USJT
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maio 2020
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ano 27
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edição 2
EXPRESSÃO JORNALISMO UNIVERSITÁRIO CRÍTICO, CIDADÃO E PLURAL
ESPECIAL - Págs. 6 a 9
SOLIDARIEDADE
Uma arma da sociedade na guerra contra o coronavírus, enorme ameaça à saúde do planeta maio 2020
EXPRESSÃO
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CAR@ LEIT@R
Os alunos (e os professores) da Universidade São Judas, unidade Butantã, vivenciaram uma experiência inédita nessa edição do Expressão: o desafio de fazer um jornal 100% home office em função do coronavírus. Somente o esforço de repórteres engajados para dar conta dessa missão. Assim, os alunos, impedidos de sair, multiplicaram as entrevistas por videochamadas. O olho no olho deu lugar à tela do computador. Houve casos em que entrevistaram os síndicos dos prédios em que moram. A quarentena se iniciou quando começávamos as entrevistas. Dessa forma, estamos levando aos leitores esta edição que, esperamos,
Shuttersock
lhes agrade. O texto principal trata de solidariedade, com histórias de pessoas e ONGs que fazem questão de demonstrar que não estamos sozinhos diante da pandemia. Temos também uma entrevista com o padre Julio Lancelotti, um protetor da população de rua. Destacamos os cursos online durante a quarentena, os museus que oferecem tour virtual, crônicas do isolamento e as atividades esportivas suspensas. Por fim, deixamos um espaço reservado à luta da ciência em prol dos testes e uma lista de restaurantes dentro de espaços culturais que devem ser visitados quando acabar a quarentena. Boa leitura! Os Editores
#INSTANTÂNEO
Texto: Jéssica Monteiro • Foto: Juca Rodrigues
Fotos: reprodução/Instagram
Siga em casa! Uma das ruas mais badaladas de São Paulo, a Augusta nunca esteve tão vazia, ainda mais em plena meia noite, quando a via ferve de gente, carros e motos. A Covid-19 impactou a rotina de toda a população. São Paulo, a “cidade que nunca dorme”, mudou totalmente. Perto da Avenida Paulista, o comércio fechado e algumas motos solitárias dão o tom da desolação e do medo da pandemia. Nos primeiros dias de quarentena, ninguém se atrevia a sair, nem para se divertir.
#FICA A DICA
Divulgação/Netflix
Hanna Rahal, Jessica Monteiro, Nayad Caeres
Supervisora de estágio, projeto gráfico e direção de arte Prof.ª Ana Vasconcelos MTB 25.084 - SP
Coordenador dos cursos de JO, PP, RTV, RP e Cinema e Audiovisual Prof. José Augusto Lobato Supervisores de estágio e jornalistas responsáveis Prof. Juca Rodrigues MTB 17.428 Prof. Moacir Assunção MTB 21.984 Prof.ª Patricia Paixão MTB 30.961
Redação Alun@s do 4º ano de Jornalismo da Universidade São Judas
Título em português: Pandemia: como prevenir
Impressão Folha Gráfica
um surto
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EXPRESSÃO
maio 2020
“Nós temos que sair disso com uma nova forma de viver. Uma forma em que a população dê lugar à partilha. Nós temos que resistir e humanizar a vida.”
Hanna Rahal e Jéssica Monteiro
Jornal universitário do 4º ano de Jornalismo maio 2020 • ano 27 • edição 2
Reitora Mônica Orcioli
Padre Julio Lancellotti, um guerreiro em defesa dos moradores de rua Com a promessa de sempre apoiar os mais pobres, o pároco dedica sua vida a esta luta
A luta contra pragas mundiais EXPRESSÃO em uma série documental
Chanceler Dr. Ozires Silva
PONTO DE VISTA
Ano de produção: 2020 Direção: Doug Shultz Isabel Castro (VII) Estreia: 22/1 (Brasil) Duração: 287 minutos | 6 episódios Gênero: Documentário País de Origem: EUA Disponibilidade: Netflix
"Pandemia" é uma série da plataforma Netflix lançada em janeiro deste ano. A série mostra a rotina real dos profissionais de saúde que trabalham em uma pandemia. Ebola e gripe suína foram algumas das doenças retratadas na produção americana. De tão atual dá até a impressão de que o lançamento do conteúdo faz parte da estratégia de marketing da plataforma no momento em que o coronavírus se espalha pelo mundo. A série descomplica e humaniza cada informação, buscando a
empatia dos telespectadores. Entretanto, é importante ter estômago forte para assisti-la. O documentário, em seis episódios, assume um caráter profético porque retrata a corrida contra o tempo e a certeza de que uma nova epidemia não é questão de se e sim de quando e onde irá surgir. Terminamos a série em estado de alerta. E, após uma avalanche de informações, fica a reflexão: como enfrentar o cenário atual? A ânsia por seguir todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde, de ser consciente e cuidadoso, assume o corpo e a alma de quem assiste.
Quando estreou nos EUA, "Pandemia" provocou muita polêmica. A razão é que o cientista americano Denis Carrol avisou antes de todos que o planeta corria risco de enfrentar uma pandemia global. O que mais tem preocupado o cientista, um dos protagonistas da série, é a falta de coordenação entre os países para enfrentar a doença. “Durante a epidemia do Ebola, na África, e na pandemia de H1N1 houve uma cooperação global para atender as necessidades das populações mais vulneráveis. Agora, o mundo está em silêncio”, lamentou, em entrevista a Diogo Schelp, do UOL.
Todas as noites vemos, nas mais diversas regiões de São Paulo, pessoas dormindo em calçadas, sob marquises, em praças, embaixo de viadutos e pontes. Suportam o frio, a fome, a sujeira, a indiferença e a falta de empatia. São homens e mulheres que perderam o teto e sofrem com a dura realidade das ruas. Seja por uso excessivo de drogas ou álcool, conflitos familiares, desemprego, problemas com ressocialização ou a sensação de liberdade, cada um tem um motivo para chamar a cidade de lar. Segundo o censo de 2019 da Secretaria Municipal de Assistência Social, são mais de 24 mil pessoas apenas na capital. Entretanto, o mundo foi atingido pelo novo coronavírus. E a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a população mantenha-se isolada, lave as mãos com frequência e use álcool em gel para evitar a disseminação da doença. Mas, para os moradores de rua, vítimas mais frágeis da Covid-19, cumprir essas orientações é muito difícil. Julio Lancellotti, de 71 anos, padre há mais de 34, é coordenador da Pastoral do Povo da Rua da Igreja Católica. O religioso sempre atuou ativamente na defesa dos direitos humanos e das pessoas marginalizadas. E, em meio à pandemia, tem trabalhado arduamente para ajudar a população de rua. Abaixo, suas palavras em uma entrevista ao Expressão: Expressão - O senhor passou pelo caminho religioso algumas vezes durante a juventude, mas apenas adulto tornou-se padre. Como foi essa trajetória? Eu sempre tive interesse em seguir a carreira religiosa. Cheguei a ser frade, mas aos 19 anos era técnico de enfermagem. Decidi fazer pedagogia, trabalhei como professor e no Serviço Social de Menores. Até que, em 1980, iniciei o curso de Teologia e, em 1985, fui ordenado padre. Expressão - O senhor sempre foi muito ligado às questões de direitos humanos. Quando o foco do seu trabalho tornou-se, especificamente, os moradores de rua?
A solidariedade é sinônimo de vida para padre Julio São quase 40 anos de convivência com a população de rua. Em diferentes situações o contato com essa realidade sempre foi muito frequente em minha vida. O número de pessoas nas ruas aumentou muito e eles precisam de ajuda. Expressão - Como a sociedade vê essa população? Esses dias conversei com um deles que me disse: “A gente é pisado assim, como barata”. Eles sentem a discriminação, o preconceito, o quanto são desvalorizados, evitados e criminalizados. É muito triste. É necessário um ajuste das respostas à realidade dessa população. Expressão - O senhor sofre ameaças constantes por conta deste trabalho, como faz para driblar isso? É um desafio. Assim como eles são marginalizados, quem está ao lado deles será também. Seria um contrasenso achar que, se eles são perseguidos, você não o seria. Isso faz parte do ônus da opção que tomamos. Sou perseguido de todas as formas, com injúrias, difamações, ameaças, xingamentos e vem
de todos os lugares, das redes sociais, do telefone, da rua. Expressão - Os moradores de rua foram esquecidos durante a pandemia? Eles sempre são esquecidos. Entretanto, nesse momento há uma preocupação, há respostas, há solidariedade, porque existe um clamor por segurança. É necessário garantir que não haja um risco iminente para a população, principalmente aquela que mora na rua e não consegue se proteger. É uma luta, uma articulação diária para que haja respostas efetivas. Expressão - O senhor criou um abaixo-assinado para pressionar os órgãos públicos a fornecerem kits com álcool gel e materiais de higiene e a abrirem espaços para o acolhimento de moradores de rua durante a pandemia. Houve resultados a partir do documento, que recebeu milhares de assinaturas? A petição foi feita logo no começo da crise, exigindo respostas da Prefeitura. Foram abertos alguns abrigos de emergências, mas insuficientes. Em alguns, os homens dormem aglomerados, com me-
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nos de um metro entre beliches. Mas nós recebemos doações, e isso ajuda bastante. Eu tenho atendido na Paróquia pela manhã e, à tarde, voluntários trabalham colocando álcool em gel na mão deles, orientando quanto às questões de higiene e distribuindo kits. A gente usa máscara, luvas e procura manter uma distância segura, mas não deixamos de ir às ruas. Expressão - Qual mensagem gostaria de deixar? Nós temos que sair disso com uma nova forma de viver. Uma forma em que a população dê lugar à partilha. Nós temos que resistir e humanizar a vida.
