Jornal dos Bairros, edição de Agosto de 2014

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Jornal dos Bairros

Agosto 2014 Ano 18 Nº 08

Publicação da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul - Filiada à FRACAB e à CONAM

É hora de fazer valer a indignação

Entre os dias 1º e 7 de setembro, a população brasileira poderá fazer valer a sua indignação com a política. É hora de votar no plebiscito popular e ajudar a construir uma nova democracia| Págs. 08 e 09 Agenda Comunitária

Eleições 2014

20 /08 - 19h30min Sorteio das chaves Campeonato Interbairros Série Prata e Veteranos na sede da UAB

26/08 – 18h30min Encerramento inscrições Mais Bela Negra 06/09 – 14h Assembleia Geral da UAB, sede da entidade 07/09 – 10h Festa Alemã no ponto de cultura Casa das Etnias 13/09 – 14h Fórum dos Usuáios do Transporte Coletivo - Sede da UAB 13/09 – 19h30min Abertura dos campeonatos de futebol Série Prata e Veteranos - Enxutão

O Jornal dos Bairros dá continuidade à série especial sobre as Eleições 2014. Confira nesta segunda matéria quem são os candidatos ao Governo do Estado e quais são as funções que este cargo desempenha


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Opinião

Editorial Cadê a participação popular? O Orçamento Comunitário 2014 findou suas últimas reuniões ainda no mês de julho. A mesma receita vem se consolidando no tempo – reuniões para dar o nome em uma lista – não podemos nem chamar de abaixo-assinado. Com este tipo de participação da comunidade voltamos ao século passado em termos de espaço de discussão de políticas públicas para a cidade. Digo voltamos, pois já tivemos instrumentos mais fortes que contemplavam a presença das lideranças sociais, principalmente as comunitárias nas decisões do Poder Público Municipal. Ano passado, no primeiro ano do Governo Alceu Barbosa Velho, a diretoria recém-eleita da UAB produziu um documento político avaliando a participação popular e apontando melhorias – nada que já não tivesse sido feito em outros momentos, outros governos – a ação imediata do OC foi encaminhar um pequeno panfleto feito ainda no primeiro Governo Sartori 2005/2008 que explicava o procedimento do Orçamento Comunitário e falando do Conselho Comunitário Municipal, suas reuniões, etc. Ato contínuo, ao fazer as reuniões, eram eleitas pessoas que comporiam o Conselho Comunitário Local e depois escolheriam o Conselho Comunitário Municipal em assembleias regionais. Pasmem, as pessoas eleitas em 2013 estão até hoje aguardando para participarem de alguma reunião. Em 2014 esse procedimento nem foi levado em consideração. Outro encaminhamento dado pela direção do OC após a pressão exercida pela UAB foi a de que seria feita uma cartilha com as regras(?!) do Orçamento Comunitário.

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Morre o candidato à presidência, Eduardo Campos

O manifesto elaborado pela diretoria da UAB em 2013 continua atual, pois, nenhuma das reivindicações elencadas nele foram cumpridas e – pior – os encaminhamentos dados pela atual coordenadoria do OC não passaram de lorota, ou teria outro adjetivo para a ação de representantes do Poder Público que afirmam que irão fazer algo e chegam até a começar, mas depois deixam morrer no tempo? É função do movimento Comunitário não deixar a participação popular cair no esquecimento ou virar pilhas de papel amontoados em prateleiras da Prefeitura. A constituição do Conselho Comunitário Municipal é fundamental para organizar a fiscalização sobre as ações do Governo Municipal. As plenárias regionais com capacidade de deliberação são e discussão das necessidades de várias comunidades em conjunto é outra grande deficiência que temos hoje. Além da falta de espaços organizados e regras transparentes para a participação popular, ainda temos o principal problema que é o congelamento dos investimentos. O Prefeito anunciou no começo do seu governo o montante de R$ 17 milhões para discussão anual, sendo que o orçamento da cidade cresce ano a ano, em 2014 ultrapassou a casa dos R$ 1 bilhão e 300 milhões. Precisamos evitar o retrocesso da participação popular. Para o movimento comunitário isso deve ser questão prioritária, pois comunidades organizadas, com associações de moradores fortes tem mais força na discussão e deliberação de melhorias na qualidade de vida para todos nós.

Jornal dos Bairros Expediente: Veículo da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul – UAB - Rua Luiz Antunes, 80, Bairro Panazzolo – Cep: 95080-000 - Caxias do Sul Filiada à Federação Riograndense de Associações Comunitárias e de Moradores de Bairros (FRACAB) e a Confederação Nacional de Associações de Moradores (CONAM) Presidente: Valdir Walter Diretor de Imprensa e Comunicação: Cláudio Teixeira - claudiosteixeira@gmail.com Editora: Karine Endres - MTb. 12.764 - karine.endres@gmail.com Reportagem: Karine Endres Editoração e Design Gráfico: Karine Endres Charge: Júlio César - (54) 3217.2627 E-mail: jornaldosbairroscx@gmail.com Telefone: 3238.5348 Tiragem: 10.000 exemplares Conselho Editorial: Antonio Pacheco de Oliveira, Cláudio Teixeira, Flávio Fernandes, Karine Endres, Paulo Saussen e Valdir Walter Email: uabcaxias@gmail.com Comercial: 3219.4281 Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

O ex-governador Eduardo Campos, que faleceu na manhã do dia 13 de agosto, em um acidente aéreo em Santos, era o candidato à presidência da República pelo PSB. Como sua vice, está Marina Silva, que integra a Rede. Eduardo Campos pertencia a uma tradicional família da política pernambucana. Neto do ex-governador Miguel Arraes, que morreu em 2005, também em um dia 13 de agosto, o candidato à Presidência da República era filho de Maximiliano Arraes e da ex-deputada federal e ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes. Eduardo Campos era casado e pai de cinco filhos. O contato de Eduardo Campos (Eduardo Henrique Accioly Campos) com as disputas eleitorais começou ainda na Universidade Federal de Pernambuco, quando foi eleito presidente do diretório acadêmico da Faculdade de Economia. Nascido no Recife em 10 de agosto de 1965, ele se graduou em economia aos 20 anos. Em 1986, começou a entrar na política ao participar da campanha que elegeu seu avô, Miguel Arraes, ao governo de Pernambuco. Em 1990, Campos filiou-se ao PSB e se elegeu deputado estadual em Pernambuco. Quatro anos depois, se elegeu deputado e se licenciou do mandato para novamente integrar o governo do avô nos cargos de secretário de Governo e da Fazenda. Reelegeu-se deputado federal em 1998 e em 2002. Eduardo Campos assumiu o então Ministério da Ciência e Tecnologia em 2004, no Governo Lula, onde reelabo-

rou o planejamento estratégico, revisou o programa espacial brasileiro e o programa nuclear. Ainda à frente da pasta, atuou para a aprovação do programa de biossegurança, que permitiu a utilização de células-tronco embrionárias em pesquisa e dos transgênicos, e da Lei de Inovação Tecnológica, entre outras ações. O pernambucano assumiu a presidência do PSB, partido criado sob a liderança do seu avô, Miguel Arraes, em 2005. Já em 2006, se licenciou do cargo para disputar o governo de Pernambuco, onde se elegeu em primeiro turno, com mais de 60% dos votos válidos. Quatro anos depois, foi reeleito com 83% dos votos válidos. No comando do governo estadual, Campos trabalhou para modernizar industrialmente a região. Em nível nacional, ele apoiou e ajudou o presidente Lula, em seus dois mandatos. Também deu apoio à presidenta Dilma Rousseff, mas em 2013 passou a fazer críticas ao governo, principalmente na área econômica. Disposto a entrar na disputa presidencial, Eduardo Campos levou o seu partido a um afastamento total em 18 de setembro de 2013, quando o PSB entregou todos os cargos que ocupava no governo Dilma. Substituição do candidato O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esclareceu que, em caso de morte de candidato, os partidos têm prazo de dez dias para fazer substituição. A coligação Unidos para o Brasil pode escolher a candidata a vice, Marina Silva, para substituí-lo.

