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Aids cresce 289% em 10 anos, segundo pesquisa
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NESTA EDIÇÃO
Os casos de Aids entre jovens de 15 a 24 anos cresceram 289,18%. 4Pág. 04
Santo André demite 1.000 servidores da FUABC
A Prefeitura de Santo André anunciou a demissão de 1.000 servidores. 4Pág. 05
São Caetano manterá equipes de handebol abc
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Sexta-feira, 07 de abril de 2017 Edição 2506 Ano XI
Liberação do STF causa impacto de R$ 2,2 mi nas Câmaras do ABC
Átila se reune com presidente da Sabesp para discutir melhorias no abastecimento de água em Mauá
O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou, no último dia 1º de fevereiro, que o pagamento de 13º e um terço de férias para agentes políticos não é inconstitucional. O caso refere-se a um Recurso Extraordinário interposto pelo Município de Alecrim (RS) contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) que julgou inconstitucional a lei municipal (Lei 1.929/2008), a qual previa o pagamento de verba de representação, terço de férias e 13º aos ocupantes do Executivo local.
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Aumento da pressão no envio de água para a rede de abastecimento de Mauá, a fim de melhorar o fluxo de água na cidade e encerrar desabastecimentos pontuais que ocorrem em regiões mais altas.
Som alto gerará multa de até R$1.981 em Santo André
DESTAQUE SQN
política Alesp concede gabinete extra a ex-dirigentes. 4Pág. 07
cultura Abertura do 45º Salão de Arte Contemporânea será sexta-feira. 4Pág. 09
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economia Além disso, foii publicado decreto que autoriza a Guarda Civil Municipal aplicar multas aos infratores de trânsito. 4Pág. 03
Construção civil perde 3.692 empregos na região em 2016, e estoque cai 8,5%. 4Pág. 14
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2 editorial
As propostas da Lava Jato
PASSANDO A LIMPO
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na justiça n A queda de braço entre a ex deputada estadual Vanessa Damo e o seu
ex marido José Oroso, de Mauá, repercurte de tal maneira que se tornou alvo de uma reportagem de mais de 15 minutos exibida em programa jornalístico da Rede Record na última semana. Na ocasião, a equipe da TV conseguiu exibir imagens exclusivas do momento em que Vanessa é obrigada pela Justiça a entregar suas filhas de 1 e 3 anos para a avó paterna. A separação de mãe e filhas, todas aos prantos, indignou o apresentador Marcelo Rezende.
a disputa n A disputa pela guarda das meninas acontece depois de Vanessa ter
acusado e formalizado a acusação por meio de Boletim de Ocorrência, Orosco de agressões físicas. Desde que o caso veio à tona, seu ex marido - que etuava na atual Administração da cidade - pediu exoneração e evita se expor para não ter contato com a imprensa. Vanessa afirmou na reportagem também que Orsco chegou a dopá-la e interná-la na tentativa de apresentar à Justiça “provas” de que ela teria distúrbios mentais não sendo assim capacitada para cuidar das filhas.
nova avaliação n Após a ex deputada conseguir um laudo psiquiátrico que constatou
sua sanidade mental, a Justiça voltou atrás da decisão e determinou que Orosco devolvesse as crianças para a mãe. O caso ainda promete dar muito pano para a manga já que Vanessa possui, em mãos, gravações nas quais o ex marido ameaça novas agressões físicas e não nega as acusações que deram início às investigações.
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A dimensão do escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato já deixou claro que é preciso buscar meios de aprimorar tanto o combate à corrupção quanto o processo penal. Essa necessidade é tão evidente que a classe política já iniciou por aqui o mesmo processo visto na Itália pós-Operação Mãos Limpas, com a tentativa de aprovar projetos de lei que facilitem a impunidade, sem falar dos ataques à própria Lava Jato e sua força-tarefa – o deputado Wadih Damous, por exemplo, chegou a comparar a época da ditadura com a realidade democrática atual ao associar as delações premiadas a um tipo de “tortura institucionalizada”.
do pela Operação Lava Jato já deixou claro que é preciso buscar meios de aprimorar tanto o combate à corrupção quanto o processo penal. Essa necessidade é tão evidente que a classe política já iniciou por aqui o mesmo processo visto na Itália pós-Operação Mãos Limpas, com a tentativa de aprovar projetos de lei que facilitem a impunidade, sem falar dos ataques à própria Lava Jato e sua força-tarefa – o deputado Wadih Damous, por exemplo, chegou a comparar a época da ditadura com a realidade democrática atual ao associar as delações premiadas a um tipo de “tortura institucionalizada”.
Além de realizar o trabalho de investigação e acusação no âmbito da Lava Jato, membros da força-tarefa têm defendido reformas que, em sua visão, melhorarão o processo penal e dificultarão a impunidade. Tais propostas têm sido lançadas pela via legislativa, como as Dez Medidas Contra a Corrupção, ou em publicações e entrevistas, não sem críticas dos que temem ameaças à democracia e aos direitos dos réus.
Além de realizar o trabalho de investigação e acusação no âmbito da Lava Jato, membros da força-tarefa têm defendido reformas que, em sua visão, melhorarão o processo penal e dificultarão a impunidade. Tais propostas têm sido lançadas pela via legislativa, como as Dez Medidas Contra a Corrupção, ou em publicações e entrevistas, não sem críticas dos que temem ameaças à democracia e aos direitos dos réus.
As próprias Dez Medidas – desfiguradas pelos deputados e, agora, num limbo legislativo após decisão liminar do ministro do STF Luiz Fux – têm sido descritas como uma tentativa de atacar as liberdades individuais. Para além do endosso de 2 milhões de brasileiros e diversos tribunais e associações de juízes e promotores, é preciso lembrar que a iniciativa do Ministério Público Federal se baseou em experiências de países democráticos e com história de proteção dos direitos fundamentos do cidadão. A dimensão do escândalo de corrupção revela-
As próprias Dez Medidas – desfiguradas pelos deputados e, agora, num limbo legislativo após decisão liminar do ministro do STF Luiz Fux – têm sido descritas como uma tentativa de atacar as liberdades individuais. Para além do endosso de 2 milhões de brasileiros e diversos tribunais e associações de juízes e promotores, é preciso lembrar que a iniciativa do Ministério Público Federal se baseou em experiências de países democráticos e com história de proteção dos direitos fundamentos do cidadão.