COMO DOAR: Doações de roupas, calçados, alimentos não perecíveis, água, produtos de higiene, material escolar, leite e remédios devem ser entregues na Paróquia São Miguel Arcanjo (Rua Taquari, n° 1.100, Mooca/SP, próxima à estação Belém do metrô), de segunda a sexta, das 7h30h às 11h30 e das 13h30 às 17h. A sua doação pode ser feita online (via boleto ou cartão de crédito) no site http://www.missaobelem.org/. Quem preferir ajudar com dinheiro pode depositar nas contas a seguir: Itaú: AG. 2866 C/C. 02440-5 | Bradesco: AG. 1749-3 - C/C. 12868-6 Associação Menino Jesus – Missão Belém CNPJ: 11.413.244/0001-12 Conheça este trabalho: instagram.com/julio.lancellotti/ facebook.com/PeJulioLancellotti
EXPRESSÃO
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EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS
A ARTE EDUCA
Estudantes buscam cursos online para se qualificar durante pandemia mundial
Após o início do isolamento social, as rotinas das pessoas foram alteradas. Para os estudantes, os cursos online têm sido uma ótima alternativa para quem deseja aprender algo novo, melhorar o currículo ou descobrir um hobby. São diversos os sites e plataformas que disponibilizam cursos virtuais totalmente gratuitos, com emissão de certificado. Entre eles, está a Fundação Bradesco, que oferece cursos que vão de programador de computadores até redação e gramática. Há também o E-aulas USP, com atividades disponíveis em todos os níveis de ensino, além de cursos de extensão. No site Kultivi, os estudantes podem aprender espanhol, inglês, italiano e francês, do nível iniciante ao avançado. Outras instituições já conhecidas, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), possibilitam
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assistir aulas em diferentes áreas, como mecânica básica e educação ambiental. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), considerada referência na área de economia, disponibiliza cursos de finanças pessoais e sustentabilidade em seu site. O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) é popular por conectar jovens e empresas, seja para o primeiro emprego ou para um estágio. O que nem todo mundo sabe é que ele também disponibiliza cursos voltados às áreas profissionais. No site, é possível ter aulas que auxiliam na preparação para o mundo de trabalho, como postura e imagem profissional, processo seletivo, comunicação e informática. Assim,
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arte na rotina das crianças. “Exercícios artísticos seriam interessantes para os pequenos, porque assim elas podem se expressar artisticamente sobre as coisas que estão acontecendo, que elas podem estar entendendo ou não.” PROFISSÃO OU HOBBY
“Faço muitos cursos profissionalizantes, que me ajudam no trabalho. Já estudei fotografia e espanhol básico, por exemplo”, comenta a jornalista Camila Alexandre, de 24 anos, que é uma aluna frequente nas plataformas de cursos online e recomenda a modalidade devido à facilidade. “É uma ótima oportunidade para quem quer crescer e ainda não tem meios para chegar lá.” Para Camila, os benefícios de fazer cursos virtuais são inúmeros e por este motivo, incentivar outras pessoas a buscarem esta modalidade de ensino.“Tem cursos com um investimento não tão alto e que possibilitam novos conhecimentos, fora a experiência de aprender algo novo e diferente, que pode se tornar um hobby ou até mesmo uma profissão.” Para mais informações sobre os cursos, acesse as plataformas oficiais das instituições.
Passar no vestibular de uma universidade exige muito esforço e dedicação. Estudar por conta própria reduz as chances de ter o nome na lista de aprovados e, por isso, muitos estudantes recorrem aos cursinhos pré-vestibulares. Esses alunos se depararam com uma grande barreira no início de 2020: o novo coronavírus. Muitos cursinhos aderiram ao modelo de ensino a distância, em que os estudantes podem ter acesso às aulas de maneira online. Foi o caso do Cursinho da Poli, que vem disponibilizando aos alunos o conteúdo por meio de um aplicativo. Vitória Klein, de 20 anos, pretende cursar ciências sociais ou história na Universidade de São Paulo (USP). De modo a alcançar esse objetivo, ela se matriculou no Cursinho da Poli e conta que o isolamento vai atrapalhar as expectativas para o vestibular deste ano. “O cursinho [presencial] ajuda a manter o ritmo dos estudos. Diante dessa situação, o estresse e a ansiedade ficam mais fortes, gerando
pouca expectativa de um bom desempenho”. O isolamento fez, não só os alunos, mas também os docentes, se reinventarem para dar continuidade aos planos de 2020. Felipe Seierup, de 29 anos, foi um deles. Professor de matemática há oito anos, ele atualmente leciona no Cursinho da Poli e conta que quando soube que as aulas não poderiam mais ser ministradas de forma presencial, se colocou à disposição para gravá-las e ajudar os estudantes por lives no Instagram. “Meus alunos têm objetivos para alcançar no final do ano. Minha casa acabou virando minha sala de aula, minha sala dos professores.” Mesmo com os alunos respondendo bem às aulas, o professor pondera que alguns não têm o hábito de estudarem sozinhos, sem o auxílio do docente de forma presencial, o que pode ser um ponto negativo na hora de prestar o vestibular. “Muitos serão prejudicados”. Na Unicamp, as inscrições do vestibular 2021 vão de 31 de julho a 8 de setembro. A prova será em 22 de novembro.
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Kultivi: inglês, francês, italiano e espanhol Senai: 161 cursos de várias áreas FGV: 55 cursos
Com o início da carreira vem o endividamento. Canais no Youtube sobre educação financeira atuam para diminuir o problema Mariana Lima
Fabiane Alves, de 28 anos, começou a trabalhar após concluir o ensino médio. Com um ano no mercado, seu nome estava sujo. “Eu não sabia controlar meu dinheiro e acabava com uma dívida maior do que o valor que eu recebia.” Há 10 anos com as contas apertadas, Fabiane buscou o canal do Youtube Nath Finanças, produzido pela youtuber Nathália Rodrigues, para assistir lições de educação financeira. “Até aquele momento eu não tinha nenhum conhecimento sobre controle de contas. Não foi algo que aprendi na escola e nem observava com meus pais.”
Covid-19 dificulta ainda mais a vida de estudantes que pretendem ingressar na universidade em 2021
Fabiane Alves passou quase uma década com as contas apertadas até encontrar canais no Youtube sobre educação financeira
DÍVIDA MONITORADA
A experiência financeira de Fabiane não é um caso isolado entre os jovens brasileiros. De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), quatro em cada dez jovens entre 18 a 24 anos estão ou já estiveram com o nome sujo.
Deste total, 37,4% eram das classes C, D e E, os que mais contribuem com a renda familiar (65,7%). Por ter crescido nesta realidade, a economista Gabriela Neves decidiu criar o NoFront - Empoderamento Financeiro, plataforma com aulas de educação financeira que mescla os ensinamentos econômicos
ITAIM PAULISTA
Professora da São Judas lidera projeto de gerenciamento urbano
Leonardo Mencarelli
Fundação Bradesco: 93 cursos CIEE: 19 cursos E-aulas USP V: 1400 horas de vídeos
Moradora de São José dos Campos (SP), Fabiane trabalha como designer gráfico freelancer, emprego que garante estabilidade às suas contas. Hoje, ela consegue olhar para a conta bancária e se sentir em paz. “Até assistir aqueles vídeos eu não tinha ideia do que podia fazer com o meu dinheiro.”
Atividade do LAB Itaim Paulista em escola local
CURSOS OFERECIDOS Pixabay
Daniele Oliveira
O consultor de tecnologia educacional e professor de física na rede privada em São Paulo Rodrigo Terra, de 36 anos, considera que os cursos feitos apenas para passar o tempo na quarentena podem trazer bons resultados no futuro. “Qualquer curso ou forma de adquirir conhecimento é bem-vinda para a sua vida de uma forma geral. Talvez aquilo não faça sentido nesse momento, mas em outro, você vai usar esse conhecimento para resolver algum problema.” Terra também recomenda que as pessoas invistam em cursos de arte para enfrentar a situação atual. “Dentro do período da quarentena, a minha sugestão também é que as pessoas procurem cursos que estejam relacionados com a arte para ocupar a cabeça, para fazer as pessoas desligarem um pouco desse momento tenso que a gente está vivendo”, conclui. A professora da rede estadual, Esthefani Zerlotin, de 23 anos, também propõe incluir atividades de
BÁRBARA MATTANA
Quatro em cada dez jovens brasileiros estão com o nome sujo Arquivo pessoal
o aluno tem a oportunidade de estar mais preparado para iniciar a carreira no mercado de trabalho ao fim da quarentena.