Mande seu recado Escreva para o Jornal dos Bairros. Mande sua sugestão, reclamação ou comentário. Entregue na sede da UAB até a última semana de cada mês ou pelo e-mail jornaldosbairroscx@gmail.com


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Movimento

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Secretário de Transportes não comparece à Assembleia Foto: Karine Endres

Para os comunitaristas presentes na última Assembleia Geral da UAB, no dia 2 de agosto, a ausência do secretário municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade, Manoel Marrachinho, que havia sido convidado para o debate, foi considerada uma falta de respeito. “Nós nunca desrespeitamos qualquer secretário”, afirmou Paulo Saussen, presidente da Assembleia Geral. O presidente da AG também defendeu que fosse votada uma proposta de encaminhamento em relação à ausência do gestor. Diversos comunitaristas fizeram o uso da palavra, reclamando da ausência do secretário. “Viemos aqui para falar e apresentar as demandas ao secretário. Com a ausência dele e o fato da secretaria não ter enviado um representante, não temos para quem apresentar as nossas reivindicações”, afirmou Jéferson Oliveira, presidente do Parque Oásis e Dal Agnol. Os comunitaristas também reivindicaram que a UAB marque uma reunião com o prefeito, para levar até ele as situações de desrespeito que têm acontecido em relação aos comunitaristas. Além da ausência de Marrachinho, as lideranças também lembraram que frequentemente os secretários não tem cumprido a orientação do prefeito e não realizam o atendimento nas terças-feiras. “Acredito que o movimento comunitário precise erguer sua voz” defendeu a vice da UAB, Joce Barbosa. “Para isso ele foi eleito, para todos os partidos. Ele não foi eleito para governar apenas para uma parte do povo. Ele foi eleito para governar Caxias, e se governa Caxias, precisa respeitar as lideranças comunitárias de todas as cores, independente do partido. Diferente do que acontece com os secretários, não recebemos dinheiro para desempenhar nossos papéis”, encerrou, sob aplausos, Joce Barbosa. Abertura de via na UCS Sérgio Campos, presidente do bairro Presidente Vargas e Dom Pedro II, re-

Casa cheia para esperar o secretário que não apareceu

conheceu a presença do comunitarista Gervásio Longhi, diretor de Transportes, que estava na AG, mas que não estava representando oficialmente o secretário. Sérgio destacou uma reunião que contou com a presença de Gervásio, em 20 de junho, quando apresentou um pedido de alteração na linha de ônibus. “Tínhamos uma linha que atendia o Dom Pedro II, Presidente Vargas e Diamantino, que

fazia o trajeto em vinte minutos. Houve uma alteração incluindo os bairros Treviso, Pizzani e alguns horários o bairro De Zorzi. Desde aquele dia eu não tive resposta da comissão que iria analisar a questão”, afirmou Sérgio, afirmando que a comunidade deseja o antigo trajeto. Sérgio também defendeu a abertura da rua Augusto dos Anjos, onde um muro faz a divisa entre a Universidade de

Caxias do Sul e o Diamantino. “A abertura daquela rua iria desafogar o acesso para a BR 116, possibilitando mais agilidade para os moradores do entorno da própria UCS, incluindo os arredores do Cruzeiro”, disse. Segundo ele, a alegação até então sustentada pela reitoria da UCS de que esta abertura geraria mais insegurança não se sustenta. “Por um lado, a UCS pode reforçar a segurança privada no local. Por outro lado, hoje contamos com policiamento comunitário que pode monitarar aquele trecho. E, ainda, a abertura da rua daria mais agilidade inclusive para a locomoção das viaturas”, afirma. Encaminhamentos Duas propostas de encaminhamento foram feitas. Uma, um documento pedindo a substituição do secretário devido à falta de respeito. E também foi aprovada uma convocatória para que o prefeito compareça na próxima AG, pessoalmente, para discutir as constantes demonstrações de descaso.

Saúde também gerou indignação Mas não é apenas em relação à gestão da pasta de Trânsito e Transportes que os comunitaristas ficaram revoltados em julho. A forma como a secretaria de Saúde conduziu a 8ª Conferência Municipal de Saúde, nos dias 18 e 19 de julho, gerou inclusive um documento protocolado no Ministério Púlbico. Segundo Valdir Walter, presidente da UAB, a Conferência da Saúde foi o exemplo máximo de desrespeito com as lideranças comunitárias. “Simplesmente, as demandas apontadas durante todo o período das pré-conferências foram desprezadas pelo poder público”, afirma. Estas propostas surgiram nas préconferências regionais de saúde, etapa preliminar à Conferência Municipal. Estes encontros têm o objetivo de le-

var as demandas dos usuários da saúde para a conferência municipal. “Quando começaram a ser lidas as propostas que haviam sido coletadas, já vimos que não estavam inclusas as demandas regionais, que deveriam ter sido sistematizadas pelo poder municipal”, afirma Valdir. Com base nisto, as lideranças comunitárias que atuam na saúde pediram a revisão das propostas, e como não foram atendidas, se retiraram da Conferência Municipal. Agora, a UAB pede, justo ao Ministério Público, que esta conferência seja anulada e uma nova seja convocada. “Além disso, deveriam ter sido realizadas novas eleições para o Conselho Municipal de Saúde, ainda em agosto do ano passado. Como não houve estas eleições, consideramos este conselho

sem legitimidade para aprovar ou deliberar sobre os recursos para a saúde municipal”, afirma ainda Valdir. “As pré-conferências foram realizadas em dias de frio e chuva. Mesmo com a pouca divulgação, as pessoas compareceram e participaram. As propostas deliberadas nestas instâncias deviam ter sido acatadas e esta população respeitada. Não somos palhaços e não vamos lá para legitimar uma situação, quando nossas demandas, debatidas e aprovadas nas pré-conferências, foram ignoradas”, continua Valdir. Além disso, é reivindicada uma nova eleição para o Conselho. “Se há um Conselho Municipal da Saúde que não faz eleição, que legitimidade tem para representar a população?”, questiona Joce Barbosa, vice-presidente da UAB.


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Mais Belas

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‘Aparência não é tudo’, destacam Mais Belas da UAB A atual corte do Mais Bela Comunitária da UAB se prepara para encerrar o reinado. No dia 15 de novembro, as quatro meninas que hoje compõem a corte passarão as suas faixas e coroas para novas soberanas. Em entrevista especial para o Jornal dos Bairros, Letícia Carvalho, Mais Bela Comunitária, Gabriele Rossi, primeira princesa, Elisabeth Breda Martins, segunda princesa e Isadora Perotti, Simpatia Comunitária, destacam que além da beleza, as meninas da corte precisam ter engajamento comunitário, simpatia e humildade.

Fotos: Karine Endres

sadora, Elisabeth, Gabriele e Letícia (esq / dir) aproveitam os meses que faltam para a escoha da nova corte

Confira a entrevista Qual foi a principal experiência aprendida nesse período? Letícia - Falar de apenas uma experiência vivida como Mais Bela Comunitária de Caxias do Sul, sem lembrar das outras milhares que vivi, é de certa forma muito complicado. Ao meu ver todos os momentos como Mais Bela foram importantes, me fizeram crescer e aprender muito, com certeza foi um privilégio frequentar e participar tão ativamente da UAB. Gabriele - A força que a comunidade unida tem para ajudar os outros mesmo com pouco, para quem recebe a ajuda é muito. Elisabeth - Eu acho que o envolvimento com a comunidade me transformou em uma pessoa mais humana, mais sensível aos problemas. Também me tornou uma pessoa mais comunicativa.

As pessoas que conheci foram muito importantes na minha vida e vou levar para o resto da vida. Pretendo continuar no departamento de Organização da Mulher e acho isso muito importante. Isadora - A principal experiência aprendida nesse período foi a de dar a real e verdadeira importância às pessoas, independentemente de sua cor ou classe social, estando de bom humor ou não. Aprendi que, muitas vezes, o simples tem mais valor do que muita pompa e grandeza. O que o movimento comunitário acrescentou na sua trajetória? Letícia - Falar do que aprendi com o movimento Comunitário é fácil porém compli-

cado, foram tantos momentos que é difícil citar todos. Como o nosso presidente Valdir Walter fala, a UAB transforma a vida de cada um que pisa dentro dela, que se envolve e que se dedica. Os ensinamentos adquiridos nesta “segunda casa”, como é considerada por muitos, não são ensinados em nenhuma escola e em nenhuma faculdade. Junto com uma coroa e uma faixa eu carrego uma história de envolvimento comunitário, que iniciou digamos assim, pra valer, em 2012 e que espero que nunca acabe ! Jamais esquecerei dos momentos vividos junto as minhas belas, as dificuldades encontradas e encaradas e dos mo-

