Outubro de 2013 - no 17 - Distribuição Gratuita
A DECADÊNCIA DO C. R. GUARÁ Como o mais antigo clube de futebol do DF está sucumbindo aos interesses políticos e pessoais Entrevista com o quadrinista Nestablo Ramos
Brazilian Blues Band: 20 anos de estrada
Academia leva lutadores para disputa no Japão
Valores guaraenses A riqueza de uma cidade não pode ser medida por sua estrutura e capacidade de produção, nem pela renda dos seus cidadãos ou pelo valor de seus terrenos. A riqueza de uma cidade está nos aspectos que a tornam única, nas particularidades que a definem. No Guará, nossos valores estão na cabeça das pessoas que fazem do lugar o que ele é. O Guará, por sua proximidade com o Plano Piloto e outras cidades, tem características diferentes. A maioria das pessoas vive aqui, mas exerce sua profissão em outras cidades, e isso influencia em todo o funcionamento do Guará (essa questão é assunto de da urbanista Hilma Amaral, a nova colunista da nossa revista). Portanto, nossos valores estão em eterno trânsito. A capa desta edição ilustra duas histórias antagônicas: a decadência do Clube Regatas Guará, patrimônio imaterial da cidade, e a ascensão de um grande talento, o ilustrador e roteirista Nestablo Ramos Neto (é dele a bela ilustração da capa). Nas próximas páginas teremos também exemplos de guaraenses que com seu trabalho envaidecem a todos nós, como a Brazilian Blues Band e os caratecas da academia do mestre Cícero Syrih. Enaltecer a cidade do Guará e mostrar suas potencialidades é a missão da Revista do Guará. Precisamos de quem conhece cada cantinho desta região para poder divulgá-la cada vez mais. Escreva para a Revista e para a Jornal do Guará, nos ajude a mostrar porque amamos viver aqui. Boa leitura! Alcir de Souza
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PALAVRA FRANCA Fiquei surpresa com a qualidade gráfica e de conteúdo da Revista do Guará. É um complemento ao Jornal do Guará, tão bem editado por vocês. O visual está interessante, as matérias e colunas informativas e muito bem impressa. Parabéns! Célia Coutinho Rosa
Já apreciava o Jornal do Guará e fiquei encantado com a Revista do Guará. As duas edições a que tive contato estão excelentes. Muito elucidativa a matéria com a Ouvidora do GDF, a guaraense Vera Lúcia Medeiros, como também a da Abrace. Gostei também do depoimento do Padre Aleixo, com certeza um ícone da nossa cidade. As colunas estão muito interessantes - apreciei principalmente a de vinho. Além de divulgar fatos importantes da cidade, a revista valoriza as pessoas que fazem o Guará importante. Júlio César Ribeiro
Sou morador do Núcleo Bandeirante e confesso que fiquei com inveja (boa) da Revista do Guará. Gostaria que em nosso Banban tivesse uma parecida, mas não tem é de jeito nenhum. Saboreei a revista como se fosse morador do Guará. Vocês estão de parabéns. Marcílio Roque Moreira Gostaria de parabenizá-los pela excelente reportagem sobre a Abrace. Sou uma colabora daquela instituição, cujo trabalho merece ser melhor divulgado, para que mais gente colabore. É uma trabalho magnífico, liderado pela Ilda Peliz. A reportagem está bem escrita e os depoimentos das mães são tocantes. Gostei muito. Feliciana Dardollo
Muito feliz a escolha os personagens da coluna Gente que Faz, particularmente da missionária Diane Galdino e da diretora da Regional de Saúde do Guará, Marôa Santiago. São duas abnegadas que só fazem bem ao próximo. Elas prestam um serviço quase anônimo, mas precisam ser reconhecidas de vez em quando pelo que fazem. E você fizeram isso. Damaris Alves Feitosa
Revista do Guará
NESTA EDIÇÃO Edição Alcir de Souza (DRT 767/DF) Reportagem: Rafael Souza (DRT 10260/DF)
Pequenos quadros Entrevista com o ilustrador e roteirista Nestablo Ramos Neto
Endereço: EQ 31/33 Ed. Consei, salas 113/114 - Guará II
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Fone: 3381.4181 Fax: 3381.1614
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E-mail: contato@jornaldoguara.com Site: jornaldoguara.com Facebook: facebook.com/jornaldoguara Tiragem: 8 mil exemplares
Time caído
As causas da decadência do time de futebol mais antigo do DF
Blues feito aqui
Brazilian Blues Band rompe barreiras com seu blues brasiliense
Impressão: Gráfica Ideal Circulação: Bancas de revistas, comércio, órgãos públicos, consultórios médicos e odontológicos, restaurantes, portarias de edifícios comerciais, lideranças comunitárias e empresariais, autoridades que moram ou interessam ao Guará, Câmara Legislativa, bancada do DF no Congresso Nacional e na Região Administrativa do Guará.
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25 Rumo ao Japão
Academia guaraense de caratê vai a Okinawa em busca da perfeição
Divino Alves O ex-administrador do Guará celebra a vida entre amigos
um produto
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19 Pioneiro
João Batista e sua esposa ajudaram a construir o Guará outubro de 2013
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POUCAS&BOAS
Alcir de Souza
Asfalto no IAPI
A Novacap está construindo o restante do asfalto da via principal entre o condomínio IAPI e a Cidade do Servidor até a EPNB. Depois, a outra rua do condomínio vai receber recapeamento. A iluminação pública também será reforçada, com a troca das lâmpadas antigas de 70w por novas, brancas, de 250w. Essas obras foram intermediadas pelo deputado distrital Alírio Neto a pedido dos moradores do condomínio.
CAPS na Casa da Cultura
O Centro de Atenção Psicosossial Álcool e Drogas (CAPS-AD) vai funcionar provisoriamente no antigo prédio da Casa da Cultura até a reforma do prédio do Centro de Saúde II. O CAPS cuida da recuperação de dependentes químicos em tratamento na rede pública de saúde.
Pontão do Cave
A Administração Regional deu uma tacada de mestre no episódio do fechamento das boates do Pontão do Cave. Fechadas pela Agência de Fiscalização do DF (Agefis) porque estão irregulares há mais de dez anos, as botes conseguiram reabrir através de liminar concedida pela Justiça. A alegação dos empresários é que foi o governo que não tomou a iniciativa de regularizar os quiosques, por isso, não foi gera-
da cobrança de taxa de ocupação e nem cumprida outras exigências. Como as boates são originalmente enquadradas como quiosques, elas podem funcionar apenas até às 23h. Um das casas abria as portas após a meia noite e funcionava até às 5h. Com a nova medida ela praticamente se inviabilizou. Como a Justiça não pode contrariar a Lei dos Quiosques...
Pastor Inácio Machado Morreu aos 82 anos o pastor Antônio Inácio de Freitas, líder da igreja Assembleia de Deus do Campo do Guará. O pastor foi um dos principais líderes do segmento evangélico na cidade e era muito respeitado em todo o Distrito Federal. Será substituído pelo filho Adalino.
Fim dos congestionamentos O intermináveis congestionamentos entre o Guará e o Núcleo Bandeirante nas horas de pico estão finalmente com os dias contados. Está pronto o projeto de duplicação da via, incluindo a construção de dois viadutos - uma via contorno entre a QE 32, a QE 38 e o Polo de Moda, e outro no Núcleo Bandeirante. A obra custará cerca de R$ 32 milhões com recursos do Banco do Brasil. A previsão é que a obra seja iniciada até dezembro próximo e deve ficar pronta no segundo semestre de 2014.
Guaraenses condecorados Os guaraenses José Neife de Alcântara, presidente da Federação dos Conselhos Comunitários do Distrito Federal (Feconsegs), Antonio Sena, presidente do Conseg, e o administrador regional Carlinhos Nogueira (na foto com sua Meire) foram agraciados com a medalha “Ação pela Vida” pelo Governo do Distrito Federal por relevantes serviços prestados na área de segurança pública do DF.
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Quem é das décadas de 70 e 80 até as últimas duas décadas e participava dos famosos bailes e festas do Guará lembra-se certamente de José Machado, da dupla Machado e Marcelo. Vítima de infarto seguido de AVC, Machado morreu no final de setembro.
Revista do Guará
Trapalhada Quase dois anos depois, descobriram que uma servidora graduada, substituta do Diretor de Serviços Públicos da Administração do Guará, tinha dois empregos - o outro era no Governo de Goiás, onde também recebia salário. Como os gestores que controlam as contratações no GDF perceberam que a servidora não tinha o dom da onipresença, resolveram demiti-la. Como os cargos em todos os órgãos do Governo Agnelo foram rateados entre os parlamentares ou partidos da bancada governista, a indicação era do PT.
O trem e o Guará Está em fase final o processo de seleção da empresa que conduzirá os estudos para a implantação do trem de passageiros entre Brasília e Goiânia. O da outra ligação, entre o DF e Luziânia, já está pronto. O trem entre Brasília e Goiânia não será mais o trem bala, que o ex-governador Roriz queria fazer, e sim de velocidade média. Já o de Luziânia deverá ser um veículo leve sobre pneus (VLP), igual ao que está sendo construído entre Santa Maria/Gama e a Rodoviária Interestadual. Os dois trens farão intersecção com o metrô no Guará.
E a Escola Técnica? Prometida para o início do ano passado, a Escola Técnica do Guará ainda não saiu do papel um ano e meio depois. E ninguém justifica o atraso. A Escola Técnica será construida ao lado do Centrão, entre as QEs 17 e 19, e vai oferecer cursos inicialmente nas áreas de Informática, Hotelaria e Turismo.
Sede da 4a DP
Alagamentos
Está em processo de licitação a obra da nova sede da 4a Delegacia de Polícia do Guará na entrada do Polo de Moda, ao lado do Hospital do Corpo de Bombeiros.
Esse ano nenhuma rua do Guará alagou até agora. Mesmo com as fortes chuvas dos últimos dias a água escoou bem, principalmente na avenida contorno, próximo ao Setor de Oficinas, um dos lugares mais críticos no passado recente. O investimento na rede de águas pluviais tem compensado a constante impermeabilização solo guaraense por grandes obras residenciais.
Polo de Moda Impressionante o que está acontecendo com o Polo de Moda. Cada dia surgens construções irregulares, sem que a Agência de Fiscalização tome providências. E não pode alegar que não viu, porque são irregularidades muito ostensivas. Alguma coisa tá muito errada. Por que a Agefis não age?
Estranho
Quiosques
A ocupação irregular de alguns lotes no Setor de Oficinas (Área Especial 2A), ao lado da linha do trem, parece estranha. Em um dos lotes ocupados surgiu uma grande construção em poucos dias. A pressa é, no mínimo, estranha.
Parece que estão surgindo mais quiosques na cidade. Pode ser apenas impressão causada pelo surgimento de ambulantes, que vendem comida e bebidas alcóolicas nas praças e estacionamentos do Guará. Mas, pode não ser...
Revista do Guará
Batalá deixa o Guará A banda feminina de percussão Batalá deixou definitivamente a cidade, depois de ficar aqui um tempo e até cogitar construir aqui sua sede no Cave. Faltou apoio do governo. Foi uma grande perda, porque a banda era uma atração, não só pela beleza de suas integranges mas pela qualidade da música e da coreografia que apresentam. outubro de 2013
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PANORAMA Bagunça continua no Pontão do Cave No dia 29 de agosto, uma ação conjunta da Agência de Fiscalização do GDF com apoio da Polícia Militar e da Administração do Guará interditou as casas noturnas do Pontão do Cave. Os estabelecimentos são cadastrados como quiosques, mas nem de longe lembram os pequenos comércios de no máximo 60 metros quadrados. São casas noturnas com atrações musicais ao vivo e shows de dança que ocupam áreas de cerca de 300 metros quadrados. Sem permissão para ocupar a área pública, licença de funcionamento e sem recolher as taxas devidas ao poder público, a situação era agravada pelos constantes casos de violência e tráfico de drogas nas suas proximidades. Os órgãos de segurança pública do Guará chegaram a classificar a área como “zona vermelha” em referência a probabilidade da ocorrência de crimes na região. A interdição durou apenas um final de semana. Duas casas noturnas voltaram a funcionar normalmente, com música ao vivo. A reabertura foi autorizada através de Liminar em Mandato de Segurança concedido aos proprietários pelo juiz Jansen Fialho de Almeida. Os proprietários alegam que pediram junto à Administração a regularização da área há quatro anos e que a interdição foi realizada sem serem previamente notificados.
