Edição 2724 15/02/18

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Cidades Política Cultura Esportes São Caetano Mundo Economia Tecno

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Planalto coloca Huck no radar e pressiona aliados

NESTA EDIÇÃO

O movimento foi para reagir às articulações do governador de São Paulo. 4Pág. 06

Telas oficiais retratando os Obamas são reveladas As telas foram pintadas por artistas negros.

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Estudo reforça a sensação de que o Facebook não é mais uma rede social para jovens 4Pág. 16

abc

Quinta-feira, 21 15 de outubro fevereirode de2015 2018 Quarta-feira, 2724 Ano IX XII Edição 2125

“Os árbitros da Champions usam spray pirata”

Saiba quais são as mudanças que passam a valer nas eleições deste ano

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O brasileiro deverá acompanhar uma campanha eleitoral diferente em 2018: o saldo dos candidatos para gastar na divulgação de suas propostas ficará mais curto. Em 2017, diante da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impedir que empresas façam doações para as campanhas, o Congresso Nacional definiu novas normas para financiar a propaganda antes das eleições.

“A Champions League é o torneio que mais produz riqueza na indústria do futebol, mas seus árbitros usam um spray pirata”, disse Pablo Silva, um dos inventores do chamado vanishing spray, o instrumento com que os juízes apontam com espuma a distância de 9,15 metros que deve separar a bola da barreira nas faltas.

4,25 milhões de foliões brincaram no Carnaval de SP

DESTAQUE SQN

esportes Japonês da patinação de velocidade protagoniza o 1º caso de doping em Pyeongchang. 4Pág. 11

eleições Ainda dá tempo de fazer cadastro de biometria para a eleição?. 4Pág. 08

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Meio ambiente Mudança climática, o fenômeno que acabou com as reservas mundiais de água.

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carreira

Contagem é baseada nos números fornecidos pelos blocos e em imagens de drones. 4Pág. 03

Conheça o líder que os RHs querem em 2018. 4Pág. 14


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2 editorial

Balcão de negócios

PASSANDO A LIMPO

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FUABC n A promessa de enxugamento no quadro de funcionários da FUABC

(Fundação do ABC) caminha a passos lentos. Comparação de dados de 2015 e de 2017 sobre o número de colaboradores vinculados à entidade regional mostra que somente 9,3% dos cargos foram de fato enxugados. Em 2015 a Fundação contabilizava 22.424 trabalhadores espalhados por 19 equipamentos e da administração da própria FUABC. Em 2017, o saldo foi de 20.514 funcionários, corte de 1.910 vagas.

tímido n O número ainda é mais tímido quando é levado em consideração ape-

nas o número de unidades atendidas pela FUABC. Isso porque, em 2015, o Hospital Municipal de Osasco estava na cartela de clientes da entidade do Grande ABC e, à época, contava com 922 colaboradores. Em 2017, o prefeito de Osasco, Rogério Lins (Podemos), decidiu romper o contrato, alegando alto volume de reclamações, embora a prefeitura da Região Metropolitana não honrasse diariamente com os repasses pelos serviços prestados. Por isso, sem Osasco, o enxugamento de gastos com pessoal fica em 8,5%, passando das 22.424 funções para 21.502.

rebate n Segundo a FUABC, “o número de funcionários nas unidades de Saúde

administradas pela FUABC está vinculado a contratos de gestão e convênios específicos firmados com o governo do Estado de São Paulo e com municípios”. “Dessa forma, não é possível aplicar cortes de pessoal em hospitais e demais unidades de Saúde sem que haja repactuação do respectivo contrato com o parceiro. A entidade, hoje presidida por Carlos Maciel, indicado por São Bernardo, argumentou que houve redução no número de cargos vinculados diretamente a ela – vagas que a entidade tem controle de admissão e demissão.

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Pela primeira vez, o ministro da Saúde defende cortes e não o aumento de investimentos. Os 4,7% do PIB dedicados ao SUS, para Ricardo Barros, são muito, quando a média mundial é de 6% e, em países que possuem sistemas universais como o nosso, os investimentos são ainda maiores: Reino Unido (7,5%), França (8,9%) e Argentina (10%). O caminho do ministro para desmontar o SUS foi o da desregulamentação. A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é o maior exemplo: foi modificada aos atropelos para permitir o corte drástico das equipes e o “desfinanciamento”. É saúde pobre feita para pobres. Ensaia fazer o mesmo com a saúde mental. Trata-se de uma gestão que está entregue aos tratos políticos mais torpes; às transações empresariais mais injustificáveis, um balcão de negócios. É inconcebível um ministro da Saúde aceitar o PLN 33/17, que remanejou R$ 500 milhões dos medicamentos de alto custo — deixando milhares de pacientes sem o tratamento que lhes garante a vida — para compra de ambulâncias, a serem distribuídas aos municípios por deputados que salvaram a pele de Temer. Se medicamento não compra voto, move milhões. O documentário “Fire in the Blood”, de Dylan Mohan Gray, relata o jogo inescrupuloso dos grandes laboratórios internacionais com a população de países que não detêm tecnologia de produção de remédios. O antifúngico Fluconazol, que em laboratórios públicos sai por US$ 0,05, era