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“Como o nosso presidente Valdir Walter fala, a UAB transforma a vida de cada um que pisa dentro dela, que se envolve e que se dedica” Letícia Carvalho

mentos maravilhosos que compartilhei junto a todos. Amo muito o que fiz e faço dentro da UAB, e estar junto a esta entidade maravilhosa me traz muita felicidade! Gabriele - Valores, situações que jamais eu poderia viver se não fosse com esse envolvimento comunitario. Elisabeth -Sempre fui envolvida com a comunidade, mesmo antes de entrar na UAB, mas havia vários lugares que não conhecia e não sabia dos problemas que muitos moradores enfrentavam nestas comunidades. Trouxe muito mais realidade para a minha vida. Isadora - O movimento comunitário acrescentou-me valores e abriu meus olhos para outras realidades, tornando-me mais humildade, simples, engajada, simpática. Essa experiência comunitária como Mais Bela, que une a beleza e a capacidade de engajamento, mudou a perspectiva de vocês sobre a im-

portância e o peso dado à beleza nas suas vidas? Letícia - Minha experiência como Mais Bela mudou sim e muito o meu ponto de vista sobre “mulher bonita” e “mulher feia”. Ao meu ver, não existem mulheres feias, não se mede beleza por aparência. Durante o meu período de pré-concurso me sentia pequena, digamos assim, próximo a muitas outras que achava lindas e esse envolvimento comunitário me mostrou que a simpatia aliada ao conhecimento vale bem mais do que apenas beleza. No meu ponto de vista, julgar alguém sem conhecer seu interior é completamente errado, deve-se conhecer o interior e o exterior antes de julgar. Gabriele - Acredito que um pouco, pois a beleza não é tudo, claro que abre muitas portas, mas ter uma personalidade, um jeito diferenciado de ver as coisas, muda tudo, Não adianta ser bonita e pensar pequeno, temos sempre que lutar por aquilo


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Mais Belas

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“A força que a co- que sonha sempre com uma munidade unida tem cidade melhor. Mas como para ajudar os ou- sou uma caxiense crítica tros mesmo com e realista, devo admitir as pouco, para quem diversas falhas que nossa recebe a ajuda é cidade tem com relação à educação, saúde, poluição, muito.” Gabriele Rossi entre outras. Graças ao en-

que sonhamos e acreditamos estar certo. Só a beleza não basta, é preciso atitude. Elisabeth - Mudou porque desde o inicio foi afirmado que não era apenas a beleza o fundamental. Mas havia muitas candidatas que estavam no concurso só por esta perspectiva. Entrei já com esta perspectiva do envolvimento. Acredito que sejam 70% engajamento e apenas 30% beleza. Caso seja eleita uma candidata que seja bonita, mas que não tenha envolvimento e que não se comove diante dos problemas dos outros, acredito que não tenha como se manter ativa na corte. Este foi o concurso mais relevante da minha vida. Não é apenas levar uma coroa e uma faixa para casa. Tem dois anos de envolvimento com a comunidade. Isadora - O Mais Bela Comunitária, comparado à outros concursos, mostrou que é diferenciado por não dar tanta importância à aparência. No cotidiano, percebemos que alguns concursos ou até mesmo a sociedade estabelecem esteriótipos de beleza para as mulheres, mas o que vale mesmo é o caráter de cada pessoa para perceber que o que realmente vale é sua “beleza interior”. O que mudou, se mudou, na perspectiva de vocês sobre a cidade de Caxias, após essa vivência?

volvimento comunitário pude ter mais contato com as situações precárias, ter mais conhecimento de locais que até então não conhecia. O movimento comunitário como já citei, é considerado uma faculdade da vida, onde sempre tem uma matéria nova para ensinar. Gabriele - Muita coisa mudou, pois antes, a ideia da cidade perfeita, sem muita coisa a ser feito, a ideia de que tudo era muito simples para ser resolvido, no lado comunitário vemos que não é bem assim. Tem muita coisa ainda a ser feita pela nossa cidade e que não é fácil ter uma voz ativa, e é por isso que lutamos, todos juntos para sermos ouvidos, atendidos e tentar mudar o que não esáa bom em nossa cidade a partir dos bairros. Elisabeth - Eu sempre gostei de morar em Caxias e continuo gostando, mas com essa experiência vemos que além da organização, mas como qualquer outra cidade tem seus problemas. Acho que antes era um pouco por fora dessa realidade, dos problemas que os moradores de Caxias enfrentam. Isadora - Caxias do Sul é uma cidade de pessoas trabalhadoras, que buscam o melhor para si e sua família. Muitas vezes, nos deparamos com o desca-

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Letícia - Desde pequena sempre admirei, e muito, da cidade de Caxias do Sul, ficava fascinada ao ver a expansão comercial e industrial e o surgimento de milhares de novos empregos ao passar dos anos. Nossa cidade é um local que está em “construção”, em pleno desenvolvimento e que tem como principais características a prosperidade e um povo exigente, trabalhador e sonhador,

“Caso seja eleita uma candidata que seja bonita, mas que não tenha envolvimento e que não se comove diante dos problemas dos outros, acredito que não tenha como se manter ativa na corte” Elisabeth Martins so das “autoridades” quando precisamos de algo, mas, certamente a população já está acostumada com essa realidade e já aprendeu a “se virar” sozinha. E para o futuro, quais são os planos e o que ficará do movimento comunitário? Letícia - Falar do futuro é algo

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Atual corte do Mais Bela durante atividades em celebração ao Dia Internacional da Mulher

que me da um aperto no peito, pronunciar ou até mesmo ouvir essa palavra me faz lembrar que dentro de alguns meses irei passar a minha faixa de Mais Bela Comunitária de Caxias do Sul, com certeza sentirei uma dor imensa em não ser mais a atual Mais Bela. Porém como todo fim pode ser considerado um recomeço, pretendo fazer deste fim de reinado um novo começo para o envolvimento comunitário, infelizmente não será mais com a Mais Bela Comunitária de Caxias do Sul, não terei mais todo o glamour que tenho no momento, mas com certeza terei a mesma garra e vontade que tenho agora. Pretendo seguir os passos de minha antecessora Shania Rodrigues Pandolfo, que com muito amor continuou orientando a nova corte e trazendo alegria ao Departamento de Organização da Mulher e a UAB Caxias. Me sinto privilegiada por ter duas diretoras tão presentes e preocupadas conosco, queria aproveitar o momento e agradecer à Shania e à Ângela Cordova pelo belíssimo trabalho que fizeram conosco, tive um crescimento pessoal gigantesco graças a vocês!! Quanto ao futuro profissional pretendo cursar a faculdade de Direito e me formar em breve. Pretendo também continuar no movimento comunitário para que

assim possa aprender cada vez mais e que essa vontade de ajudar as pessoas que eu tenho dentro de mim nunca acabe, assim como a garra e a determinação. Gabriele - Acredito que, quem entra uma vez no movimento permanece para sempre, claro, daqui a pouco não com tanta presença, afinal, uma nova corte irá assumir. Mas acredito que se desligar totalment e é impossível. Pretendo continuar fazendo parte do Departamento de Organização das Mulheres, e sempre poder ajudar em alguma coisa, pois é um trabalho muito bom de ser feito. Deixamos der ser conhecidos um dos outros, e passamos a nos tornar amigos, e como bons amigos, queremos sempre estar presente. Elisabeth - Pretendo continuar estudando muito. Faço faculdade de direito e penso que

“O movimento comunitário acrescentou-me valores e abriu meus olhos para outras realidades, tornando-me mais humildade, simples, engajada, simpática” Isadora Perotti

um bom profissional não se forma apenas com notas médias e passando. É necessário ir além. Na profissão que escolhi, essa visão mais humana sobre Caxias me fornece muita bagagem para entender os preconceitos sociais e de raça que permeiam nossa cidade. Vou levar tudo que aprendi, pois foi fundamental. Em relação ao movimento comunitário, pretendo continuar envolvida. Isadora - Para o futuro, tenho o sonho de formar-me professora, pretendendo me dedicar cada vez mais à serviços comunitários, não esquecendo da UAB.


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RS: 8 milhões de eleitores sob disputa No dia 5 de outubro, sete candidatos devem disputar o voto de 8.392.033 eleitores gaúchos para chegar ao Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul. Na disputa, está o comando do quarto maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com 11.164.043 de habitantes, segundo o Censo 2013, o Rio Grande do Sul tem uma economia diversificada, com destaque para o setor agropecuário, responsável por 62,1%

Funções do Executivo Estadual O Poder Executivo Estadual é composto pelo governador e seu vice. É a autoridade máxima do estado. O governador é o principal porta-voz do estado aos poderes federais e ao presidente da república. É sua função sancionar as leis propostas pelo legislativo e administrar os recursos. É o governador que tem a obrigação de executar diversos serviços aos cidadãos, levando em consideração as leis criadas pelos seus deputados estaduais e pelo legislativo geral do país. A competência do go-

vernador é definida pelo artigo 47 da Constituição estadual, respeitados os princípios da Constituição federal e segundo o esquema do Executivo da União. Para auxiliá-lo em sua adminitração, o governador conta com os secretários de Estado, que são de sua livre nomeação e exoneração. O número de secretários varia de um Estado para outro, e suas atribuições correspondem, no âmbito estadual, às dos ministros de Estado. O termo “governador” foi estabelecido a partir de 1947 mas, ao longo da história do

Brasil, o cargo que era similar ao de governador já existia muito antes, no entanto, com terminologias totalmente diferentes, as funções eram bastante semelhantes, podemos citar o cargo de donatário e capitão-mor, no Período Colonial; o cargo de presidente de província, no Período Imperial; e o de presidente de estado, na República Velha. No Brasil, o governador tem um mandato de quatro anos, considerado o cargo político que representa o poder executivo na esfera dos Estados e do Distrito Federal.

