Jornal dos Bairros, edição de Junho de 2014

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Jornal dos Bairros

Junho 2014 Ano 18 Nº 06

Publicação da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul - Filiada à FRACAB e à CONAM

UAB FM 87.5 comemora um ano no ar Foto: Karine Endres

Com uma bela festa no dia 14 de junho, o movimento comunitário comemorou um ano de atividades da rádio comunitária UAB FM 87.5 - Após anos lutando por uma concessão pública, o movimento comunitário exerce seu direito à voz na radiodifusão | Confira as fotos da festa nas páginas 08 e 09

Secretário de Transportes apresenta mudanças que devem ser implementadas com o SIM Caxias. Entre elas, proibição de conversão à direita em vias como Sinimbu e Pinheiro Machado, além de corredores duplos de ônibus | Página 05

Copa do Mundo Para resgatar a emoção do futebol, o jornalista Douglas Ceconello defende que América do Sul sedie mais Copas do Mundo | Página 16


Jornal dos Bairros Junho 2014

Opinião

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Editorial

Charge: Júlio César

TV Caxias 10 Anos* A TV Caxias é uma emissora de comunicação pública e voltada aos cidadãos caxienses, nosso conteúdo é focado nos fatos e relações da nossa terra. A emissora obteve sua concessão em 2004 e após 9 anos de experimentações vem se posicionando para ocupar o lugar de principal veículo de comunicação televisiva da cidade de Caxias do Sul. Ancorada pelo comprometimento de seus profissionais, atualmente é assistida por quase 180 mil caxienses, sendo 60.000 assinantes, segundo dados da NET Caxias. A TV Caxias iniciou seu processo de profissionalização em 2010 e hoje contamos com quinze profissionais atuantes, são eles: 4 jornalistas, 1 diretor de fotografia, 1 Comercial, 1 financeiro, 3 editores, 1 cinegrafista, 1 Playlist, além de 1 prestadores de serviços de consultoria. Trabalhamos diariamente respeitando as diretrizes editorias que a TV pública comunitária se baseia, que é na democracia e na pluralidade, contemplando a diversidade existente. A TV Caxias inclui os excluídos da comunicação divulga os acontecimentos da cidade sem espetacularizar o crime. Valoriza os cidadãos e suas lideranças políticas, sociais e comunitárias, diferente do que faz a grande mídia comercial. Nossa estratégia baseia-se na construção de um sistema de comunicação de massa democrático, plural e contraegemônico. Para atingirmos tal objetivo é fundamental a construção de uma teia de comunicação, composta pelos Movimentos Sociais, baseados em uma forte interatividade tanto na divulgação quanto na produção dos conteúdos. Propomos utilizar em parceria com os apoiadores, seus portais de notícias, mailling e espaços para realização de marketing direto. Essas ações parceiras terão o objetivo de reforçar e dar maior visibilidade e interatividade ao conteúdo produzido e divulgado em plataformas como facebook, you tube

entre outros. Além de promovermos eventos para estreitarmos a nossa relação com os apoiadores e parceiros, estamos também agraciando a comunidade através do lançamento de novos programas e estratégias que irão marcar esta década de trabalho e dedicação. De acordo com a nossa avaliação, para que a TV Caxias POSSA se tornar auto-sustentável é imprescindível o crescimento de sua audiência e para isso a contribuição dos movimentos social é decisiva. Para que a TV Caxias se torne o principal veículo de comunicação de massa da cidade é imprescindível o protagonismo dos movimentos sociais. Propomos a ampliação da participação dos associados, com o objetivo de equipar a TV. A experiência e a realidade nos permitem afirmar que o nosso projeto é viável, por isso, é necessário cada vez mais o comprometimento de todos, em especial dos movimentos sociais que estão a frente deste projeto e que fazem parte do crescimento da TV CAXIAS. A nossa cidade tem na TV Caixas uma grande oportunidade de construir o maior veículo de massa e democrático. Só um veículo assim pode prestar um serviço de comunicação de qualidade aos cidadãos respeitando os direitos humanos e o interesse público em primeiro lugar. Nestes quatro anos de Telejornalismo, a TV Caxias esteve presente na vida da nossa cidade divulgando os acontecimentos negativos e positivos valorizando suas lideranças comunitárias. Para que a TV continue crescendo e vencendo os desafios é fundamental que cada liderança comunitária, associações de bairros, clube de mães continuem nos apoiando enviando noticias para nosso portal, porque aqui você vê o que você vive. Por Pedro Pozenato, presidente da TV Caxias

Jornal dos Bairros Expediente: Veículo da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul – UAB - Rua Luiz Antunes, 80, Bairro Panazzolo – Cep: 95080-000 - Caxias do Sul Filiada à Federação Riograndense de Associações Comunitárias e de Moradores de Bairros (FRACAB) e a Confederação Nacional de Associações de Moradores (CONAM) Presidente: Valdir Walter Diretor de Imprensa e Comunicação: Cláudio Teixeira - claudiosteixeira@gmail.com Editora: Karine Endres - MTb. 12.764 - karine.endres@gmail.com Reportagem: Karine Endres Editoração e Design Gráfico: Karine Endres Charge: Júlio César - (54) 3217.2627 E-mail: jornaldosbairroscx@gmail.com Telefone: 3238.5348 Tiragem: 10.000 exemplares Conselho Editorial: Antonio Pacheco de Oliveira, Cláudio Teixeira, Flávio Fernandes, Karine Endres, Paulo Saussen e Valdir Walter Email: uabcaxias@gmail.com Comercial: 3219.4281 Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Líderes são homenageados com Mérito Comunitário Foto: Luiz Cláudio Farias

José Gonçlves, Noredi Vanine e Odila da Silva receberam homenagem da Câmara

Dois comunitaristas com longa trajetória no movimento comunitário foram homenageados pela Câmara de Vereadores com a medalha Mérito Comunitário. A homenagem foi realizada em 15 de maio, na própria Câmara, que concedeu a medalha para José Gonçalves da Silva, do bairro Pôr do Sol, e a Odila Maria da Silva, do Esplanada. Na atividade, Noredi João Vanin, sub-prefeito de Criúva, também recebeu a condecoração. Segundo a Câmara, “eles têm se destacado com empenho pela melhoria das suas comunidades”. Felipe Gremelmaier, autor da propostam salientou o dever da Câmara, de reconhecer as ações voltadas ao comunitarismo e ao bem prestado à comunidade. “Os homenageados vêm se notabilizando pelo compromisso, em beneficiarem vidas”, enalteceu.

Conheça os homenageados José Gonçalves da Silva, o Zé Palmeira, nasceu 1943, em São Francisco de Paula. Ele chegou a Caxias do Sul, em 1968. Em 1980, foi eleito presidente do bairro Cachoeirinha, uma comunidade com muitas necessidades a serem conquistadas, desde água encanada, luz, entre outras. Em 1999, elegeu-se presidente do Pôr-do-Sol pela primeira vez, cargo que ocupa até hoje. Já Odila Maria da Silva nasceu no interior de Bom Jesus, em 1952. Por duas vezes, foi presidente e tesoureira da Amob Esplanada. Noredi João Vanin nasceu em 1943, em São Francisco de Paula. Em 1989, ele foi nomeado subprefeito de Criúva. Além disso, foi presidente da comunidade Santo Isidoro por 12 anos

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Movimento

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Samae ouve demandas de saneamento Falta de água, aumento das taxas de consumo com a troca de hidrômetros, demora para atender chamados e finalizar concertos, além da cobrança da taxa de esgoto e a falta de ligação na rede coletora foram alguns dos pontos que os comunitaristas trouxeram para a Assembleia Geral de junho, realizada no dia 7. A AG contou com a presença do diretor-presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Édio Elói Frizzo, e de servidores da autarquia. Para Elói, o Samae, com um orçamento anual de cerca de R$ 170 milhões e mais de 450 servidores diretos, além dos terceirizados, conta com uma gestão complexa devido ao porte da empresa, e também devido à geografia do município. “Caxias tem uma forma diferenciada de abastecimento. Não somos uma cidade plana e se você colocar um picão já encontra pedra. É uma cidade com muitas elevadas, que precisam de sistemas de recalque de água, de controle de vazão e pressão. Os servidores do Samae têm hoje uma preocupação diária de manter a pressão da água, para que possa chegar às casas em toda a cidade. Somente na área urbana, e nos poços, temos 70 bombas de recalque”, informou Frizzo. Elói Frizzo explicou sobre os sistemas de abastecimento de água em Caxias, entre eles o Samuara - o menor de todos e que abastece Forqueta, o Dal Bó - com as três represas – São Pedro, São

Foto: Karine Endres

Vilmar Boschetti quer saber se esgoto de empresas estão ligados na rede do São José