vendido pela Pfizer na África por US$ 40,00. O Brasil enfrenta esta luta com as Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP), que garantem transferência de tecnologia para laboratórios públicos. Sem elas, estávamos reféns do grande cartel de laboratórios, que nos impunha preços escorchantes. No Brasil, o frasco da Alfaepoetina 4.000 UI custava, em 2004, R$ 91,00 em compras por licitação. Em 2007, após PDP com Cuba, o custo caiu 81,6% (para R$17,26), o que permitiu triplicar o acesso. O início da operação da planta de R$ 500 milhões construída em Biomanguinhos (Fiocruz) derrubará ainda mais o preço. E mais importante: teremos a capacidade de desenvolver aqui novos biofármacos. Situação similar à dos hemoderivados, para os quais investimos R$1 bilhão na construção da fábrica da Hemobras em Pernambuco. Todo este planejamento de soberania nacional está sendo desmontado pelo ministro, que abandonou as indústrias públicas para ceder ao dumping interessado em afundar este projeto. Hoje, nenhum laboratório nacional produz os princípios ativos destes medicamentos e os importam. O Tribunal da Contas da União (TCU) reconheceu as graves ameaças e tomou duas corajosas decisões preservando a Hemobras e exigindo a volta das aquisições de Alfaepoetina da Fiocruz. Nos dois casos, o ministro deu de ombros. Na Hemobras, um juiz federal o obrigou a ceder. Na Fiocruz, também iremos à Justiça.

FRASES

Comecei a sacrificar um pouco o lado família. Eu chegava em casa e trabalhava em casa. Celso Portiolli, apresentador

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cidades

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estatística

4,25 milhões de foliões brincaram no Carnaval de São Paulo

O carnaval de rua de São Paulo teve público de 4,25 milhões entre sábado (10) e segundafeira (12), de acordo com a Prefeitura. Somado ao pré-carnaval, no último fim de semana, o público total é de 8 milhões de foliões. A Prefeitura considera

como carnaval oficial o período entre 3 e 18 de fevereiro, com 491 desfiles de blocos previstos. A gestão João Doria (PSDB) afirma que esse é o recorde de participantes do evento. Segundo a administração municipal, a

estimativa “é baseada nos números fornecidos pelos blocos e no monitoramento feito pela própria administração, por meio da Secretaria de Prefeituras Regionais, CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e GCM (Guarda Civil Metropo-

litana), que utilizou drones e o helicóptero da Policia Militar para registrar imagens”. No sábado, afirma a gestão Doria, o público foi de 1,65 milhão. No domingo, 1,45 milhão de foliões acompa-

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nharam o carnaval de rua e, na segunda-feira, foram 1,15 milhão, segundo a Prefeitura. A maior concentração de foliões foi na Avenida 23 de Maio, na zona sul da capital, que se consolidou como a nova passarela da folia de rua paulistana.


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CIDADES

meio ambiente

Mudança climática, o fenômeno que acabou com as reservas mundiais de água Foto: Divulgação

Muito antes da seca na Cidade do Cabo, que poderia privar a urbe sul-africana de água corrente a partir de maio, e inclusive antes da entrada em cena da mudança climática, o mundo já vivia uma crise hídrica. Os sinais de que as reservas de água doce estavam em perigo eram evidentes: grandes rios bloqueados por represas exploradas até a última gota, lençóis freáticos milenares vazios, águas atingidas por diversos tipos de contaminação.

vel mais baixo e o governo sul-africano teve que declarar nesta terça-feira o estado de “desastre natural”. Os especialistas climáticos haviam previsto isso, mas não tão cedo. “A mudança climática deveria ter nos atingido em 2025 (...) Os serviços meteorológicos da África do Sul falaram comigo que seus modelos já não funcionam”, declarou a responsável da província do Cabo ocidental, Helen Zille.

No entanto, a segunda cidade sul-africana não sofria com esses problemas. Em 2014, a meia dúzia de depósitos que fornecia água para seus quatro milhões de habitantes estava cheia.

Em escala global, a crise hídrica se desenhava há décadas. O Fórum Econômico Mundial inclui a cada ano este fenômeno entre as ameaças mundiais potencialmente mais graves, à frente de catástrofes naturais, migrações em massa e ciberataques.

Mas depois de três anos de uma seca histórica, as reservas estão em seu ní-

O lençóis subterrâneos fornecem água potável a ao menos metade da humanidade,

assim como 40% da água usada para a agricultura. Mas os aquíferos não enchem tão facilmente como um depósito após uma tempestade: na escala do tempo humano, não são um recurso renovável. A maior parte das regiões do mundo já ultrapassou o que o climatologista Peter Gleick chama de “o teto da água”. “As pessoas vivem em lugares onde utilizam toda a água renovável, o que é pior, vivem precariamente bombeando excessivamente as águas subterrâneas não renováveis”, explica à AFP. Uma superexploração gera ao mesmo tempo infiltrações de água salgada e desmoronamento de terrenos, afundando a cada ano um pouco mais dezenas de metrópoles como

México, Jacarta e Tóquio. E “a mudança climática vem se somar a tudo isso”, adverte. O planeta já esquentou 1ºC desde a era pré-industrial, e ainda poderia aumentar um ou dois graus. Segundo os especialistas de clima da ONU (IPCC), com cada grau adicional, cerca de 7% da população mundial perde ao menos 20% de seus recursos de água renovável. Daqui até 2030, o mundo enfrentará um déficit de água de 40% se não agirem para limitar a mudança climática. Ao mesmo tempo, a demanda mundial aumentará 55% sob a pressão das metrópoles dos países em desenvolvimento. “Com o agravamento da mudança climática,

os impactos sobre os recursos hídricos também piorarão”, previne Gleick. A perspectiva de contar com encanamentos vazios preocupa algumas áreas urbanas, como a Califórnia, que sai de um período de seca, ou São Paulo, que esteve a ponto de sofrer o “Dia Zero”, sem água corrente, em 2014-2015. Grandes regiões da África serão particularmente vulneráveis à medida que a mudança climática se agravar. Assim, na Cidade do Cabo, o espectro do “Dia Zero” é só o início. “O risco de anos secos aumenta conforme nos aproximamos do final do século”, comenta Piotr Wolski, hidroclimatologista da Universidade do Cabo.