Covid-19 se torna mais uma barreira para os vestibulandos
Yanaly via Freepik
NESA by Makers via Freepik
Aulas gratuitas se tornaram uma opção para aprender durante a pandemia mundial
VESTIBULAR
Pedro Herculano Correia
Aumenta a procura por cursos a distância
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
O LAB Itaim Paulista é um projeto de expansão urbana da Universidade São Judas, em convênio com a subprefeitura local, que surgiu a partir de um problema que afeta a cidade de
São Paulo, o aquecimento global e suas consequências. “Começamos com o intuito de melhorar a disseminação de práticas urbanas ambientalmente corretas para a Subprefeitura do Itaim Paulista, na zona leste, e a São Judas foi escolhida pela
sua capacidade de atingir um público-alvo qualificado para poder conduzir um processo de renovação urbana”, explica a professora do Programa de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo e coordenadora do projeto, Ana Paula Koury. O bairro, de 408 mil habitantes (dados de 2018), é famoso pela deficiência de estrutura urbana. A região é uma das mais prejudicadas, em termos ambientais da cidade, com apenas 6,45% de cobertura verde ante 86,5% de Parelheiros, no extremo da zona sul, e muitas ocupações irregulares.
com as músicas do grupo Racionais MCs. COMO ENSINAR?
“A proposta é mostrar que investir também pode fazer parte da periferia uma vez que a economia está ocorrendo diariamente. Os bancos lucram com o descontrole financeiro da população desinformada. A linguagem econômi-
ca precisa dialogar com a realidade das pessoas”, diz Gabriela. Outro canal que se utiliza do rap, o Canal do Por Quê? no Youtube aborda questões de educação financeira de forma simples e direta. “A linguagem econômica é difícil, parece outra língua. Mas a economia afeta a qualquer um, e é fundamental explicar para todos os públicos como ela funciona”, explica o economista Mauro Rodrigues, um dos responsáveis. Segundo ele, quando o orçamento aperta, as pessoas buscam um controle financeiro. “A periferia tem maiores restrições a essa prática. O que não quer dizer que não possam exercê-la.”
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em cada dez jovens entre 18 a 24 anos estão ou já estiveram com o nome sujo
37,4%
eram das classes C, D e E, sendo eles os que mais contribuem com a renda familiar (65,7%)
COVID-19
Coronavírus e Gripe Espanhola: semelhanças entre as duas crises Yuri Fagundes
Evitar aglomerações, lavar bem as mãos com água e sabão e manter o isolamento social parecem conselhos para enfrentar a Covid-19. No entanto, eles já foram dados há um século quando o País enfrentou a Gripe Espanhola, que matou 50 milhões de pessoas no mundo (30 mil no Brasil, 15 mil em São Paulo). Para o jornalista Walter Barreira, que está escrevendo um romance ambientado na gripe espanhola, existem três semelhanças entre as crises: “A primeira é a fa-
cilidade da propagação, que é rápida e imediata”. A segunda é o colapso do sistema de saúde e dos serviços sanitários. “No Equador, há corpos na rua, na Itália, caminhões do exército transportam cadáveres, nos EUA estão
abrindo valas em parques. Algo semelhante ocorreu na época.” A terceira é a maneira de combater a doença. “Em 1918, as principais recomendações eram não sair e lavar as mãos, como estamos fazendo agora.”
Revista Careta via Biblioteca Nacional
Mário-Oliveira SEMCOM
A gripe espanhola estabeleceu diversos protocolos a serem seguidos em meio à pandemia atual
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ESPECIAL
Arquivo pessoal
Em isolamento para evitar a propagação do coronavírus, profissionais têm que se reinventar para trabalhar em casa
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dinâmica e a receptividade dos alunos. “Após o período de adaptação, achei que houve uma boa participação dos estudantes e também é interessante a possibilidade de utilizar ferramentas digitais com mais facilidade.” Apesar das atividades sofrerem alterações, as temáticas das matérias continuaram as mesmas e até mais criativas e diferenciadas. “Estamos seguindo o conteúdo planejado desde o início do semestre. Agora, sinto a necessidade de inovar mais, buscar mais agilidade. Nas aulas de Literatura, por exemplo, fizemos um passeio virtual juntos por alguns museus do mundo para apreciar obras renascentistas. Foi bem bacana.” No entanto, nem todos estão conseguindo ter o
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mesmo sucesso nas aulas online. Sara Guzelian, estudante de Direito na São Judas, se sente desconfortável por não poder estar em sala de aula. “A quarentena está sendo bem tediosa e angustiante, por não poder sair de casa e ver outras pessoas”. Embora tenha se adaptado ao sistema virtual, a universitária não tem conseguido permanecer efetiva em seus estudos. “Sinto que não consigo manter o foco por muito tempo. Acho que estou me dedicando menos, não consigo me empenhar tanto, por estar em casa, acredito ter ficado mais dispersa.” MÃES AFLITAS
Se professores e alunos tiveram que reorganizar a prática dos estudos, mães que trabalham fora pre-
cisaram entender como conduzir a nova rotina de trabalho com as crianças. Mirani e Thuanny Silva são irmãs e sócias de uma empresa que confecciona mordedores para ajudar no alívio da dentição infantil. Durante a quarentena, elas precisaram achar alternativas para manter a produção e a distração com os pequenos. Thuanny, que tem dois filhos, Murilo, de 3 anos, e Matheus, de 2, dispensou a diarista e tem alternado as tarefas com o marido, Marcelo Gusson. “Para trabalhar, estamos nos revezando, ou contando com a ajuda da avó, Maria, que mora por aqui. O que tem funcionado também é trabalhar enquanto eles dormem, quando não estamos ‘mortos’ no final do dia.”
Paulistanos demonstram empatia com o outro e levam esperança a quem mais precisa
Mariana Garcia, Renato Rodrigues As igrejas também foram afetadas com a crise. Todos os casamentos foram adiados. Segundo o padre Gean Medeiros, da paróquia São Francisco de Assis, do Valo Velho, zona sul, a igreja faz 12 casamentos no mês das noivas. “Maio é um ponto alto.” A compradora Adriana Gomes da Silva tinha o casamento marcado para o dia 21 de março desse ano, mas teve que adiar, sem data para remarcação. “Os gastos não foram muito altos, pois o espaço que alugamos faria a maior parte das coisas.” Arquivo Pessoal
Bruna Gama
epois que o governo decretou quarentena no Estado de São Paulo devido à pandemia da Covid-19, os paulistanos foram pegos de surpresa. O jeito foi se isolar e contar com a solidariedade de parentes e amigos. A quarentena, inicialmente prevista para o dia 7 de abril, foi prorrogada até 31 de maio e as aulas presenciais em instituições de ensino da rede pública e particular foram interrompidas. Alunos das universidades começaram a ter aulas online. Maira Mariano, professora da Universidade São Judas, trocou a lousa e as carteiras pela vídeoaula e os computadores. Mesmo com a mudança repentina na maneira de apresentar o conteúdo, ela se surpreendeu com a nova
Pandemia afeta comércio e casamentos Ao contrário dos anos anteriores, nesse maio, a época, tão importante para o comércio e os noivos, será atípica, com cancelamento de casamentos e lojas fechadas, em função do novo coronavírus. Uma das lojas afetadas pela situação é a Fashion Noivas, na Rua São Caetano, na Luz. “Todo o comércio da rua está fechado e a quarentena está prejudicando 100% das nossas vendas. As despesas fixas mensais da empresa são de R$ 60 mil”, explica a gerente, Justina Lima Taveira.
Professora Maira, da USJT, adota tecnologia para lecionar durante a pandemia
Solidariedade em meio à pandemia
MÊS DAS NOIVAS
Dimitrius Dantas
Minha quarentena, meu aprendizado
ESPECIAL
Paróquia São Francisco fechada para novos casamentos
Espaço com pias instaladas no centro de São Paulo para ajudar na higienização dos moradores de rua Yara Barros e Bruna Gama
A
pandemia de Covid-19, um dos maiores problemas enfrentados pela humanidade em sua história, com 4,95 milhões de casos em torno do mundo e 325 mil mortes (dados de 20 de maio), de acordo com a Universidade John Hopkins, nos EUA, tem causado enorme preocupação em todo o planeta. No Brasil, com 17.983 óbitos causados pelo novo coronavírus e 271,8 mil casos confirmados, segundo o Ministério da Saúde, a saída tem sido, observando situações vividas por outros países que passaram pela pandemia, apostar no isolamento social e testar a população para descobrir o número real de infectados e, assim, combater a disseminação da pandemia. O Estado de São Paulo, que concentrava 66.049 casos e 5,1 mil mortes, vive, desde 24 de março, uma quarentena determinada por decreto do governador João Dória
(PSDB) segundo a qual somente serviços essenciais podem funcionar. O isolamento, no entanto, é um problema. A capital tem mantido uma média de 48% de pessoas em quarentena, quando o ideal seria de 70%, de forma a diminuir a possibilidade de contágio. Apesar de essencial, recomenconforme dações da Organização Mundial de Saúde (OMS), o isolamento traz uma série de problemas principalmente aos setores mais frágeis, em termos econômicos, da população. À perda de renda, que já é insuficiente normalmente, se somam a impossibilidade de se isolar para moradores de comunidades desassistidas, uma vez que as casas são pequenas e a dificuldade de idosos, que integram o grupo de risco para a doença, de saírem de casa. A situação dos que estão nos degraus mais baixos da escala social, os morado-
res de rua, é ainda mais desesperadora: sem gente na rua ou restaurantes abertos, eles penam para conseguir comer ao menos uma vez por dia. Na região central, a Prefeitura instalou pias. REDE SOLIDÁRIA
Para enfrentar essa situação, uma verdadeira rede de solidariedade tem se formado. Cidadãos comuns, organizações não-governamentais (ONGs) e empresas estão se mobilizando para socorrer os mais necessitados. São iniciativas simples, mas que repercutem fortemente na vida de quem precisa. Na favela de Paraisópolis, zona sul, um conglomerado urbano no qual vivem precariamente 42 mil pessoas, ONGs formadas por moradores criaram um projeto piloto, que atende praticamente toda a população.
