Edição 2480 02/03/17

Page 1

Cidades Política Cultura Esportes São Caetano Mundo Economia Tecno

3, 4 e 5 6, 7 e 8 9 10 e 11 12 13 14 e 15 16

O governo estadual segue adotando lei do silêncio sobre o assunto. 4Pág. 03

Foto: Divulgação

Estado se cala após retomada de diálogo sobre descentralização

NESTA EDIÇÃO

Receitas para fazer com a garotada 4Pág. 04

Escola de samba improvisa desfile

A escola de samba Ordem e Progresso levou 150 pessoas para a Avenida. 4Pág. 05

abc

Quinta-feira, 02 de março de 2017 Edição 2480 Ano XI

Nome conservador alternativo e Marina disputam terceira via

Para o STF, Sarney merece foro privilegiado; Lula, não Uma decisão envolvendo o ex-presidente José Sarney (PMDB) tomada pelos cinco ministros da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, a esfera responsável por analisar a maioria dos processos da operação Lava Jato, passou quase despercebida pelo noticiário brasileiro na última semana.

A equação para 2018 tem alguns candidatos a terceira via. No campo à direita, o vácuo de lideranças viáveis deu espaço ao crescimento do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que vem cravando por volta de 10% em intenções de voto.

4Pág. 07

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

4Pág. 06

EUA querem conter ações do Conselho de Direitos Humanos da ONU contra Israel

DESTAQUE SQN

cultura Eles estão de volta. 4Pág. 09

esportes Brasileiro “Pipo” Derani pilota Ford nas 24 Horas de Le Mans.

Siga-nos

4Pág. 10

economia Cassinos começam a apostar no Brasil.

• @grupohojelivre • jornal.hojelivre

Foto: Divulgação

4Pág. 14

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está revendo sua participação no Conselho de Direitos Humanos da ONU. 4Pág. 13

tecno Principais fabricantes deixam de lançar modelos de TV 3D em 2017. 4Pág. 16


quinta-feira, 02 de março de 2017

www.jornalhojelivre.com.br

2 editorial

A conta da canetada

PASSANDO A LIMPO Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

investigação n O senador Paulo Paim (PT-RS) reuniu 29 assinaturas para solicitar a aber-

tura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar a situação financeira da Previdência Social. Segundo Paim, o objetivo é apurar desvios de verbas, fraudes, sonegações e outras irregularidades nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “A CPI vai esclarecer se precisa ou não de reforma (da Previdência)”, disse.

nomes n Apesar de já possuir duas assinaturas a mais do que o necessário, Paim

ainda buscará apoio de outros senadores até o fim de março. Ele afirmou que o Palácio do Planalto está pressionando governistas a retirarem as assinaturas do documento, mas não quis revelar os nomes. Caso não consiga a aprovação do pedido, Paim também costura o apoio de parlamentares para uma comissão mista, com a participação de deputados.

pedido n Com duração de 120 dias, as CPIs têm poderes de investigação próprios

de autoridades judiciais. A comissão pode, por exemplo, convocar pessoas para depor, ouvir testemunhas, requisitar documentos e determinar diligências, entre outras medidas. A ideia de criar uma CPI partiu do presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Warley Martins, que buscou o apoio de Paim.

Rua José Versolato 111, Torre B- Conjunto 802 - SBC CEP 09750-730 Tel: 23791915

www.jornalhojelivre.com.br Publisher: Luciana Sereno Diagramação: Natália Sabino comercial.hojelivre@gmail.com redacao.hojelivre@gmail.com ANUNCIE: 950600843

Circulação: SCS, SBC, Santo André, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e RGS TIRAGEM E VEICULAÇÃO: 30 MIL EXEMPLARES

Tiragem Auditada por CMH Comunicação Integrada Circulação Garantida

“A partir de agora, a conta de luz das famílias brasileiras vai ficar 18% mais barata. (...) No caso da energia elétrica, as perspectivas são as melhores possíveis. (...) Somos agora um dos poucos países que está, ao mesmo tempo, baixando o custo da energia e aumentando sua produção elétrica. Esse movimento simultâneo nos deixa em situação privilegiada no mundo. (...) O Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais barata.” Com essas e outras frases triunfalistas, a presidente Dilma Rousseff convocou rede nacional de rádio e televisão na noite de 23 de janeiro de 2013 para anunciar que, no dia seguinte, entraria em vigor a redução das tarifas de energia elétrica determinada pela Medida Provisória 579, de setembro de 2012. Uma canetada que, como tantas do gênero, não tinha como acabar bem. A MP 579 antecipou o vencimento de concessões de geração e distribuição de energia, mas, por outro lado, prometia a renovação dos contratos às empresas que aceitassem reduzir lucros e fornecer energia mais barata. Companhias que tivessem feito investimentos ainda não amortizados seriam indenizadas. Na prática, as empresas do setor elétrico estavam sendo pressionadas: ou aceitavam os termos do governo, ou corriam o risco de perder suas concessões mais adiante, caso não saíssem vencedoras nos leilões. Nessas condições, ficou difícil resistir à investida do Planalto. Apenas a paranaense Copel, a mineira Cemig e a paulista Cesp não renovaram suas concessões de gera-

FRASES

ção de energia como desejava Dilma – Copel e Cemig, no entanto, aceitaram os termos do governo para as concessões de transmissão. Ainda por cima, a MP 579 deixou esqueletos no armário. As geradoras de energia receberam as indenizações prometidas, mas isso não ocorreu com as transmissoras. Dias atrás, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu que essas empresas têm R$ 62,2 bilhões a receber – e quem vai pagar é o consumidor, em doses homeopáticas, até 2025. Como a transmissão de energia é apenas um dos componentes da conta, não existe um valor exato do impacto dessa decisão. No Paraná, a Copel terá direito a R$ 327,4 milhões por ano. Não há dúvidas sobre os benefícios de uma energia mais barata, e o Brasil, por suas características, teria todas as condições de oferecê-la a consumidores residenciais e empresas. No entanto, para conseguir esse objetivo, entre uma forma trabalhosa, mas eficaz – investimento pesado em geração e transmissão, reestruturação da carga tributária sobre o setor, aproveitamento massivo de fontes naturais de energia além da hidrelétrica – e uma forma fácil, rápida e inconsequente, o governo Dilma optou por esta última. Como resultado, ainda que o país supere logo o desemprego e a recessão, legados mais evidentes da condução da economia sob o lulopetismo, o brasileiro ainda amargará por quase uma década os resultados daquela canetada festejada em rede nacional de rádio e televisão.