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cidades

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contexto

O escândalo sexual que põe em xeque uma das maiores ONGs do mundo

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Acusada de acobertar escândalos sexuais envolvendo seus próprios funcionários, a organização não governamental britânica Oxfam, uma das mais importantes instituições de caridade do mundo, tem sua reputação colocada em xeque e corre o risco de perder verbas. Nesta segunda-feira, o órgão regulador de ONGs no Reino Unido anunciou que iria abrir uma investigação para analisar como a Oxfam lidou um escândalo sexual ocorrido em 2011 no Haiti. O órgão disse ainda, em comunicado publicado online, acreditar que a Oxfam não prestou todas as informações que deveria. No mesmo dia, uma ex-chefe da entidade revelou ao canal de televisão britânico Channel 4 que há indícios de que adolescentes voluntárias foram abusadas no Reino Unido e que funcionários trocaram ajuda humanitária por sexo no exterior. Segundo afirmou Helen Evans, que foi chefe do departamento de prevenção de danos da Oxfam entre 2012 e 2015, em alguns países (não especificados por ela), 1 em 10 dos funcionários foi assediado sexualmente ou testemunhou abusos envolvendo colegas. O que acontece com o corpo no treino de alta intensidade - e por que ele é eficiente ‘Uso de cocar no carnaval é troca, não discriminação’, diz liderança indígena que viralizou na web Suspeito de caça ilegal é devorado por leões na África do Sul As acusações contra a ONG estão nas manchetes de todos os jornais britânicos desta terça. Mas o escândalo envolvendo a Oxfam começou a vir à tona na semana passada. O jornal britânico The Times foi o primeiro a revelar, na sexta, que alguns dirigentes e funcionários da instituição contrataram prostitutas e organizaram orgias em instalações financiadas pela Oxfam no Haiti, durante a missão humanitária depois do terremoto que destruiu o país em 2010. Segundo a publicação, a Oxfam tinha conhecimento de “preocupações internas” relaciona-

das a Roland van Hauwermeiren, diretor da ONG no Haiti, e a outro homem quando estes ainda trabalhavam no Chade, antes de assumirem postos sêniores no país caribenho. À época, a Oxfam divulgou apenas que sérios desvios tinham sido identificados no Haiti, mas não revelou detalhes do caso. Pedido de desculpas Mark Goldring, presidenteexecutivo da Oxfam no Reino Unido, pediu desculpas e admitiu que a instituição errou ao permitir que van Hauwermeiren fosse transferido depois de ter sido alvo de acusações. Também afirmou que contratar prostitutas não é “explicitamente proibido” pelo código de conduta da Oxfam, mas sim é vedado manchar a reputação da entidade e abusar de pessoas que poderiam ter sido beneficiárias de ajuda humanitária. A Oxfam afirmou que pretende esclarecer as acusações com o máximo de transparência e urgência. Depois que o Times noticiou que a entidade teria acobertado o escândalo no Haiti, a funcionária Penny Lawrence renunciou ao cargo de diretora dos programas internacionais da Oxfam. Ela afirmou que estava envergonhada e que assumia plena responsabilidade. Lawrence entrou na Oxfam

em 2006 e, segundo o site da ONG, liderava equipes em 60 países, entre eles o Brasil. ‘Haiti não era caso isolado’ Helen Evans, a ex-chefe do departamento de prevenção de danos da Oxfam, diz que, em 2012, foi encarregada de conter a cultura de abuso dentro da ONG. Uma investigação interna sobre o caso do Haiti levou ao afastamento de quatro funcionários afastados e à renúncia de outros três. No entanto, segundo Evans, o que aconteceu no Haiti “não foi um caso isolado”. Ela diz que, à medida que criou mecanismos para recolher denúncias, contabilizou 12 casos entre 2012 e 2013 e outros 39 entre 2013 e 2014, sendo que 20 deles foram comprovados por completo ou parcialmente. Evans, contudo, diz que enfrentou dificuldades não apenas para reportar as denúncias como também para conseguir mais recursos para combater a cultura de abuso sexual em alguns escritórios da entidade. “Num determinado momento, senti que tinha exaurido todos os caminhos internos disponíveis e que meu cargo na organização e que minha presença não eram

mais sustentáveis. Saí preocupada e frustrada por não haver (visto) um compromisso sério com mudanças”, diz o texto publicado na conta de Evans no Twitter. Oxfam ameaçada? A Oxfam tem cerca de 5 mil funcionários, 27 mil voluntários e 800 mil apoiadores. Segundo relatório da entidade, suas atividades ajudam mais de 11 milhões de pessoas no mundo. No ano passado, gastou cerca de R$ 1,2 bilhão em ajuda humanitária, desenvolvimento e campanhas. Além de doações e de recursos arrecadados com a venda de produtos em lojas de caridade no Reino Unido, a ONG recebe verba do governo britânico e da União Europeia (EU). A Comissão Europeia, que representa e defende os interesses da UE, pediu esclarecimentos e afirmou exigir o máximo de transparência da Oxfam. Ameaçou, também, interromper o financiamento a qualquer parceiro que não siga diretrizes éticas. A Oxfam recebeu cerca de 1,7 milhões de euros em financiamento da UE para o programa de ajuda humanitária no Haiti em 2011. Além das ameaças de

perder dinheiro, a entidade viu sua reputação ser duramente atacada. O embaixador do Haiti em Londres, Bocchit Edmond, classificou as revelações de chocantes, vergonhosas e inaceitáveis. Por sua vez, o presidente do Haiti, Jovenel Moise, condenou a postura dos funcionários da Oxfam e disse que “predadores sexuais exploraram pessoas carentes no momento de maior vulnerabilidade”. Will Grant, analista da BBC, diz que havia o temor dentro do governo britânico de que as alegações de abuso no Haiti pudessem ser “a ponta do iceberg” e que a Oxfam se transformasse em alvo de investigação assim como todas as agências de ajuda humanitária que atuam no Haiti. Segundo Grant, há muito ressentimento entre os haitianos em relação à impunidade relacionada às agências internacionais. Depois do escândalo, a Oxfam assumiu compromisso público de melhorar os sistemas de prevenção e condução de denúncias de abuso e assédio sexual. Prometeu revisar os casos e adotar medidas mais rigorosas para recrutar funcionários.


