Gastronomia&vinhos

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FREDY VIEIRA/JC

Caderno Especial do Jornal do Comércio Porto Alegre, terça-feira, 24 de junho de 2014

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GASTRONOMIA VINHOS


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Porto Alegre, terça-feira, 24 de junho de 2014

Caderno Especial do Jornal do Comércio

PRODUÇÃO

Atenção aos detalhes faz a diferença

Mulheres conquistam espaço na vitivinicultura JOÃO MATTOS/JC

É crescente a procura por equipes femininas para a colheita nas vinícolas gaúchas. O cuidado para não danificar os cachos e a percepção visual aguçada para selecionar a uva são os atributos que mais atraem os empregadores. Hortência Ayub, proprietária da vinícola Campos de Cima, de Itaqui, é uma das defensoras do trabalho feminino na colheita. Tradicionalmente, diz ela, eram os homens que trabalhavam na empresa, enquanto as mulheres cuidavam da casa. “Nós descobrimos uma mão de obra feminina excedente e fomos aproveitando isso”, conta Hortência. Algumas mulheres se destacam tanto que já obtêm reconhecimento internacional. “Cada vez mais mulheres estão inseridas nesse mercado. Estão envolvidas com o gerenciamento da vinícola, o marketing, os laboratórios de análises. Algumas lidam diretamente com a elaboração dos vinhos”, explica o especialista em viticultura Francisco Bino. “Hoje, dá para dizer que o setor é quase dependente desse toque feminino.” Antes, a participação da mulher na indústria vitivinícola se restringia às exceções. O maior ícone da história do champagne, por exemplo, foi Barbe-Nicole Clicquot Ponsardin, mais conhecida como Veuve Clicquot. Aos 27 anos, ela perdeu o marido e assumiu os negócios da família. Barbe-Nicole não se limitou a preservar a herança e reinventou a produção do champagne ao implementar a técnica de remuage – que consiste no armazenamento das garrafas de cabeça para baixo, levando a uma eliminação mais rápida dos resíduos acumulados durante a segunda fermentação. O método barateou os processos e tornou a bebida mais cristalina, moldando os padrões globais de qualidade dos espumantes.

Plantar e colher uvas. Selecionar os melhores frutos. Gerenciar a produção. Degustar e refinar aromas e sabores. Até 20 anos atrás, essas e outras tarefas competiam exclusivamente aos homens − algumas, por serem demasiadamente braçais. Hoje, no entanto, a participação das mulheres nas adegas, linhas de produção e até no cultivo dos vinhedos é cada vez maior. Mais do que legítima, a participação feminina nos terroirs gaúchos ajuda a abrir novas oportunidades para os vinhos produzidos no Estado. Um dos expoentes da nova geração de enólogas é Gabriela Pötter, diretora da vinícola Guatambu, de Dom Pedrito. Nascida e criada na Campanha gaúcha, ela vem de uma família que sempre se dedicou a atividades tipicamente campeiras, como a pecuária e a produção de arroz. A oportunidade de construir uma vinícola só apareceu em 2003, depois que Gabriela obteve o diploma de engenheira agrônoma. Foi quando propôs ao pai que usasse uma parte das terras da família para cultivar vinhedos. “Ele topou, mas me cedeu só meio hectare pra testar a ideia”, brinca Gabriela. A iniciativa deu certo. O primeiro produto comercial da Guatambu, o cabernet sauvignon Rastros do Pampa, foi lançado em

2008 – resultado da liderança técnica e gerencial de Gabriela. A bebida ganhou oito prêmios importantes e estimulou a família a investir na construção da vinícola Guatambu, inaugurada em 2013. Hoje, a enóloga administra 22 hectares de vinhedos. O pai, Valter José Pötter, é quem mais incentiva a expansão das plantações e de negócios relacionados à vitivinicultura. “Temos, também, um restaurante, uma loja e estamos trabalhando com turismo”, revela Gabriela. Além do estímulo da família, as mulheres entram no mercado dos vinhos, atualmente, por questão de escolha e ambição pessoal. Outro exemplo é Monica Rossetti, enóloga da Lidio Carraro. Desde pequena, ela acompanhava a colheita do vinhedo do avô, que produzia garrafas para consumo próprio. Aos 15 anos, já frequentava um curso técnico de Enologia. Dois anos mais tarde, foi admitida na Chandon do Brasil, de onde sairia para assumir o cargo de enóloga da Lidio Carraro. Sob a liderança de Monica, a Lidio Carraro obteve uma importante conquista: foi escolhida para fornecer o vinho oficial das duas competições realizadas pela Fifa no Brasil – a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo 2014. Desde então, a vinícola cresce

dentro e fora do mercado brasileiro. O vinho Faces, por exemplo, conquistou clientes em países como Finlândia, França, Canadá e China. Monica diz que, em países tradicionais do circuito global dos vinhos, como Itália e França, os homens ainda detêm o comando da maioria das vinícolas. Entretanto, em outros mercados, é comum ver mulheres despontando na elaboração dos rótulos mais badalados. “A mudança tem ocorrido no novo mundo dos vinhos. Já conheci enólogas da Austrália e Nova Zelândia”, relata. Para Monica, existem muitas mulheres dentro das vinícolas; porém, ainda poucas em postos de comando. Entre aquelas que deixaram os dogmas de lado, as vantagens são visíveis. Gabriela Pötter, da Guatambu, acredita que as mulheres ajudam a enriquecer a tarefa de elaboração dos vinhos. “Na média, nós temos mais percepção no paladar e no olfato. É comprovado que temos mais papilas gustativas que os homens. Ser mulher é vantagem”, assegura. Ela pondera, no entanto, que faz questão de se manter a parte de uma eventual guerra dos sexos. Até porque 80% dos clientes da Guatambu são homens. “A gente tem que entender o gosto deles e aprender a se alinhar”, explica.

MANOEL MARQUES/DIVULGAÇÃO/JC

Gabriela administra 22 hectares de vinhedos da família

Hortência ressalta as qualidades do trabalho feminino na colheita

Editor-Chefe: Pedro Maciel Editora de Cadernos Especiais: Ana Fritsch Subeditoras: Cíntia Jardim e Sandra Chelmicki Reportagem: Andreas Müller e Tatiana Reckziegel (República - Agência de Conteúdo)Projeto gráfico e editoração: Ingrid Müller Editor de Fotografia: João Mattos Revisão: André Fuzer, Daniela Florão, Luana Lima e Thiago Nestor


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Influências femininas da produção ao consumo amigas, na qual discute e degusta novos rótulos. O grupo é formado só por mulheres que trabalham com vinho – uma produtora, uma proprietária de importadora, uma jornalista especializada e uma sommelier. “O trabalho com vinho toma muito tempo, tem muitos eventos e feiras. A confraria é uma forma de, ao mesmo tempo, descansar um pouco a cabeça e trocar uma ideia sobre o que está acontecendo no mercado”, diz Rosana. Em todo mundo, as mulheres vêm influenciando não só o desenvolvimento dos vinhos, mas também o consumo. Em Mendoza, na Argentina, já existe um concurso de degustação com o júri formado exclusivamente por mulheres – o “La Mujer Elige”, que premia mais de 200 rótulos em cada edição. No Reino Unido, 80% dos vinhos são consumidos por elas, segundo um estudo promovido pela feira Vinexpo.