Doação de coleta seletiva Cerca de mil frascos de vidro foram recolhidos no bloco T da QI 06, no Guará I, durante um ano de coleta seletiva. Os frascos ficaram expostos nos pilotis do prédio e foram doados para comercialização de produtos culinários no estande Morangolândia, na Festa do Morango em agosto, em Brazlândia. A doação serviu para envasar os produtos das oficinas profissionalizantes da obra social Associação Fraterna Irmã Regina, localizada na área rural do Rodeador. A síndica do condomínio, Magda Santos, iniciou a coleta seletiva em julho do ano passado, mas o vidro tornou-se um grande problema, até que surgiu a possibilidade de reutilização pela oficina de culinária. O contato entre o condomínio e a obra social foi concretizado por outra associação, a Saia da Toca, que nasce com a proposta de integrar pessoas e instituições em seus objetivos, necessidades e disponibilidades.
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Novos delegados Rodrigo Larizzati, 41 anos, ex-titular da 3ª Delegacia do Cruzeiro, é o novo delegado titular do Guará, no lugar de Jeferson Lisboa, que assumiu a Coordenação de Repressão às Fraudes da Polícia Civil. Rodrigo é paulista e está há 20 anos na Polícia Civil - seis anos como investigador em São Paulo e 14 anos como delegado em Brasília. Antes de assumir a delegacia do Cruzeiro, onde ficou apenas cinco meses, foi assessor da Direção Geral da Polícia Civil. Lazziratti foi deslocado para o Guará com a orientação, segundo ele, de intensificar o combate às drogas. Já o novo delegado adjunto, Mário Henrique (foto abaixo), 41 anos, conhece melhor o Guará, onde também foi adjunto da delegacia de 2001 a 2004.
Recuperação de 70 jovens infratores Com capacidade para atender até 70 jovens, foi instalada uma Unidade de Atendimento ao Meio Aberto (Uama) no Guará, nas instalações do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), antigo CDS, entre as QEs 15 e 26 e ao lado da 4ª Delegacia de Polícia do Guará. A unidade atende adolescentes que cumprem medidas socioeducativas de Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à Comunidade, encaminhados pela Justiça. Os adolescentes prestam serviços no Jardim Zoológico, na horta da Abrace no Guará, e no Centro Olímpico da Estrutural, onde também participam de atividades esportivas e de curso de informática. A secretária da Criança, Rejane Pitanga, diz que a secretaria busca novos parceiros, para ajudar na ressocialização desses adolescentes. “Estamos abertos inclusive à iniciativa privada. Quem quiser oferecer emprego como menor aprendiz basta nos procurar”, afirma a secretária.
Guaraense não liga para a dengue Está começando o período chuvoso e com ele vem a preocupação com o combate ao mosquito transmissor da dengue. Mesmo com as campanhas de conscientização, os moradores continuam ignorando os cuidados que devem ser tomados e com isso os índices da doença continuam aumentando. O Distrito Federal registrou 6.338 casos de dengue de janeiro a setembro de 2013, enquanto no mesmo período do ano passado, foram registrados 510 casos. Neste ano o número é mais de 12 vezes superior ao de 2012. Segundo a Secretaria de Saúde, 10 pessoas morreram com a doença no DF em 2013. Desses, quatro foram contaminados no entorno do DF. De acordo com José Aparecido Miranda, chefe da Vigilância Ambiental do Guará, o índice de focos da cidade é 1,5 numa escala de 1 a 10. “Se considerarmos o nível socioeconômico dos
guaraenses, é uma escala ainda alta. O problema é que ela não diminui”, explica. Ele reclama que as visitas domiciliares não tem surtido efeito. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal vai contratar 460 agentes para trabalhar no plano de prevenção. A Diretoria de Vigilância Ambiental tem, atualmente, 441 agentes de campo, 26 servidores na equipe especial, 61 que atuam internamente como apoio administrativo e 28 profissionais em laboratório. A diretora de Vigilância Ambiental, Kênia Cristina Oliveira, explica que a situação se agravou com o déficit de profissionais no combate aos mosquito transmissor. “Precisaríamos de ter em torno de mil agentes para conseguir um controle maior, até mesmo porque esses servidores lidam com outras doenças, como leishmaniose e leptospirose. Não é só dengue.”
Revista do Guará
Guará é campeão de rato Mesmo tendo uma das melhores rendas percapitas do Distrito Federal, a Região do Guará detem um índice inversamente proporcional à sua boa qualidade de vida: é que tem a maior quantidade de focos confirmados de ratos. De acordo com levantamento da Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde (Sival), dos 1.636 focos dos roedores no Distrito Federal, 481, o equivalente a 34%, foram detectados na cidade. Os cálculos são baseados em estatísticas que consideram os animais notados pelos moradores e os mortos com controle químico. A constatação seria surpreendente para uma cidade com uma população de bom nível cultural e poder aquisitivo e com praticamente 100% de rede de água e esgoto. Mas a explicação está na quantidade de lixo e entulho depositados nas áreas de transbordo autorizadas pela Administração Regional. O principal risco da proliferação de ratos é o contágio pela urina desses animais, o que provoca a leptospirose que pode levar à morte. Somente em 2013, foram registrados 22 casos no Distrito Federal, com quatro mortes, mesma quantidade de 2012. O período de maior risco da Leptospirose é o período chuvoso.
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A lenta morte do
O mais antigo clube de futebol do DF, campeão de 96, vive apenas do passado. Política e incompetência são as causas
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scolhida como uma das três se- me vestido por Ailton Lira (ex-São, des de centros de treinamentos Paulo, Santos e seleção Brasileira), para a Copa de 2014 no Distrito Dema (ex-Santos e seleção), Mauro Federal, o que inclui a reforma com- (ex-Corinthians e seleção), Ataliba pleta do Estádio do Cave, a cidade (ex-Corinthians), Beijoca (ex-Bahia corre o risco de não ter um time de fu- e Flamengo), Renaldo (ex-Atlético tebol para aproveitar o presente. Seu MG, Corinthianas e seleção), Lela clube mais tradicional agoniza e corre (ex-Fluminense e seleção), Josimar sério risco de desaparecer. Rebaixado para a segunda divisão desde 2007, o Clube de Regatas Guará, campeão brasiliense de 1996 e vice duas vezes de 1990 a 1995, o lobo da colina virou clube de aluguel e apenas participa do campeonato local para não perder o direito à vaga. O apaixonado torcedor que lotava o Estádio do Cave nos áureos tempos não tem motivos para voltar, porque os times montados nos últimos anos fizeram campanhas ridículas. O clube se mantem na segunda divisão Seu Adelino, símbolo do Guará, deve estar se remoendo no túmulo porque a Federação Brasiliense com a situação do clube, preso na 2a divisão candanga há cinco anos de Futebol acabou com a terceira divisão, onde o Guará estava, há (ex-Botafogo e seleção), Nunes (extrês anos. Flamengo e seleção), Eder Aleixo (ex A decadência do clube amarelo, -Atlético, Cruzeiro e seleção), entre preto e branco, que teve seu unifor- outros, começou em 1998, quando
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foi assumido por um grupo ligado ao PMDB local. Todos os presidentes de lá para cá eram ligados ao partido, entre eles Fábio Simão, que usou o clube apenas para ter direito a concorrer à presidência da Federação Brasiliense de Futebo e depois o abandonou, a ex-administradora do Guará Márcia Fernandez, e Márcio Antonio da Silva, o Marcinho, ligado ao vicegovernador Tadeu Filippelli, que continua controlando o clube até hoje. A trajetória da queda é um misto de incompetência e descaso com o clube. Depois do patrimônio dilapidado - vendeu o terreno de 219 mil metros quadrados ao lado do Núcleo Bandeirante em 1994 e depois o outro lote de 20 mil metros quadrados na quadra 5 do Park Way em 1998 - o Guará sobrevive apenas do nome, que foi alugado em 2010 ao empresário Roberto Buani, ex-presidente do Brasília, e este ano ao presidente do Clube da Saúde, Helvécio Ferreira da Silva, que colocou um time de juniores para disputar o campeonato brasiliense, mais uma vez, com uma campanha pífia.
Sem patrimônio e com dívidas trabalhistas que ultrapassam os R$ 2 milhões, o Clube de Regatas Guará ficou inviável. Com todos os recursos penhorados pela Justiça para o pagamento de credores, o clube também não pode receber as verbas de patrocínio destinadas pelo Governo do Distrito Federal porque não consegue obter as certidões negativas exigidas para recebimento de recursos públicos. Sem torcida, também não consegue apoio de patrocinadores que gostariam de ligar sua marca a um clube vencedor. O mais contraditório nessa história toda é que o clube foi se acabando depois que o GDF passou a patrocinar o Campeonato Brasiliense, distribuindo recursos para que os clubes pudessem montar times pelo menos razoáveis. Quando não havia patrocínio oficial, o Guará foi campeão brasiliense em 96 e vice duas vezes em apenas cinco anos. E se não disputasse o título, chegava próximo. Era um dos grandes de Brasília. Vergonha da torcida Desgostosa com as sucessivas campanhas pífias, a torcida abandonou o clube. O estádio do Cave, lotado nas manhãs de domingo
no período entre 88 e 96, é apenas uma doce recordação dos saudosistas, aqueles que vestiam amarelo, branco e preto, improvisavam uma bandeira para abrir o peito e gritar “Looooobo!” com orgulho. Hoje, quem ainda sente pulsar o coração guaraense deixou de ir ao estádio para não sofrer ou prefere não revelar a preferência para evitar gozação. São os saudosistas que lembram de timaços como o vice campeão de 1983 ao perder o título para o Brasília no Pelezão, ou o time que empolgava até 1980, cuja base era formada por Bocaiúva, Edvaldo, Carlinhos, Luis Fernando e Geraldo Galvão; Barão, Nilton e Jânio; Ivonildo, Éder e Dionísio. Ou ainda o time vice campeão de 1990, que tinha o zagueiro Mauro, exCorinthians, o meia Dema e o armador Ailton Lira, ex-Santos, o ponta Ataliba, ex-Corinthians, e o centroavante Beijoca, ex-Bahia e Flamengo. Ou ainda o time de 1993, com Josimar, que tinha sido a sensação da Copa do México em 1988, e o centroavante Nunes, ex-goleador do maior time do Flamengo de todos os tempos, treinados pelo bicampeão mun-
Poster com o elenco campeão em 1996. No segundo jogo da final, com o estádio do Cave lotado, o Guará venceu o Gama por 3 x 1.