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política

contexto

Planalto coloca Huck no radar e pressiona aliados Foto: Divulgação

Sem expectativa de manter a unidade dos partidos aliados na eleição, o Palácio do Planalto mudou a estratégia e passou a elogiar o apresentador Luciano Huck, sob o argumento de que ele pode até mesmo ter o apoio do MDB, se for candidato à cadeira do presidente Michel Temer. O movimento foi calculado para reagir às articulações do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na tentativa de mostrar que o MDB pode desequilibrar o jogo. Dono do maior tempo de TV na propaganda política, o partido de Temer não pretende avalizar Huck, que hoje flerta com o PPS. Com a nova tática, porém, demarca o território para deixar claro que, se não querem o seu “dote” por medo da impopularidade do presidente, um outsider na política pode leválo e sair na frente nessa corrida. Nos bastidores, auxiliares de Temer dizem que tanto Alckmin quanto Maia fazem discurso público favorável à reforma da Previdência, mas, na prática, lavam as mãos e não

ajudam a angariar votos para aprovar a proposta. A avaliação no Planalto é a de que os dois não têm interesse em fortalecer o governo em um ano eleitoral. Desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) a 12 anos e 1 mês de prisão, o centro político intensificou as negociações para encontrar um nome que possa herdar votos do petista, caso ele fique inelegível pela Lei da Ficha Limpa. O problema é que, até agora, todos os postulantes desse espectro patinam nas pesquisas de intenção de voto, e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) está isolado no segundo lugar, atrás de Lula. Agenda Maia é um dos pré-candidatos que mais incomodam o Planalto porque, além de avançar sobre partidos da coalizão, critica o governo. Com relacionamento apenas protocolar com Temer, o presidente da Câmara

projeta sua campanha com apoio do PP, PR, PRB, PHS e Solidariedade. Em recente reunião com o senador Ciro Nogueira, presidente do PP, o deputado Paulo Pereira da Silva – que comanda o Solidariedade – e os ministros Alexandre Baldy (Cidades) e Mendonça Filho (Educação), Maia pregou uma agenda “mais popular”. “O Orçamento da União está comprometido, mas não com novas políticas públicas que cuidem dos jovens”, insistiu ele na reabertura dos trabalhos do Legislativo, em mais um discurso que contrariou o Planalto. “Falar a verdade é sempre o caminho para que a política se reconcilie com a sociedade.” Temer vai aproveitar a reforma ministerial, no fim de março, para condicionar a manutenção dos partidos na Esplanada ao apoio a um candidato que defenda o governo na campanha. Até hoje, porém, esse nome não apareceu. O titular da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), é um

dos que disputam a vaga, mas o próprio Temer disse preferir que ele continue no comando da economia. “Só vou tomar uma decisão no fim de março. Peru não morre de véspera”, brincou o ministro, que, sem a chancela do PSD de Gilberto Kassab, pode migrar para o MDB. A decolagem de Alckmin, por sua vez, é vista com ceticismo no Planalto. O presidente e seus interlocutores, no entanto, mantêm diálogos frequentes com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Embora amigos em comum de Temer e Alckmin tentem promover um encontro entre os dois para verificar se é possível algum acerto do MDB com o PSDB, nada foi marcado. “É importante conversar. O Brasil não precisa de guerreiros, mas, sim, de pacificadores”, disse o governador ao Estado. Alckmin está preocupado com a falta de candidatos próprios do PSDB para lhe dar palanque em Minas e

no Rio, dois dos três maiores colégios eleitorais, depois de São Paulo. A portas fechadas, correligionários de Temer comentam que o tucano poderá ser “cristianizado” na campanha, se não conseguir melhorar seu desempenho. “Michel, com sua alta popularidade, é que deve ser o candidato desse campo. Só ele tem condições de unir os aliados”, ironizou o senador Renan Calheiros (MDB-AL), adversário político do presidente. Ministros do MDB argumentam que, se até abril a retomada econômica provocar uma sensação de bem estar social, Temer poderá ganhar pontos e tentar novo mandato. Observam, porém, que, caso sua aprovação permaneça baixíssima, ele não disputará para não ser submetido a um fiasco nas urnas. Nesse cenário, a tendência é que o MDB negocie um candidato a vice, apostando na eleição de grandes bancadas na Câmara e no Senado para voltar a dar as cartas no Congresso, a partir de 2019


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política

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fique por dentro

Saiba quais são as mudanças que passam a valer nas eleições deste ano Foto: Divulgação