Vou fazer na quinta-feira à tarde para pegar a Paulista bem cheia” Sabrina Boing Boing

Foto: Divulgação


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 02 de março de 2017

cidades

3

contexto

Estado se cala após retomada de diálogo sobre descentralização

Uma semana após representantes dos sete municípios do Grande ABC e Estado reabrirem, oficialmente, o diálogo sobre a distribuição descentralizada de medicamentos de alto custo na região, processo hoje concentrado no Hospital Mário Covas, em Santo André, o governo estadual segue adotando lei do silêncio sobre o assunto. Representado na reabertura do diálogo pela diretora do departamento regional de Saúde do Estado, Vânia Soares Azevedo Tardelli, o governo estadual tem optado desde a semana passada por se pronunciar de maneira tímida sobre o assunto, sem manifestar qualquer tipo de avaliação inicial sobre as propostas apresentadas por representantes do Grande ABC, incluindo o possível aporte finan-

ceiro no processo de descentralização. Após o Diário requisitar desde quarta-feira, por três vezes, entrevista com portavoz do governo estadual para repercutir a retomada das discussões, a Secretaria de Estado da Saúde limitou-se a declarar, por meio de nota, “que recebeu as sugestões dos municípios e dará prosseguimento às análises conjuntas, bem como ao diálogo com os gestores da região”, evitando firmar qualquer tipo de prazo para se posicionar oficialmente aos municípios sobre as propostas apresentadas. Em debate desde 2014, a proposta para descentralização da farmácia de alto custo do Hospital Mário Covas voltou a ganhar destaque no mês passado após novos secretários de Saúde e prefeitos da região declararem ao Diário

interesse em tirar do papel o projeto. Numa tentativa de efetivar a descentralização, secretários apresentaram ao Estado duas propostas preliminares para avaliação do governo. Na primeira hipótese, Santo André e Mauá poderiam utilizar equipamentos já existentes, como, por exemplo, os AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades), para receber o serviço hoje feito do Hospital Mário Covas. Já na segunda proposta, a região cogita a possibilidade de o governo estadual colaborar financeiramente para que municípios criem estruturas responsáveis por receber o serviço. Responsável por articular o processo junto ao Estado, via Consórcio Intermu-

Foto: Divulgação

nicipal do Grande ABC, o secretário de Saúde de São Bernardo, Geraldo Reple Sobrinho, chegou a declarar na semana passada a necessidade de “avançar nessa discussão para que cada município possa cuidar dos seus pacientes”. Atualmente, com média de 2.000 atendimentos por dia, o serviço da farmácia de alto custo tem registrado constantemente problemas com superlotação. Mesmo após o Estado ter realizado série de mudanças no atendimento do serviço, como o aumento de guichês e na triagem de pacientes, usuários seguem tendo que aguardar, em média, quatro horas para retirada de medicamentos, podendo chegar a seis horas em dias de maior movimento.


quinta-feira, 02 de março de 2017

4

www.jornalhojelivre.com.br

CIDADES

contexto

Duas receitas para fazer com a garotada

O chef Leonardo Carvalho, da Unilever, ensina a preparar 2 receitas fáceis que vão proporcionar um momento diferente de entretenimento para a criançada. As dicas são de alguns dos pratos favoritos dos pequenos: pizza e hambúrguer. Chame todo mundo para colocar a mão na massa. Ingredientes 1 embalagem de polpa de tomate 2 sachês tempero para legumes, verduras e arroz meia xícara de leite morno 2 tabletes de fermento biológico (30 g) 2 gemas 2 colheres (sopa) óleo 2 e meia xícaras de farinha de trigo Modo de Preparo Molho 1. Em uma panela, coloque a polpa de tomate. Leve ao fogo médio e deixe ferver. 2. Junte 1 sachê de TEMPERA MAIS ARISCO legumes, verduras e arroz e misture bem. Reserve. Massa

Em uma tigela, coloque o leite e o outro sachê de TEMPERA MAIS ARISCO legumes, verduras e arroz, mexendo até dissolver. Junte o fermento biológico e misture bem. Acrescente as gemas e o óleo, mexendo bem, até obter uma mistura homogênea. Junte, aos poucos, a farinha e misture até a massa ficar macia e maleável. Divida a massa em duas partes iguais e reserve por 30 minutos ou até dobrar de volume. Preaqueça o forno em temperatura média (180ºC). Em uma superfície lisa e enfarinhada, abra uma parte da massa com o auxílio de um rolo e forre uma assadeira. Leve ao forno por 10 minutos. Retire, pincele a polpa de tomate, recheio escolhido e recoloque no forno por mais 15 minutos. Dicas do chef 1. Utilize o queijo de sua escolha para o recheio. Queijos, como a muçarela e o queijo prato funcionam melhor para ser uma base.