Paulo e São Miguel – que abastece praticamente a região mais alta, como o Universitário, Jardim América e uma parte do Sagrada Família. Ainda segundo Frizzo, a represa Maestra é hoje uma fonte de preocupação para o Samae, “porque é uma estação muito antiga e dá problema a toda a hora”, diz. Ela fornece água para os bairros e loteamentos na região do Fátima, Pioneiro, Santa Fé, Belo Horizonte. “Temos tido dificuldades de abastecimento nessas regiões porque todo o dia enfrentamos problemas com ela. Essa será nossa prioridade o ano que vem. Estamos elaborando um novo projeto, para a reformulação desta estação. Somada a isso estamos com um projeto

Avanços no tratamento Segundo Elói Frizzo, a administração anterior fez um projeto grande para a construção de cinco grandes estações de esgotos. Já haviam outras cinco estações dos governos de Mario Vanin e de Pepe Vargas e ainda no governo do Pepe, foi criado o Plano Diretor de Esgotos. “Então neste plano, havia uma diretriz de que onde não há tratamento de esgoto se cobrava uma tarifa de 40%. Já onde há o tratamento, se cobrava uma tarifa de 80% sobre a tarifa mínima de água. Isso vem sendo cobrado desde 2002. No governo anterior, se decidiu que seria cobrada uma tarifa intermediária. Naqueles locais onde houvesse uma estação de tratamento e que não houvesse a ligação, se cobrava uma tarifa intermediária de 60%. Eu sou contra essa medida, porque acredito que onde passa a ligação de esgoto, o morador tem a obrigação cidadã de fazer a ligação e não pode se negar, devido ao dano ao meio ambiente. Afinal, ele vai estar poluindo o terreno, o arroio próximo ou os lençóis freáticos”, diz Frizzo. Segundo ele, hoje o sistema Tega já

opera normalmente, assim como a estação do Belo e do Samuara. “A estação Pena Branca também já está em andamento, na Zona Leste, e a estação Belo também é grande e devem estar concluídas até o final do ano. E com isso também vamos atingir aquele percentual que deu tanta polêmicas nas eleições, que é atingir um percentual de tratamento de cerca 80 a 85% do esgoto gerado. Mas para isso, é necessário que as ligações sejam feitas”, explica. “Apresentamos o projeto de mais quatro estações de tratamento, com 120 quilômetros de tubulação e estamos buscando junto com o Ministério das Cidades, recursos do governo federal de cerca de R$ 80 milhões para investimento em esgoto. O prefeito esteve recentemente em Brasília e disse que está ‘na boca do caixa’ a aprovação desses recursos. Sem sombra de dúvidas, se conseguirmos esses recursos, será a grande obra dessa administração”, afirma. Neste caso, serão incorporados os sistemas Forqueta Sul, Vila Hípica, Interlagos e Vila Seca.

de desativação da estação de tratamento Borges de Medeiros e toda a água da Dal Bó vai passar a ser tratada também na Celeste Gobatto”, explica. Segundo Frizzo, a prefeitura está buscando um financiamento junto ao BNDES de cerca de R$ 26 milhões.” “Quando botarmos em funcionamento o sistema Marrecas, queremos colocar em funcionamento a adutora Zona Norte, ou Rota do Sol, e poder abastecer toda a região Norte à partir do reservatório em frente à empresa Mundial. Este é um projeto que pretendemos concluir em 24 meses, na medida em que esse dinheiro entrar”, afirma. Em relação aos problemas com a qualidade da obra da represa Marrecas, o diretor presidente do Samae afirma que a orientação é para que seja cobrado o serviço completo e bem executado. “O município está pagando R$ 252 milhões por essa obra, cuja represa já foi inaugurada, mas agora enfrenta problemas de

vazamento depois que encheu. Queremos a obra 100%”, diz ele. Caxias ainda conta com o sistema Faxinal, responsável por fornecer água potável para 70% da cidade. “Esse sistema está operando no seu limite, com a retirada de mil litros por segundo”, diz Elói. Comunitaristas questionam Gilberto da Silva Bueno, presidente do loteamento Ouro Verde, que já existe há quase vinte anos, questionou porque a comunidade não conta com água fornecida pelo Samae. “Já temos uma decisão do Tribunal de Justiça para que o fornecimento de água na comunidade seja legalizado”, afirmou. O presidente do Jardim Iracema, Rudimar Laiser, aproveitou a oportunidade para indagar porque as ruas ficam abertas tanto tempo após as manutenções. “O Samae faz as manutenções, mas muitas ruas ficam abertas por semanas, até mesmo meses, ocasionando problemas nas vias e entupimento de canos”, criticou. Vilmar Boschetti, presidente da Amob São José, trouxe a preocupação com o esgoto. “Sabemos que o esgoto é cobrado de forma diferente, e gostaria de mais explicações sobre isso. Também que no nosso bairro foi instalada a rede de recolhimento do esgoto cloacal, mas muitas casas não estão fazendo a ligação e canalizando o esgoto diretamente para os arroios. Vocês sabem que a região é marcada pela presença de centenas de pequenas empresas e por muitas vezes vemos o arroio Dal Bó sujo, com uma coloração horrível, mau cheiro e espuma. A conta está vindo com a cobrança da taxa de esgoto, mas queremos saber se as ligações foram feitas”, disse.

Homenagem aos comunitaristas Em comemoração aos 51 anos de fundação da UAB, a entidade organizou uma homenagem a cinco comunitaristas durante a Assembleia Geral. Solange Neves, Antônio da Luz (Paulista). Osmarina Braghini, Stepha-

nie Ferreira Barbosa - representando Clóvis Barbosa - Jairo Gomes, Lúcia Klipel e Maria Bonilla receberam troféus como agradecimento e reconhecimento à sua atuação e engajamento nas lutas comunitárias. Fotos: Cláudio Teixeira


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Reforma Política

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Em defesa da reforma política e dos conselhos populares Por Ronaldo Pagotto

No último dia 26 de maio do Diário Oficial da União publicou o Decreto 8243/2014, que institui o Política Nacional de Participação Social - PNPS e o Sistema Nacional de Participação Social – SNPS. Não tardou para uma reação conservadora tomar conta das redes sociais, noticiários, posicionamentos de partidos de oposição e parlamentares. É preciso entender o que está por trás do discurso conservador e da proposta do governo. Antecedentes históricos A história do Brasil poderia ser compreendida de diversas formas, mas se optarmos pela ótica da democracia e participação popular, podemos dizer que tivemos mais de 300 anos de monarquia, quase 70 de monarquia parlamentarista, mais de 40 de democracia restrita (voto censitário, masculino e de alfabetizados), duas ditaduras e entre elas e mais recentemente algumas poucas décadas de democracia representativa. O voto é primeira forma de participação do povo na política, e na maior parte do tempo tivemos o direito ao voto restrito aos homens, ricos e letrados, passando a incluir mulheres apenas em 1932 juntamente com o voto secreto, e apenas com a constituição de 88 o voto dos analfabetos. Esse “percurso” não transcorreu sem intensa pressão popular. O povo brasileiro sempre se enfrentou com uma classe dominante marcadamente associada aos setores internacionais da burguesia e pouco afeitos as preocupações nacionais. O lugar do povo, na maior parte dessa história, foi o de expectador. De preferência calado, no desejo dessas forças anti-nacionais. Nossa democracia tem raízes no final do século XVIII, mesmo a sociedade passando por mudanças profundas (urbanização, maior organização da sociedade, mecanismos de comunicação ágeis e mais acessíveis, etc.), mas as bases da nossa democracia não mudaram com ela. Ainda temos uma democracia de representantes e representados, cabendo aos representados escolher a cada 4 anos quem mais lhe apetece (ou menos prejudi-

cará a sociedade). Campanhas milionárias, com pesados gastos com publicidades, para ofertar ao povo o que ele quer ouvir e buscar com isso atrair a simpatia e o voto. E nesse intervalo entre uma votação e outra, o povo não tem poderes institucionais para questionar o eleito, e não existem mecanismos oficiais de participação – nem ao menos para ouvir a opinião do povo, que quando muito acontece em pesquisas de institutos privados. A última – e mais duradoura - ditadura militar naufragou em uma crise econômica e ao som das lutas pelo direito de votar para presidente. Por detrás dessa palavra-síntese, o que o povo expressou no final da década de 1970 até a constituinte era: queremos democracia real! A Constituinte de 1988 foi disputada item a item, e em grande parte dos temas de interesse popular, a aliança da direita com o chamado centrão derrotou as forças progressistas. Nesses temas estava a reforma política, a reforma agrária, saúde, educação, atuação do estado na economia, dentre outros. O novo sempre vem Os anos recentes vem demonstrando que a nossa democracia, fruto da luta popular e democrática, tem grandes limites. A simples participação do povo nos momentos episódicos do voto a cada 2 anos não basta, nosso sistema se amoldou a presença dos grandes grupos econômicos que hoje ajudam a conformar bancadas parlamen-