FRASES
“
No último round, eu disse, ‘Oh meu Deus, eu sou um homem velho agora! Jesus Cristo! Anderson Silva, lutador UFC
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cidades
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decisão
Som alto gerará multa de até R$1.981 em Santo André
A Prefeitura de Santo André, desde a última sexta-feira (10), passou a aplicar multa que pode chegar até R$ 1.981 para motoristas que trafeguem ou estacionem veículos com som alto. A medida de combate à poluição sonora faz parte do programa Operação Sono Tranquilo, lançado no fim de semana passado na Rua das Figueiras, que realiza diversas ações entre elas fiscalização de comércio irregular e alvará de funcionamento. Outra novidade é que também na última sexta-feira, foi publicado decreto que autoriza a Guarda Civil Municipal a autuar motoristas que cometam esta ou outras infrações de trânsito. O secretário de Segurança Urbana e Comunitária, Edson Sardano, explica que o valor da multa já é previsto por lei mu-
nicipal e pelo CTB (Código de Trânsito Brasileiro), porém a fiscalização estava parada na cidade. “Antes existia uma exigência do uso de decibelímetro (aparelho que mede o nível de ruído) para que o agente pudesse efetuar a autuação, porém o equipamento nunca foi adquirido pelas últimas gestões. Hoje a legislação nos autoriza aplicar a multa baseada apenas na percepção do agente público, sem a necessidade do aparelho.” Opinião O metalúrgico José Batista Ferreira de Souza, 45 anos, morador do Jardim Santo André, região com grande quantidade de reclamação dos moradores, comemora a nova atribuição ao combate da poluição sonora. “Você está em casa e mal consegue colocar a criança pra dormir e elas
acordam toda hora, esse barulho atrapalha muito. O pessoal gosta bastante de som alto por aqui, mas precisa ter bom senso. Todos os dias a gente ouve, tem vez que a janela de casa chega a sacudir. Esperamos que com essa medida, essa quantidade de casos diminua”, reforçou. Ana Amélia Silva, 46 anos, artista plástica e moradora do bairro Jardim, outra região que recebe reclamações referentes ao som alto, se diz incomodada com vários casos presenciados na Rua das Figueiras. “Chega uma hora que desistimos até de se preocupar com o barulho, tamanho o volume. Duas, três horas da manhã e ainda ouvimos. Esta é uma medida válida, que aumenta o número de agentes para amenizar a quantidade de problemas que são
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gerados para os moradores”, finalizou. O prefeito Paulo Serra citou que as últimas medidas adotadas pela administração, no programa Sono Tranquilo, já demonstram resultado efetivo. “Realizamos ações conjuntas no último final de semana, na região da Rua das Figueiras, criamos o Comitê Integrado de Segurança, e agora vamos cumprir o que a lei determina, punindo quem trafega com som alto. Estamos fazendo uma grande limpeza nos matos e na zeladoria da cidade com o programa Santo André Eu amo, Eu cuido, e agora vamos limpar também esse barulho que tanto perturba os moradores da cidade. A presença de fato do poder público mostra resultados práticos, possibilitando que a população tenha tranquilidade e sensação de segurança aumentadas”, concluiu.
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CIDADES
saúde
Aids cresce 289% em 10 anos, segundo pesquisa
Com o fim do Carnaval, as campanhas de conscientização sobre uso de camisinha enfraquecem. E isso afeta, principalmente, o público jovem. Levantamento realizado em cinco das sete secretarias municipais da Saúde da região (exceto São Caetano e Rio Grande da Serra, que não retornaram), os casos de Aids entre jovens de 15 a 24 anos cresceram 289,18% na comparação de 2007 com 2016, passando de 37 registros para 144. A situação é maior do que o cenário no País. Segundo o Ministério da Saúde, os números nacionais no público nesta faixa etária cresceram 85% nos últimos 10 anos.
vítimas da doença. “Caiu no gosto popular a ideia de que Aids hoje é tratável, controlável e se tornou doença crônica, que não chega a tornar o paciente inválido nem o leva a sofrer. Isso é ignorância”, lamenta.
que aumenta a idade das pessoas. Na faixa de 25 a 34 anos, esse percentual é de 77,5%, mantendo-se superior a 80% em todas as outras faixas etárias até chegar a 84,3% entre os indivíduos acima de 50 anos.
O infectologista ressalta que, embora o tratamento possibilite que a pessoa leve uma vida normal, há diversos fatores graves a se considerar.
O Boletim Epidemiológico de HIV e Aids, divulgado no fim e 2016, informa que 827 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil. O SUS oferece 22 medicamentos para os soropositivos. Desse total, 11 são produzidos no País.
São Bernardo teve o maior aumento: de 14 ocorrências, em 2007, saltou para 45 em 2016. Santo André, de 10 jovens infectados, pulou para 43 no ano passado. Mauá, que tinha seis registros, viu o número subir para 35. Diadema passou de sete para oito, e Ribeirão Pires, que em 2007 não tinha contabilizado paciente dentro dessa faixa etária, diagnosticou 13 pessoas em 2016.
“O problema não é somente para a própria pessoa, mas sim epidemiológico, com o risco de transmissão e a propagação da doença”, diz. “A segunda questão de gravidade são as pessoas de nível intelectual e aquisitivo baixos, que não têm noção do que está acontecendo e, quando vão procurar assistência, já estão no estágio praticamente terminal. E o terceiro ponto é quando a pessoa desenvolve resistência ao tratamento. Isso ocorre em casos sem adesão ao tratamento.”
O professor responsável pela disciplina de Infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Hélio Vasconcellos Lopes lembra que com a evolução do tratamento – e a oferta dele gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde) –, acredita-se que as pessoas não morram mais
Segundo o Ministério da Saúde, dentre todas as faixas etárias, a adesão ao tratamento no grupo de 15 a 24 anos é a mais baixa. Apenas 29,2% dos 44 mil jovens identificados no SUS com a doença estão em tratamento. Os dados mostram que a cobertura cresce na medida em
Ações As secretarias de Saúde do ABC afirmam fazer trabalho especial de conscientização ao público jovem. Em Santo André, a Pasta declara que as ações são desenvolvidas por meio do projeto ‘Juntos na Prevenção’, no qual são pensadas estratégias específicas por regiões. “No momento estamos com três bairros mapeados para inserir o projeto, sendo que dois deles (Clube de Campo e Jardim Carla) já estão em execução. O próximo será Utinga”, informou em nota. Segundo a Secretaria, o projeto facilita o diálogo entre os equipamentos da Saúde e da Educação, fundamentais para o acesso a cuidados preventivos tanto de jovens
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como de adultos. “A prevenção não pode ser pensada apenas por ‘use camisinha’, mas por mudanças culturais de comportamento, que envolvam não apenas o jovem mas também as referências e modelos que os adultos oferecem a estes.” Em Diadema, o CR (Centro de Referência) em DST/Aids e Hepatites Virais desenvolve projeto de formação de adolescentes multiplicadores em prevenção das doenças há mais de cinco anos em parceria com a ONG (Organização Não Governamental) Beija Flor, a qual realiza trabalho com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Em Mauá são realizadas orientações sobre prevenção e uso de preservativo. “Também fazemos ações em colégios, faculdades, Caps (Centro de Atenção Psicossocial)</CF> Infantil, Fundação Casa, onde são promovidas palestras e testes rápidos para HIV e sífilis”, informa em nota. Ribeirão Pires possui ações de prevenção realizadas continuamente no Centro de Testagem e Aconselhamento e em outros locais do município, além de manter o 0800-7731661 para dúvidas. As demais cidades não retornaram.