A campanha, organizada por várias entidades, se organizou de forma que são distribuídas, semanalmente, cestas básicas à população e 8 mil marmitas desde o início da ação para os que têm necessidades urgentes de alimentação. Cerca de 420 moradores foram nomeados “presidentes de rua”. O papel deles, de acordo com o líder comunitário Gilmar Rodrigues, da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, é cuidar das
pessoas que vivem nas vias para a qual foram denominados, em média 50 casas. “O presidente de rua é responsável por garantir que as pessoas fiquem em casa e conscientizá-las. Caso seja necessário, a ambulância é acionada”, explica. Uma outra ONG, a Paraisópolis Tamos Juntos, de Valdemar José Trindade, o Guga, entrega, praticamente toda semana, 250 cestas básicas para os moradores mais necessitados. “Tudo é fruto de doações de empresários Reprodução
e amigos. As pessoas estão desesperadas e, em muitos casos, não têm o que comer”, lamenta. No Centro, padres franciscanos tentam cuidar de outro segmento muito fragilizado da população, os moradores de rua. Em uma tenda de 200 metros quadrados em frente à Igreja de São Francisco, no largo do mesmo nome, eles cozinham alimentos doados pela população e fazem marmitas que são entregues à população de rua da região, que concentra quase metade dos quase 25 mil moradores de rua da capital. Com capacidade para atender mil pessoas por dia, o espaço também abriga organizações que realizam ações de apoio à saúde e assistência social. “Esse é um trabalho amplo que vai ao encontro de nossos valores”, diz o frei Diego Melo. Ação de higienização das mãos para moradores de Paraisópolis
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ESPECIAL
ESPECIAL
Empresas se mobilizam para ajudar criando plataformas cidadãs
Artistas também se organizam em prol da solidariedade
Vizinho do Bem e Guia para Todos Verem ajudam a população a auxiliar vizinhos
Famosos e anônimos tocam, fazem lives na internet e ajudam até quem não conhecem
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Arquivo Pessoal/ Mariana Dantas
Yara Barros e Bruna Gama
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m meio à luta para possibilitar algum conforto aos idosos que enfrentam a quarentena, a empresa Noknox criou a plataforma Vizinho do Bem, que visa conectar pessoas que estejam dispostas a ajudar outras em situação de maior risco à Covid-19. Por meio do site é possível se cadastrar caso precise de ajuda ou queira ajudar alguém. As atividades são simples, como ir ao mercado ou à farmácia e levar o cachorro para passear, entre outras. Um dos fundadores da plataforma, Alexandre Landim, conta como surgiu a iniciativa de criar o aplicativo: “Nos inspiramos no movimento de voluntários que colocam cartas no elevador ou nas portas de seus vizinhos, oferecendo as mais diversas formas de ajuda: passear com o cachorro, fazer compras, buscar do-
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cumentos”. A rede de solidariedade existe há pouco mais de um mês, mas já tem apresentado números surpreendentes. O Vizinho do Bem conta com 5 mil pessoas cadastradas, a maioria voluntários que pretendem ajudar. Cerca de 200 já foram atendidas. Apenas 3% dos cadastrados necessitam de ajuda. Landim vê essa diferença de números de forma positiva. “O grande ganho é exatamente esta desproporção, pois o Brasil é um país cheio de dificuldades, e encontrar pessoas que precisam de auxílio não é difícil”. O Guia para Todos Verem é outra plataforma que criou uma rede de solidariedade. Sua principal função é democratizar o acesso à informação de forma a torná-la acessível a pessoas com deficiência visual. O aplicativo tem desde informações gerais, dados sobre a doença
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e últimas notícias, até um conteúdo para o período de quarentena, como filmes com áudio-descrição e audiolivros. MICROLOCALIZAÇÃO
A plataforma foi desenvolvida pela empresa Veever, de Curitiba, que utiliza a tecnologia da microlocalização para facilitar a locomoção e interação de pessoas com deficiência visual. Para garantir a veracidade das informações, a
plataforma está conectada com um sistema automático da Microsoft que recebe estatísticas oficiais da OMS. João Pedro Novochadlo, de 28 anos, empreendedor social na área de tecnologia para pessoas com deficiência visual e seu amigo Mateus Silva, de 22, são responsáveis pelo projeto. “Nós não produzimos nenhum conteúdo, mas a plataforma centraliza todas as informações disponíveis
NÚMEROS DO CORONAVÍRUS NO BRASIL 271.885 casos confirmados 147.108 casos ativos 106.794 casos recuperados 17.983 casos fatais Atualizado em 20/5/2020 Fonte: https://guiapratodosverem.com.br/numeros-no-brasil
sobre o coronavírus”, explica Novochadlo. Até mesmo o futebol entrou na luta contra o inimigo invisível, o novo coronavírus. O Revelação Futebol Clube, time de várzea feminino do Grajaú, zona Sul, se mobilizou para prestar auxílio às famílias pobres da região, muito atingidas pelo desemprego. Erick Silva, de 26 anos, técnico do time, e Victoria Azevedo, de 21, atleta, são responsáveis pela atitude. “Eu conclui que esse foi o momento mais adequado para ajudar as pessoas que estão mais vulneráveis”, diz ele. Foram arrecadados, entre os dias 20 e 30 de abril, cerca de 50 quilos de alimentos, que começaram a ser entregues às famílias nesse mês. Agora, eles lançaram um novo projeto para chegar a meia tonelada de alimentos que serão, igualmente, distribuídos entre a população. Até mesmo iniciativas
pessoais têm sido vistas. A cirurgiã plástica Roseli Cardinali se dispôs a oferecer orientação e prestar atendimento médico aos vizinhos do prédio em que vive, em Alphaville. Por meio do whatsapp do condomínio, ela se oferece para atender, gratuitamente, os idosos. “Eu sei que nesse momento, principalmente as pessoas que estão mais fragilizadas, é complicado elas saírem, então eu me dispus a ajudar de uma forma geral” ressalta a médica, que além de prestar atendimento e tirar dúvidas sobre a Covid-19, também emite receitas para pessoas que fazem uso contínuo de medicamentos. Apesar do ato de solidariedade, ela toma as devidas precauções para evitar o contato com os grupos de risco. “Eu deixo as receitas no parabrisa do meu carro na garagem e a pessoa as retira”, afirma.
Divulgação
A Pianista Mariana Kunc Dantas tocando piano para vizinhos em seu prédio
Alimentos arrecadados pela equipe de futebol Revelação Futebol Clube do Grajaú Yara Barros e Thiago Martins
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ntre os artistas, famosos ou não, a solidariedade também anda em alta. A classe artística tem levado ao pé da letra a famosa frase do filósofo alemão Friedrich Nietzche: “a arte existe para que a realidade não nos destrua”. Artistas têm feito apresentações tanto pela internet quanto nas suas varandas e sacadas, como um meio de incentivo à quarentena. Cantores como Sandy, Martinho da Vila e Nego do Borel, além de grupos musicais independentes, realizaram apresentações, transmitidas ao vivo de suas próprias casas, como uma maneira de estimular as pessoas no isolamento. O cantor de pagode Mumuzinho também optou por entreter seus fãs
durante a quarentena. Entretanto, ele trocou a internet pela sacada de seu apartamento. Na última sexta-feira do mês de março, Mumuzinho ligou o amplificador de som na sacada e cantou diversos sucessos, como “Conselho”, de Almir Guineto, e “Eu Mereço Ser Feliz”, de sua autoria, ganhando aplausos do “público”, no caso os vizinhos. A pianista Mariana Kunc Dantas, de 26 anos, filha de Audálio Dantas, grande jornalista brasileiro, costuma tocar para pacientes em estado grave no Hospital Premier, referência em cuidados paliativos no Brasil. Formada pelo curso “Viver a Música”, voltado a músicos e profissionais amadores que se interessem em can-
tar e tocar em hospitais e organizações de saúde, Mariana relata que por causa da pandemia se viu impossibilitada de ir até o hospital para tocar piano aos pacientes, assim surgiu a iniciativa de compartilhar vídeos de músicas pela internet. “Me deu vontade de oferecer as canções como uma forma de carinho para quem está sozinho em casa. A música é a coisa mais importante na minha vida, e eu quis ofertar o que sinto para outras pessoas”, declara a artista. Mariana já enviou músicas para amigos e vizinhos e até mesmo para pessoas de outros Estados e países. A artista vê em seu ato de solidariedade e empatia uma forma de ajudar o próximo através da arte e
torce para que assim que a pandemia, causada pela Covid-19, passar esse gesto se prolongue. “Assim como o meu ato, eu gostaria muito que as pessoas, mesmo depois da pandemia, continuassem com seus gestos de solidariedade e ajudassem outras. Isso é muito importante”. AUXÍLIO DA CIÊNCIA
Enquanto a sociedade continua sua luta para enfrentar a doença, a ciência também oferece sua parcela de contribuição. O Instituto Butantan, no bairro do mesmo nome, na zona oeste, segue firme tentando auxiliar São Paulo neste momento. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, será possível realizar de 940 a mil testes por dia para identificar a
contaminação pelo coronavírus. Os testes tiveram início no dia 3 de abril, após serem homologados pelo Instituto Adolfo Lutz. O diretor do Butantan, Dimas Tadeu Covas, confirmou que os laboratórios pretendem também receber doações de sangue de pacientes curados para testar o plasma. Cientistas acreditam que o plasma de um indivíduo em recuperação pode ajudar um paciente doente por já conter anticorpos contra a infecção. "Essa pesquisa é baseada em experiências anteriores que, há mais de cem anos, identificaram que o plasma de convalescentes podia ser útil no tratamento de pessoas ainda durante a infecção. Este conceito é denominado
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transferência passiva de imunidade. Se a terapia funcionar, ela poderá fornecer os anticorpos necessários para aqueles que ainda não os têm em níveis capazes de protegê-los, levando a uma melhora dos sintomas e à diminuição do vírus no organismo", explica Luiz Vicente Rizzo, diretor-superintendente de pesquisa do Hospital Albert Einstein. No dia 13 de abril chegaram ao País 725 mil kits de testes de coronavírus da Coreia do Sul, que foram encomendados pelo Butantan. O objetivo é agilizar a realização dos exames para o diagnóstico da Covid-19 em São Paulo. Segundo a instituição, ao todo foram encomendados 1,3 milhão de kits.