Conheça os candidatos ao governo do Estado do RS Ana Amelia Lemos 11 (PP) Vice: Cassia Carpes Colição ‘Esperança que Une o Rio Grande’ (PP / PRB / PSDB / SD) Foto: Agência Senado

Ana Amélia Lemos é candidata ao cargo de Governadora do Rio Grande do Sul pelo PP. Natural do município de Lagoa Vermelha, Ana Amélia Lemos nasceu em 1945 e é formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Como profissional de jornalismo, dentre outros empregadores, trabalhou por 33 anos na RBS, afiliada da Rede Glo-

bo no Rio Grande do Sul, na área de economia. Decidiu deixar o jornalismo em 2010 e entrar como candidata ao Senado, onde terminou eleita com

29,54% dos votos válidos. Ana Amélia, em sua proposta de governo registrada junto ao Tribunal Superior Eleitora, pretende exercer um governo ‘colaborativo solidário’. “Cada gaúcho poderá se manifestar sobre os problemas públicos do Estado, e obterá a devida resposta do governo”. Ela também defende a redução de gastos estaduais, com a redução do número de secretarias e CC’s.

Estivalete 28 (PRTB) Vice Governador: Hermes Souza Foto: Divulgação

Edison Estivalete Bilhalva, 58 anos, é candidato a governador pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). Natural de três passos, possui nível superior. É militar da reserva da Brigada Militar, onde chegou ao posto de tenente coronel. Entre suas propostas está “governar junto, em parceria e com a ajuda direta do povo”, segundo seu programa de governo. Ele também quer elevar os investimentos do governo federal no estado e desenvolver o equilíbrio fiscal e distribuição de renda.


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Humberto Carvalho 21 (PCB)

José Ivo Sartori 15 (PMDB)

Vice: Nubem Medeiros

Vice: Cairoli Coligação ‘O Novo Caminho para o Rio Grande’ (PMDB / PSD / PPS / PSB / PHS / PT do B / PSL / PSDC)

Foto: Divulgação

Humberto Carvalho é candidato pelo Partido Comunista Brasileiro. Aos 71 anos, é advogado e nasceu em Porto Alegre em 29 de janeiro de 1943. O candidato defende um programa de governo anti-capitalista e antiimperialista para o estado., com a superação do capitalismo

Roberto Robaina 50 (PSOL) Vice: Gabi Tolotti Coligação ‘Frente de Esquerda’ (PSOL / PSTU) Roberto Robaina é candidato pelo PSOL. Nascido na capital gaúcha de Porto Alegre em 1967, Carlos Roberto de Souza Robaina é formado em História com mestrado em Filosofia. Iniciou sua militância em 1982, foi dirigente estudantil no colégio Júlio de Cas-

Foto: Divulgação

tilhos e diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em 1990 foi diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre

e Região. Foi integrante da Executiva Estadual do PT no início dos anos 1990. De 1997 até 2003, inte-

grou o Diretório Nacional do PT, entregando o cargo e se desligando do partido no mesmo dia da expulsão de Luciana Genro, Babá, João Fontes e Heloísa Helena. Participou da fundação do PSOL. Foi candidato ao Governo do Rio Grande do Sul em 2006, e em 2012 tentou uma vaga de Prefeito de Porto Alegre, mas não obteve a vitória nos dois momentos.

Vieira da Cunha 12 (PDT) Vice: Flavio Gomes Coligação ‘O Rio Grande Merece Mais’ (PDT / PSC / DEM / PV / PEN) Vieira da Cunha é candidato pelo PDT. Procurador de Justiça nascido em Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul em 1960, Carlos Eduardo Vieira da Cunha é formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e deu início a sua vida política ainda na adolescência participando de um grêmio estudantil. Em 1983 foi eleito presidente da Juventude Trabalhista permanecendo no cargo até 1985. No mesmo ano foi eleito

Vereador de Porto Alegre, sendo reeleito logo a seguir. Além disso, já cumpriu três mandatos como Deputado Estadual, um como Deputado Federal e segue cumprindo o segundo atualmente. Foi eleito por unanimidade pelo PDT, líder da Bancada na Câmara dos Deputados, onde é presidente da Comissão de Seguridade Social e Família e coordenador da Comissão Externa que trata a respeito da política sobre drogas no Brasil.

Foto: Divulgação | Marcelo Matusiak

Vieira da Cunha defende a contenção de despesas, realizar uma administração austera e eficiente, sem prejudicar da máquina pública.

José Ivo Sartori é candidato pelo PMDB. Nascido no município gaúcho de Farroupilha em 1948, Sartori é formado em Filosofia pela Universidade de Caxias do Sul e deu início a sua carreira política em 1976, quando eleito vereador de Caxias do Sul. Em 1982 foi eleito pela primeira vez ao cargo de Deputado Estadual, onde conseguiu ser reeleito por mais quatro mandatos consecutivos. Foi eleito Deputado Federal em 2002 e em 2004

Foto: Divulgação / Luiz Chaves

chegou a Prefeitura de Caxias do Sul, e reeleito logo em seguida, depois de ter tentado, sem sucesso, em 1992 e 2000. Deixou o cargo de Prefeito com o recebimento de vários prê-

mios, em destaque o “Prêmio Prefeito Empreendedor” pelo SEBRAE, na categoria Destaque Temático Promoção do Desenvolvimento Rural e o “Prêmio Líderes e Vencedores” pela Federasul e pelo Parlamento Gaúcho na categoria Mérito Político. Sartori defende a moralidade na gestão, investimentos em infraestrutura, modernização e diversificação na base produtiva, porém, sem conflitar com o desenvolvimento social.

Tarso Genro 13 (PT) Vice: Abgail Pereira Coligação ‘Unidade Popular pelo Rio Grande’ (PT / PTC / PC do B / PROS / PPL / PTB / PR) Tarso Genro é candidato à reeleição ao cargo de Governador do Rio Grande do Sul pelo PT. Natural do município gaúcho de São Borja, Tarso Fernando Herz Genro nasceu em 1947, é formado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria e especializado em Direito Trabalhista. Iniciou sua vida política filiado ao extinto MDB (Movimento Democrático Brasileiro) e alcançou seu primeiro cargo eletivo em 1968 como vereador de Santa Maria. Após um período como crítico de literatura em um jornal de Porto Alegre, em 1988 foi eleito pelo PT, Vice-Prefeito da capital gaúcha, na cha-

pa de Olívio Dutra. Dois anos depois concorreu ao Governo, mas não obteve a vitória. Em 1992 conseguiu ser eleito Prefeito de Porto Alegre, onde foi eleito por mais um mandato em 2000. Dois anos depois tentou novamente uma vaga ao Governo, perdendo no segundo turno contra Germano Rigotto. Ainda exerceu os cargos de Secretário Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Ministro de Estado da Educação, das Relações Institucionais e da Justiça, durante os dois mandatos do ex-

Foto: Palácio Piratini | Caroline Bicocchi

presidente Lula. Alcançou o Governo do Rio Grande do Sul em 2010, com 3.416.460 votos válidos, sendo o primeiro governador a vencer no estado em primeiro turno. Além do trabalho como político, é autor de diversos livros nos campos de Direito, Literatura e Política.