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cidades
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contexto
Santo André demite 1.000 servidores da FUABC
A Prefeitura de Santo André anunciou a demissão de 1.000 servidores contratados pela FUABC (Fundação do ABC) que atuavam na rede de Saúde do município. As justificativas da administração Paulo Serra (PSDB) são inchaço desnecessário da máquina pública e ligação com a administração de Carlos Grana (PT). Trezentos foram desligados oficialmente na última semana, enquanto outros 700 foram dispensados na segunda-feira (13). O governo tucano despendeu R$ 10 milhões com rescisões trabalhistas, mas projeta economia de R$ 2 milhões ao mês com o enxugamento no número de servidores. De acordo com o prefeito, a máquina pública inchada de servidores apadrinhados atrapalha o andamento do sistema municipal. Ele assegura que não
haverá prejuízo no atendimento com as demissões, uma vez que a lista contém, em sua maioria, colaboradores do setor administrativo. “Serão recepcionistas, assessores, que faziam parte do grave aparelhamento político implementado pela antiga administração. À medida em que fazíamos caixa com as medidas de austeridade implementadas, como corte de comissionados, fomos identificando os funcionários que não tinham nenhuma conexão com a mudança que foi aprovada pelos eleitores de Santo André em outubro”, disse Paulo. “A máquina estava inchada e com serviço pessimamente avaliado. A conta não fechava.” Ao todo, a FUABC disponibilizava 2.500 servidores para atuarem na
área da Saúde de Santo André. Somente em 2016, a FUABC cobrou R$ 380 milhões por serviços prestados e colaboradores disponibilizados, segundo dados do Portal da Transparência. Dentre os equipamentos andreenses administrados pela Fundação estão o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) e o Hospital da Mulher. “Não haverá prejuízo porque tudo foi planejado nos primeiros 60 dias. Vamos evoluir (o pente-fino de servidores apadrinhados) para as necessidades dos quadros mais técnicos, como médicos. Mas o que constatamos inicialmente é que nessas áreas o aparelhamento político foi menor”, relatou o chefe do Executivo, que projeta aumentar a eficiência do serviço em Saúde mesmo com
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número reduzido de servidores. Antigas gestões nas prefeituras da região utilizaram a FUABC como centro de troca de cargos por apoios. Parentes de políticos e aliados figuram no quadro de servidores da Fundação, que tem orçamento de R$ 2,2 bilhões e é mantido pelas gestões de Santo André, São Bernardo e São Caetano Em fevereiro, diretores da instituição recebiam R$ 23.324,70 brutos mensais, valor que superava o contracheque de prefeitos do ABC e até mesmo do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A nova presidente da FUABC, Maria Bernadette Vianna, prometeu rever os valores despendidos pela Fundação. Ela tomou posse no dia 9 de fevereiro.
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política
contexto
Liberação do STF causa impacto de R$ 2,2 milhões nas Câmaras do ABC
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O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou, no último dia 1º de fevereiro, que o pagamento de 13º e um terço de férias para agentes políticos não é inconstitucional. O caso refere-se a um Recurso Extraordinário interposto pelo Município de Alecrim (RS) contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) que julgou inconstitucional a lei municipal (Lei 1.929/2008), a qual previa o pagamento de verba de representação, terço de férias e 13º aos ocupantes do Executivo local. De acordo com a decisão, o terço de férias e o 13º são direitos de todos os trabalhadores, inclusive dos agentes políticos. Especialistas consultados pelo Diário Regional explicaram que com a decisão, os benefícios poderiam ser estendidos aos vereadores. No ABC, o impacto financeiro seria de aproximadamente R$ 2,2 milhões ao ano (veja valores por cidade na tabela). Na região, as Câmaras de Diadema e Santo André já fizeram o pagamento de 13º aos parlamentares, mas nos dois
casos, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) julgou irregular. “O artigo 39 da Constituição, parágrafo 4º diz que o membro do poder – sem especificar qual – detentor de mandato eletivo, ministros de estados, secretários estaduais e municipais, serão remunerados exclusivamente por subsidio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação adicional, abono, prêmio, verba, representação ou outra espécie remuneratória. A decisão entende que o pagamento de 13º e férias não foge a essa regra”, detalha a especialista em Direito Eleitoral Karina Kufa. Condições A especialista destacou que basta a Câmara ter uma lei municipal aprovada e não haverá mais questionamentos quanto ao pagamento. Karina ressaltou, no entanto, que cada Casa deve avaliar a situação à luz da sua realidade financeira. “Tem Câmara que devolve sempre algum recurso para a prefeitura, porque não gasta. Tem quem consiga arcar com essa despesa adicional. A opinião jurídica é que tem validade, se vai ser
sustentável ou não, vai da condição financeira de cada município”, destacou. O professor da Faculdade de Direito de São Bernardo Arthur Rollo lembrou que muitos Legislativos pelo país já fazem esse tipo de pagamento, mas que também existem diversos questionamentos nos Tribunais de Contas dos Estados. “Existem até políticos sendo processados por isso. Agora existe um entendimento e, certamente, terão ganho de causa”, afirmou. Rollo destacou, no entanto, que caso as Câmaras da região resolvam aprovar lei para os pagamentos, só terá validade para a próxima legislatura. No ABC Em Diadema, lei aprovada em 2012 autoriza o pagamento de 13º aos vereadores, mas os parlamentares atuais não recebem. O presidente do Legislativo diademense, Marcos Michels (PSB), vê com bons olhos a mudança. “O STF entendeu que é válido. Agora, tem de ver também se é possível”, pontuou. O socialista entende que talvez haja possibilidade de cortar outros gastos para
que os pagamentos sejam realizados. Em Santo André o benefício também já foi pago, sendo suspenso em 2012. O presidente da Câmara de São Bernardo, Pery Cartola (PSDB), afirmou que entende que a regra se aplica apenas a prefeitos e vices, e que essa possibilidade não será pautada em seu mandato, que dura até 2018. “Até pelo nosso momento econômico, temos de respeitar esse período de dificuldades”, concluiu. O presidente do Legislativo mauaense, Admir Jacomussi (PRP), afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que mantém seu entendimento de que o pagamento é vetado aos vereadores. Os demais presidentes das Câmaras de Santo André, São Caetano, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não foram localizados e/ou não retornaram os contatos da reportagem. As assessorias de imprensa das Câmaras de São Bernardo, Mauá e São Caetano informaram que nunca foi pago 13º aos vereadores. As Câmaras de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não responderam.
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Alesp concede gabinete extra a ex-dirigentes
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santo andré #PapoReto discute políticas culturais em Santo André
Desde o final de 2016, ex-presidentes e ex-secretários da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) dispõem de um gabinete extra composto de duas salas com até 15 funcionários, além de veículo, verbas para correspondência, materiais impressos, fotocópias, “clipping” e conta telefônica. Em alguns casos, como os dos atuais (e também ex) 1.º e 2.º secretários - Enio Tatto (PT) e Edmir Chedid (DEM) -, os parlamentares têm direito a três gabinetes: de deputado, secretário e ex-secretário. Os gabinetes extras para membros da Mesa Diretora da Alesp existem desde 2003, criados por ato normativo. Na época, o número de servido-
res era menor mas foi ampliado em 2008. Em 2009 a direção da Alesp decidiu reduzir a estrutura dos gabinetes, mas no fim do ano passado a Mesa Diretora voltou aos termos de 2008. Segundo o ato 33, do dia 15 de dezembro de 2016, assinado por Tatto, Chedid, e pelo atual presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), os ex-presidentes cujos mandatos ainda estejam em vigor têm direito a duas salas, três assistentes legislativos 1 (R$ 6,3 mil cada), dois agentes de segurança (R$ 5,8 mil cada), três assessores especiais parlamentares (R$ 3,4 mil cada), um assessor chefe de gabinete (R$ 6,4 mil), três funcionários efetivos e outros três servidores cedidos de outros órgãos, totalizando 15 vagas.