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VIDA DIGITAL
SEGURANÇA NA REDE
Escolas estaduais terão aulas a distância pela TV e por aplicativo de celular com internet grátis Juliana Regatto
Em meio à pandemia provocada pela Covid-19 e a suspensão das aulas desde o dia 24 de março nas redes pública e privada, sites e aplicativos de ensino a distância foram a solução para as escolas continuarem as aulas e atividades acadêmicas. Essa modalidade já é utilizada largamente no ensino superior, mas tem sido útil também em
escolas privadas dos níveis fundamental e médio. Professores e alunos transformaram papel e caneta em tecnologia, utilizando recursos e plataformas da web para manter as aulas ativas. Por meio da Secretaria de Educação de São Paulo (Seduc) e da Fundação Padre Anchieta, o governo criou o aplicativo Centro de Mídias SP (CMSP). O programa
com os seus próprios professores ". Ela explica também que o corpo docente não classifica esse método como EaD, mas como um apoio curricular e uma saída para não prejudicar 3,5 milhões de estudantes, e ressalta que o acesso ao programa é importante. "O aluno tem que ter uma responsabilidade e acompanhar o material disponibilizado, pois os acessos ao aplicativo serão computados", destaca. Para
usamos a data de aniversário como senha. Só que há problemas de conexão, no primeiro dia fiquei das 12 horas até às 16h30 sem conseguir conectar e até estou ajudando alguns colegas de classe a conseguir”, conta. Em vez do aplicativo, para o estudante, o ideal seria uma plataforma online de estudos. “Se tivesse uma, com teorias e atividades a serem feitas num certo horário, seria bem mais fácil”, opinou.
ALUNOS TERÃO INTERNET GRATUITA PARA ESTUDAR EM CASA
PROBLEMAS
Com esse projeto, a professora Gisele Bonilha, de 35 anos, coordenadora de um colégio estadual localizado na zona oeste, espera recuperar as aulas. “A princípio o que nos foi passado pela Seduc é que, por meio dessa plataforma do Estado, os alunos irão interagir
Gisele, tudo é novo, é um desafio para o ensino público, mas é uma "estratégia tardia", já que demorou para se iniciar. Thalisso Igor Silva e Santos, de 17 anos, aluno da Escola Estadual Monsenhor Venerando Nalini, localizada em Jundiaí, Interior do Estado, considera que o aplicativo é simples de ser usado, mas, de uma forma geral, o ensino na plataforma não é adequado. “Nós cadastramos nosso registro e
45% 9% Públicas Privadas
45% dos matriculados em escolas públicas não têm internet em casa. Na rede privada são apenas 9%.
O governo criou o Centro de Mídias da Educação de São Paulo, plataforma que vai permitir acesso gratuito às aulas na quarentena.
3,5 milhões de estudantes da rede estadual de São Paulo vão ter aulas por meio da TV aberta e pela internet.
INOVANDO
Aplicativos de delivery inovam com a opção de entrega sem contato As plataformas de entregas de fast food no Brasil ganham cada vez mais espaço nessa época pelo fato de que grande parte dos paulistanos está em isolamento social em decorrência do novo coronavírus. No entanto, há a efetiva participação de funcionários das empresas iFood, Rappi, Loggi ou Uber Eats, com moto ou bicicleta entregando os pedidos. Essa comodida-
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de oferecida pelos aplicativos se torna uma forma sedutora para os clientes, impossibilitados de se locomover. Por causa da preocupação com o contágio, os aplicativos têm se esforçado para desenvolver formas de diminuir o contato entre fornecedores, entregadores e consumidores. Leonardo Pereira, de 26 anos, por exemplo, é motoboy da empresa iFood. “Quando o cliente faz o pedido pelo aplicativo
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tem a opção de escolher se quer que seja entregue em mãos ou não, pode pedir pra deixar em algum lugar próximo ou na portaria. Geralmente eles sempre pagam pelo aplicativo com cartão, raramente peguei algum pedido em dinheiro”, diz. Os profissionais, por sua vez, têm tomado mais cuidado em função da pandemia. HIGIENIZAÇÃO
A ideia da diminuição do contato físico tem des-
pertado muitos consumidores a adotar essa prática ao fazer uma encomenda, pois isso evita sair de casa para frequentar qualquer tipo de comércio. Bianca Vitória Ferreira, de 18 anos, é cliente fidelizada do Ifood e diz que também adotou as recomendações da plataforma. "Sempre faço o pagamento online no cartão. Na hora da entrega encontro o motoboy, porém nessa quarentena eles estão mais cuidadosos com o produto”, diz.
Thiago Oliveira, de 24 anos, é proprietário da lanchonete Parada 68, localizada na Avenida Parada Pinto, Vila Nova Cachoeirinha, zona norte, e toma todos os cuidados necessários, como lavar bem as mãos na preparação dos pedidos e usar luvas de silicone durante o trabalho. “Com o aumento dos casos da Covid-19, as pessoas têm optado por não ter contato físico com o entregador, e mesmo assim os motoboys também limpam
as mãos com álcool em gel sempre que saem e chegam de alguma entrega. São higienizadas também as maletas das motos’’, declara.
Getty Imagens
Tauã Prates
Motoboys: mais cuidados nas entregas
Especialista alerta sobre os perigos nas postagens e no compartilhamento de dados Pixabay
inclui tarefas pedagógicas, videoaulas, participações de youtubers e, inclusive, permite que alunos façam perguntas via chat. A Seduc fechou contrato com as redes de telefonia móvel Claro, Vivo, Oi e Tim, o que possibilita aos usuários que não tiverem acesso à rede de internet ou wi-fi acessar a plataforma sem custo. Além dessa ferramenta online, serão transmitidas aulas pelo canal aberto digital 2.3, TV Cultura Educação.
Fonte: Agência Brasil
USP Imagens/CreativeCommons
Ensino público utiliza a web para continuar o ano acadêmico durante a quarentena
Como proteger a identidade digital dos criminosos virtuais
Letícia Pedrão
A velocidade com que as informações são transmitidas na internet fez com que passássemos a veicular mais dados pessoais digitalmente, mas muitas plataformas não informam como protegem os seus dados. Como isso ocorre e quais os problemas que podem causar aos consumidores? Vitor Souza Lima Blotta é pesquisador do Projeto Privacidade, que pretende mapear a vigilância privada na internet, e aponta os riscos que corremos. “Hoje, não só a privacidade se expande como as possibilidades de violação também.”
O usuário, ao ficar conectado deve prestar atenção nas políticas de privacidade dos sites, que é um documento no qual se explica quais dados serão coletados, quais contatos enviados, as informações de navegação, páginas visitadas, fontes de tráfego, localização e comportamento. Muitas vezes, a leitura dessas políticas é ignorada pelos internautas, tornando-os assim mais vulneráveis aos golpes da internet. LIGAÇÕES TELEFÔNICAS
É fundamental estar atento às questões e entender as medidas que vão resguardar a privacidade. As estratégias
utilizadas pelos invasores são ligações telefônicas ou mensagens, usando as informações roubadas, para que a vítima clique no link e confirme os dados. Janaina Pereira Domingos, de 25 anos, é cliente do banco Itaú e passou por uma situação complicada. “Notei que tinha sido vítima de um golpe após observar compras que nunca tinham sido feitas por mim no cartão de crédito. Informei ao banco e o cartão foi bloqueado. O valor foi estornado e emitida outra via do cartão, com numeração diferente.’’ Para evitar maiores problemas na relação com os aplicativos, o pesquisador sugere: “Os termos de uso preveem que alguns dados fiquem com as empresas, mesmo depois de sairmos das mídias ou a retirada de tudo o que inserimos. Quando há uma violação ou dano maior deve-se buscar a empresa, reivindicar que o erro seja corrigido, e se não for o caso, acionar a justiça”.
Comerciantes do Brás apostam em e-commerce para sobreviver Débora Silva Conhecido pelo seu agitado comércio, especialmente de roupas, o bairro do Brás, na zona leste, esteve muito diferente nos últimos meses. A determinação do governo estadual de fechar o comércio não essencial fez muitos lojistas ficarem sem trabalhar. Alguns, no entanto, não se intimidaram pela suspensão do funcionamento nas ruas e buscaram outros meios para continuar vendendo. Muitos desses vendedores que estão traçando novas estratégias para atrair o público são sacoleiros e autônomos, ou seja, eram acostumados somente com vendas físicas. No e-commerce, que estão utilizando agora, esperam quebrar barreiras de tempo, distância e fazer transações de bens e serviços em qualquer região.