O brasileiro deverá acompanhar uma campanha eleitoral diferente em 2018: o saldo dos candidatos para gastar na divulgação de suas propostas ficará mais curto. Em 2017, diante da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impedir que empresas façam doações para as campanhas, o Congresso Nacional definiu novas normas para financiar a propaganda antes das eleições. Depois de muita polêmica e poucos dias antes do prazo final para a norma valer em 2018, Câmara e Senado aprovaram a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que nas eleições deste ano receberá R$ 1,716 bilhão. As informações são da Agência Senado. O plano inicial era colocar o fundo na Constituição, por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), e estimálo em cerca de R$ 3,6 bilhões - 0,5% da Receita Corrente Líquida (RCL) da União. No entanto, a resistência em destinar esse montante para o fundo e a necessidade do aval de 308 deputados em dois turnos para a

aprovação da PEC levou as lideranças a abandonar a proposta – que só teve um ponto votado – e passar para um projeto de lei, de aprovação mais simples. Foi assim também em 2013 e 2015, quando deputados e senadores abandonaram mudanças constitucionais em prol de minirreformas eleitorais. Relator da proposta, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) afirmou que as campanhas ficarão mais baratas. “Não haverá mais espaço para grandes contratações de marqueteiros. Não há mais motivo para mobilização de grandes equipes de cinegrafistas para cobrir eventos de rua”, afirmou. O fundo tem regras para a sua distribuição definidas em lei: uma pequena parcela é rateada entre todos os partidos e o restante de acordo com a votação dos partidos e a sua representação no Congresso. As campanhas também ganharam tetos que vão de até R$ 70 milhões para candidato a presidente da República a

R$ 1 milhão para campanhas de candidatos a deputado estadual e distrital. Além do dinheiro público, as campanhas poderão contar com doações de pessoas físicas, limitadas a 10% do rendimento bruto do ano anterior ao das eleições – mas cada pessoa não poderá doar mais que dez salários mínimos para cada cargo ou chapa majoritária. E este é o ponto que poderá ir parar na Justiça em 2018, uma vez que, com a derrubada de um veto pelo Congresso, em dezembro do ano passado, os candidatos passaram a ser impedidos de usarem recursos próprios para financiar integralmente a própria campanha. Assim, eles estariam enquadrados nas limitações das pessoas físicas. Crowdfunding e conteúdo A internet também ganhou mais espaço nas eleições de 2018, com a liberação da arrecadação por ferramentas de financiamento coletivo – o crowndfunding

– e a legalização do chamado impulsionamento de conteúdo, praticado por meio das redes sociais com empresas especializadas. Se a internet cresceu, a propaganda no rádio e na televisão foi diminuída para permitir uma campanha mais barata – grande parte dos custos fica na produção deste tipo de conteúdo. No segundo turno, em vez de se iniciar 48 horas após a votação, a propaganda só retorna à TV e rádio na sexta-feira seguinte ao resultado, com um tempo menor. Além disso, parte da propaganda partidária foi extinta para que o dinheiro da renúncia fiscal seja incorporado ao orçamento do fundo de financiamento de campanhas. Cláusula de Desempenho Outra mudança que vai entrar em vigor depois do resultado das eleições de 2018 é a cláusula de desempenho, que deve mexer com o cenário partidário dos próximos 4 anos. A in-

tenção é diminuir o número de partidos, já que hoje há mais de 20 legendas com representação no Congresso. Menos partidos permite mais estabilidade ao chefe do Executivo, que terá de negociar com menos líderes para construir uma base. A Emenda Constitucional 97/17 define que só terá direito aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV partidos que tiverem recebido ao menos 1,5% dos votos válidos nas eleições de 2018 para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da federação (9 unidades), com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada uma delas. As regras vão se tornando mais rígidas, com exigências gradativas até 2030. A partir das eleições de 2020, os partidos não poderão mais se coligar na disputa das vagas para vereadores e deputados (federais, estaduais e distritais). Para 2018, as coligações estão liberadas.


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política

atenção

Ainda dá tempo de fazer cadastro de biometria para a eleição?

Em mais de 700 municípios brasileiros, o cadastramento biométrico obrigatório para a eleição terminou em 2017 ou está para terminar em 2018. Como saber qual é o caso na sua cidade? É só consultar a lista ao final desta matéria, com os dados fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se a sua cidade não estiver na lista, significa uma de duas coisas: que a biometria ainda não é obrigatória ou que o TSE considerou todos os eleitores do local já cadastrados. Para saber qual é o caso do seu

município, é preciso acessar o site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do seu estado e fazer a pesquisa na área de “biometria”. Também dá para fazer a pesquisa no site do TSE: acesse a aba“Eleitor e eleições”e escolha a opção “biometria”. Nas abas superiores, escolha “Acompanhamentos” e depois selecione “Biometria atual por município”. Assim, você fica sabendo se o cadastro biométrico já atingiu a meta na sua cidade. Todos os municípios do Tocantins, por exemplo, já finalizaram os cadastros.

Se a biometria ainda não for obrigatória na sua cidade, você pode se adiantar e já fazê-la. Se o prazo já tiver acabado, veja as instruções abaixo. Ainda dentro do prazo: o que fazer? O prazo para fazer o cadastro de biometria está próximo do fim em mais de 100 cidades. Se for o caso da sua, você deve consultar o site do TRE do seu estado e verificar se é necessário agendar o atendimento. Nas cidades do estado de São Paulo, por exemplo, é preciso fa-

zer o agendamento pelo site antes de comparecer ao cartório. Se o período de agendamento já tiver encerrado, será necessário ir ao cartório eleitoral da mesma forma, mas aguardar na fila pelo atendimento comum. Para fazer o cadastro, leve um documento original com foto, um comprovante de residência dos últimos três meses e o título de eleitor, para quem já tiver. Acabou o prazo: e agora? Se na sua cidade o cadastramento biométrico já foi encerrado e você não fez o cadastro, seu

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título de eleitor está suspenso. Quem está nessa situação também deve procurar o cartório eleitoral para regularizar a situação até o dia 9 de maio. Depois disso, o título será cancelado. Sem ele, você não pode participar de concursos públicos nem tirar passaporte. Se você tiver o título cancelado, também será necessário procurar o cartório eleitoral (verificando a necessidade de agendamento) e cumprir os procedimentos de regularização, que normalmente incluem o pagamento de uma multa.


