redução de peso) em diversos aspectos da biologia humana. Outro, do professor Flávio Fuchs, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, conduzido no CPC pelo professor Carlos Eduardo Poli de Figueiredo, acompanha pacientes em risco de hipertensão ou com hipertensão leve, testando o efeito de medidas dietéticas e mudança de hábitos, bem como do uso de medicamentos na redução de mortes e de ocorrência de agravos vasculares. Paralelamente, o Centro presta serviços aos investigadores da Universidade, que desenvolvem ensaios clínicos acadêmicos, e à indústria farmacêutica, que propõe projetos para avaliação de novas drogas. Este é o segmento que ocupa a maior atenção do CPC, pelo volume de estudos propostos e pela demanda técnica exigida. Várias etapas devem ser vencidas na realização de ensaios clínicos. O protocolo de pesquisa deve ser submetido e aprovado nas instâncias éticas (órgãos reguladores, como o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), que avaliam as possí-

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veis vantagens e os riscos potenciais de sua aplicação aos voluntários que se dispõem a usar a droga experimental. A substância em estudo também deve receber aprovação de um órgão regulador nacional, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para uso experimental no País. Finalmente, a estrutura física e administrativa, os equipamentos em uso e o pessoal técnico (médicos, farmacêuticos, enfermeiros e coordenadores de estudos), que compõem o CPC, devem ter certificação permanente quanto à adequação a padrões internacionais de aferição e competência, submetendo-se a auditorias externas periódicas. Atualmente, cerca de 200 protocolos estão em execução no CPC e 15 serviços médicos do hospital participam de ensaios clínicos, envolvendo mais de 30 médicos investigadores e cerca de 120 especialistas de nível superior, que coordenam e dão suporte técnico. A área está em rápido desenvolvimento e se destaca na Pucrs por sua importância científica e relevância social. O CPC é parte do complexo de saúde do HSL e das estruturas da Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento (Propesq) da Pucrs.


Dia do

Opinião

Médico

Stephen Stefani Médico oncologista do Hospital Mãe de Deus

O papel do médico Muitos imaginavam que, após um vestibular concorrido e seis anos de esforço considerável, munidos de conhecimento básico e sensibilidade, estaríamos aptos a exercer uma das atividades mais fascinantes e que acompanha a história da humanidade. O que aos poucos se percebeu é que exercer a profissão exigiria um pouco mais... um pouco mais de tudo: tempo, criatividade, esforço e um comprometimento mais coletivo e global. A medicina vem mudando. Seria contraintuitivo imaginar que não mudaria, mas o ritmo de mudança é o que impressiona. A incorporação de informações atualmente demandaria que um profissional tivesse que ler um artigo científico a cada 30 minutos continuamente. Novos equipamentos nos apresentaram um mundo de conhecimento até há pouco só disponível em livros de ficção científica. Métodos de concentração de informação, com base em uma estratégia de revisão padronizada, viabilizam atualização

geral. Mas, mesmo assim, o caminho das super-especializações está nítido. Algumas especialidades se tornaram segmentadas ao ponto de não ser incomum nos depararmos com pacientes que fazem acompanhamento com mais de meia dúzia de médicos. A própria medicina generalista passou a ser construída e praticada com toda a complexidade de uma especialidade. Outro aspecto é a comunicação. A inquietação desta geração criou um modelo de relação que demanda pronto-atendimento independentemente de distâncias, com um toque no telefone celular ou um envio de mensagem eletrônica. Pacientes também vêm ao atendimento médico muitas vezes após ter navegado no perigoso mundo das informações cibernéticas não críticas. A relação médico-paciente é mais horizontal - como um conselheiro na tomada de decisão - do que vertical - com ordens de cima para baixo. Com maior ou menor intensidade, este fenômeno é visto

em todas as camadas sociais. Também cabe reflexão sobre os custos da medicina. Na área do câncer, por exemplo, a média de custo mensal de um novo tratamento com quimioterapia é em torno de US$ 10 mil, e não necessariamente com os melhores remédios. Na maioria das indústrias e negócios, produtos com resultados equivalentes e dobro do preço muito improvavelmente entrariam no mercado. Em medicina, entretanto, isso acontece, e muito. Um dos motivos é simples: as entidades reguladoras internacionais, em sua maioria, somente avaliam se o medicamento funciona e é seguro, ao invés de julgar o que pareceria pertinente: se é melhor e se o preço está dentro do que a população julga razoável. Ignorar custos de tratamentos, portanto, não é mais aceitável. Quando escolhemos tratamentos, temos que considerar questões financeiras que podem aumentar e prolongar o desgaste pessoal e familiar. Estes custos criam um cenário atuarial que será pago pela coletividade, e sempre há o risco de que alguns segmentos da sociedade possam entender que medidas são para “racionar” tratamen-

tos, em vez de “racionalizar”. O tema é tão importante que a American College of Physicians (ACP) publicou na edição mais recente do seu manual de ética o seguinte: “Médicos têm a responsabilidade de praticar assistência médica efetiva e eficiente, usando os recursos de forma responsável. Atendimento deve ser parcimonioso, utilizando os métodos mais adequados para diagnóstico e tratamento do paciente com respeito e usando os recursos sabiamente, contribuindo para garantir a equidade”. O fato é que a medicina se tornou mais complexa, mais interativa e mais cara. O médico deste século deve desenvolver não só conhecimento técnico de excelência, mas capacidade de comunicação e empatia impecáveis e um compromisso social que evite um colapso gerencial iminente. Todos queremos um médico comprometido com nosso juramento de preservar a saúde acima de tudo e, para tal, precisamos repaginar a figura do profissional, que - antes dotado exclusivamente do estetoscópio e de boa vontade - atualmente precisa carregar muito mais elementos em sua maleta.

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Dia do

Médico

Mãe de Deus

Humanização e espiritualidade guiam o crescimento do Sistema de Saúde Mãe de Deus, que atualmente gerencia nove hospitais no Rio Grande do Sul. O Sistema de Saúde Mãe de Deus (SSMD) vem experimentando um crescimento sem limites nem distâncias nos últimos anos. A rede conta atualmente com 1.450 leitos e 5.600 funcionários distribuídos em nove hospitais pelo Estado. Tendo em vista a busca por soluções inovadoras, com atendimentos diferenciados e resolutivos, o principal desafio é que os projetos, as ações e os conhecimentos gerados nos espaços gerenciados pelo sistema sejam multiplicados para a toda a rede. Entre 2009 e 2012, o SSMD investiu na ampliação da base de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Esses esforços possibilitaram um aumento de 300% na capacidade da rede. A cidade de Canoas, por exemplo, pelo Hospital de Pronto Socorro e pelo Hospital Universitário, ambos gerenciados pelo sistema, é a localidade com mais atividades de saúde pública da rede, com 60% da demanda total. Segundo o diretor-geral do Sistema de Saúde Mãe de Deus, Claudio Seferin, além do foco na ampliação do Hospital Mãe de Deus com obras para atender às demandas

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Expansão sem limite

Seferin ressalta que a rede é o maior prestador privado de serviços para o SUS do Estado

da Copa, os hospitais do litoral também passarão por investimentos importantes nos próximos dois anos. “Pretendemos tornar aqueles hospitais referências regionais. Hoje ainda temos muitas limitações e precariedades, mas que serão resolvidas dentro desse projeto de investimentos”, declara. O Sistema de Saúde Mãe de Deus é o maior prestador privado de serviços para o SUS do Estado. A Copa do Mundo, a proximidade com o estádio Beira-Rio e o Instituto de Medicina do Esporte fez do Hospital Mãe de Deus o “hospital da Copa”, ou seja, vai atender a todas as situações de urgência relacionadas ao evento, dentro do padrão da Fifa. Com isso, ousadamente, o Mãe de Deus antecipou um planejamento que aconteceria ao longo de dez anos para dois. De acordo com Seferin, o prédio que atenderá às demandas do evento deverá ficar pronto

até abril de 2014, bem como o serviço de emergência e uma nova unidade de internação. O restante da ampliação será entregue no início de 2015. O novo Hospital Mãe de Deus é um projeto que, para além da Copa do Mundo, tem como pano de fundo o atendimento diferenciado de acolhimento. Para tanto, houve uma mexida em toda a estrutura gerencial e física hospitalar. Mas, segundo Seferin, as obras não são o mais importante. “O importante são os processos que estamos reformulando internamente, com princípios novos, como o da facilidade de acesso e o completo e rápido atendimento”, descreve. Na opinião do diretor, “um hospital precisa ser acolhedor, aditivo e estar próximo da realidade das pessoas que procuram o serviço”. Tudo isso, na contramão do endurecimento de relações que o crescimento e a tecnologia costumam trazer.