Passado de muitos craques
Moura, Jânio, Ailton Lira, Dema, Beoca, Josimar, Nunes, Éder Aleixo, Eder Antunes, Roberto, Ed Carlos, Luís Fábio, Luis Fernando, Geraldo Galvão, Barão, Maurão, Ataliba, Zé Maria, Ivonildo - são alguns dos craques que vestiram a camisa do Guará nos bons tempos do Lobo da Colina, que durante dez anos foi um dos três grandes clubes do futebol brasiliense.
dial Brito Ruas. Sempre investindo em quem poderia levar o torcedor ao estádio, o clube trouxe ainda Lela, ex-ídolo do Fluminense, Ronaldo, ex-Flamengo, e Éder Aleixo em 1996, a estrela da verdadeira seleção brasiliense formada na gestão do presidente Cipriano Siqueira Filho. Depois de todo esse estrago, a pergunta que se faz é “qual o futuro do Guará?”. O grupo do PMDB vai continuar na segunda divisão? Quem vai querer assumir um clube sem patrimônio e com tantas dívidas?
Revista do Guará
Culpa da política Na opinião de maioria dos ex-dirigentes, ex-componentes de comissões técnicas do clube e torcedores, o responsável pela queda do Guará é a política. Ou melhor, os políticos que usaram o Guará nesses últimos 17 anos, sem a preocupação de profissionalizar o clube e segurar pelo menos parte de seu patrimônio. Nas duas últimas eleições para renovação da diretoria, a política interferiu diretamente. A primeira foi vencida nas urnas pelo grupo ligado ao PMDB local, outubro de 2013
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contra o grupo liderado pelo deputado distrital Izalci Lucas, que na época era filiado ao PFL. Na segunda eleição, uma manobra impediu que o mesmo grupo de Izalci, participasse da eleição. O edital de inscrição de chapas foi publicado no suplemento local do Jornal do Brasil e quando a outra chapa interessada descobriu não havia mais prazo para inscrever-se. A chapa única vencedora elegeu Fábio Simão, que ficou no clube apenas três meses até eleger-se presidente da Federação Brasiliense de Futebol. Em seu lugar assumiu a ex-administradora do Guará, Márcia Fernandez, que abandonou o barco um mês depois alegando interferência externa no seu trabalho. Márcio An-
Troféu do único grande título do Clube de Regatas Guará e junto com outros muitos na poeira das dependências precárias do Estádio do Cave
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tonio da Silva, o Marcinho, foi eleito presidente. Nas duas últimas eleições não houve candidato e ninguém sabe quem realmente o preside. A única informação é que existe uma ata, que entretanto não foi registrada em cartórios do DF conforme presquisa da reportagem, reelegendo Marcinho para a presidência do Conselho Deliberativo. Já o presidente Marcinho não foge da culpa, mas divide a responsabilidade com outras pessoas. “Aparece muita gente para criticar, apontar os erros e ninguém para ajudar. Sem ajuda
ninguém faz futebol. Do jeito em que estava ninguém resolveria.”, reclama o “dono” do clube. Um movimento entre ex-diretores do clube e empresários interessados em administrá-lo chegou a ser ensaiado em agosto deste ano, mas a iniciativa foi arrefecida porque não haveria mais tempo de montar um time para a disputa deste ano. Entretanto, o grupo pretende voltar à carga no final do ano, para tentar tomar o controle das mãos de Marcinho e do grupo do PMDB e colocar o lobo da colina novamente entre os grandes do futebol brasiliense.
Concurso do Jornal do Guará em 84 muda as cores do time
Até 1984 o time do Guará ostentava um uniforme preto e branco. Um concurso promovido pelo Jornal do Guará sugeria a mudança das cores e do escudo. A partir daí, o lobo da colina passou a usar as cores laranja ou amarelo, branco e preto. O escudo vencedor foi proposto por José Izidório Mascarenhas da Silva, então morador da QI 31, e o uniforme tricolor por Samuel
Revista do Guará
Leandro de Santa, arquiteto. Os projetos vencedores da camisa e do brasão receberam Cr$ 100 mil e Cr$ 50 mil. A premiação foi entregue em um jogo comemorativo do 15o aniversário da cidade em jogo contra o Olímpia, do Paraguai. As novas cores acabaram por inspirar a bandeira da cidade, escolhida em outro concurso anos depois.
Trajetória conturbada A história do Clube de Regatas começou no dia 9 de janeiro de 1957 por um grupo de servidores do Departamento de Topografia Urbana, responsáveis por medir as áreas da futura capital. O primeiro presidente do clube foi Oswaldo Cruz Vieira, o Oswaldão. Já em 1960, o Guará foi vice-campeão candango, fato que se repetiria outras oito vezes na história do clube, além de ter conseguido ser onze vezes terceiro colocado, antes de ganhar o título de 1996. O time mudou-se o Guará após a fundação da cidade, mesmo antes da construção do estádio do Cave, já que o antigo estádio Pelezão ficava na Região Administrativa do Guará. Em 1979, o time participou do Campeonato Brasileiro e conseguiu a façanha de marcar apenas dois pontos em oito jogos. O livro o Pior Futebol de Todos os Tempos, de Felipe Andreoli, de-
dica um capítulo para o que considera “a pior campanha de um time no Campeonato Brasileiro da história”. Fato é que até o meio da década de 90, o estádio do Cave ficava lotado para as partidas. Mas muitos apaixonados abandonaram o time após a mudança da diretoria depois do título candango. Como explica Firmino Santos, o Lamparina: “não dava para continuar torcendo e sofrendo por um clube dirigido por quem não queria nada com o futebol. Eles só queriam o Guará para fazer política”.
O Cave lotado, a comemoração do único título candango e Firmino Santos, torcedor símbolo de uma época vitoriosa
Desabafo de quem fez história
Manoelino Rodrigues Ex-vice presidente “Acompanho o Guará de perto desde 1989 e administrei o estádio do Cave por mais de 15 anos. Posso dizer de cadeira que a política foi a principal responsável pela decadência do clube. Desde 1998 o maior interesse das pessoas que comandam o clube é se beneficiar dele na política. Houve também muita incompetência, principalmente quando na defesa do clube nas ações trabalhistas”.
Cipriano Siqueira Filho Ex-presidente do Clube “Misturaram política com futebol. Basta ver quem foram os presidentes depois que saí no final de 96, quando o Guará foi campeão brasiliense. Todos do PMDB. Quem deles entendia de futebol a não ser Fábio Simão, que entrou apenas para conseguir o direito de candidatar-se à presidência da Federação? Foram eles também que acabaram com o restante do patrimônio do clube”.
Revista do Guará
Wander Abdalla Ex-presidente do C.R.Guará “O Guará começou a cair quando passou a ser propriedade de um grupo político. Eram pessoas que não entendiam nada de futebol mas não queriam largar o osso, com medo de que outros políticos pegassem. Veja o caso do Fábio Simão que usou o clube para chegar à Federação Brasiliense de Futebol. Ficou no cargo apenas três meses e largou tudo para trás. Foi uma morte anunciada”. outubro de 2013
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Mais ciclovias para o Guará D
eslocar-se de bicicleta ficará mais fácil e seguro no Guará. Com as obras em estágio avançado, a ciclovia avança agora sobre o contorno do Guará II - o trecho do Guará I está asfaltado e aguarda sinalização. O primeiro trecho da ciclovia do Guará começa ladeando as quadra pares do Guará I, próximo à ferrovia, da QE 8 até a QI 22, chegando à estação do metrô. A nova etapa da obra vai chegar à Feira do Guará, onde existe outra estação de metrô, até o terminal rodoviário em frente á QE 21, totalizando
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A ciclovia no Guará faz parte do Plano de Mobilidade por Bicicleta do GDF e terá 8 km de extensão
oito quilômetros de extensão. A nova ciclovia vai ocupar o mesmo percurso da antiga, só que a pista será ampliada para 2,30m de largura e terá sinalização vertical e horizontal, com bordas vermelhas. O piso de asfalto irá receber marcação com linhas amarelas seccionadas e ao longo da ciclovia desenhos de bicicletas serão pintados. A previsão de entrega é até o final deste ano. "Melhorar a mobilidade urbana é garantir mais qualidade de vida para o trabalhador, o estudante e para aqueles que usam a ciclovia para lazer e recreação", afirma o administrador Carlos Nogueira. O GDF tem um Plano de Mobilidade Por Bicicleta que prevê o estímulo ao uso das bicicletas como política de Estado por razões ambientais, urbanísticas e de saúde pública. O plano prevê a construção de uma malha de 600 km de ciclovias e ciclofaixas integrando todo o Distrito Federal.
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Além disso, o plano terá programas para o uso da bicicleta para o transporte escolar, a criação de faixas de lazer aos fins de semana e de um sistema de empréstimo de bicicletas públicas, além de ações de educação para o trânsito e respeito ao ciclista. Calçadão de pedra portuguesa Há os que preferem se exercitar caminhando ou correndo. Para os pedestres, o calçadão de pedra portuguesa será substituído por um de asfalto, mais confortável e durável. A obra terá um custo aproximado de 2 milhões de reais, com oito quilômetros de extensão, ao longo da pista contorno do Guará II. O processo de licitação da obra está em análise na Procuradoria do Distrito Federal e deve ser liberado nas próximas semanas. As pedras portuguesas retiradas ainda não têm destino certo. Consideradas por muito moradores patrimônio cultural da cidade, poderão ser aproveitadas em praças e outras áreas de lazer, ou em prédios públicos, como o novo Fórum do Guará ou no estádio do Cave. A Administração Regional apenas afirma que vai guardar as pedras em seu pátio de serviços até encontrar um destino adequado.
Thais Imobiliária ganha Top of Mind a pela 6 vez Empresa guaraense foi a mais lembrada pelo brasiliense em 2013
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stá virando rotina. A Thaís Imobiliária ganha pela sexta vez - quinta seguida - o prêmio Top of Mind, do Jornal de Brasília, como a imobiliária mais lembrada pelo brasiliense. Nos últimos quatro anos, a empresa também levou o prêmio Colibri, do Conselho Regional de Imóveis (Creci) por destaque em vendas. E é ainda tricampeã da pesquisa do portal WImóveis, por ter sido a imobiliária mais visitada na Internet em 2011/2012, com mais de 100 mil acessos. Os prêmios confirmam a trajetória ascendente da empresa, que é hoje a segunda no DF no mercado de aluguéis, com cerca de 2 mil imóveis
na carteira. Ao completar 36 anos, a Thaís aumenta não apenas no conceito do cliente mas também no horizonte. Desde 2009 está presente em Águas Claras e em 2012 abriu a filial do Plano Piloto e já prepara a abertura de duas novas filiais, no Sudoeste e em Vicente Pires. E mesmo onde não está presente fisicamente, a Thaís chega ao locador, locatário ou vendedor de imóvel, através da Rede Brasília de Imóveis e da Rede Avançada de Locação, que partilham as ofertas imobiliárias do DF, no caso da Rede Brasília, e do país, no caso da Rede Avançada.
Giordano e Leninha com o filho Hugo e a namorada Natália na entrega do prêmio para a Thais Imobiliária
Revista do Guará
Há 36 anos Tudo começou em 1978, quando Giordano, a irmã Olíbia e o cunhado Danilo, que haviam deixado a pequena Bambui, interior de Minas Gerais, para abrir um escritório de contabilidade no Guará, para onde vieram morar com a mãe. Através do escritório de contabilidade descobriram que o ramo imobiliário era mais rentável e havia um nicho no Guará. Alugaram uma sala no edifício Itaipu, na QE 7 para começar o negócio. O nome surgia da homenagem póstuma à filha de Olíbia e Danilo, Thaís, que falecera com apenas um ano de idade. Depois, juntaram-se ao grupo os irmãos Landoaldo e Júlio. Em 1985, Júlio foi embora para Belo Horizonte, onde viera a falecer dois anos depois. Aqui, os irmãos continuaram o negócio, que foi se ampliando na carteira e no espaço físico. Aos poucos, as salas do primeiro andar do edifício Itaipu, na QE 7, foram se incorporando ao patrimônio da empresa, que hoje ocupa uma área de 400 metros quadrados. Em 2007, Landoaldo, o irmão mais velho, deixou sua função na administração da Thaís, depois de também aposentar-se como funcionário da Câmara dos Deputados. Ficaram Giordano, a esposa Liene e os filhos Hugo e Lupércio - a outra filha Carolina é psicológa e trabalha num órgão público. Giordano, além de presidente da empresa, é, desde 2009, também presidente da Rede Brasília de Imóveis. outubro de 2013
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GENTEQUEFAZ A cantora Célia Porto, filha e moradora do Guará, é reconhecidamente uma das vozes mais bonitas do meio musical brasiliense. E é uma das mais requisitas para festas e shows pelo repertório de bom gosto e também pela beleza e simpatia. O guaraense Antonio Girotto enveredou-se definitivamente para a culinária e faz sucesso com sua Vila di Girotto (Setor de Indústrias Gráficas). Lá, a veia política ajuda a receber personalidades em busca de boa comida e bom papo.