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cultura

acontece

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na avenida

Ney planeja gravar o próximo álbum de estúdio a partir de show ainda inédito

De bem com a vida, Martinho faz 80 anos nos braços do samba, do povo e da Vila Foto: Divulgação

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“Quem quiser saber meu nome, Não precisa perguntar Sou Martinho lá da Vila, Partideiro devagar Quem quiser falar comigo Não precisa procurar Vá aonde tiver samba Que eu devo estar por lá” Ao se apresentar em versos do samba Quem é do mar não enjoa, um dos sucessos do retumbante álbum de estreia que lançou em 1969, Martinho José Ferreira deu a senha para a entrada no universo particular de um dos grandes compositores do Brasil. Foi nessa cadência lenta que, devagar devagarinho, sempre de bem com a vida, Martinho chega hoje, 12 de fevereiro de 2018, aos 80 anos de vida, festejados na madrugada dessa segunda-feira de Carnaval do alto de um carro alegórico do desfile da Unidos de Vila Isabel, a escola de samba que o cantor incorporou ao nome artístico desde a década de 1960.

Já faz cinco anos que Ney Matogrosso gravou e lançou em 2013 o último álbum de estúdio, Atento aos sinais, registro parcial do show que estreou em fevereiro daquele ano de 2013 e cuja turnê nacional somente será encerrada em 31 de março deste ano de 2018, em apresentação na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Só que, talvez por estar atento aos sinais

dos 77 anos que completará em 1º de agosto, o cantor já idealiza um próximo trabalho quase na sequência do fim da turnê mais longeva da carreira. Como tem sido praxe na discografia de Ney na última década, o próximo álbum de estúdio do cantor será originado do inédito show que o artista pretende estrear ainda

em 2018 ou, no máximo, no início de 2019. Somente depois de testar o repertório no palco é que Ney entrará em estúdio para dar forma ao álbum. Estão previstas no disco músicas como Eu quero é botar meu bloco na rua (Sérgio Sampaio, 1972), A maçã (Raul Seixas, Paulo Coelho e Marcelo Motta, 1975) e O que será (À flor da terra) (Chico Buarque, 1976).

Martinho não é do mar, mas da terra batida de Duas Barras (RJ), cidade fluminense onde veio ao mundo em 12 de fevereiro de 1938, dia de Carnaval. Ao migrar para a cidade do Rio de Janeiro (RJ), Martinho foi para o morro e, nas andanças entre morro e asfalto, começou a pavimentar os caminhos de obra que, embora pautada pelo samba, tem certa diversidade rítmica que comporta gêneros como o ruralista calango e até o blues. O jeito manemolente de cantar já fez com que todo mundo pensasse que Martinho era baiano, como ele mesmo reconhecia, maroto, nos versos de Boa noite (1969), outro sucesso do histórico primeiro álbum solo do sambista. Martinho até canta e compõe

o samba da Bahia, mas a matriz da obra autoral do artista é o samba à moda do Rio de Janeiro. Foi nesse vasto terreirão que Martinho fez história ao dar tom mais coloquial ao samba-enredo e ao atualizar o partido alto, trazendo o samba das quadras para a sala de estar da classe média do Brasil. Contudo, todo e qualquer traço de modernidade na obra de Martinho sempre foi desenhado sem ruptura com a tradição. Não raro, o partideiro devagar dá voz a bambas já ancestrais como Alfredo da Rocha Vianna Filho (1897 – 1973), o Pixinguinha, e João Machado Guedes, o João da Baiana (1887 – 1974). Martinho sabe ir na fonte dos batuques. Mas esse batuqueiro de cadência própria nunca deixou de reforçar a assinatura em cada samba que compõe. É uma assinatura reconhecível, forte, típica de quem tem um estilo que o livra de preocupações com métricas e rimas. Chegou a compor o samba-enredo Pra tudo se acabar na quarta-feira (1983) – obra-prima do gênero com o qual a Vila Isabel desfilou no Carnaval de 1984 – sem refrão. Coisa de bamba! Na vida, Martinho também parece ser bamba. Venda dez mil ou um milhão de discos (como aconteceu com o álbum de 1995 Tá delícia, tá gostoso), permanece o mesmo, sem alterar o comportamento zen. A filha Mart’nália teve bem a quem puxar. Não há quem não goste de Martinho, o Ferreira, cidadão de bem. Prova foi a ovação das arquibancadas na madrugada de hoje quando, do alto do carro abre-alas do desfile da Unidos de Vila Isabel, Martinho passou feliz pela avenida, festejando os 80 anos de vida nos braços do povo e do samba, em tom maior.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

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10 esportes futebol

“Os árbitros da Champions usam spray pirata”

“A Champions League é o torneio que mais produz riqueza na indústria do futebol, mas seus árbitros usam um spray pirata”, disse Pablo Silva, um dos inventores do chamado vanishing spray, o instrumento com que os juízes apontam com espuma a distância de 9,15 metros que deve separar a bola da barreira nas faltas. “Nós temos a fórmula da Coca-Cola, mas a UEFA concorda com o uso de um produto que é pior que a Pepsi. É tão ruim que a espuma desaparece antes de tocar a grama. É como dar aos árbitros um apito que não tem som!”. Em 13 de dezembro, Ricardo Lafayette Campos, juiz da Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro, determinou em um auto que desde a Copa do Mundo de 2014 a FIFA é responsável pela utilização fraudulenta de uma ideia e um artigo que não lhe pertencem. Os prejudicados, segundo o juiz, são os proprietários da empresa Spuni, o argentino Pablo Silva e o brasileiro Heine Allemagne, inventores do aerossol que