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Gestão corporativa garante foco assistencial

Acreditação dos hospitais do sistema é prioridade, comenta Silva

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O crescimento rápido com as incorporações de hospitais e centros, em meio a ampliações e reformas, teve apoio no modelo de gestão corporativo de sucesso do Hospital Mãe de Deus, reestruturando as gerências para uma centralização da administração. De acordo com o superintendente executivo do Sistema de Saúde Mãe de Deus, Alceu Alves da Silva, “essa estratégia tem como ponto fundamental, tirar o peso administrativo das unidades, permitindo que elas se foquem mais nos processos assistenciais”. O desafio corporativo é fazer com que toda a rede tenha um alto padrão de qualidade e segurança, com benefício ainda maior para o cliente. O Hospital Mãe de Deus é o único hospital da região Sul com as duas certificações de nível máximo: a brasileira Organização Nacional de Acreditação (ONA) e a internacional Joint Commission International (JCI). Isso significa um trabalho dentro dos padrões e processos mais atuais de segurança hospitalar. Com a expansão do sistema, Silva revela que todas as unidades da rede terão certificação ONA. “Vamos acreditar todos os hospitais da rede. Até o final deste ano, já devemos ter o Hospital

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Santa Luzia (Capão da Canoa), o Hospital Universitário (Canoas) e o Hospital Giovani Batista (Porto Alegre).” A gestão do capital humano do Sistema de Saúde Mãe de Deus funciona com 86 cargos diferentes que exercem 837 funções. São ao todo 502 horários de trabalho que totalizam 1,1 milhão de horas de trabalho por mês. De acordo com Silva, a rede trabalha hoje com tecnologias fantásticas do ponto de vista da assistência. Mas nada supera a importância das pessoas em todo esse processo. “Temos um cuidado muito grande em três linhas: atrair, desenvolver e reter”, conta o superintendente. Para isso, há o desenvolvimento de um sistema em que é valorizado qualquer tipo de relação que alguém tenha com a rede. O banco de talentos, a trilha de carreira, o premiado projeto Evoluir e uma incubadora educacional são alguns exemplos de sucesso desse modelo de gestão. “Tudo isso se dá tendo como pano de fundo os conceitos de humanização e espiritualidade, afinal, trabalhamos essencialmente com pessoas”, diz. Hoje, 689 profissionais estão em formação e desenvolvimento dentro do sistema.


Dia do

Médico

Estratégia e desenvolvimento da oncologia

As pesquisas da Organização das Nações Unidas (ONU) na área do câncer alertam para um rápido aumento da incidência da doença no mundo. Até 2030, ela deve atingir 13,2 milhões de pessoas, ou seja, o número de casos deve dobrar seguido do número de mortes. As motivações para isso estão relacionadas ao crescimento demográfico e à expectativa de vida. No Brasil, além desses, a incorporação dos hábitos de países desenvolvidos, onde a incidência é maior e, a genética europeia em estados como o Rio Grande do Sul, também são considerados. O Hospital Mãe de Deus vem desenvolvendo a oncologia como uma área estratégica. De acordo com o oncologista Carlos Barrios, espera-se que nos próximos 20 anos, dois terços das mortes por câncer aconteçam em países em desenvolvimento, como o Brasil. Diante dessa realidade de curto prazo, a criação do Instituto do Câncer e sua ampliação são uma importante conquista junto aos investimentos em equipamentos, pesquisas e educação. Só no último ano, o instituto cresceu 30% e, hoje, conta com mais de 60 médicos dedicados ao tratamento da doença. A metodologia integrada de tratamento e a qualificação dos profissionais envolvidos impulsionam um cresci-

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O Instituto do Câncer cresceu 30% e, hoje, conta com mais de 60 médicos dedicados ao tratamento da doença.

Barrios alerta para o aumento de casos de câncer nos próximos anos e frisa a importância da pesquisa clínica

mento ainda mais completo, proporcionando um reconhecimento como referência médica não só no Brasil. “Existe uma série de estratégias que vão além do tratamento em si e que passam pela capacidade de educar e prevenir as pessoas”, explica Barrios. Na opinião do médico, o bom tratamento depende muito da pesquisa clínica, importante setor do Sistema de Saúde Mãe de Deus. No mundo, em todas as áreas médicas, 150 mil projetos estão em andamento, enquanto no Brasil aproximadamente 4 mil encontram-se ativos. É clara a potencialidade de crescimento nesse sentido com

seus benefícios e avanços. Sendo assim, Barrios afirma que: “Nos últimos 10 anos, o Hospital Mãe de Deus investiu muito financeiramente em área física e tecnologia para o tratamento do câncer”. Dois exemplos pontuais importantíssimos para o hospital e para a comunidade são a recente aquisição do Triology, equipamento de radioterapia que permite aplicar técnicas avançadas na terapia contra a doença e, até mesmo, reduzir significativamente o tempo de tratamento. E o PET-CT (Positron Emission Tomography) que une medicina nuclear e radiologia para diagnósticos precoces.

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O hibridismo da cirurgia vascular

Zago e Saadi trabalham de forma conjunta em procedimentos da sala híbrida

O Centro de Tratamento Endovascular do Mãe de Deus, em funcionamento desde 2011, foi montado com o conceito moderno de hibridismo técnico, com procedimentos menos traumáticos, minimamente invasivos e com melhores e mais rápidos resultados. A sala híbrida fica no bloco cirúrgico, e as condições para uma cirurgia convencional aberta: esterilização, iluminação e instrumental cirúrgico. O diferencial está no aparelho de hemodinâmica integrado. “Quando fazíamos cirurgia aberta, não tínhamos boas condições de imagem para navegar com cateteres. Quando fazíamos o procedimento na hemodinâmica, não tínhamos boas condições cirúrgicas”, conta o cirurgião Eduardo Saadi. Diversos procedimentos podem ser realizados, como o tratamento de doenças de obstrução das carótidas, doenças arteriais de membros e aneurismas da

aorta. “Juntando técnicas, temos resultados muito melhores”, conta Saadi. De acordo com o cardiologista Alcides Zago, com métodos menos invasivos, o tempo de recuperação do paciente é menor e os procedimentos são realizados de forma mais segura e, muitas vezes, somente com anestesia local. O hospital também conta com o que há de mais moderno na área para se avaliar e interceder adequadamente em cada caso. O angiógrafo com imagens em alta resolução em sala com seis televisores é um exemplo, juntamente com os ultrassons intracoronários e a tomografia de coerência óptica. “Queremos ser um centro de referência cardiovascular. Não se pretende só prestar assistência de qualidade, mas também montar projetos de pesquisa, assistência, educação médica e relacionamento com a comunidade”, finaliza Saadi.

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Dia do

Médico

Santa Casa - São Francisco

Foco em inovação tecnológica

No Hospital São Francisco, são realizadas 1.500 cirurgias cardíacas anualmente. Dessas, 80 são de aneurisma de aorta, uma das de maior complexidade no campo das cirurgias cardiovasculares. Em maio de 2013, o hospital passou a ser o único com uma sala completamente híbrida no Rio Grande do Sul. Foi quando começou a operar o Artis Zeego, fruto da doação de uma empresa norte-americana. Equipamento de última geração, ele é considerado o estado da arte na geração de imagens de angiografia e tomografia dentro do bloco cirúrgico. Fernando Lucchese, cirurgião cardiovascular e diretor do Hospital São Francisco, salienta que: “O hospital terminou se dedicando à complexidade na área cirúrgica, tanto de forma geral quanto na cirurgia por vídeo”. O Artis Zeego é utilizado durante os procedimentos cirúrgicos, como fator de qualidade e de facilitação do procedimento. “Ele não é

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Equipamentos de última geração proporcionam tecnologia, qualidade e segurança aos procedimentos realizados nas cirurgias cardiovasculares do Hospital São Francisco.

Lucchese afirma que a instituição se dedica à complexidade na área cirúrgica, incluindo os procedimentos por vídeo

utilizado para exame e dianóstico, isto é, não tem um valor agregado de exame. Ele faz parte do procedimento”, informa o biomédico e coordenador operacional de pesquisa no São Francisco, Álvaro Rösler. Ao integrar a sala híbrida, o Artis Zeego fortalece o renome do São Franciso por ob-

ter uma das salas mais modernas em toda a América Latina. “Dá uma nova direção na qualidade do procedimento, da segurança e do conhecimento anatômico do paciente”, aponta Rösler, explicando que isso acontece porque muitas dessas cirurgias são menos invasivas, ao evitar a abertura do peito do

Sala inteligente

Heart Team Quando o bisturi se associa ao cateter, o que reduz a agressão cirúrgica, entra em ação o heart team. De acordo com o cirurgião cardiovascular e diretor do Hospital São Francisco Fernando Lucchese, essa associação resulta na chamada cirurgia híbrida. “O conceito de heart team, que começou na Europa, é esse grupo trabalhando em conjunto”, explica Lucchese. “A cirurgia híbrida é sempre feita por todos esses componentes. Aqui no São Francisco temos o heart team ideal, considerado um dos primeiros e um dos mais bem montados no País e na América Latina.” Vale salientar que o procedimento conta com uma equipe integrada, composta por cirurgiões, intervencionistas de cateter (conhecidos no meio

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paciente. Ou seja, em determinados procedimentos, o equipamento faz a vez dos olhos do cirurgião. No Brasil, além da Santa Casa, somente outros dois hospitais, de São Paulo, já operam com o Artis Zeego. Até o momento, o São Francisco já realizou cerca de 17 procedimentos por meio do equipamento.

como hemodinamistas), ecocardiografista, radiologista, anestesista e clínico. A cirurgia híbrida permite que procedimentos antes mais demorados e delicados sejam hoje realizados com mais simplicidade e segurança, inclusive em pacientes considerados de alta gravidade, como pessoas com mais de 80 anos. Na sala híbrida, o Artis Zeego se articula e se encaixa na mesa de cirurgia, girando em torno da mesa e fazendo uma imagem digitalizada, oferecendo uma visão tridimensional do que está sendo operado. O objetivo principal do São Francisco, salienta Lucchese, é crescer em termos de tecnologia relacionada ao processo de cirurgia cardiovascular.

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A sala inteligente do Hospital São Francisco funciona por integração de vídeo. Nela, a imagem é basicamente obtida por meio de vídeos de alta definição, reproduzidos em monitores de grande porte. “Toda a sala é integrada para que a visualização do ato operatório, feito por portos colocados no paciente, ou no tórax ou no abdômen, de acordo com o tipo de cirurgia, e esses portos dão acessos aos órgãos, os quais são operados por vídeo”, explica Fernando Lucchese. A sala inteligente começou a operar em maio de 2012. A inovação tecnológica, a redução do risco e a busca por mais segurança são primordiais ao São Francisco. “Nosso grande objetivo é a redução da mortalidade por doença cardiovascular – em todas as classes sociais”, enfatiza Lucchese. Atualmente, o índice de mortalidade da população brasileira por esse tipo de doença é de 35% ao ano. Vale ressaltar que o estilo de vida de um indivíduo muda completamente a forma de progressão da doença, por isso é importante estar atento à saúde do coração. Uma das metas do São Francisco é aumentar o número de procedimentos tecnologicamente avançados.