tares representando interesses de grupos econômicos em uma proporção de 70 a 85% das nossas casas legislativas. As grandes jornadas de junho e julho mostraram que há uma juventude, especialmente advinda das camadas populares e de trabalhadores, que querem mais. Mais participação, mais possibilidades de influenciar e decidir, de controlar os eleitos, de construir espaços de participação e envolvimento da sociedade. Só uma sociedade ativa, participativa, organizada, teremos condições de avançar nas conquistas sociais, na democratização da nossa sociedade, da representação dos setores populares e seus interesses. A participação é uma condição para avançarmos rumo a uma sociedade justa, democrática e de paz. Sinais do velho modelo e do medo do povo Os governos Lula e o atual governo Dilma não mudaram essa sistemática, mas em alguma medida procuraram estimular a participação popular via mecanismos de consultas públicas em milhares de conferências temáticas realizadas pelo país, com uma considerável participação popular e com diversas propostas nascidas nesses processos incorporadas em propostas de lei, da própria gestão do governo e em medidas concretas. Isso não se confunde com uma aplicação estrutural de uma política de participação, longe disso. Foi um modelo bastan-

te limitado e criticável, mas que cumpriu o papel de estimular a participação. Essa experiência resultou em uma proposta de Decreto Presidencial, o Decreto 8243/2014, que institui a Política Nacional de Participação Social - PNPS e o Sistema Nacional de Participação Social – SNPS, que converte essa experiência dos três governos em medidas permanentes do Estado. Importante esclarecer que não se trata de uma mudança na política de envolvimento da sociedade civil, ou quiçá uma ruptura para instituir o conselheirismo no Brasil. Mesmo sendo um decreto sem novidades, instituindo como política de estado uma prática já assente nesses 12 anos, diversos setores das classes dominantes saíram atacando o decreto. Acusações de chavismo, sovietismo, conselheirismo, instituição de um estado paralelo, criar caminho para a duplicidade de poderes e outros absurdos da maior grandeza. A reação das elites locais não nos é estranha. Essa elite conduziu esse país na maior parte do tempo sob ditaduras, regimes de participação restrita ou monarquia. O povo nunca coube na conta da democracia brasileira, quando muito para votar e legitimar os processos eleitorais. E um decreto simples, instituindo processos de participação popular, de ampliação dos canais de envolvimento da so-

ciedade, bastante limitados, recebe um ataque mordaz e feroz. O que isso nos indica? Que essa elite é filha de pai, mãe e parteira das piores tradições anti-democráticas! Tem medo da participação popular, da presença do povo, e ataca o decreto como se fosse um ataque a democracia. Acusam de atacar a democracia uma proposta que institui como mecanismos de Estado uma política de participação popular. Nada mais absurdo do que isso. Mas essa elite não o faz só para atacar essa proposta. Os atos de junho e as lutas dessa última década demonstram que o povo quer participar, quer discutir, se envolver, controlar os eleitos, ser eleito também e discutir os rumos da política nacional. Atacam a proposta de realização de uma Constituinte exclusiva para reformar o sistema político, que certamente cumprirá com o que ficou incompleto na Constituinte: limitar o poder econômico, ampliar os mecanismos e formas de participação, controle, opinião, além de corrigir distorções como a sub representação de setores importantes da sociedade. Essas bandeiras estão nas ruas, nesse momento em uma campanha que realizará uma consulta ao povo em setembro, perguntando: você é favorável a convocação de uma assembléia nacional constituinte exclusiva e soberana para reformar o sistema político brasileiro? Não percamos de vista, os inimigos desse decreto sobre a participação popular são os herdeiros dos inimigos das bandeiras democráticas da constituinte e da história do Brasil. O povo já deu o seu recado: essa democracia chegou ao seu limite. É hora de eleger uma Assembléia Constituinte e realizar uma Reforma Política. O povo quer participar, quer exercer o poder, fazer o Brasil avançar. O temor da participação popular é apenas uma amostragem do quão anti-democrática são as elites nacionais. Temam o povo na política e saibam: a ditadura de vocês era a da minoria em face da maioria. Está chegando o tempo da democracia ser das maiorias para as maiorias.

Ronaldo Pagotto é advogado e militante da Consulta Popular. Texto publicado em http://www.plebiscitoconstituinte.org.br, em 9 de junho de 2014


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Transporte

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Obras do SIM Caxias devem começar, afirma secretário No dia 14 de junho, os avaliadores do transporte público estiveram reunidos com os representantes da secretaria municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMTTM), da Visate no Fórum dos Usuários. O novo secretário da pasta, Manuel Marrachinho, ex-chefe de Gabinete, assumiu a chefia da secretaria no lugar de Baroni Filho. Marrachinho aproveitou a oportunidade para apresentar as alterações da pasta, como a nomeação do ex-assessor de Jaison Barbosa (PDT) e comunitarista, Gervázio Longhi, como o novo diretor-executivo de Transportes da secretaria. Gervázio agradeceu a participação de cada comunitarista Fórum dos Usuários, que “vem construindo essa Caxias”. “É uma honra estar como diretor da secretaria, atendendo os presidentes de bairro, afinal, eu conheço a luta comunitária e as dificuldades que encontramos”, afirmou Gervázio. Segundo Marrachino, a partir do dia 17, a prefeitura já está pronta para iniciar as obras do Sim Caxias, desde que haja condições climáticas. As duas principais estações de transbordo – Imigrante e Floresta – já estão com a construção sendo concluída e agora a Prefeitura vai começar com o piso de concreto nos corredores de ônibus e o asfaltamento das ruas onde

Foto: Karine Endres

Secretário promete prioridade para transporte coletivo, mas afirma que transtornos serão inevitáveis

passam linhas de ônibus. Obras devem tumultuar o centro A primeira rua a receber as obras de concretamento dos corredores será a Pinheiro Machado, entre as quadras, da Feijó Júnior até a Teixeira Mendes (próxima ao antigo Inamps). A avenida Itália também receberá o concretamento para o corredor de ônibus. Marrachinho pede que todos ajudem a transmitir as informações a respeito das obras, sobretudo daquelas que serão feitas nos corredores de ônibus. “Começamos agora um processo que levará em torno

de 2 anos e que asfaltará 26 ruas para receberem corredores exclusivos de ônibus. As principais são a Sinimbú e a Pinheiro, mas existem outras importantes como a Visconde de Pelotas e a Bento Gonçalves” disse Marrachinho. Ele também afirmou que estão sendo feitas diversas reuniões para discutir o assunto e encontrar alternativas para prejudicar o menos possível as pessoas durante as obras. “Em princípio a Sinimbú e a Pinheiro terão a licitação no mês que vem, para iniciar as obras possivelmente ainda em setembro”, acredita.

Ele também faz um alerta: o centro de Caxias sofrerá grandes mudanças, que poderão gerar muitos transtornos até a conclusão das obras. “Agora vocês imaginam como ficará o centro da cidade com todas estas obras. Teremos que fechar ao menos quatro quadras por vez, e queremos dar prioridade nestes locais para o transporte coletivo. A proposta de dar essa prioridade para o transporte coletivo não é apenas promessa, é prática. E isso vai ser mostrado já nas obras”, disse. Segundo ele, as obras serão iniciadas sempre em dois

pontos simultâneamente. “Possivelmente trabalharemos com uma obra na Sinimbú perto do colégio Madre Imilda e outra mais próxima de São Pelegrino. Serão fechadas três quadras em cada ponto, e nestes quarteirões, serão mantidos apenas o transporte coletivo. A obra toma um espaço muito grande da rua e serão retirados todos os carros nesse trecho. A ideia é também tirar as paradas de ônibus desses trechos, porque para ter uma parada nas quadras em obras é colocar pessoas nas obras, e isso é muito perigoso, sobretudo para as crianças”, afirma. Ele também alerta que nestes trechos será proibida a conversão à direita. Exemplos são o cruzamento entre a Sinimbu e a Garibaldi, na esquina onde está o McDonalds e na Sinimbu com a Montaury, próximo à Catedral. “Vamos começar segunda-feira nas ruas que vão nos dar menos transtorno, para termos tempo para aprender com a obra e aprimorar esse processo, prejudicando as pessoas o menos possível”, diz Marrachinho. “Peço a compreensão de todos e peço que nos preparemos, pois nestes próximos dois anos serão de muito transtorno para a população. Serão muitas obras justamente no centro da cidade”, afirmou.

