Julho de 2013 - no 15 - Distribuição Gratuita
As consequências do crescimento desordenado
A saga do administrador Carlinhos Nogueira
Os 30 anos do Jornal do Guará
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NESTA EDIÇÃO As dores do crescimento
Como o crescimento desordenado e a desobediência à legislação urbanística traz malefícios à toda população do Guará
9 Gente que faz
Padre João Firmino
As pessoas que se destacam pelo trabalho em prol da cidade, como Giordano Garcia Leão da Thaís Imobiliária.
O guaraense que lidera uma legião de jovens católicos rumo à reafirmação dos valores da igreja romana
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Carlinhos Nogueira Ele vive na cidade desde muito jovem e agora enfrenta o desafio de administrá-la.
Vocação Gastronômica
16 30 anos do JG O Jornal do Guará comemora sua terceira década de existência com a abertura de seu acervo histórico
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Uma das mais tradicionais quadras do Guará tranformou-se na melhor opção gastronômica da cidade, comida para todos os gostos e bolsos, para comer no local ou levar para casa.
Revista do Guará
Edição: Alcir Alves de Souza (DRT/DF/1980) Reportagem: Rafael Souza Endereço: EQ 31/33 Ed. Consei, salas 113/114 - Guará II Fone: 3381.4181 Fax: 3381.1614 E-mail: contato@jornaldoguara.com Site: jornaldoguara.com Facebook: facebook.com/jornaldoguara Tiragem: 8 mil exemplares Impressão: Gráfica Ideal Circulação: bancas de revistas, comércio, órgãos públicos, consultórios médicos e odontológicos, restaurantes, portarias de edifícios comerciais, lideranças comunitárias e empresariais, autoridades que moram ou interessam ao Guará, Câmara Legislativa, bancada do DF no Congresso Nacional e na Região Administrativa do Guará.
A volta da Revista
C
om esta edição inauguramos uma nova fase. Para comemorar os trinta anos do Jornal do Guará, decidimos relançar a Revista do Guará (o último número saiu em maio de 2008, em comemoração aos 25 anos do JG). Nossa proposta agora é manter a circulação mensal da revista, paralelamente às edições semanais do jornal. O relançamento da Revista do Guará acontece num momento de redescoberta da própria cidade. Conhecida no passado por cidade-dormitório, o Guará caminha cada vez mais para longe deste estereótipo. Os guaraenses reencontraram o prazer de viver o seu lugar. Frequentam cada vez mais os restaurantes, academias, mercados, praças, festas e eventos da nossa própria região. Isso tem influenciado positivamente na abertura de novas opções de comércio, gastronomia, serviços e atividades recreativas. É nossa responsabilidade agora ajudar a fomentar essa mudança, valorizando cada vez mais o que é feito aqui. Uma cidade não é apenas um território delimitado. O Guará é formado por sua história, por seus lugares e pelo modo como vivem, como pensam e o que fazem os seus moradores. Nas páginas da Revista do Guará, veremos porque a cidade é celebrizada pela sua qualidade de vida e os elementos que levaram a isso e que podem destruir essa imagem. Essa é a Revista do Guará, um instrumento para entender melhor a cidade e dar voz às ideias, iluminar os lugares e destacar as pessoas que fazem do Guará um excelente lugar para viver e se divertir. Ainda em comemoração aos 30 anos do Jornal do Guará, temos um presente especial aos leitores: decidimos abrir nosso acervo desde 1983. Aos poucos vamos disponibilizar todas as edições, fotos e arquivos do Jornal do Guará. Por enquanto, temos as edições completas de 1983 a 1987, além da capa de todas das edições até hoje, disponíveis na íntegra e gratuitamente na página eletrônica do JG (jornaldoguara.com). Ao folhear as páginas dessas edições históricas, é possível entender como o Guará se tornou o que é hoje. Nas próximas páginas veremos como o crescimento mal planejado pode afetar diretamente na vida dos moradores e comerciantes, uma entrevista com o atual administrador Carlinhos Nogueira sobre sua infância no Guará, os melhores restaurantes da cidade e as pessoas que se destacaram na sociedade guaraense. Essas e outras matérias estão disponíveis no nosso site e todos os sábados no Jornal do Guará. Uma boa leitura, Alcir de Souza
um produto
Revista do Guará
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POUCAS&BOAS
Alcir de Souza
Até agora, nada
Faltam vagas
Em outubro do ano passamos o Jornal do Guará mostrou as as condições precárias do Centro de Saúde 2, ao lado da QE 17. Há dois meses, refizemos a matéria, mostrando que nenhuma providência foi tomada e que a situação havia piorado. A resposta da Secretaria de Saúde é que a obra estava prevista no cronograma de reformas das unidades da rede. O que faltou informar é para quando a reforma está prevista. Ainda neste governo?
Assessoria eficiente
Alírio de volta à Câmara Segundo os blogueiros Sérgio Loros e Odir Ribeiro, o secretário de Justiça, Alírio Neto (PEN), um dos nomes mais fortes do atual governo, deve voltar à Câmara Legislativa depois do recesso de julho. A razão é o momento delicado que passa a relação do Buriti com a CLDF, que anda fazendo corpo mole para votar os projetos de interesse do governo. Alírio, que já foi presidente da Casa, conhece muito bem as manobras, artimanhas e demandas dos distritais., é bom articulador, o atual secretário teria a missão de unir a base governista para solidificar o apoio ao governador Agnelo nas eleições do ano que vem.
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Um setor que funciona muito bem na Administração do Guará é a Assessoria de Comunicação Social do administrador, capiteneada pelo experiente jornalista Ivan Carvalho, que já foi coordenador de Comunicação da Câmara Legislativa e professor universitário de Jornalismo. Além de produzir conteúdo de qualidade para a imprensa, a assessoria está sempre pronta a atender aos veículos de imprensa. Pena que alguns servidores da própria Administração se neguem a atender os apelos da Ascom por informação à imprensa.
Cadê a Escola Técnica? Já estamos no meio do ano e nada de começar as obras da Escola da Técnica do Guará. Atraso é de quase um ano e meio. A escola deveria estar sendo construída entre as QES 17 e 19. O dinheiro para as obras são oriundos do Governo Federal.
Revista do Guará
Enquanto não há vagas para estacionar o carro dos moradores do Polo de Moda, há grandes áreas ociosas, em frente e no centro do setor. Se não há solução iminente para o problema das moradias irregulares, por que a Administração não pavimenta e ilumina as áreas para aliviar os sintomas do inchaço? Com um estacionamento bem iluminado e central, os próprios moradores e empresários poderiam contratar serviços de segurança para o período noturno ou instalar câmeras. Melhor que encher o lugar de quiosques.
Cidade do Servidor Quem comprou lote nas QEs 48 e 52 da Cidade do Servidor através de licitação da Terracap pode requerer a suspensão do pagamento das prestações até a votação da Lei de Uso e Ocupação do Solo, que foi encaminhada à Câmara Legislativa para votação. Somente depois da promulgação da Luos é que os compradores vão ter direito ao alvará de construção. A empresa tomou a medida após as reportagens do Jornal do Guará sobre o assunto.
Thais Imobiliária de novo A guaraense Thais Imobiliária foi eleita mais uma vez a imobiliária mais lembrada pelos brasilienses e vai receber pela 6ª vez o prêmio Top of Mind do Jornal de Brasília. Mesmo numa cidade satélite, a Thaís hoje tem a terceira maior carteira de aluguéis do Distrito Federal, com cerca de 2 mil imóveis em suas quatro unidades.
Prestígio O casal guaraense Roberto Policarpo, deputado federal, e Socorro Torquato, administradora regional da Cidade da Estrutural, mais uma vez mostrou prestígio no governo. A Estrutural foi escolhida para o lançamento da nova frota de ônibus coletivos do Distrito Federal.
Fórum pronto Estão praticamente prontas as obras do Fórum do Guará, ao lado da Administração Regional. O prédio deve ser inaugurado em entre agosto e setembro e os trabalhos começam em outubro.
Precária situação do Cave A um ano da Copa do Mundo (e das eleições), a reforma do Estádio do Cave ainda não começou. Pelo menos esta obra tem projeto, orçamento e gente interessada em realizá-la. Em contrapartida, as outras estruturas esportivas do Cave estão se sucateando. A pista de skate precisa de reforma, assim como ade bicicross e a quadra de areia. A rampa de halfpipe de skate foi coberta inadequadamente e estragou durante as chuvas. O Clube de Vizinhança acabou. Sobrou apenas a quadra de tênis em condição de uso. E o Ginásio do Cave? O deputado Policarpo colocou R$ 2 milhões no Orçamento do GDF para reformá-lo, mas sua equipe no executivo não consegue transformar orçamento em obra. A Casa da Cultura e o Teatro de Arena estão bonitos, o estádio vai ficar, o novo Fórum será inaugurado em breve, a Feira do Guará vai trocar toda a fachada e cobertura. Entretanto, ao que parece, o ginásio e o clube vão ficar como lembrança do passado.
Revista do Guará
Guaraense Paula Pequeno A guaraense Paula Pequeno - nasceu e viveu na cidade até aos 16 anos - uma das principais jogadores de vôlei do país, volta à terra natal. Ela vai jogar no mais novo time do DF formado com o apoio do Governo do Distrito Federal. julho de 2013
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Sob o olhar conivente do governo, residências tomam lugar de empresas, áreas são invadidas e ruas viram estacionamento
AS DORES DO
CRESCIMENTO
por Rafael Souza
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Guará tem se distanciado do seu planejamento inicial. É claro que não se previa uma cidade de quase 150 mil habitantes em 2013, segundo o IBGE. Tampouco se previa tantas quadras novas e setores de desenvolvimento econômico. Mas, o Guará continua sendo uma cidade essencialmente residencial, ainda que o comércio da cidade esteja estabelecido. O crescimento da cidade nos últimos cinco anos é a principal preocupação dos moradores, que sentem o reflexo desse crescimento nos serviços
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essenciais como transporte, segurança e saúde. O local onde o crescimento foi mais prejudicial é justamente a face oeste do Guará II. É justamente na área onde estão os prédios acima da altura usual da cidade, em frente ao Setor de Oficinas, a QE 40 e o Polo de Moda. Os três setores tem vivido as mazelas do crescimento desordenado. E a tendência são os problemas se multiplicarem, principalmente com a conclusão das obras dos prédios residenciais restantes.