Dia do

Opinião

Médico

Jorge Lima Hetzel Diretor-médico da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

Dia da vida Uma coincidência histórica extremamente feliz determina que a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre tenha sido fundada em 19 de outubro, um dia depois da data em que se celebra o Dia do Médico. Criada em 19 de outubro de 1803, a Santa Casa de Porto Alegre – mais antigo hospital do Rio Grande do Sul – completa amanhã 210 anos de uma bem-aventurada e ininterrupta trajetória de serviços prestados à comunidade. Apesar de seus longos anos, a instituição porto-alegrense não está entre as dez mais antigas na relação das atuais 454 santas casas brasileiras. As de Olinda (1539), Santos (1543), Salvador (1549) Vitória (1551) e Rio de Janeiro (1553) são as cinco primeiras nessa memorável lista de tantos séculos dedicados à restauração da saúde e à qualificação da vida. Superando as crônicas deficiências do sistema nacional de saúde e as turbulências que caracterizam o cotidiano de um

hospital filantrópico, as santas casas e as demais 1.646 instituições hospitalares sem fins lucrativos que hoje existem no Brasil honram sua missão e seus valores voltados ao bem comum. O conhecimento dessa incrível tenacidade e espantosa vitória impõe uma pergunta: como elas conseguem isso? Na frase de abertura do álbum Caridade e Ciência, editado em 2003 para assinalar a passagem dos 200 anos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, o historiador Sérgio da Costa Franco afirma que, “em tempos como os de agora, marcados por um rígido pragmatismo e por uma frieza materialista, em que todos os atos são mais ou menos explicados por interesses e aspirações materiais, é difícil compreender e interpretar o ânimo daqueles que, tocados de amor pelos necessitados e sofredores, ou guiados pelas inspirações da fé e da caridade cristã, idealizavam organizações estritamente aplicadas à prática

do bem e ao exercício da piedade.” Nestes 44 anos como funcionário da Santa Casa – dois como estudante de medicina e 42 como médico – cada vez mais reforço minha convicção de que o desprendimento, a dedicação e a generosidade, identificados por Sérgio da Costa Franco no ânimo dos fundadores, estão presentes, desde sempre, nos funcionários da Santa Casa e são fator decisivo para a longa sobrevivência e o desenvolvimento da instituição. E contaminam a todos: dos médicos aos servidores mais simples. Nas três décadas como professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde, reiterei incansavelmente aos futuros médicos que a fantástica tecnologia hoje disponível é muito bem-vinda, mas que a razão da medicina permanece sendo a capacidade de identificar as doenças, restaurar a saúde e qualificar a vida. E que, acima de tudo, a grandeza de seu exercício continua diretamente proporcional ao humanismo com que ela é desempenhada. Esse espírito que comanda as ações do corpo clínico e dos funcionários, marcado pelo respeito à missão e aos valores insti-

tucionais, é tão forte que chama a atenção de pacientes e familiares, que o registram nos e-mails e nas cartas de agradecimento recebidos diariamente pela ouvidoria. Ele também não passa despercebido de profissionais treinados para a crítica, como os avaliadores credenciados pela Joint Commission Internacional. Nos relatórios, feitos ao longo dos dois anos em que viveram a rotina da Santa Casa acompanhando o vitorioso processo da acreditação do Hospital da Criança Santo Antônio, os avaliadores da JCI destacaram esse comprometimento de médicos e funcionários como um saudável diferencial da instituição. Por todas essas razões, amplio o foco da celebração do Dia do Médico de 2013 e convido meus colegas de profissão e os demais funcionários a festejarmos juntos essa colossal e comovedora rotina da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, onde o exercício da medicina transcorre iluminado pelo humanismo e pela solidariedade, o que torna mais fácil superar eventuais fracassos e funciona como norte e permanente motivação na conquista dos objetivos e na superação das metas.

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Dia do

Médico

Santa Casa - Hospital Dom Vicente Scherer

Processos mais rápidos, ganho em qualidade

Em 2012, o Hospital Dom Vicente Scherer realizou 436 transplantes. Um dos sete prédios que integram o complexo da Santa Casa, o Dom Vicente Scherer atua não apenas como centro de transplantes, mas também como centro de diagnóstico por imagem, cirúrgico-ambulatorial e centro integrado de emergências médicas. É lá onde fica o Laboratório de Imunologia de Transplantes, dirigido por Jorge Neumann. O papel do laboratório é crucial no processo de doação e transplante de órgãos. Quando um doador é identificado na UTI, inicia-se o processo de doação, que inclui a autorização familiar e a análise clínica dos órgãos. Quando o doador finalmente está disponível para fazer o transplante, cabe ao laboratório analisar, entre os potenciais receptores, quem de fato pode receber aquele órgão. Para isso, são feitas provas cruzadas que identificam a presença (ou não) de anticorpos antidoadores. Um desses anticorpos

é o HLA (sigla em inglês para Human Leucocyte Antigen – Antígenos Leucocitários Humanos). O HLA está relacionado à compatibilidade de tecidos, funcionando como uma espécie de impressão digital genética presente em cada célula do corpo humano. Quando há e quanto maior for a compatibilidade do HLA entre doador e receptor, menores as chances de rejeição do órgão e, portanto, maior probabilidade de sucesso no transplante. “Esse é um dos papéis deste laboratório: olhar em médio e longo prazo qual a probabilidade do órgão e do transplantado sobreviverem”, explica Neumann. Uma das recentes conquistas do laboratório foi celebrar a “independência” da prova cruzada clássica, processo que levava de sete a oito horas para ser concluído e, a partir disso, determinar quem está mais apto a receber o órgão a ser transplantado. Nos últimos 10 anos, o laboratório tem realizado, paralelamente à prova clássica, uma técnica chamada porcitometria de flu-

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Laboratório de Imunologia de Transplantes do Hospital Dom Vicente Scherer celebra pioneirismo na adoção de novo protocolo

Neumann comemora ganho em termos de qualidade para o órgão a ser transplantado

xo. Mais rápida e mais sensível que a prova clássica, ela produz resultados em torno de quatro horas. Em abril de 2013, o laboratório adotou um novo protocolo da porcitometria de fluxo, desenvolvido no Canadá, no qual o processo torna-se ainda mais rápido: cerca de duas horas. No dia 20 de setembro, o laboratório encerrou a prática da prova

cruzada clássica. “Somos o primeiro laboratório do Brasil a usar esse protocolo rápido e também somos o primeiro no País a abandonar a prova cruzada clássica. Este é um caminho sem volta”, celebra Neumann. A conquista representa, além da economia de tempo, ganho em termos de qualidade para o órgão a ser transplantado.

Santa Casa - Hospital Santa Rita

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Cura aliada à qualidade de vida

Tecnologia diminui a toxidade tardia dos pacientes, diz Motta

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No Rio Grande do Sul, o Hospital Santa Rita é o único para o tratamento de todos os tipos de câncer. Além da assistência, dedica-se ao ensino e à pesquisa na área da oncologia. O hospital detém um dos mais completos parques radioterápicos no Estado, atualizando-se de forma contínua. Nele estão os simuladores, os sistemas de planejamento computadorizado, de gerenciamento de imagem e os equipamentos de tratamento com radioterapia externa, além dos equipamentos de tratamento com braquiterapia. O parque radioterápico da Santa Casa conta com cinco aceleradores lineares, o maior número entre as instituições não governamentais, conforme o chefe do Serviço de Radioterapia e professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Neiro Motta. O serviço passa por um novo processo de atualização, com a substituição dos equipamentos atuais por novos. O upgrade, conforme Motta, está sendo feito nos

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equipamentos para que todos apresentem a mesma potencialidade. Em outras palavras, que todos possam realizar técnicas mais modernas de radioterapia, como a radioterapia de intensidade modulada e a radioterapia guiada por imagem. “No futuro, temos certeza de que todos os pacientes, independentemente de classe social, serão autorizados tanto pelo SUS quanto pelos convênios para fazer esse tipo de tratamento. Porque é um tratamento que, se não cura mais pacientes, ao menos diminui a toxicidade tardia dos pacientes que fazem radioterapia.” Motta lembra uma máxima da medicina que diz: “primeiro, não prejudicar”. Por isso, a cura deve vir acompanhada da qualidade de vida. “Temos que tentar curar 100% com 0% de toxicidade tardia. Claro que isso é uma utopia, mas com essas novas técnicas, diminuímos sobremaneira a toxicidade desses tratamentos. Essa é a principal vantagem.”


Dia do

Médico

Hospital Moinhos de Vento

Uso de novas tecnologias, ampliações, prêmios e um acordo histórico com a Johns Hopkins Medicine International, dos Estados Unidos, são alguns dos fatos marcantes do ano para a instituição. O aporte de novas tecnologias para tratamento de enfermidades nas mais diversas áreas foi um dos destaques do Hospital Moinhos de Vento para 2013. As novidades fazem parte do projeto de expansão iniciado em 2009 - com previsão de conclusão em 2014 - e investimento de R$ 320 milhões, com geração de 900 empregos. “Nosso projeto é composto por 14 obras, sendo que muitas já foram finalizadas e hoje estão em pleno funcionamento, como a nova maternidade, centro cirúrgico, diálise e endoscopia”, afirma o superintendente executivo do hospital, Fernando Andreatta Torelly.