2. Em cima do queijo, você pode agregar os vegetais como: pimentões, tomates, brócolis, cebolas e etc. 3. Porém, se optar por folhas verdes, como rúcula e agrião, coloque depois que sair do forno, assim elas não murcharão e sua pizza ficará linda. Rendimento: 8 porções Tempo de preparo: 30 minutos Ingredientes 600g de cupim moído 400g de costela 1 pacote de Creme de Cebola 8 fatias grossas de queijo muçarela 2 cabeças de alho 2 colheres (sopa) de azeite de oliva 8 pães para hambúrguer com gergelim 1 xícaras de maionese 2 colheres (sopa) de manteiga sem sal 2 cebolas médias cortada em rodelas 2 colheres (sopa) de açúcar 8 folhas de alface 3 tomates cortados em rodelas Modo de preparo Pre-aqueça o forno a 200 graus.

Foto: Divulgação

Disponha o alho em uma assadeira, regue-o com azeite de oliva e leve ao forno por 30 minutos, ou até que o alho esteja bem macio. Retire o alho do forno, espere esfriar e retire a casca. Transfira para uma tigela e misture com a maionese. Em uma tigela, misture as carnes e o Creme de Cebola , cubra e deixe descansar por 10 minutos na geladeira. Logo depois, faça os hambúrgueres no formato desejado. Com uma colher de manteiga refogue a cebola, logo depois acrescente o açúcar e caramelize em fogo baixo ou até que fique macia. Em uma frigideira, frite os hambúrgueres com o restante da manteiga, por 5 minutos de cada lado. Retire do fogo, coloque 1 fatia de muçarela sobre cada hambúrguer, tampe a frigideira e reserve. Corte os pães ao meio, passe 1 colher (sopa) de maionese ARISCO com alho em cada parte deles, acomode o hambúrguer reservado, a cebola caramelizada, a alface e 2 fatias de tomate. Feche os sanduíches e sirva em seguida.


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 02 de março de 2017

cidades

5

mauá

Sem Folia, escola de samba improvisa desfile no Jardim Zaíra

Mesmo sem desfile oficial, a escola de samba Ordem e Progresso levou 150 pessoas para a Avenida Presidente Castelo Branco, no Jardim Zaíra, em Mauá. A agremiação se apresentou com 100 componentes, que foram convidados na última semana para que a Folia não passasse em branco. Faixa foi colocada em frente à quadra da escola, a pioneira da cidade, criada em 1957, convidando os foliões a comparecerem ao evento e escolher as fantasias no barracão. As alegorias foram reaproveitadas dos anos anteriores, com temática livre – componentes desfilaram com chapéu tradicional da festa junina. A presidente da agremiação, Laudiceia Sanches, ficou surpresa com a adesão. “Coloquei a faixa na quinta-feira e não contava com tanta gente. O pessoal daqui é muito presente”, afirmou. O evento foi organizado em parce-

ria com a Uesma (União das Escolas de Samba de Mauá), que levou quatro agremiações da cidade para as ruas desde sexta-feira. Conforme a presidente Meire Terezinha da Silva, o intuito foi mostrar o samba para comunidade, mesmo sem os desfiles oficiais, que foram realizados pela última vez em 2015. “Foi iniciativa da Uesma de levar essa festa, que seria realizada na quadra, para a rua. Já tivemos reunião com o secretário da Cultura e apresentamos proposta para que o evento volte à programação, nos moldes do último, que foi na Avenida Portugal”. Segundo ela, nova reunião com a Prefeitura deve ser realizada em março. A gari Aparecida Rodrigues, 47 anos, moradora do bairro, desfilou na ala das baianas pela terceira vez. “Eu adoro, é a minha festa preferida”. A manicure Adriana de Souza Oliveira, 32, veio assistir ao cortejo com o filho de

4 anos. “Aqui no bairro é uma forma de reencontrar e prestigiar amigos.” OPERAÇÃO SUBIDA A subida do Litoral foi tranquila pelo SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), em operação 2x8. No sentido da Capital, a Ecovias, concessionária responsável pelo sistema, registrou a passagem de 333 mil veículos até as 18h. De virada, Tatuapé vence disputa em São Paulo pela primeira vez Em virada histórica, na última nota do quesito samba-enredo, a Acadêmicos do Tatuapé se consagrou ontem campeã do Carnaval de São Paulo 2017, levando, assim, seu primeiro título no Grupo Especial. Vice-campeã do Carnaval do ano passado, a Tatuapé colocou a mão na taça após uma apuração acirrada. A conquista do título só veio no critério de desempate, quando a es-

Foto: Divulgação

cola ultrapassou a Dragões da Real, agremiação que até então liderava a disputa. Ambas atingiram nota 269,7. Com alegorias grandiosas, a agremiação trouxe neste ano para a avenida o enredo intitulado Mãe África conta a sua história: Do Berço Sagrado da Humanidade à Terra Abençoada do Grande Zimbabwe. “Nós viemos aqui e mostramos para esse povo o que é a festa africana. O continente que mais sofre no mundo, mas que sabe fazer festa”, declarou o presidente da Tatuapé, Eduardo Santos. Dragões da Real e Vai-Vai completaram o pódio, ficando nos segundo e terceiro lugares, respectivamente. As escolas Águia de Ouro e a tradicional Nenê de Vila Matilde, por sua vez, foram rebaixadas e desfilam no próximo ano no Grupo de Acesso.


quinta-feira, 02 de março de 2017

6

www.jornalhojelivre.com.br

política

contexto

Nome conservador alternativo e Marina disputam terceira via

A equação para 2018 tem alguns candidatos a terceira via. No campo à direita, o vácuo de lideranças viáveis deu espaço ao crescimento do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que vem cravando por volta de 10% em intenções de voto. Há, contudo, uma certa unanimidade em apontá-lo como sintoma temporário, fadado a seus limites. “Não me surpreende o desempenho do Bolsonaro. Desde 2013, há um crescimento da simpatia à direita no eleitorado”, afirma o diretor-

geral do Datafolha, Mauro Paulino.

Foto: Divulgação

Naquele ano, uma pesquisa já apontava que 48% do eleitorado tinha simpatias conservadoras. “Foi uma decorrência da decepção com os governos do PT, e prevejo uma votação inédita nesse campo”, diz. Hoje, Bolsonaro se sobressai, mas nomes menos heterodoxos podem ocupar esse espaço.