Para Monica, que comanda a vinícola produtora do vinho oficial da Copa do Mundo 2014, os bons resultados prevalecem com a competência

GIL GOMES/DIVULGAÇÃO/JC

Nem sempre a indústria do vinho foi tão receptiva à participação da mulher. No Interior do Rio Grande do Sul, muitas vinícolas costumavam contratar somente homens – especialmente para cargos técnicos e de gerência. Para Monica Rossetti, da vinícola Lidio Carraro, ser mulher em um trabalho predominatemente masculino causa estranhamento. “Eu sentia esse impacto, mas não um preconceito. Eu acho que, quando a gente mostra competência, independentemente de qualquer coisa, o resultado prevalece”, afirma. A empresária Rosana Wagner, que trabalha com vitivinicultura há quase 30 anos, criou seu próprio negócio em 2004 – a vinícola Cordilheira de Santana. Desde então, o vinho não é só uma profissão, mas também um lazer. Além de dividir o tempo entre Santana do Livramento e São Paulo, ela participa de uma confraria que criou com cinco

“Nas empresas, você vê muito mais mulheres trabalhando tanto na parte técnica quanto na comercial. A grande maioria das pessoas que atuam no marketing são do sexo feminino”, observa Dirceu Scottá, vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Para Scottá, a histórica hegemonia dos homens não está ligada a preconceitos, e sim a questões culturais e técnicas, como a

natureza das atividades vitivinícolas. “Sempre foram os homens que trabalharam na elaboração dos vinhos. Talvez, porque costumava ser um processo mais braçal, masculino”, aponta. Ele acredita que a mecanização dos vinhedos e o desenvolvimento de novas tecnologias de produção modificaram esse cenário. “Eu acho que, em alguns casos, as mulheres têm muito mais potencial do que os homens”, garante o

dirigente do Ibravin. Gabriela Pötter, da vinícola Guatambu, e Monica Rossetti contam que, nos restaurantes, os garçons ainda têm o hábito de servir a primeira taça de degustação a um homem. Nada que estrague o clima, segundo elas. Muitas vezes, são os próprios amigos e familiares à mesa que fazem questão de corrigir a ordem das coisas, avisando que as enólogas são elas.


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VINÍCOLAS

muito tempo, voltada para produtos mais acessíveis ao consumidor. Mas de uns tempos para cá, ela vem se esforçando para entrar no seleto grupo de produtores de vinhos e espumantes finos. O ícone dessa nova era é a linha Acordes, um produto super premium de produção limitada – dividida entre os vinhos Merlot e Chardonnay e um espumante elaborado com as uvas Pinot Noir e Chardonnay. Serão apenas 3 mil garrafas para cada rótulo. Fruto de uvas de alta qualidade cultivadas ao longo de três anos, cada garrafa – numerada, é claro – custa entre R$ 90,00 e R$ 100,00. A linha Amaze é outro destaque, embora não possa ser provada em território nacional, é exclusiva para vendas externas. “Nossas exportações ainda são bastante tímidas. Nosso objetivo, com a linha Amaze, é aumentar a

Os sucos integrais, o carro-chefe da cooperativa, representam 70% de sua produção

participação do mercado externo em nosso faturamento”, destaca o diretor. Recentemente, os espumantes Giuseppe Garibaldi Brut e Prosecco foram premiados com ouro no concurso francês Vinalies Internationales de 2014. Há ainda, é claro, o segmento de sucos integrais, o carro-chefe da cooperativa, que representa 70% de sua produção – são aproximadamente 7 milhões de

litros envazados todos os anos. Para sustentar essa produção – e sua comercialização – são 170 funcionários entre a fábrica e os pontos de venda. “Estamos bem otimistas em relação a esse mercado. Sabemos que o público está sendo cada vez mais exigente com a qualidade e quer uma vida mais saudável. Nesse sentido, nossos vinhos e sucos de uva têm se mostrado boas alternativas.”

JOÃO MATTOS/JC

A Cooperativa Vinícola Garibaldi foi fruto da união de 73 produtores para enfrentar a crise que assolava o mundo no início da década de 1930. Na época, muitos produtores enfrentavam dificuldades em viabilizar a produção, e a formação de uma cooperativa foi a solução encontrada para contornar as dificuldades. E deu certo. A Garibaldi se fortaleceu e chegou a ser a maior do País, com 2 mil produtores associados. Exportou grandes quantidades de vinho para a França na década de 1950 e já teve até um navio. Atualmente, contudo, o foco não é volume, mas qualidade. “Nos últimos anos, está se focando em produtos como o suco de uva, espumantes e vinho de mesa envazado”, explica Alexandre Angonezi, diretor administrativo da cooperativa. A tradição da Garibaldi na produção de vinhos esteve, por

CASSIUS ANDRÉ FANTI/DIVULGAÇÃO/JC

Garibaldi quer expandir com cooperação

Segundo Angonezi, o foco não é volume, mas qualidade

AURORA/DIVULGAÇÃO/JC

Aurora prioriza a variedade de rótulos e as exportações A vinícola líder em vendas no mercado brasileiro aposta na tradição familiar como motor dos negócios. Quando foi fundada, em 1931, a partir da chegada dos primeiros imigrantes italianos a Bento Gonçalves, a Cooperativa Vinícola Aurora contava com a participação de 16 famílias. Atualmente, são mais de 1,1 mil famílias e de cinco mil pessoas, incluídos os funcionários. Com essa estrutura, a Aurora apresenta uma ampla oferta de rótulos. Entre eles estão o Cabernet Sauvignon Millesime, produto top da vinícola, e a linha de vinhos e espumantes Saint Germain, campeã de vendas no setor segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Ainda se Ficagna afirma que as apostas para as vendas externas são as linhas Brasilian Soul e Aurora

destacam marcas como Marcus James e Conde de Foucald. “Com o inverno chegando, temos uma ótima expectativa para nossas linhas de vinhos já consagrados no varejo brasileiro. Já para as exportações, as apostas são as linhas Brasilian Soul e Aurora”, comenta Hermínio Ficagna, diretor geral da Aurora. Em 2014, a meta é triplicar as exportações para os mais de 20 países com que a vinícola mantém relações comerciais. Para atingi-la, a Aurora aposta na linha Brazilian Soul, que abrange quatro vinhos diferentes – um Chardonnay e um Merlot, além de tiragens premium de Tannat e Cabernet Sauvignon. “Esta marca está focada no varejo internacional, levando a brasilidade no design de seus rótulos e a leveza e jovialidade do vinho brasileiro na garrafa”, explica Ficagna. Só no primeiro quadrimestre deste ano, a Aurora registrou 750

mil garrafas exportadas – o mesmo que em todo o ano de 2013. Entre os meses de janeiro a abril, a receita com as exportações atingiu US$ 2 milhões, o dobro do verificado no total do ano passado (US$ 1 milhão). A Europa é o principal destino, com 83% das exportações. Os principais países são Reino Unido (32%), Alemanha (22%) e Bélgica (20%). “Tivemos um grande crescimento em 2014 também na Ásia, para onde exportamos, no primeiro quadrimestre, 71% a mais que o ano passado inteiro”, completa Ficagna. O investimento em pesquisa é outra frente na qual a Aurora se projeta. Segundo Ficagna, a gestão atual da vinícola pretende investir cerca de R$ 10 milhões na área industrial e de campo. “Estamos sempre conectados com o mercado e suas demandas, assim como a necessidade de atualização”, diz.