Além disso, o Moinhos está iniciando, neste mês, a construção de um novo bloco hospitalar com 102 leitos, uma UTI com 20 leitos e um centro diagnóstico, que irá dobrar a capacidade de realização de exames. Outra novidade é a inauguração, no final deste ano, do Hospital da Restinga, que, segundo o superintendente, é o “único hospital novo em construção na Capital, com 121 leitos de internação e 100% SUS”. O hospital também contará com 47 leitos de passagem. Outra estratégia em andamento é o posicionamento do hospital como centro de excelência para algumas áreas clínicas, como maternidade, pediatria, cardiologia e neurologia. A próxima área que deve ser incluída nesse rol é a urologia. Torelly diz que novas etapas da expansão estão em discussão, como a possibilidade de abertura de unidades regionais ou mesmo em outras cidades do Estado. Outro destaque de alta complexidade tecnológica é o neuroestimulador medular, um procedimento que consiste na implantação de eletrodos na coluna vertebral para tratamento de dor de origem neuropática. O resultado costuma ser positivo em 60 a 70% dos casos, quando bem indicado. “Os eletrodos são conectados a um gerador de pulso eletromagnético que estimula a medula espinhal causando sensações vibratórias que ‘regulam’ os impulsos elétricos causados pela dor, fazendo com que estes não cheguem ao cérebro e, portanto, aliviando as sensações dolorosas”, explica o médico, coordenador da Clínica de Dor do hospital,

GUILHERME DIAS/DIVULGAÇÃO/JC

Modernização e novas unidades para ampliar atendimento

Torelly destaca o investimento de R$ 320 milhões

João Marcos Rizzo. A técnica foi aplicada no médico Cesar Luiz Hoffmann, que há nove anos apresentava dores fortes na região torácica bilateral, sequela pós-trauma causado por acidente. “A resposta foi excelente, com controle das dores em mais de 60% nos primeiros 15 dias, o que deve melhorar nos próximos meses”, afirma o neurocirurgião Ericson Sfreddo, que também atua na Clínica de Dor.

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Alta tecnologia busca retardar efeitos das doenças

Gurski e Rotta explicam os benefícios do estimulador diafragmático

Avanços tecnológicos têm sido pontos-chave para a cura ou redução de sequelas de várias doenças. O superintendente médico do Hospital Moinhos de Vento, Luiz Antônio Nasi, ressalta o quanto a tecnologia voltada para a cura evoluiu nos últimos tempos. “Hoje se consegue fazer diagnóstico por meio de smartphones, através dos quais os pacientes se automonitoram, avaliando frequência cardíaca, oxigenação, índice de massa corporal, e mandam os resultados via celular para avaliação do médico”, destaca. No caso específico da esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa, progressiva e incurável, a qualidade de vida dos pacientes tem sido amplamente beneficiada graças ao uso da tecnologia. No Moinhos, o estimulador diafragmático é usado para retardar a atrofia do músculo, uma das maiores complicações da doença. Por meio da aplicação de um marca-passo, instalado por videolaparoscopia, a técnica promove a estimulação elétrica do ponto motor do diafragma. “O procedimento retarda a insuficiência ventilatória que ocorre na ELA”, diz o cirurgião Richard Gurski. Conforme o neurologista Francisco Tellechea Rotta, os sintomas da doença resultam da perda de ativação de músculos voluntários e podem variar conforme as regiões envolvidas: membros superiores, inferiores, músculos da respiração ou responsáveis pela fala e deglutição. Ele explica que os eletrodos são conectados a um estimulador externo para sessões de treinamento (estimulação) que duram 30 minutos e que são repetidas até cinco vezes ao dia. Essas sessões exercitam o diafragma retardando a insuficiência ventilatória decorrente da doença. O hospital é o único centro da América Latina capacitado para implantar o marcapasso diafragmático.

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Dia do

Médico

Instituição firma acordo com Johns Hopkins

Hospital Moinhos de Vento

Hospital é eleito um dos melhores lugares para trabalhar

MARCOS NAGELSTEIN//JC

O Moinhos de Vento foi o primeiro hospital brasileiro a firmar um acordo de afiliação com a Johns Hopkins Medicine International, de Baltimore, Estados Unidos. A Johns Hopkins Medicine International é o braço internacional da Johns Hopkins Medicine, que engloba o Hospital Johns Hopkins, considerado pela US News & World Report como o melhor dos Estados Unidos. A novidade tem como objetivo reforçar o foco na qualificação clínica e na segurança do paciente, assim como o desenvolvimento de pesquisa médica e projetos de enfermagem. “As nossas duas primeiras equipes acabaram de retornar da Hopkins, onde estiveram para delinear projetos de capacitação, inovação e práti­cas de assistência”, diz o superintendente executivo, Fernando An­dreatta Torelly. A parceria, firmada em agosto deste ano, tem duração de 10 anos e irá alavancar o posicionamento do Hospital Moinhos de Vento como referência nacional. “Estamos honrados com essa colaboração. A afiliação do Moinhos à Johns Hopkins Medicine International representa, ao mesmo tempo, um objetivo alcançado e o início de um novo ciclo, que complementa o nosso planejamento estratégico”, afirma Torelly. Conforme o superintendente de Educação, Pesquisa e Responsabilidade Social do hospital, Luciano Hammes, a afiliação vai contribuir para a troca de conhecimentos e pesquisa entre os dois países. “As duas instituições irão ainda explorar oportunidades para estabelecer um Centro de Pesquisa que apoiará especialistas brasileiros e facilitará o intercâmbio de informações”. A parceria também prevê o referenciamento de pacientes para tratamento no Hospital Johns Hopkins. A definição dos casos a serem encaminhados será feita de forma conjunta pelas equipes do Hospital Moinhos de Vento e da Johns Hopkins Medicine International, tendo o Moinhos como porta de entrada.

Pesquisa avaliou o índice de confiança dos funcionários com o ambiente de trabalho e as melhores práticas de gestão de pessoas de 1.095 empresas no País. Uma pesquisa do Great Place to Work, realizada em parceria com a Revista Época, elegeu o Hospital Moinhos de Vento como uma das melhores empresas para se trabalhar do Brasil. A instituição obteve destaque na categoria “Grandes”, onde figuram 70 empresas com mais de mil funcionários. “É um reconhecimento à nossa prática de fazer a melhor medicina, priorizar a segurança do paciente e contar com um corpo funcional qualificado, motivado e bem treinado”, afirma o superintendente executivo, Fernando Andreatta Torelly. A pesquisa analisou ao todo 1.095 organizações em todo o País, avaliando o índice de confiança dos funcionários com o ambiente de trabalho e as melhores práticas de

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gestão de pessoas. O Moinhos também ficou entre as cinco empresas com maior participação feminina, em porcentagem, com relação ao total de funcionários. Além disso, o hospital foi eleito pela revista AméricaEconomia como um dos melhores da América Latina, ocupando o 11º lugar, o quarto do Brasil e o único da Região Sul. “Para nós, é relevante a tolerância zero às más práticas. As ações médicas devem estar respaldadas em diretrizes e protocolos nacionais e internacionais de qualidade. Além disso, trabalhamos sempre prezando a ética e as boas práticas, sem perder de vista a essência focada no paciente”, diz o superintendente médico do hospital, Luiz Antônio Nasi. O hospital recebeu ainda os prêmios Top Ser Humano e Top Cidadania 2013, da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RS). O projeto vencedor da categoria Top Ser Humano é o Programa Desafio, uma ação de reconhecimento por metas, realizado anualmente, com o objetivo de comprometer as equipes que constroem resultados diários, a partir de um objetivo em comum alicerçado pela gestão da empresa. Já o Top Cidadania foi conferido a um projeto assistencial que tem ajudado a melhorar os sorrisos de pessoas que vivem em regiões socialmente vulneráveis. O Programa de Saúde Bucal desenvolve ações com foco na prevenção, na educação e no atendimento odontológico nas Unidades de Saúde da Família.

Caderno Especial do Jornal do Comércio - Porto Alegre, 18 de outubro de 2013

GUILHERME DIAS/DIVULGAÇÃO/JC

Para Nasi, é essencial manter a prática sem perder o foco no paciente

Hammes: acordo incentiva a troca de conhecimento


Dia do

Opinião

Médico

Fernando Andreatta Torelly Superintendente executivo do Hospital Moinhos de Vento

A pauta da sociedade é pela qualidade na saúde Porto Alegre possui uma das mais qualificadas estruturas hospitalares do Brasil e equipes médicas e assistenciais de nível internacional. Temos hospitais públicos e privados de alta complexidade, e os médicos que atuam nessas instituições são reconhecidos pela formação técnica e acadêmica. Esses profissionais são constantemente convidados a participar de eventos internacionais para compartilhar sua expertise. À população gaúcha eles entregam diariamente sua dedicação e seu conhecimento. Esse cenário, no entanto, não é o mesmo nas demais regiões do País. Nos últimos meses, a crítica ao setor da saúde foi pauta constante nas manifestações da sociedade. Na área de saúde suplementar, mesmo com a excelência do nosso atendimento, sabemos que é preciso estender a oferta de serviços hospitalares. Precisamos ampliar

nossas estruturas para atender de forma adequada às demandas da sociedade e ao crescente ingresso de beneficiários nos diferentes planos de saúde. Porém, temos que reconhecer o empenho das instituições hospitalares de Porto Alegre e das equipes médicas e assistenciais que atuam no limite de sua capacidade, mas comprometidos e buscando sempre o melhor para os pacientes. O desafio é crescer com sustentabilidade. O Hospital Moinhos de Vento, em 2009, na gestão do Dr. João Polanczyk, formatou um expressivo plano de expansão com investimentos na ordem de R$ 320 milhões. Já entregamos à comunidade uma nova maternidade, que hoje é responsável por mais de 4.000 nascimentos por ano, novas estruturas de endoscopia e diálise, centro de ortopedia e traumatologia, centro de neurologia e neurocirurgia e cinco novas

salas cirúrgicas, entre outras áreas. O próximo passo é a expansão da unidade de emergência e do centro de medicina diagnóstica. Em outubro, iniciaremos também as obras de um novo prédio destinado à internação de pacientes, que contará com 102 leitos, e as obras de ampliação de 20 leitos na unidade de tratamento intensivo adulto. Ao mesmo tempo, aumentamos nosso parque tecnológico e adquirimos uma nova ressonância magnética, um novo tomógrafo de 16 canais e um novo angiógrafo, e estamos em processo de importação de um PET-CT de última geração. Um dos mais significativos investimentos e com impacto para a população está em fase de conclusão: o hospital que integra o Sistema Regional de Saúde Restinga e do Extremo Sul. Naquela região já estão em funcionamento o pronto-atendimento da Restinga e as equipes de Estratégia de Saúde da Família. Essas ações fazem parte do projeto estratégico do Hospital Moinhos de Vento, que contempla estruturas físicas e equipamentos, mas sem esquecer que o essencial