Deyvison Marques, de 23 anos, representante de marketing e vendedor da loja Gold Kings, conta que as vendas caíram 95% no setor de vestuário do bairro e o desafio maior está sendo se adaptar à atual situação, mas que essas medidas de comércio eletrônico podem ajudar. "A realidade atual está pra lá de crítica, se não houvesse o e-commerce com certeza não estaríamos nos alimentando agora", diz. FACILITAÇÃO De acordo com ele, a venda online é baseada em tecnologia e facilita a vida dos clientes. "O pagamento é feito online, disponibilizamos um link e o cliente paga, e quando confirmado, enviamos o produto por meio de motoboy ou via correios", explica. O único problema é que não
há possibilidade de troca de produtos. A pedagoga Ana Paula Costa de Oliveira, de 35 anos, fez uma pesquisa de lojas do Brás pela plataforma Google e pediu indicação para algumas amigas que já conheciam os sites das lojas. Foi a sua primeira compra na modalidade online nesse período. De acordo com ela, o processo foi simples e seguro. " Achei que por conta dessa pandemia, iria demorar ou seria difícil, mas o site proporcionou grande facilidade.” Para concluir a compra ela teve que colocar seus dados pessoais, nome completo, CPF, endereço para entrega e dados do cartão de crédito. “Sempre achei cômodo comprar online, ainda mais agora. Estou adquirindo roupa para meu bebê de 3 meses e meu filho de 6 anos, e ainda dão opções de troca”, diz.
CRESCIMENTO DO MERCADO VIRTUAL Comparando com a mesma época em 2019, lojas virtuais registraram aumento de 180% em transações, principalmente de alimentos, bebidas, beleza e saúde
+ 83% de crescimento nos produtos de beleza e perfumaria
+ 80% a mais de compras feitas em supermercados
+ 111% de aumento nas compras online para itens da categoria saúde
Fonte: Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm )
TRIBUNA VIRTUAL
Assembleia Legislativa de São Paulo só trabalha em sessões online Assessoria de imprensa da Alesp
Alunos da rede estadual de SP ganham plataforma online
COMÉRCIO ELETRÔNICO
Débora Machado
As sessões presenciais na Assembleia Legislativa em São Paulo (Alesp) foNa quarentena, deputados se reúnem por meio de videoconferência. Presidente Cauê Macris comanda uma sessão virtual
ram suspensas no dia 23 de março. A solução para não paralisar os trabalhos foi realizar sessões online, com o objetivo de evitar aglomerações e o risco de contaminação pelo novo coronavírus entre os deputados. Os 94 parlamentares da casa utilizam um sistema conhecido como Tribuna Virtual. Por meio
de uma videoconferência, eles aprovaram, por exemplo, no dia 31 de março, a decretação do estado de calamidade pública, em função da pandemia. A primeira sessão deliberativa virtual nos 185 anos da Alesp se deu no dia 30 de março. “Pela Tribuna Virtual remoto conseguimos
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aprovar propostas muito importantes e adaptar os trabalhos previstos no regimento interno para plataformas remotas”, afirmou o presidente da Casa,Cauê Macris (PSDB). A Câmara Municipal de São Paulo também atua somente de forma virtual para votações e debates.
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CULTURA E ARTES
Indústria reinventa o entretenimento durante isolamento social Internet vira palco e cinema durante quarentena gressos ou encarar intermináveis horas em filas. Basta um dispositivo com conexão à internet. De quebra, quem assistiu a várias lives dos artistas no período pôde colaborar no combate ao novo coronavírus com doações em produtos de higiene e saúde. Seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), eventos que aconteceriam nos próximos meses tiveram que ser cancelados. A saída foi levar os artistas para o ambiente virtual. Foi assim que a Universal Music criou o festival online “Música em Casa”, com cinco apresentações diárias dos artistas da gravadora entre 23 de março a 4 de abril. Nomes como Paula Fernandes, Luísa Sonza, Projota, Vitão, Mahmundi e bandas como Melim, Maneva, Suricato,
TECNOLOGIA ALIADA
Quem pensa que precisa de muito para curtir shows durante a pandemia, se engana. Nada de comprar in-
além do grupo Tropkillaz, tanejos que dominaram a donça “quebrou a interforam alguns dos mais internet. Gusttavo Lima net”. A cantora atingiu 3,2 abriu a programação, so- milhões de acessos simulaguardados pelos fãs. Mas foram as apresenta- mando mais de 58 milhões tâneos em menos de uma ções dos cantores Jão no de visualizações. A dupla hora. O que ajudou foi a dia 20 de março e Sandy no Jorge e Mateus obteve com inclusão e interatividade: a dia 25 do mesmo mês que 3,1 milhões de acessos si- apresentação teve repertóRafael Campos aproveitou multâneos. Mas foi no dia rio feito por fãss da hashtag mais. O administrador, 8 de abril que Marília Men- #MariliaTocaEssa. de 25 anos, costumava ir ENTRETENIMENTO SOLIDÁRIO a pelo menos Por meio de lives, cantores e duplas sertanejas arrecadam alimentos e produtos um show por de limpeza para pessoas mais afetadas pela crise do novo coronavírus. mês, agora está se adaptando à nova realidade: “Mesmo em quarentena, não deixo de seguir os artistas que eu gosto, me sinto mais próximos deles”. Apesar do sucesso deste festival, foram as lives individuais de ser-
Nelson Kon
Museus de São Paulo fecham as portas e passeios virtuais fazem sucesso
Pinacoteca mantém as portas temporariamente fechadas, mas promove experiência virtual
Com a Covid-19, São Paulo, que é casa de mais de 130 museus, se viu na obrigação de fechar esses
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Capital paulista oferece diversas opções de locais que unem cultura e gastronomia e devem ser apreciados após a pandemia Rafaela Paiva
Fotos: Reprodução/Redes Sociais
Quem pensa que os centros culturais, museus e teatros são espaços restritos apenas à arte, está enganado. Há vários desses lugares que têm ótimos restaurantes, bares e cafés que melhoram a experiência cultural dos visitantes e são boas opções de lazer. Com a pandemia, diversos locais fecharam as portas temporariamente e as pessoas devem seguir um período de quarentena. Que tal aproveitar esse tempo em casa para colocar alguns passeios na agenda? Confira cinco lugares em São Paulo que unem cultura e gastronomia para visitar após o isolamento social.
locais devido à quarentena. Hoje, a Pinacoteca,na Luz, região central, que tem uma média anual de quase 500 mil visitantes, não recebe sequer uma pessoa. Com
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isso, a experiência online passou a ser outra maneira de levar arte à população. Da mesma forma, lugares como o Museu Catavento, também no centro, que tem uma média mensal de 40 mil visitantes, também permanecem fechados desde o dia 24 de março, quando se iniciou o isolamento. PASSEIOS VIRTUAIS
Desde 2016, a Pinacoteca disponibiliza um passeio virtual pelo seu espaço. “É um aliado, pois possibilita a manutenção da conexão com a arte”,,justificam os porta-
-vozes da instituição. O Catavento, por sua vez, criou o projeto Catavento Em Casa, que leva conteúdo científico às redes sociais. “Temos curiosidades sobre os nossos experimentos, conteúdos ‘mão-na-massa’ e muito mais”, diz a assessoria. Antes da pandemia, a média mensal das visitações online na Pinacoteca era de apenas mil pessoas, mas esse número cresceu e atingiu 5 mil acessos em março. Um desses novos visitantes foi a estudante de Administração do Senac, Mayara Gomes, 20 anos, moradora
de Cotia, Grande São Paulo. A universitária é apaixonada por museus e ficou triste com o fechamento das instituições culturais. Ao descobrir o passeio virtual, ela acabou surpreendida positivamente. “Acho importante para manter o contato cultural sem sair de casa durante a pandemia”, diz. CRIAÇÃO DE CONTEÚDO
Além da experiência virtual, a Pinacoteca também passou a publicar quadros do acervo, acompanhados de curiosidades e explicações, além de
promover transmissões online sobre as obras. Desde março, quando essa iniciativa foi tomada, o perfil da instituição no Instagram ganhou mais de cinco mil seguidores – hoje, a conta tem 338 mil, o que mostra o retorno positivo. “Todos compreendem que é um momento para ficar em casa e evitar aglomerações”, concluem os porta-vozes da Pinacoteca. SERVIÇO Pinacoteca: www.pinacoteca.org.br Catavento: www.cataventocultural.org.br
CAFFÉRISTORO CASA DAS ROSAS Localizado na Avenida Paulista, o CafféRistoro fica no jardim da Casa das Rosas. Com uma decoração vintage, é o lugar ideal para quem deseja fugir do caos da cidade e aproveitar um pouco da gastronomia italiana e da natureza.
BAR DOS ARCOS THEATRO MUNICIPAL Um dos lugares mais diferentes para visitar em São Paulo, o Bar dos Arcos está localizado no subsolo do Theatro Municipal. Super badalado, o bar valoriza a história e a arquitetura do local, referência no cenário artístico e cultural brasileiro.
PIPO MIS O Pipo Restaurante, espaço atrás do Museu da Imagem e do Som, possui um ambiente amplo e sofisticado. Comandado pelo chef Felipe Bronze, é o lugar ideal para os amantes de gin, já que a cartela de drinks com a bebida é extensa.