Presidente da Junta de Prefeituras e Associações Comutárias do Guará (Junpag), Antônio Carlos Barbosa, tem a difícil missão de mobilizar as lideranças comunitárias da cidade, o que tem conseguido com muito esforço e jogo de cintura. O comandante da Polícia Militar no Guará, Antonio Carlos Freitas, caiu nas graças do guaraense por desmistificar a figura do policial durão e inacessível. Participa sempre de reuniões e movimentos com os moradores. Entretanto, não amacia contra os criminosos.
Chefe de Gabinete da Administração do Guará, Geovane de Freitas Oliveira é o“para-raios” do administrador Carlinhos Nogueira. Tudo passsa antes na sua mesa e depois é que chegam ao administrador, a maioria resolvidos, com muita habilidade política.
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Robson Majus Soares é um líder comunitário diferente: procura defender as causas que acredita sem se preocupar com os holofotes ou ganhos pessoais. Ambientalista, é um dos principais defensores do Parque do Guará, escoteiro e ex-conselheiro tutelar do Guará.
Revista do Guará
Max Gehringer no
Projeção
Comentarista foi a estrela da Exponegócios promovida pela Faculdade
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ma noite que já entrou para a história. Uma noite que recebeu uma avalanche de elogios nas redes sociais. Uma noite em que uma celebridade acostumada ao assédio e às grandes plateias emocionouse a ponto de confessar que gostaria de ter um evento igual ao de ontem, 1º de outubro, quando for encerrar sua carreira de palestrante. O primeiro dia da Exponegócios, a Feria de Negócios promovida pela Escola de Negócios das Faculdades Projeção, conforme previsto, já entrou para a história acadêmica da instituição. No palco, Max Gehringer, o executivo de sucesso que deixou o dia-a-dia corporativo no auge da carreira para ganhar dinheiro contando a vida nas empresas como ela é. Recorde de público, a palestra do comentarista do Fantástico (Rede Globo) e Rádio CBN reuniu 800 alunos dos cursos de Negócios das Faculdades Projeção, divididos entre o auditório completamente tomado do complexo educacional de Taguatinga e mais duas grandes salas de transmissão simultânea. Simples, acessível e simpático, Gehringer já demonstrava que iria esbanjar empatia quando foi recebido, minutos antes de entrar no palco, em sala vip preparada pelas Faculdades Projeção para recebê-lo junto de convidados especiais. Palestrante requisitado em todo o Brasil, Max nunca havia feito, em toda sua coroada carreira, uma palestra para estudantes de nível superior na Capital da República. Dono de uma linguagem prática e até mesmo coloquial, Max mostrou, sem
rodeios, os caminhos que, com sua experiência em mercado de trabalho, considera essenciais como indicações de sucesso. “Não insistam no que vocês não fazem bem. Com muito esforço, apenas vão melhorar um pouco seu desempenho em algo que não gostam ou dominam. Prefiram investir no que vocês fazem de melhor”, afirmou, em um dos momentos da palestra. Para Gehringer, o “segredo” está em começar a trabalhar cedo, aliando a experiência no mercado de trabalho com os estudos. “É essa experiência que vai garantir vantagens competitivas para todos vocês: não basta acumular diplomas; é preciso entender a dinâmica, a rotina das corporações; é preciso saber, com qualquer diploma, lidar com situações de pressão, frustrações, deslealdade e chefes exigentes”, afirmou. Recepção A larga experiência com plateias não evitou que o aguardado palestrante se emocionasse durante a abertura da Exponegócios. Gehringer não esperava encontrar uma plateia tão grande e atenta. “Geralmente, a cada palesrra, falo para 150 a 200 pessoas de um público formado por empresários, executivos e gestores. “Falar para alunos é muito entusiasmante; me sito no lugar deles, quando tinha sua idade, ávido por ouvir alguém que pudesse oferecer conse-
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Antes da palestra, o presidente do Grupo Projeção Oswaldo Saenger conversa com Gehringer lhos sobre coisas que me afligiam. Na minha época, não tive esta oportunidade”, observou Gehringer. Ao final da palestra, visivelmente emocionado com a acolhida calorosa e entusiasmada dos alunos, Max confessou: “no dia em que eu for encerrar minha carreira, quero que seja assim, com a emoção de uma noite como a de hoje, aqui no Projeção. Foi fantástico”.
Mais de 800 alunos lotaram o auditório do campus de Taguatinga outubro de 2013
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pioneiros
João Batista Lopes Correia
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Quando cheguei a Brasília morava no Núcleo Bandeirante e depois em Taguatinga e mais tarde no Guará. Comecei a construir a casa em 1968 e em 1968 já estava morando aqui. Nós temos nossa casa lá até hoje. Em 1967, no início mutirão, já era funcionário da Prefeitura do Distrito Federal, e construí a casa. Na época ainda não era casado, mas já namorava. Em 1969 casei. Aqui, criei todos os filhos e onde continuamos morando. Sempre gostei de morar no Guará. O objetivo era ter a casa e viver próximo ao o Plano Piloto. Para minha esposa, como professora, também foi importante porque tinha o trabalho perto de casa. Ela foi professora da Escola Classe 01, primeira escola do Guará. O Guará começou com a criação do Setor Residencial de Indústria e Abastecimento, com o objetivo de abrigar os trabalhadores do Setor de Indústrias. Esse setor seria construído pela SHIS, só que o objetivo da empresa do governo era de atender trabalhadores de baixa renda. O governo então reservou algumas quadras para os servidores do GDF e decidiu, com objetivo social, fazer o sistema de mutirão, porque teria participação dos servidores. O governo doou o terreno, financiou o material e a mão-de-obra ficou por conta dos servidores. A SHIS faria a distribuição socialmente, quer dizer, os servidores de baixa renda se inscreviam e tinha alguns critérios, por exemplo, se era casado, com filhos etc. O sistema de mutirão era para todos os servidores da Prefeitura que necessitassem de moradia, independente do nível funcional e socioeconômico. Foram criados os grupos de trabalho para fazer o mutirão. Os primeiros inscritos ajudavam na construção de outras casas e iam contando seus pontos. Quando atingiam um número de
pontos, eram sorteados para um grupo. Eram grupos de dez pessoas para construir dez casas. Essas casas eram construídas sem que as os participantes do mutirão soubessem qual seria sua casa para que não houvesse privilégios a alguns. Tinha um padrão, todas com porta, rebocadas, mas não tinha acabamento. Geralmente o líder do grupo podia escolher sua casa e sua preferência geralmente era por uma casa de esquina. Não existia quase nada no Guará. Paralelamente João Batista e a esposa Raimunda na casa com o mutirão, a SHIS repleta de lembranças dos primeiros anos da cidade estava construindo as outras quadras da cidade. Mas a empresa pública terminava to- tinham paciência de ensinar. As casas das as casas para depois liberar para não foram construções caras e nem moradia. No mutirão era diferente: a feitas de qualquer jeito. Foram segucada dez casas construídas já eram li- ras, tanto que nunca se ouviu falar que alguma casa tenha caído. Foram feitas beradas para morar. O mutirão começou em 1967 e foi até com orientação profissional. 1968. Nesse período nós fizemos cerca Os funcionários que estavam no mude mil casas. O Guará completou dia tirão tiravam férias. Mas os 30 dias 5 de maio 44 anos e eu moro aqui há não eram suficientes, então eram 45 anos. Eu não sou o morador mais dados mais 15 dias de licença. Teve antigo, mas fui um dos primeiros. Eu essa compreensão da Prefeitura. Nós tínhamos que trabalhar o dia todo. me considero pioneiro. O mutirão teve sucesso porque nós Tudo era feito com segurança, um ajutivemos o apoio do governo, inclusive dando o outro. com a parte técnica, engenheiros, e Não imaginávamos que o Guará fipor isso a rapidez da construção. Além caria assim. Nós pensávamos num de ter o aspecto ideológico, o mutirão núcleo residencial, tipo cidade dormiteve outro aspecto que foi a profissio- tório, próximo do centro, do trabalho. nalização de quem participou. Como Mas logo se viu que com a criação do nós éramos responsáveis pela mão-de Guará II ficaria muito bom. Cada qua-obra, muitos aprenderam a profissão dra com sua escola, comércio local. de eletricista, pedreiro, encanador... Hoje nós temos quatro filhos e oito Muitos eram solteiros, jovens e se pro- netos. Todos morando aqui no Guará. Fui honrado e administrei a cidade por fissionalizaram. Os engenheiros, além de orientar, duas vezes”.
A Revista do Guará publica em cada edição o depoimento de um pioneiro da cidade sobre os primeiros anos do Guará. Os depoimentos são registros informais da nossa história, colhidos pela repórter Janaína Xavier, e que em breve serão reunidos em um único volume. Se você conhece alguém que participou da história do Guará, nos escreva.
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20 anos de
brazilian blues band
O maior representante do blues brasileiro na capital federal leva a bandeira do Guará. Nas duas décadas a banda gravou apenas dois discos, mas as centenas de apresentações levaram o seu nome aos amantes do blues em todo o país.