Procurada, a Alesp não informou o custo do benefício, mas alguns deputados calculam que, somados salários, gratificações e demais gastos, o valor pode chegar a R$ 600 mil mensais ou mais de R$ 7 milhões por ano. Defesas A reportagem procurou os deputados Tatto, Chedid e Capez, mas eles não quiseram se pronunciar. Por meio de nota, a Alesp disse que os dois primeiros abriram mão do benefício. Segundo a Assembleia Legislativa, a manutenção dos gabinetes “deve-se ao fato da continuidade das obrigações dos ocupantes dos cargos”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Com intuito de ampliar o diálogo com produtores culturais e demais interessados, a Secretaria de Cultura e Turismo inicia nesta terça-feira (14), às 19 horas, a série de encontros #PapoReto. A conversa será realizada no Auditório Heleny Guariba e terá como tema políticas culturais em Santo André. “Queremos a participação das pessoas na construção dos projetos culturais que implantaremos na cidade. Definiremos a periodicidade no coletivo e a proposta é levar, nos próximos meses, o encontro para os bairros”, explicou Simone Zarate, secretária de Cultura e Turismo. #PapoReto Data: 14 de fevereiro de 2017 (terçafeira) Horário: 19 horas Local: Auditório Heleny Guariba (Praça IV Centenário, s/nº – Centro – Santo André). Informações: 11 4433-0730. Entrada gratuita.
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política
mauá
Átila se reune com presidente da Sabesp para discutir melhorias no abastecimento
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Aumento da pressão no envio de água para a rede de abastecimento de Mauá, a fim de melhorar o fluxo de água na cidade e encerrar desabastecimentos pontuais que ocorrem em regiões mais altas. A proposta foi apresentada pelo prefeito Atila Jacomussi (PSB) ao presidente da Sabesp, Jerson Kelman, durante reunião realizada esta semana. O encontro, que também contou com a presença do superintendente da empresa de Saneamento Básico do Município (Sama), Israel Aleixo, serviu para alinhar a nova administração da autarquia com a estatal. “Assumimos o Sama com a determinação do prefeito para recuperar a eficiência da autarquia. A boa relação com a Sabesp,
que é a nossa fornecedora de água, é parte importante do processo. Neste primeiro contato formal tivemos a oportunidade de discutir o aumento da pressão para a rede municipal de abastecimento, o que é uma bandeira popular da cidade. Isso poderia solucionar o problema de desabastecimento de diversos bairros em regiões montanhosas que sofrem há anos com o problema”, destacou Aleixo. O projeto da nova administração do Sama de promover grande força-tarefa para corrigir a rede de abastecimento e reduzir perdas de água com vazamentos e ligações irregulares ganhou apoio da Sabesp. Jerson Kelman colocou o corpo de diretores técnicos da companhia para trocar informações de auxí-
lio ao projeto da autarquia mauaense. “Agradecemos a colaboração da Sabesp que, certamente, vai dar um ganho na qualidade do serviço prestado pelo Sama e melhorar a satisfação dos nossos munícipes. Temos a missão de recuperar a eficiência da autarquia e é isso que já estamos fazendo”, destacou Atila. Durante a reunião, Atila e Aleixo agradeceram a colaboração da companhia na reparação da adutora que se rompeu na região do Jardim Feital há cerca 20 dias. O rompimento estava localizado em local de difícil acesso e a Sabesp enviou equipes e maquinários de apoio que ajudaram a solucionar o problema em tempo recorde.
diadema Atrito entre Talabi e Michels causa ruído no PV O vereador de Diadema Talabi Fahel e o prefeito da cidade, Lauro Michels, ambos do PV, protagonizaram ríspida discussão há cerca de uma semana, nas dependências da Câmara Municipal. Segundo relatos de pessoas que presenciaram a cena, a discussão foi bastante agressiva e motivada por uma recusa do parlamentar em assumir um cargo no primeiro escalão do governo. As mesmas fontes asseguraram que o assunto está sendo tratado junto aos “caciques” do partido na cidade, dentre os quais, a secretária de Habitação, Regina Gonçalves. Talabi teria sido cogitado para assumir a Secretaria de Cultura, após o ex-titular da pasta, Paulo Henrique Ferreira, o Paulinho Correria (PEN), entregar sua carta de exoneração. Ainda no ano passado, o parlamentar foi sondado para a pasta de Esporte e Lazer, que acabou ficando com o ex-vereador Manuel José da Silva, o Adelson (PSB). Além de garantir maior presença do partido no primeiro escalão, o objetivo era abrir uma vaga para que o primeiro suplente da coligação, o ex-vereador e ex-secretário de Saúde, José Augusto da Silva Ramos (PSDB), assumisse a cadeira no Legislativo. No dia 2 de fevereiro, durante a primeira sessão da Câmara no ano, Michels adotou um tom irônico para se referir a Talabi. “O vereador que eu mais gosto do PV, é o Talabi. Que foi ao banheiro agora, mas quero agradecer também”, disse. O parlamentar havia saído do plenário, segundo fontes, para não se encontrar mais com o prefeito. A declaração ocorreu após a discussão. Procurado, Talabi negou que tenha havido algum desentendimento com o prefeito. “Não teve nenhum convite, nem nenhuma discussão. No ano passado sim, cogitaram meu nome para a Secretaria de Esportes, mas acabou não acontecendo”, destacou. “Sempre disse que estou pronto para ajudar no que for preciso, mas quero atuar em alguma área em que possa realmente contribuir”, completou, dando a entender que não se identificaria com a área de cultura. Com a recusa de Talabi, foi nomeado secretário de Cultura Eduardo Minas, que estava lotado na Assessoria de Assuntos Internacionais e já foi assessor especial do prefeito e secretário de Segurança Alimentar. Lauro Michels não foi localizado para comentar. Foto: Divulgação
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cultura
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agenda
Abertura do 45º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto será nesta sexta-feira
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Nesta sexta-feira (7), o Salão de Exposições do Paço Municipal recebe a abertura do 45º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto. A cerimônia, aberta a autoridades e convidados, será realizada a partir das 19h, quando os presentes poderão conferir as obras selecionadas para a 45ª edição, num total de 72 trabalhos de 36 artistas e um coletivo de arte. A atividade integra a programação de 464 anos de Santo André. Neste ano o salão, um dos mais tradicionais do Brasil, que reúne trabalhos das artes plásticas contemporâneas, rece-
beu 344 inscrições de artistas de todo o País. A Comissão de Seleção e Premiação foi formada por Cristina Freire, professora titular e curadora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Eder Chiodetto, curador especializado em fotografia com mais de 70 exposições realizadas no Brasil e no exterior nos últimos 10 anos, e Elias Muradi, artista plástico e professor. Para o representante da Comissão Organizadora do 45º Salão, Nilo de Almeida, a presença de artistas de todo o Brasil, e em especial do ABC, destaca a importância como registro da arte contemporânea
brasileira. “Muito além de um evento no calendário, seja da cidade, seja do meio artístico, o Salão de Arte Contemporânea é uma manifestação plena e integrada de pesquisadores, críticos de arte, produtores culturais e artistas que através do poder público se encontram com o público em geral, num processo de troca e construção de conhecimentos”, afirmou. O público poderá conferir a exposição no período de 10 de abril a 23 de junho, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h. Entrada franca. O 45º Salão de Arte Contemporânea