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Miolo Wine Group diversifica para atender a todos os mercados Nem a Serra gaúcha, nem a Campanha. É no interior da Bahia, no pequeno município de Casa Nova, que está a base do plano de expansão da Miolo Wine Group. Trata-se da Fazenda Ouro Verde, um recanto em pleno sertão nordestino, a poucos quilômetros da fronteira com Pernambuco, onde o grupo gaúcho vem cultivando cerca de 200 hectares de vinhedos. Com um investimento de R$ 30 milhões, o empreendimento vem para abastecer a linha de produção dos vinhos Terranova, que tem o Moscatel como líder de vendas. Fundada em 1857, em Bento Gonçalves, a Miolo Wine Group é, atualmente, a maior vinícola do Brasil. A liderança foi consolidada em 2009, com a aquisição da Almadén, de Santana do Livramento. Agora, o grupo tem o desafio de se manter na dianteira, o que passa pelo desbravamento de novos merca-

dos. Além da diversificação de terroirs, como os do nordeste, a Miolo aposta na diversificação comercial, especialmente para as regiões Sudeste e Centro-oeste. Somente em São Paulo, onde fica a sede da regional, são 18 representantes. “O estado de São Paulo é nosso principal mercado. Eles são os que mais consomem os vinhos gaúchos”, destaca o diretor comercial Antônio Miolo. Ele explica que a diversificação dos produtos é essencial para que a marca consiga alcançar os mais diferentes mercados regionais. Enquanto os tintos secos são mais populares no Rio Grande do Sul, os espumantes e o Moscatel fazem sucesso no Sudeste e Nordeste. “Nosso País é grande, então temos que aumentar nosso portfólio”, ressalta. Outro objetivo é fortalecer as exportações. Só no ano passado, as vendas para outros países (são 31, no total) cresceram 96%, conquista que rendeu à Miolo o

“Troféu Saca Rolhas”, concedido pela Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). “No momento, o que mais cresce são os nossos espumantes. O vinho tinto ainda não tem a mesma credibilidade no exterior”, destaca Miolo. Entre os destinos aparecem países como Ingaterra, Estados Unidos, Holanda, Alemanha, China e Japão. O dirigente diz que a vinícola se esforça para neutralizar o preconceito em relação à qualidade dos vinhos brasileiros. Segundo ele, os próprios brasileiros preferem rótulos importados – o que prejudica a imagem das vinícolas nacionais lá fora. “O fato é que o nosso vinho tem qualidade. O preconceito existe, mas está acabando, até porque o reconhecimento internacional é cada vez maior.” Antônio Miolo destaca os planos de expansão no sertão nordestino

HERTON/DIVULGAÇÃO/JC

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VINÍCOLAS

Salton aposta no consumidor estrangeiro

Daniel Salton fala sobre o mercado chinês, para onde a empresa exportará 60 mil garrafas neste ano

ALBBARTE/DIVULGAÇÃO/JC

A Salton está preparada para fazer um legítimo negócio da China. Atenta ao crescimento vertiginoso do consumo dos chineses, a vinícola pretende exportar, em 2014, 60 mil garrafas ao país. O volume é 40% maior do que o registrado em 2013. As vendas da vinícola para o mercado chinês são reflexo de uma nova realidade do país que, entre 2008 e 2013, expandiu seu consumo de vinhos tintos em 136%, chegando a 1,865 bilhão de garrafas e tomando a liderança do mercado mundial, à frente da França, da Itália e dos Estados Unidos. “Nossa ideia é seguir um trabalho crescente e consistente. Os chineses estão interessados nos produtos da nossa linha premium”, afirma Daniel Salton, presidente da empresa. No mercado nacional, a Salton se destaca especialmente pela linha de espumantes, carro-chefe das vendas. Mas nem por isso deixa de apostar na força e no potencial do mercado de vinhos tintos. Em uma homenagem aos sete irmãos fundadores da vinícola, a empresa lançou, em maio, o Septimum, composto a partir dos varietais Tannat, Ancelota, Merlot, Cabernet Franc, Teroldego, Cabernet Sauvignon e Marselan. Trata-se de uma linha exclusiva, com apenas 7.547 garrafas. E as novidades não param por aí. “Es-

tamos repaginando visualmente nosso portfólio, além de lançar uma linha nova com produtos da Campanha, a Paradoxo, que valoriza as variedades da região”, explica Daniel. Os novos vinhos da Salton revelam apenas uma ponta do iceberg. Apenas em 2013, a vinícola colocou no mercado nada menos do que 3 milhões de

garrafas. Para 2014, a expectativa é de que as vendas aumentem em cerca de 10%, chegando a 3,3 milhões de unidades. Em paralelo, os espumantes também continuam ganhando atenção especial da empresa. No ano passado, a Salton produziu quase a metade de toda produção de espumantes do Brasil, chegando a 7,8 milhões

de garrafas. Nesse contexto, a mais recente novidade são as 40 mil garrafas do Brasil Intenso by Salton, elaborado pelo método charmat longo – em que o produto passa um ano e meio em contato com as leveduras. Para além das uvas e dos vinhos e espumantes, a Salton se movimenta e expande atuação para novos mercados.

Segundo Daniel, a empresa tem planos de entrar no segmento de destilados, produzindo, num primeiro momento, conhaque, e depois entrando nas linhas de uísque e vodca. “Para isso, reposicionamos a empresa em São Paulo, em função da questão logística, indo para dentro de um condomínio industrial em Jarinu”, afirma o presidente da Salton.

RAFAEL GUERRA/DIVULGAÇÃO/JC

Monte Reale foca nos vinhos e no enoturismo Oferecer novas experiências para o consumidor que aprecia vinhos é a proposta da vinícola Monte Reale, de Flores da Cunha. Com capacidade para produzir até 1,5 milhão de litros por ano, a vinícola investe não só no desenvolvimento de uma variada linha de vinhos finos, espumantes e sucos, mas também em uma ampla estrutura de enoturismo. A principal aposta está na linha Valdemiz, que abrange uma carta completa de vinhos tintos, brancos e rosés, além de espumantes e grappas. A estrela da linha é o Espumante Moscatel, premiado com medalha de ouro no concurso Effervescents du Monde, na França, em 2009. Segundo Eleida Para Eleida, investimentos otimizam o processo de elaboração dos vinhos e sucos

Mioranza, gerente administrativa da Monte Reale, a produção vitivinícola gaúcha vem se atualizando e modernizando para competir com os vinhos de outras regiões vitivinícolas. “A prova disso é que o reconhecimento dos vinhos brasileiros em concursos vem crescendo ano após ano”, diz. A Monte Reale trabalha com nove varietais. Além dos Cabernet Sauvignon, Merlot e Chardonnay, oferece opções de Cabernet Franc, Ancellotta, Arinarnoa, Moscato Giallo, Tannat e Prosecco. Também cria rótulos com uvas americanas como Bordeaux, Isabel e Niágara. “Um dos nossos investimentos está na otimização e melhoria no processo de elaboração dos vinhos e sucos, de forma a desenvolver a qualidade e proporcionar uma diminuição dos custos”, explica Eleida. O enoturismo é outra prioridade da Monte Reale. Hoje, quem visita a

sede da vinícola, junto ao pórtico de entrada de Flores da Cunha, encontra uma cantina tipicamente italiana. É a porta de entrada para uma verdadeira incursão à fábrica, às barricas de carvalho e a outras instalações. “Temos espaço para visitação e degustação, varejo para atendimento ao público e exposição de todos os nossos produtos”, diz a gerente. Também há um ambiente para festas e eventos corporativos. A história da vinícola Monte Reale começou ainda na Itália, quando a família Mioranza entrou no ramo vitivinícola na região de Feltre. Na primeira metade do século 19, os Mioranza migraram para a América. Caberia a um dos descendentes – Valdecir Mioranza – a responsabilidade de fundar a Vinhos Monte Reale em 1972, juntamente com seis amigos. Desde 1993, ele é o controlador da vinícola.