Campos da Serra novamente em debate Segundo o secretário, a Prefeitura tem recebido demandas para a ampliação das linhas de ônibus e dos horários de atendimento no Campos da Serra. “O loteamento tem crescido muito, e junto com a Visate, propomos uma sistemática para melhorar o atendimento, sem, na nossa visão, trazer prejuízo para os bairros que estão na mesma linha”, disse. Segundo ele, está sendo aplicada a mesma metodologia para alteração que é usada em todas as comunidades. “Fizemos lá a mesma metodologia que aplicamos sempre que altera o que diz respeito ao transporte coletivo. O Gervázio assumiu uma diretriz que é da his-

tória do transporte em Caxias. Sempre que meche em linha, falamos com todos os presidentes de bairro que são afetados por aquela linha. Temos o dever de prestigiar as lideranças que conhecem a realidade de seus bairros, mais do que nós mesmos”, argumenta. “No Campos da Serra, fizemos esse procedimento e implementamos as mudanças há dez dias. A secretaria e a Visate tem estado lá todos os dias, e verificamos que há coisas que precisam mudar e estamos aplicando as melhorias. Estamos começando a chegar perto de um ponto onde o Campos da Serra vai ter todos os ganhos que merece e

as comunidades ao longo da linha não vão ter nenhum prejuízo quanto ao que tinham”, promete. “Estaremos aberto quanto ao diálogo, mas é importante colocar para vocês que para nós é indispensável que isso aconteça via dois caminhos, via secretaria dos Transporte e Visate, e via as lideranças do bairro. Nós somos daquelas de respeitar e prestigiar a liderança comunitária do bairro, não significa que ela seja a dona de toda a verdade,mas precisamos canalizar a demanda do bairro via uma estrutura de representatividade, e para isso é, é fundamental que aconteça via liderança”, defende.

Um grupo de moradores do De Zorzi esteve presente ao Fórum dos Usuários e questionou as mudanças que foram aplicadas recentemente na linha. “Estamos aqui representando o De Zorzi e como vocês podem ver, nosso presidente não está aqui, assim como não participa de diversas reuniões que fizemos lá no bairro”, afirma a moradora Terezinha Correa. Segundo a moradora, a linha do De Zorzi passou a atender outros quatro loteamentos, fazendo com que o itinerário crescesse muito. “Não queremos prejudicar o Campos da Serra. Mas se coloquem no nosso lugar.

Tínhamos uma linha de ônibus que fazia De Zorzi I, De Zorzi II, Pena Branca e Mecatrônica. Com a mudança, foram inclusos o Campos da Serra, São Luiz e Belvedere. O ônibus entra na Mecatrônica apenas quando não está lotado”, explica. “Demorávamos de 20 a 25 minutos para chegar ao centro. Agora, ficamos até 50 minutos dentro do ônibus. As crianças estão perdendo aula, trabalhadores chegando atrasados. Queremos um desmembramento dessas linhas. Nem é necessário que sejam em todos os horários, mas do jeito que está não tem como ficar”, afirma ainda Terezinha.


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Geral

Junho 2014

Um ano livres do pedágio A população de Caxias e Farroupilha comemora um ano do fim da praça de pedágio entre os dois municípios. Segundo cálculos da EGR – Empresa Gaúcha de Rodovias – um trabalhador ou estudante que precisasse ir de uma cidade a outra duas vezes por dia, somente nos dias úteis (21 por mês), com um veículo de passeio, teria gasto mais de R$ 3,5 mil neste ano. A abertura das cancelas foi em 31 de maio de 2013, cumprindo uma promessa de campanha do governador Tarso Genro (PT). Desde o início das concessões, diversos movimentos se uniram contra os pedágios privados. Embora com muitos argumentos, a conces-

são foi encerrada apenas 15 anos depois. Ao encerrar as atividades da praça de pedágio de Farroupilha em 2013, o governador Tarso observou que essa foi uma conquista da sociedade e que ela se deu em dois movimentos: quando o governo decidiu não mais renovar os contratos e quando a luta foi acolhida por trabalhadores, pela sociedade organizada e pelas autoridades políticas. “O estado precisa tomar posição e decidir se quer ser um Estado público ou que vai sempre sucumbir ao poder econômico e da mídia vinculada a esse poder”, afirmou ainda o governador. De acordo com o governo,

a concessionária responsável pela praça de Farroupilha teria arrecadado pelo menos R$ 52 milhões em um ano (valores de 2012, não considerando o reajuste de 7% que teria sido aplicado). “Nossa luta junto com entidades e movimentos sociais como Assurcon (Associação de Usuários de Rodovias Concedidas do Rio Grande do Sul), UAB (União das Associações de Bairros), CTB (Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil) e de muitas pessoas que nunca desistiram valeu a pena, pois garantimos o direito do trabalhador ir e vir”, afirma a deputada estadual Marisa Formolo, que atuou pelo fim das concessões privadas. Foto: Pedro Revillion / Palácio Piratini

Há um ano, governador Tarso cumpria promessa de campanha e abria cancelas dos pedágios

Valores e Benefícios De acordo com a Agência Reguladora dos Serviços Delegados do RS (Agergs), as empresas arrecadaram, em valores atualizados, R$ 5,5 bilhões em 15 anos. Do total, R$ 3,06 bilhões foram para investimentos em estradas. O restante — R$ 2,44 bilhões — se divide entre gastos com pessoal, impostos, equipamentos e lucro. Com o fim gradual das concessões privadas, essas estradas foram passadas para a gerência da EGR, que foi criada pelo governo estadual com a missão de executar um novo modelo de pedágios, o comunitário. Dos 17 postos em rodovias que foram desativados,

entre eles o pedágio situado entre Caxias do Sul e Farroupilha, 14 deles passaram ao controle da EGR. Com uma tarifa cerca de 30% inferior à praticada durante o modelo privado e um sistema de definição de obras que inclui membros da sociedade civil, por meio dos chamados Conselhos Comunitários das Rodovias Pedagiadas (Corepes), o início de operação da EGR buscou ser uma transformação na gestão das estradas no Estado. A arrecadação da EGR em 2013 foi de aproximadamente R$ 90 milhões. Mais de R$ 10 milhões desse montante foram investidos em obras nas rodo-

vias gaúchas, e R$ 21,9 milhões pagos em impostos. O recurso aplicado em obras é equivalente a somente 35% do lucro obtido com a cobrança da tarifa. A promessa era investir 80% do dinheiro arrecadado. De acordo com Luiz Carlos Bertotto, presidente da EGR, a meta de investimentos em 2013 não foi atingida por conta de dificuldades de contratação de empresas para executar as obras. Para 2014, a EGR prevê um total de investimentos de cerca de R$ 201 milhões. A empresa é responsável pela manutenção de cerca de mil quilômetros de rodovias estaduais.

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UAB Cultural comemora 1 ano Foto: Karine Endres

Meninos da oficina de hip hop se apresentam na festa junina

Maio de 2013 foi um mês de grandes conquistas para o movimento comunitário. Os cinquenta anos de fundação da entidade foram comemorados em 19 de maio de 2013, no mesmo dia em que a entidade inaugurava, junto com a Prefeitura Municipal, as instalações do ponto de cultura UAB Cultural. Após um ano de atividades, a UAB continua a busca pelo fortalecimento do espaço, agregando novas atividades. “O ponto de cultura é uma ferramenta importantíssima que o movimento comunitário caxiense conquistou. Um ano de ponto já mostra os resultados dos trabalho, correspondendo às expectativas”, afirma Valdir Walter, presidente da UAB. Segundo Valdir, a União está trabalhando para que o ponto melhore ainda mais. “Um de nossos objetivos é melhorar o acesso ao ponto, principalmente na rua em frente. Temos um projeto e já estamos alinhavando parcerias para desenvolvermos atividades voltadas para portadores de deficiências físicas. Porém, para isso, encontramos um obstáculo na rua, que não é apropriada para a locomoção de cadeirantes”,

afirma ele. Já Flávio Fernandes, tesoureiro da UAB e coordenador do UAB Cultural, a principal conquista neste um ano de atividade foi justamente operacionalizar o ponto de cultura, iniciando e mantendo as atividades. “Levar a comunidade para dentro do ponto é uma conquista muito importante para nós. Agora, temos o desafio de fazer com que o ponto se mantenha e cresça, principalmente em termos financeiros, mas que também expanda suas atividades e agregue mais pessoas”, diz ele. “Na verdade, agora que estamos entrando no último ano de convênio com o Ministério da Cultura, teremos o desafio maior de fazer com o que ponto se desenvolva e cresça com o apoio da comunidade”, continua Flávio. Em junho iniciaram as comemorações de aniversário do UAB Cultural, que devem se estender até setembro, com diversas atividades. A primeira delas foi uma festa junina, no dia 7 de junho, integrando principalmente os alunos e professores dos cursos, com a presença de familiares e comunitaristas.