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O Polo de Moda e a QE 40 foram criadas como quadras mistas, destinadas a receber empresas e abrigar apenas os proprietários sobre suas lojas. No Polo de Moda, por exemplo, o projeto original previa que as fábricas, confecções e lojas ocupassem até dois andares e no máximo um apartamento por lote, justamente para abrigar a família dos empresários. No Plano Diretor de Ordenamento territorial do DF, o PDOT, foi autorizada a inclusão do quarto e do quinto pavimentos, e também a partição dos lotes em apar-
A coexistência de comércio e residência no Polo de Moda é o principal complicador na organização das ruas tamentos, para legalizar o setor. A lei prevê que apenas o primeiro pavimento seja para empresas, sendo os outros três para o uso multifamiliar, mediante pagamento de outorgas no governo. A emenda ao PDOT que torna regular as construções do setor é de autoria do deputado Alírio Neto. O PDOT teve sua constitucionalidade questionada e não está mais em vigor. A Administração do Guará espera a aprovação da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) na Câmara e sua posterior sanção pelo governador para saber como agir.
apartamentos, construidos sem alvará tempo e a conivência da fiscalização, e, portanto, sem a segurança garanti- tornaram-se áreas com grande conda. A falta de ação do governo, mesmo centração de imóveis residenciais. São com as diversas denúncias feitas pelo prédios com pequenos apartamentos, Jornal do Guará e por outros veícu- construídos sem alvará e muitas vezes los, permitiu que os prédios fossem sem seguir as normas de construção concluídos e agora permite que apar- vigentes. Como as áreas não previam tamentos irregulares sejam negocia- estacionamentos amplos, apenas vados abertamente. É fácil ver placar gas rotativas para atender o comércio, de “vende-se” ou “aluga-se” no setor. os carros se espalham pelas ruas. O Hoje a cidade vive os A tendência são os pro- mesmo acontece problemas causados com a coleta de pelo descaso ou pela blemas se multiplicarem, lixo doméstico, diconveniência das auto- principalmente com a ficultada porque as ridades. ruas não previram conclusão dos novos uma demanda tão Insegurança prédios residenciais. grande de pessoas O assunto mais recordurante a noite. rente na fala das lideranças comunitárias é a falta de segurança na quadre e em todo o Guará. Crimes violentos Foco de violência aconteceram este ano na cidade, norSegundo o delegado da 4a DP Jefermalmente tranquila. Mas, o que assus- son Lisboa, a falta de planejamento ta mesmo é o volume de crimes menos causou dois problemas sérios. O prigraves, como roubos, assaltos a carros, meiro é a exposição dos carros. Sevenda e consumo de drogas. Notou-se gundo ele, é natural que a incidência neste primeiro semestre que os crimes de roubos de carro e furtos seja maior se concentravam em uma área espe- em uma região onde os veículos estão cífica da cidade: a QE 40 e o Polo de mais expostos, por causa da falta de Moda e o Setor de Oficinas. E, segundo vagas e ruas estreitas. O outro fator de os especialistas em segurança pública atração dos criminosos é o baixo valor e urbanizacão, o problema é crônico e do aluguel e a informalidade dos contem consequência da formação desor- tratos. Como não possuem habite-se denada das novas quadras. ou qualquer documentação, os contraO fato é que a área tem característi- tos de locação na área são feitos dicas diferentes do restante da cidade. Foram planejadas para abrigar empresas e eventualmente residências unifamiliares, mas, com o
Os prédios de mais de 20 andares, não previstos no plano original da cidade, trouxeram problemas de estacionamento, fornecimento de água e de luz. A estruturação da cidade para receber esses prédios antes da construção teria evitado o problema.
Acima do permitido Hoje, o Polo de Moda está cheio prédios de até seis andares, colados uns nos outros. Prédios com até 40
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retamente com o proprietário. Sem a obrigação de manter-se por um ano no local, sem fiadores e outras garantias legais, a rotatividade de inquilinos é muito alta, o que facilita a ação de traficantes, criminosos e garotas de programa. Por poder ficar pouco tempo no local, não precisar de dar garantias ou documentos, a área é a preferência para os bandidos. Desvirtuamento O projeto do Polo de Moda do Guará é de autoria do então deputado distrital Agnelo Queiroz, e dos deputados Cláudio Monteiro e Jorge Cauhy. Foi votado pela Câmara Legislativa, na primeira turma de deputados do DF, e implantado durante o governo seguinte, de Cristovam Buarque. Para a ex-presidente da Associação Comercial do setor, Maria Lourdes Coelho, os problemas foram acumulados ao longo dos anos. Para ela, que acompanha o projeto desde 1987, o desvirtuamento da quadra é a causa das mazelas. Desde o início de 2011, um grupo de mais de 200 empresário do setor entregou ao governador um abaixo assinado solicitando o cumprimento de algumas metas estabelecidas no projeto, entre elas a construção da Praça da Moda, a transferência da 4ª Delegacia de Polícia, a demarcação das vagas pelo Detran e a finalização do projeto paisagístico do setor. Para Maria Lourdes, essas ações são paleativas, mas devem melhorar a curto prazo a situação do Polo de Moda. Ainda assim, a empresária aponta como única solução o fortalecimento da atividade econômica fim do setor. “Somos 221 empresários do ramo no local, e outras centenas
de empresários de outras áreas. Isso é um fator extremamente favorável para a aplicação de políticas públicas para incentivar a indústria e o comércio” diz. A empresária defende a ideia que um segmento empresarial forte pode ocupar os espaços destinados hoje erroneamente a residências e mudar o quadro paulatinamente. Um dos mais enfáticos defesores de uma solução definitiva para o Polo de Moda é o deputado Chico Leite (PT). “O setor foi planejado para abrigar empreendimentos ligados à moda, à implantação de galpões e indús-
O projeto do Polo de Moda é de autoria de Agnelo Queiroz, Cláudio Monteiro e Jorge Cauhy, então deputados distritais.
trias que alçariam o Distrito Federal à condição de exportador, nacional e internacional, de produtos e serviços. O projeto contemplaria aproximadamente 470 empresas com incentivos fiscais do governo local por meio do Pró-DF. Ainda em 2008 representei ao Ministério Público contra o desvirtuamento do Polo de Modas, que contava com apenas 225 lotes ocupados e, desses, apenas 120 abrigavam efetivamente atividades ligadas à destinação original do setor”. Crescimento Inevitável O consenso entre autoridades e comunidade é que os problemas de segurança, trânsito e sociais são reflexo do crescimento desordenado, segundo o ex-administrador do Guará Joel Alves.
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“São as dores do crescimento. Se visitarmos outras cidades, os problemas são os mesmos. O que penalizou muito o Guará foram as mudanças na legislação. O principal golpe veio do PDL de 2007. A mudança de destinação de lotes e o aumento do gabarito criaram muitos problemas para a cidade. Graças a ação do poder executivo e do judiciário, o sangramento foi estancado, mas deixou marcas na cidade. O crescimento é um processo natural e estava previsto, como os lotes nas área central do Guará II, muito deles ainda vagos, e as áreas comerciais ainda vazias, como os Centros Comunais. A pista de contorno do Guará II já foi feita com três faixas há 30 anos atrás, prevendo que a cidade se desenvolveria. O problema é apenas com a falta de planejamento de algumas áreas do Guará para receber tantas pessoas”. É uníssono entre os guaraenses o discurso de cuidado com o crescimento da cidade. Ainda que discordem da forma que o crescimento deve ser conduzido, os fatores negativos trazidos pelo aumento repentino de residências foi notado. O jornalista Luciano Lima destaca essa preocupação. “O Guará sempre foi e continua sendo uma cidade linda. É preciso de uma presença maior do Estado atuando diretamente na comunidade. O crescimento da cidade se deu de forma muito rápida. A qualidade de vida foi ameaçada pela especulação imobiliária. O Guará ainda é uma das melhores cidades para se morar no DF, mas não podemos deitar em berço esplêndido. Precisamos cuidar para que a cidade não perca a fama de ser o lugar onde a qualidade de vida é prioridade”. julho de 2013
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administrador
CARLINHOS NOGUEIRA
O
administrador Carlos Nogueira da Costa conhece bem o Guará. Chegou aqui em 1970, apenas um ano após a inauguração da cidade. Com 18 anos, veio com os pais para a nova moradia no conjunto A da QE 8. Seu pai, comerciante no Gama, e sua mãe funcionária do Governo do Distrito Federal, trabalhava na sala de imprensa do então governador Helio Prates da Silveira. Carlinhos estudava no colégio Elefante Branco, na Asa Sul e lembra da dificuldade em chegar no Gama depois da aula. Isso, somado ao senso de oportunidade dos pais comerciantes, fizeram a família optar pela mudança para o Guará, quando o GDF ofereceu uma oportunidade de nova casa. Poucos meses depois, seu pai alugou uma loja na QI 10 e montou um dos primeiros mercados da nova satélite. As mercearias da época atendiam os clientes no balcão. “Meu pai foi um dos primeiros a montar o mercado com gôndolas, ainda de madeira, com os produtos expostos. Mesmo assim, pouca coisa vinha empacotada. Pesávamos os grãos, a farinha e muitos outros produtos”, recorda o administrador. O mercado mudou-se para a QI 8 em 1972. Carlos Nogueira o assumiu em 1978, ano de seu primeiro casamento. Em 1982, o mercado estava estabelecido em três lojas próprias. Em 1982, ele e vários outros empresários da cidade fundaram a Associação Comercial e Industrial do Guará. Foi fundador também da Associação de Supermercados de Brasília e da Superede de Supermercados, uma congregação de pequenos e médios varejistas, formada pelos supermercados BigBox, Amazonas, Caprichoso, Vitória e alguns outros. Nessa entrevista, ele lembra alguns momentos marcantes da história do Guará e pondera sobre os problemas que o guaraense enfrentará no futuro. Qual a memória mais viva dos primeiros anos do Guará? - As peladas nos campinhos de terra. Isso é muito forte. As imensas áreas descampadas, as crianças correndo, o espaço aberto. Uma cidade muito simples, formada de gente muito simples. Mas, todos trabalhadores. Não havia drogas, violência agressões. Não me lembro de nenhum colega meu envolvido com isso. A gente se reunia nos campos de terra. Quando anoitecia, a fraca iluminação pública daquele tempo criava um ambiente agradável. Na época, as redes de água pluvial estavam sendo construídas e havia muitas manilhas de concreto espalhadas pela cidade. Sentávamos naquelas manilhas para conversar, namorar, nos reunir. Todo fim de semana tinha festinha na casa da alguém. Era só ir para a praça e descobrir onde estavam todos. Em geral, reunidos em algum quintal. Era gente muito hospitaleira,