Luiz Sacilotto é uma iniciativa da Prefeitura de Santo André, através da Secretaria de Cultura e Turismo da cidade. Serviço: Cerimônia de abertura do 45º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto Dia 7 de abril, às 19h Salão de Exposições do Paço Municipal (Praça IV Centenário, s/n, Centro) Evento restrito a autoridades e convidados Visitação pública: de 10 de abril a 23 de junho, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h Entrada franca
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10 esportes em campo
Ramalhão se impõe e derrota Corinthians pelo Paulistão
Os seis anos de espera do torcedor ramalhino para voltar a enfrentar um grande do Estado foram recompensados ontem. Hoje, não faz mais 28 anos que o Ramalhão bateu o Corinthians pela última vez. Faz apenas um dia. Isso porque, ontem, o valente Santo André foi à Arena, pela segunda rodada do Paulistão, não se intimidou e emplacou 2 a 0 no Timão, demonstrando aplicação e garra. O resultado leva a equipe para a ponta do Grupo C, com cinco pontos. O Alvinegro é o segundo da Chave A, com três. Desde o início, o Santo André apresentava uma proposta clara: se defen-
der e buscar ser eficiente no ataque. O objetivo era dar campo ao Corinthians e tentar pegá-lo desprevenido. E a estratégia montada pelo técnico Toninho Cecílio funcionou. Jô marcou aos sete minutos, mas o lance foi anulado por falta. Depois, com dez, ele mandou por cima. O Timão ganhou moral. Mas nem imaginava que, em uma cobrança de falta de Eduardo Ramos, aos 11, Leonardo desviaria e Edmílson, que acreditou até o fim, completaria, livre, para o gol – 1 a 0. Na sequência, o torcedor corintiano festejou. Isso porque o árbitro assinalou pênalti de Deivid em cima de
futebol Água Santa triunfa e vira líder da Série A-2
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Marlone. Aos 23, Jô, com certa pompa e paradinha, cobrou na esquerda de Zé Carlos, que foi buscar. Forte, a marcação andreense não deixava alternativa ao Alvinegro a não ser lançar bolas na área. E, quando exigido, Zé Carlos correspondeu, com 38 e 42. A dúvida era se o Ramalhão conseguiria manter o ritmo. Não só manteve como aumentou a contagem. Com 22 minutos, Deivid escapou pela esquerda e cruzou no pé de Claudinho, que está emprestado pelo Timão – 2 a 0 e fim do tabu.“Foi uma noite especial. Pude ajudar meu time com o gol da vitória”, disse Claudinho.
O Água Santa é o novo líder da Série A-2 do Paulista. No fim de semana, com autoridade e sem correr riscos, o Netuno bateu o União Barbarense por 2 a 0, em Santa Bárbara d’Oeste, e foi aos 11 pontos, um à frente do São Caetano. O próximo compromisso da equipe é às 16h de sábado, contra o Bragantino, no Interior. Mesmo atuando longe de Diadema, o Água Santa dominou a partida e criou as melhores chances. Aos 12 minutos, Rai levantou na área e Leandro Silva subiu mais que a zaga adversária para completar e inaugurar o placar – 1 a 0. O União Barbarense não conseguia se impor e quase sofreu o segundo aos 24, quando Danielzinho cabeceou para fora. O time do Interior foi se encontrar somente na segunda metade da primeira etapa. Na melhor oportunidade criada, Kelvis saiu em velocidade e cruzou para Gustavo Vintecinco, mas o atacante não finalizou com qualidade e Richard praticou a defesa. No segundo tempo, o Netuno continuou em cima. Logo aos seis minutos, Robson saiu em velocidade pela direita e rolou para Danielzinho, que só empurrou – 2 a 0. Sem encontrar muita resistência, o Água Santa chegava com perigo com boas triangulações pelas laterais, principalmente pela direita. Com 47, Pedro Henrique ainda acertou a trave do Leão, mas não conseguiu balançar a rede. “Foi uma vitória importante porque perdemos quatro pontos em casa nas últimas rodadas”, avaliou Everton Sena à Rádio Brasil AM 690. Foto: Divulgação
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sexta-feira, 07 de abril de 2017
esportes 11
paulistão
Estrelado Palmeiras passa em branco no ataque e é derrotado pelo Ituano no Paulista Foto: Divulgação
A primeira vitória de um, a primeira derrota de outro. Na noite deste domingo, o Ituano venceu o Palmeiras por 1 a 0 no estádio Novelli Júnior, em duelo válido pela segunda rodada do Campeonato Paulista. O único gol da partida foi feito por Guly do Prado, na segunda etapa. O resultado deixou o time do interior com quatro pontos, na liderança do grupo A do Estadual. São Bernardo (2º, 3 pontos), Botafogo (3º, 3 pontos) e Corinthians (4º, 3 pontos) completam a chave. Já o Palmeiras - que havia estreado no Paulista com vitória sobre o BotafogoSP - é o terceiro no grupo C, com três pontos. Santo André (1º, 5 pontos), Novorizontino (2º, 3 pontos) e São Bento (4º, 0 ponto) são os outros integrantes. As duas equipes voltam a campo pelo
Estadual no meio de semana. O Ituano joga na quarta contra o São Bento, às 17h (horário de Brasília), enquanto o Palmeiras entra em campo na quinta, às 19h30, contra o São Bernardo.
O Ituano abriu o placar aos sete minutos da segunda etapa. Depois da cobrança de escanteio, o volante Guly do Prado apareceu na segunda trave para completar para a rede.
Estreias O técnico Eduardo Baptista promoveu duas estreias na equipe da capital. Entre os titulares, o nome do venezuelano Alejandro Guerra apareceu pela primeira vez. Ele atuou na trinca de meiocampo ao lado de Jean e Felipe Melo.
Experiente, o jogador de 35 anos ficou oito temporadas no futebol italiano, onde defendeu clubes como Fiorentina e Perugia, e outras quatro no Southampton, da primeira divisão inglesa.
Outro que recebeu a primeira oportunidade de jogar pelo clube foi o atacante Keno. Ex-Santa Cruz, ele entrou aos 11 minutos da segunda etapa no lugar de Róger Guedes. Gol do Ituano
FICHA TÉCNICA: ITUANO 1 x 0 PALMEIRAS Local: Estádio Novelli Júnior, em Itu Data: 12 de fevereiro de 2017, domingo Horário: 19h30 (Brasília) Árbitro: Raphael Claus (SP) Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Bruno Salgado Filho
(ambos de SP) Público: 11.962 Renda: R$ 545.970,00 Cartões amarelos: Ronaldo e Naylhor (Ituano); Felipe Melo (Palmeiras) GOL: ITUANO: Guly, aos seis minutos do segundo tempo ITUANO: Fábio; Arnaldo, Naylhor, Lima e Peri; Guly, Wellington Simião (Walfrido) e Guilherme (Romarinho); Morato, Claudinho e Ronaldo (Nena). Técnico: Tarcísio Pugliese PALMEIRAS: Fernando Prass; Fabiano (Thiago Santos), Edu Dracena (Alecsandro), Vitor Hugo e Zé Roberto; Felipe Melo, Róger Guedes (Keno), Jean, Guerra e Dudu; Willian. Técnico: Eduardo Baptista
sexta-feira, 07 de abril de 2017
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12 são caetano esporte
São Caetano manterá equipes de handebol
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política Eder Xavier não fará oposição a Auricchio O ex-vereador de São Caetano Eder Xavier (Pros), que ficou conhecido por publicamente ser um opositor ferrenho à candidatura majoritária de José Auricchio Jr (PSDB), devido aos problemas enfrentados no Tribunal de Contas que poderiam deixar o tucano inelegível, revelou que não fará oposição ao atual gestor. “Neste momento estou quietinho. Estou vendo o andamento da Administração”, disse o ex-parlamentar. TI Ele reiterou que a cidade precisa de uma vocação na área da Tecnologia da Informação. “Eu tenho o projeto pronto e se o Auricchio quiser, apresentarei a ele e poderemos fazer juntos”, disse. Diploma Eder chegou a dizer que “rasgaria o diploma” se Auricchio não ficasse inelegível. Agora, recuou. “Eu não tenho medo de falar o que penso. Naquele ocasião tinha o ambiente político e as causas para ele ficar inelegível, mas não ficou e acredito que não ficará mais”, retratou.