Confira as comemorações em julho 06 de Julho - Apresentações de Street Dance 11 de Julho - Show Gospel 13 de Julho - Mateada com Caravana

Mais informações: 3219.4281


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Caxienses se mobilizam pelo tombamento da Maesa Foto: Fábio Rausch

Diversas lideranças estão mobilizadas pelo tombamento e cedencia integral de toda a área da antiga Maesa/ Fábrica 2 .Uma audiência pública foi realizada no dia 19 de maio para debater o assunto, na Câmara de Vereadores. A reunião ocorreu em parceria com a Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa. A condução dos trabalhos coube ao deputado estadual Vinicius Ribeiro/PDT. Cerca de 200 pessoas compareceram ao plenário da Casa. Na pauta, ganhou ênfase a proposta do governo do Estado à Prefeitura Municipal de Caxias do Sul. Segundo Raul Tavares, diretor do Departamento de Administração do Patrimônio do estado e que coordena um grupo de trabalho da administração estadual sobre a Maesa/ Fábrica 2, o governo do Estado apresentou uma proposta aberta. “Ela pede ao município que defina as áreas de preservação daquele terreno, para posterior compensação ao Estado, a partir de índices construtivos, a serem concedidos pela Prefeitura”, explicou. Segundo ele, o estado também precisa do ressarcimento dos tributos não recolhidos pela empresa Mundial. Segundo Édio Elói Frizzo, presidente do Samae e que representou o prefeito Alceu Barbosa (PDT) na audiência, a administração caxiense deseja a preservação total dos prédios existentes, a partir de um tombamento que contemple o uso público. Ele afirma ainda que o governo do Estado teria aceito trocar uma parte da área por

!

Audiência na Câmara foi promovida com o apoio da Assembleia Legislativa e buscou resolver impasse

planejamento urbano, serão aproximadamente 5.200 pessoas morando num determinado local. Temos que prever estrutura, pois o impacto disso é grande na cidade”. Vinicius se comprometeu em fazer os encaminhamentos da audiência na Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia. Já a deputada Marisa Formolo defendeu a manutenção do patrimônio histórico e cultural e que a Prefeitura de Caxias do Sul aloje no local todas as secretaria que hoje pagam aluguel. Segundo ela, o governo do Estado já demonstrou por diversas vezes o interesse em negociar a área com a prefeitura, “mas é preciso haver uma contrapartida do município e a assinatura por parte do prefeito do termo de tombamento da área, já recomendado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico (Compahc)”.

“É preciso haver uma contrapartida do município e a assinatura por parte do prefeito do termo de tombamento da área, já recomendado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico (Compahc)” Marisa Formolo

cerca de 168 mil metros quadrados de índices construtivos, porém, sem a prefeitura contar com todo o espaço do terreno. O deputado estadual Vinicíus Ribeiro reconheceu a importância do espaço. “Sabemos da importância histórica, cultural, econômica e social daquela área. Estamos agindo de forma convergente para que o prédio seja de uso público e coletivo. As discussões tiveram a participação de diversos setores da cidade e a audiência teve o objetivo de acelerar o processo de preservação”, afirmou Vinicius. Ele também alertou para a cessão de índice construtivo. “Se colocarmos 168 mil metros quadrados numa área sem

Ela também defendo que o espaço seja usado por movimentos sociais e culturais, meios de comunicação comunitários, grupos de pacientes, e contar com um museu e memorial do trabalhador, além de alojar as secretarias municipais que hoje pagam aluguel. Como encaminhamento da audiência, a parlamentar sugeriu que o governo municipal relacione todas as secretarias que hoje ocupam prédios alugados para se ter uma ideia de quanto os cofres públicos economiza-

rão em aluguel se a Maesa for transformada em espaço público e passe a reunir todas as secretarias hoje sem prédio próprio. “Só no aluguel que vai economizar, o município já terá um bom valor para dar em contrapartida à cedência de parte da área pelo Estado”, argumentou. Nas manifestações do plenário, a comunidade sugeriu a instalação de espaços culturais, de ensino, e de um mercado público. Além da audiência, a ‘Comissão Temporária Especial para Acompanhamento do Processo de Tombamento da Antiga Maesa/Fábrica 2’, da Câmara de Vereadores está mobilizada para que as negociações entre os governos municipal e estadual avancem, com a transferência da área total para o município. Uma das ações organizadas foi um abaixo-assinado. Jaison Barbosa (PDT), presidente desta comissão, explica que o abaixo-assinado reivindica o tombamento e a cedência da área completa, por parte do governo estadual. Ao todo, são reivindicados 52.951,57 metros para uso público. Segundo ele, o pedido também é para que o processo ocorra sem custos para a Prefeitura.

Saiba Mais Em dezembro de 2010, a empresa Mundial, que, anteriormente, ocupava aquele prédio, o repassou ao Estado, a fim de quitar uma dívida de R$ 30 milhões de ICMS. Hoje, a edificação está alugada para o Grupo Voges.A intenção do Estado era vender o imóvel para compensar a perda com os impostos. Hoje, o espaço está avaliado em R$ 150 milhões. A prefeitura se

propõe a pagar cerca de R$ 30 milhões. Em duas oportunidades, já foi solicitado o tombamento da Maesa/Fábrica 2. Em 2011, a iniciativa coube à Mesa Diretora da Câmara Municipal de Caxias, que encaminhou o pedido ao Estado. Em maio de 2012, a União das Associações de Bairros (UAB) fez o mesmo, mas, desta vez, junto à Prefeitura.


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Festa comemora um ano de ati A Rádio Comunitária UAB FM 87,5 comemorou seu primeiro ano de atividade na noite de sábado, 14 de junho. Um jantar dançante reuniu todos os locutores da rádio, lideranças comunitárias, parceiros e autoridades caxienses no salão do Clube Vitória, no bairro Cruzeiro. Entre os convidados, a deputada estadual Marisa Formolo (PT) marcou presença, assim como o diretor -presidente d Samae, Édio Elói Frizzo, e o coordenador do Orçamento Comunitário, José Dambrós. Também prestigiaram o evento o vereador Henrique Silva (PCdoB). Além das lideranças políti-

cas, comunitaristas que fizeram história em Caxias, como Daltro da Rosa Maciel, estiveram no evento. A corte atual do Mais Bela Comunitária esteve presente divulgando o concurso e também mostrando a beleza da juventude comunitária. A atividade foi aberta com uma série de apresentações de dança do ventre. Após o jantar e pronunciamentos das autoridades, um baile animou a noite fria e fez os casais se esquentarem na pista. A festa contou com a colaboração de diversos departamentos da UAB, em uma soma de esforços para realizar um grande evento.


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ividades da Rรกdio UAB FM 87,5 Fotos: Karine Endres

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Mais Bela Comunitária e Mais Bela Negra estão com inscrições abertas Foto: Divulgação

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As inscrições para Agende-se o Mais Bela Comunitária e Mais Bela NeMais Bela Comunitária: gra continuam abertas >> Inscrições até 26 de setembro até o dia 29 de agosto, >> Escolha em 8 de novembro no caso do Mais Bela Negra, e até 26 de seMais Bela Negra tembro, para o Mais >> Inscrições até 29 de agosto Bela Comunitária. Elas >> Escolha em 27 de setembro podem ser realizadas na secretaria da UAB para o fim do pepela Amob”, afirma. (Rua Luiz Antunes, nº ríodo de inscriA diretora ressalta que di80), que também está ções. “Estamos versas meninas já procuraram disponível para inforem ano de Copa a UAB para realizar a sua insmações pelo número do Mundo e de crição, mas devido ao respeito 3219.4281. eleições. É imàs Amobs, as interessadas esAlguns bairros já portante que os tão sendo orientadas a procuindicaram suas candicomunitaristas rar o presidente da Associação datas, enquanto ouse antecipem, do seu bairro. Atual corte do Mais Bela - Isadora, Elisabeth, Letícia e Gabriele - convidam para o concurso tros realizam a escoaté para terem Nesta edição do “Mais lha da sua corte local. mais suporte do Bela Comunitária” o pré-cona participação no Mais Bela NeÂngela Córdova, diretora Este é o caso do loteamento departamento”, afirma. curso também será realizado. gra não inviabiliza que a menido departamento de OrganiMillenium, um dos primeiros a A inscrição antecipada ga“Ângela ressalta que embora o na concorra ao Mais Bela Cozação das Mulheres da UAB, colocar suas meninas na passarante um outro benefício para concurso tenha um viés que vamunitária. ressalta que o departamento rela. A eleição foi feita durante as Amobs, segundo Ângela. “As loriza a beleza, também contam A diretora também lembra está preparado para ajudar as as comemorações do 11 ano associações poderão contar pontos importantes a participaque é importante não deixar a comunidades a organizar seu de aniversário do loteamento, com a sua corte local, ajudando ção, o interesse e a motivação realização do concurso local concurso local. Segundo a direno dia 17 de maio. nos trabalhados desenvolvidos comunitária das candidatas. ou a inscrição da candidata tora, é importante lembrar que