com tanto prazer os árbitros usam há quatro anos em toda partida. “É evidente que a FIFA violou o fair play”, diz o juiz no parecer, “seu próprio lema de propaganda”. Lafayette não deu uma sentença, mas impôs medidas cautelares obrigando a FIFA a pagar 15 mil dólares (49 mil reais) pelo uso do aerossol em toda partida que for disputada no mundo sob a chancela de sua organização nos 44 países onde a patente foi registrada. A decisão afeta desde os jogos de seleções até os que se inserem em competições de clubes, responsabilidade das federações nacionais, como La Liga, Premier League e a Champions. Hoje em dia, por conta do problema de patente, o spray não tem sido utilizadonofutebolbrasileiro. “O aerossol está patenteado na Rússia e no Catar”, avisa Silva, “sedes das próximas Copas. É composto por proporções exatas de água, propelente e butano. A patente inclui a fórmula e o alcance, que determina

que é uma substância líquido-gasosa para delimitar distâncias em eventos esportivos, que se evapora em determinada quantidade de tempo e que não prejudica a saúde nem o gramado, além de resistir à chuva”. Silva e Allemagne o fabricaram, apresentaram à International Board, obtiveram a aprovação, treinaram os árbitros e cederam de forma gratuita sua utilização no Mundial do Brasil. Em troca, ambos os inventores afirmam que Julio Grondona, então vice-presidente da FIFA, lhes prometeu a compra do produto. Falaram de 40 milhões de euros (130 milhões de reais) por todo o projeto. Mas Grodona morreu em 30 de julho de 2014 e, depois da irrupção do escândalo de corrupção na FIFA, a negociação foi suspensa. “Nunca nos pagaram nada”, diz Silva.“Fomos cobrar e nos trataram com hostilidade.” Os inventores apresentaram à Justiça e aos meios de comunicação os principais documentos. Primeiro, um

email corporativo da FIFA, de Christian Volk, do departamento de Marketing, oferecendo-lhes 500 mil dólares pela patente (1,63 milhão de reais) e a comercialização do spray em janeiro de 2014; segundo, os documentos que certificam o registro da patente do spray em 2001, justo antes de começar a ser utilizado nos torneios profissionais no Brasil. A FIFA ignora esses fatos, ou diz que os ignora. “Apesar dos contínuos pedidos, o senhor Allemagne não especificou que tenha qualquer patente”, destaca em um comunicado um porta-voz do órgão que comanda o futebol mundial. “Muito menos de que maneira a FIFA conseguiu infringir seus direitos. Se o senhor Allemagne possui algum direito de patente, deveria discuti-lo com os fabricantes de spray, em vez de com a FIFA.” “Sendo a organização mundial que administra o futebol, a FIFA não é uma entidade dedicada à produção ou venda de produtos, como

Foto: Divulgação

o aerossol evanescente”, continua a nota, “e, portanto, não tem interesse em adquirir nenhuma patente para este ou outro produto. Além disso, a FIFA não é a organizadora de todas as partidas de futebol disputadas no mundo e, portanto, não está em condições de impor o uso do spray produzido por Allemagne, ou qualquer outro spray, aos organizadores dos jogos. Existem vários produtos disponíveis no mercado global, e a FIFA comprou o spray produzido por Allemagne para algumas de suas competições, bem como outros organizadores de partidas”. O juiz Lafayette não é da mesma opinião. Os advogados de Allemagne e Silva exigem uma indenização de 100 milhões de dólares (cerca de 326 milhões de reais) devido à permissão para o uso e pirataria generalizada da patente. Se nada mudar, na semana que vem, no estádio Santiago Bernabéu, as ricas chuteiras de Cristiano Ronaldo e Neymar pisarão em espuma falsificada.


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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

esportes 11

contexto

Japonês da patinação de velocidade protagoniza o 1º caso de doping em Pyeongchang Foto: Divulgação

O japonês Kei Saito, da patinação de velocidade, foi oficialmente confirmado como o primeiro caso de doping dos Jogos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul. O atleta testou positivo em um exame para a substância acetazolamida, um diurético que pode mascarar a presença de outras substâncias proibidas. O caso foi confirmado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) nesta terça-feira, quando informou que o competidor “aceitou de forma voluntária ser provisoriamente suspenso e deixar a vila olímpica”.

A substância encontrada no exame antidoping realizado por Saito pode ser usado para tratamento de glaucoma ou doença de altitude. E o japonês, que é reserva da equipe japonesa dos 5.000 metros, sequer competiu em qualquer prova nesta Olimpíada de Inverno de 2018. O teste que flagrou o uso de doping ocorreu antes do início do grande evento em solo sul-coreano. A CAS também informou nesta terça-feira que seu painel de juízes que cuidará do julgamento dos casos de doping dos Jogos de Inverno aplicará uma sentença final

ao atleta japonês após o término da grande competição, que vai até o próximo dia 25. O Comitê Olímpico Japonês, por sua vez, revelou que Saito foi submetido ao exame antidoping depois de um treino que realizou no último dia 4, pouco antes de ir dormir na vila dos atletas em Pyeongchang. Por meio de um comunicado, Saito negou que tenha se dopado intencionalmente para ter vantagem esportiva e disse que estava “extremamente chocado” com o resultado do exame. “Eu nunca considerei doping. Eu nunca usei esteroides anabo-

lizantes, então eu nunca precisei me esconder isso”, afirmou. O patinador japonês disse também que aceitou a suspensão provisória porque “não quer ser uma perturbação para os companheiros de equipe nos Jogos de Inverno” e que, por isso, resolveu deixar a vila dos atletas de forma voluntária. Yasuo Saito, vice-presidente do Comitê Olímpico Japonês, afirmou que a entidade iria trabalhar para ajudar o patinador de 21 anos de idade a limpar o seu nome depois dos Jogos de Inverno. “Neste ponto, tudo que nós sabemos é que a amostra A e a amostra B testaram positivo

(para doping)”, disse o dirigente, para depois enfatizar que a suspensão aplicada ao atleta é uma “medida provisória”. “A violação às regras antidoping não foram provadas, então isso ainda não está decidido (de forma definitiva)”, destacou o líder da delegação japonesa em Pyeongchang, que tem o mesmo sobrenome do patinador e assegurou que o competidor “não tem ideia de como isso aconteceu”. Para completar, prometeu que o comitê do país “continuará fazendo todos os esforços para provar que não houve violação às regras antidoping por parte de Kei Saito”.