BAR DO COFRE SUBASTOR FAROL SANTANDER O antigo cofre do Banco do Estado de São Paulo, que fica no subsolo do Farol Santander, é sede do badalado Bar do Cofre, local que promete transportar os visitantes para os anos 1940, em um cenário de mistério e glamour.
AIZOMÊ JAPANHOUSE Fundado pela chef Telma Shiraishi, o restaurante japonês Aizomê está localizado no centro cultural JapanHouse. O ambiente é calmo e contemporâneo, traduzindo o Japão do século XXI, moderno e arrojado.
CafféRistoro Av. Paulista, 37 - Paraíso Tel.: 3289-6897 www.cafferistoro.com.br
Bar dos Arcos - Praça Ramos de Azevedo, s/n - República Tel.: 2039-1250 Instagram: @bardosarcos
Pipo Av. Europa, 158 - Jardim Europa - Jardins Tel.: 3530-1760 www.pipo.meitre.com
Bar do Cofre SubAstor - R. João Brícola, 24 - Centro Histórico de São Paulo Tel.: 5555-0578 www.subastor.com. br/bardocofre
Aizomê Av. Paulista, 52 - 2º Andar - Bela Vista Tel.: 2222-1176 www.aizome.com.br
EVENTO EM SP
Zona Leste não terá mais PerifaCon neste ano Sueini Felix
EXPERIÊNCIA
Matheus Aguiar
Restaurantes em museus e centros culturais para visitar em São Paulo
O Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, na zona leste paulistana, abriria espaço para a segunda edição da PerifaCon 2020, evento gratuito que traz debates importantes na cena geek periférica. A feira de cultura pop “da quebrada”, que aconteceria Reprodução/Facebook PerifaCon
É possível se entreter em casa durante a quarentena? A indústria do entretenimento prova que sim. Para ajudar no acesso à diversão em meio à pandemia, empresas de TV por assinatura liberaram canais de forma gratuita a seus assinantes. Foi assim com as redes Telecine e Discovery, que tiveram seu sinal desbloqueado pela Claro e SKY durante o período de reclusão social. E a Rede Globo, que passou a oferecer gratuitamente títulos infantis no app da GloboPlay. Uma das pessoas que aproveitou a iniciativa foi a maquiadora carioca Bárbara Vieira, de 37 anos, que usou o período gratuito do Telecine pela Claro. “A iniciativa de abrir ao público é muito inteli-
gente, porque ao mesmo tempo que as empresas demonstram que podemos ter diversão em casa durante a quarentena, acabam ganhando novos assinantes após esse período.” Outro exemplo é a paulistana Mariana Procópio, de 31 anos, que continuou usando o Prime Video após aproveitar o período de teste. Assim como a maquiadora, a estudante acredita que o número de assinaturas desses serviços vai crescer por causa dessa “degustação”. Ela destacou, também, a importância da abertura desses serviços para pessoas que não conseguem assistir filmes online, como os mais idosos.
Fonte: artistas via Instagram
Ana Sabino
APÓS A QUARENTENA
ries e jogos, mas dificilmente chegam à periferia. Seja pelo alto custo dos ingressos – na CCXP, a maior deste nicho na América Latina, os preços variam entre R$ 90 e R$ 8 mil –; pela localização, pois acontecem nas zonas centrais, o que dificulta o acesso de quem mora longe; ou pelo consumo dentro do local: um sanduíche simples chega a custar R$ 30. A assessora da PerifaCon, Luíze Tavares, 24 NA QUEBRADA anos e moradora da zona As convenções geek unem sul, criou com seis amigos marcas e fãs de filmes, sé- a primeira comic con das favelas. "Nós pensamos: Equipe organizadora da já que não conseguimos PerifaCon participa pela acessar essas convenções, primeira vez como convidada por que não criamos a da Comic Con 2019 nossa própria?" nos dias 11 e 12 de abril, foi adiada para 6 e 7 de junho de 2020 (data provisória) devido à pandemia da Covid-19, mas a edição deste ano acabou cancelada. A primeira PerifaCon, em março do ano passado, contou com uma programação que incluiu shows, debates, oficinas de jogos e exposições de artistas. A Fábrica de Cultura do Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, foi palco deste evento inédito.
A PerifaCon conta com o Beco dos Artistas, área com trabalhos feitos por e para a comunidade. É um espaço dedicado a artistas de regiões pouco privilegiadas que não têm oportunidade de expor seus trabalhos, além de trazer outros de renome. A estudante de pedagogia Thaís Carvalho, de 25 anos, produz ilustrações que abordam questões como feminismo. Sua primeira experiência como expositora foi na PerifaCon 2019 e, a partir daí, foi chamada para expor em outros eventos. “Mesmo quem viu de fora sentiu o impacto desse evento. A gente também está pulsando e produzindo”, conclui.
ENTRETENIMENTO
Música e cultura sentem os impactos do novo coronavírus Ludmilla Correia A indústria do entretenimento também está sofrendo os efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus. Por determinação do governo do Estado, eventos com mais de 500 pessoas estão cancelados. O objetivo é evitar a propagação da Covid-19. A Virada Cultural, Lollapalooza, SP Fashion Week e apresentações de artistas em casas de shows que faziam parte do calendário cultural do primeiro semestre de 2020 foram adia-
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dos. Teatros, museus e centros culturais também estão fechados devido à quarentena. A assistente administrativa Isabella Pedroso, de 24 anos, é favorável às ações para evitar a aglomeração de pessoas nesse momento.“As medidas que nós estamos tomando por causa do novo coronavírus são importantíssimas. [...] Então, é fundamental fechar os museus, parar exposições e reprogramar,” diz a paulistana. Sem poder ir presencialmente, sobrou a internet aos amantes da arte.
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NOVA MODALIDADE OLÍMPICA
Adiamento dos Jogos acarretará um prejuízo de cerca de R$ 13,7 bilhões envolvidos nos Jogos e a comunidade internacional", afirmaram em comunicado conjunto o governo japonês e a entidade esportiva. O contrato do país-sede com o Comitê Olímpico reza que este pode optar pela mudança se "a segu-
rança dos participantes nos Jogos estiver em séria ameaça ou comprometida por qualquer razão", como o novo coronavírus. Outras condições previstas são guerras, desordens civis e boicotes. Para cumprir a promessa de que o evento
"AÍ VAMOS NÓS" Diante da decisão pelo adiamento, o Comitê Olímpico Internacional montou uma força-tarefa chamada "Aí Vamos Nós" (Here We Go) para renegociar inúmeros contratos e custos extras dos jogos como: • Manutenção das arenas e a possível mudança de locais de competição, já que alguns estão alugados para 2021. • A Vila dos Atletas: muitos dos apartamentos construídos para abrigar os esportistas estão sendo negociados para vendas, e alguns - cerca de 25% - já foram vendidos. Há apartamentos que custam o equivalente a R$ 5,1 milhões. O adiamento pode afetar as 3,5 mil pessoas contratadas pelo Comitê Organizador, assim como as marcas patrocinadoras.
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pagação do vírus. Uma das primeiras orientações do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi o fechamento das academias. Profissionais de educação física alertam sobre a importância de manter o corpo em movimento na quarentena. O personal
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trainer Jonathan Cleace, de 29 anos, por exemplo, ajuda seus alunos com o uso de aplicativo para treinar em casa, mas alerta: “O treino em casa é muito eficaz, mas não pode ser comparados com exercícios feitos nos aparelhos da academia”.
No entanto, é válido alertar que esses apps não substituem a orientação de um profissional. “No meu caso eu tenho um programa que faz perguntas como dores e lesões sofridas. Em cima das respostas consigo indicar treinos corretos para cada tipo de
indivíduo”, ressaltou. Denise Menezes, maquiadora de 32 anos, mantém os exercícios com o apoio de um aplicativo. “Meu professor adaptou os treinos que eu realizava para serem feitos na residência.” Além disso, tomar sol também é fundamental.
Arquivo pessoal
Com academias fechadas, público adota treinos em casa Com a pandemia do novo coronavírus, a população precisou adaptar sua rotina em razão do isolamento social para evitar aglomerações e, consequentemente, a pro-
Eduarda de Souza
Para atrair um público maior e despertar o interesse dos jovens, o Comitê Olímpico Internacional (COI) incluiu cinco novas modalidades nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, que ocorrerão no ano que vem: beisebol, escalada, caratê, skate e surf. Já há algum tempo a idade média do público vinha aumentando. Em Pequim (2008), o público tinha 46 anos de idade. Em Londres (2012), a média subiu para 48. Gustavo Cezaretti, estudante de 20 anos, pratica skate desde a
infância e acredita que a inovação será bem aceita. “O skate não faz separações. Todos estão animados, torcendo uns pelos outros. Tem gente de todo tipo, é o diferencial mais legal,” afirma. AS PISTAS
Atualmente, com mais opções de locais para praticar manobras surgiram as pistas diferenciadas, como a Cavepool, no Butantã, zona oeste. Ela tem formato de piscina com balada e é um dos mais movimentados pontos de encontro da galera do esporte que está chegan-
do às olimpíadas. Leandro Miranda, de 34 anos, fundador do lugar, conta que ele é feito para todos. Miranda vai empresariar dois skatistas da seleção olímpica brasileira, Luiz Francisco Mariano, de 19 anos, e Mateus Hiroshi, de 18. “Fico orgulhoso de ajudá-los a chegar entre os melhores do mundo”, revela. No caratê, o Brasil tem dois atletas de ponta no masculino,:Vinícius Figueira e Douglas Brose,no. No feminino, Valéria Kumizaki, campeã panamericana, é a maior esperança de pódio e medalha da modalidade.