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que construiu a cidade junto, e por isso muito unida. Foram anos difíceis até a cidade ter a cara que tem? - Era impressionante. Me lembro de cuidar do mercado e escutar todo o tipo de coisa. O que mais me lembro é da quantidade imensa de pessoas que desistiram das casas. Muita gente desistiu de mudar para o Guará. Escutava gente se vangloriando por ter trocado sua casa por um carro velho com um “trouxa”. Imagine, gente trocando a casa no Guará por um Vemaguet, um Dolfini... Gente vendendo casa aqui para comprar em Ceilândia e em outras cidades. As ruas sem asfalto assustavam. Os taxis se recusavam a entrar aqui. Deixava a gente na beira da EPTG e as senhoras caminhavam até em casa. As casinhas brancas, enfileiradas, sem muro, sem grade, lembravam um pombal. E esse era o ape-
Revista do Guará
lido pejorativo que davam à cidade no começo. Mas, aos poucos, o perfil da população se impôs. Uma cidade pioneira como a nossa, localizada onde estamos não podia dar errado. Imagine uma cidade construída por seus próprios moradores em sistema de mutirão dar errado. O povo foi criando orgulho de morar aqui. Foi defendendo a cidade e acreditando. O comércio se desenvolveu, as casas melhoraram. As pessoas começaram a reconhecer no guaraense um estilo próprio, de povo do interior. Onde todo mundo conhece o vizinho e se ajuda. E a cidade foi crescendo assim. Quais são hoje as principais qualidades da cidade? O que justifica tamanha procura por imóveis aqui? -O Guará é a cidade que tem mais praças públicas de Brasília, é conhecida por seu comércio local diversifi-
“As pessoas começaram a reconhecer no guaraense um estilo próprio. Onde todo mundo conhece o vizinho e se ajuda”
cado e perto de cada casa. Aqui, cada morador conhece o dono do mercadinho, o açougueiro, o jornaleiro. Temos a nossa orla, o nosso calçadão, nossas quadras polieesportivas, o Cave, a Feira do Guará. Temos hoje 28 Pontos de Encontro Comunitário, os PECs, e até o fim do ano serão 35. São seis campos de futebol sintético, e até o fim do ano serão 10. Além dos Centros de Lazer Integrado, os parquinhos, o Parque do Guará... Somos abastecidos por três estações do metrô e circundados pela natureza. Isso faz do Guará diferente e é isso que norteia os novos investimentos. Temos construído coopervias em toda a cidade, novas ciclovias estão a caminho. São realizações do GDF, orientadas pelo governador Agnelo Queiroz e de acordo com a população
da cidade. Temos tentado reforçar esse ar bucólico e comunitário do Guará. Levar as pessoas à praça, a ocupar os espaços ociosos, frequentar o nosso comércio local. Assim combatemos a violência, o uso de drogas e proporcionamos desenvolvimento de nossa população, social e economicamente. O Guará enfrenta hoje grandes problemas causados pelo crescimento abrupto. Isso poderia ter sido evitado? - Certamente. Nos últimos dez anos a legislação foi muito cruel com o Guará. Em busca de novos espaços residenciais, as construtoras encontraram no Guará e nas suas características um bom local para fazer negócio. Natural que uma cidade cresça, mas não pode
Revista do Guará
crescer como cresceu. Os prédios de mais de 20 andares vão causar transtornos, as áreas comerciais transformadas em residenciais e vice-versa também. Seria possível crescer ordenadamente. É impossível impedir esse crescimento, é natural. Mas, de forma mais clara e preparada. Com a votação da Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) tenho certeza que a Câmara Legislativa vai ser mais responsável do que no passado. Essa legislatura tem muitos deputados simpáticos à cidade, alguns moradores ou ex-moradores do Guará e, portanto, grandes conhecedores de nossas necessidades. Hoje, enfrentamos problemas imensos com o trânsito. Não apenas pela quantidade de carros dos moradores do Guará, mas por estar a cidade entre grandes centros urbanos. Muitos motoristas cortam caminho para Águas Claras, Taguatinga, Riacho Fundo, Park Way por dentro do Guará. Temos problemas de estacionamento, por conta da quantidade de prédios em áreas previstas anteriormente para outros fins. Temos tentado amenizar esses problemas quando não podemos resolvê-los. O abastecimento de energia elétrica, que sempre foi um problema para os guaraenses pela sua inconstância, agora será finalmente resolvido com a nova rede de alta tensão. O Polo de Moda foi criado para ser um centro industrial, para gerar empregos, abrigar empresas. Onde deveriam estar as fábricas, confecções e serviços e no máximo uma residência por lote, estão hoje vários prédios de quitinetes construídos irregularmente. Sem estacionamento, sem previsão de rede de esgoto suficiente... Ou seja, um lugar que não foi pensado para morar. Isso acarreta hoje nos problemas que vivemos ali. Como é o local do Guará onde os carros e os bens estão mais expostos, é natural que mais roubos aconteça. Temos, a Administração do Guará, a Polícia Civil e a Polícia Militar, intensificado as atividades e investimentos na região. Temos investido em novas praças, vamos reforçar a iluminação e na parte social. Precisamos reverter esse quadro o quanto antes. Estamos próximos de uma solução. julho de 2013
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cidade
iluminada
Visão noturna da cidade do Guará, nas lentes do fotógrafo Getúlio Romão.
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Em sobrevôo de helicóptero, Getúlio captou nuances escondidas sob os raios solares e fora da visão dos moradores.
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ANOS DE
30 por Rafael Souza
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m março de 1983, circulava a primeira edição do Jornal do Guará o periódico comunitário mais antigo do Distrito Federal. Nesses 30 anos ininterruptos, foram mais de 600 edições, hoje distribuídas semanalmente. A cidade foi construída nos anos 70 e consolidada lentamente ao longo dos anos 80, e o Jornal do Guará documentou a construção dessa comunidade, suas particularidades e seus símbolos. O Jornal do Guará foi narrador e protagonista da construção de uma das cidades mais bem equipadas e com melhor qualidade de vida do Distrito Federal, posicionando-se com a comunidade em torno de questões que atingiam a cidade diretamente, como as mudanças arquitetônicas, a consolidação do parque ecológico, o desenvolvimento local, a gestão política e a visão cultural. Ao longo desse tempo, o processo artesanal para montagem de um jornal mudou. Os fotolitos, as montagens, a datilografia, as revelações são agora obsoletos. O JG (ou Jornal do Guará), na rede mundial de computadores, chega à casa de qualquer pessoa em segundos, assim que a notícia acontece. É fabricado dentro de uma má-
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quina e reproduzido em milhares de cópias impressas em minutos, da editoração eletrônica à fotografia digital. As redes sociais e a instantaneidade da comunicação interconectada que distribuem cada nova edição a milhares de leitores em segundos. Mas a essência do jornalismo é a mesma, assim como a essência do Jornal do Guará. Um modesto jornal comunitário que sobreviveu à massificação dos meios de comunicação. Jornalismo é a história contada no exato instante em que acontece. Folhear o Jornal do Guará, desde a sua primeira edição, é entender a história da cidade, compreender os fatos que levaram à sua fotografia atual. Ter como missão criar as condições para que uma população ciente de sua história tenha orgulho de seu povo. Aflora em uma população bem informada a sensação de pertencimento a uma comunidade e, por consequência, a suas capacidades de desenvolvimento social e econômico são potencializadas. Assim, a trajetória do jornal confunde- se constantemente com a trajetória do Guará e ambas são escritas na voz futura. Ao relermos o passado contado como a novidade incrível, como o que está para acontecer, lida-
Para comemorar os 30 anos do Jornal do Guará, decidimos abrir nosso arquivo. Digitalizamos as edições dos primeiros anos do JG e colocamos tudo à disposição em jornaldoguara.com. Um acervo que retrata cada um dos personagens e fatos que fizeram o que o Guará é hoje. Está tudo lá, sem intermediários. mos com o ápice da incerteza dos dias que virão. Em cada edição desses trinta anos, o JG contou os acontecimentos e, principalmente, revelou os planos de nossos cidadãos e governantes. Tornaram públicos os projetos de desenvolvimento, as ideias dos guaraenses, as aspirações políticas, as indagações das lideranças e as previsões para um futuro que passou, ou seja, as notícias que relatavam há 30 anos os projetos vindouros agora são história. Outras previsões, projetos e ideias nunca aconteceram. Muitas se tornaram hoje no que nos orgulhamos de chamar de Guará. O Jornal do Guará, baseado no que sabia, então, fez também suas previsões. Quantas vezes aspirou desvendar o nome do administrador antes do anúncio oficial, ou tentou entender os próximos investimentos do Estado, ou como nossos cidadãos se comportariam. Acertou algumas vezes. Mas errou muitas e provavelmente continuará a errar. Essa futurologia lógica, esse historiar o presente é que faz do jornalismo peça fundamental no desenvolvimento de qualquer povo. Traz à tona a grandeza de tornar público o que é privado, de dar a todos o poder da informação.
Em busca da história da cidade podemos agora nos deparar com a narrativa da consolidação de uma cidade no Brasil. Um fato raríssimo, possível no Distrito Federal por conta da sua recente fundação. Quando a primeira edição circulou, a cidade do Guará tinha apenas 14 anos. Imagine quantas vezes isso foi possível. Um veículo de comunicação narrar o crescimento de uma cidade inteira desde os seus primeiros anos. Percebe-se que as páginas guardadas das edições antigas do Jornal do Guará continham o passado narrado em tempo presente. Uma perspectiva diferente de se olhar o passado.Uma ferramenta para os estudantes e, principalmente,para os líderes e os governantes, para que conheçam bem o passado a fim de compreender os problemas presentes. A Abertura do Acervo A fase inicial do trabalho de abertura dos arquivos consistiu na coleta e processamento dos dados. Buscou-se recuperar o acervo e digitalizar uma parcela substancial deste. Neste primeiro momento foram digitalizadas as edições completas dos primeiros cinco anos do Jornal e as capas de todas as edições até hoje.