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Especial

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Plebiscito pela reforma política Os brasileiros terão a oportunidade de transformar a indignação com a política brasileira em algo um pouco mais concreto que apenas os resmungos e reclamações que são ouvidos toda a vez que o tema ‘política’ vem à tona. Para além do voto nos candidatos em outubro, o Plebiscito Popular pela Reforma Política buscar criar mobilização popular e demonstrar com números efetivos que os brasileiros estão saturados com a atual forma de se fazer política. Durante toda a Semana da

Pátria, de 01 a 07 de setembro, urnas estarão espalhadas por todo o Brasil coletando os votos. Em Caxias do Sul não será diferente, e o Cômite Municipal pelo Plebiscito pela Reforma Política está trabalhando em pleno vapor para organizar a votação. Assembleia Constituinte, Soberana e Exclusiva Embora não tenha valor legal – como um plebiscito chamado pelo Executivo ou Legislativo Federal, a campanha busca também conscientizar a população sobre este tema. O plebiscito vai contar com uma única pergunta: “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político?”. Embora a pergunta seja comprida, ela encerra em si diversos pontos que muitas vezes são nebulosos para quem não está no traquejo da política partidária. Assembleia Exclusiva signfica que irá ser escolhido, através do voto, um conjunto de pessoas para compor essa assembleia, que discutirá so-

mente a reforma política. Por exemplo, a última Constituição Brasileira, a de 1988 não foi exclusiva. Isto significa que os mesmos deputados e senadores eleitos que criaram a constituição legislavam no Congresso, simultâneamente. Para os organizadores do Plebiscito, caso não haja exclusividade, seria a mesma coisa que pedir aos atuais políticos eleitos que façam a reforma. “São políticos viciados na for-

ma atual de fazer política. Além disso, quem corta da própria carne e abre mão de privilégios que possui?”, questiona Morgana Baldo, integrante do Cômite Popular de Caxias. Já a palavra Constuinte significa que a Assembleia terá o poder de mudar a Constituição, e suas deliberações não precisarão passar pelo Congresso Nacional, evitando o mesmo problema de delegar aos atuais políticos o poder de manter

suas benesses. Para o cientista político Benedito Tadeu Cesar, professor da Universidade Federal do RS, “o Congresso Nacional é muito conservador e tentará impedir mesmo esse plebiscito, que é uma proposta muito tímida”, advertiu. Ele relatou a experiência da Islândia fez uma Constituição em 2011, por meio de um fórum eleito por sorteio e que recebeu sugestões da população pela internet.

Financiamento privado traz distorções Embora este tema não esteja diretamente sob consulta, os movimentos que compõem o Plebiscito Popular pela Reforma Política defendem que haja, na Assembleia eleita exclusivamente para este fim, um sério debate sobre o financiamento privado ou público das campanhas. Atualmente, as empresas podem contribuir para as campanhas, gerando grandes distorções. Um candidato que defenda propostas que agradem ao grande empresariado contará com volumosas verbas privadas para sua campanha, em contraposição aos candidatos de projetos populares – que geralmente não contam com tanta simpatia dos donos do dinheiro. Um exemplo prático é entre dois candidatos. Um que defende a manutenção dos direitos trabalhistas ou sua ampliação certamente não conta com a mesma simpatia entre os empresários, comparado com o candidato que defende a di-

minuição destes direitos. “Em política, empresário não faz doação. Faz investimento. Essa promiscuidade entre interesses políticos e negócios privados estimula a corrupção”, afirma Frei Betto. Ele relata ainda que este tema já está sob julgamento no Supremo Tribunal Federal. “Por considerá-la contrário à Constituição, a OAB levou ao STF esta contradição: pessoas jurídicas, que não têm direito a voto, influem mais nas eleições que eleitores ao exercerem seu direito de cidadania”, diz Frei Beto.

A ação já começou a ser discutida no Supremo. Inclusive o ministro Marco Aurélio Mello já deu seu voto: “segundo dados oficiais do TSE, nas eleições de 2010, um deputado federal gastou, em média, R$ 1,1 milhão; um senador, R$ 4,5 milhões; e um governador, R$ 23,1 milhões. A campanha presidencial custou mais de R$ 336 milhões. Nas eleições municipais de 2012, segundo recente contabilização do Tribunal, teriam sido gastos incríveis 6 bilhões de reais. E os maiores financiadores são empresas que possuem contratos com

Como participar? Qualquer pessoa ou grupo pode organizar um local de votação com uma urna.Além disso, votar já é uma grande contribuição. A meta é de conseguir mais de 10 milhões de votos em todo o Brasil. Segundo a lei

de projetos de iniciativa popular, é necessário que haja no mínimo 1,5 milhão de votos, cobrindo ao menos nove estados brasileiros, com um percentual de no mínimo 3% dos votantes de cada um destes estados.

órgãos públicos. O setor líder é o da construção civil, tendo contribuído com R$ 638,5 milhões; seguido da indústria de transformação, com R$ 329,8 milhões; e do comércio, com R$ 311,7 milhões”, afirmou o ministro em seu voto. Porém, outro ministro do STF, Gilmar Mendes, pediu vistas e suspendeu-se a votação. Representação no Congresso O poder do dinheiro privado nas campanhas eleitoras gera distorções severas no Congresso. Segundo Rennan Martins, editor e blogueiro do portal Desenvolvimentistas, “quando examinamos o Congresso Nacional, notamos as distorções que o atual sistema político produz, que se traduz na representação demasiada de certos setores, geralmente ligados ao empresariado, em detrimento de outros”. Rennan apresenta dados sobre a Câmara dos Deputados, que mostram que do total,

49% são empregadores, 27% trabalham por conta própria, 19% são empregados e 5% de natureza diversa, dados do próprio órgão. Já segundo dados da Associação dos Consultores Legislativos e de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados (ASLEGIS), a média de gastos de campanha dos candidatos eleitos se encontra na casa do milhão de reais, enquanto a dos nãoeleitos é de somente um décimo disso. No dia 6 de agosto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou a primeira prestação de contas parcial dos candidatos destas eleições. O frigorífico JBS-Friboi, a construtora OAS e a Ambev são responsáveis por 65% das doações computadas até o momento para as campanhas à Presidência da República. Sozinha, a JBS doou R$5 milhões para as candidaturas de Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), além de R$ 1 milhão para Eduardo Campos (PSB).


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Especial

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a acontece na Semana da Pátria Jantar em Apoio Para a organização deste movimento requer uma série de custos com material de divulgação, transporte das urnas e coleta de votos, além da Sábado | 18 de Outubro Às 20h | Sede do SindiServ - Sindicato dos Servidores Municipais | Rua Carlos Giesen, 1217 | Bairro Exposição Cardápio: comida campeira

confecção dos materiais destinados a votação propriamente dita, como as próprias urnas, cédulas, listas de votantes e checagens. (feijoada, arroz carreteiro, quirera, couve refogada, salada mista, pão, vinho) Ingressos: Adultos: R$ 25,00 Crianças de 7 a 12 anos R$ 15,00

Em Caxias do Sul, o Cômite pelo Plebiscito Popular pela Reforma Política realizará um jantar após o plebiscito, buscando verbas para as despesas.

Contatos: Entre em contato com o Comitê Municipal pelos fones: 96678250 | 81284632 32194281 (UAB) 30281990 (MTD)

Como votar? Em Caxias, já estão confirmadas urnas nos seguintes locais: >> Sindicato dos Servidores Municipais - Rua Carlos Giesen, 1217 - Bairro Exposição >> Sindicato dos Bancários

– Rua Borges de Medeiros, 667 >> Sindicato dos Comerciários – Rua Garibaldi, 370 >> UAB (União das Associações de Bairros) >> DCE – UCS e Das (História e Jornalismo)

>> ICC – Banco do Povo Av. Júlio de Castilhos, 2225 (Central de Vagas) São Pelegrino >> Restaurante “Temperos” – Rua Visconde de Pelotas, 796 (sobreloja) >> Praça Dante Marcucci – Av. Júlio de Castilhos – Centro >> Trabalho 10 – Rua Andrade

Neves, 552 - Centro As urnas itinerantes percorrerão praças, escolas, sedes comunitárias e sindicais, locais de trabalho e bairros. Para votar basta ter um documento de identificação e ser maior de 16 anos. Informe-se dos locais de

votação com as lideranças de seu bairro, entidade e/ou igreja e pelo site www.sindiserv.com. A votação é organizada pelos militantes dos movimentos sociais, comunitários, sindicatos, igrejas, pastorais, entre outros.


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Bem Estar

Dopamina e Serotonina ajudam a qualidade de vida Imagem: Reprodução

A dopamina e a serotonina são dois neurotransmissores – substâncias que existem em nossos cérebros e que fazem a ‘comunicação’ entre os neurônios. Quando estão em quantidade insuficente, ou alta demais, elas acarretam distúrbios no nosso dia-a-dia. A serotonina tem sido identificada como uma das responsáveis pela sensação de prazer e pelo bemestar. Ritmo cardíaco, sono, apetite e regulação de certos hormônios A obra ‘Angústia’ de Iracema Malheiros fazem parte das funOutros problemas psiquições dessa substância. A sua átricos como ansiedade, agresfalta é uma das causas da desividade, comportamento compressão e de seus sintomas, pulsivo, problemas afetivos, como cansaço, sensação de fadentre outros, também têm diga, apatia, dificuldade de mesido associados ao mau funciomorização, insônia ou excesso namento do sistema serotonide sono, por exemplo.

nérgico. Já a dopamina é relacionada com a capacidade de sentir motivação para executar tarefas. Ela regula a atenção, do estado de ânimo, a memória, a aprendizagem e o movimento. Quando os níveis normais de dopamina estão presentes, uma pessoa pode sentir prazer, apego, amor, altruísmo, e é possível a integração de pensamentos e sentimentos. Recompensas de sexo, dinheiro, comida e trabalho motivam os humanos, mas quando a dopamina é baixa, são menos propensos a experimentarem a felicidade de alguns destes “prêmios”. Os níveis baixos de dopamina resultam na falta de prazer e remorsos, incapacidade de sentir amor e apego, diminuição da memória, atenção e concentração.