NOVAS MODALIDADES
APLICATIVOS Lauany Savegnago e Ana Caroline Mota
Matheus Hiroshi, um dos jovens skatistas classificados para representar o Brasil na Olimpíada de Tóquio 2021, na pista da Cavepool.
BEISEBOL - duas modalides: beisebol e softboll, que se diferenciam pelo tipo de lançamento. ESCALADA - três novas modalidades entram na disputa: Boulder, dificuldade e velocidade. KARATÊ - duas modalidades: Kata, uma demonstração individual de movimentos, e Kumite, em que dois atletas se enfrentam. SKATE - as modalidades: Street, realizada em rampas, corrimões e escadas, e Park, feita em uma pista em formato de piscina.
O personal trainer Jonathan Cleace orienta seus alunos de sua casa
SURF - as competições de surfe serão de Shortboard, manobras de performance. Quanto maiores as ondas, maior o grau das manobras.
Free Fire, League of Legends, Call of Duty. Não entendeu? Esses são os principais jogos de videogames da atualidade e fazem parte de um dos ramos de esportes que mais faturam no Brasil. A consultoria PwC Brasil revelou que, em 2019, o mercado brasileiro de games chegou a uma receita próxima a US$ 1 bilhão. De acordo com a Pesquisa Game Brasil 2019 (PGB), mais de 66% dos brasileiros jogam jogos eletrônicos e o smartphone é a principal plataforma. Cerca de 62% dos gamers têm idades entre 25 e 54 anos. Todo esse investimen-
pansão. Nesse momento de Covid-19, por exemplo, nenhum dos esportes tradicionais pode ser praticado, ao contrário dos eletrônicos. Então as pessoas começam a ver e entender mais sobre todo esse universo, que é gigantesco.” Torneios do esporte atraem jovens de todo o mundo em competições diretas.
Reprodução/Technology
OUTROS CAMPEONATOS
No futebol, Mundial de Clubes, Copa América, Eurocopa e Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 foram canceladas ou adiadas. A Liga dos Campeões e a Libertadores da América foram suspensas por tempo indeterminado. No Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), determinou que os campeonatos nacionais fossem interrompidos, mas preferiu não interferir nas competições estaduais, deixando essa decisão para cada entidade regional. Em São Paulo, a Federação Paulista de Futebol (FPF) resolveu paralisar o Campeonato Paulista, sem data prevista para retorno. Também a Taça das Favelas, torneio reunindo
Marcelo Panizza /Facebook/@cavepoolsp
Instagram/@tokyo2020
Depois de muito negar o adiamento da Olimpíada de Tóquio, que aconteceria em julho deste ano, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, decidiram realizá-la em julho de 2021. Segundo estimativa dos organizadores, essa mudança acarretará um prejuízo de mais de R$ 13,7 bilhões. Os dirigentes esportivos e o país-sede resistiam em adiar o evento, mas cederam às pressões do Canadá e Estados Unidos, que declararam que não enviariam seus atletas aos jogos caso ocorressem durante a crise pandêmica. "Na circunstância presente, e baseados na informação providenciada pela Organização Mundial da Saúde, o presidente do COI e o primeiro-ministro do Japão concluíram que os Jogos da 32ª Olimpíada em Tóquio devem ser reagendados para uma data para além de 2020, mas não depois do verão de 2021, para garantir a saúde de atletas, todos
moradores das periferias pelo País, teve suas peneiras e início da competição adiadas e sem previsão de volta. “Tínhamos a expectativa de reunir cerca de 50 mil jovens por Estado, totalizando 600 mil pessoas nos 12 Estados brasileiros que estão organizando a Taça em 2020, no que chamamos de ‘a maior peneira do mundo’, mas a saúde desses jovens e de toda a população de favela estará sempre em primeiro lugar”, declararam os organizadores. “Estávamos nos preparando e as peneiras já estavam marcadas, mas foram adiadas. Não temos previsão de retorno aos treinos porque nós dependemos da melhora da pandemia. Muito triste pra todas. Esperamos competir ainda este ano e chegar na final novamente”, contou Barbara Hanna, atleta de 25 anos do Palmeirinha Paraisópolis, time de futebol feminino que jogou na Taça das Favelas 2019.
to fez os games se tornarem uma categoria esportiva, chamada de eSports. Para Wesley Carlo Fernandes Elago, de 49 anos, gerente de transmissão da desenvolvedora francesa de games Ubisoft, esse é um esporte em crescimento no mundo do entretenimento. “É um segmento que está em plena ex-
Waneska Morbeck
Esporte pretende atrair a atenção dos jovens
Japão e COI chegam a um acordo para a mudança da data dos Jogos aconteça no verão japonês, o COI remarcou as datas de início para 23 de julho e término para 8 de agosto de 2021. Já os Jogos Paralímpicos ocorrerão entre os dias 24 de agosto e 5 de setembro do mesmo ano.
Jogos eletrônicos crescem e faturam mais de US$ 1 bilhão
Skate quer ganhar competições mundiais
Coronavírus adia Olimpíada de Tóquio e outros campeonatos
Ana Caroline Mota
NO BRASIL
Campeonato de League of Legacy em Paris, França
ENTRE ELAS
Futebol feminino é ameaçado pelo novo coronavírus contratos terminados em 30 de junho devem ser estendidos até o término da temporada. Os pagamentos dos atletas também deverão ser acordados, garantindo que os empregos sejam protegidos e estabelecendo um equilí-
Lauany Savegnago A pandemia do novo coronavírus alterou drasticamente o futebol mundial, diminuindo ainda mais a verba na categoria feminina e atrasando os avanços que vinham ocorrendo nos últimos tempos. É o que conta Lorrana Dias, de 25 anos, jogadora do Magnus, de Taboão da Serra, Grande São Paulo. “Quando algo ruim acontece, o primeiro lugar do qual se tira verba do esporte é a modalidade feminina. Espero que não sejamos prejudicadas.” O presidente da Fifa, Gianni Infantino, divulgou um documento para a regulamentação do futebol durante a pandemia do Covid- 19, definindo que os
brio financeiro dos times. A Federação Internacional de Jogadores de Futebol (FIFPRO) também fez um alerta sobre o futebol feminino durante a crise, recomendando que a saúde e a segurança das jogadoras sejam priorizadas.
Arquivo pessoal
ESPORTE E LAZER
Lorrana Dias, bicampeã da Taça do Brasil e Libertadores da América, atualmente joga no Magnus, equipe de Taboão da Serra (SP)
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EXPRESSÃO
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INFOGRÁFICO
A pandemia pelo mundo Uma doença respiratória aguda, a Covid-19 é causada pelo Sars-CoV-2, o novo coronavírus. Suspeita-se que tenha surgido em um mercado de animais vivos na China, onde o primeiro caso foi notificado no fim de 2019. Desde então, já são mais 4 milhões de casos confirmados e 280 mil mortos no mundo todo. Relembre a trajetória da maior pandemia do século XXI até agora: Hanna Rahal, Jéssica Monteiro e Natália Brito O primeiro caso foi confirmado em 24/1, mas cientistas descobriram recentemente que o vírus já estava por lá desde dezembro.
Os primeiros casos surgiram em 28/2, em uma família de chineses. As mortes começaram em 5/3.
Mais de 28 mil pessoas já haviam morrido e a França registrava 143.845 casos em 20/5.
228 mil casos haviam sido confirmados, com 42.990 mortes, em 20/5. Um turista alemão foi o primeiro caso da Covid-19 na Espanha, em 31/1. A primeira morte foi em 13/2.
Vindo da China, um homem se tornou o primeiro caso confirmado em 31/1, em Roma. A primeira morte foi em 21/2.
O país registrava 232.255 casos e 27.888 mortos em 20/5.
Em 20/5, os números superavam 227 mil casos e 32 mil mortos.
Um homem de 30 anos foi o primeiro caso confirmado nos Estados Unidos, em 22/1, e a primeira morte foi em 29/1.
O primeiro caso foi um homem de 61 anos, em 26/2, que havia vindo da Itália. Ele se curou.
Os primeiros casos da Covid-19 foram reportados na China, no fim de 2019, com as primeiras mortes em janeiro de 2020.
271.855 casos e quase 18 mil mortos haviam sido registrados no Brasil em 20/5.
Em 20/5, os casos passavam de 1,528 milhão e os mortos superavam 91 mil.
Primeiro epicentro da doença, o país conseguiu controlar a pandemia com 82,8 mil casos e 4,6 mil mortes em 20/5.
Fonte: Ministério da Saúde/ Universidade John Hopkins (EUA)
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) declara a pandemia de coronavírus. O Brasil tinha 34 casos confirmados.
Manoel Messias Freitas Filho, um porteiro de 62 anos, tornou-se a primeira vítima da Covid-19 no Brasil. O país tinha 291 casos.
Um mês após a confirmação do primeiro caso, o Brasil registrou 2.915 casos de coronavírus. Haviam morrido 20 pessoas.
O número de mortos ultrapassa mil no país, que já tinha 19.730 casos: no dia, foram registrados 1.063 óbitos.
O Brasil supera o número de mortos da China, onde o coronavírus surgiu. Foram 5.050 óbitos, com 72.149 casos.
17.983 pessoas perdem a vida em decorrência da Covid-19 no Brasil. O país chega a 271.885 casos confirmados.
EXPRESSÃO
maio 2020