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Governo quer 10 ou 11 vereadores ‘atacando’ JHC na Câmara

Grupo de Calheiros faz ofensiva no parlamento mirim, com negociações e choque de forças

ODILON RIOS

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Especial para o EXTRA

APrefeitura de Maceió é o último e mais precioso prêmio na disputa de poder entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e o senador Renan Calheiros (MDB). Enquanto tenta contornar as muitas dificuldades para construir um nome do grupo – e com votos – para enfrentar o prefeito JHC (PL) nas eleições do próximo ano, Calheiros abriu temporada para minar a base governista de Jota na Câmara de Vereadores e o governador Paulo Dantas (MDB) estica espaços na máquina pública para acomodar mais e mais novos aliados.

O grupo palacista quer entre 10 e 11 vereadores na oposição a JHC. As negociações são costuradas, do lado palaciano, pelo ex-deputado Davi Maia (União Brasil) e do lado do prefeito, pelo presidente da Câmara, Galba Netto (MDB).

Sobre os números: eles não são ao acaso. Para abrir uma comissão especial de inquérito, por exemplo, são necessários oito vereadores. Mas Paulo Dantas avisa que não tem interesse em montar uma CEI contra JHC porque dificilmente ele conseguiria as oito assinaturas necessárias para abrir uma. Os edis estão atentos porque o jogo pode virar e a disputa eleitoral ganhar tons mais fortes, obrigando os dois lados a lançarem mão de todas as estratégias para destruir um ao outro.

Há ainda manobras regimentais, com 10 ou 11 vereadores, em que é possível colocar na prática, como ocupar a maioria das comissões no legislativo mirim, descobrir brechas no regimento e até trancar a pauta.

O objetivo é único: frear o favoritismo do prefeito e ao mesmo tempo emplacar um nome com cheiro de povo. Jota aumenta o ritmo das agendas: mais bairros recebem o serviço itinerante Saúde da Gente (Maceió é a capital do Nordeste com pior cobertura do Programa de Atenção Básica), assinou ordem de serviço para a construção da Cidade do Idoso e põe a equipe nas grotas. Esta semana atendeu os moradores dos bairros do Farol, Benedito Bentes e Riacho Doce. E reajustou a passagem de ônibus, elemento que turbina a oposição nos últimos dias porque a redução da passagem através de subsídios aos empresários foi promessa de campanha de Jota.

“Meu compromisso com a popu- lação é pensar no valor desembolsado com os deslocamentos nos coletivos. Além de proporcionar um transporte público de qualidade, adotamos várias iniciativas que reduziram o impacto dos transportes na vida dos trabalhadores. Nesses dois anos e meio, Maceió conquistou o Geladão, Passe Livre Estudantil e o Domingo é Livre, que zerou as passagens aos domingos. A responsabilidade é cuidar para que os maceioenses tenham um maior poder aquisitivo, para comprar outros itens que também são necessários”, disse o prefeito.

OS EDIS ESTÃO ATENTOS PORQUE O JOGO PODE VIRAR E A DISPUTA ELEITORAL GANHAR TONS MAIS FORTES, OBRIGANDO OS DOIS LADOS A LANÇAREM MÃO DE TODAS AS ESTRATÉGIAS PARA DESTRUIR UM AO OUTRO.

O governador Paulo Dantas também arrasta sua multidão na capital e no interior (ver mais detalhes nesta edição).

Enquanto isso, entre os vereadores da capital, as negociações são intensas. Cal Moreira (PV) e Eduardo Canuto (PV), por pouco, não deixaram o grupo do prefeito e migraram para o governo. Permanecem na base aliada de Jota.

Quem é quem?

No grupo do governador/Calheiros- José Márcio Filho (Podemos), Gaby Ronalsa (PV), Joãozinho (PSD), Alan Balbino (PSD), Aldo Loureiro (PP), Brivaldo Marques (MDB), Doutor Valmir (PT), Fernando Holanda (MDB) e Teca Nelma (PSD).

Governo negocia: Olívia Tenório (MDB) e Silvânia Barbosa (MDB). Silvânia foi cassada por decisão monocrática do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas recorre ao plenário do tribunal. A influência de Renan Calheiros em Brasília pode definir o seu futuro na Câmara e também mais um voto contra JHC. Silvânia é segunda suplente do senador Renan. No caso de Olívia Tenório, ela é filha do deputado estadual Francisco Tenório (PP), aliado do governo Paulo Dantas e dos Calheiros.

No grupo do prefeito: Galba Netto (MDB), Chico Filho (MDB), Davi Davino (PP), Eduardo Canuto, Cal Moreira, Fábio Rogério (PSB), João Catunda (PP), Leonardo Dias (PL), Luciano Marinho (MDB), Marcelo Palmeira (PSC), Pastor Oliveira Lima (Republicanos), Rodolfo Barros (PSB), Samyr Malta (PSD) e Siderlane Mendonça (PL).

JHC mantém o controle das principais comissões da Câmara:

- Eduardo Canuto preside a Comissão de Assuntos Urbanos, responsável por fiscalizar obras na cidade e definindo ações do plano diretor;

- Chico Filho comanda a Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final, principal da Casa, que dá o ‘verniz legal’ aos projetos que tramitam no parlamento.

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