Sintomas de serotonina deficiente Os sintomas associados à deficiência de serotonina incluem ansiedade , raiva, problemas de sono , irritabilidade, dor crônica , incluindo cabeça e dores no corpo, vontade de comer carboidratos e comportamento auto-destrutivo. Baixos níveis de serotonina pode ser causada por uma série de fatores que vão desde a dieta à genética. Uma dieta

pobre em proteínas , vitaminas e minerais, que ajuda na produção do neurotransmissor pode ser atribuída a baixos níveis de serotonina . A absorção de proteína pode também ser inibida por problemas genéticos ou digestivos . Um médico pode prescrever inibidores da recaptação da serotonina ( ISRS) para normalizar os níveis de serotonina , no

entanto, há também mudanças de estilo de vida que ajudarão a estabilizar serotonina montantes. Uma dieta rica em proteínas irá proporcionar o corpo com triptofano , o aminoácido responsável pela produção de serotonina . Estudos mostram que a meditação , exercícios e exposição à luz solar também aumentam os níveis de serotonina.

Sintomas de dopamina deficiente Falta da sensação de bemestar, felicidade, prazer ou apego aos entes queridos.Você pode não ser capaz de resolver problemas, ou administrar sentimentos e responder de forma adequada e pode sentir-se distraído com muita facilidade. Além disso, a falta de remorso

sobre os comportamentos imorais também está associada à baixa dopamina. Você pode se sentir cansado, inquieto, agitado e irritável, ou você pode não dormir bem durante a noite. Baixíssimos níveis de dopamina podem resultar em

sintomas significativos de agitação e senso de não realidade, como pode ser visto em pacientes com esquizofrenia. Na próxima edição do Jornal dos Bairros, confira quais são os alimentos que podem aumentar os níveis de dopamina e serotonina no cérebro.


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Esporte

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Fátima e Belo Horizonte conquistam campeonatos O dia 2 de agosto foi de decisão para os campeonatos interbairros Feminino e Série Ouro da UAB. Na quadra do Enxutão, os times se enfrentaram para definir os campeões destes campeonatos em 2014. Abrindo os jogos, as equipes femininas do Fátima e Vila Ipê se enfrentaram. Durante o tempo normal, as meninas do Fátima levaram a melhor e conquistaram a taça colocando 4 gols na rede adversária. Já o Vila Ipê não marcou nenhum gol e o placar fechou em 4x0. O segundo jogo definia a taça para a Série Ouro em 2014. Serrano e Belo Horizonte levaram a decisão para os pênaltis, com 2X1 para a equipe do Belo. Durante o tempo normal, o jogo encerrou em 1X1. “Os dois jogos foram ‘pegados’, com as equipes disputando palmo a palmo a vitória. Além disso, os times contaram com o forte apoio das suas torcidas”, afirma Josmar dos Santos, diretor do departamento

Imagem:Mario André Coelho

Série Prata e Veteranos com data marcada

No Feminino, Fátima (uniforme listrado) venceu Vila Ipê de goleada

de Esportes da UAB. Cerca de 500 pessoas prestigiaram as finais, incentivando suas equipes dentro da quadra. Ainda segundo Josmar, os campeonatos corresponderam às expectativas do departamento, ocorrendo sem disputas violentas. “Nosso objetivo maior de integração foi alcançado, os jogos tiveram um alto padrão e é esta qualidade que desejamos para todos nossos campeonatos”, afirma.

Os terceiros e quartos melhores colocados, de acordo com a melhor campanha, serão divulgados na premiação conjunta realizada pela UAB. Esta atividade está prevista para o dia 27 de setembro, na Câmara de Vereadores, às 19 horas. Os quatro melhores colocados da Série Prata passam para a Série Ouro em 2015, assim como os quatro piores da Ouro deste ano caem para Prata.

Já está marcada a data para abertura de dois campeonatos interbairros do segundo semestre da UAB, a Série Prata e Veteranos. Os jogos de abertura – que serão decididos por sorteio na hora – serão no dia 13 de setembro, no Enxutão, às 19h30min. Além disso, um resentante de cada time inscrito deve comparecer para uma reunião no dia 20 de agosto, às 19h30min, na sede da UAB, parar o sorteio das chaves.

Copas Valdir Negrão e Geni Peteffi Neste ano, 20º Campeonato Interbairros Série Ouro homenageou o carnavalesco e comunitarista Valdir Negrão. A Copa Valdir Silva – ‘Valdir Negrão – contou com 17 equipes participantes. Valdir Negrão é caxiense e atua há mais de vinte anos no movimento comunitário. Já o 7º Campeonato Fe-

minino Copa Geni Peteffi – in memoriun – homenageou a vereadora caxiense falecida em setembro de 2013. Geni era filiada ao PMDB e se dedicou à vida política por 24 anos. Ao encerrar seu último mandato, em 2012, ela realizou um de seus sonhos, e assumiu como prefeita em exercício.

Segunda a Sexta 6h às 8h - Bom dia 87.5 - Osmar Gasperin 8h às 10h - Voz dos Bairros - José Peroni 11h às 12h - Manhã do Ouvinte - Luciano Behm 12h às 14h - Comunicação 87 - Cláudio Teixeira 14h às 16h - Agora é de Tarde - Mauro Teixeira 16h às 18h - Guigo Show - Rodrigo Fantinel 18h às 19h - Momento Gaúcho - Marcelo Junior 20h às 22h - Toque da Azaração - Daiane Mello

Sábado

|54| 3041.1273 www.radiouabfm.com facebook.com/radiouabfm87.5 WhatsApp: 9683.8831 Rua Francisco Getúlio Vargas, nº 1215, Bairro Petrópolis

8:30h às 10:30h - Atualizando Notícias - Antonio Pacheco 10:30h às 12:30h - Sabadão do Sucesso - Marcílio Martins 14h às 16h - Show de Bandas - Marcos Oliveira 16h às 18h - Misturadão - Claudio Renato 18h às 20h - Som da Velha - Pedro Jardim e Michael Souza

Domingo 9h às 13h - Repontando Tradições - Albery de Mattos 14h às 16h - Festival de Sucesso - Gilberto Godoy 16 às 18h - A Hora do Colono - Marcos e Niva Fellippi 18h às 20h - UAB Esportes - Flavio Fernandes, Pedro Jardim e Josmar Santos 20h às 22h - UAB Mulher - Shania Pandolfo e Michael Souza


R e al iz a çã o :

O rg an i z aç ã o :

A poi o:

BELO HORIZONTE CAMPEÃO

Copa Valdir Silva – ‘Valdir Negrão’

20º Campeonato Interbairros de Futsal Série Ouro


R eal iz a çã o :

O rg an i z aç ã o :

A poi o:

FÁTIMA CAMPEÃO

Copa Geni Peteffi – in memorian

7º Campeonato Interbairros de Futsal Feminino


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Bairros

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Bairro Exposição funda nova Amob O bairro Exposição, desde o dia 10 de julho, passou a contar com uma Associação de Moradores para organizar a comunidade. O presidente da Amob, Lucas Thimmig Diel, conta que até então, o bairro estava abrigado à Associação dos Moradores do Panazzolo. Para Lucas, a existência de uma Amob é fundamental para dar visibilidade às demandas comunitárias. “Eu acredito que todos os bairros devam ter sua Amob, ter a sua própria organização, por mais organizada que seja a Amob mais velha”, diz ele. “Assim fica mais fácil a organização e também a própria representatividade da associação”, completa Lucas. O presidente salienta que o bairro Exposição, por estar no Centro da cidade e ser muito antigo, não tem as mesmas demandas que locais mais novos. “Não temos problemas derivados de infraestrutura como saneamento, construção de ruas ou mesmo ocupações. Mas por outro lado, temos demandas referentes a um bairro grande com uma grande concentração populacional”, afirma. Exemplos, na sua opinião, são as questões de segurança, trânsito e qualidade do meio ambiente. “Aqui na nossa região, a base do policiamento comunitário está no bairro Exposição. E queremos nos colocar como parceiros da Brigada para levarmos informações, e facilitar o trabalho deles, com o apoio dos moradores”,