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O Jornal do Guará foi montado artesanalmente nos seus anos iniciais, como eram todos os jornais impressos. Antes da informatização e dos softwares de diagramação eletrônica, máquinas de escrever, estiletes, fotolitos, fitas e mesas de luz eram as ferramentas para a montagem de um jornal. Pela perenidade desse material, os originais em fotolito já não existem. O arquivo das edições do Jornal do Guará consiste dos originais publicados, encadernados em livros divididos por anos de publicação. Outras edições, principalmente a partir do início do século XXI, estavam disponíveis em arquivos digitais. Mas, como as mídias onde se gravam arquivos (CDs, Zipdrives e flashdrives) são mais frágeis que o papel e resistem menos à ação do tempo, muitos arquivos se perderam. A solução foi buscar as edições impressas desses números também. Em uma segunda etapa, propõe-se a construção de produtos com o material reunido. Produtos que podem facilitar o acesso a este acervo. Ao digitalizar o material e promover a sua livre distribuição, foi criada a possibilidade de multiplicação infinita dos documentos. E no intuito de dar acesso universal, resolveu-se reunir o julho de 2013
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acervo, organizado cronologicamente, em uma galeria composta pelas edições digitalizadas. O primeiro passo foi disponibilizar essa galeria via internet. Para isso a solução mais viável foi a criação de uma página eletrônica própria do Jornal do Guará para disponibilizar os arquivos em ordem cronológica. Pelo tamanho dos arquivos é igualmente necessário criar-se a possibilidade de gravar esses arquivos em disco pessoal, o download, e do acesso a essas edições em aparelhos móveis como smartphones ou tablets. A compatibilidade com dispositivos móveis é essencial já que a mobilidade é apontada como a principal tendência do mercado de comunicação atualmente, como aponta a empresa global de consultoria de gestão Bain&Company no seu relatório Publishing in The Digital Era (2011). Essa pesquisa demonstra que até 2015 de 15 a 20% da população mundial terá nos arquivos digitais suas principais fontes de leitura. Segundo a Bain&Company há barreiras ainda difíceis de transpor quando pensamos em jornais e livros em mídias digitais. O estudo aponta que 41% das pessoas não aderem à nova tecnologia simplesmente porque não querem abandonar a “experiência do papel”. Outras dificuldades importantes são o preço dos aparelhos e a baixa disponibilidade de títulos, comparado ao número de títulos impressos. O estudo da Bain&Company abrangeu 3 mil pessoas em seis países considerados desenvolvidos: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, Coréia do Sul e França. Quando perguntados sobre o conteúdo das informações mais lidas pelos leitores em mídias digitais o resultado apontou que 43% do material consumido eracomposto denotícias locais. Coberturas especiais ou investigativas interessavam a 36% dos entrevistados, seguidos de negócios (29%), esportes (27%), entretenimento (9%) e classificados (7%). Essa pesquisa mostra a valorização dos veículos de comunicação com foco geográfico em suas versões digitais. O jornalismo comunitário Ainda que se trate de um compêndio de edições físicas, facilitando sua categorização por dados numéricos, é na subjetividade do seu conteúdo
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que reside o material a ser estudado. Por isso, o caso a ser apresentado é o conteúdo do acervo de edições e seus desdobramentos sociais. A principal diferenciação do jornal comunitário de outros veículos de comunicação impressos é o seu objeto de interesse jornalístico. Voltado a uma comunidade específica, atende à demanda de comunicação de seu grupo pertencente. Não se constrange ao conversar diretamente com seu grupo ou ao focar-se em seus limites geográficos ou ideológicos. Diferentemente dos meios de comunicação tradicionais e de maior porte, não se considera isento da realidade que retrata. É pautado justamente pela realidade a que pertence. Suas escolhas editoriais são guiadas não pela simples necessidade de informar imparcialmente um fato, mas pela urgência de entender e explicar o mundo a sua volta os fatos que norteiam seus conterrâneos Esta é a característica mais importante do jornal comunitário: a proximidade com seu objeto de reportagem e com seu público. Supre as expectativas de uma comunidade estabelecida e reconhecida como tal. Além de voltar suas pautas à comunidade é integrante da mesma. Por desenvolver papel de aglutinador de opiniões, o jornal comunitário passa a ser o recorte estético da comunidade onde está inserido, sendo agente mediador de suas discussões. Apresentando a cidade a ela mesma, direciona o pensamento dos integrantes do grupo social a uma consciência de unidade comunitária. O pertencimento de um jornal comunitário à sua comunidade é, segundo Marques de Melo, sua principal característica. “Uma imprensa só pode ser considerada comunitária, quando se estrutura e funciona como meio de comunicação autêntico de uma comunidade. Isso significa dizer produzido pela e para a comunidade”. O simples foco geográfico ou segmentação ideológica não define um jornal comunitário. Um jornal comunitário só pode ser considerado como tal se reconhecido pela sua comunidade. Isso não apenas define o veículo, como define também sua postura e sua pauta, essa definição é imprescindível para o entendimento claro do papel de um jornal comunitário.
Por reportar, com foco qualitativo, a sua comunidade, o jornal comunitário é referência comunicacional de seu público. É mediador das opiniões e vetor dos acontecimentos daquele grupo social. Por propor-se a ser este instrumento, passa também a ser importante agente na formação da identidade do mesmo grupo social. Como controla parte do fluxo sociocultural, acaba por exercer importante papel político na formação da opinião coletiva. Por pertencer ao seu objeto de retrato, a imparcialidade erroneamente atribuída ao jornalismo torna-se mais distante. A tendência de um veículo de comunicação extremamente ligado ao assunto que reporta é a de intervir para ressaltar os interesses que representa, ainda que exponha os outros aspectos da notícia. Como define Paulo Freire, “toda neutralidade proclamada é sempre uma escolha escondida, à medida que os temas, sendo históricos, envolvem orientações valorativas dos homens na sua experiência existencial”. Um jornal comunitário consolidado não é apenas responsável pela indexação do pensamento coletivo, mas também por dar forma final a este. A centralidade social do veículo de comunicação comunitário é a mesma que garante o protagonismo do emissor na comunicação. Ao assumir a posição de portador da concepção ideológica de uma comunidade, o jornal comunitário assume a responsabilidade da criação de uma hegemonia de pensamento, mesmo que efêmera e mutável, como consequência de sua atividade principal. É justamente esta proximidade com seus personagens que faz do jornal comunitário propriedade coletiva. Mesmo sendo veículo privado e controlado por seus criadores, o jornal comunitário tem tamanho compromisso com seu
público que passa a ser instrumento deste. Distanciando-o do controle de grandes grupos e interesses políticos e econômicos, quando estes estão desalinhados com o pensamento coletivo. Torna-se difícil o controle externo de um jornal comunitário para atender a interesses particulares, já que o público que o legitima é também o povo que o pauta e fiscaliza. Diferente dos grandes veículos de comunicação de massa, a mesma proximidade com o público que define a comunicação co-
Jornalismo é a história contada no exato instante em que acontece. Folhear o Jornal do Guará, desde a primeira edição, é entender a história da cidade.. munitária é a que molda seu conteúdo e discurso. Enquanto os grandes veículos têm a comunicação em si como fim, ou seja, tem como principal atividade a transmissão de informações ao seu público, os veículos comunitários têm neste processo apenas um meio. O ato de transmitir a informação é utilizado também como ato de transformação social. Para Mauro Wolf, autor do livro Teorias da Comunicação de Massa, “os meios de comunicação comunitários têm assim o potencial de ser, ao mesmo tempo, parte de um processo de organização popular e canais carregados de conteúdos informacionais e culturais, além de possibilitarem a prática da participação direta nos mecanismos de planejamento, produção e gestão. Contribuem, portanto, duplamente para a construção da cida-
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dania”. Neste processo específico de comunicação, a troca de informação não se resume à emissão e à recepção. Aqui, o meio congrega um fórum cíclico e perene.Como a periodicidade do veículo, os assuntos abordadosestabelecem um diálogo entre os integrantes da comunidade,sendo o jornal comunitário o meio desta discussão, ainda que não se resuma a um vetor passivo. Aplicações da história O propósito não é analisar minuciosamente os documentos componentes do acervo do Jornal do Guará, mas criar a possibilidade de que outros tenham acesso a essas informações. E a partir daí encontrar coletivamente análises da história da cidade, do percurso do Jornal do Guará e, principalmente, encontrar finalidades práticas para a documentação histórica dos anos fundamentais de uma cidade, quando se afirmou como tal e consolidou suas principais características. . Entender a importância da história de uma cidade para sua comunidade. Propõe-se a partir da abertura deste acervo a construção coletiva de finalidades para o mesmo. Sejam elas para entender a formação do Guará, a evolução do jornalismo comunitário nos últimos 30 anos ou rever as decisões que deram forma a nossa comunidade de maneira isenta dos preconceitos formados pelo tempo. Analisar as ideias passadas quando ainda eram frescas, as que deram certo e as que falharam. As edições históricas do Jornal do Guará podem e devem ser utilizadas nas salas de aula, como fonte de informação para elaborar novos rumos para cidade ou como um instrumento para matar a saudade de outros tempos.
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renda e troca de experiências Guará foi incluído no programa Cama e Café da Secretaria de Turismo, que vai selecionar residências anfitriãs para turistas na Copa do Mundo
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o que mais precisa um viajante para estar bem acolhido, além de uma cama confortável, um banho refrescante e um café da manhã caprichado? Localização privilegiada também é importante. Ser bem recebido é fundamental. Com esses elementos reunidos em um lugar onde beleza natural, lazer e cultura são parte do cenário, a viagem tem tudo para ser inesquecível. Essa é a proposta do programa Cama e Café, lançado pelo Ministério do Turismo com o objetivo de selecionar residências que possam receber o turista durante a Copa do Mundo de 2014. Depois de ser testado durante a Copa das Confederações no Plano Piloto, o programa está sendo estendido pela Secretaria de Turismo a outras regiões do Distrito Federal, entre elas
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o Guará. O morador que quiser receber turistas em sua casa, mediante o pagamento de um determinado valor, pode se cadastrar em julho e agosto (detalhes no site da Secretaria de Turismo do DF). Serão selecionadas inicialmente 25 residências na cidade entre as inscritas, que tenham obedecidos critérios de avaliação do programa. Cada residência poderá oferecer de um a três quartos, mas desde que o restante da casa continue acomodando a família. “Um dos objetivos do programa é oferecer um ambiente familiar, para que o turista tenha a oportunidade de conhecer nossos costumes, comida e cultura. É uma troca de experiências, semelhante a praticada nos intercâmbios culturais”, explica a subsecretária de Políticas de
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Turismo da Secretaria de Turismo do DF, Ariadne Bittencourt. A seleção das residências vai levar em consideração aspectos como localização, higiene e uma estrutura mínima para receber bem o turista. Após a seleção, o Ministério do Turismo vai divulgar as imagens e informações dessas residências, para que o turista possa escolher quem esteja no seu perfil. O anfitrião vai poder também definir o perfil do turista, se empresário, estudante, com filhos ou não, hábitos etc. O pagamento será antecipado e mediante contrato. Depois de receber pela hospedagem, o anfitrião não poderá mais desistir, com exceção de casos justificados, sob pena de responder por estelionato e ser obrigado a devolver os valores recebidos com cor-
reção. O valor da estadia será definido pela empresa avaliadora, considerando as condições oferecidas. Se a residência cadastrada estiver em condomínio residencial será necessária a autorização dos vizinhos. Depois do cadastramento, o anfitrião não poderá fazer novas estruturas na residência com o objetivo de aumentar o valor da estadia ou ampliar a quantidade de vagas. Adaptação O programa Cama e Café é uma adaptação brasileira do sistema bed and breakfast, de origem irlandesa, em que o visitante se hospeda na casa de um habitante local, que lhe oferece, todos os dias, um delicioso café da manhã, incluído na diária. O modelo se encaixa perfeitamente na personalidade do brasileiro, naturalmente cativante e hospitaleiro. Uma central de reservas estrutura e agencia a rede de residências para hospedagem. Esta central faz a ligação entre hóspede e anfitrião, fornece informações sobre residências e tarifas e cuida da efetuação dos pagamentos. A escolha da residência pode ser feita pela sua localização, pelas vantagens e facilidades que oferece, ou pelo perfil do anfitrião através do site onde há um cadastro mais detalhado, com
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questões que abordam seus hábitos, como ser fumante ou não, ter ou gostar de animais de estimação, hobbies, profissão que exerce etc. Com essas informações, o hóspede poder escolher o anfitrião de acordo com seus interesses e assim suprir suas expectativas em relação ao seu anfitrião e a casa que irá se hospedar. O grande diferencial da Rede Cama e Café é a possibilidade de convívio diário com os habitantes locais, seus hábitos e sua cultura.
como cadastrar-se Inicialmente serão 25 casas selecionadas no Guará. Acesse www.setur.df.gov.br Localize o link do Programa de Hospedagem Alternativa do DF - Cama e Café. Baixe o formulário, preencha e reevie.