Em reunião realizada na última semana foi definida a manutenção de todas as categorias de base do handebol, assim como as equipes adulto, masculina e feminina. Estiveram presentes no encontro, o Secretário de Esporte, Beto Vidoski, o vereador Tite Campanella e membros da comissão técnica. Todo o custo da modalidade ficará a cargo da SEEST.
O Secretário ressaltou o esforço feito pela pasta para a manutenção das equipes. “Fizemos um grande esforço para manter o handebol na cidade, mesmo com o corte de 34% na receita, chegando a 53% para o alto rendimento, conseguimos equacionar o orçamento para a modalidade”, afirmou Vidoski.
Categorias As categorias adulto disputarão as principais competições do calendário em 2017, como a Liga Nacional, Paulista, Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior. Vale ressaltar os feitos alcançados pelo time masculino no último ano, como a conquista do terceiro lugar na Liga Nacional.
De saída O advogado Getúlio de Carvalho vai trocar o PEN de São Caetano pelo PSC. Além de assumir o comando da legenda cristã na cidade, ele também será o coordenador regional. Vice? Ele entrou no PEN “por cima”, depois de conversas em Brasília com a expectativa de que a legenda estivesse na esteira de apoio de José Auricchio Júnior (PSDB). “Entrei achando que o partido poderia indicar o vice do Auricchio”.
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sexta-feira, 07 de abril de 2017
mundo
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contexto ‘Minha mão congelou’: por que cada vez mais imigrantes ilegais se arriscam cruzando a fronteira dos EUA ao Canadá
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Cada vez mais imigrantes ilegais estão cruzando a fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá em busca de asilo. O fenômeno foi notado especialmente em Emerson, pequena cidade do sul canadense, que está tendo de lidar com a chegada de refugiados que correram sério risco de morte nessa jornada. Foi em Emerson, na Província de Manitoba, que os ganenses Seidu Mohammed e Razak Iyal foram parar em dezembro do ano passado, após enfrentar o frio intenso na travessia sobre a neve profunda que normalmente cobre a região nesta época do ano. Os dois haviam se conhecido apenas algumas horas antes em uma estação de ônibus de Minneapolis. Ambos iriam ser deportados de volta para Gana, na África, após terem seus status de refugiado negado nos Estados Unidos. Eles haviam ouvido de outros refugiados e expatriados africanos que, se conseguissem entrar no Canadá, teriam uma nova chance de pedir asilo. Para isso, o caminho seria conseguir chegar à fronteira saindo de Minneápolis em direção a Grand Forks, na Dakota do Norte, e seguir adiante evitando patrulhas até chegar a solo canadense. Ali, deveriam entregarse às autoridades e solicitar asilo. Iyal e Mohammed decidiram fazer o trajeto juntos. Eles pagaram US$ 200 (R$ 640) cada um para que um motorista de táxi os deixasse perto do país vizinho. Depois, andaram pela beira da estrada até estarem perto da fronteira. “Foi quando vimos uma grande fazenda coberta por neve. A luz da fronteira estava longe, mas conseguíamos enxergá-la”, lembra-se Iyal. Eles logo perderam suas luvas em meio à neve. O ventou levou o boné que Mohammed usava. “O vento era muito frio e, com ele, vinha neve em nossos rostos. Não conseguíamos enxergar nada.” Quando voltaram à estrada, já em Manitoba, no Canadá, suas mãos haviam congelado. Eles sequer podiam usá-las para pegar o celular do bolso e ligar para as autoridades. Mohammed também não conseguia abrir os olhos. Os únicos veículos na estrada, naquela madrugada de Natal, eram caminhões de carga que transportavam mercadorias entre os dois países. Muitos passavam direto por eles, até que um parou para os ajudar. Agora, estão sendo tratados uma
unidade especializada em queimaduras de um hospital de Winnipeg. Os dois tiveram dedos amputados por causa do frio, por causa da travessia de dez horas. Sua história chamou atenção para um fenômeno que não é novo, mas que está se intensificando nos últimos anos. Um número recorde de pessoas fizeram essa travessia na faixa próxima a Emerson nas últimas semanas. E isso não vem ocorrendo apenas em Manitoba, mas também nas Províncias de Quebec e British Columbia. Em Manitoba, a pequena cidade rural de Emerson, com 700 habitantes, é o principal polo. Tomado por fazendas, o município fica a 625 km de Minneápolis, onde está a maior população somali da América do Norte. A fama da cidade se espalhou pela comunidade de expatriados africanos e latinos nos Estados Unidos. “Sempre tivemos pessoas cruzando a fronteira. Mas, no passado, elas normalmente estavam fugindo da polícia americana”, diz Greg Janzen, responsável por comandar uma reunião de emergência realizada em Emerson para tranquilizar os moradores. Mais recentemente, esse fluxo passou a ser composto em sua maioria por refugiados, principal-
mente da Somália, mas também de Gana, Djibouti e Etiópia. A maioria deles teve seu pedido de asilo negado nos Estados Unidos. Yahya Samatar, que trabalhava na área de direitos humanos na Somália, deixou seu país por causa da violência do grupo rebelde islâmico local Al-Shabab. Buscou refúgio primeiro nos Estados Unidos, onde ficou sete meses em um centro de imigrantes, até ter seu pedido de asilo recusado. Ao mesmo tempo, as autoridades americanas diziam ser muito perigoso deportá-lo de volta para a Somália, que está tomado por uma guerra civil. Ele foi liberado, mas recebeu um aviso de que poderia ser deportado a qualquer momento caso a situação mudasse. Assim como Iyal e Mohammed, ele havia ouvido falar da possibilidade de buscar refúgio no Canadá e, em agosto de 2015, viu-se às margens do Red River, um rio que percorre Minnesota e Dakota do Norte (nos EUA) e depois Manitoba (Canadá). Quando chegou ao Canadá, ele atravessou o rio a nado e, tremendo de frio e coberto por lama, andou até Emerson, onde um morador lhe deu um casaco e chamou oficiais da fronteira. “Recebi roupas, recebi comida, tudo”, diz Samatar, que teve seu status de refugiado reconheci-
do. Hoje, ele vive em Winnipeg. Mas, agora, tem crescido a preocupação entre quem vive em Emerson. A cidade abriu suas portas para refugiados, mas, agora, os moradores tem dúvidas sobre quantas pessoas será possível receber com os recursos disponíveis e o que fazer com a eventual chegada de alguém que possa representar um risco à segurança dos habitantes. Também há o receio com os sérios riscos enfrentados pelas pessoas que tentam a empreitada - a travessia por campos congelados onde a temperatura pode facilmente chegar a -20ºC. Muitos acreditam que as tentativas se intensificarão quando o clima esquentar. Por enquanto, eles não veem outra opção além de fazer o possível para ajudar. “Se não fizermos isso, eles vão congelar ou morrer de fome, e teríamos de viver com isso, não?”, diz Walter Kihn, que vive na região leste de Emerson. Janzen diz que a maioria das pessoas da cidade está mais preocupada do que assustada com os estranhos que chegam. Nas últimas três semanas, quase 60 pessoas percorreram o trajeto. Autoridades dizem que a fronteira está sendo bem vigiada e que aqueles que a atravessam são rapidamente avistados ou logo se entregam às autoridades para pedir asilo.