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Peterlongo valoriza o pioneirismo no País demanda e estamos analisando as possibilidades para não ficarmos presos a um só importador”, conta o enólogo. Para este ano, a Peterlongo projeta um crescimento de 20% nas vendas domésticas e internacionais.

PETERLONGO/DIVULGAÇÃO/JC

O pioneirismo é uma das marcas da Peterlongo. Com sede em Garibaldi, onde funciona desde 1913, a vinícola criada pelo italiano Manoel Peterlongo foi responsável pelo lançamento do primeiro champagne do Brasil. Ainda hoje, é reconhecida por difundir a cultura dos espumantes dentro e fora do País, com exportações para destinos como África do Sul, Colômbia e Estados Unidos. “Fomos a primeira vinícola a trazer variedades brancas para o Brasil. Nosso papel foi importante na consolidação do espumante no mercado brasileiro”, destaca o enólogo Ricardo Morari. Hoje, a Peterlongo é a única vinícola brasileira autorizada a utilizar o termo “champagne” em seus rótulos – tradicionalmente, uma prerrogativa exclusiva das vinícolas francesas localizadas em Champagne. Mas o faz com cautela. “Procuramos valorizar o termo. Hoje, só usamos o nome nos espumantes elaborados pelo método champenoise”, explica Morari. A boa reputação impacta nas vendas, mas também atrai turistas para Garibaldi e arredores da Serra gaúcha. Em 2007, a Peterlongo criou o Roteiro do Champagne, no qual o visitante conhece todo o processo de elaboração da bebida – o mesmo utilizado desde o século passado. Além disso, passa por um museu, onde é contada a história da vinícola. “Temos a cave subterrânea, onde fermentamos os espumantes, e um túnel histórico”, conta Morari. Hoje, as caves subterrâneas e as paredes de pedra basalto do castelo da vinícola abrigam não só o tradicional champagne, mas também as linhas de moscatel, rosé e prosseco. A diversificação de rótulos é parte de uma estratégia para ampliar a presença da empresa em diferentes segmentos – por meio das marcas Elegance e Presence. Morari explica que a Peterlongo estuda, ainda, lançar uma linha de champagnes com rótulo retrô. “Será uma forma de relembrar os nossos primeiros produtos”, diz. Ampliar as exportações é a prioridade da vinícola – atualmente, a maior parte é destinada à Colômbia. O plano é abrir mercado em países estratégicos, como a Venezuela e a China. No mercado chinês, explica Morari, a vinícola vem atuando com uma variedade de espumante sem álcool. “Fizemos um teste de

Com sede em Garibaldi, empresa existe desde 1913

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JOÃO MATTOS/JC

VINÍCOLAS

A vinícola Marco Luigi, de Bento Gonçalves, decidiu fornecer aos seus clientes mais do que um excelente produto. Seu objetivo é dar aos visitantes uma nova experiência de consumo. Há três meses, inaugurou uma sala de degustação de vinhos e espumantes, dedicada aos visitantes com interesse em produtos exclusivos. No próximo ano, uma nova adega permitirá que os clientes produzam seu próprio espumante pelo método champenoise.

própria garrafa. Entre eles estão o Brut Champenoise e o Nature Pas Dosé, com tiragens limitadas e ciclo de maturação de até 18 meses. O fundador Adolfo Lona garante que a vinícola sempre terá a produção artesanal como foco. “Não queremos competir com as grandes empresas do setor. Não seria nem adequado querer isso, já que não temos volumes para abastecer as redes de supermercados”, explica. A divulgação da marca é institucional e se restringe a redes sociais, apresentações e cursos. Já as vendas, ocorrem em canais de nicho, como lojas e restaurantes especializados. Mesmo assim, a Adolfo Lona cresce com números expressivos – em torno de 15% a 20% ao ano, segundo o próprio fundador. Para 2014, a previsão é de um salto de 25% nas vendas. Para dar conta

da demanda sem abrir mão da exclusividade e refinamento, a vinícola aposta em mais variedades de espumantes, como o Brut, Rosé Brut e Demi-Sec – estes produzidos pelo método charmat, que faz a segunda fermentação em tanques de aço inoxidável. A produção contemplava, ainda, um vinho tinto jovem, com assemblage de uvas merlot e cabernet sauvignon. Com a decisão de focar nos espumantes, porém, Lona decidiu retirá-lo de produção. “O mercado exige, por isso crescemos. Mas não deixaremos de lado a nossa característica artesanal”, reitera o enólogo. Ele destaca que a vinícola trabalha, hoje, com apenas três uvas – Chardonnay, Pinot Noir e pequenas porções de Merlot. A capacidade de produção é de, no máximo, 120 mil garrafas a cada ano.

Na cave, visitantes podem adquirir as safras especiais da vinícola

Almaúnica conquista pelo detalhe Filhos do empresário Laurindo Brandelli, os gêmeos Márcio e Magda iniciaram, em 2008, o projeto da Almaúnica, que vem se destacando com uma das mais promissoras vinícolas do Vale dos Vinhedos. Depois de concluir um curso superior em Viticultura e Enologia e de viajar por diversos países, Márcio uniu-se à irmã e à esposa, Denise, para desenvolver novos produtos, como os vinhedos em espaldeira, sistema que

permite a incidência do sol de maneira mais linear na parreira. A Almaúnica também procura evitar a oxidação e a perda de aroma na uva e acondicionar a bebida da forma mais adequada possível, já que 100% de seus vinhos são mantidos em barris de carvalho. “Um barril de carvalho francês novo custa R$ 4 mil. Mas vale a pena, pois queremos que o consumidor prove o nosso vinho e identifique a diferença”, revela Brandelli.

ALMAÚNICA/DIVULGAÇÃO/JC

Quem passa pelo número 373 da Rua Amazonas, na região central de Garibaldi, quase não percebe o casarão de tijolos à mostra que abriga a produtora de vinhos e espumantes artesanais Adolfo Lona. Não é à toa. Com a filosofia de priorizar a qualidade, e não a quantidade, a vinícola fundada pelo enólogo Adolfo Lona se destaca justamente pela discrição e pelo apego aos métodos artesanais de produção. A cada ano, saem do casarão não mais do que 70 mil garrafas, uma tiragem pequena se comparada à das maiores vinícolas da Serra gaúcha, que chegam a envasar mais de 10 mil garrafas por hora. As atrações são os espumantes feitos pelo método champenoise, o mesmo adotado na região de Champagne, na França – em que a segunda fermentação ocorre dentro da

“As pessoas que planejam fazer seu espumante não precisarão gastar com tecnologia para a produção de algumas dezenas de garrafas”, afirma Leonardo Valduga, diretor da vinícola. Não é de hoje que a Marco Luigi investe na sofisticação de seus produtos e serviços. A estratégia é apostar na produção de pequena escala – são cerca de 120 mil garrafas por ano –, mas somente de produtos vendidos em lojas especializadas e restaurantes selecionados.