E há Marina Silva (Rede). A ex-senadora e ex-ministra ficou muito abalada com os ataques sofridos na campanha de 2014, e sua inapetência para o embate desencoraja simpatizantes. “Ela precisa se decidir se quer liderar um movimento ou ser presidente. Ela poderia ser um símbolo, como Nelson Mandela, desde que tivesse uma equipe e articulação política”, diz Giannetti.

didata, parece ser a saída, restando saber se o partido que ocupa a vice de Alckmin em São Paulo não tem outros planos.

“O campo mais tradicional precisa unificar sua candidatura até o fim do ano”, afirma Luiz Felipe D´Avila.

Outro problema é a falta de capilaridade da Rede, quase um não-partido. A associação ao PSB, pelo qual Marina foi can-

Barbosa já foi procurado por emissários de Marina, assim como por tucanos e pelo PSB, mas mantém-se fechado em copas.

Há também a hipótese Joaquim Barbosa na sua chapa. O ex-presidente do Supremo, algoz do PT no julgamento do mensalão, seria um ativo e tanto em tempos de Lava Jato, assim como a atual ocupante da chefia Judiciário, Cármen Lúcia.


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 02 de março de 2017

política

7

contexto

Para o STF, Sarney merece foro privilegiado; Lula, não

Uma decisão envolvendo o ex-presidente José Sarney (PMDB) tomada pelos cinco ministros da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, a esfera responsável por analisar a maioria dos processos da operação Lava Jato, passou quase despercebida pelo noticiário brasileiro na última semana. Mas suas implicações dão

dois indicativos: 1) a corte trata de maneiras distintas ex-autoridades públicas, como Sarney e Luiz Inácio Lula da Silva (PT); e 2) o relator da Lava Jato, o ministro Edson Fachin, terá dificuldade em emplacar sua tese dentro deste colegiado. Uma decisão envolvendo o ex-

presidente José Sarney (PMDB) tomada pelos cinco ministros da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, a esfera responsável por analisar a maioria dos processos da operação Lava Jato, passou quase despercebida pelo noticiário brasileiro na última semana.

Foto: Divulgação

Mas suas implicações dão dois indicativos: 1) a corte trata de maneiras distintas ex-autoridades públicas, como Sarney e Luiz Inácio Lula da Silva (PT); e 2) o relator da Lava Jato, o ministro Edson Fachin, terá dificuldade em emplacar sua tese dentro deste colegiado.


quinta-feira, 02 de março de 2017

8

www.jornalhojelivre.com.br

política

contexto

Advogados de Lula visam processar médica que vazou dados de Marisa

Os advogados do ex-presidente Lula estudam processar a médica do hospital Sírio-Libanês (SP), que vazou dados sigilosos sobre o quadro de saúde de Marisa Letícia. A médica reumatologista Gabriela Munhoz, de 31 anos, compartilhou em um grupo de WhatsApp que a ex-primeira dama havia sido vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico.

Foto: Divulgação

Unimed demite médico que fez comentários sobre Marisa Letícia A direção da Unimed rescindiu o contrato do neurocirurgião Richam Faissal Ellakkis, que fez comentários agressivos sobre o tratamento à ex-primeira dama Marisa Letícia em um grupo de WhatsApp, onde vazaram dados sigilosos da paciente.

A equipe defende que é possível entrar com um pedido de indenização por danos morais. Não só contra Gabriela, mas também contra dois outros médicos que ironizaram a situação de Dona Marisa no hospital no mesmo grupo de WhatsApp.

Na quinta (2), o Hospital Sírio-Libanês confirmou que havia demitido a médica Gabriela Munhoz por divulgar dados sigilosos do diagnóstico de Marisa nesse mesmo grupo, formado por antigos colegas da faculdade.

De acordo com a coluna da Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, para o processo seguir adiante falta ainda o ex-presidente Lula ser consultado e aderir à ideia.

Em nota divulgada na tarde desta sexta (3), a Unimed São Roque diz que “repudia veementemente as declarações dos médicos citados nas

reportagens que abordam o vazamento de informações sigilosas durante o diagnóstico da ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva”.

fluxo de sangue em determinado local] ainda por cima. Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela”, escreveu.

No comunicado, a Unimed diz ainda que o neurocirurgião não pertencia ao quadro de médicos cooperados, mas era “médico terceirizado no hospital próprio da cooperativa, por meio de contrato de prestação de serviços”.

Depois que o comentário veio a público, Ellakkis apagou seu perfil no Facebook. A reportagem tentou contatá-lo na Unimed São Roque e no hospital municipal Ermelino Matarazzo, onde é plantonista, mas ele não foi localizado.”As demais medidas relacionadas ao caso estão sendo apuradas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), conforme o Código de Ética Médica”, diz ainda a nota da Unimed São Roque. Com informações da Folhapress.

Nas conversas reveladas pelo jornal “O Globo”, Ellakkis fez o seguinte comentário sobre o atendimento prestado à Marisa no Sírio-Libanês: “Esses fdp vão embolizar [procedimento de provocar o fechamento de um vaso sanguíneo para diminuir o