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m 94, no Bar do Franguinho, no bloco A da QI 06, tendo como testemunha o agitador cultural Ricardo Retz, foi idealizada a Brazilian Blues Band. Lá bebiam e tocavam blues os parceiros fundadores Luiz Kaffa e Richard. Dos lamentos e alegrias propostos pelos acordes e vozes, nasceu a ideia de formar uma banda, ou mesmo um bando de amantes do Blues e do Rock n’ Roll. A intenção era mais específica: cantar em português, inspirados pelos ídolos Roberto Carlos (que cantou muitas canções do gênero no início da carreira) e Celso Blues Boy, considerado o precursor do blues em português e um dos seus maiores
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representantes, tendo sido parceiro até do lendário rei do blues, B.B. King. A primeira formação da banda foi totalmente guaraense. Luiz Kaffa, Richard Well, Charles Muniz e Tiago Rabelo começaram tocando covers de Celso Blues Boy, Roberto Carlos e alguma coisa do Barão Vermelho. Após surgirem as primeiras composições próprias, Tiago deixou a banda. De lá pra cá as formações nunca deixaram de ter representantes do Guará, até mesmo porque o membro fundador, Luiz Kaffa, nunca deixou a banda, nem o Guará. Com o início dos trabalhos autorais vieram os primeiros momentos de
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reconhecimento da qualidade musical da banda e o primeiro indício de profissionalização com a chegada da produtora Jussara de Almeida. Em julho de 1996 , o Jornal do Guará destacou em manchete: “Banda Guaraense Classificada em Festival Brasileiro Estudantil”, anunciando a classificação da Brazilian Blues Band em certame nacional da época, com a música “Feeling”, de Luiz Kaffa e Richard Well. Em 1997, com a canção “Harlem Blues” um poema de Cassiano Nunes, musicado por Renato Matos, ganhou vaga na coletânea “Prêmio Renato Russo”, da Fundação Cultural do Distrito Federal, e foi parte da trilha sonora, com
participação da banda nas filmagens, do premiado curta “Viva Cassiano”, de Bernardo Bernardes. Também em 1997, participou da coletânea “Pra Pirá Brasília” com mais 22 outros artistas nascidos e radicados no Distrito Federal. Em 1998, a banda se classifica na terceira colocação do Skol Rock – Etapa Centro-Oeste, com a música Cachaça, Fumaça e Rock n’ Roll. A partir de 2001, a banda participou efetivamente do evento de fundação do Clube do Blues de Brasília, quando o Autódromo de Brasília recebeu 2 mil pessoas, que doaram quase duas toneladas de alimentos para entidades carentes do DF. Na ocasião, a banda cedeu instrumento e palco para o guitarrista alemão Joerg Schmidtke. Do encontro veio o convite para apresentações em oito cidades do norte da Alemanha, excursão que ocorreu no final de 2002. Com a experiência internacional a banda já se sentia preparada para a realização do primeiro registro fonográfico. As composições foram feitas a toque de caixa, vindas de letras escritas por Luiz Kaffa desde o início da banda, com arranjos, em sua maioria, feitos pelo baixista Célio de Moraes e pelo guitarrista Leonardo Vilela. O álbum Rapadura com Bourbon foi lançado em 2003, para a sala Martins Penna do Teatro Nacional lotada. O lançamento nacional teve direito a crítica elogiosa da revista Blues n’ Jazz, única do gênero no Brasil, e a lançamento no Bourbon Street, maior casa de shows de blues e jazz da América Latina, no
A última edição da revista Guitar Player, filial da edição americana e uma das mais respeitadas publicações da área musical brasileira, trouxe como brinde aos assinantes e leitores esporádicos a coletânea “Blues na GP”. Para orgulho do guaraense, o disco tem a participação da Brazilian Blues Band, ao lado de grandes nomes do blues nacional, como Nuno Mindelis e Blues Etílicos. O lançamento da coletânea ocorreu no maior evento relacionado à música do Brasil a Expomusic 2013, ocorrida em São Paulo, no mês de setembro, com participação da Brazilian.
Bairro de Moema, na capital paulista. O lançamento do CD Rapadura com Bourbon deu fôlego à banda e serviu de ferramenta à produtora Jussara de Almeida, que conseguiu colocar o quinteto pra tocar em festivais renomados de Blues e Jazz em todo o país. A Brazilian Blues Band tocou nos festivais Bossa n’ Jazz, de Pipa no Rio Grande do Norte, Vijazz, de Viçosa em Minas Gerais, Guaramiranga no Ceará, Festival de Inverno de Pedro II no Piauí, e no maior festival de blues e Jazz da América latina: o Festival de Blues e Jazz de Rio das Ostras, no estado do Rio de Janeiro. Sem contar as centenas de apresentações fora do cir-
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cuito de festivais em todas as regiões do Brasil. O mais importante deles é o festival organizado pelos componentes da própria banda, através do Clube do Blues de Brasília: o festival internacional República Blues. Em 2012, depois de um longo inverno fonográfico devido às intempéries da música independente, foi lançado o álbum 500 Gramas Blues (música vencedora do I Festival de Música do Guará). O disco traz canções autorais com letras mais maduras, voltadas para o contexto político/social, todas de autoria de Luiz Kaffa, com arranjos de toda a banda, que agora conta com o talento do tecladista Marçal Ponce. As músicas podem ser baixadas gratuitamente na página da banda do facebook. O avanço na qualidade do trabalho musical da banda, explicitado pelo novo disco, foi essencial para o convite da Guitar Player e para esse momento especial em que a banda vive, com orgulho de representar Brasília e o Guará pelo Brasil afora. Em 2014 a banda fará 20 anos de estrada e tem planos de lançar um álbum com canções inéditas e DVD ao vivo com material selecionado dos três anteriores. A Brazilian Blues Band é Luiz Kaffa, voz e letras; Leonardo Vilela, guitarra e arranjos; Célio de Moraes, baixo, vocais e arranjos, Marçal Ponce, teclados e arranjos; e Rafael Paez, bateria e arranjos. outubro de 2013
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A Arte de
NESTABLO
Morador do Guará desde primeiros anos de vida, Nestablo Ramos Neto é um dos mais talentosos ilustradores e roteiristas de quadrinhos do país. Com currículo diversificado, o artista passeia entre a direção de arte, a prancheta e os textos com naturalidade. Seu trabalho autoral perpassa do universo mais macabro dos contos de terror a críticas sociais densas e cheias de humor, passando pelo universo infantil e os livros didáticos.
Nestablo foi reconhecido nos últimos anos como um dos melhores roteiristas de quadrinhos (indicado ao HQ Mix), melhor autor de série de aventura (Prêmio Bigorna) e seu livro Zoo foi escolhido em 2011 para o Programa Nacional Biblioteca da Escola, e passou a ser distribuído entre alunos das escolas públicas do Brasil. Mas, o reconhecimento mais claro é entre os leitores de quadrinhos. Amante do gênero literário, Nestablo é também um defensor das histórias em quadrinhos brasileiras. Seja em entrevistas, pela internet, em seus livros ou no seu programa de rádio Enerdizando (Rádio Federal), é fácil identificar em seu discurso a defesa dos autores nacionais e das editoras que se arriscam na área.
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Vive no Guará com sua esposa e apoiadora Regina Albuquerque, com ele há sete anos. De tão variada, sua bibliografia, fica difícil traçar um panorama do trabalho de Nestablo até hoje. Sua publicação de estreia é Lady Dragão, em 1998. Em 2001 publicou os Carcereiros e de 2005 a 2010 trabalhou na série Zona Zen. Em 2009 publicou o álbum Zoo, uma sátira inteligente sobre a sociedade moderna e sua relação com os animais, neste ano ganha seu terceiro volume. Ano passado lançou o livro Natureza Humana com Gonçalo Júnior. Lançou a série P.E.T – Contra a Ameaça Biológica, com mensagem ecologista voltada para o público teen. E no entremeio disso tudo, ilustrou
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dezenas de livros, criou personagens para campanhas publicitárias, participa de eventos literários e comanda seu programa de rádio. Nessa entrevista à Revista do Guará, a descontração do ilustrador contrasta com a sua eminente paixão pelo trabalho.
animais; ambos precisam de toda ajuda possível. Gosto de contribuir com o que sei fazer melhor e acho que comunicar às pessoas a importância de cuidar da Terra e de nossos animais é uma missão de todos. Como coexistem roteirista e ilustrador? Um dos dois é privilegiado na sua rotina? Em paz, graças à Deus. (risos). Pode estar chovendo pedras lá fora, mas a minha cabeça precisa estar em ordem e harmonia, senão, nada acontece. Procuro equilibrar ambos, pois um depende do outro. A história não precisa das imagens e vice-versa, uma pode existir sem a outra, mas quando trabalham juntas, o potencial é maior. Particularmente, gosto da boa parceria entre elas.
Você nasceu no Rio de Janeiro, mas veio muito cedo para o Guará. Como foi crescer na cidade? Cheguei aqui com 1 ano de idade, então não senti falta da vida que meus pais deixaram no RJ, tanto que sempre digo que sou mais brasiliense que carioca. (risos) Sempre digo que tive uma ótima infância; tão boa que continuo nela até hoje. O Guará sempre foi muito tranquilo. Quando eu era garoto, essa tranquilidade foi importante para dar início às minhas criações. Acredito que o meio influencia muito na criação do artista e o fato do Guará ter sido tão calmo na minha época de criança me ajudou a escolher temas positivos para minhas obras. Como você vê a cidade hoje? Vivo com minha esposa e meu pai. Hoje, nossa cidade está diferente de antes. Infelizmente, vejo nosso Guará um pouco mais violento e inseguro. Assaltos me preocupam e tentamos ficar sempre atentos ao que acontece à nossa volta. Escutamos muitas histórias de invasões e de pessoas sendo roubadas e feridas, inclusive já aconteceu conosco. É triste! Mas ainda me sinto mais seguro aqui do que em outras cidades próximas. Quais são seus principais trabalhos? Por quais tem apreço especial? Cada uma de minhas obras representa uma parte de mim. Seria o mes-
O que você considera suas principais conquistas? Minha paciência e determinação. Sem isso eu não chegaria a lugar algum na vida. Não é fácil adquiri-las, mas é muito fácil perdê-las, por isso devemos exercitá-las e cultiva-las com amor.
“Os leitores precisam acreditar nos autores nacionais, dar mais espaço ao que é produzido no país”. mo que perguntar a um pai qual seu filho favorito. Todas têm sua importância, pois elas mostram minha visão sobre diferentes temas. Hoje, especialmente, sou muito ligado ao meio ambiente e aos
Como é o mercado brasileiro de quadrinhos? E Brasília, tem boa posição nesse mercado? O mercado nacional está melhorando. Depois de uma fase longa e ruim, quando ele não era muito respeitado, hoje, podemos dizer que existe um futuro para ele, mas ainda há muito o que melhorar! Para isso acontecer os leitores precisam acreditar nos autores nacionais, dar mais espaço ao que é produzido no país. Como se dá a criação dos seus personagens e como eles evoluem até a
Enerdizando segundo Nestablo (radiofederal.com.br) “Enerdizando é um programa de webrádio com foco no público nerd. Em cada programa recebemos grandes nomes ligados a cultura pop para falarmos sobre desenhos animados, games, séries de tv, cosplay, colecionáveis, cinema, música e o que mais você imaginar, tudo com muito humor e informação. O objetivo, além de levar esse conteúdo de uma forma mais fácil a todos, é divulgar os artistas que lutam para mostrar o que sabem fazer, mas por falta de incentivo e oportunidade simplesmente desaparecem do mercado. Queremos mostrar ao Brasil que temos um mercado muito bom de produtores que merecem ser vistos: ilustradores, animadores, escritores, quadrinistas, todos têm espaço no Enerdizando”.
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forma final? Às vezes de uma forma natural, como se eles se criassem sozinhos. Mas gosto de pensar em amigos ou alguém que fez ou faz parte de minha vida como referência para auxiliar nas criações. É um processo gostoso, curto muito criar personagens. Como disse antes, são como filhos para mim. Depois de um tempo eles criam vida e não há como interferir em suas personalidades. Eles escrevem as histórias praticamente sozinhos, eu só as conto. O que mais deseja realizar a partir de agora? Existe um trabalho guardado na cabeça, esperando oportunidade para ser executado? Desejo encontrar a cura para os lobisomens! Brincadeira... Quero escrever mais livros. Sou um contador de histórias, é o que faço e sempre farei com muito orgulho e amor. Tenho muitos projetos; quero produzir todos, mas tenho apenas dois braços... Oh, Céus! Aos poucos estou conseguindo isso. Mas prefiro manter o mistério sobre eles! (risos).