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ATENDIMENTO ACELERADO
Cartório de Registro de Imóveis do Guará se moderniza e acelera atentimento a usuários
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ma Certidão de Ônus Reais, aquela que comprova de quem o imóvel realmente pertence, hoje é concedida com até cinco dias em alguns cartórios. Até há dois anos, o prazo era de cerca de 15 dias. No Cartório do 4º Ofício de Registro de Imóveis do Guará o tempo é de apenas 2 horas. De acordo com o tabelião titular do cartório, Manoel Artistides Sobrinho, o projeto de modernização foi necessário por causa do aumento do volume de transações imobiliárias verificado na circunscrição do cartório nos últimos anos no Distrito Federal, especialmente na Região do Guará. “Já havia uma preocupação nossa em melhorar os serviços, porque a população do Guará tem um nível de exigência mais apurado, mas tivemos que apressar por causa do aumento da demanda”, conta Manoel. O novo sistema permite buscas mais rápidas e confiáveis e é possível localizar com segurança quem primeiro registrou o imóvel para o caso de mais de uma pessoa se apresentar como proprietário. Capacitação dos funcionários Paralela à implantação do sistema, o cartório investiu no treinamento dos funcionários, para melhorar a relação com os os usuários. “Contratamos um psicólogo para preparar os nossos funcionários para as situações de conflitos
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com os clientes, muito comuns numa relação de prestação de serviços”, diz Manoel Aristides.
Line, que dispensa os serviços do oficial de Justiça. “A ordem judicial é encaminhada diretamente ao cartório, que imediatamente faz o gravame no imóvel”, explica Neto Sancho. Outra facilidade para o usuário é o pagamento através de débito em conta, sendo que antes era somente em dinheiro ou cheque. “Como a comissão das operadores de cartões de crédito estão entre 2,5% a 3% da transação, e a Justiça não permite que este valor seja contabilizado como despesa dedutível, o próprio cartório o assumiu”, completa Manoel Aristides.
Agilização Com as duas empresas, foi possível, segundo o oficial substituto do Cartório do 4º Ofício do Guará, Dercino Sancho dos Santos Neto, diagnosticar todas as rotinas de trabalho e diagnosticar os gargalhos do atendimento ao público. “É possível saber por exemplo quanto tempo cada documento ficou num setor e porque isso aconteceu”, explica. Com isso, foi possível, segundo Neto Sancho, reduzir o tempo de circulação Especialização desse documento no Ainda no processo Manoel Aristides: investimento na cartório em 50%, mas de modernização, o agilização do cartório o obetivo é chegar aos cartório subsidiou o 80% de econonomia de curso de Direito para tempo quando o sistema estiver fun- nove funcionários e completa a bolsa cionando plenamente. de outros que conseguiram desconCom a implantação dos sistemas, to através do sindicato da categoria. todo o serviço do cartório foi agili- Aristitides reclama que não há no Brazado. Outra novidade é a emissão da sil escola de treinamento e capacitação certidão online, sem necessidade de ir de servidores de cartório, “por isso, ao cartório. Basta o interessado entrar estamos investindo por nossa conta”. no site do cartório, solicitar a certidão, pagar o boleto e depois imprimir. A terceira novidade é a Penhora On
www.4ridf.com.br
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GENTEQUEFAZ DANILO BERNARDO está transformando a rede Dona de Casa numa das maiores redes de supermercados de bairros do DF. Nos próximos meses inaugura mais uma filial.
GIORDANO GARCIA LEÃO no comando da Thais Imobiliária conquistou mais um prêmio Top Of Mind, do Jornal de Brasília, como a imobiliária mais lembrada pelos brasilienses pelo sexto ano consecutivo.
DEMETRIUS CONTOYANNIS, proprietário da Capricho Imóveis, foi eleito governador 2014/2015 do Distrito 4530 (Brasília, Goiás e Tocantins) de Rotary International.
DEVERSON LETTIERI tem trabalhado incansavelmente para reerguer a Associação Comercial e Industrial do Guará (Acig), que estava praticamente morta.
TONINHO GUERREIRO toca com muito esforço o Projeto Oraee, que oferece atividades esportivas, culturais e de lazer a mais de 400 crianças carentes na luta contra as drogas.
NIVEA BESSA há mais de 20 anos não deixa morrer a tradição de trazer a Folia do Divino do interior de Goiás para o Guará, como fez no mês de junho.
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Parlamento Massas e Sushi
Comida japonesa e italiana com qualidade impecável
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esde a abertura há três anos, o restaurante Parlamento tem se destacado na cidade por conta da qualidade dos seus pratos, atendimento e ambiente. Localizado no comércio da QE 15, o restaurante tem atraído clientes de todos os cantos do DF. A razão de tamanho sucesso pode ser notada logo na entrada. Uma equipe de garçons guia os clientes a uma das suas amplas mesas em um ambiente limpo e aconchegante. Esse contraste não se resume ao ambiente. A casa foi pensada para harmonizar gostos destoantes e atender a toda família ou ao mais heterogêneo grupo de amigos. O cardápio oferece massas feitas na hora, pizzas no fogão a lenha e comida japonesa. Além de sobremesas, vinhos e o chopp Brahma. Essa mistura inusitada funciona bem, pois na mesma mesa sentam-se juntos os fãs de sushis e sashimis e amantes da culinária italiana. A sofisticação dos pratos contrasta com os preços, provando que não é preciso gastar muito para comer bem. Pizzas Especiais As pizzas do Parlamento são referência no Guará. Algumas são inusitadas e encontradas apenas na casa, todas batizadas com o nome de monumentos da capital. A pizza Supremo é um exemplo de sucesso. A massa é levada ao forno a lenha com molho de tomate, muçarela, milho, bacon, calabresa, tomate seco, manjericão e orégano. A pizza Catedral, feita com muçarela, tomate seco, presunto parma, rúcula, parmesão e orégano, é outra de grande aceitação. Entre as novas há ainda a pizza Casa da Cultura, uma pi-
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O Parlamento oferece pizzas, massas, comida japonesa, sobremesas e vinhos. O restaurante fica no comércio da QE 15 e funciona todos os dias a partir das 18h.
zza marguerita, com tomates cereja e manjericão fresco, montada sobre quatro queijos. Até mesmo a tradicional pizza portuguesa encontra no Parlamento uma nova versão, mais bem elaborada e harmônica, por ser montada ao contrário, com o queijo sobre o recheio. Quem prefere as massas ao molho pode montar o prato na hora, escolhendo o tipo de massa, os ingredientes e o molho de sua preferência. Todos os ingredientes selecionados pessoalmente por Alexandre Cordeiro, proprietário da casa. Até o molho de tomate é manufaturado no local. Sushi e Sashimi O cardápio japonês aposta na simplicidade e cuidado na preparação. O Parlamento oferece sushis, sashimis, temakis e entradas, como sunomono e shimejis na manteiga. Destaque para o niguiri de salmão servido com calda de maracujá ou de morango. Entre os temakis, há o Parlamento, mesmo nome do restaurante, feito com salmão, camarão, shimeji, molho teriyaki cream cheese e cebolinha opcional. Para sobremesa, recomenda-se o pe-
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tit gateau, com bolinhos de chocolate feitos com receita exclusiva do restaurante servido com sorvete de creme, ou o creme de papaia com creme de cassis. O local é perfeito para comemorações, além das mesas amplas e confortáveis, as opções de vinhos da casa a preços bem abaixo do praticado em outros restaurantes animam os momentos entre amigos, além do indiscutível chopp Brahma. Uma das melhores opções do Guará para comer e reunir quem se ama.
serviço Parlamento - Massas e Sushi QE 15 - Comércio Local Tel 3381 3444
Fausto e Manoel Rodízio farto para reunir amigos e familiares
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amplo salão para 160 pessoas evidencia a vocação da pizzaria Fausto e Manoel no Guará: reunir grandes grupos. São aniversários, confraternizações e reuniões que diariamente lotam o restaurante. Os clientes são atraídos pela fatura dos pratos, servidos em rodízio No Guará a pizzaria serve mais de vinte tipos de pizza e cinco tipos de petisco, entre eles o famoso frango à passarinho da casa, sequinho e frito ao alho. Os garçons passam de mesa em mesa a todo o momento oferecendo fatias das pizzas assadas na pedra e outras delícias, como batata frita, pastéis, risoto de frango e spaghetti. A marca Fausto e Manoel é bem conhecida dos brasilienses. Começou com um restaurante no Sudoeste, fruta da união de Fausto e Alcioni Ricardo, o Manoel. Os dois vinham da área, um era subgerente de um dos maiores
restaurantes de Brasília e o outro sommelier. O sucesso da casa logo levou as outras duas no Plano Piloto e em 2011 na pizzaria no Guará. Instalada em uma ampla casa de esquina, na frente da praça da QE 15, o restaurante é gerenciado pelos sócios Sidney Fausto e Glauton Neves. O cardápio oferece petiscos, carnes, massas e peixes. O cliente pode optar por pedir o prato do cardápio, cobrado individualmente ou o rodízio. A noite o cliente pode comer pizza e petiscos a vontade, pagando um preço único. Pela qualidade da comida e o preço baixo do rodízio, é preciso chegar cego para garantir uma mesa, muito concorridas, principalmente nos últimos dias da semana. Nos finais de semana, na hora do almoço, o rodízio é de petiscos, guarnições, massas e saladas. Servidos sempre assim que são feitos, com ingredientes selecionados e rígi-
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do controle de qualidade. Quem for levar um grupo grande, recomenda-se fazer a reserva antecipada através do telefone do restaurante. Aniversariantes acompanhados de grupos de mais de 10 pessoas não pagam, e quem quiser comemorar no restaurante pode levar o bolo de casa. As pizzas do Fausto e Manoel podem também ser saboreadas em casa. O restaurante entrega em casa em cerca de maia hora qualquer pizza do cardápio. Basta ligar para pedir ou reservar mesas. O cardápio está disponível no site faustoemanoel.com.br.