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 02 de março de 2017

cultura

9

lazer para crianças

Eles estão de volta

Desde 1969 todas as gerações tiveram a chance de pelo menos uma vez na vida passar um tempo no sofá aprendendo enquanto se divertia com os monstrinhos peludos da Vila Sésamo. Agora, quase dez anos depois, o programa retorna ao ar diariamente a partir do dia 6, às 13h30, na TV Cultura, com episódios inéditos para alegria da criançada. Entre as mudanças mais significativas, a atração passa a se chamar Sésamo e

não mais Vila Sésamo. O novo nome se deu devido à necessidade de se adequar a esta nova geração, com assuntos atuais e pertinentes a era da tecnologia. Ao todo, serão 52 episódios nesta temporada. Entre os assuntos abordados, temas como desenvolvimento pessoal, sustentabilidade ambiental e valorização das brincadeiras. Dando ênfase à diversidade como valor de inclusão e

com objetivo de se aproximar do telespectador, vários artistas consagrados, como Palmirinha, Gregório Duvivier, Emicida, Chico César, Bela Gil, Gaby Amarantos, Jair de Oliveira, Tânia Kalil, Céu, Negra Li, Maria Fernanda Cândido, MV Bill, Fernando Fernandes e Ilan Brenman, foram convidados para participar desta nova fase da atração. Além disso, personagens como a encan-

Foto: Divulgação

tadora fada Abby Cadabby entraram na trama e serão apresentados ao público. Os monstrinhos aparecem em diversas situações criativas e educativas. Abby vai à escola de fadas aprender como resolver problemas do cotidiano. Come Come tem seu próprio estúdio, o ‘Migalhas Pictures’. Grover chega de Grover 2.0, sempre pronto a ajudar os amigos em apuros. E os musicais continuam sendo o ponto forte da série.


quinta-feira, 02 de março de 2017

www.jornalhojelivre.com.br

10 esportes contexto

Brasileiro “Pipo” Derani pilota Ford nas 24 Horas de Le Mans

A Ford anunciou a equipe selecionada para defender o título nas 24 Horas de Le Mans deste ano, com um piloto brasileiro na direção de um dos quatro GTs da escuderia Ford Chip Ganassi Racing. É o jovem Luis Felipe “Pipo” Derani, de 23 anos, revelação em provas de “endurance”, que venceu no ano passado as 24 Horas de Daytona e as 12 Horas de Sebring. Além da corrida de Le mans, na França, ele disputará as provas de Silverstone, na Inglaterra, e Spa, na Bélgica, válidas pelo Campeonato Mundial de Endurance 2017. Pipo Derani vai dividir o cockpit do Ford GT número 67 com os britânicos Andy Priaulx e Harry Tincknell. Talentoso, ele chamou a atenção da equipe da Ford em 2016, quando ganhou as duas importantes provas na sua estreia na categoria. “Estou muito feliz e orgulhoso por ter sido escolhido para representar uma marca vencedora e respeitada como a Ford”, diz Pipo Derani.

“Competir numa equipe como a Ford Chip Ganassi Racing era um dos meus objetivos desde que comecei a correr e ser reconhecido por eles é uma grande conquista. Quero agradecer especialmente a George-Howard Chappell pela confiança em me dar esta oportunidade.” Segundo o piloto, o desempenho do Ford GT nas corridas de resistência nos últimos 12 meses tem sido excepcional, o que aumenta o seu otimismo. “Estou muito ansioso para trabalhar com a equipe e tentar trazer mais vitórias no mundial e defender o título em Le Mans”, completa. VITÓRIA HISTÓRICA A vitória da Ford em Le Mans em 2016 veio cinquenta anos depois da histórica conquista em 1966, quando a marca dominou os três primeiros lugares da prova. Em 1967, a Ford voltou a vencer com o GT40 pilotado por Dan Gurney e A.J. Foyt, o que representa uma nova meta para a equipe.

“Quando viemos a Le Mans no ano passado, havia muita pressão sobre o time para vencer na comemoração de cinquenta anos do triplo pódio do GT40”, diz Raj Nair, vice-presidente de Desenvolvimento do Produto Global da Ford. “Foi uma vitória fantástica, mas não vamos descansar sobre os louros. Vamos voltar a Le Mans em junho com a experiência de um ano correndo com o GT e sete vitórias, incluindo as 24 Horas de Le Mans de 2016 e as 24 Horas de Daytona de 2017. Não podemos esperar para correr novamente nesta prova incrível.” TIME FORTE A Ford Chip Ganassi Racing terá novamente uma equipe forte para defender o título na classe LM GTE Pro em Le Mans este ano. O trio formado pelo americano Joey Hand, o alemão Dirk Müller e o francês Sébastien Bourdais, campeões

Foto: Divulgação

em Le Mans em 2016 e também nas 24 Horas de Daytona deste ano, continua a pilotar o Ford GT número 68. O Ford GT 66 terá o alemão Stefan Mücke e o francês Olivier Pla, que já disputam o Mundial de Endurance, novamente acompanhados pelo americano Billy Johnson em Le Mans e nas corridas de Silverstone e Spa. No Ford GT 69, o australiano Ryan Briscoe, o britânico Richard Westbrook e o neo-zelandês Scott Dixon, terceiro colocados em Le Mans em 2016, buscarão melhorar o seu tempo. “Estamos ansiosos para voltar a Le Mans com o Ford GT este ano”, diz Chip Ganassi, dono da equipe. “Aprendemos muito com a vitória no ano passado e sinto que estaremos ainda melhor preparados desta vez. Mais uma vez, teremos quatro carros e 12 dos melhores pilotos do mundo. Não vejo a hora de voltar lá e defender o nosso título.”