sexta-feira, 07 de abril de 2017
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14 economia mercado
Construção civil perde 3.692 empregos na região em 2016, e estoque cai 8,5%
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Sem obras públicas em andamento e com poucos prédios residenciais sendo erguidos, a construção civil assistiu, no ano passado, à perda de 3.692 postos de trabalho no ABC. O contingente representa redução de 8,5% em relação ao estoque de 43.266 trabalhadores existente na região no dia 31 de dezembro de 2015, segundo pesquisa divulgada na última semana pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho. São Bernardo, com 1.678 vagas fechadas, e Santo André, com 1.215, lide-
raram a queda na ocupação no setor. Em termos porcentuais, São Bernardo teve redução de 13,3% no estoque ao longo dos 12 meses, enquanto Santo André diminuiu seu contingente em 12,45% na mesma comparação. Somente em dezembro passado, entre contratações e demissões, houve fechamento de 708 postos de trabalho nos sete municípios. Para a diretora da regional de Santo André do SindusCon-SP, Rosana Carnevalli, o resultado de dezembro manteve o ritmo de queda na ocupação do setor verificado na região ao longo do ano. Porém, a diretora lembrou que, no final do ano passado, o governo anunciou algu-
mas medidas de incentivo ao setor ainda tímidas, mas que sinalizam a possibilidade de estabilização do cenário de crise. “Vemos movimentação no sentido da redução dos juros, que já consegue causar pelo menos uma mudança na expectativa do consumidor. Porém, o desemprego ainda é um forte inibidor para mercados que exigem planejamento de longo prazo, como a aquisição de imóveis. Enquanto a estabilidade no trabalho não for uma realidade para o brasileiro, o aquecimento da construção civil será difícil”, comentou Rosana. Vendas caem 70,5% Na última quarta-feira, a Associação
de Construtores, Imobiliárias e Administradoras de Imóveis do ABC (ACIGABC) divulgou pesquisa segundo a qual as vendas de imóveis residenciais novos somaram 2.962 unidades no ano passado, com redução de 40% em relação as 4.939 comercializadas em 2015 e de 70,5% ante as 10.054 de 2013, ano de melhor desempenho do mercado imobiliário da região. “A forte queda nas vendas reflete a desaceleração da economia da região e a insegurança do consumidor em adquirir imóveis. Quem pretendia comprar a casa própria segurou o negócio e preferiu o aluguel”, comentou o presidente da ACIGABC, Marcus Santaguita.
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sexta-feira, 07 de abril de 2017
economia 15
contexto
Coop implanta nova ferramenta para reduzir perdas
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Como forma de reduzir ainda mais seu índice de perdas – hoje 1,65% - enquanto o setor supermercadista apresenta uma média de 1,96% - a Coop – Cooperativa de Consumo tem investido de forma constante para combater e identificar suas perdas. Uma nova arma tecnológica, ainda em fase experimental, está sendo testada em três unidades na tentativa de diminuir a estatística de perdas não identificadas. Trata-se de um programa de monitoramento da frente de caixa, baseado em ações de inteligência relacionadas a vídeos, que permite acompanhar a distância e em tempo real as movimentações realizadas no PDV. Dependendo dos resultados experimentais, a ferramenta - que conta ainda com outros recursos - será implantada nas demais unidades da rede, segundo adianta Vanessa Augusto Urbieta da Silva, coordenadora de prevenção de perdas, área comandada
pelo gerente de riscos e prevenção de perdas da Coop, Antonio Guilherme. Do total de perdas da Coop em 2016, um pouco mais da metade (56%) refere-se à perda identificada, gerada por quebras operacionais, como estoque elevado, produtos vencidos, avarias em mercadorias e outros fatores. Os 44% restantes enquadram os prejuízos não identificados, que podem ser divergências entre o estoque físico e eletrônico e furtos externos e internos.“Daí a necessidade de ter o sistema de monitoramento como aliado, já que 30% das perdas não identificadas são registradas no PDV”, explica Vanessa. A tecnologia ajuda, e muito, mas não dispensa a visita in loco para verificar se todos os procedimentos estão sendo cumpridos à risca. Para tanto, a equipe interna de prevenção de perdas, em conjunto com representantes de outros departamentos, promove blitz mensais nos pontos de distribuição da rede. Da área de recebimento de mercadoria à frente
de caixa, nenhum detalhe foge aos olhares. Entre tantas tarefas a checar, está à verificação do nível de estoque, a análise da temperatura dos balcões frigoríficos e se o processo PVPS (primeiro produto que vence e o primeiro que sai) está sendo praticado, além de outras auditorias. Assim como o mercado geral, o maior desafio da Cooperativa está em melhorar os índices de perdas nas categorias de perecíveis, frios e laticínios e de cerveja. Suas estatísticas de quebras por categoria, porém, estão bem menores em relação ao segmento supermercadista. Para efeito de comparação, na perfumaria é de 1.04%, contra a média de 1.47% do mercado, resultado garantido por conta da ação de etiquetas antifurto e de monitores de autovisualização. No açougue, a readequação dos dias de estoque foi decisiva para a rede reduzir a perda para 2,87%, índice bem abaixo dos 3,72% do mercado. Outro setor que apresenta estatística inferior é o de padaria, com 4,74% contra 5,17% do mercado.