MARCO LUIGI/DIVULGAÇÃO/JC

Lona garante que a vinícola sempre dará prioridade para produção artesanal

Adolfo Lona oferece espumantes tradicionais com tiragem limitada

Marco Luigi, muito mais do que a qualidade

Brandelli, Magda e Denise uniram-se para criar a empresa, em 2008


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No final da década de 1990, o Grupo Suvalan, especializado na fabricação de sucos, adquiriu as instalações da Maison Forestier, antiga vinícola da cidade de Garibaldi. A aquisição deu origem ao Wine Park – Gran Legado, uma área verde de 48 hectares, sendo 24 deles compostos por vinhedos. Com o lançamento da espumante Brut Champanoise, em 2007, a empresa começou a marcar seu território na indústria vitivinícola da Serra gaúcha. Desde então, a Gran Legado vem conduzindo seu plano de expansão pelo Brasil – um processo liderado pelos espumantes, os campeões de venda da vinícola. Segundo Christian Bernardi, enólogo da Gran Legado, a produção de espumantes de qualidade requer simplicidade e rigor. As características

do clima e solo da região serrana contribuem para a excelência do produto. “A elaboração dos vinhos tintos exige um trabalho mais detalhado e cuidadoso”, explica Bernardi. A Gran Legado procura trabalhar com os chamados “vinhos de entrada”. São produtos de preço mais acessível e com menor complexidade de sabores e aromas. Isso não significa que a vinícola não tenha planos para o segmento premium nos próximos anos. “Estamos trabalhando com este perfil de vinhos com um preço menor, mas queremos colocar produtos de maior potencial no mercado”, destaca Bernardi. Enquanto isso, a ideia é oferecer opções ao cliente. Para Bernardi, os vinhos e espumantes precisam ser pensados conforme o segmento para o qual são

comercializados. Há produtos com apelo gastronômico, ideais como acompanhamento de refeições, ao mesmo tempo em que há rótulos para festas e eventos. “Atualmente, pensamos nos nossos produtos conforme o consumo. Por isso, diversificamos a oferta”, diz. Em um horizonte que contempla o refino na produção de vinhos tintos e a ampliação das vendas no Brasil, a Gran Legado mantém o foco no mercado interno. Porém, não ignora as eventuais oportunidades que surgem no exterior. Em 2011, o espumante Brut Champanoise da Gran Legado foi o primeiro brasileiro a conquistar a medalha de ouro do International Wine Challenge, em Londres. Nos anos de 2009 e 2010, o mesmo rótulo foi condecorado em concursos na Alemanha, Itália e França.

GILMAR GOMES/DIVULGAÇÃO/JC

Gran Legado está de olho nas oportunidades dos vinhos de entrada

Para Bernardi, elaboração dos tintos exige um trabalho mais detalhado e cuidadoso

GILMAR GOMES/DIVULGAÇÃO/JC

Lidio Carraro é a grande campeã da Copa do Mundo

Na Família Carraro, Patrícia, Juliano, Monica Rossetti, Giovanni, Lidio e Isabel

Do Vale dos Vinhedos, a vinícola Lidio Carraro desponta como a fornecedora dos vinhos oficiais da Copa do Mundo. Uma conquista que impulsiona as exportações de linhas como a Faces, elaborada especialmente para as competições da Fifa no Brasil, incluindo a Copa das Confederações, em 2013. Só no ano passado, o faturamento da vinícola cresceu 185%. Já a receita com exportações triplicou e hoje responde por 35% do total. Os resultados deram ânimo para triplicar a produção para até 600 mil garrafas e ampliar ainda mais a presença no mercado externo. Atualmente, os rótulos da vinícola chegam a 25 países – entre eles Holanda, Japão, França, Itália, Reino Unido e Finlândia. “A Finlândia é uma surpresa, já que se trata de um mercado difícil de entrar. Felizmente, fomos selecionados para abastecer as rotas finlandesas de cruzeiros no Mar Báltico”, conta Patrícia Carraro, diretora de marketing da vinícola.

O investimento em enoturismo é outra aposta para potencializar as vendas. Durante o Mundial, a vinícola preparou atendimento bilíngue para receber os turistas. “Prezamos por um atendimento mais personalizado, com a oportunidade de oferecer uma experiência que vai além da compra do vinho. O retorno tem sido muito positivo”, comenta Patrícia. O crescimento coroa a trajetória de um empreendimento ainda jovem no setor vitivinícola. Os primeiros passos foram dados na década de 1970, quando o fundador, Lidio Carraro, começou a se destacar na produção de uvas Merlot. Hoje, a Lidio Carraro se destaca como uma produtora de bebidas premium – como o vinho-ícone Lidio Carraro World Champion Fifa World Cup 2014 Brazil, uma edição limitada de apenas 2.014 garrafas numeradas. “Nosso foco está em trabalhar com pouca quantidade e valorizar a qualidade”, destaca a diretora.


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VINÍCOLAS

Desvendar o terroir do Pampa gaúcho com rótulos exclusivos e tiragens limitadas. Esta é a proposta da Guatambu Estância do Vinho para se projetar no mercado internacional de vinhos finos. Localizada em Dom Pedrito, próximo à fronteira com o Uruguai, a vinícola detém 22 hectares de plantações com condições únicas de clima, insolação e umidade. E explora esse potencial para elaborar vinhos premium, reconhecidos com diversas distinções no setor. A história da Guatambu no mercado vitivinícola é recente. Até o início dos anos 2000, a estância

se dedicava somente à agricultura e à criação de gado bovino das raças Hereford e Braford. A ideia de explorar o potencial do Pampa para cultivar as primeiras videiras surgiu em 2003. Cinco anos mais tarde, a Guatambu estabeleceu uma parceria com a Embrapa Uva e Vinho para avaliar o verdadeiro potencial da região na produção de uvas viníferas. Foi o passo decisivo para que Valter José Pötter, o proprietário, decidisse transformar a estância em uma vinícola. “Começamos pequenos. Iniciamos o plantio, sentimos o mercado, participamos dos eventos, e, só então, construímos a

JOÃO MATTOS/JC

Guatambu destaca o terroir da Campanha Estância aproveita o potencial da região para elaborar vinhos premium

vinícola”, conta. A primeira tiragem, em 2009, deu origem ao Cabernet Sauvignon Rastros do Pampa – e foi um sucesso imediato de crítica. Entre as distinções, recebeu a medalha de ouro no concurso Emozioni dal Mondo, que expõe cabernets e merlots de diversas partes do mundo em Bergamo, na Itália. Ficou com a Prata no Concurso Internacional de Vinhos

Fante moderniza os processos de produção

e restaurantes finos – entre eles, o asiático Mee, do Copacabana Palace. Pötter admite trabalhar com supermercados, mas somente com aqueles cuja proposta de qualidade seja condizente com os valores da Guatambu, como a rede Angeloni, de Santa Catarina. “É o único com o qual trabalhamos, até porque os supermercados exigem uma estrutura maior de atendimento”, afirma.

O sabor da Pizzato chega aos céus FANTE/DIVULGAÇÃO/JC

A Pizzato Vinhas e Vinhos está longe de ser uma simples vinícola. Trata-se de uma das mais conceituadas fabricantes do Brasil. Logo que lançou seu primeiro rótulo, o Pizzato Merlot 1999, o produto acabou eleito como o melhor vinho brasileiro, conforme a Academia do Vinho de Belo Horizonte. “Esse vinho ficou muito marcado, quebrando paradigmas e ajudando a mudar a cara do Merlot no País”, afirma o enólogo Flavio Pizzato, diretor geral da empresa. A Pizzato orgulha-se também por vender o excedente a outras vinícolas da região – atestando, assim, a qualidade da sua matéria-prima. Passada uma década e meia

marcas e extensões de linha que, juntas, somam 100 produtos. Um número que deve continuar crescendo no futuro. Segundo Fante, uma das principais preocupações da empresa é investir na modernização. “Nós procuramos trazer o que existe de mais moderno no processo de elaboração e filtragem”, diz. O diretor da Fante não esconde o otimismo com o crescimento da indústria vitivinícola brasileira, que tem a Serra gaúcha como grande polo de produção. Mas ressalta que o crescimento da empresa se ampara também em outros produtos, como as cachaças e os sucos.