serviço Fausto e Manoel Restaurante e Pizzaria QE 15 conj. L - tel 3383 1211 fautoemanoel.com.br
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presa não se acomoda. Novos produtos e receitas são testadas quase todos os dias. Tito Lívio, responsável pela produção - Darlan cuida da parte administrativa e financeira - tem vários
pão dourado A padaria aberta em 1989 na QE 15 tornou-se a maior rede de panificadoras do DF
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meta é ambiciosa, mas para quem conhece a história da Panificadora Pão Dourado ela é perfeitamente exequível. Durante a Copa do Mundo de 2104 a rede terá 15 lojas no Distrito Federal. Serão entre quatro ou cinco em várias regiões, que se somarão às 11 lojas atuais. A marca, que nasceu em 1989 na QE 15 do Guará II, está prestes a inaugurar sua nova central de alimentos, numa área de 4 mil metros quadrados no Sia. Será a maior central de produção de alimentos do Centro Oeste. A empresa é também uma grande empregadora de mão de obra: são 600 empregos diretos e outros 1.800 indiretos. Após a inauguração da Central de Produção do Sia, serão mais 500 empregos diretos. Os números atuais já transformaram a Pão Dourado na maior rede panificação do Distrito Federal, desbancando a outrora tradicional Pão Italiano com a vantagem de todas as lojas serem próprias. O projeto de expansão foi deflagrado em 2006, depois da abertura da Central de Alimentos no Polo de Moda, onde são produzidos cerca de 1 mil itens para abastecer a rede, sem perder o padrão. Lá, está concentrada toda a produção de pães, bolos, salgados e outras guloseimas vendidas nas lojas e fornecidas para eventos. Além da padronização e do controle de qualidade, há uma grande preocupação com a higiene. Os 80 funcionários são
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obrigados a manter um rigoroso controle da higiene pessoal e do ambiente. A central de produção permite também que os estoques das lojas sejam repostas frequentemente, para que não haja falta de produtos que o consumidor já está acostumado a consumir. Pães de Grife A marca Pão Dourado tornou-se também uma grife do pão, pela qualidade e variedade dos seus produtos. A confirmação desse sucesso são os seis prêmios Baker Top, o oscar da panificação concedida pela imprensa especializada às 30 melhores panificadores do País sob o ponto de vista do consumidor e do fornecedor, e ainda o Certificado de Qualificação Propan, conferido pela Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (ABIP) e Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). O segredo é o trabalho em família e o crescimento planejado com os pés no chão. Durante mais de 20 anos, a Pão Dourado era apenas a loja da QE 15. Aos poucos, foi ocupando outros espaços, mas depois de um estudo de demanda e viabilidade econômica, segundo Darlan Guimarães, o filho mais velho do fundador Tito Viana Guimarães e sócio majoritário da empresa juntamente com o irmão Tito Lívio, foi iniciado o plano de expansão. Mesmo com tanta preferência, a em-
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Tito Lívio e Darlan mantém rigoroso controle de qualidade sobre todos os produtos da rede cursos em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e até na França e Itália na área de panificação. “Além do que aprendemos e testamos, fazemos pesquisas com nossos clientes para sentir a receptividade dos novos produtos e o que eles gostariam que oferecêssemos”, explica Tito Lívio. Ele e Darlan são frequentemente vistos com gorro de confeiteiro atrás do balcão oferecendo degustação de novos produtos e pedindo a opinião dos clientes. O mix da Pão Dourado chega a 1 mil produtos, a maioria criada na própria empresa. As especialidades são os pães, salgados e bolos artísticos para comemorações. Um serviço bastante solicitado é o coffee break completo no local indicado pelo cliente.
serviço Pão Dourado Panificadora QE 15 - Comércio Local Tel 3568 0468 QI 25 - Ed. Real Mix Tel 3567 5517 www.paodourado.com.br
brokado´s Receitas feitas na hora pelos próprios clientes
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uem gosta de combinar sabores tanciais. A massa dos crepes é prepara inusitados, com toque pessoal, exclusivamente para o restaurante. A mas não quer cozinhar tem receita de Sandro Morais, proprietário uma opção saborosa e econômica no das casas, não leva leite. Para ele esse Brokados. As suas duas unidades, um é o segredo da leveza dos crepes, além na QE 15 e outra na QE 30, em frente de ser ideal para quem sofre de intoleao conjunto A, oferecem massas, cre- rância à lactose. pes, açaí, sucos e sanduíches com um Os crepes podem ser salgados ou diferencial: é o cliente quem monta as receitas e o cozinheiro faz na hora. Quem prefere uma boa massa, pode escolher entre o penne, parafuso, spaghetti ou talharim, escolher entre os molhos bolonhesa, branco ou sugo, ou simplesmente ao alho e olho. O cliente seleciona oito ingredientes entre os mais de vinte disponíveis, como tomate seco, muçarela, frango, alcaparra, parmesão, palmito, calabresa, bacon e muito mais, e é só esperar. Em poucos minutos o prato vem à mesa quentinho. No último ano o Sebrae elegeu o macarrão do Brokados um dos melhores do DF. O mesmo sistema funciona com os crepes, especialidade da casa. Para a montagem pode-se escolher de 3 a 5 ingredientes da lista. Inúmeras combinações são possíveis. Há quem prefira o crepe com muçarela (que deixa uma borda crocante) e ingredientes leves, Os clientes escolhem os ingredientes, o molho como champignon, alcaparra e tomate e a massa, tudo vai ao fogo altíssimo e o prato seco, ou quem prefira os mais subs- fica pronto em minutos.
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doces. Estes com opções de frutas, coco em flocos, doce de leite, goiabada e chocolate, claro. Mas há também quem prefira misturar os ingredientes doces e salgados, fica tudo a cargo do gosto do freguês. No cardápio há opções de sucos de polpa de fruta, batido na hora, com leite ou água, ou suco natural de laranja. O açaí, no copo ou na tigela, também pode ser montdo de acordo com o gosto de cada um, acrescentando aveia, banana, granola e castanhas de caju. Os tradicionais sanduíches também estão disponíveis. Até mesmo a sua própria versão da Bomba Atômica. A Bomba do Brokados é feita com ingredientes de qualidade ímpar, o que garante ao sanduíche um peso três vezes maior que o dos concorrentes. O Brokados funciona todos os dias a partir das 18h e entrega em todo o Guará.
serviço Brokado´s QE 15 - praça QE 30 - em frente ao conjunto A Tel 3022-2132 julho de 2013
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personalidade
Padre João Firmino Liderança jovem da igreja católica, padre de 39 anos foi criado no Guará, onde despertou para o celibato
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uem morou ou mora há mais tempo na QI 25, no condomínio Sargento Wolf ou tenha participado das pastorais das paróquias Divino Espírito Santo ou Maria Imaculada deve achar familiar o rosto do padre que aparece na mídia como uma liderança jovem da igreja católica do Distrito Federal. É ele mesmo. Aquele garoto gordinho mas esperto, de rosto redondo e sempre risonho que gostava de brincar na área verde entre as QEs 17 e 19 e depois entre os blocos da QI 25 é hoje o padre João Firmino Galvão Neto, responsável pelo setor da Juventude da Arquidiocese de Brasília. Ele liderou o grupo de jovens foi ao Rio de Janeiro participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) durante a visita do Papa Francisco ao Brasil. A Arquidiocese de Brasília estima que quase seis mil brasilienses estavam na Jornada Mundial da Juventude. O evento pretendia reavivar a fé muitos jovens católicos. A maior parte dessa responsabilidade é do padre João Firmino. Simpático, brincalhão e conhecido da comunidade católica brasiliense, o risonho padre veste a batina há 13 anos. Atuou na Paróquia Maria Imaculada, foi para uma paróquia de Ceilândia e depois
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(61) 3563-8435 (61) 8223-0282
para outra em Taguatinga Norte e agora coordena as missas na Paróquia Santa Rita, na 609 Sul. Infância no Guará O padre João Firmino passou sua infância no Guará, para onde veio com 11 anos de idade com os pais. Entre o futebol de rua e os afazeres escolares, acompanhava a mãe na igreja. Primeiro aos domingos e depois participando de fato da vida da paróquia. A mãe do religioso, Maria Leônia de Menezes Galvão, não se assustou quando o menino decidiu ser padre. A vocação era explícita. Ele frequentou o Seminário Maior Arquidiocesano Nossa Senhora de Fátima, no Lago Sul. O padre de 39 anos tem a missão de unificar as atividades dos grupos jovens católicos em todo o DF, uma comunidade de mais de 130 mil pessoas. Nos dias anteriores à Jornada, a agenda do padre ficou mais cheia. Foram centenas de ligações diariamente, atendimentos a pessoas que iriam viajar e pais preocupados buscando orientação. Único filho de dona Maria Leônia, que continua morando no Guará, o padre João Firmino, não mistura as brincadeiras com coisas sérias. Por isso a liderança entre os jovens.
esporte
KART ENTRE AMIGOS O maior campeonato de kart amador do Centro - Oeste nasceu há nove anos no balcão do Sinval no Guará
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ma conversa de bar entre amigos deu início ao maior campeonato amador de kart do Centro-Oeste. Reginaldo Campos, Alyson Gonçalves e Marcelo Christian conversavam no balcão do quiosque do Sinval, ao lado do Edifício Consei do Guará, como sempre faziam às quartas-feiras. Reginaldo contava as suas primeiras experiências no kart amador. Empolgados, os amigos rumaram para o então kartódromo do Freepark. O episódio acontecido há nove anos rendeu muitos outros. “A idéia foi fantástica, a adrenalina falou mais alto e diante de toda essa animação tiveram a brilhante idéia de se fazer um campeonato de kart entre os amigos mais próximos” conta Marcelo. Ná época, o kartismo já era muito difundido em Brasília. Eram quatro kartódromos, sendo dois amadores e dois profissionais, um de cada no Guará. Como era uma idéia nova e atraente aos olhos daqueles que nunca haviam corrido, todos os amigos mais próximos consultados toparam o desafio de participar do campeonato. O campeonato foi batizado com o nome do lugar onde surgiu a idéia e que encontrou em seu dono um grande incentivador, Sinval. Estava criado o primeiro campeonato SpeedSinvas.