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Millenium comemora resultados da sua XI Rústica No dia 17 de maio de 2014, foi realizada a XI Rústica do Loteamento Millenium na Escola Municipal de Ensino Fundamental Zélia Rodrigues Furtado, com o financiamento do FIESPORTE, contando também com o apoio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Osvaldo Cruz. A Rústica comemora o décimo primeiro aniversário de inauguração do prédio novo da Escola Zélia Rodrigues Furta-

do e o décimo primeiro ano do Loteamento Millenium. Com o objetivo de incentivar a corrida de rua e oportunizar um momento de lazer para a comunidade com o convívio de atletas de Caxias do Sul e cidades vizinhas, o evento contou com 140 premiados, e mais de 400 participantes, entre Rústica e Minirrústica com um grande número de pessoas da comunidade prestigiando. Este ano, inclusive, o evento teve como

Rústica do Millenium inova ao criar categoria ‘fraldinha’

Fotos: Cristiana Pellin

novidade a categoria ‘fraldinha’, que oportunizou aos alunos de 5 a 8 anos participarem da corrida. Foram arrecadados 130Kg de alimentos não perecíveis, entregues ao Banco de Alimentos de Caxias do Sul. O Loteamento Millenium, repre130 quilos de alimentos foram arrecadados com as inscrições sentado portes e Mobilidade Urbana), Prefeitura de Caxias do Sul, por seu presidenSAMAE (Secretaria Municipal Câmara Municipal de Verete Clóvis Barboza e de Saneamento de Água e Esadores e professores e funa Escola Municipal gotos), Banco de Alimentos, cionários da Escola Zélia. VoZélia Rodrigues FurEMEF Osvaldo Cruz, Ambucês tornaram possível, mais tado, agradecem o lância Emercor, VALTEC, Guaruma vez, a realização deste apoio recebido da da Municipal, Brigada Militar, evento. SMEL (Secretaria Municipal de Esporte e Lazer), SMED (Secretaria Municipal da Educação), SMTM (Secretaria Municipal de Trans-

Confira quem foram os vencedores em cada categoria Mini Rústica Geral masculino

Geral Feminino

1º - Raul Pereira de Souza | Escola Angelina Sassi Comandulli 2º - Gabriel de Jesus Gaia | Escola Villa Lobos 3º - Nikolas Michel Lofredo | Escola Villa Lobos 4º - Vinícius Braga da Silva| Escola Villa Lobos 5º - Pedro Lemos Junior | Escola Dolaimes Stedile Angeli 6º - Bryan Morais Da Silva | Escola Villa Lobos 7º - Ruan Gabriel Da Rosa Da Silva | Escola Villa Lobos 8º - Ismael dos Santos 9º - Leonardo Moreira Anhaia | Escola Villa Lobos 10º - Gabriel Holdorf De M a c e d o | E s c o l a Vi l l a LobosGeral

1º - Aléxia Da Rosa Pimentel | Escola Angelina Sassi Comandulli 2º - Isabela Garcia Sisti 3º - Mikaela Caroline Dos Santos Souza | Escola Villa Lobos 4º - Thais Santos Cunha 5º - Kimberly De Souza Da Silva | Escola Villa Lobos 6º - Nicole De Oliveira Dias | Escola Villa Lobos 7º - Taís Wommer | Runner 8º - Rivana Costa Lopes 9º - Danielle Varela Da Silva | Escola Zélia Rodrigues Futado 10º - Melaine Da Silva | UCS

1º - Osvaldo Souza | Teki Running 2º - Diego Marques Da Silva | To Com Medo Do Carlão 3º - Joel Coradi Padilha | Via De Vanti 4º - Leonardo Ataíde De Melo | Escola Tiradentes/

Geral feminino 1º - Marilia Machado Guertler | Escola Zélia Rodrigues Futado 2º - Francine De Melo Lopes 3º - Jéssica Dos Santos 4º - Mara Quissini | Suando Pouco 5º - Terezinha Fonseca | Vida Corrida 6º - Maria Juçara Pereira Da Silva 7º - Cinara Neditsch 8º - Barbara Da Silva Martins 9º - Marta Borges | Vida Corrida 10º - Aliana De Paula Teles Classificação categoria

por

Masculino

Rústica Geral masculino

Pinheiro | 100 Kdência 10º - Felipe Silva Da Rosa | Rumig

UCS 5º - Felipe Chilanti | 3º GAAAE 6º - Daniel Coradi Padilha | Correios 7º - Gilmar Bueno De Oliveira | Flavio Running 8º - Guilherme Mari | Bioforte/ Base 1 9º - Gustavo Rodrigues

A (15 a 18 anos) 1º - Edmilson Cruz 2º - Fernando Ferreira de Araújo 3º - Anderson Pereira do Nascimento | Escola Zélia Rodrigues Futado 4º - Samuel Soares Barbosa 5º - Gabriel Costa Quadros

B (19 a 24 anos) 1º - Willian Cabral | Escola Angelina Sassi Comandulli 2º - Jessé James Nevis de Camargo 3º - Marcelo de Jesus dos Santos | Pangarés da Serra 4º - Álef Martins | 100 Kdência C (25 a 29 anos) 1º - Willian de Oliveira | Decorações em Gesso Willian 2º - Felipe Ramon Sousa de Oliveira | 100 kdência 3º - Victor de Oliveira Pimenta Z 100 kdência 4º - José Carlos Amin | Suando Pouco D (30 a 34 anos) 1º - Jhonatas Carlos Ferreira | 100 Kdência 2º - Valdemiro Feliciano Anastacio 3º - Cleberson Pereira | 100 Kdência 4º - Emanuel Borelli 5º - Samuel Glauer E (35 a 39 anos)\ 1º - Ricardo dos Santos Gomes | Famíli 2º - Eliziario Paz Pacheco | Ultratech 3º - Evori Goulart | Inspir 4º - Luis Eduardo Rodolphi | Corpo Meu 5º - Carlos Gladimir Pereira Jurgina | To com medo do

Carlão F (40 a 44 anos) 1º - Moacir Matos Serpa | Corpo Inteiro Academia 2º - Carlito Tertuliano 3º - Aldo Fernandes 4º - Roberto Romani 5º - Sergio Roberto Batista | Pé de Vento G (45 a 49 anos) 1º - Jesus Cesar Soares Lopes H (50 a 54 anos) 1º - Clóvis Barboza | AMOB Millenium 2º - Elton Jorge Lunardi | DaniVist Running 3º - Waldomiro Alves da Silva J (60 a 69 anos) 1º - Roberto Gomes Santos | Corpo Inteiro Acalma 2º - Remo Francisco Martini 3º - Luís Pedro Bisol K (70 anos ou mais) 1º - Pedro Olavo Pereira 2º - Idalino Morandi 3º - Elio Nelson Dalmas | Suando Pouco Feminino R (51 anos ou mais) 1º - Geneci Salete Gomes de Lima


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Esporte

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Campeonatos Feminino e Ouro próximos de encerrar 1º fase Os dois campeonatos em andamento do departamento de Esportes da UAB – interbairros Feminino e Série Ouro – já estão próximos de encerrar sua primeira fase. Os dois campeonatos estão sendo realizados nas quadras do Arena, Santa Lúcia, Vasco, Enxutão e Andy. O Campeonato Interbairros Feminino está sendo disputado por 13 equipes, distribuídas em duas chaves. Se classi-

ficam os quatro melhores times de cada chave, considerando os pontos corridos. Em caso de desempate, serão utilizados os critérios de número de gols e disciplina. As mesmas regras estão sendo aplicadas no Campeonato Interbairros Série Ouro. A segunda fase já será por disputa em cruzamento e os quatro melhores entre os oito finalistas disputarão as finais. As últimas partidas dos cam-

peonatos devem ser disputadas até meados de julho. Os dois campeonatos iniciaram no dia 12 de abril, no Enxutão. Os campeonatos de futsal da UAB contam com o apoio do Fiesporte, da prefeitura de Caxias do Sul. Segundo a secretaria municipal do Esporte e Lazer, este ano cerca de R$ 45 mil foram entregues à UAB para a organização destes eventos.