PIZZATO/DIVULGAÇÃO/JC

Modernização está entre as prioridades da empresa

Com uma estrutura de produção integrada, que abrange os vinhedos de 250 famílias, a Fante Indústria de Bebidas tem a ambição de ser grande. Atualmente, a empresa produz 12 milhões de garrafas de espumantes e vinhos por ano. Mas a meta é elevar a produção em 15% até o final de 2014, afirma o diretor Julio Fante. “Nosso maior volume é de vinhos de mesa, mas já registramos um bom avanço nos espumantes”, explica. Os destilados também se destacam no portfolio da Fante, especialmente o uísque Blackstone e a vodka Rajska. Atualmente, a empresa de Flores da Cunha detém 20

do Brasil, em 2010. E ainda foi o Cabernet Sauvignon mais bem pontuado nas edições de 2010 e 2011 do projeto Para Saber o Sabor dos Vinhos do Brasil, do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Agora, a Guatambu começa a diversificar a carta com o lançamento de um Merlot e um Tannat, além de um espumante. A maior parte das vendas ocorre em lojas especializadas

desde sua fundação, trabalha com diversos tipos de uvas, plantadas em duas áreas da Serra. Um dos terrenos, de 26 hectares, está no próprio Vale dos Vinhedos. Já a outra área com 19 hectares, fica no interior de Guaporé e abastece exclusivamente a produção dos vinhos com o rótulo Fausto. Um deles é o recém-lançado Fausto Chardonnay, fabricado sob encomenda da companhia aérea inglesa British Airlines – que irá disponibilizá-lo em sua classe executiva. E os voos da Pizzato não param por aí. Produtos da Pizzato também podem ser encontrados nos aviões da holandesa KLM e da alemã Lufthansa.

Flavio diz que 20% da produção é exportada, abastecendo até companhias aéreas


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TENDÊNCIAS

sushi e de temaki se tornaram uma verdadeira febre entre os gaúchos. Em 2003, passados 30 anos desde a chegada do primeiro restaurante japonês à Capital, o Sakae´s, Porto Alegre contava com nove restaurantes japoneses. Hoje, segundo o Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), são mais de 60. Parte da explosão nipônica se deve ao sucesso de um negócio em específico. Depois de décadas atuando apenas como uma peixaria, o Japesca inovou, em 2009, ao inaugurar uma temakeria no Mercado Público.

Fusion cuisine, diferentes estilos em um único lugar

A aceitação foi tão grande que a empresa se tornou uma espécie de “porta-bandeira” da popularização dos japoneses no Rio Grande do Sul. O Bistrô Babel, localizado no bairro Boa Vista, também abriu as portas no começo deste ano, chegando ao circuito gastronômico porto-alegrense inspirado na mitológica Torre de Babel – que, segundo a bíblia, explica a diversidade de idiomas e raças entre os povos. Idealizado pelo publicitário e chef Caco Thys, o local traz em sua cozinha, comandada pela chef Sabrina Rossi, quatro tipos de gastronomia: peruana,

Entre os restaurantes que bateram pé na cozinha tradicional e os que apostaram na ascensão rápida escolhendo novas vertentes, têm surgido casas que optaram por uma terceira via, a opção de mesclar diferentes estilos. O 300 Cosmo Dining Room abriu as portas em setembro do ano passado, apostando na fusão entre as cozinhas japonesa e peruana. Entre os resultados dessa mistura está o ceviche mixto, que combina ingredientes como cubos de peixe branco, camarão e

Sica criou o FS Steaks & Burgers Asian Lounge

tailandesa, italiana e brasileira. Os cinco anos em que Sabrina viveu na Europa, onde implementou restaurantes em países como Espanha e Inglaterra, foram fundamentais para que a chef desenhasse o menu do Babel. “Isso de misturar cozinhas é uma tendência por lá. De certa forma, estamos importando o conceito”, explica ela.

polvo à cebola roxa, coentro, pimentas peruanas, batata doce caramelada e cancha – o milho do Peru. São experiências assim que dão corpo à chamada fusion cuisine, que prolifera na Capital como uma alternativa a quem procura experiências gastronômicas diversificadas. “Foi a maneira que esses locais encontraram para escapar dessa superespecialização”, explica Carlos Pires de Miranda, jornalista e crítico de gastronomia do Jornal do Comércio.

ANTÔNIO CRUZ/DIVULGAÇÃO/JC

Felippe Sica é um chef multifacetado, já se aventurou em diferentes campos da gastronomia. Desde março, aplica sua fluência nas mais diferentes gastronomias para comandar o FS Steaks & Burgers Asian Lounge, na zona Sul da Capital. A abertura do FS revela uma nova realidade experimentada por Porto Alegre nos últimos 10 anos, a cozinha étnica – como é conhecida a gastronomia inspirada na culinária característica de países ou regiões. “Quando se abre um leque de opções, existe bem mais conforto”, diz o chef Sica. Nesse contexto, as casas de

JOÃO MATTOS/JC

Tudo junto, mas não necessariamente misturado

Sabrina desenhou o menu do Bistrô Babel

A proximidade entre o México e o Texas levou à criação de outra mistura consagrada, o chamado Tex-Mex. Restaurantes como o Pueblo e o Guacamole oferecem tacos, nachos, burritos, chilaquilles e enchilladas. Além deles, cabe destacar o sucesso dos multinacionais Outback Steackhouse e Applebee´s, cujos ambientes dão forma aos típicos Grill & Bars americanos – oferecendo nos cardápios opções como as famosas costelinhas de porco ao molho barbecue.


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TENDÊNCIAS

Diante de um cenário em que a culinária internacional anda em alta, pode parecer que faltam opções de restaurantes de comida genuinamente brasileira e regional. Por um lado, não é verdade. Quando se trata de churrascarias, por exemplo, são 146 estabelecimentos oficiais, segundo a Secretaria Municipal da Indústria e Comércio (Smic). Por outro lado, a variedade de opções com culinária regional brasileira não é muito grande. Em Porto Alegre, chamam a atenção lugares como

os botecos Natalício, Dona Neusa e Matita Perê – com casas na Cidade Baixa. Inspirados em bares e restaurantes típicos da Lapa, no Rio de Janeiro, incluem em seus cardápios itens como carne de sol, bolinho de bacalhau, caldinho de feijão e escondidinho. Para os porto-alegrenses, contudo, encontrar restaurantes com pratos típicos de outras regiões do Brasil é um desafio – já que a maioria das opções se resume aos chamados botecos. “Eles valorizam as tradições brasileiras, mas

Casa Di Paolo, serviço com toque familiar

Mamadou ressalta os botecos que valorizam as tradições brasileiras, mas ainda representam uma pequena parcela do que a cidade poderia oferecer

MELISSA HUGENTOBLER/DIVULGAÇÃO/JC

Porto Alegre tem opções para todos os paladares

ainda representam uma pequena parcela do que a cidade poderia oferecer”, afirma o chef senegalês Mamadou Sène, professor do curso de gastronomia das Faculdades Senac. Ainda assim, é bem provável que um dia Porto Alegre chegará lá. Isso porque até mesmo os restaurantes de cozinha internacional têm procurado valo-

Na Casa Di Paolo, que começou suas atividades na Serra gaúcha há duas décadas, a tradição é o tempero que dá sabor às comidas. O toque familiar e as receitas históricas deram grandes motivos para que a revista Quatro Rodas tenha concedido ao restaurante o título de “Melhor Galeteria do Brasil”. O prêmio fez com que a cantina ganhasse musculatura e chegasse a nove

rizar a cultura brasileira, fazendo pequenas adaptações em seus pratos ao valer-se de ingredientes típicos da culinária nacional. “Os grandes chefs sempre buscam adaptar sua especialidade culinária aos ingredientes nacionais”, afirma Carlos Pires de Miranda, jornalista e crítico de gastronomia do Jornal do

restaurantes – um deles em Porto Alegre, bem em frente ao aeroporto Salgado Filho. O posicionamento estratégico beneficiou a rede de galetarias quando abriu sua primeira casa – o Restaurante Giuseppe. Localizado no caminho entre Bento Gonçalves e Garibaldi, bem no coração do Vale dos Vinhedos, a galetaria se caracterizava como um saboroso convite a combinar