Foto: Divulgação | Alexandra Baldiserotto

“Fui recentemente para Porto Alegre e não pude deixar de me espantar com a arborização da cidade. Acredito que isso influencia muito na qualidade de vida e queremos fazer um trabalho bom nesse sentido. Claro, não aleatoriamente, porque sabemos que não é qualquer árvore que pode ser plantada em qualquer lugar. É necessário que seja planejado e pensado sobre isso”, acredita Lucas. “Sabemos que não vamos resolver os problemas de trânsito de uma hora para outra. Mas sabemos também que muito do que se refere ao trânsito diz respeito à educação. Como há uma aglomeração grande de pessoas nestes bairros, podemos fazer um bom trabalho nesse sentido”, diz. Para ele, a vinculação à UAB Parque dos Macaquinhos é uma das áreas que ficam dentro dos limites do bairro Exposição é fundamental, já que há uma soma de esforços. “Junto à uma Meio Ambiente acredita. entidade como a UAB, atuante e recoLucas também destaca a importânEm relação ao trânsito, uma das nhecida no Brasil inteiro por seu trabacia do meio ambiente para o bairro, que principais demandas é quanto á sinalizalho, podemos desenvolver um trabalho conta com dois parques, o do Macaquição. Segundo Lucas, há diversos cruzamelhor”, afirma. nhos e o Monteiro Lobato, que fica ao mentos sem semaforização, o que gera lado da escola Emílio Meyer. Segundo inúmeros acidentes de trânsito. “QuereMaesa Lucas, uma das principais reivindicamos levar para o poder público os conOutro ponto destacado pelo presições será o aumento da arborização gestionamentos e estrangulamento do dente do Exposição é quanto à Maesa, nestes locais e nas vias do bairro. “São trânsito nos horários de pico em deterque está localizada no bairro. “Quereduas áreas verdes que a população pode minados trechos, como os que existem mos que o poder público escute nossa usufruir. Queremos valorizar esses amna Dom José Baréa. Como não há sinacomunidade e que atenda a maioria. Se bientes e junto com o poder público, e lização, as pessoas ficam mais de cinco vai ser um centro cultural, se vai ser um demais entidades parceiras e vinculaminutos esperando nos entroncamenmercado público, que a comunidade seja das ao meio ambiente e humanização tos para conseguir atravessar. Isso acaescutada e que ela possa participar”, dedo trânsito, conversar para fazermos um ba implicando em acidentes”, explica o fende Lucas. trabalho em conjunto”, defende. presidente.

Amob São Leopoldo elege sua soberana Foto: Divulgação Amob São Leopoldo

A comunidade do bairro São Leopoldo já realizou a escolha de sua corte Mais Bela Comunitária. A atividade foi realizada no dia 19 de julho, no salão comunitário Jesus Bom Pastor. Foram eleitas Milena Vacarri como Mais Bela Comunitária e Melissa Klering. Agora, a Amob deve realizar a inscrição de Milena para concorrer à corte do Mais Bela Comunitária de Caxias do Sul, previsto para o dia 15 de novembro. Para Isadora Perotti, então Mais Bela do São Leopoldo e atual Simpatia Comunitária da UAB, ter sido a representante do São Leopoldo na corte municipal foi um de seus maiores orgulhos. “Esse concurso, uniu a comunidade de uma forma inacreditável, proporcionando sorrisos aos moradores que ficaram muito contentes em ter uma representante em Caxias do Sul”, diz. Ela destaca que apesar da satisfação, chegou a hora de passar a faixa

do seu bairro”. “Com certeza, o bairro está muito bem representada pela Milena e Melissa, que demonstram muita vontade em ajudar a AMOB. Certamente continuarei ajudando o bairro em suas lutas e festejando as conquistas, pois tenho o conhecimento que ainda temos muito o que fazer”, acredita. Já Milena Vaccari, com 17 anos, ressalta que ter sido escolhida como Mais Bela Comunitária da Amob São Leopoldo, foi uma alegria imensa. “Guardarei este dia para sempre em minha vida como forma de crescimento como pessoa, por ter enfrentado minha vergonha e timidez”, explica Milena. “Como Mais Bela representarei o bairro com muito orgulho, buscarei ideias com o presidente do bairro, para que todos juntos possamos alcançar melhorias desejáveis e que estejam ao nosso alcance, beneficiando à todos

Comunidade envolvida na escolha de suas Mais Belas

moradores”, defende a Mais Bela. A princesa eleita, Melissa Klering, com 16 anos, também destaca a felicidade e honra em participar do concurso e integrar a corte local.

“ Vou me dedicar, fazer o que for possível para melhorar cada vez mais o bairro, ajudar nas lutas e festejar as conquistas. Irei me emprenhar junto à comunidade”, promete a princesa.


C M Y K

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Sanvitto Villaggio Iguatemi luta por área verde Doze mil metros quadrados. A metragem corresponde a quase um hectare e meio de área, em uma das regiões mais valorizadas da cidade: a poucas quadras do shopping Iguatemi. Neste espaço, a prefeitura pretende construir um pavilhão para receber entulhos É esta área que representa a maior preocupação e bandeira de luta de uma nova Amob fundada neste ano, a Sanvitto Villaggio Iguatemi.

Fotos: Karine Endres

Comunidade quer transformar área em um grande espaço destinado ao lazer

Presidida por Gabriela Meirelles, a Amob conta com a participação da direção de duas escolas do bairro, a particular Caminhos do Saber, e estadual Dario Granja Sant’Anna. Segundo Gabriela, as principais demandas da comunidade di-

Insegurança A rua ao lado da área verde também é insegura, pois não há iluminação, mesmo contando com uma escola ao lado. Há inúmeros relatos de insegurança. “O mais lamentável foi o ano passado, com uma menina de oito anos tendo sido violentada e morta aqui ao lado. Havia a decisão da Brigada Militar acompanhar a entrada e saída da escola, mas não está mais sendo feito”, lamenta Gabriela. “A nossa Associação é nova. Antes, nossas demandas eram reivindicadas pela Amob Floresta, e também devido ao nosso CEP, todos os crimes que acontecem aqui acabam entrando como índices do Floresta. Aqui é comum haver assalto à mão armada ao meio-dia. Quase todos os comércios já foram assaltados”, explica ainda a presidente. Infraestrutura Ela lembra que embora não seja um bairro novo ou sem qualquer infraestrutura, a comunidade não conta com espa-

ços de lazer e sofre com os poucos acessos. “Hoje, existe apenas uma entrada sinalizada,que é a do Shopping. Quem desce direto para o Floresta, acessando a Perimetral Sul, não consegue acessar à Perimetral em direção à Zona Oeste. Todos os trabalhadores do Iguatemi, das lojas vizinhas e das duas escolas, além de alunos e moradores o mesmo acesso. Além disso, a via que dá acesso para a região partindo do São Francisco e Planalto Rio Branco não tem pavimentação adequada, nem sinalização e conta com iluminação pública insuficiente. E é justamente essa via que faz divisa com a área verde de 12 mil metros quadrados. Este é mais um fator que aumenta os questionamentos da presidente quanto à especulação imobiliária. Gabriela conta um fato, “que se não fosse trágico, seria hilário”. “Não contamos com containers da prefeitura e no caso do nosso prédio, alugamos estes equipamentos para uso

zem respeito à preservação da área verde, principalmente sua destinação para área de lazer, segurança e trânsito. “Está prevista a construção de um depósito de materiais da secretaria de Habitação, mas a comunidade é con-

tra a iniciativa. A prefeitura já afirmou que pretende dividir a área, metade para a construção do pavilhão e outra para manutenção da área verde. Uma de nossas preocupações é que sabemos, devido ao entorno, que o terreno é alvo da especulação

imobiliária”, afirma. Atualmente, o mato toma conta da área, que não conta nem com calçadas no entorno. Além disso, faz divisa com a escola Dario Granja, mas não conta com iluminação adequada. A isto, se soma outro problema: devido ao número reduzido de acessos à região, a via também é usada por quem entra ou sai do bairro. “Começamos a nos organizar para isso a partir da fundação da Amob. Durante a reunião do Orçamento Comunitário foi reivindicado aumento da segurança na área, onde já se registrou diversos casos de violência, incluindo estupros e morte”, explica Gabriela. “É um bairro que cresce rapidamente. A cada dia surgem novos prédios, e não foi feito um impacto de vizinhança. Há um impacto grande na circulação de pessoas, porque além de um comércio forte, a quantidade de moradores também está crescendo” continua ainda.