é a qualificada equipe médica que integra nosso corpo clínico e nossos colaboradores, que fazem do dia a dia do seu trabalho um compromisso com a segurança e a qualidade no atendimento aos nossos pacientes. Recentemente, o Hospital Moinhos de Vento celebrou um acordo de afiliação com a Johns Hopkins Medicine International, organização vinculada ao Johns Hopkins Hospital, que em 2013 foi novamente considerado o melhor hospital dos Estados Unidos. Com a afiliação, vamos estimular o intercâmbio de nossos médicos e equipe assistencial com foco na geração de conhecimento e na excelência da medicina. O Moinhos tem 86 anos de fundação, construído por imigrantes que vieram da Alemanha para o Rio Grande do Sul e tinham como objetivo erguer um hospital com os melhores padrões dos hospitais da Europa. Esse ideal é perene, e as atuais equipes compostas por mais de 3.000 colaboradores e 2.900 médicos se dedicam a fazer o melhor para que tenhamos em Porto Alegre um hospital reconhecido nacional e internacionalmente. Essa é a nossa missão.

Caderno Especial do Jornal do Comércio - Porto Alegre, 18 de outubro de 2013

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Dia do

Médico

Banco de Olhos

Missão cumprida

Na zona Norte de Porto Alegre, o Hospital Banco de Olhos (HBO) celebra um feito histórico. O Ministério da Saúde divulgou que em setembro o Rio Grande do Sul foi o quarto estado brasileiro a zerar a lista de espera para transplantes de córneas no País. A meta da instituição em contribuir para esta conquista, estabelecida para 2014, foi cumprida antes do prazo. Foram 186 procedimentos até setembro. O desafio, agora, é manter a produção de transplantes. Para isso, a conscientização da sociedade é fundamental. “O processo requer uma questão-chave, continuidade. Isto é, constância de propósito”, afirma o diretor executivo Olimpio Dalmagro. Em 2010, a instituição realizou a primeira edição da campanha de conscientização para a doação de córneas “Todo mundo merece ver a vida”. À época, a fila de espera chegava a 930 pacientes. No final de 2012, já na terceira edição da campanha, o número havia caído para 137. Em agosto deste ano, antes da divulgação do balanço de transplantes no País pelo Ministério da Saúde, 28 pessoas aguardavam em lista pelo procedimento cirúrgico. O principal benefício da campanha, aponta Dalmagro, foi a redução do tempo

de espera de 18 meses para 30 dias. Manter esse tempo é um desafio. Para uma estimativa entre 840 e 850 implantes ao ano, são necessárias, aproximadamente, mil captações de córneas ao ano. “A campanha é um processo de educação continuada”, enfatiza o diretor executivo. “O hospital, em função do que ele representa para a especialidade, entende como um dever seu liderar esse processo”, garante Dalmagro, lembrando que a adesão dos veículos de comunicação representa um braço importante da campanha. “Sem o apoio da mídia, não conseguimos alcançar a comunidade. O fator-chave desse processo chama-se comunicação.” O Banco de Olhos faz parte da Congregação Filhas do Sagrado Coração de Jesus. Na área da saúde, há um grande esforço em cuidar da segurança do paciente e do respeito à vida. “Nossa mantenedora está muito consciente que tem em seu âmago o resgate da dignidade da pessoa humana”, afirma a diretora-geral, Irmã Narcisa Dal Maso. Um dos serviços oferecidos pelo hospital é o Centro de Reabilitação Visual, composto por uma equipe multiprofissional e que atua com foco na recuperação, integração e inclusão do paciente com deficiência

JONATHAN HECKLER/JC

Rio Grande do Sul é o quarto estado brasileiro a zerar a lista de pacientes em espera para transplante de córneas. Os desafios, no entanto, permanecem.

Tempo de espera foi reduzido de 18 meses para 30 dias

visual na sociedade. Entre outras patologias atendidas, a catarata é uma das cirurgias realizadas com maior frequência, em média 460 ao mês. Além da assistência, a educação e prevenção também são importantes. “O hospital é especializado em oftalmologia e, por

isso, tem uma atuação mais ampla que a assistencial”, informa a gerente de marketing Clarissa Minoggio de Sá. “Como atuamos nos três segmentos de pacientes (SUS, convênio e particular), nós disseminamos essa informação, a educação e a prevenção para toda a sociedade”, complementa.

JONATHAN HECKLER/JC

Modernização e novos equipamentos

Meta é estender a média mensal transplantes, afirma Dalmagro

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Caderno Especial do Jornal do Comércio - Porto Alegre, 18 de outubro de 2013

Em fevereiro de 2013, o Hospital Banco de Olhos (HBO) renovou seu centro cirúrgico, modernizando o ambiente. Além da readequação da estrutura física, o centro foi amplamente equipado. “Hoje, o centro conta com modernas tecnologias na especialidade, representadas por microscópios de vanguarda. No SUS (Sistema Único de Saúde) somos os únicos”, afirma o diretor executivo Olimpio Dalmagro. A instituição também investiu na segurança dos pacientes. “O centro cirúrgico conta com processos informatizados que monitoram todo o fluxo do paciente calcado em protocolos normatizados pela vigilância sanitária, visando à cirurgia segura”, acrescenta o diretor executivo. Com o

novo centro cirúrgico, a meta é estender a média mensal de mil para 1,4 mil procedimentos. Sempre atento ao que o mercado oferece em termos de novas tecnologias na área da saúde, um dos focos do HBO é manter o parque tecnológico atualizado. Outro grande investimento da casa também compete à área da gestão, com treinamento e capacitação do conjunto de profissionais em todas as funções. Na médica, por exemplo, são realizados seminários e intercâmbios. No caso dos demais colaboradores, a meta mensal é de cinco horas de treinamento. Somente no mês de agosto, a meta foi ultrapassada, e a instituição ministrou 6,5 horas de treinamento por funcionário, durante o horário de trabalho.


Dia do

Médico

Instituto de Cardiologia

Nova técnica para tratar hipertensão grave

O Instituto de Cardiologia, após seis meses de intensa pesquisa, colocou em prática um procedimento cirúrgico que é uma alternativa terapêutica para a hipertensão - doença que, segundo o Ministério da Saúde, atinge 23% da população brasileira. A técnica devolve a saúde e a qualidade de vida aos pacientes, liberando-os do uso de diferentes remédios e oferecendo condições para que tenham uma vida normal. O objetivo é estabilizar a pressão arterial de pacientes com hipertensão grave que não respondem aos tratamentos convencionais com medicamentos e que correm, assim,

MARCOS NAGELSTEIN/JC

No mundo todo, cerca de 10 mil pessoas já foram encaminhadas para esse tipo de intervenção, que despertou o interesse da comunidade científica.

Lima foi pioneiro na aplicação do procedimento cirúrgico

mais riscos. A técnica despertou o interesse da comunidade científica mundial, e mais de 700 estudos estão sendo realizados em diferentes países para avaliar melhor a tecnologia. Na Europa, ela já é utilizada em larga escala, com diretrizes científicas que definem o método e os critérios para selecionar melhor os pacientes que devem ser submetidos ao procedimento. No mundo todo, cerca de 10 mil pessoas já foram encaminhadas para esse tipo de intervenção. “O que não se sabe ainda é o resultado a longo prazo e suas possíveis

implicações. Os estudos são relativamente recentes. Vários centros estão testando diferentes modalidades”, afirma o eletrofisiologista do Cardiologia Gustavo Glotz de Lima. A expectativa é de que, em breve, haja autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para sua utilização em grande escala no Brasil, mas, enquanto isso, os estudos do instituto já beneficiam os primeiros pacientes. Com autorização do Comitê de Ética em Pesquisa, o médico aplicou o método pela primeira vez no dia 13 de junho, em uma mulher de 34 anos. O procedimento foi bem-

-sucedido, e a paciente tem apresentado diminuição da pressão arterial, mantendo-a dentro dos parâmetros de normalidade. Desde então, outros pacientes se beneficiaram com a técnica e vivem normalmente, com a pressão controlada sem remédios. O acompanhamento dos resultados da pesquisa permanecerá, a fim de contribuir para o estudo e verificar o êxito da técnica. Além de Lima, a equipe médica que participou da experiência inicial foi composta pelos médicos Tiago Leria, Júlio Teixeira, Marcelo Krust e Leonardo Pires e pela enfermeira Jaqueline Sauer.