Os corredores e amigos da temporada 2013: das conversas de boteco à prática de esporte, mantendo o mesmo espírito de coleguismo nos dois ambientes. Em 2005 eram apenas 14 pilotos, renomeados com apelidos de corredores. Hoje os 72 pilotos são divididos por categoria e equipes. Conseguiram patrocínio, uniformes, equipamento e promovem ações fora da pista. Mesmo amadores, contam com apoio de grandes empresas, como a cervejaria Itaipava, o energético Minotauro e da Click Instalações Elétricas Inteligentes. Para custear as corridas, cada piloto paga uma taxa de inscrição anual, em 2013 é de R$ 360, e o custo da locação do kart e do kartódromo, que varia de R$ 55 a 60 reais por corrida. Todo o dinheiro arrecadado na matrícula dos pilotos é reinvestido no próprio campeonato, em material esportivo,
troféus e medalhas. Além de duas concorridas festas anuais, uma no meio da temporada e outra no fim. Responsabilidade social Além da prática do esporte, o Grupo SpeedSinvas também incentiva em seus pilotos a prática da filantropia. O que arrecadam por meios próprios, cestas básicas, agasalhos e brinquedos para doação à instituições necessitadas de Brasília. Semestralmente um instituição é escolhida para ser contemplada. A página eletrônica www.speedsinvas.com, tem informações sobre como participar e acompanhar o campeonato.
5.000 Unidades
- Cardápios - Cartões de Visita - Grandes Formatos - Adesivos - Revistas/Encartes - Pastas - Crachás - Pannetos Agilidade
Preço Baixo
Panneto/Folder 1.000 Unidades 120g 10x15cm Cartões Visita 250g R$ 4x0 Brilho Frente R$
154,90
41,90
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(61) 3563-8435 8223-0282
Novo jeito de
entrar na unb Com mudança da forma de acesso à Universidade Pública, estudantes visam agora uma boa nota no Exame Nacional do ensino Médio. Alunos do Guará podem se preparar em curso especializado no Enem.
O
plano do Governo Federal de fortalecer o Enem tem funcionado. Cada vez mais o Exame Nacional do Ensino Médio ganha importância. Idealizado para diagnosticar a qualidade do Ensino Médio em todo o Brasil, agora serve também para acesso às universidades públicas e para quem quer aderir ao Programa Universidade Para Todos, o Prouni, que possibilita bolsas de até 100% em universidades privadas. A novidade é que a Universidade de Brasília decidiu substituir o vestibular de verão pela prova do Enem. A seleção será feita pelo Sisu, Sistema de Seleção Unificada, um mecanismo nacional de comparação das notas. Como um leilão, o aluno escolhe a vaga no curso que quer e o sistema compara sua nota com os outros candidatos interessados. Quem tiver a maior nota leva a vaga na primeira rodada. Em 2013 o Enem teve 7,1 milhões de candidatos inscritos, em Brasília serão 131.936 candidatos, 26% mais que em 2012. O último vestibular da UnB teve apenas 23.234 inscrições. A concorrência foi ampliada, e os alunos podem com o mesmo exame, pleitear vagas em universidades em todo o país e escolher o curso apenas depois que conhecer a sua nota. Para o professor Saulo Diniz, do grupo Impacto, o novo sistema tem vantagens e desvantagens para os alunos. “O Enem é muito diferente do vestibular tradicional. È uma prova mais intuitiva, onde a habilidade de raciocínio dos alunos é mais importante que o conteúdo que decorou. Os alunos precisam estar preparados para pensar, escrever e relacionar o que apren-
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deram”. Saulo é especialista em provas de acesso à universidades, à frente de cursinho preparatórios há Segundo o professor Saulo Diniz, a substituição do vestibular anos. Visando a prepa- tradicional pela prova do Enem nas universidades públicas é certa ração dos alunos e entendendo as diferenças entre os à sua disposição uma equipe para tirar sistemas, o grupo Impacto preparou as dúvidas e corrigir exercícios. Além um curso específico para o Enem. de mais de 500 vídeo-aulas exclusi“Entendemos que adaptar o curso pré- vas, download de material didático e vestibular para Enem era insuficiente, simulados online. A grande novidade já que as provas tem características é a correção de redação online. “Esbem distintas. Decidimos elaborar um tamos preparando alunos capazes de novo curso, com material didático es- fazer uma boa redação e para isso não pecífico para o Enem e valorizando o há fórmula melhor que a prática” exque realmente é cobrado nas provas” plica Saulo. Para isso os alunos podem explica Saulo. O professor explica que escrever uma redação por dia, fotograuma das diferenças mais marcantes é fá-la e enviar ao seu professor. Ele vai a redação. No Enem ela vale metade corrigi-la e devolve-la em até 24 horas. A criação do novo curso é uma aposta da nota, enquanto no vestibular tinha caráter quase eliminatório, sem in- na substituição definitiva do vestibular tradicional pela prova do Enem nas fluenciar muito no resultado final. Para o pré-Enem do grupo Impacto, principais universidades do país. Para os alunos terão duas linhas de apren- os alunos, a gama de possibilidades é dizado, um curso presencial e um bastante ampliada, já que apenas após virtual, exclusividade em Brasília. As a prova é que vão escolher o curso e aulas presenciais de segunda a sex- a universidade. Se a nota não for suta são complementadas com quatro ficiente para um curso mais concorrisimulados idênticos ao Enem, mate- do, pode ter a chance de pleitear uma rial didático apenas com questões do vaga em curso com menor procura em Exame Nacional, aficinas quinzenais qualquer universidade do país que utide redação, orientação profissional, liza o método. palestras sobre o método avaliativo do exame e aulões de atualidades. INFORME-SE Enquanto não estiver em sala de aula os alunos continuam aprendendo. O Grupo Impacto grupo Impacto criou o ambiente Vistual de Aprendizagem, uma platafor- QI 25 Ed. Real Mix - Guará II ma de ensino interativa que valoriza Tel 3567.8889 a relação professor-aluno. No AVA, grupoimpactoweb.com.br durante 24 horas por dia o aluno tem
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Resgate da história dos 30 anos do Jornal do Guará e da cidade
paróquia
divino espirito santo
A
té 1973, os católicos do Guará dispunham apenas da igreja São Paulo Apóstolo, no Guará I. Com o início da construção do Guará II, o GDF cedeu um terreno entre as QEs 32 e 34 para a construção de outra igreja católica na cidade, cedida para a Congressão Rogacionista. Até 1988, a igreja funcionou num barracão de madeira, quando começou a construção do tempo da Divino Espírito Santo, entre as QEs 32 e 34. A obra somente foi viabilizada com o esforço do padre Antonio Chirulli, que havia substituido o primeiro pároco da igreja, padre Antonio Vilardi. Projetada pelo arquiteto Samuel Santana, a obra
demorou cerca de oito anos para ficar pronta e foi inaugurada em 1987, ainda inacabada. O prédio somente ficou totalmente pronto em 1989. O projeto, embora pareça comum pelo lado externo, impressiona pela quantidade e tamanho dos vitrais simbolizando passagens bíblicas. Os dois principais responsáveis pela construção do templo estão atuando bem longe do Guará. Padre Antonio Chirulli está em Milão (Itália) e padre Guido Motinelli em Passos (MG).
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Ao lado o Padre Antonio Chirulli , o idealizador da construção do templo e abaixo o Padre Guido Montinelli concluiu a obra em 1986 e a igreja enfeitada para festa de 40 anos
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Bodega do Ceará
Savassi Carne de Sol
Roda de Boteco Seis bares do Guará competem no concurso que premia o melhor petisco de Brasília. Todos os anos o Guará tem pelo menos dois entre os três melhores.
Lampião
Ceará Carne de Sol
Chalé da Traíra
Solano
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G
uará está se transformando num polo gastronônico e de diversão no Distrito Federal. Nos últimos anos, a cidade tem recebido bares e restaurantes procurados por brasilienses de todas as regiões. Na quarta versão do concurso Roda de Boteco, por exemplo, dos 30 concorrentes ao principal prêmio da gastronomia brasiliense, a cidade concorre com seis participantes. Mas, a participação da cidade neste ano é menor até do que no ano passado, quando concorreu com oito participantes e levou a maioria dos prêmios. Os concorrentes da cidade neste ano são o Chalé da Traíra (QE 42), G 22), Solano´s (QI 22), Savassi (QI 22), Lampião (Polo de Moda), Ceará Carne de Sol (QE 4) e Bodega do Ceará (Polo de Moda). O concurso que vai escolher o melhores botecos, os melhores petiscos e os melhores garçons vai de 27 de julho a 17 de agosto. A votação é feita pelo público, depois de experimentar o petisco e os serviço dos botecos. O festival é realizado pela Ecos Eventos em parceria com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) e o Ministério da Cultura. Conta ainda com apoio institucional do GDF, Secretaria de Turismo, Secretaria de Micro e Pequenas Empresas, Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), Guia
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BHR e DF Suíno. Para participar, é preciso consumir o petisco elaborado por cada estabelecimento, especialmente para o evento, e solicitar a cédula de votação. O cliente deve preencher os dados pessoais e dar notas, considerando o sabor do petisco, a qualidade do atendimento, o serviço de bebidas e a higiene do local. Show A festa de encerramento e premiação, o Botecão, no dia 4 de agosto, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, será marcada pelo show do sambista Diogo Nogueira, além de atrações locais. Neste ano, os organizadores prepararam ainda uma novidade: os ingressos serão trocados por notas fiscais que comprovam o consumo do petisco. No total, foram disponibilizados 3.500 ingressos para troca. Para ter direito à entrada, o cliente precisa solicitar a nota fiscal no final do serviço, onde poderá ser constatado o consumo do petisco do festival. De porte da nota, o cliente se encaminha ao posto de troca, localizado no Restaurante Esquina Mineira (704/705 Norte), para trocar pelo ingresso. Cada petisco consumido vale 01 ingresso. No Botecão, serão premiados os vencedores de cada categoria. Na categoria bar e boteco, troféus para o primeiro, segundo e terceiros lugares, com premiação de R$ 1 mil para o primeiro colocado.