Especulação Imobiliária dos moradores. Em um sába“Queremos que o espado à tarde, um caminhão parou ço seja ocupado para um parao lado dos containers, retirou que de referência municipal, o lixo e estava se preparando assim como a Lagoa do Rizzo para carregar os equipamentos e o Cinquentário. Porque não no caminhão, quando nosso ter um parque nesta região, já zelador percebeu o que estava que não temos nenhuma área acontecendo. Ele começou a fade lazer nas proximidades, nem zer um estardalhaço para evitar o roubo. Os dois começaram uma discussão, os moradores desceram e foi aquela bagunça. Acabou que tivemos que chamar a Brigada Militar para impedir que levassem os nossos containers, no meio de uma tarde de sábado. Se isso acontece á luz do dia, o que não acontece à noite?”, quesVia ao lado da área é acesso para bairro e escola tiona Gabriela.

um parque infantil”, questiona a presidente. “Para mim, depósito de material de construção na verdade é depósito de entulho e isso vai gerar ainda mais insegurança , porque a gente sabe que onde tem material de construção tem roubo. E é uma área nobre, em um local privilegiado, que atenderia a diversas comunidades no entorno, como as comunidades do Rosário, São Francisco, Rio Branco Planalto, Kayser e Floresta. Porque instalar em uma área nobre, nas proximidades do Shopping Iguatemi, um pavilhão de entulhos?”, não se conforma a presidente com a lógica que a situação está tomando. Além disso, Gabriela também teme que o fracionamento da área para a construção do Pavilhão facilite uma possível permuta entre poder público e iniciativa privada, através da cessão de índices de construtivos..


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Geral

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Horror em Gaza Um conflito que se estende desde 1948 – quando o Estado de Israel foi oficialmente criado pela Organização das Nações Unidas – teve mais um episódio trágico em julho deste ano. Novamente, o Estado de Israel atacou os moradores da Faixa de Gaza, em um conflito violento que durou quase um mês. Como saldo, 2.002 mil pessoas morreram: 67 israelenses – sendo 64 militares e 3 civis e outros 1.935 palestinos – 1.048 civis, sendo 452 crianças e 235 mulheres. Após o sequestro e mor-

te de três jovens israelenses na Cisjôrdania em 12 de junho, o Estado de Israel deu o início à terceira ofensiva contra os moradores da Faixa de Gaza, em menos de dez anos. O ataque por ar e mar iniciou no dia 8 de julho e no dia 17 de julho as forças militares de Israel deram início à ocupação por terra da Faixa de Gaza, multiplicando o número de mortos. A morte dos jovens judeus foi atribuída ao Hamas – espécie de partido que governa Gaza, que negou o envolvimento com as mortes.

Desde o dia 9 de agosto, o Estado de Israel e o Hamas iniciaram um cessar fogo provisório, enquanto negociações buscando a solução dos conflitos – ou ao menos parte deles – foi iniciada por intermédio do Egito. O Egito faz divisa com o Estado de Israel. Em um trecho das fronteiras entre estes dois países está a Faixa de Gaza.

Foto: Zoriah | Flick

Crianças e mulheres são as principais vítimas de ataques à Gaza

Conflitos armados iniciaram após a Segunda Guerra Mundial Após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1944, iniciou a discussão mais concreta para a criação do Estado de Israel. Era o momento dos judeus voltarem à tão prometida terra, já que eram um povo sem nação desde à diáspora. A diáspora é um movimento de expulsão dos judeus da Palestina, que iniciou no Império Romano (ainda antes da era Cristã, há mais de dois mil anos). A discussão sobre a criação do Estado de Israel – o chamado sionismo – é ainda anterior à Segunda Guerra Mundial, mas criou muito mais força com

esta guerra. Afinal, foi neste período que os nazistas perseguiram, confinaram e mataram mais de seis milhões de judeus nos campos de concentração da Alemanha nazista. Ao mesmo tempo em que determinou a criação de Israel, a ONU também deliberou pela criação do Estado da Palestina, o que até hoje não se concretizou. Ainda antes da guerra, os judeus já buscavam voltar à ‘terra prometida’ – isto é, que havia sido prometida a eles segundo o judaísmo no Torá, o seu livro sagrado (que corresponde ao Antigo Testamento dos católicos e

cristãos). Porém, este território já estava ocupado há séculos pelos árabes. Este movimento dos judeus à ‘terra prometida’ acontecia através a compra de terrenos e colônias dos árabes. Eram todos palestinos, ocupando a “Palestina”, terra de forte tradição religiosa tanto para judeus, mulçumanos e cristãos, por sediar cidades importantes como Jerusalém – símbolo de todas estas religiões. Com a criação do Estado de Israel, houve uma mudança. À partir de 1948, a formação de Israel se deu com a imposição das fronteiras e a expulsão

dos antigos moradores árabes – agora conhecidos como palestinos. Dados oficiais relatam que mais de 740 mil famílias foram obrigadas por Israel a deixar o território. Guerras para a expansão Os estados árabes vizinhos – como o atual Líbano, Síria e Egito, não aceitaram a imposição do Estado de Israel e iniciaram guerras para impedir sua concretização. Israel foi à luta e garantiu não apenas o território determinado pela ONU, como avançou as fronteiras para a Cisjordânia, Egito e Síria.

Apenas 3 anos após a criação do Estado de Israel, as fronteiras já não eram as mesmas daquelas determinadas pela ONU. Após duas grandes guerras, Israel já havia tomado a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. partir deste momento, Isarael inicou uma nova forma de ampliação das suas fronteiras, com a expulsão contínua das famílias árabes das áreas da Cisjordânia e a ocupação destes territórios com colônias de famílias judias. Desde então, os conflitos se sucedem, sempre com Israel ampliando as suas fronteiras.

Faixa de Gaza Muitas destas famílias expulsas de Israel foram para a Faixa de Gaza. Este é um território com cerca de 300 km2, sendo 40 de comprimento e entre 6 e 12 quilômetros apenas de largura. Ali está a quinta maior concentração populacional do mundo, com 1,7 milhões de pessoas e cerca de 5 mil por quilômetro quadrado. Com o avanço dos conflitos – e o surgimento de grupos extremistas ligados à religião mulçumana – a vida na Faixa de Gaza foi ficando muito mais complicada. Esta já é a terceira vez que Israel bombardeia o território em menos de sete anos. Praticamente todas as famílias já foram atingidas, tendo um familiar morto. Por isso, o Unicef calcula que 370 mil menores precisam

de ajuda psicológica para tentarem ultrapassar, de algum modo, o trauma vivido. “Um menino ou uma menina que tenha hoje 7 anos de idade já passou por três ofensivas: a de 2008-2009, a de 2012 e a de agora”, assinalou a agência da ONU. Outro fator que gera o ódio dos palestinos é que a Faixa de Gaza sofre um bloqueio econômico desde 2006. Israel controla todas as entradas de alimentos, produtos e materiais de concentração, além do fluxo de pessoas. Além disso, Gaza é cercada por um gigantesco muro, com atiradores de elite de prontidão. Cidadões de Gaza apenas podem deixar o território com o consentimento das autorida-

des de Israel. Segundo documentos liberados pela Wilip... do ciberatividast Julio Assange, o Estado de Israel tem o objetivo declarado de manter aquela população sob o estado de subexistência. O território árido não é propício ao cultivo e praticamente todas as necessidades daquela população precisam ser importadas. Além disso, com os constantes ataques,

a economia local sofre contínuos prejuízos com a destruição de fábricas, prédios e estradas. De fato, o bloqueio para entrada de produtos e os ataques criam uma região que não consegue se reconstruir. Além de atacar equipamentos de infraestrutura, Israel também destrói com frequência hospitais, escolas e centros de refúgio. Sua principal desculpa é de erro técnico e agora, de que o Hamas, que controla a região, mantém nestes lugares os torpedos com os quais ataca Israel. Hamas e Autoridade Palestina Tanto o Hamas como a Autoridade Palestina são partidos

políticos que atuam no proto estado Palestino. O Hamas governa a Faixa de Gaza, tendo sido escolhido em eleições diretas e consideradas democráticas pelos países ocidentais (como os da Europa, Estados Unidos e os da América Latina). Já a Autoridade Palestina governa a Cisjordânia, que também faz fronteira com Israel, porém do lado oposto ao da Faixa de Gaza. Tanto a Faixa de Gaza e a Cisjordânia compõem o proto Estado da Palestina. É chamado de ‘proto’ (que não está completo) porque apenas alguns direitos são permitidos aos seus governantes e cidadãos. Nem a Autoridade Palestina nem o Hamas podem decidir sobre a construção de aeroportos ou portos, por exemplo.


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