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 02 de março de 2017

esportes 11

contexto

GP da França voltará ao calendário da Fórmula 1 em 2018

Foto: Divulgação

Depois de dez anos de ausência, o GP da França voltará ao calendário da Fórmula 1 na temporada de 2018. O anúncio do retorno da prova à maior categoria do automobilismo mundial foi feito nesta segunda-feira durante uma entrevista coletiva no Automóvel Clube da França, em Paris. No mesmo evento foi confirmado também que a corrida será disputada no circuito de Paul Ricard, que abrigou pela última vez um Grande Prêmio da F-1 em 1990. Depois disso, a etapa do país no calendário ocorreu em Magny-Cours entre 1991 e 2008, ano em que os franceses receberam pela última vez um GP da elite máxima do automobilismo. Christian Estrosi, chefe da região onde será realizada a corrida, afirmou nesta segunda-feira, no evento do Automóvel Clube da França, que perder a etapa da Fórmula 1 por tanto tempo foi “uma verdadeira cicatriz” para a nação. Para completar, ele anunciou que foi selado um acordo para Paul Ricard abrigar a pro-

va por cinco anos a partir de 2018. Detalhes financeiros do compromisso firmado não foram revelados. “Eu posso hoje fazer o firme e definitivo anúncio de que o GP da França irá retornar ao circuito de Paul Ricard no verão de 2018”, avisou o dirigente, que também fez uma homenagem ao piloto francês Jules Bianchi, que morreu no ano passado após longo tempo internado por causa de sérias lesões na cabeça sofridas no GP do Japão de 2014, disputado em outubro daquele ano. “Estou dedicando este grande retorno ao meu amigo Jules. Meus pensamentos estão com a sua família”, completou. Jean Todt, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), disse que a volta do GP da França ao calendário da F1 é uma “enorme satisfação” para a entidade. “Essa é uma grande notícia para a França e sua capacidade de receber os maiores eventos interna-

cionais”, afirmou, por meio de uma mensagem gravada exibida durante o evento desta segunda-feira em Paris. O dirigente lembrou que o circuito francês foi modernizado e agora tem “todas as qualidades necessárias para organizar este evento”. De acordo com Ertrosi, foram investidos 80 milhões de euros desde 2002 para a renovação do circuito de Paul Ricard, que é usado regularmente pelas equipes da F1 para testes. “Esse é o circuito que mais investiu na Europa ao longo dos últimos anos para se adaptar às normais internacionais”, disse, para em seguida acrescentar que existe a expectativa de que a corrida na França gere cerca de 65 milhões de euros de receitas indiretas para a região da prova, assim como para ajudar a criar aproximadamente 500 novos empregos temporários. A volta do GP da França foi oficialmente anunciada depois de a FIA

ter divulgado, na última quintafeira, o calendário definitivo da temporada de 2017 da F-1. O GP do Brasil, que na publicação do calendário provisório havia sido listado como uma prova sujeita a confirmação, garantiu a sua permanência para mais uma temporada. O mesmo ocorreu com o GP do Canadá, outra prova que em setembro passado foi incluída no calendário provisório como sujeita a ratificação. Já o GP da Alemanha, que foi a outra corrida a figurar na programação com a mesma ressalva, acabou ficando fora do Mundial do próximo ano nesta nova listagem da FIA. O campeonato de 2017 será iniciado em 26 de março, com a disputa do GP da Austrália, e fechado no dia 26 de novembro, em Abu Dabi. Duas semanas antes da prova nos Emirados Árabes Unidos, o Autódromo de Interlagos, em São Paulo, abrigará a penúltima etapa da temporada, que contará com um total de 20 corridas.


quinta-feira, 02 de março de 2017

www.jornalhojelivre.com.br

12 são caetano contexto

Gestão responsável e de transparência

Em nova atitude para se estabelecer uma gestão responsável e transparente, a Prefeitura de São Caetano do Sul encaminhou Projeto de Lei para a criação do Diário Oficial Eletrônico do município. Assim todos os atos oficiais estarão disponíveis diariamente pela internet, além de serem distribuídos

semanalmente em versão impressa. “É uma ação que moderniza, economiza e agiliza a publicidade legal do município, ampliando o controle social e a transparência sobre essas informações”, disse o prefeito José Auricchio Júnior. Mais ações

Foto: Divulgação

Desde janeiro, a Prefeitura tem realizado e anunciado ações para se adotar em São Caetano do Sul uma administração eficiente, organizada e transparente: - Controladoria-Geral do Município; - Lei Anticorrupção;

- Portal da Transparência; - Assinatura de decretos sobre convênios e licitações; - Capacitação de secretários e diretores; - Encontro Município Transparente; - 1º Balanço de Governo com 15 dias de administração.


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 02 de março de 2017

mundo

13

contexto

EUA querem conter ações do Conselho de Direitos Humanos da ONU contra Israel

Foto: Divulgação

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está revendo sua participação no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), onde quer ver uma reforma na pauta e o fim de sua “obsessão por Israel”, disse Erin Barclay, vice-secretária de Estado assistente dos EUA, nesta quarta-feira (1). Há tempos Washington argumenta que o fórum de Genebra dá uma atenção indevida às supostas violações israelenses contra os direitos humanos, inclusive crimes de guerra contra civis palestinos na

Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza. Os EUA “continuam profundamente perturbados pelo foco consistentemente injusto e desequilibrado do Conselho em um país democrático, Israel”, disse Barclay ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. Barclay disse que nenhuma outra nação tem todo um item da pauta devotado a ela, e que “esta obsessão com Israel” ameaça a credibilidade da entidade. Ela questionou se o foco em Israel é uma prioridade sensata, acrescentando que o governo do presidente da Síria, Bashar

al-Assad, está bombardeando hospitais e que a Coreia do Norte e o Irã negam as liberdades de religião, de reunião e de expressão a milhões de seus cidadãos. “Para que este Conselho tenha alguma credibilidade, que dirá sucesso, ele precisa ir além de suas posições desequilibradas e improdutivas”, afirmou Barclay. “À medida que avaliamos nossos engajamentos futuros, meu governo irá analisar as ações do Conselho de olho em uma reforma para cumprir mais plenamente a missão do Conselho de pro-

teger e promover os direitos humanos”. Atualmente os EUA são um membro eleito do fórum de 47 Estados, e seu mandato de três anos termina em 2019. Não houve reação imediata do Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas na terça-feira seu porta-voz, Rolando Gomez, disse em um boletim: “Os EUA vêm sendo um parceiro muito ativo e construtivo no Conselho há muitos anos, liderando uma série de iniciativas importantes, como as da DPRK (Coreia do Norte), Irã, Síria, os direitos LGBT... e muitos temas que certamente estão na pauta hoje”.