Preservar a essência em um contexto contemporâneo é a proposta do primeiro restaurante tibetano do Brasil, o Espaço Tibet, em Três Coroas. No cardápio, pratos típicos com autorais, conferindo um toque ocidental moderno aos temperos tradicionais do Tibete. “O objetivo é tematizar cada vez mais. O cardápio inicial tinha apenas um prato tibetano; hoje todas as entradas, por exemplo, são daquela região”, diz o cozinheiro Ogyen Shak. Entre os pratos principais está o cordeiro, receita de família. Uma adaptação aos costumes brasileiros foi a incorporação das saladas ao menu – no Tibete, são raramente consumidas, devido ao frio intenso que demanda o consumo de alimentos mais calóricos.

MAURIÃ SABBADO/DIVULGAÇÃO/JC

CASA CARDOZO/ ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC

Cardozo recebe seus clientes em casa

a cozinha italiana e uma boa oferta de vinhos. E, aqui, cabe uma curiosidade que dá contorno regional à cozinha das velhas nonas italianas. “O galeto e o sagu não existem na Itália. Trata-se de uma criação dos italianos que vieram para a região da Serra gaúcha. Por isso, nossa comida tem um apelo regional”, explica o sócio-fundador Paulo Geremia.

Uma viagem ao Tibete

Antirrestaurante, chef a seu dispor O apartamento do chef Marcos Cardozo tem duas salas de jantar. E não é por exagero, a intenção é acomodar confortavelmente ao menos 10 pessoas a cada jantar. Cardozo transformou sua casa em um restaurante – ou melhor, em um “antirrestaurante”. Localizado no bairro Rio Branco, a Casa Cardozo se apresenta como um restaurante underground, onde só entra quem faz reserva. O conceito baseia-se nos guest restaurant ou home bistros. “No início, o pessoal ficava receoso. Achava que era algum movimento de resistência aos restaurantes tradicionais, mas na verdade é justamente uma forma de dizer que se trata de algo mais exclusivo e intimista”, explica. Na prática, esse estilo se assemelha em muitos aspectos a um restaurante tradicional. Porém, há diferenças. Umas delas é que o ambiente caseiro proporcionado pela experiência do antirrestaurante contribui para que o cliente não se preocupe em levantar e ir embora. “Depois da janta, é normal que fiquem horas conversando e bebendo”.

Comércio. Ele lembra que restaurantes cinco estrelas, como o Le Bateau Ivre, no Mont´serrat, são adeptos da matéria-prima local. O Hashi, especializado em pratos que fundem a culinária francesa e oriental, também segue essa tendência. “Eles costumam usar nas receitas o queijo colonial da Serra gaúcha”, observa Mamadou.

Cordeiro está entre os pratos principais da casa


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OPINIÃO

O vinho e o azeite são dois parceiros indispensáveis na boa gastronomia e costumam estar sempre juntos à mesa. E, em muitas partes do mundo, os dois itens são produzidos de forma paralela: quem planta videiras, também cultiva oliveiras. Essa prática também está chegando ao Rio Grande do Sul, onde pelo menos três grandes produtores de vinhos – Miolo, Valduga e Rasip – iniciaram projetos dessa natureza. Há quatro ou cinco anos, começaram a colher azeitonas de suas oliveiras e a produzir azeites. Essas empresas estão inseridas em um projeto maior, que acontece em vários municípios, abrangendo grande parte do Rio Grande do Sul, especialmente da chamada Metade Sul. Nessa região do Estado, existem mais de 1.200 hectares de olivais, e algumas empresas produtoras já disponibilizam seus azeites no mercado. O preço ainda é alto – cerca de R$ 29,00

a garrafa de 500 ml, enquanto azeites importados oscilam entre R$ 6,00 e R$ 18,00. Assim como o vinho, os produtores alegam que o preço é alto em consequência dos impostos e da garantia de qualidade. O Rio Grande do Sul é um dos estados com maior área plantada de oliveiras, com 22 municípios no ramo. Todos os azeites gaúchos são extra virgens, com baixos índices de acidez, o que significa qualidade, e foram degustados por especialistas argentinos, chilenos, espanhóis e portugueses. Os pioneiros no cultivo de oliveiras em solo gaúcho, nesta segunda fase, estão em Caçapava do Sul e Cachoeira do Sul. Em Cachoeira, Daniel Aued, da Olivas do Sul, vai aumentar a área de 25 para 100 hectares, porque os 15 mil litros do excelente azeite produzido em 2014 foram todos vendidos. A chácara

Cerro dos Olivais, pioneira na introdução da olivicultura (1996) e na produção de azeite (2008), possui um dos maiores bancos de variedades de oliveiras, com 14 tipos. O empresário paulista Luiz Eduardo Batalha, da Fazenda Guarda Velha, em Pinheiro Machado, plantou 130 hectares há três anos, e, em março de 2014, inaugurou um lagar que vai processar suas azeitonas e as de todos os produtores interessados. Na safra deste ano, colheu 100 mil quilos de azeitonas, dos quais 30% destinados à mesa e 70% ao azeite. A Valduga tem suas oliveiras em Encruzilhada do Sul sob os cuidados de Juarez Valduga. O azeite, que por enquanto é usado na produção dos antepastos Casa Madeira, também chegará ao mercado. Darcy Miolo, do Grupo Miolo, que plantou oliveiras junto aos vinhedos de Candiota, antes de 2010, já fez várias colheitas e comprou equipamento para

JOÃO MATTOS/JC

Vinho e azeite, uma dupla de companheiros imprescindíveis por Danilo Ucha

produzir azeites. Depois de um bem-sucedido projeto-piloto realizado em meio hectare, a Rasip, empresa de Raul Anselmo Randon, em Vacaria, ampliou sua área de plantio para 35 hectares. Em 2015, começam a ser colhidos os primeiros frutos para a produção do Campos Gourmet. Até pouco tempo, as mudas eram todas importadas, especialmente da Europa. O negócio cresceu tanto que, há cinco anos, o peruano Fernando Rotondo comprou 30 hectares de terra, em Santana do Livramento, e montou um olival e um viveiro. O Ouro de Santanna, primeiro azeite do olival, foi elaborado em março. O viveiro é o maior fornecedor de mudas para todo o País.


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TURISMO

Bento gourmet acompanhar este desenvolvimento constante, o setor busca permanentemente a qualificação das equipes e a melhoria na qualidade dos produtos, sempre atento às demandas do mercado”, afirma. Para João Antonio Leidens, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Shrbs) – Região Uva e Vinho, a gastronomia em Bento avança, observando tendências e visando a atender às expectativas do consumidor. “São casas com experiências gastronômicas aliadas a excelentes vinhos, espumantes e sucos de uva.

Bento é pura inspiração, graças aos atrativos turísticos baseados principalmente na cultura, na enogastronomia e no jeito de ser e receber”, acredita. “Aliado à gastronomia e aos produtos ofertados pelos roteiros turísticos, o município apresenta vários locais para eventos com infraestrutura e serviços”, afirma a presidente do Bento Convention Bureau, Maria Alice Farina. Ela destaca também o Parque de Eventos, com 58.000m2 de área coberta e climatizada, destino ideal para realização de eventos.