trabalho Centros públicos do ABC têm 117 vagas abertas Quem está desempregado no momento e procura por trabalho pode consultar os centros públicos de emprego e renda da região para verificar as vagas disponíveis. Ao todo, esses equipamentos disponibilizam 117 oportunidades de emprego no ABC. O destaque desta semana é o município de Rio Grande da Serra, no qual 51 vagas estão sendo oferecidas. Ribeirão Pires fica na segunda colocação, com 25 postos; São Bernardo na terceira, com 19; já São Caetano oferece 13 vagas e, Mauá, nove. Santo André está com o CPETR (Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda) temporariamente suspenso, enquanto que a unidade de Diadema não funciona desde abril do ano passado por problemas de repasse de verba. PERFIS ANUNCIADOS - Em Rio Grande, o PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) disponibiliza 51 chances de emprego. Dessas, 20 são para trabalhar como auxiliar de enfermagem e, outras 20, como técnico de enfermagem. Cada um dos cargos exige curso de especialização e experiência mínima de seis meses. Há, ainda, dez chances para auxiliar de limpeza. No PAT de Ribeirão Pires, a função com maior oferta é a de pedreiro, que conta com cinco postos em aberto, dos 25 ofertados. Já em São Bernardo, o CTR (Centro de Trabalho e Renda) possui seis vagas para pessoas com deficiência, das 19. A esse público, três são para atuar como repositor de supermercado, uma como empacotador e uma como auxiliar de confeitaria. Vale ressaltar que o prefeito Orlando Morando (PSDB) pretende realocar o CTR para a sede do Poupatempo, situada no Centro. O Painel do Emprego de São Caetano dispõe de 13 oportunidades, sendo três para costureira. Em Mauá, das nove expostas no CPTR (Centro Público de Trabalho e Renda), seis são para balconista de açougue. Na maioria das vezes, as empresas contratantes exigem que os candidatos tenham o 2º grau completo, possuam experiência de pelo menos seis meses na função em que desejam trabalhar e alguma qualificação (por exemplo, curso para técnico e auxiliar de enfermagem ou eletricista). Mas isso não é regra, tudo varia de acordo com a firma. Eventualmente, é possível que o mesmo posto tenha sido anunciado em mais de um centro público, pelo fato de os equipamentos utilizarem o mesmo sistema de compartilhamento de vagas. Interessados devem comparecer às unidades munidos de carteira de trabalho, RG e CPF, das 8h às 17h, de segunda a sextafeira. MAIS EMPREGO - Até o fechamento desta edição, o MTE (Ministério do Trabalho e do Emprego) não havia levantado os postos em aberto na região.
sexta-feira, 07 de abril de 2017
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tecno
Informe publicitário
Toshiba à beira do precipício
O que aconteceu com a Toshiba, a empresa que já foi considerada o símbolo do milagre econômico do Japão pós-guerra, mas hoje enfrenta sérias dificuldades financeiras? Com 79 anos de história, a companhia anunciou que se prepara para reportar perdas de pelo menos US$ 3,4 bilhões (R$ 10,50 bilhões) no último ano. “E muitos acreditam que o pior ainda está por vir”, afirmou Karishma Vaswani, correspondente de negócios da BBC na Ásia. O futuro da empresa. advertem alguns especialistas, está em risco. Um dos principais responsáveis pela atual situação da Toshiba é o desempenho de sua unidade nuclear nos Estados Unidos, que vai provocar uma baixa contábil de aproximadamente US$ 6,3 bilhões (R$ 19,45 bilhões), conforme revelado nesta semana. O deficit elevado levou à renúncia do presidente da empresa, Shigenori Shiga, e também forçou a companhia a adiar por um mês a publicação de seu balanço contábil. Eletrônicos no passado “As pessoas ainda reconhecem o nome Toshiba pelos produtos eletrônicos, mas esse já não é mais o coração de
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bilhões (R$ 27,7 bilhões a R$ 40 bilhões). A venda de parte desse negócio compensaria as perdas do setor nuclear. Como fabricante desses chips, a empresa só perde para a coreana Samsung. Mas alguns dizem que os problemas da japonesa têm raízes mais profundas.
seus negócios”, observa Bill Wilson, repórter especialista em negócios da BBC. A Toshiba, lembra Wilson, não mais fabrica televisores para exportação, e sua linha de eletrodomésticos dá prejuízo. Nos dias atuais, a japonesa é um conglomerado com diferentes negócios, como a energia nuclear, que responde por um terço de sua renda e, agora, gera prejuízo. A Westinghouse Electric, subsidiária nuclear da Toshiba nos EUA, comprou ativos de outra firma do setor, a Chicago Bridge & Iron (CB&I), em 2015. Bill Wilson diz que os ativos adquiridos provavelmente valiam menos do que o estimado inicialmente - e agora há uma disputa sobre o pagamento. Dificuldades mundiais O setor de produção de energia nuclear enfrenta desafios em todo o mundo. Desde o desastre ocorrido na ja-
ponesa cidade de Fukushima, em 2011, a energia nuclear é um produto muito mais difícil de vender. Alguns governos têm reduzido a dependência em relação a esse tipo de energia e, em alguns casos, como em Taiwan, houve cancelamento total dos planos de geração de energia atômica. Além de protestos recorrentes e pressão de ambientalistas, há dificuldades regulatórias e de escassez de pessoal qualificado, o que muitas vezes leva à demora e agrega custo adicional aos projetos. À espera de ajuda Apesar das dificuldades, a Toshiba não se dá por vencida. A companhia espera que sua salvação venha de suas outras linhas de negócios, como a unidade que fabrica chips de memória para telefones e computadores, avaliada entre US$ 9 bilhões e US$ 13
Um exemplo é que sua gestão é classificada como “desastrosa” por Amir Anvarzadeh, da empresa de investimentos BGC Partners, de Cingapura. Parte do problema é que a gigante japonesa está confiante de que o governo em algum momento vai ajudá-la, diz Karishma Vaswani, correspondente da BBC na Ásia - e como se trata de uma empresa que emprega 180 mil pessoas, é difícil de imaginar um cenário diferente. Vaswani lembra que outras gigantes japonesas, como a Sharp, Takata e a Mitsubishi, também enfrentam dificuldades. “A Toshiba não está gerando lucros e mentiu sobre isso. Fez maus investimentos e mentiu sobre isso”, acrescenta. Segundo a correspondente, a empresa sobrevive em grande parte por causa da proteção governamental - uma situação que pouco lembra seus velhos tempos de glória.
Chefe do grupo Samsung é preso por corrupção na Coreia do Sul
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O chefe do grupo Samsung, Jay Y. Lee, foi preso na sexta-feira (horário local), informou um tribunal sul-coreano, por seu suposto papel em um escândalo de corrupção que levou o Parlamento a acusar a presidente do país, Park Geun-hye. Lee, de 48 anos, foi levado para o Centro de Detenção de Seul, onde aguardou a decisão do tribunal após uma audiência fechada de um dia que terminou na noite desta quinta-feira (16). A promotoria concentrou suas investigações na relação do grupo Samsung com Park, que foi acusada em dezembro e foi destituída de seus poderes enquanto o Tribunal Constitucional decide se deve ou não sustentar seu impeachment.
Promotores acusaram a Samsung de pagar subornos no valor de 43 bilhões de wons (US$ 37,74 milhões) para organizações ligadas a uma amiga próxima de Park, Choi Soon-sil, para garantir o apoio do governo para a fusão de duas unidades da empresa. O Tribunal do Distrito Central de Seul,
contudo, rejeitou um pedido para emitir um mandado de prisão para o presidente da Samsung Electronics, Park Sang-jin, que também chefia a Federação Equestre da Coreia. O mesmo tribunal rejeitou um pedido dos promotores no mês passado para prender Lee. Na terçafeira, o Ministério Público Especial
pediu novamente a prisão de Lee por suborno e outras acusações. A promotoria afirmou ter obtido provas adicionais e oferecido mais acusações contra Lee, líder da terceira geração do grupo, no último pedido de prisão. O pai de Lee, o patriarca do grupo Samsung Lee Kun-hee, ficou incapacitado por um ataque cardíaco em 2014. “Reconhecemos a causa e a necessidade da prisão”, disse o juiz em sua decisão, citando alegações adicionais e provas. O grupo Samsung - maior fabricante de smartphones do mundo - informou que fará o seu melhor para garantir que a verdade seja revelada em futuros processos judiciais, após a prisão de Lee.