Hospitais privados (filantrópicos) querem dinheiro público sem prestar contas

DA REDÇÃO

Uma “dívida” histórica que perpassa por muitos anos e vários governos, reclamada por hospitais privados de Alagoas, se transformou num biombo que esconde, sobretudo, gestões temerárias, ineficazes e claramente em atividade de peculato.

A rede privada de Alagoas está tonta com o avanço da rede pública e própria – liderada pelo Governo de Alagoas – e o cenário do biênio 2022/23 já mostra que, a cada dia, a situação só piora. Acostumada a abocanhar recursos públicos milionários com fiscalização mínima, os donos destes hospitais estão na mira dos Ministérios Públicos e até do Tribunal de Contas.

Ao que parece o governo está aplicando a lei: recursos públicos para a saúde, sejam do tesouro federal ou estadual, seguem em primeiro lugar para as unidades públicas, só depois disto é que podem ser destinados aos filantrópicos ou beneficentes, que, na verdade, em sua grande maioria são privados.

Tiro No P

A mídia publicou esta semana uma reclamação desses hospitais, por meio do SindHospital, entidade que coloca sob suas asas uma grande parte da “turma do chororô”, entretanto, a resposta do Governo de Alagoas foi, de novo, imediata, quase R$ 90 milhões já foram distribuídos esse ano para essas unidades.

Neste show de pantins, um dos hospitais, que agiu de forma isolada, o Veredas, fez um pedido de audiência com o governador de Alagoas e já avisou que ia cobrar R$ 17 milhões. Foi prontamente informado que a unidade já havia recebido R$ 65 milhões e, até agora, não se sabe se deu certo o “se colar colou” ou se foram recebidos pelo governador.

Gest O Temer Ria

Sobre boa parte dos reclamantes as denúncias se acumulam sobre compras superfaturadas e dirigidas, nepotismo, folhas de pagamentos repletas de gente que não trabalha, compras dirigidas, impossibilidade de acesso de outros médicos aos serviços, contratados apadrinhados que batem o ponto e não cumprem seus horários, familiares beneficiados com vantagens ilícitas e um rosário de outras acusações.

Dinheiro Da Sa De

O Governo do Brasil, por meio do Ministério da Saúde, liberou, mensalmente, auxílio financeiro aos hospitais privados, privadosfilantrópicos e privados-beneficentes, com o objetivo de atuar na saúde pública do Estado. Estes recursos são repassados para os hospitais do “mimimi”. O recurso é destinado para a compra de medicamentos, suprimentos, insumos e produtos hospitalares para o atendimento adequado aos pacientes, além da aquisição de equipamentos e a realização de pequenas reformas e adaptações físicas para aumento da oferta de leitos de terapia intensiva. A partir do repasse realizado pelo Ministério da Saúde, a administração fica a cargo de cada unidade, seja em pagamento de folha ou em melhoria do serviço.

Decis O De Estado

Alagoas tomou a decisão de prover a saúde a serviço da população, com a construção de novos hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) administrados 100% pelo Estado de Alagoas, a fim de garantir o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) de forma humanizada e qualificada.

Autossufici Ncia

Um exemplo que assusta os reclamantes é o Hospital do Coração Alagoano Professor Adib Jatene, onde todas as doenças cardíacas serão tratadas na própria unidade e não mais nos hospitais privados-filantrópicos, tornando assim, o Estado autossuficiente do ciclo completo no cuidado a doenças cardiológicas. O mesmo acontecerá em todos os setores da área da saúde, até que a assistência esteja organizada e os hospitais públicos se vejam voltados para atender todas as demandas da população.

Aos poucos, a caixa preta dos hospitais do chororô está sendo desmontada com o fiel propósito de cumprir a Constituição.

Disputa do filé

Éisso mesmo. O governador Paulo Dantas e seus aliados têm uma missão a cumprir e que tem se mostrado difícil nos últimos dias: convencer aos integrantes do seu partido na Câmara de Vereadores que o melhor é ficar do lado de cá.

Incomodado

O senador Renan Calheiros não perde a oportunidade de atacar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Demonstra que anda mesmo muito preocupado com a liderança de Lira, que tem, a cada dia que passa, se aproximado de dezenas de prefeitos alagoanos e formado um grupo forte em torno do prefeito JHC.