Estudos contínuos para entender a realidade brasileira A exemplo do que é feito nos Estados Unidos, o procedimento cirúrgico para tratar a hipertensão grave utiliza cateter de eletrofisiologia com sistema irrigado. Com duração de aproximadamente uma hora e 30 minutos, consiste em inserir na artéria femural um cateter que, por meio de monitoramento via computador, encontra a artéria renal e cauteriza pontos estratégicos do vaso, impedindo a chegada de ramifica-

ções nervosas à artéria renal. Lima explica por que o procedimento está associado ao sistema renal: “Os rins são grandes controladores dos níveis pressóricos, secretando substâncias que reduzem a taxa de sódio no corpo e que causam diurese”. O procedimento, amplamente discutido no último Congresso Brasileiro de Cardiologia, pode auxiliar cerca de um terço dos pacientes que sofrem de hipertensão

arterial. Ele acredita que, no futuro, a intervenção possa, inclusive, ser estendida a um grupo maior de pessoas. “Quem sabe se esse procedimento, no futuro, não poderá substituir os remédios? Tudo isso depende dos resultados dos estudos que estão em andamento.” Para Lima, é muito importante que a pesquisa seja realizada dentro da realidade brasileira, com as características da sua

população. “Não queremos nos basear apenas nos resultados de outros países, precisamos ter os nossos números, os resultados da nossa situação”, pondera. O Instituto de Cardiologia é amparado pela Fundação Universitária de Cardiologia (FUC) e atua como hospital-escola desde 1969, além de participar da Rede Nacional de Pesquisa Clínica, do Ministério da Saúde, e receber apoio de importantes agências de fomento.

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Dia do

Médico

Hospital Divina Providência

Reestruturação da instituição passa pelas mudanças no Centro Clínico, redefinição dos núcleos de trabalho e nova unidade de hemodinâmica. O Hospital Divina Providência passa por uma reestruturação importante para melhor atender à comunidade. Com um planejamento estratégico voltado para áreas específicas, como a cardiologia, a cirurgia vascular, a ortopedia, a traumatologia, a ginecologia e a obstetrícia, investiu maciçamente em equipamentos, estrutura e

prestação de serviços. A criação do centro clínico é parte essencial da readequação da instituição. O espaço, que antes era sublocado, agora é administrado pelo hospital. Considerado uma mudança inovadora pelo gerente-médico e coordenador do centro clínico, Ilmar Köhler, tal posicionamento trouxe para um andar inteiro os atendimentos essenciais. Trata-se de uma estrutura padronizada em sete salas, que serão ocupadas em diferentes turnos, por aproximadamente 40 médicos. O principal objetivo é apoiar demandas sem gravidade da emergência, com agenda destinada a tal fim, e dar continuidade aos tratamentos dos pacientes internados por qualquer motivo, além de atendimentos novos. “Vai haver sempre uma agenda para encaminhamentos com maior brevidade que uma consulta normal para aqueles que precisam de avaliação mais breve. Estamos prevendo aproximadamente 20% dos horários”, conta. De qualquer maneira,

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Novo centro clínico apoia a emergência

Segundo Köhler, o espaço vai ser uma segunda via de entrada para casos menos urgentes

o espaço passa a ser não só um reforço à emergência, mas também uma segunda via de entrada para casos não tão urgentes. Além da inovação com o centro clínico, áreas que antes eram terceirizadas foram incorporadas ao hospital, e os núcleos de trabalho, que agregam especialidades afins, foram redefinidos. Köhler explica que no centro clínico acontecem somente consultas. Porém, grande parte dos profissionais que trabalham nos núcleos também atua em outros espaços do hospital.

Entre os métodos diagnósticos que não estão ligados ao centro mas prestam serviço a ele, destacam-se o serviço de cardiologia próprio e o novo centro de imagens que, segundo o médico, possui a ressonância magnética mais moderna do Estado. A hemodinâmica também conta com equipamentos de última geração e será acrescida de outra unidade até o final deste ano. “Seremos um dos poucos hospitais que terá duas unidades de hemodinâmica para uso simultâneo”, comemora o médico.

Humanização e solidariedade compõem valores éticos e religiosos da instituição Responsável pelo nascimento de mais de mais de 120 mil pessoas desde sua fundação, o Hospital Divina Providência (HDP), localizado no bairro Glória, em Porto Alegre, amplia cada vez mais seus números. A média de partos hoje é de 320 mensais. O hospital também é referência em cirurgias bariátricas, a equipe coordenada pelo cirurgião-geral Renato Souza da Silva completou, neste mês, 3 mil procedimentos de redução de estômago.

A infraestrutura é distribuída em uma área total de 220.650m2, dos quais, 19.995 m2 são de área construída e engloba dois blocos cirúrgicos, com um total de 14 salas, cinco delas ambulatoriais. Tem capacidade de 165 leitos/dia, distribuídos em três unidades de internação, além de 12 leitos de emergência, 12 de CTI adulto e outras 12 em CTI neonatal. Para atender à crescente demanda, a equipe conta com mais de 1,2 mil profissionais de diferentes áreas, além de

cerca de 1.600 médicos credenciados. Com foco na modernização, o HDP é fiel aos valores de sua fundação, há quase meio século, em 1969. Regido pela Congregação das Irmãs Divina Providência e Sociedade Sulina Divina Providência, além da humanização e solidariedade, seus princípios são compostos de valores éticos e religiosos, visando à socialização dos conhecimentos. A Congregação das Irmãs Divina Providência chegou ao Brasil em 1895, em Santa

Catarina. A instituição se expandiu para outras regiões do País e da América Latina. Está no Rio Grande do Sul desde 1918. Na Capital, o trabalho se iniciou no Hospital Beneficência Portuguesa e no IAPTEC, hoje Hospital Presidente Vargas. No bairro Glória, funcionava um asilo para padres idosos e outras pessoas da comunidade. Mais tarde a casa se transformou em residência das irmãs, e atualmente é o prédio administrativo do Divina.

18 de outubro - Dia do Médico Uma data para agradecer a quem cuida da saúde o ano todo

Parabéns aos médicos pelo seu dia!

Fugast - Fundação Riograndense Universitária de Gastroenterologia I Rua Silva Só, 255 - Bairro Santa Cecília - Porto Alegre - RS I Fones: (51) 3327-2424 Fax: (51) 3327-2422

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Dia do

Médico

Hospital de Pronto Socorro

Robô Da Vinci confere mais precisão às cirurgias

Área destinada a queimados recebe novos investimentos

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Hospital de Clínicas de Porto Alegre

O pioneirismo do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) colocou o Rio Grande do Sul entre os poucos estados brasileiros que podem contar com uma das tecnologias médicas mais avançadas e precisas do mundo: o uso de robôs para procedimentos cirúrgicos. A novidade em funcionamento no Estado desde agosto é destinada, em um primeiro momento, a pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que estejam na fila de espera por procedimentos urológicos (próstata e rim). “A cirurgia com o robô é semelhante a laparoscópica, mas tem algumas vantagens: enxergamos melhor, pois usamos tela Full HD 3D e assim evitamos, por exemplo, lesar os nervos, o que reduz de 50% para 18% as chances de o homem ter problema de ereção”, explica o coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do HCPA, Leandro Totti Cavazzola.

O médico explica que o robô confere maior precisão pois conta com pinças que são acopladas nos braços do robô com movimento de 540 graus. “Por isso funciona muito melhor na urologia e ginecologia, que têm a barreira da pelve do paciente, um osso que dificulta os movimentos”, acrescenta. Outra vantagem é a ergonomia, já que o cirurgião não necessita ficar em pé, manipulando as pinças na laparoscopia. O profissional permanece sentado em uma estação de monitoramento com um console para movimentar as pinças e realizar o procedimento. Com um investimento de R$ 7 milhões, este é o primeiro equipamento do gênero no País fora do eixo Rio-São Paulo. Cavazzola destaca ainda a importância do robô para capacitação de médicos, já que conta com um console duplo, que permite a realização de capacitação simultaneamente à cirurgia.

“A previsão de entrega dessa etapa é março de 2014, mas pode haver alteração nos prazos”, diz. Elisabeth comemora alguns números relativos aos atendimentos, como a redução em 50% do tempo de permanência dos pacientes no HPS, dados coletados entre 2011 e 2013. Nesse mesmo período, o hospital aumentou em três mil o número de internações pela maior agilidade de atendimento, tratamento e remoção do paciente para casa ou para outro hospital. Também destaca a criação de uma nova sala de recuperação anestésica, que ficará com oito leitos mais o isolamento, e uma reforma do bloco cirúrgico, com quatro salas. “Além disso, estamos solicitando, para 2014, a residência médica multidisciplinar, pois já temos a de medicina de emergência”. Elisabeth aponta ainda a integração completa do HPS ao SUS e a inclusão no esquema de classificação de risco adequada ao trauma e com base no Emergency Severity Index (ESI).

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Segundo Cavazzola, investimento na tecnologia foi de R$ 7 milhões

Um projeto encaminhado em setembro ao Ministério da Saúde foi um dos primeiros passos para a caminhada rumo à duplicação da área de queimados do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre. “Somos referência nessa área e os únicos que atendem a queimados de alta complexidade de Santa Catarina para cá, por isso precisamos ampliar”, afirma a diretora-geral do HPS, Elisabeth Loguercio Collares. A intenção é dobrar a área da sala de recuperação anestésica, construir uma UTI maior, além de enfermaria e sala cirúrgica voltadas exclusivamente para queimados. “Mas isso depende de recursos e já estamos buscando portarias”, diz. Sobre as obras que já estão em andamento, a diretora diz que a prioridade é terminar a área do térreo, que inclui as salas de classificação de risco Verde, Amarela e Laranja, adequadas ao atendimento de traumatologia e ortopedia de urgência, além de toda área de imagem, com tomógrafo novo.