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Onde encontrar as obras de Nestablo
Na internet: Editora Ler www.lereditora.com.br Editora HQM lojahqm.com.br Comix Book Shop www.comix.com.br Nas livrarias: Livraria Cultura CasaPark Livraria Dom Quixote Gilberto Salomão Kingdom Comics Setor de Diversões Sul Livraria com Letras Metrópole Shopping Águas Claras
Fotografe os códigos com um leitor de QR Code do seu celular ou tablet e vá direto para página da loja de cada livro
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De volta ao berço Academia Okinawa Karate-do Kyokai do Guará vai ao templo de Shuri no Japão para treinar entre os melhores do mundo
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m busca de aprimoramento, uma equipe da academia Okinawa Karate-do Kyokai do Brasil, sediada no Guará, vai ao templo de Shuri no Japão. A viagem a Okinawa, província mais meridional da nação nipônica, é uma busca pela melhoria da técnica e avanço no estudo das arte das mãos vazias. Os nove atletas vão ficar de 26 de outubro a 10 de novembro concentrados nas proximidades do templo histórico, onde participarão de competições mundiais, exames de graduação e apresentações de formas no All Okinawa Karate-do Championship 2013. A equipe é liderada pelo shihan, ou mestre, Cícero Syrih, que faz a quinta viagem à ilha. Cícero está adaptado aos costumes japoneses, e agora pretende que os faixas pretas treinados por ele aprendam ainda mais na terra do sol nascente. Cícero começou a treinar muito jovem, em um quintal na QE 32 do Guará, estimulado por um amigo. Passou a freqüentar uma academia de luta e seguiu carreira no caratê. Em 1992 foi o terceiro colocado mundial em Okinawa, a melhor colocação conquistada por um brasileiro até hoje. Agora, vai acompanhado de seu filho, Rafael Lobo, também faixa preta. Rafael foi tri-campeão brasiliense consecutivo na modalidade kumite (luta de contato) e tetra consecutivo em kata (apresentação de formas). Pai e filho treinam e ensinam karate juntos em sua
academia, no Estádio do Cave. Para preparar melhor seus atletas para a viagem, Cícero convidou o amigo Reginaldo Vital para treinar seus pupilos. O shihan é especialista em shiai kumite (luta de semi-contato) e é detentor de mais de 500 títulos em seus 35 anos de prática. Sua missão é padronizar o estilo das equipes, aprimorando o controle dos atletas sobre o
Os treinamentos foram intensificados nos últimos meses em busca de bons resultado no Japão
próprio corpo. A viagem a Okinawa, além das competições e exames, serve para confraternizar com outros lutadores de todo o mundo. A troca de experiências tem trazido bons resultados. Brasília, tradicionalmente, é a que mais leva atletas de alto nível para a ilha, e a cidade que tem os lutadores mais graduados. Culpa da troca de experiências com lutadores do mundo todo, a mistura de técnicas garante uma eficiência maior nas competições. Os atletas confirmados
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são os técnicos Cícero Syrih e Reginaldo Vital, Ida de Oliveira, Paulo Fernandes de Oliveira, Rafael Lobo, Cristiano Cavalcante, Ywre Jardim, José Carlos Amaral, Bruno Portella e Arquimedes Correia. A viagem foi custeada pelos próprios atletas e com recursos arrecadados em atividades ao longo dos últimos meses. Mensalmente, a academia organizou uma feijoada para arrecadar fundos, com ingredientes doados pelo Grupo Pão de Açúcar. Outra ajuda veia da clínica de odontologia Risofino, patrocinadora dos atletas, e da Secretaria de Esportes do DF, que custeou as passagens aéreas. O restante da verba veio com a venda de camisetas sobre a história do karateêde Okinawa (veja as camisetas em facebook.com/Okikukai. brasil). A academia Instalada no estádio do Cave, a academia de Cícero tem um objetivo maior que treinar atletas de alto rendimento: o ensino da filosofia do caratê. A academia treina pessoas de todas as idades, não apenas nas técnicas de luta, mas auxilia o crescimento pessoal e a redescoberta do corpo através das técnicas de controle e disciplina. Existem vagas disponíveis para crianças carentes, matriculadas na rede pública de ensino. A única exigência é que a criança freqüente regularmente a escola, o que é conferido pessoalmente pelo shihan Cícero. outubro de 2013
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pensandoacidade
Hilma Amaral
As Transformações Urbanas e os Desvios de Perspectivas
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úcleo urbano criado para atender a demanda por moradias de população de menor renda, o Guará, desde a sua implantação até a década de 1990, transformou-se em cidade consideravelmente adensada, onde muitos dos antigos moradores cederam espaço para uma população de classe média e média alta. A razão desta mudança é a sua localização geográfica de centralidade em relação a vários núcleos urbanos do trecho centro-sul do Distrito Federal, entre eles o Plano Piloto e Taguatinga. A proposta urbanística original do Guará previa terrenos de grandes dimensões, denominados Áreas Especiais, destinados aos usos industrial, comercial e institucional. Essa providência foi de extrema positividade sob o ponto de vista da possibilidade de oferta de postos de trabalho e serviços que reduziriam significativamente a dependência em relação ao Plano Piloto. Esta característica foi acentuada pela inclusão, em seu perímetro de abrangência, das áreas do Setor de Garagens e Concessionárias de Veículos (SGCV). Contudo, a mesma centralidade que promoveu a atração de moradores, removeu a perspectiva de sua independência. No início da década de 2000, foi criado o Polo de Moda, destinado à implantação de indústrias e comércio complementar. Mas, desde as primeiras construções ali erguidas, ele foi transformado em local de amontoado de quitinetes, desvio fomentado pela grande demanda por unidades habitacionais. Curiosamente, não foram observadas, à época, as distorções ocorridas na vizinha QE 40, área anterior ao Polo de Moda, onde projeto semelhante de implantação de atividades geradoras de emprego, renda e serviços resultou, identicamente, em numerosas quitinetes irregulares. A partir de Dezembro de 2006, a legislação urbanística do Guará foi subs-
tituída pelo Plano Diretor Local (PDL). Instrumento que deveria representar um avanço na forma de uso e ocupação do solo, visando o bem estar da população, o PDL apresentou-se como um desmotivador de qualquer perspectiva da cidade tornar-se autossuficiente. Novamente, a mesma centralidade, aliada à qualidade de vida até então existente e ao esgotamento das projeções destinadas ao uso habitacional coletivo no Plano Piloto, concentrou no Guará o foco da solução para a
A mesma centralidade que promoveu a atração de moradores, removeu a perspectiva de sua independência. carência de unidades habitacionais de média e alta renda. Os lotes das Áreas Especiais e do SGCV foram, então, destinados ao uso habitacional coletivo. As alturas das edificações e o número de pavimentos foram extraordinariamente acrescidos, em total desrespeito à horizontalidade construtiva preexistente. Entretanto, um elemento surgiu para impor freios à crescente desfiguração da cidade – A Portaria 68/2012 – IPHAN. A partir desta legislação, as alturas e o número de pavimentos foram significativamente reduzidos. No SGCV, a altura máxima não poderá ultrapassar o limite de 12m, com até 4 pavimentos. Nas outras áreas, a altura passou a ser de, no máximo, 34m, com 10 pavimentos, e dependente da cota de
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altitude do local. A Legislação de Uso e Ocupação do Solo (LUOS), por sua vez, observou o determinado pela Portaria do IPHAN, reduzindo drasticamente as alturas e o número de pavimentos. Ao mesmo tempo, a LUOS limitou o remembramento de lotes, exigiu áreas verdes internas a estas unidades e determinou afastamentos mínimos obrigatórios em relação às divisas. Além disso, impôs restrições à construção de mais de uma edificação em mesmo lote. Todos estes aspectos eram, no PDL, ora discutíveis e ora omissos. Mas, apesar da LUOS, o prejuízo já se instalou. As Áreas Especiais e os lotes do SGCV permanecem como de uso habitacional coletivo. Aliás, a maioria deles encontra-se em processo construtivo ou com obras concluídas. O adensamento populacional do Guará já se implantou, apesar da insuficiência do seu sistema viário para a demanda que em pouco tempo será gerada. Muito provavelmente, haverá problemas com abastecimento de água e fornecimento de energia, questões que exigirão consideráveis investimentos públicos que poderiam ser utilizados em obras e serviços de melhoria de condições, e não para corrigir erros cometidos. Obviamente, o desenvolvimento das cidades é algo não só obrigatório, mas sobretudo salutar. A estagnação e o engessamento levam à morte qualquer sistema, inclusive o urbano. Mas desde que as transformações atendam, coletivamente, às necessidades e aspirações de seus habitantes. outubro de 2013
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Voando sem sair do chão O sonho de voar é quase real para os amigos da AeroGuará. Todos os finais de semana estão reunidos no chão e no céu com seus aeromodelos.
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os finais de semana, quem passa pela avenida de entrada do Guará II assiste a um pequeno espetáculo no céu. Dezenas de aviões e helicópteros desfilam na área verde próxima ao Parque do Ezechias Heringer. Silenciosos, é preciso estar atento para acompanhar suas manobras e, de longe, se vê uma reunião de pessoas com controles na mão. São os membros da AeroGuará, a associação de aeromodelismo elétrico da cidade. Os aeromodelos são aeronaves construídas em escala reduzida. São pilotadas do solo com controles remotos e são impulsionadas por motores elétricos, seguindo o os mesmo princípios de uma aeronave real, sem barulho e sem gases poluentes. O aeromodelismo foi fundado nos anos 20, nos Estados Unidos, por Paul K. Guillow. No início os aviões eram feitos de papel com hélices propulsionadas por elásticos tensionados. Aos poucos os pequenos aviões foram evoluindo, passando a serem equipados por motores a combustão, caros e de difícil manutenção. A tecnologia proporcionou a fabricação de baterias cada vez menores, como as usadas em telefones e feitas de Polímero de Lítio, e as aeronaves passaram a receber motores elétricos nas últimas décadas. Com maquinário menor e mais barato, os aeromodelos puderam voltar a ser
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fabricados com materiais leves. O aeromodelo elétrico, além de ter um custo de aquisição e manutenção menor que os modelos a combustão, são mais seguros e protegem o meio ambiente, já que não produzem nenhum tipo de gás poluente, não derramam óleo, são construídos com material reciclado e podem ser operados em pistas menores e em áreas verdes. A AeroGuará conta hoje com quarenta praticantes regulares, mais dezenas de amigos e curiosos que visitam a pista de decolagem improvisada, em frente à QE 19. Diversos tipos de aeromodelos elétricos decolam do lugar, como aviões radiocontrolados, planadores e helicópteros. Os praticantes são empresários, funcionários públicos, comerciantes e militares, pais de família que encontraram uma diversão saudável na tecnologia dos pequenos aviões. O cantor José Marcos Batista Lima, diretor da AeroGuará, conheceu o hobby como a maioria das pessoas: primeiro veio o interesse em aeronaves reais, com visitas ao aeroporto, às pistas de pouso e pesquisas até a construção do primeiro aeromodelo. “Ao ver aviões sobrevoando o espaço aéreo ficava observando seus movimentos e barulhos emitidos pela turbina. Ao fazer caminhadas pelo Guará II descobri uma área isolada ao lado do posto
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de saúde. Conheci três pessoas que ali praticavam o hobby que hoje são meus amigos Bruno, Arthur, Edmilton. Passamos a nos encontrar todos os finais de semana para a prática do aeromodelismo”. Muitos aeromodelos carregam câmeras para registrar as imagens de cima. Nos monitores, os controladores tem a sensação dos pilotos, como se estivessem sentados dentro dos aviões. As belas imagens aéreas do Guará podem ser vistas no Youtube e nas redes sociais - basta buscar por “aeroguara”. Falta estrutura A pista improvisada em uma área verde é ampla, mas não oferece nenhum conforto aos praticantes. A associação luta agora pelo reconhecimento da modalidade pelo poder público e, consequentemente, conseguir um espaço próprio. Uma nova pista para um clube de aeromodelismo precisa de um piso liso para pousos e decolagens, uma área para os helimodelos, mesas para montagem, configuração e teste e, claro, energia elétrica. O local ideal é o Cave, pois a proximidade com o Parque do Guará deixa livre uma grande área para vôo. E como os aviões não poluem nem fazem barulho, não afetaria o meio ambiente. Os associados defendem que a construção de uma pista atrairia cada vez mais adeptos ao aeromodelismo.
clubesdeSERVIÇO Doação para creche
Seminário de Rotary no Guará A cidade sediou o Seminário da Comissão Distrital de Gestão Estratégica, no final de setembro. Participaram cerca de 50 rotarianos do Distrito Federal e contou com a presença do covernador do Distrito 4530, Raimundo Fonseca e sua esposa Dina. O seminário teve como coordenadores os governadores Assistentes Roney Roy Rodrigues, Yumiko Rocha e Maria Leodenice Alves Magalhães e foi realizado na sede do Rotary Clube do Guará, na QE 38. O Governador Eleito 2014-15, Demetrius Galinos Contonyannis, foi um dos palestrantes com o tema “Área de Enfoque e Metas para o Ano Rotário 2013-14”. Na palestram, ele falou sobre a necessidade de fazer doações à Fundação Rotária, “pois é ela a mola propulsora dos
projetos humanitários mundiais e locais. Se cada rotariano contribuir com o equivalente a US$ 100 dolares no ano à Fundação Rotária, seria muito importante. O clube deve fazer parceria com a Fundação como Empresa Cidadã, contribuindo para a ABTRF. Aproveitou e elencou doze itens das Metas para a Fundação Rotária”. Outra palestrante foi a rotariana Nize de Paula Barbosa, que falou sobre o tema “Planejamento como instrumento de Gestão – O processo de Planejamento Estratégico”. O Governador Raimundo Fonseca fez o discurso de encerramento pedindo a todos para o compromisso +20%, sua meta para o ano rotário, e que até o momento está satisfeito com o cumprimento das metas pelos clubes visitados.