Baixo nível

Em uma ação política em Rio Largo, semana que passou, o senador voltou a atacar o presidente da Câmara dos Deputados. E fez denúncias requentadas, de baixo nível. Como se estivesse preocupado com o crescimento político do deputado.

Poder dividido?

Aliados de Renan, nos bastidores, comentam que o senador, com todo o poder junto ao governo de Lula, não tem tido a mesma força do presidente da Câmara, que continua sendo a peça principal no jogo político nacional.

Eficiência

Mesmo que a justiça seja um pouco devagar em alguns segmentos, tanto pelo excesso de processos como pela falta de mais profissionais, a Câmara Criminal, sob a presidência do desembargador Celyrio Adamastor, tem feito o dever de casa. A exemplo do que fez no Juizado de Pequenas Causas, Adamastor praticamente zerou os processos existentes. Nos primeiros meses do ano pelo menos 350 processos foram julgados.

Mas não é o que se tem percebido entre a bancada do MDB na Câmara. Além do presidente, Chico Filho, outros colegas estão se definindo em torno do nome do prefeito JHC. A disputa é acirrada e os dois protagonistas jogam com o que têm nas mãos: o poder da caneta.

Apelo

O Sindicato dos Hospitais fez um apelo ao governo do Estado para fazer o repasse de recursos, no sentido de não ser obrigado a suspender os serviços para a população, principalmente no atendimento pelo SUS. Eles alegam que há pelo menos 10 meses não recebem o que lhe é devido.

Corda toda

Aliados ou adversários políticos não impedem o governador Paulo Dantas de visitar municípios e levar obras e projetos sociais. Tem separado uma coisa da outra, o que lhe dá força para continuar tentando montar uma estrutura capaz de sair vitorioso nas eleições do próximo ano. As grandes dificuldades, porém, residem nos maiores colégios eleitorais, a exemplo de Maceió, Arapiraca e Rio Largo.

CAMARA

Lá e cá

A vereadora Olívia Tenório, que tem se destacado pela sua atuação na Câmara, definiu, segundo sites de notícias esta semana, que vai mesmo participar do grupo do prefeito JHC. Mas, e o pai, deputado Francisco Tenório? Continua apoiando o Palácio República dos Palmares?

Divisão

Marcando presença

O deputado Alfredo Gaspar tem se revelado um parlamentar atuante na Câmara Federal, principalmente no seu projeto de combater a violência e as invasões do MST em terras produtivas. Sua participação nas comissões tem incomodado os adversários.

No forno

Atrás de um nome forte que possa ser seu vice, o prefeito JHC espera definir sua posição nos próximos dias, depois, naturalmente, de consultar sua base política, formada por Arthur Lira, Alfredo Gaspar e o senador Rodrigo Cunha.

Recorde

As notícias de que um servidor público tem treze empregos nas prefeituras do interior chamaram a atenção até do MP. Como as investigações correm sob sigilo, o povo espera que seu nome seja divulgado oportunamente. Está prestes a ganhar um prêmio por sabedoria.

Cruzamento

Para impedir que mazelas desta natureza continuem acontecendo, é necessário que todas as administrações públicas municipais façam o cruzamento de suas folhas salariais com outras instituições, a exemplo do governo do Estado, Tribunal de Contas, Assembleia Legislativa e o próprio governo federal.

Muito embora o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, tenha o comando da Casa de Tavares Bastos, alguns deputados podem mudar de lado na eleição para prefeito de Maceió. Mas não é o que o governador Paulo Dantas e a tropa do MDB esperam.

Braskem em alta

A direção da Braskem deve saber que a partir de agora vai aumentar consideravelmente o volume de denúncias. Afinal de contas é um prato cheio para quem deseja fazer campanha política, seja para vereador, seja para prefeito.

Ponto final?

Uma decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, parece ter sepultado, de vez, as pretensões do vereador Thiago ML de retornar à presidência do poder legislativo municipal de Arapiraca. Ou seja, parece que o prefeito Luciano Barbosa está ganhando a parada, já que conseguiu a maioria da bancada nas últimas semanas.