Elisabeth lembra que hospital é referência na área

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Dia do

Médico

Hospital Ernesto Dornelles

Centro de radioterapia será inaugurado em 2015

Um jovem senhor de 51 anos que não para de se modernizar e pensar no futuro. Assim é o Hospital Ernesto Dornelles (HED), que recentemente entregou uma série de benefícios para a sociedade gaúcha com a nova emergência e o novo serviço de oncologia. Também está prevista a inauguração de um centro de rzadioterapia, em 2015. O médico urologista e diretor do corpo clínico, Alexei Eduardo Gobbi, destaca que a instituição vivencia transformações tanto de sua estrutura física como em processos e serviços. “Nosso corpo de médicos desempenha um trabalho de ponta, agregando novas tecnologias no cuidado com os pacientes”. O diretor cita como exemplos o tratamento endovascular de aneurismas arteriais e a certificação internacional de serviços, como o de cirurgia bariátrica e metabólica,

conquistado no ano passado. Gobbi também ressalta o tratamento de cálculos urinários com o laser e aparelhos endoscópicos flexíveis que permitem o acesso, sem incisão cirúrgica, mesmo dentro do rim. A proctologista e presidente da associação dos médicos do hospital, Karine Bonamigo, aponta como meta da sua gestão, que se iniciou neste mês, a união dos médicos com a direção do hospital. Karine enfatiza a implantação do sistema de gestão hospitalar Tasy. “Com ele, todas as informações médicas assistenciais ficam registradas eletronicamente, permitindo mais eficiência em gestão com processos padronizados, confiabilidade na geração dos dados e maior qualidade nos controles. E os médicos têm participado de forma efetiva desse processo”, completa.

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Em evolução constante, hospital também disponibiliza nova emergência. Os processos e serviços, da mesma forma, são atualizados para aperfeiçoar o cuidado ao paciente.

Gobbi e Karine trabalham em conjunto para reforçar a tradição da instituição

Grupo Hospitalar Conceição

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Instituição quer criar curso de Medicina para aprimorar atendimento

Paes diz que o objetivo é formar profissionais voltados para o SUS

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De olho na necessidade de ampliar o número de médicos atuando no mercado de trabalho, como forma de aprimorar e reduzir a espera dos pacientes por atendimento, o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) pretende criar um curso de Medicina, já aprovado pelos Ministérios da Saúde e da Educação. “Estamos em fase de montagem do projeto, em conjunto com o Ministério da Saúde, com a ideia de prover uma formação excelente voltada para o SUS”, diz o diretor-superintendente Carlos Eduardo Nery Paes. Mais de seis mil alunos de todas as faculdades de Medicina do Estado passam pelo GHC. “Então, por que não ter um curso próprio? O objetivo é ter a primeira turma de ingressantes já em 2015”, revela Paes. Além disso, o hospital está ampliando em mais de 10% as vagas para residência médica, a maior do Estado, e negociando com o Ministério da Saúde a inclusão da residência no Interior do

Caderno Especial do Jornal do Comércio - Porto Alegre, 18 de outubro de 2013

Estado, em locais inscritos no programa Mais Médicos do governo federal. Outra prioridade é a redução do tempo de espera por atendimento médico, preocupação que tem levado o hospital a concentrar esforços no sentido de ampliar o acesso da população às especialidades médicas. Os resultados já aparecem, especialmente após a inauguração, em 2012, da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da zona Norte. “Ampliamos em 25% o número de consultas clínicas, envolvendo a UPA e o Hospital Conceição”, afirma. Em 2012 havia espera de até 22 horas (em média, seis horas) para consultar nas emergências. Em 2013, a espera média caiu para 44 minutos no Conceição e 80 minutos na UPA. “Claro que o ideal é o paciente chegar e ser atendido, mas estamos com um tempo mais adequado, ainda não estamos satisfeitos, mas evoluímos muito”, diz Paes.


Dia do

Opinião

Médico

Jair Escobar Médico psiquiatra e diretor da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs)

Reflexões sobre a saúde Alguns autores definem a atividade perversa como sendo aquela que se caracteriza pela presença da crueldade e o desejo de degradar e humilhar o outro e quem sabe até si mesmo. Na busca da satisfação de tais desejos, os limites e as regras de convívio são desconsiderados. Ao fazermos estas considerações a respeito destas manifestações, devemos tentar, dentro do possível, nos isentar de qualquer tipo de julgamento ou algum tipo de juízo de valor e nos focarmos nas constatações e, se possível, tentar compreendê-las. O Sistema Único de Saúde tem como prerrogativa constitucional o atendimento universal em saúde, ou seja, todo cidadão brasileiro está amparado pelo seu guarda-chuva protetor. No entanto, nem sempre este sistema funciona como o estabelecido. Nas emergências da maior parte de

nossos hospitais públicos, convivemos com pacientes e familiares, muitos com doenças graves, sem as mínimas condições de conforto e asseio. Ficam horas e até dias expostos em sua privacidade e intimidade em corredores das instituições. Tal situação é humilhante e degradante. Em relação a algumas indicações de cirurgias, exames diagnósticos e determinados tipos de tratamentos vitais à sobrevivência, temos longo tempo de espera, que em algumas circunstâncias chegamos à desesperadora situação de ter o óbito por ausência do necessário recurso médico. Essa circunstância é cruel. Este ano de 2013 ficará marcado pelas maiores polêmicas envolvendo a saúde pública brasileira. A Amrigs, atenta aos fatos que envolvem os médicos e a comunidade onde atua, se posicionou, agiu e

deliberou sobre os famigerados Ato Médico, Programa Mais Médicos e Dia Nacional de Mobilização dos Médicos. Estamos imersos em uma crise. Mas ela é de gestão. De dinheiro mal aplicado. E não de médicos. Não faltam médicos, falta estrutura mínima para que eles trabalhem na rede pública. Relembremos alguns dados: os hospitais filantrópicos e as Santas Casas em todo o País estão em situação falimentar. As Santas Casas, junto com outras entidades filantrópicas, são responsáveis por 44,8% dos atendimentos e internações no SUS, e por 60% dos transplantes, partos e cirurgias oncológicas e cardíacas realizadas pelo sistema único. Segundo dados da Confederação Nacional das Santas Casas, o custo anual dos serviços é da ordem de R$ 14,7 bilhões de reais. Em contrapartida, a receita proveniente do SUS não alcança o montante de R$ 9,3 bilhões. Resultado: um déficit de R$ 5 bilhões por ano, e uma dívida que ultrapassa R$ 11,2 bilhões. Pergunta: por mais que tentemos nos esforçar, diante desse cenário, será que precisamos de mais mé-

dicos? A saúde no Brasil acumula, ao longo de sua história, desigualdades sociais regionais com reflexo direto na saúde dos cidadãos. As famílias de regiões mais pobres clamam por atendimento médico – o que torna razoável, do ponto de vista da população, trazer profissionais estrangeiros para compensar a diferença. Contudo, vejamos: com 3,4 médicos por mil habitantes, o Distrito Federal e o Rio de Janeiro têm um padrão quase igual ao de países desenvolvidos. São Paulo (com 2,4) também tem uma boa colocação. E mesmo assim os problemas na área da saúde permanecem nessas cidades. O cenário exposto acima demonstra apenas uma parte de um sistema de saúde tão complexo. Em vez de se estabelecer um pensar reflexivo, parte-se para uma ação imediatista e inconsistente. A nossa proposição é que repensemos tudo o que foi feito até o momento e que as ações sejam substituídas por um aprofundamento das discussões, onde preponderem os aspectos técnico-científicos e não os políticos-ideológicos.

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Dia do

Médico

Hospitais do Interior

O tratamento de crianças e adolescentes inclui os cuidados de uma equipe formada por nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos. O Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, atende a pacientes de diversas regiões, principalmente do Norte e Noroeste do Rio Grande do Sul. É referência no tratamento do câncer infantil e adulto, sendo uma Unidade de Assistência de Alta Complexidade de Oncologia, credenciada junto ao Ministério da Saúde. O Serviço de Oncologia Pediátrica, no entanto, é um diferencial para a comunidade. Por isso, no intuito de desenvolver, orientar e auxiliar no cuidado de crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer, o setor lançou a Cartilha do Câncer Infantojuvenil. “A próxima etapa é o

esclarecimento dos profissionais de saúde da região para que o diagnóstico precoce seja realizado, aumentando as chances de cura e diminuindo a possibilidade de mortalidade. Em adultos, temos a possibilidade de prevenção, já em crianças, não é possível realizar uma prevenção primária, por isso, o diagnóstico precoce faz toda a diferença”, explica o oncologista pediátrico Pablo Santiago, um dos idealizadores da cartilha. No momento, 40 crianças estão em tratamento e aproximadamente outras cem estão na fase de acompanhamento junto à equipe. Contudo, o atendimento

CAROLINE SILVESTRO/HSVP/DIVULGAÇÃO/JC

Combate ao câncer infantojuvenil no São Vicente de Paulo

Serviço de oncologia pediátrica é um diferencial para a comunidade

ao paciente não se resume à medicação. Para garantir a qualidade de vida, o hospital oferece acompanhamento de nutricionistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais. Santiago ressalta que o câncer está sendo encarado de maneira diferente do que era anos atrás. Hoje, a cura e a qualidade de vida do paciente já são possíveis. “Há cinco anos, nosso serviço vem se es-

tabelecendo como de excelência para o tratamento de crianças com câncer. Nesse sentido, a cartilha consolida o esforço e o trabalho de toda a equipe e, especialmente, para orientar as famílias a aderirem ao tratamento e aos cuidados.” O médico também destaca a importância do trabalho da assistência social no apoio e na orientação legal aos familiares e crianças doentes.