quinta-feira, 02 de março de 2017

www.jornalhojelivre.com.br

14 economia contexto

Cassinos começam a apostar no Brasil

Foto: Divulgação

Poderosos players do segmento de jogos, como a MGM Resorts International e a Caesars Entertainment, além de representantes de entidades nacionais e internacionais ligadas ao setor, debateram durante três dias, em São Paulo, as condições para investir na construção e operação de grandes cassinos no país. No Brazilian Gaming Congress, realizado no hotel Tivoli Mofarrej entre os dias 20 e 22 de novembro, eles se mostraram confiantes na entrada em vigor do marco regulatório dos jogos no Brasil, que inclui bingos, jogos online e loterias, além de grandes hotéis-cassinos. Essa foi a segunda edição do evento no país em 2016 (a primeira foi realizada em maio, em Brasília). Dois projetos tramitam simultaneamente na Câmara e no Senado: o texto discutido pelos deputados (PL 442/91) e o do Senado (PLS 186/2014), com votação no plenário marcada para o início de dezembro. As chances de aprovação são grandes, apesar de alguns argumentos contrários – como o risco de usuários desenvolverem o vício no jogo. Se aprovado, o marco regulatório deverá ser rapidamente sancionado por Michel Temer. “O presidente tem mais pressa que nós. Ele precisa arrecadar”, disse o deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP), membro da Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil. A estimativa é de que, quando estiver operando plenamente, o setor gere cerca de R$ 20 bilhões anuais em impostos (os primeiros hotéis-cassinos devem entrar em operação, na melhor das hipóteses, dois anos depois da regulamentação). A preocupação dos potenciais investidores é quanto à estabilidade jurídica e tributária que o marco será capaz de garantir. Superadas as desconfianças, cada grupo – que precisa obrigatoriamente ser formado por um braço hoteleiro e outro ligado à operação internacional de cassinos – poderá disputar até três concessões de cassinos (cada uma em um estado diferente) entre as 35 que serão oferecidas em grandes cidades do país. As licenças serão leiloadas – cada uma deverá custar entre R$ 100 milhões e R$ 300 milhões. O braço hoteleiro se faz necessário porque, nas grandes cidades, os cassinos só poderão operar em hotéis

com pelo menos mil quartos, sejam eles já existentes ou erguidos do zero. Uma prova de que a indústria internacional do jogo está muito atenta ao mercado brasileiro foi a presença de Jan Jones Blackhurst ao evento paulistano. Ex-prefeita de Las Vegas por dois mandatos (1991-1999), hoje ela é vice-presidente de relações governamentais e de responsabilidade corporativa da Caesars Entertainment Corporation, maior operadora de cassinos do mundo (o grupo mantém 50 cassinos em seis países, com faturamento de US$ 9 bilhões anuais). Veja abaixo os principais trechos da entrevista que Jan Blackhurst concedeu a FORBES pouco antes de voltar aos EUA. FORBES Brasil: No Brasil, algumas leis vêm e vão (o bingo, por exemplo, foi proibido em 1946, permitido em 1993, proibido de novo em 2004). Isso a preocupa? JAN JONES BLACKHURST: Claro que sim. Foi uma das primeiras questões que eu levantei. O marco regulatório terá que ser muito transparente e dar a segurança jurídica necessária

para que possamos determinar se de fato viremos e com que peso. Acredito que o governo brasileiro entende que, se mudar as regras no meio do jogo, os grandes parceiros internacionais não vão mais querer operar aqui. No Brasil, fala-se muito do risco de dependência ligado ao jogo e pouco sobre geração de empregos e renda, como vocês apregoam. Como vai lidar com isso? O jogo sempre despertou controvérsias. Mas a legalização não cria viciados, a dependência já existe, já está lá de alguma forma. Por isso, é importante que a regulamentação garanta a implantação de programas que lidem com essa questão. Parte do dinheiro arrecadado deve ser usada para ajudar pessoas que precisam. As pesquisas mostram que jogadores compulsivos nos Estados Unidos, na Austrália e no Reino Unido representam menos de 2% dos frequentadores, e essa incidência vem caindo justamente em função dos programas de recuperação financiados pela indústria do jogo. Por falta de informação, pouco se divulga que os benefícios são muito maiores que essas questões negati-

vas. Quantos empregos um hotelcassino do porte estabelecido no Projeto de Lei (de mil quartos) pode gerar? Durante a construção, de 2 mil a 4 mil empregos. Quando já estiver em funcionamento, os serviços de hotelaria, alimentação, lazer, marketing, administração etc. demandam cerca de 3 mil trabalhadores diretos e 5 mil indiretos. Além disso, toda a economia ao redor – fornecedores de alimentos, de móveis, de produtos e serviços de limpeza – movimenta por ano algo entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões. E quanto custa construí-lo? Se formos aproveitar a estrutura de algum resort já existente, é preciso avaliar em que medida suas instalações e serviços precisam ser alterados até se ajustarem ao nosso padrão. Talvez uns US$ 800 milhões. Partindo do zero, entre US$ 1 bilhão e US$ 5 bilhões. No total, quanto o grupo Caesars está disposto a investir no Brasil? Dependendo da segurança jurídica que a legislação nos oferecer, da transparência dos termos e dos parceiros envolvidos, investiremos o que for necessário.