A Creche Tia Joana, da quadra Lúcio Costa, recebeu nova doação do Rotary Club Guará Águas Claras e da Associação de Senhoras de Rotarianos do Guará. A doação desta vez foi de um tanque de lavar roupas com capacidade de 10 kg. Na entrega do equipamento na Creche estiveram os associados Oscar Luiz, Jucileide e Edgar Garcia (foto).
Casa para família carente na Estrutural O Rotary Club Guará Águas Claras está construindo uma casa para uma família carente da Estrutural. O casal Aldemir e Maria de Fátima, com seus filhos Danilo (8 anos) e Cássio (4 anos) vão receber uma casa em alvenaria no lugar da antiga de madeirite. A família vivia em condições precárias e sem condições de ter uma casa melhor, porque Aldemir sofre de problemas cardíacos - está aguardando transplante de coração - que o impedem de continuar trabalando. O clube está buscando mais doações para ajudar na obra. Quem quiser ajudar basta depositar qualquer quantia na
conta corrente do Rotary Club do Guará Águas Claras, Caixa Econômica, agência 0643, operação 003, conta nº 004-4. Em caso de depósito bancário envie uma mensagem para o e-mail: rotary23921@gmail. com, informando sobre o depósito. Mais informações entre em contato com Edgar Lira (61) 8593-9610 ou Oscar Luiz (61) 9655-6847. É o Rotary fazendo o bem no mundo.
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FILHOTES DO ZOO Q
uem olhar distraído para a fotografia aqui em cima, pode não perceber o filhotinho agarrado nas costas da tamanduá Marquinhas. Para camuflar o filho do olhar atento dos predadores, a listra escura na barriga da mãe se encaixa direitinho na listra do filhote, fazendo-os parecer um bicho só. Esse tamanduazinho nasceu há quatro meses no jardim Zoológico de Brasília e, mesmo tendo idade para andar sozinho, prefere ficar nas costas da mãe. Outra novidade no Zoo são os três filhotes de Orelha e Uly. Eles são lobosguará (Chrysocyon Brachyurus) e têm apenas três meses de idade. Tímidos, são o animal símbolo da nossa cidade. Batizaram o córrego, que nasce atrás do setor Lúcio Costa e desemboca no lago Paranoá, com o nome do bicho e
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só depois a cidade. Antigamente muitos lobos viviam na área onde hoje é o Parque Ecológico do Guará, por isso a grande quantidade de lobeiras por aqui. Essa árvore é muito importante para os lobos-guará, pois serve de alimento e remédio para o sistema digestivo desses animais. Orelha, o pai, tem esse nome por causa de sua orelha caída. Ele foi resgatado com dois ferimentos de bala e levado ao Zoológico onde se recuperou. A mãe, Uly, teve dois filhotes há dois anos. Uma delas se chama Carol e vive no Zoológico de Goiânia. Quem quiser visitar os bichinhos, o Jardim Zoológico funciona de terça a domingo, das 9h às 17h.
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O pai Orelha e um de seus filhotes em momento de descanso .
natocadoLOBO
Luciano Lima
Rádio Federal
Transporte pirata
Apesar de ter a sua sede em Águas Claras, a Rádio Federal tem em seus quadro de apresentadores e locutores vários guaraenses, como o quadrinista Nestablo Ramos, o jornalista Cristino Porfírio, o marqueteiro Brenno Voxx e este colunista, que apresenta toda terçafeira, das 20h ás 22h, o programa Papo Firme. Acesse www.radiofederal.com.br e acompanhe a rádio nas redes sociais.
É impressionante a atuação do transporte pirata no Guará. Circulam livremente aproveitando a deficiência do transporte público e a ineficiência dos órgãos de fiscalização do DF. Fiquei em um determinado dia da semana, das 16h às 17h, em uma parada de ônibus em frente ao Pólo de Moda do Guará II e pasmem: para cada ônibus legal, paravam cinco ou seis carros oferecendo transporte ilegal.
APAEs sobrevivem A tentativa do Governo Federal de acabar com as APAEs foi grosseira e desumana. Felizmente, o Congresso Nacional já dá sinais claros que a proposta será rejeitada com a apreciação do Novo Plano Nacional de Educaçao. Aliás, o plano e já era para ter sido colocado em prática desde 2011. Esperamos com muita expectativa que
M
ob
Virou uma febre o pedal noturno no Guará. Cerca de 500 ciclistas participam dos diversos grupos que organizam as pedaladas e os números só crescem. Se você deseja participar, anote aí: Ciclovia Bikes (QE34/Guará 2), toda terça-feira, às 20h. Chicos Bike (QI 01/Guará I), toda quarta-feira, às 19h30. Capitão Bikes (QI 04/Guará I), toda quinta-feira, às 20h.
possa ser instituído o ensino bilingue, de libras e integral em todas as escolas públicas ou pelo menos em boa parte. Esperamos que toda escola pública possa ter bibliotecas, salas de informática, quadras poliesportivas cobertas e auditório. É importante reafirmar que educação não se faz somente com decretos ou leis e sim com investimentos.
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Complexo Esportivo do CAVE Já imaginou o complexo esportivo do CAVE sendo referência para a formação de atletas nas mais diversas modalidades? O complexo tem pista de bicicross, quadras poliesportivas, campos de futebol, estádio de futebol, finásio e um teatro de arena espetacular e mau aproveitado. Em 2016 vamos sediar uma Olímpiada!
Bicicross O Guará é a cidade do Distrito Federal que mais se destaca no bicicross. Aliás, muitos corredores da cidade estão entre os melhores do Brasil nas diversas categorias da modalidade. No último dia 22 de setembro foi disputada, na pista do Complexo do Cave, a final do Campeonato Brasiliense e foi muito triste a ausência do público e a desorganização da Federação de Bicicross do DF. Alguns atletas estão se reunindo para dar mais força para a Associação Brasiliense de Bicicross (ABBX) e fortalecer o esporte que é olímpico. Ainda há tempo!
A bicicleta está se tornando cada vez mais uma alternativa para quem quer se livrar do caos que se transformou o trânsito no Distrito Federal. Por isso, é muito importante que a bicicleta seja vista, de fato, como uma solução para os problemas de mobilidade urbana no DF. Investimentos em ciclovias que interliguem as cidades, acompanhamento técnico apropriado nas obras de construção das ciclovias, campanhas educativas e o último vagão exclusivo para os ciclistas são algumas das propostas que poderiam ajudar a diminuir o número de carros nas ruas.
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Palhoça
O sabor da tradição
O restaurante mais antigo a servir carne-de-sol em Brasília continua a ser referência na cozinha e no salão
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imenso salão do Palhoça guarda muitas histórias. Palco de centenas de reuniões de empresas, partidos políticos, grandes comemorações e eventos culturais, o restaurante é o maior e mais antigo do Guará. Sua localização estratégica cria um ambiente de fácil acesso e ao mesmo tempo reservado e a amplitude do seu salão permite que vários eventos aconteçam ao mesmo tempo na casa. Desde 1978 o Plahoça serve a sua carne-de-sol e outros pratos que encantam pela primazia no preparo e no respeito à tradição. O segredo é a mão de Maria Lourdes, que chefia a cozinha desde a sua inauguração. Ela supervisiona desde o corte da carne, o processo de maturação até a checagem do tempero antes de ir à mesa. Esse cuidado não fica apenas na cozinha. Ela e os sócios Jorge Gustavo e Gilvaldo Cunha estão sempre presentes, cuidando do atendimento, da administração e da qualidade do serviço do restaurante. Os pratos vêm em porções generosas e separadas, para servir até três pessoas. A carne-de-sol é acompanhada de arroz, feijão de corda, paçoca, mandioca, queijo do sertão e manteiga do sertão. A Galinha à Cabidela, um guisado
de frango enriquecido com o sangue do animal, muito popular no interior do Brasil, é também um dos pratos mais populares. No cardápio ainda há a Dourada ao Molho, servida com arroz, feijão e pirão, e outras opções de comidas típicas. Sem dúvida, o prato que mais encanta os frequentadores, pelo cuidado no preparo é a Buchada de Cabrito. Conhecida por ser uma receita de difícil preparo, exigindo muito habilidade do cozinheiro ao dosar o tempero, a buchada do Palhoça sempre recebeu elogios e é servida diariamente. O restaurante é notório por ser local de grandes reuniões, principalmente políticas. Foi palco de anúncios de alian-
Carne-de-sol, buchada de cabrito e a dourada ao molho, pratos tradicionais conquistam o paladar do guaraense há 35 anos
ças eleitorais, celebrações de vitórias nas urnas, reuniões de partidos e as mais diversas comemorações. O Palhoça reserva mesas e monta cardápios especiais para atender eventos no seu salão, localizado no setor de Postos e Motéis, com acesso pela pista ao lado da QE 46, passando pelo antigo clube do Grêmio.
Palhoça Carne-de-sol
O amplo salão para 600 pessoas é local favorito de políticos e empresarios para reuniões com seus apoiadores. A agilidade na cozinha e o atendimento diferenciado garante o conforto de grandes grupos, como os reunidos pelo deputado licenciado Alírio Neto.
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SPM Sul Conj. H Lote 3
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falandosobreVINHO Júlio Neves Vinho do Porto 2011 Vintage
Primitivo x Zinfandel Mesma uva, delicada, de casca fina, com amadurecimento desigual, doce e com capacidade de gerar vinho com alto teor alcóolico. Na boca, frutas vermelhas maduras, compotas e corpo volumoso. Na Itália, a Primitivo na região de Puglia é a uva mais famosa, tradicionalmente nas sub-regiões de Gioia del Colle, Manduria e Salento. Na América do Norte, a Zinfandel é muito bem adaptada na Califórnia. Apesar de geneticamente serem iguais, a grande diferença entre o Zinfandel e a Primitivo, é basicamente o terroir que é potencializada pelo estilo de vinho, onde os americanos conseguem tirar o máximo da madeira em uma belíssima harmonia e na Puglia prevalece em geral a doçura da uva e aromas originais de fruta. A Confraria Amigos do Guará teve a oportunidade de degustar 7 exemplares entre americanos e italianos. Foi marcante a diferença de estilo entre as duas regiões.