Hospital Regina oferece atendimento Hospital Tacchini é referência em especializado para AVC qualificação no atendimento O acidente vascular cerebral, conhecido como AVC ou derrame cerebral, é a doença que mais mata no Brasil e a principal causa de incapacidade no mundo, segundo a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares. “Uma a cada seis pessoas do planeta apresentará algum evento cerebrovascular isquêmico ou hemorrágico, sendo a principal causa de incapacidade em adultos”, afirma o neurocirurgião Ricardo Rebouças, do Hospital Regina, de Novo Hamburgo. Segundo o médico, todo ano, apenas na cidade do Vale do Sinos, cerca de 250 pessoas sofrem com a doença. Para atender a esse público, a instituição conta com uma unidade neurovascular de alta complexidade. E, além de uma equipe multidisciplinar e leitos destinados ao tratamento de doenças cerebrovasculares na unidade de tratamento intensivo, há um serviço emergencial em funcionamento durante 24 horas - o único na região do Vale do Sinos. Para evitar a demora no atendimento,

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os funcionários da emergência são treinados para identificar sinais e sintomas de AVC e encaminhar os pacientes de maneira ágil. Aqueles triados para tratamento do derrame cerebral hiperagudo recebem atendimento priorizado, já que o tempo é fator determinante para o prognóstico. O trabalho envolve diferentes setores do hospital, que são qualificados para prestar socorro. O Comitê de Neurologia elabora os protocolos de atendimento, os treinamentos contínuos de todas as equipes envolvidas e a avaliação dos casos, além de campanhas educativas junto à comunidade. “Estamos conseguindo atingir metas propostas no atendimento a pacientes com AVC, proporcionando melhor qualidade de vida à população”, avalia Rebouças. Desde o ano passado, está disponível o tratamento trombolítico, que quebra trombos e desentope os vasos. O procedimento exige alto grau de preparação dos profissionais e garante uma melhor recuperação e redução de possíveis sequelas em mais de 30% dos casos.

No ano em que comemora 89 anos de atuação em Bento Gonçalves, na Serra gaúcha, o Hospital Tacchini anunciou um cronograma de obras, reformulações de setores e aquisição de novos equipamentos, em um investimento que totalizará R$ 17 milhões até 2014. Segundo a direção, a intenção é ampliar o atendimento à população por meio de novos serviços e melhorar a qualidade daqueles que já são oferecidos. “As obras começam ainda em 2013, dando início a uma série de ações que serão desenvolvidas ao longo dos próximos 15 anos”, diz o superintendente-geral, Armando Piletti. Os prédios que abrigam alguns setores administrativos e de serviços já começaram a ser esvaziados em setembro. No espaço, será construído um edifício garagem com 403 vagas de estacionamento para facilitar o acesso de pacientes e visitantes. A estrutura será edificada para suportar a construção de outros dois prédios de consultórios e quartos. Junto ao prédio atual, que ganhará no-

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vos andares, serão disponibilizados 56 leitos, que se somarão aos 320 já existentes. A ampliação atingirá também a UTI, cujo número de vagas passará de 19 para 30. A previsão é de iniciar a obra ainda neste ano. Já a conclusão da remodelação e a ampliação do pronto-socorro estão programadas para o primeiro semestre de 2014. Durante as obras, os serviços de oncologia, incluindo os setores de radiologia e quimioterapia, serão centralizados em um único espaço e as futuras instalações dobrarão a capacidade de atendimento. Serão abertos oito novos consultórios e instalados 32 leitos para quimioterapia. Faz parte do planejamento estratégico da instituição ainda a aquisição de um mamógrafo digital com tomossíntese. O aparelho auxilia o médico na análise de imagens em três dimensões, permitindo diagnósticos mais precisos e seguros. Além disso, a população contará com três novos serviços de alta complexidade nas áreas de neurocirurgia, traumato-ortopedia e cardiovascular.


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Dia do

Médico

Hospitais do Interior

Qualificação no centro de radioterapia do Ana Nery

O serviço de radioterapia do Centro de Oncologia Integrado (COI) do Hospital Ana Nery, de Santa Cruz do Sul, passou por importantes reformulações. Desde março, a instituição, em parceria com os médicos, assumiu a administração do serviço, antes sob o comando de profissionais de Porto Alegre. Entre as principais mudanças, estão a ampliação do horário de atendimento e a renovação da equipe médica. Reconhecido por promover o tratamento humanizado e multiprofissional do câncer, o COI oferece praticamente todas as modalidades do tratamento aos pacientes, inclusive a radioterapia conformada ou tridimensional (RT3D). Segundo a responsável técnica pela unidade, a médica-radioterapeuta Juliana Matiello, a ampla experiência dos profissionais é um

HOSPITAL ANA NERY/DIVULGAÇÃO/JC

Reformulação inclui horário de atendimento ampliado e renovação da equipe médica para aperfeiçoar o tratamento humanizado e multiprofissional já oferecido.

Equipe treinada, reformas e nova gestão possibilitam atendimento ágil aos pacientes

diferencial. “Os radioterapeutas já atuaram em serviços de referência no Brasil e no exterior. Além disso, contamos com o apoio de um médico clínico que também é intensivista”, explica. Além de Juliana, a equipe conta com outros dois médicos especialistas, Adriano Teston e Rafael Rizzato, três físicos médicos (responsáveis pelos cálculos da dosagem de radiação do

tratamento), cinco técnicos em radiologia, um médico clínico, uma enfermeira, duas secretárias e um auxiliar. Para garantir agilidade, a estrutura física também passou por melhorias. Agora, é possível confeccionar no próprio hospital as máscaras de proteção utilizadas pelos pacientes e também os blocos de proteção, antes trazidos da Capital.

O COI atende ao Vale do Rio Pardo, o Centro-Serra e o Jacuí, é credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e é ligado ao Instituto Nacional do Câncer (INCA). Mensalmente, são realizadas, em média, 930 quimioterapias, sendo 92% pelo SUS. Na radioterapia, são 110 pacientes ao mês, 83% pela rede pública.

HCI/DIVULGAÇÃO/JC

Ijuí tem reconhecimento internacional em pesquisas

Franke ressalta que o hospital oferece tratamento de ponta

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O Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Hospital de Caridade de Ijuí é referência para os mais de 120 municípios da macrorregião missioneira do Rio Grande do Sul, que reúnem 1,5 milhão de habitantes. Idealizado pelo atual coordenador, o oncologista Fábio André Franke, o espaço foi criado em 2002 e realiza cerca de 3 mil atendimentos mensais, 2 mil desses em sessões de quimioterapia. Por meio do Centro de Pesquisa Clínica, desenvolve, em parceria com os principais laboratórios do mundo, mais de 60 protocolos de novos tratamentos contra o câncer. “A produção científica que desenvolvemos projeta o Hospital de Caridade de Ijuí e o nome do nosso município em nível mundial”, ressalta Franke. Os estudos são reconhecidos internacionalmente e são controlados por órgãos como a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Ministério da

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Saúde, a Anvisa e o FDA, agência norte-americana que regula alimentos e medicamentos. A troca de experiências com a comunidade científica mundial levou o médico ao centro de pesquisa da Harvard Medical School, em Boston, Estados Unidos, onde foram acordados novos protocolos de pesquisa para tratamento do melanoma, incluindo o anti-PD1 – nova classe de medicamentos que está em testes para bloquear o mecanismo de camuflagem usado por células cancerosas. “É uma nova maneira de abordar o tumor, reativando o sistema imunológico suprimido pelo câncer. Poucos centros do mundo têm o privilégio de testar este novo medicamento em primeira mão, e Ijuí é um deles”, comemora Franke. O hospital também é destaque em outros serviços de alta complexidade, como o Instituto do Coração e, mais recentemente, com o serviço de medicina nuclear, único da região Noroeste do Estado.


Dia do

HOSPITAL BRUNO BORN/DIVULGAÇÃO/JC

Bruno Born implanta tablets na prescrição à beira do leito Instituição investe em novas tecnologias que possibilitam reduzir o retrabalho no processo de enfermagem. O Hospital Bruno Born, de Lajeado, está investindo em novas tecnologias para qualificar e reduzir o retrabalho no processo de enfermagem. Um exemplo disto é a verificação dos sinais vitais do paciente à beira do leito, através de um tablet, onde estas informações ficam disponíveis automaticamente no sistema hospitalar. Com o tablet o técnico de enfermagem acessa, através do sistema de gestão hospitalar, o prontuário eletrônico do paciente e

Médico

Informações podem ser visualizadas pelas áreas assistencial e médica

informa os sinais vitais, como pressão arterial e temperatura; ganhos e perdas (eliminações urinárias, intestinais e outros); administração de medicamentos e dietas e ingestão de líquidos. Além disto, os registros de enfermagem, como evolução diária do estado do paciente, também estão sendo informatizados, facilitando a visualização das informações pelas áreas assistencial e médica, em qualquer computador da instituição. A coordenadora de enfermagem do

HBB, enfermeira Lidiane Stole de Moura destaca que o principal objetivo desta implantação é a segurança do paciente. “E como vantagem temos a segurança da informação, pois o registro é efetuado uma única vez diretamente no sistema. Antes era realizada uma anotação em papel e depois transcrito em outra folha”, salienta Lidiane. Outras vantagens são a eliminação do retrabalho e há agilidade e acessibilidade na consulta das informações, pois com isto as

áreas assistencial e médica terão disponibilizado no prontuário eletrônico todo o histórico do paciente, ou seja, toda vez que o paciente for atendido no HBB, informações referentes a atendimentos anteriores estarão disponíveis, facilitando assim tomadas de decisões. Também como vantagem está a qualificação dos registros através da padronização de textos, com informações completas do paciente, agilizando assim o processo.

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