comes&bebes
Boutique da Pizza
Pizzaria consegue aliar qualidade com preço baixo
O
sucesso do Chalé da Traira, um dos mais movimentados pontos de encontro do Guará, estimulou o empresário Wellington de Oliveira a abrir outro negócio na área de alimentação. A Boutique da Pizza, na entrada da QE 42, bem em frente ao Chalé da Traira, é também um diferencial na iguaria, principalmente em termos de preço. O rodízio de pizza custa apenas R$ 18,90. A idéia, segundo Wellington, surgiu da freqüência do próprio Traíra, um ponto de encontro mais para grupos, namorados, encontro de negócios etc. - Pensei em criar um ponto para reunir a família e nada mais é agregador na culinária para reunir pais e filhos do que a pizza - explica. De fato, basta olhar o salão da pizzaria para confirmar a previsão do empresário. Mas, embora o nome sugira uma casa de massas, a Boutique da Pizza tem outras opções bastante procuradas, como o Rodízio de Galeto, a R$ 27,90, e Carne de Sol completa, para duas pessoas, a R$ 56,90, ou metade por R$ 39,90. Tem ainda Picanha na Brasa, na Chapa com queijo (R$
68,90) e Salmão Grelhado ao molho de alcaparras (R$ 58,90). “Somente criar um ponto para reunir a família não seria suficiente. No bar normalmente a conta é dividida por quem está na mesa. Na pizzaria, quem paga geralmente é apenas um, o pai ou a mãe. Por isso, investimos para ter o menor preço do Guará considerando a qualidade da pizza que oferecemos”, completa Wellington. Sabores O preço, o cardápio e o ambiente também não seriam suficientes para manter a clientela. A alternativa foi investir em novos sabores para quem prefere o serviço a la carte. São 51 opções de sabores de pizzas. “pitada” especial da casa - conta Welington. As mais procuradas são Portuguesa (mussarela, presunto, pimentão, cebola, ovos, orégano, azeitona); Margherita (mussarela, molho de tomate, tomate, manjericão, orégano e azeitona); Catubreza (mussarela, calabreza, catupiry, azeitona, bacon, orégano e molho de tomate); e ainda de Atum e Lombo Canadense. Nas opções de piz-
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zas especiais, o cardápio oferece ainda de Tomate Seco (com ou sem rúcula), de Camarão ao Alho e Óleo e de Carne de Sol. Agilidade e conforto Outro investimento da casa é no tempo do serviço. Enquanto o tempo médio de espera de uma pizza no mercado é de oito a dez minutos, na Boutique da Pizza é de dois minutos, em média. - O nosso forno, além de moderno, é a lenha e a gás, o que reduz consideravelmente o tempo de cozimento - explica o empresário. Outro investimento foi no conforto. Com a reforma recente, a casa ampliou o atendimento para 120 pessoas sentadas. Parte das mesas fica ao ar livre, no andar superior.
serviço Boutique da Pizza QE 42 Conj. A - Aberta todos os dias, das 11h30 às 23h30 Tel 3037.6606 julho de 2013
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GENTE Fátima Souza
CLÉBER
Mesmo aposentado, o exdiretor da Polícia Civil Cléber Monteiro (na foto com sua Marilene) não para. Além de cuidar dos netos, ele tem se dedicado à advocacia e se prepara para as eleições de 2014 como candidato a deputado distrital.
TARCíZIO
Josmar Santos Oliveira,
empresário do ramo oficineiro, e sua Maria de Jesus, jornalista, sempre presentes nos acontecimentos sociais da cidade.
Depois de uma temporada no salão Tarcízius Cabeleireiros, na QI 11, José Tarcízio da Silva, um dos mais procurados profissionais do Guará, fixou-se no seu próprio endereço, na QE 26.
O guaraense
RÊNIO QUINTAS
MARIA DA GUIA
A guaraense Maria da Guia Lima Cruz, ex-deputada distrital, foi homenageada pela Academia Taguatinguense de Letras com o título de acadêmica honorária.
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recebe o troféu Brasília Top Show de melhor maestro das mãos do deputado Chico Vigilante durante evento organizado pelo apresentador Ricardo Noronha.
SIM! Val e Rafael Souza casamse entre familiares e amigos pr贸ximos, no jardim de casa, no dia 13 de julho.
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culçtura
MUSICAL EXISTENCIALISTA QUÂNTICO
Teatro engajado para questionar os exageros da produção humana
I
dealizado por artistas guaraenses e apresentado pela primeira vez no Teatro do Guará, em 2011, o espetáculo teatral que dá nome a esta matéria é, como define o autor, “um solstício musical e poético onde o conceito e a produção de resíduos sólidos e intelectuais são questionados em vários arquétipos sociais”. Um espetáculo múltiplo, musical e dramático. Ao articular o texto entre as projeções em vídeo, o áudio externo, a movimentação da plateia durante o espetáculo e a performance não convencional dos atores, o Bloco Musical Existencialista Quântico questiona a sociedade e sua relação com os bens de consumo. “O projeto tem por objetivo a conscientização da sociedade em relação à produção de resíduos sólidos, morais e ideológicos. A humanidade faz parte da natureza e a recíproca é verdadeira: são indissolúveis. Portanto, o respeito ao outro é inseparável do respeito ao todo” explica o diretor Hugo Carvalho. A experiência da peça é anterior ao seu início, com cenas introdutórias
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antes da acomodação do público e na transformação dos espaços onde passou em mega instalações. No Cruzeiro, Taguatinga Guará e Sobradinho, os teatros foram recheados de lixo pelos integrantes do grupo. A intenção era ambientar a plateia ao envolve-la no ambiente descrito pelos atores no palco. A própria plateia era orientada a sentar no palco, nos corredores, ao lado da banda, enfim, onde pudesse, para que a desorganização fosse desfiada pelo enredo até fazer sentido.
O espetáculo é fruto do encontro do texto de Hugo Carvalho e Fábio Rennó com diversos artistas que se uniram para montar O Bloco. O próprio diretor, afirma a importância da pluralidade do elenco para o sucesso do espetáculo. “Cada um, individualmente ou com seus coletivos e experiências, trouxeram algo significante para o resultado da montagem. Aqui a criação é coletiva e dinâmica” descreve Hugo. O Fundo de Apoio á Cultura do DF apoiou a circulação pelas cidades satélites neste ano. O grupo volta a se apresentar, gratuitamente, nos dias 26 e 27 de julho, “as 21 horas, na Universidade de Brasília, durante a Mostra Cometa Cenas.
Ficha técnica
Além do espetáculo montado para teatros, ainda há o trabalho de rua batizado de “Bloco Circular: O que é lixo pra vocês?”, que consiste na circulação do espetáculo ruas, praças e eventos do DF.
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Direção de Hugo Carvalho, com os atores Antônio Cunha, Fábio Rennó, Jessica Vasconcellos, Júlia Carvalho, Kyll Nunes, Lorena Aloli e Otávio Torres; os músicos Guilherme Cobelo, IgorRubato, João Foti, Kashi Mello e Renato Menguele; figurino de Diana Poranga; maquiagem de Mariana Elisa; cenário de Antônio Cunha; som de Felipe Alves; luz de Zizi Antunes; produção de Jessica Vasconcellos e fotografia de Lu Montesuma. Mais em: www.blocomusical.com
CLUBESDESERVIÇO Rotary
e
Lions
têm novas diretorias
Os três clubes de serviços da cidade mudaram suas diretorias agora, no meio do ano, para o biênio 2013/2014. No Rotary Club do Guará, Ailson José Rocha, assumiu a presidência, enquanto a Casa da Amizade passa a ser presidida por Gilzete Peixoto.
No Rotary Club Guará Águas Claras, Oscar Rabelo Mendes assume a presidência pela segunda vez - o presidente seria Dercílio da Conceição, que faleceu em maio.
O Lions Clube Guará Governador Almir passa a ser presidido por Nicodemus Manoel de Jesus (esquerda na foto), que terá a esposa Elvira de Jesus ao seu lado na administração do clube.
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VIVERNOGUARÁ
Rafael Souza
MEDO DA LUOS
E
xiste uma expectativa excessiva pela votação da LUOS, a Lei de Uso e Ocupação do Solo, que vai unificar a regulamentação urbanística em 27 cidades do Distrito Federal, inclusive o Guará. Ela substitui o Plano Diretor Local de 2006 e o mal afamado Plano Diretor de Ordenamento Territorial, de 2009. Por isso a apreensão em torno da aprovação da LUOS. O guaraense está traumatizado. No PDL, a cidade ganhou os prédios de 25 andares, os lotes comerciais em residências e a transformação de templos em prédios residenciais. Vários lotes institucionais, para escolas, hospitais e igrejas, valiam poucas centenas de milhares de reais, e depois da canetada da Câmara Legislativa, passaram a valer milhões e poder abrigar megacondomínios verticais. Teve gente que ganhou muito dinheiro e a cidade perder. No PDOT a coisa ficou mais feia. Teve deputado tentando até lotear o Parque do Guará para entregar aos chacareiros invasores. Outro deputado tentou entregar um pedaço da Reserva Biológica do Guará, atrás do Lúcio Costa, também para chacareiros. A população, vivendo o luto traumático do PDL, mobilizou-se e impediu as aberrações. Panfletos com a cara de cada um dos deputados que tentaram desfigurar o Guará foram distribuídos. A justiça entrou no caminho e barrou a farra da ilegalidade. Averiguou que não cabe a deputado distrital criar setor residencial nenhum, nem ampliar as utilidades de cada lote, e o Ministério Público congelou o PDOT, a espera de outra lei que o consertasse. Esse conserto deve vir com a LUOS. A cada apuração para reportagens do Jornal do Guará vem sempre um gestor ou entendido dizendo que a LUOS vai resolver os desvios urbanísticos. Quiosques espalhados pelo Guará? A LUOS vai resolver. Grades em prédios? A LUOS vai resolver. Residência em lote comercial, ou o contrário? A LUOS vai resolver. O Polo de Moda, o Centro Metropolitano, o Cave, a ex-Cidade do
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Servidor, os condomínios irregulares, e até a publicidade em espaço público, tudo deve ser resolvido pela LUOS. Enquanto isso, ninguém sabe o que fazer ao certo. Curioso que é o próprio Ministério Público alugou um prédio construído em lote residencial, na QE 19, mesmo antes na nova lei. O Governo do Distrito Federal publicou uma página eletrônica com a Proposta de Lei Complementar 57/2012, a LUOS, que enviou à Câmara. Uma rápida análise dos documentos e mapas revela o que o guaraense tanto teme: a proposta não resolve os pontos mais polêmicos e o detalhamento pode cair nas mãos dos deputados distritais. Um problema a LUOS resolve de vez: pode-se morar no Polo de Moda, na QE 40 e no Setor de Oficinas. Prédios residenciais de até 16 metros, ou quatro andares, estão legalizados. Mas, devem obedecer ao Estatuto das Cidades, legislação federal que determina que prédios acima de três nadares tenham elevador e garagem privativa. E os grandes terrenos em frente às quadras pares do Guará II, ao longo da via de contorno, podem agora receber prédios, mas com altura máxima de quatro andares. Assim como o SOF Sul, setor agora predominantemente residencial. O restante continua como está. As casas próximas à avenida central do Guará II e ao longo de vias de acesso a quadras podem receber comércio, o Cave continua sendo o Centro Administrativo Vivencial e Esportivo, apenas com equipamentos públicos, e as quadras novas serão liberadas para construção após a aprovação, sem prédios para cooperativas habitacionais. O que preocupa é que nada se sabe sobre o Jóquei, sobre o Centro Metropolitano, sobre o Parque do Guará e sobre os condomínios verticais do Guará Park, Bernardo Sayão e IAPI. A apreensão do Guará reside nesses detalhes inexistentes na LUOS. Pois são essas miudezas urbanísticas que têm desfigurado a nossa cidade. Precisamos acompanhar de perto o trabalho de nossos legisladores e cobrar para que o Guará seja respeitado.
Revista do Guarรก
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