20º Campeonato Interbairros Série Ouro Copa Valdir Silva ‘Valdir Negrão’ Foto: Karine Endres

Confira quem está na disputa Série Ouro: Chave B

Chave A 1º de Maio

4º Légua Belo Horizonte Cinquentenário II Cruzeiro

Fátima Baixo Loteamento Caxias Marianinha de Queiróz São Gabriel

Esplanada

São Vicente

Pioneiro Planalto Rio Branco Santa Fé

Serrano Vila Amélia II

Século XX

Feminino: Chave B

Chave A Belo Horizonte Bom Pastor Monte Carmelo Santa Fé Século XX Tijuca Vila Ipê

Ana Rech Fátima Alto Pôr do Sol São Cristóvão Serrano Serrano A

O comunitarista Valdir Negrão é o homenageado pelo Campeonato Interbairros Série Ouro. Carnavalesco de corpo e alma, Valdir nasceu em 15 de agosto de 1964, em Caxias do Sul. Morador da Zona Norte há 39 anos, Valdir conta que ingressou no Carnaval Caxiense por influência de um amigo. “Entrei no Carnaval já como vice-presidente de uma escola de samba. No mesmo ano, o presidente saiu de viagem e eu assumi como presidente”, relata. Ele conta ainda que já atuou no futebol, principalmente como goleiro no Pioneiro. “Depois que casamos a mulher passa a mandar na gente. Então parei de jogar

e comecei a me envolver mais com a cultura”, conta ele. Valdir Negrão é comunitarista ligado à UAB há mais de 14 anos, sempre atuando na cultura. “É uma maravilha para mim, é uma forma de ensinar as pessoas também”, acredita. Ele foi homenageado como Nego 10 de Caxias do Sul em 2010. “A votação pelo meu nome para a Série Ouro foi unânime. Isso dá motivação para a gente continuar lutando”, acredita. Em maio de 2013, Valdir Negrão sofreu uma isquemia. E logo no início de 2014, um novo problema cardíaco - um acidente vascular cerebral (AVC) – colocou sua vida novamente em risco.


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Bem Estar

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Receitas caseiras para esfoliar a pele Para manter a pele bonita, limpa e suave, é recomendado fazermos uma esfoliação uma vez por semana, já que desta forma eliminamos as células mortas, as impurezas e tudo aquilo que faz a nossa pele ficar opaca e áspera. Sem dúvida, muitas mulhe-

res não contam com dinheiro e muito menos com o tempo necessário para ir a um centro especializado para fazermos uma esfoliação de pele. Porém este não pode ser um impedimento para que nossa pele fique bonita o maior tempo possível. Para isso, precisamos nos socorrer

em produtos naturais. Se desejas realizar uma esfoliação caseira, aqui seguem algumas receitas para preparar diferentes esfoliações. Faça as receitas caseiras e aplique na pele do rosto e do corpo. Eleja a que mais gosta e faça pelo menos uma vez por semana.

Esfoliante com café Faz uma mistura de café em pó com um pouco de creme de limpeza. Umedeça um pouco o rosto e aplique a máscara

pelo rosto, realizando uma suave massagem com movimentos circulares, deixando atuar a mistura na pele por uns 15 mi-

nutos. Retire com água morna e termine aplicando um tônico de água de rosas (como o Leite de Rosas, por exemplo).

Esfoliante de tomate e açúcar Se tens grânulos ou espinhas no rosto, este esfoliante pode ajudar a eliminar estes inconvenientes. Para isso, deve pegar a polpa de um tomate e

misturá-lo com um pouco de açúcar, até formar uma pasta. Aplica em todo o rosto, massageando suavemente sobretudo nas zonas onde há mais espli-

nhas e grânulos. Deixe atuar por 10 minutos e retire com muita água fria, para fechar muito bem os poros que ficam abertos logo depois da esfoliação.

Esfoliante de aveia e leite Este esfoliante é especial para mulheres que tem uma pele muito seca. Simplesmente deve misturar um pouco de leite com

aveia em pó ou em grânulos (moída fina). E se desejas, pode acrescentar um pouco de açúcar para deixar a mistura mais con-

sistente. Aplique sobre o rosto e corpo e realize uma massagem suave, deixando atuar por dez minutos. Retira com água morna.

Esfoliante de açúcar mascavo O açúcar é um dos ingredientes mais utilizados para realizar esfoliação e pode ser usado misturado com o creme de limpeza habitual. Assim, fun-

ciona para eliminar as células mortas e as impurezas do rosto. Simplesmente misture açúcar com o creme de limpeza (ou hidratante) e aplique sobre

o rosto, realizando uma suave massagem. Deixe atuar por uns minutos e retire com água morna. Para fechar os poros, aplique água fria ou água de rosas.

Esfoliante de mel Se tem cicatrizes, grânulos ou feridas, este esfoliante te ajudará não somente a resolver, mas também a limpar

o rosto. Misture mel de abelhas com açúcar e aveia e aplique sobre o rosto úmido, deixan-

Fonte: Cositas Femeninas (http://www.cositasfemeninas.com/recetas-caseras-para-exfoliar-la-piel.html)

do atuar durante 15 minutos. Retire com água morna e aplique água de rosas para fechar os poros.

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Bairros

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UCS desenvolve projeto ‘Esporte e Lazer’ no Fátima A Universidade de Caxias do Sul, com o apoio da Petrobrás, está desenvolvendo o projeto ‘Esporte e Lazer na Comunidade Fátima’ e, que segundo a Universidade, tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos de idade, matriculados em escolas públicas. São oferecidas atividades que integram práticas esporti-

vas, educacionais e comunitárias voltadas para o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes que participam do projeto. Funcionando em três núcleos de atividades, com capacidade para receber 1.140 participantes, o Projeto oferece a prática das seguintes modalidades esportivas: iniciação esportiva, atletismo, natação, voleibol, basquetebol, handebol, futsal, futebol de campo,

minifutebol, tênis de mesa, xadrez e dança. O projeto oferece diversas modalidades esportivas gratuitas em três núcleos diferentes, escola Ester Benvenutti, Amob e UCS. Seu diferencial é atuar junto à comunidade escolar e familiar, oferecer palestras educativas, acompanhamento escolar dos alunos, realizar festival de internúcleos. As turmas são divididas Foto: Divulgação por idade, com diversidade de horários das atividades (manhã, tarde, vespertino e noite) sempre no turno inverso ao do aluno. Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone 3218-2551 (das 13h30min às 17h), através do email: esporteelazer@outlook. com ou do site: www. ucs.br/projeto-esporte-e-lazer

Saiba Mais: Núcleo Escola Ester Benvenutti Avenida Doutor Renato Del Mese, 971. As atividades oferecidas são vôlei, basquete, handebol, tênis de mesa e dança. O projeto funciona no vespertino e noite, das 17h30 às 20h As inscrições podem ser realizadas na escola, das 17h30 às 20h, às terças e quartas. Núcleo Amob Rua Avelino Antônio de Souza, 1730. São oferecidos xadrez, futebol de campo e minifutebol das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30 As inscrições na Amob podem ser feitas das 8h às 11h (segunda-feira) e das 13h30 às 16h (quartafeira); Núcleo UCS UCS - Vila Poliesportiva - Ginásio III - Sala 217 Cidade Universitária Rua Francisco Getúlio Vargas 1130 - Bairro Petrópolis. As atividades são atletismo, natação, futsal e dança. Manhã e tarde das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30

Segunda a Sexta 6h às 8h - Bom dia 87.5 - Osmar Gasperin 8h às 10h - Voz dos Bairros - José Peroni 10h às 12h - Manhã do Ouvinte - Luciano Behm 12h às 14h - Comunicação 87 - Cláudio Teixeira 14h às 16h - Agora é de tarde - Mauro Teixeira 16h às 18h - Guigo Show - Rodrigo Fantinel 18h às 19h - Momento Gaúcho - Marcelo Junior 20h às 22h - Toque da Azaração - Daiane Mello

Sábado

|54| 3041.1273 www.radiouabfm.com facebook.com/radiouabfm87.5 Rua Francisco Getúlio Vargas, nº 1215, Bairro Petrópolis

8:30h às 10:30h - Atualizando notícias - Antonio Pacheco 10:30h às 12:30h - Sabadão do sucesso - Marcílio Martins 14h às 16h - Show de bandas - Marcos Oliveira 16h às 18h - Misturadão - Claudio Renato 18h às 20h - Som da Velha - Pedro Jardim e Michael Souza

Domingo 9h às 13h - Repontando Tradições - Albery de Mattos 14h às 16h - Festival de Sucesso - Gilberto Godoy 16 às 18h - A Hora do Colono - Marcos e Niva Fellippi 18h às 20h - UAB Esportes - Flavio Fernandes, Pedro J ardim e Josmar Santos 20h às 22h - UAB Mulher - Shania Pandolfo e Michael Souza