Entusiasmados com a safra 2011 os produtores declararam este extraordinário ano como “vintage”. O clima no Douro deu-se com chuvas em pequenas doses e com temperaturas moderadas, um quadro meteorológico ideal para o amadurecimento correto e concentração das uvas. Vintage só é engarrafado em anos selecionados, em média 3 em uma década. Ou seja, um vinho mais valorizado e com caráter de guarda, para durar décadas e ser aberto em momento especial.
Colesterol A universidade Hebráica de Jerusalém descobriu que ingerir vinho tinto com carne vermelha pode evitar um aumento do colesterol. A carne vermelha possui compostos que se acumulam no sangue e ajudam a formar o colesterol ruim, aumentando os riscos de doença cardíaca. É onde entra o vinho tinto que possui características antioxidantes, polifenóis, impedindo que o estômago absorva esses compostos, não chegando à corrente sangüínea.
Vinho Verde, o Vinho da Vez? O nome vinho verde é derivado das características climáticas encontradas nesta região demarcada como Vinhos Verdes, noroeste de Portugal, onde o verde da vegetação é muito predominante. As uvas não são colhidas verdes, ao contrário que muitos acham devido à denominação. São colhidas maduras e as principais castas são o Alvarinho, Avesso, Azal, Arinto, Loureito e Trajadura. É um vinho de
característica leve e fresco, de baixo teor alcóolico, frutado, fácil de beber e muito flexível de harmonizar com a comida. A revista internacional Decanter fez uma matéria com o título “ Vinho Verde, thenexte big thing?”. A verdade é que cada vez mais o Verde Português, vem penetrando no mercado internacional, principalmente Inglaterra e Estados Unidos, e é um grande substituto para outros
vinhos brancos como Sauvignon Blanc e Chardonnay, visto que com o tempo a massa do mercado consumidor passa a ficar com o palato estressado e tende a buscar alternativas de sabores e aromas novos. Espero que o Vinho Verde seja realmente a bola da vez dos vinhos brancos, porque sou apaixonado pelo Vinho Verde e torço por isso!
Vinhos do mês Cor violeta, com aromas de especiarias e cereja, corpo médio, com boca de frutas vermelhas maduras, toque herbáceo e pimenta. No Supermercado Dona de Casa, ele está em promoção. Produzido pela vinícola Korta, na qual vem ganhando reputação ao longo dos anos, localizada a 60 km da Cordilheira dos Andes no vale Curicó, apresenta um bom custo benefício.
Uva emblemática espanhola vem se adaptando em outras regiões do planeta. O vinhedo da região Rivadavia mostra muito bem essa adaptação em microclima argentino. O produtor é o maior nome de vinho na Argentina, Catena Zapata. Excepcional relação preço qualidade encontrado na Adega do Supermercado Dona de Casa na QE 30.
Marques del Nevado Reserva 2011, Cabernet Sauvignon, Chile - R$ 28,90
Alamos Tempranilho 2010, Catena Zapata, Mendoza, Argentina - R$ 42,90
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Feira do Guará se prepara para o movimento de final de ano. Com estoque renovado e mais conforto, os feirantes vão sortear um carro entre os clientes.
Pronta para a festa
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ue a Feira do Guará é uma das melhores opções de compra de Brasília todos nós sabemos, principalmente para quem vive pertinho dela. São centenas de opções de presentes, roupas, calçados, brinquedos e muita comida boa, a preços mais convidativos. Ideal para quem prefere a comodidade de fazer todas as compras no mesmo lugar, do presente das crianças aos ingredientes da ceia. Faltando pouco mais de dois meses para o natal e Ano Novo, os feirantes da Feira do Guará começam a se mobilizar para dar conta de atender aos milhares de clientes nessa época do ano. O trabalho começa na renovação do estoque, é preciso agradar um público cada vez mais exigente e continuar a oferecer preços melhores que as outras lojas. Reforço necessário também na equipe de vendedores. Com o movimento multiplicado, o atendimento de cada banca é o diferencial na conquista dos clientes. Além das mudanças dentro de cada
banca, a feira também passa por melhorias. As áreas comuns são a maior preocupação da Ascofeg, a associação de feirantes que administra a Feira do Guará. Manter os banheiros sempre limpos, os corredores bem conservados e oferecer o máximo de serviços para o conforto dos clientes é prioridade. Por exemplo, a Feira do Guará é
Preço e variedade são aos maiores atrativos da Feira do Guará, principalmente na gastronomia, onde produtos regionais exclusivos atraem pessoas de todo o mundo
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a única do DF a oferecer a brinquedoteca para os filhos ficarem enquanto os pais vão às compras, serviço oferecido gratuitamente aos clientes. Os restaurantes e bares em torno da feira também são um atrativo, já que é possível passar mais tempo no local e ainda saborear comidas típicas, pescados ou o famoso pastel, além de se refrescar com água de coco ou caldo de cana. O número de caixas eletrônicos dobrou nos últimos meses. Agora os clientes podem sacar dinheiro em quatro instituições diferentes, o que evitas filas no horário de pico e garante a circulação de dinheiro na feira. A praça interna da feira receberá uma reforma visando a temporada de compras e a sinalização interna será reforçada. Prêmios no fim de ano Para atrair cada vez mais clientes, a Feira do Guará, além da diversidade de produtos e dos preços baixos, vai distribuir prêmios entre os clientes. Ao apresentar notas fiscais de produtos comprados na feira, os clientes poderão concorrer a um carro novo, além de outros prêmios. O carro será sorteado entre quem optar por comprar seusvpresentes , os ingredientes da ceia de natal ou do almoço em família, ou até mesmo em quem for à feira apenas para passar um tempo agradável nos restaurantes do local.
GENTE
Fátima Souza
Edna advogada Secretária do Jornal do Guará por mais de nove anos, Ednalva Silva é o exemplo de que a perseverança sempre vence. Cursou advocacia na Faculdade Projeção com muito esforço e mesmo antes de colar grau já tinha conseguido passar no exame da OAB. Agora pode ser chamada de “doutora Edna”. Na foto, com a família: o marido Antonio Aquino Júnior e as filhas Manuela e Thaís.
Despedida de Geraldo e Leni Figura muito querida no Guará, o pioneiro Geraldo Teodoro deixou a cidade para morar em São Raimundo Nonato no Piauí, para acompanhar a esposa Leni, que volta a morar na sua cidade natal. Antes de ir, Geraldo foi homenageado pelo Rotary Club do Guará, clube que ajudou a fundar há 33 anos e que nunca deixou de frequentar. Na foto maior, Geraldo com os companheiros do Rotary. Com a família. E a esposa Leni sendo homenageada por Giula Cabral, da Casa da Amizade.
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GENTE
Fátima Souza
Aniversário de Divino O ex-administrador do Guará por duas vezes, Divino Alves, abriu sua casa no Park Way para que amigos e parentes fossem comemorar seu aniversário com um almoço. Tudo muito bem preparado pela ex-primeira dama da cidade, Siléia Alves. O clima foi de muita confraternização e descontração.
Família completa: Fernando (filho), Divino, Poliane (nora), Beatriz e Camile (netas), Everton, Siléia, Leandro (filho) e Bruna (neta), Renata e Ana Carolina (noras)
Nazaré e Rubens Mello (sentados), Maria Augusta, Fátima e Francisca (irmãs de Divino), Leoclides Rinaldi, Natália (filha de Nazará e Rubens, com o filho João Pedro e o marido Márcio Gonçalves)
Siléia, com Getúlio Ribas, sua esposa Cleonice e a filha Renata ao lado de Divino
Alan, Aldair Félix, Silgésia Alves e Siléia, Divino, Geraldésio Alves. Em pé: Carlos Kenendy, Leandro, Geraldo Neto e Cláudio Oliveira
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Silvécia, Divino, Aldair Félix, Cris e Sildésia
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Cidinha e Jorge, Divino, Alcir Souza e Fátima, e Márcia Fernandez
Divino, Geraldo Eudóxio, Hilton Sousa, Francisca e Maria Augusta
Rosana, Divino, Sandra e Paulo Pontes
Marinéia, Divino, Marta Edmeia, Idelma e José Azevedo
Siléia segura a neta Camile, e as netas Ana Caroline e a pequena Bruna
Carlos Kennedy, Divino e Siléia
Os sobrinhos Márcio Adryllis e Matheus, o cunhado Aldair Félix (à frente), o filho Everton (atrás) e sentadas as sobrinhas Roberta, Givanna, Dayse, Shirlene e Renata.
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Rafael Souza
NOSSAS LACUNAS MORAIS
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Secretaria de Habitação anuncia agora a elaboração do Código de Posturas do Distrito Federal. Em resumo, pretende reunir toda a legislação que trate do comportamento dos cidadãos e discipline o uso de áreas públicas. Um compêndio de normas escritas que facilitam a convivência. Reuniões que serão conduzidas em cada cidade e um questionário online tentam entender as principais queixas dos cidadãos (no Guará dia 14 de outubro). Seus resultados aliados à legislação existente serão moldados em formato de lei e encaminhado à Câmara Legislativa. Uma boa oportunidade para colocar em pauta os assuntos cotidianos da vida de uma cidade. O Código de Posturas vai tratar de assuntos divididos em quatro temas: higiene pública e qualidade ambiental, bem-estar público, paisagem urbana e patrimônio amterial e imaterial, e por fim, funcionamento das atividades econômicas. Assim, pretende-se discutir a limpeza da cidade, a convivência pacífica entre vizinhos, o uso das áreas comuns, como praças e parques, e a rotina do comércio. O questionário disponível no site da Sedhab pergunta aos cidadãos até mesmo sobre a possível obri-
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gatoriedade de manter as fachadas das casas pintadas e bem conservadas, zelando pelo aspecto da cidade. Ao tentar preencher lacunas na legislação, o Governo tenta também preencher lacunas morais no comportamento dos cidadãos. As leis servem justamente para regulamentar as práticas sociais, assim garantir os mesmos direitos e deveres a todos. O código discutirá regras que deveriam estar encrustadas em cada um de nós. Valores morais e hábitos essenciais à vida em sociedade. Qualquer criança sabe que viver em sociedade demanda respeitar as liberdades individuais, somos educados (ou deveríamos ser) para isso. Para ser livre é necessário aceitar que todos o são e respeitar o espaço comum. Essas regras não precisariam estar escritas, deveriam ser naturais e as leis apenas as endossariam, como defende a doutrina de Immanuel Kant. Infelizmente é preciso uma lei, e possíveis punições, para impedir um morador de jogar lixo em local indevido, ou avançar o muro de sua casa sobre a área pública, invadir a calçada, conservar seu quintal limpo, ou mesmo estacionar no lugar certo. A cidade do Rio de Janeiro iniciou recentemente uma campanha, base-
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ada em lei municipal e com punições previstas, para evitar que as pessoas jogassem lixo nas ruas. Após alguns dias de estranhamento, a lei mostra agora os bons resultados. Já no primeiro mês, a redução do lixo nas ruas do centro da capital fluminense foi de 50%. Com certeza, o resultado agradou os cidadãos cariocas, os mesmo que sujavam as ruas inconscientes do prejuízo em larga escala. Portanto, o Código de Conduta nasce para exigir que de cada um de nós uma cidade melhor. A mesmo exigência que fazermos aos governantes todos os dias. Exigir uma cidade limpa, ordeira, organizada e pacífica através de atitudes. Se sabemos que não se deve sujar a praça, ou desperdiçar água, ou estacionar em vagas para idosos, por que o fazemos? Por que há lixo nas ruas, placas irregulares, áreas públicas invadidas, escolas destruídas e governantes corruptos eleitos? Isso tudo existe porque nós permitimos. Boa parte dos problemas da cidade seria resolvida se simplesmente seguíssemos o que aprendemos na escola ou em casa. Agora, vamos discutir uma lei para obrigar o homem a ser civilizado. E, impressionantemente, isso é sim necessário.
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