Dicas gastronômicas Biroska Café e Bistrô Av. Planalto, 1156 (54) 3701-4504 Atendimento: de terça a domingo, a partir das 16h / sábado com almoço a partir das 11h. biroskacafebistro@hotmail.com www.biroskacafebistro.com.br

Ukiyo Cozinha Oriental Rua General Goes Monteiro, 777 (54) 2621-3231 Atendimento: de terça a sábado, das 19h às 23h reserva@ukiyo.com.br

Pizza entre Vinhos RS 444, Km 18,9 Vale dos Vinhedos (54) 3459-1392 / (54) 81364892 (Lucimar) Atendimento: de quarta a domingo, das 17h às 23h Cardápio: rodízio de pizzas mammagema@gmail.com Vallontano Bistrô-Café RS 444, Km 16,1 Vale dos Vinhedos (54) 3459-1006 / 9942-7482 Atendimento: de terça a sábado, das 10h às 19h, e no domingo, das 10h às 17h. Fechado nas segundas. cafe@vallontano.com.br

Bento de vivências únicas

Caldeira Restaurante e Bar Rua Antônio Ducati, 138 (54) 3701-0272 Atendimento: de terça a sábado, das 18h30min às 23h rafaelmkt@hotmail.com

Casa Vanni Espaço Gastronômico Linha Palmeiro, 795 Caminhos de Pedra (54) 3455-6383 Atendimento: todos os dias, exceto na quarta, das 12h às 15h30min casavanni@caminhosdepedra.org.br www.casavanni.com.br Restaurante e Bar Príncipe Di Udine Rua Góes Monteiro, 615 (54) 2621-5328 / 9923-2854 Atendimento: de segunda a sábado, das 18h às 24h principediudine@italnet.com.br

A atividade turística tem se desenvolvido rapidamente em Bento Gonçalves

Agende sua visita e conheça os roteiros turísticos, como o passeio de Maria Fumaça Vale dos Vinhedos (54) 3451-9601 www.valedosvinhedos.com.br Vale do Rio das Antas (54) 3458-1538 www.valedoriodasantas.com.br Caminhos de Pedra (54) 3455-6333 www.caminhosdepedra.com.br Passeio Maria Fumaça (54) 3455-2788 www.giordaniturismo.com.br

Churrascaria Ipiranga Rua Olavo Bilac, 200 (54) 3452-3278 / 3451-6672 Atendimento: de terça a domingo, das 11h30min às 14h30min, à noite somente para feiras e eventos. contato@churrascariaipiranga.com www.churrascariaipiranga.com Bistrô Café com Arte Rua Marques de Souza, 534 (54) 2621-5302 Atendimento: de terça a sexta, das 18h às 23h / sábado com almoço das 11h30min às 14h30min e jantar das 19h às 23h. contato@bistrocafecomarte. com.br www.bistrocafecomarte.com.br Sapore & Piacere Caffé, Cucina i Altri Rua Dr. Casagrande, 500 (54) 3055-4586 Atendimento: terça, quarta e sábado das 11h30min às 20h / quinta e sexta das 11h30min às 22h30min sapore.caffe@gmail.com

JOÃO MATTOS/JC

A atividade turística tem se desenvolvido muito em Bento Gonçalves, de acordo com o secretário de turismo do município, Gilberto Durante. “Somos um dos 65 destinos indutores do turismo no Brasil e um dos principais destinos turísticos do País. A gastronomia típica da região, aliada à diversidade, tem colaborado muito nesta caminhada. A enogastronomia combina os excelentes vinhos produzidos na cidade com a nossa gastronomia e vem sendo um dos principais diferenciais competitivos. Para

FABIANO MAZZOTT/DIVULGAÇÃO/JC

Além do tradicional e imperdível galeto, a cidade apresenta opções que aguçam o paladar, tornando a missão de resistir aos aromas e sabores uma tarefa impossível

Cantina Históricas (54) 3439-1168 www.cantinahistoricas.com.br Encantos de Eulália (54) 8100-1054 www.encantosdeeulalia.com.br Bento City Tour e Tour Via Del Vino 0800 603 6060 www.turismobento.com.br


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Hotéis da Serra têm atrações à parte Roteiros de cicloturismo em Bento Gonçalves ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DALL´ONDER/DIVULGAÇÃO/JC

Gastronomia sofisticada em Farroupilha Em Farroupilha, o Arte in Távola, restaurante do Farina Park Hotel, serve pratos que causam frisson entre os amantes da boa mesa – como carré de cordeiro e a lasanha de coelho. Eduardo Vasselai Farina, diretor adjunto do hotel, explica que a proposta é fugir um pouco da culinária típica da Serra. “Apostamos num cardápio mais elaborado, que se tornou um grande diferencial da casa”, diz o diretor.

PHOTO TRAÇO /DIVULGAÇÃO/JC

A Itália é em Flores da Cunha Flores da Cunha é parada obrigatória para quem quer conhecer um pouco mais a vida, a história e a cultura dos imigrantes italianos. “Aqui, o turista é recebido pelas famílias, pelos pequenos agricultores. A acolhida é feita dentro do verdadeiro dia a dia dos moradores”, explica Everton Scarmin, secretário municipal de Turismo, Indústria, Comércio e Serviços. Entre os programas organizados pela prefeitura, ele destaca o Roteiro da Melhor Idade, planejado para que o turista desfrute das atrações da cidade sem ter que caminhar muito. Maior produtor de vinhos do Brasil, conta com quase 200 vinícolas.

GABRIELE BARUFFI/DIVULGAÇÃO/JC

Garibaldi, a hora e a vez dos espumantes Capital brasileira de espumantes, Garibaldi chama a atenção por apresentar uma proposta turística com preços bastante competitivos. A cidade oferece pelo menos cinco roteiros dedicados a explorar atrações como a enogastronomia, as belezas naturais e a arquitetura típica dos imigrantes italianos. “O diferencial de Garibaldi é que só a nossa cidade pode contar uma história de 100 anos do espumante brasileiro”, afirma Ivane Fávero, secretária de Turismo e Cultura do município. Toda essa tradição é homenageada na Fenachamp, evento que reúne mais de 60 mil pessoas anualmente.

Programações especiais no Villa Michelon ROALI MAJOLA/DIVULGAÇÃO/JC

A rede Dall´Onder irá lançar uma novidades que mescla turismo com esporte. Com seu projeto de cicloturismo, todos os hóspedes terão à disposição quatro roteiros para passear por Bento Gonçalves acompanhados por um guia. “Será a primeira cidade com cicloturismo organizado no País e, com isso, o Dall’Onder será o primeiro hotel bike do Brasil”, explica Tarcísio Michelon, diretor-superintendente da rede.

VILA MICHELON /DIVULGAÇÃO/JC

Foi-se o tempo em que o turismo na Serra gaúcha se resumia a programas de apenas um fim de semana. Reconhecida pela vocação vinícola, a região desenvolveu, nos últimos anos, uma infraestrutura hoteleira e gastronômica tida como de alto padrão, oferecendo aos visitantes opções que vão de renomados hotéis e restaurantes até simples pousadas e cantinas

O Villa Michelon se destaca por ter sido o primeiro hotel instalado dentro do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. Desde 2001, o empreendimento valoriza a bebida que é produzida nas 32 vinícolas de seu entorno. Em sua estrutura, o hotel disponibiliza aos hóspedes desde quadras esportivas e heliponto até particularidades típicas da região. Tudo sob o “padrão Fifa”, já que o hotel foi o primeiro da Serra a ser credenciado pela entidade para a Copa do Mundo.


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