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 02 de março de 2017

economia 15

contexto

Salário mínimo fica R$ 9 abaixo do previsto e sobe para R$ 937

Foto: Divulgação

O salário mínimo vai aumentar dos atuais R$ 880 para R$ 937 a partir de 1º de janeiro de 2017. O novo valor entrou em vigor já neste domingo (1) e foi publicado na edição do sábado (30) do “Diário Oficial da União”. Por lei, o reajuste tem de ser feito com

base na inflação apurada no ano anterior e na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Em 2015, a economia encolheu 3,8% e, portanto, esse indicador não é considerado na conta. O reajuste deve injetar R$ 38,6 bilhões na economia do ano que vem, o equi-

valente a 0,62% do PIB, de acordo com projeção do Ministério do Planejamento. O reajuste ficou menor do que o projetado pelo próprio governo. Em outubro, quando enviou a Lei Orçamentária Anual (LOA) ao Congresso, a União estimava que o salário mínimo em 2017 seria de

R$ 945,80. A projeção considerava uma inflação de 7,5% neste ano. “Em virtude da inflação menor em 2016, o reajuste será menor do que o previsto na LOA”, informou o Ministério do Planejamento. Neste ano, o mínimo teve reajuste de 11,6%, passando de R$ 788 para R$ 880.


quinta-feira, 02 de março de 2017

16

www.jornalhojelivre.com.br

tecno

mercado

Principais fabricantes deixam de lançar modelos de TV 3D em 2017

Foto: Divulgação

os televisores 3D sofriam há alguns anos, mas 2017 promete acabar de vez com modelos com o recurso. De acordo com o site CNET, os dois últimos grandes fabricantes de modelos de TVs 3D, LG e Sony, vão parar de dar suporte à função. Eles se juntam à coreana Samsung, que abandonouo3Demseustelevisoresem 2016, à americana Vizio, que deixou de fabricar em 2013, e a uma série de empresas menores, que não anunciaram qualquer modelo novo na CES 2017. As TVs 3D começaram a chegar ao mercado por volta de 2010, após o estrondoso sucesso de “Avatar” nos cinemas. No entanto, a tecnologia não empolgou a maior parte do público e das redes de transmissão. “A função 3D nunca foi universalmente aceita de verdade na indústria para uso doméstico, e não é um fator chave na hora de comprar uma TV”, afirma o diretor de desenvolvimento de novos produtos da LG, Tim Alessi, ao CNET. “Pesquisas de processo de compra

Uber planeja investir R$ 200 milhões em centro de suporte em SP A empresa de transporte urbano por aplicativo Uber inaugurou na terça-feira (17) um centro de apoio na capital paulista, com plano de investir R$ 200 milhões e criar 2 mil postos de trabalho. A unidade em São Paulo pode empregar até 7 mil pessoas até o fim do ano, fornecendo apoio técnico para cerca de 9 milhões de usuários no Brasil junto com milhares de motoristas, afirmou a empresa em comunicado. O mais recente investimento da Uber no Brasil vem apenas algumas semanas após a Didi, maior empresa de transportes por aplicativos da China, anunciar investimento de mais de US$ 100 milhões na rival brasileira 99.

mostraram que não é uma consideração principal de compra, e informações informais indicam que seu uso não é alto”, explica. Segundo ele, a decisão foi tomada para se concentrar em novas funções, como o HDR, “que têm maior apelo universal”.De acordo com a empresa de pesquisas NPD Group, a venda de aparelhos domésticos de 3D sofreu queda anual todo ano desde 2012,

e a venda de TVs 3D representa apenas 8% da renda de venda de aparelhos em 2016. Em 2015, o número era de 16%. Mesmo que o mercado aponte o desinteresse do público, há quem discorde. Um abaixo-assinado na internet pede que a LG ressuscite o 3D em um modelo de Oled para 2018. A campanha já conta com mais de 4.620

assinaturas, do seu objetivo de 5 mil. Segundo o texto do abaixo-assinado, “existem centenas (senão milhares) de nós ao redor do mundo com grandes coleções de blu-rays 3D que pagaram literalmente milhares de dólares/ libras/euros por esses discos”. “Nao queremos perder acesso a eles quando nossos Oleds de 2016 quebrarem.”

Tecnologia de realidade virtual do Facebook não foi roubada, diz Zuckerberg em tribunal

Foto: Divulgação

O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, prestou depoimento em um tribunal de Dallas, nos Estados Unidos, esta semana, e negou que a tecnologia de realidade virtual da Oculus, empresa adquirida pela rede social, foi roubada. A acusação é feita por uma empresa que move um processo contra o Facebook. Zuckerberg rebateu acusações do advogado da editora de videogames ZeniMax Media. A empresa processou a Oculus em 2014, quando o Facebook estava em processo de compra da startup por US$ 2 bilhões. A editora afirmou que a Oculus conseguiu acesso ilegal à propriedade intelectual da ZeniMax enquanto estava desenvolvendo o sistema de realidade virtual que inclui os óculos Rift. Zuckerberg afirmou no tribunal lotado que as acusações são falsas. “Os produtos Oculus são baseados em tecnologia da Oculus”, afirmou o presidente do Facebook. Ao ser questionado por Tony Sammi, advogado da ZeniMax, o bilionário de 32 anos descreveu os investimen-

tos do Facebook em realidade virtual. Zuckerberg afirmou que a compra da Oculus incluiu não apenas o preço de US$ 2 bilhões, mas também US$ 700 milhões para manter funcionários e US$ 300 milhões em pagamentos de bônus pelo cumprimento de metas. Zuckerberg afirmou que o acordo com a Oculus foi concluído durante um fim de semana de 2014 e que na época ele não estava ciente das acusações contra a Oculus. “É muito comum quando você anuncia um grande acordo que pessoas simplesmente apareçam afirmando que detêm parte do negócio”, disse Zuckerberg.

O processo judicial, que está em seu sexto dia de julgamento, refere-se em parte ao programador John Carmack. Conhecido por ajudar a conceber videogames como “Quake” e “Doom”, Carmack trabalhou para a empresa id Software, antes de a companhia ser comprada pela ZeniMax. Ele é atualmente o vice-presidente de tecnologia da Oculus. Zuckerberg negou que Carmack tenha usado código de programação de seu emprego anterior para ajudar a Oculus de maneira injusta. “Não há código compartilhado no que fazemos”, disse o presidente do Facebook.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.