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Bairros

CRAS Planalto tem ordem de inicio para as obras Foi assinado no dia 16 de junho a ordem de início para a construção Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) região Planalto. A obra tem previsão para ser entregue em 180 dias. O CRAS Planalto terá 165,30 m² de área e será construído na rua Olímpio dos Reis, no bairro Planalto, num investimento superior a R$ 300 mil. “Este será o sexto CRAS de Caxias do Sul, a exemplo dos bairros De Lazer, Esplanada, Santa Fé, Centro e Reolon”, informa Marlês Andreazza. O CRAS é responsável pela organização e oferta de serviços continuados de Proteção Social Básica. Objetiva prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidades e riscos nos territórios, por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e ampliação do acesso aos direitos de cidadania. As formas de acessar o serviço são por procura espontânea; por busca

ativa; por encaminhamento da rede socioassistencial e por encaminhamento das demais políticas públicas. Como funciona O público-alvo são famílias e indivíduos em vulnerabilidades sociais, cujos vínculos familiares e comunitários não estejam rompidos, sendo prioritário o atendimento de famílias beneficiárias ou perfil PBF (renda percapita até ¼ do salário mínimo); beneficiários do BPC (idoso e PCD) e famílias cadastradas ou perfil Cadastro Único (renda percapita até meio salário mínimo). O prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) assinou a ordem com a presença do Chefe de Gabinete, Edson Néspolo, da presidente da Fundação de Assistência Social, Marlês Andreazza e da diretora Alda Ludgren, do secretário do Planejamento, Gilberto Boschetti e do representante da empresa Dase Construções Ltda., vencedora da licitação. Foto: Ícaro de Campos

Com custo de R$ 300 mil, CRAS deve ficar pronto em 180 dias

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Famílias do Jardelino Ramos recebem escrituras Segue em andamento a regularização fundiária do Complexo Jardelino Ramos. No dia 28 de maio, o prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) entregou as escrituras públicas para 13 famílias da comunidade. Alceu destacou a importância do projeto de regularização fundiária e parabenizou a todos os moradores. “Esse é um momento muito importante para nós da Administração. Trabalhamos muito para entregar essas escrituras para vocês e oferecer um pouco mais de dignidade a todos. Vamos continuar trabalhando para alcançar nossos objetivos”. Conforme o secretário da Habitação, Renato Oliveira, a Constituição assegura aos cidadãos a posse e a propriedade do imóvel, especialmente nas situações consolidadas, cujos reflexos, mais do que beneficiar direta e unicamente o interessado, trazem o benefício coletivo. “Agradeço o apoio e o empenho de todas as secretarias envolvidas e parabenizo a todos moradores”, disse. O projeto de regularização fundiária

Foto: Andreia Copini

do Jardelino Ramos foi instituído pela lei complementar nº 285/2007. A regularização de centenas de unidades habitacionais é feita através da emissão de um documento denominado título de propriedade, que possibilita a abertura da matrícula do imóvel no cartório de registro de imóveis. A regularização visa ainda solucionar um problema social, acabando ou reduzindo o número de propriedades informais, atribuindo o título nominal aos possuidores do terreno, por meio da regularização do solo urbano, pelo registro do loteamento. Desde 2007, quando a Prefeitura iniciou o processo, cerca de 80% dos imóveis do Jardelino Ramos já foram regularizados.


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Geral

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Um legado para a Copa Foto: Governo da Bahia

Por Douglas Ceconello

Muito já se falou, e com bastante pertinência, sobre a Copa do Mundo. De onde saiu o dinheiro, para onde foi o dinheiro, as pedras que não se ajustaram, os viadutos entregues em cima da hora e os estádios inflacionados que serão pagos sabe-se lá com que PROMISSÓRIAS nas próximas décadas. Todas as críticas são válidas e os protestos, bem, errado seria se não acontecessem, pelo menos em ESSÊNCIA. Bueno, passado este parágrafo MUQUIRANA que tem como único objetivo me antecipar ao ímpeto acusatório e o implacável carimbo de ALIENADO, preciso vos gritar, enquanto ainda sobra uma parte não consumida pelas chamas neste corpo, a premissa que se ergueu por detrás da Cordilheira, sobrevoou o Cristo e ontem se escondeu junto com o sol no Guaíba: é preciso, necessário e fundamental ter Copa do Mundo na América do Sul. SEMPRE. Que aconteça outra em outubro, no mais tardar em 2022. Vá lá, como SEMPRE nós sabemos que não é possível, admitimos que seja de oito em oito anos, mas não mais que isso. Os outros continentes, aqueles que não usam bandana, que se revezem. Esses dias bastaram para percebermos

Sulamericanos podem ensinar como se vive o futebol

quão inadmissível é termos hiatos inexplicáveis como este último, em que o continente foi alijado por 36 anos de ensinar como se vive o futebol e mostrar à FIFA que, apesar de seus desmandos e da PASTEURIZAÇÃO que nos impõe, quem decide se um Mundial será ou não inesquecível são os torcedores, os que recebem e os que viajam. Basicamente, apenas duas coisas são necessárias para se fazer uma Copa inesquecível: bons jogos e gente nas ruas. Porque, apesar de todo o entorno envolver MUITA GRANA, o cerne da questão continua o mesmo: é futebol, meus caros. Futebol e todas suas circunstâncias – cerveja, confraternização, nudez moral e guelos. Nada más. Pois que de agora em diante a FIFA perceba que a única alternativa possível para salvar o futebol no que ele tem de mais valoroso é realizar com assiduidade o Mundial na América do Sul. Sem exigir estádios. Sem estragar os uniformes. Sem cachorro-quente de dez

reais. Mais: que nos pague para isso. Nossa única contrapartida será ministrar durante trinta dias um WORKSHOP de rua ensinando como celebrar o futebol. Senão, vejamos. Na noite de sexta-feira, dezenas de milhares de chilenos tomaram a Arena Pantanal e começaram a mostrar por que esta será a mais libertadorizada de todas as Copas do Mundo já disputadas. Suspeita-se que cerca de dez mil tenham descido a Cordilheira segurando na CAIXA DE CÂMBIO para incentivar LOS CAFEINADOS de Jorge Sampaoli. Uns inclusive erraram o caminho, mas que atire a primeira pedra quem nunca confundiu Rio Grande do Sul com Rio Grande do Norte. Menos de 24 horas depois, cerca de 800 mil colombianos compareceram ao Mineirão para começar aquela que tem boas chances de ser a maior campanha dos cafeteros em todas as Copas. E assim o time de Pekerman jogou talvez contando com o maior fator local já presenciado na cidade mineira se não considerarmos

Cruzeiro ou Atlético. Naquela mesma noite, na Cidade Baixa, em Porto Alegre, um jovem morador de rua igual ao Jimmy Cliff passa por mim, faz um joinha e grita YES! Instantes depois, holandeses falando alto e bebendo cerveja ignoram minha tentativa de aproximação cultural e não respondem à única palavra que conheço do seu idioma, que achei correto transformar em saudação: KROKETTEN! Pois até agora, o grande dilema da Copa, ao menos para mim, tem sido escolher entre assistir aos jogos ou ficar perambulando a esmo pela cidade para testemunhar locais e visitantes entrando em combustão espontânea. Quando mais eu poderia desejar boa sorte a um grupo de hondurenhos a caminho do estádio? Talvez para vocês, residentes do Rio de Janeiro, Salvador ou Buenos Aires, a convivência com turistas já tenha se tornado um hábito. Mas, para um morador de Porto Alegre, encontrar um turista sempre causou a mesma impressão que se deparar com o Predador enxergando o calor do teu corpo e fazendo som de CRI-CRI. Pois bem. Como se não bastasse a conveniência geográfica nos permitir presenciar a Copa do Mundo com a maior presença de torcedores sul-americanos na história, percebemos, ao menos nos primeiros dias, que a maioria dos brasileiros estão cumprindo à risca todos os quesitos do caderno de encargos da convivência universal. As manifestações de apreço dos estrangeiros pela hospitali-

dade PULULAM em todo o país. Tudo foi planejado de forma errada durante sete anos. Nesses quatro dias, tudo está acontecendo de forma certa. E é estranho que isso desde sempre fosse tão previsível. Ontem, nas proximidades do Beira-Rio, enquanto franceses marchavam pelo BOULEVARD DE PADRE CACIQUE, um catador de latinhas e todo seu complexo sistema de trabalho colocavam-se no meio da rua, virado de encontro à caminhada interminável, solene como se fosse nosso mestre de cerimônias e desse boas-vindas a todos, incluindo irlandeses e suecos, que não teriam qualquer motivação RAZOÁVEL para estarem em Porto Alegre. E bom que gradualmente estejam perdendo o que lhes restava de razão. E no limite da zona restrita da FIFA, próximo de onde os franceses devoravam churrasquinho de gato (outra destas imagens difíceis de esquecer), um australiano desesperado por ingressos chacoalhava duas notas de cem reais, gerando perplexidade em todos os nativos, que o miravam com olhares que transmitiam a mensagem de: “Esta é uma atitude equivocada”. Mas não era, percebi depois. Equivocado foi duvidar que seríamos capazes de aproveitar o Mundial de forma extrema, em sua plenitude. Se a Copa do Mundo não for um sucesso na América do Sul, acabem com a Copa do Mundo.

Fonte: Impedimento www.impedimento.org


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