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12 são caetano boa notícia

Fundação Pró-Memória prorroga exposição Enredo até o mês de março

Uma boa notícia para os amantes da arte. A Fundação Pró-Memória de São Caetano, por meio do Ateliê Pedagógico - Espaço Cultural Casa de Vidro, prorrogou até dia 1º de março a exposição Enredo - caminhos da linha em Eduardo Nunes. OBRAS

Com 46 obras, a mostra apresenta o trabalho do ilustrador Eduardo Nunes, cujas características da linha gráfica em cada exemplar surpreendem o visitante já que o artista não se prende a um tema único. O desafio é transformar em linhas, rostos, objetos, animais, monstros e tudo que, de forma

exuberante, estimula o olhar desavisado dos que olham e não enxergam o mundo. Para celebrar a prorrogação, Nunes esteve quarta-feira no Ateliê Pedagógico iniciando a pintura de uma obra coletiva criada pelos frequentadores da mostra, a intenção é que a colorização da peça também seja

feita pelos frequentadores. Eduardo de Amorim Nunes nasceu no Rio de Janeiro (RJ), cresceu em Mauá (SP) e desde 2010 vive e trabalha em São Caetano. Estudou Design Gráfico na Belas Artes, escolheu a Ilustração e as Artes Visuais como áreas de atuação profissional.

Foto: Divulgação

SERVIÇO O Ateliê Pedagógico - Espaço Cultural Casa de Vidro está localizado na Praça do Professor, altura da avenida Goiás, 1.111 – bairro Santa Paula. A visitação é livre e gratuita de segunda a sexta das 9h às 16h. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: 4223-4780.


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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

mundo

contexto

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louve

Telas oficiais retratando os Obamas são reveladas

Será que a Mona Lisa vai deixar Paris? Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Há algumas semanas os moradores de Lens, no norte da França, vêm reivindicando a transferência do quadro da Mona Lisa para uma exposição temporária na filial ou Louvre na cidade. Até a torcida do time de futebol local se mobilizou na campanha. Especialistas apontam para o risco de degradação da obra em caso de transferência, mesmo se o governo já desobedeceu algumas vezes as restrições dos peritos. Será que o sorriso mais misterioso do mundo vai poder viajar?

A National Portrait Gallery (Galeria Nacional de Retratos, NPG na sigla em inglês), em Washington, capital americana, divulgou nesta segundafeira os retratos oficiais do ex-presidente Barack Obama e de sua mulher, a ex-primeira dama Michelle Obama. As telas foram pintadas por artistas negros, escolhidos

pelo ex-primeiro casal. O expresidente teve seu retrato feito por Kehinde Wiley, enquanto a pintura de Michelle foi feita por Amy Sherald. A NPG é parte da Instituição Smithsonian, uma das maiores redes de promoção cultural, artística e de pesquisa histórica, social e científica do pla-

neta. Ela é composta por uma série de museus e centros de pesquisa e administrada pelo Governo dos Estados Unidos. Todos os ex-presidentes americanos possuem retratos oficiais na NPG — a do casal Obama passa agora a ser parte do acervo da galeria em exposição ao público.

A imagem da torcida organizada do RC Lens desenrolando uma bandeira gigantesca com a foto da Mona Lisa antes do jogo contra o Valenciennes no domingo (11) surpreendeu os desavisados. Os torcedores do time da segunda divisão francesa se uniram à campanha que a cidade vem fazendo para que o quadro de Leonardo da Vinci, exposto no Louvre, em Paris, desde 1797, seja transferido temporariamente para a filial do Louvre em Lens. A filial do maior museu do mundo na cidade do norte da França já recebeu cerca de três milhões de pessoas desde que abriu suas portas em 2012. Mas os organizadores gostariam de atrair

mais gente, e nada melhor que a obra de Da Vinci para chamar a atenção dos turistas. Só para se ter uma ideia do poder de atração do enigmático sorriso, atualmente dos cerca de 7,5 milhões de visitantes do Louvre de Paris por ano, 7 milhões apreciam – mesmo que de longe – a Joconda, como dizem os franceses. “É uma obra prima maior, que desperta o inconsciente coletivo de todos. Isso chamaria a atenção para nossa região, e talvez até abriria outras perspectivas de desenvolvimento”, projeta o prefeito de Lens, Sylvain Robert, lembrando que seria uma boa ideia aproveitar o aniversário de cinco anos do museu para receber temporariamente a Mona Lisa. Em janeiro, o prefeito chegou a enviar uma carta ao presidente francês Emmanuel Macron pedindo que a obra fosse emprestada ao Louvre de Lens. Já do lado da população, um vídeo no qual os moradores pedem que o quadro deixe a capital foi divulgado nas redes sociais. A pequena cidade também parece contar com o apoio da ministra da Cultura, Françoise Nyssen, que cogitou, há duas semanas, uma possível transferência da Mona Lisa.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

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14 economia carreira

Conheça o líder que os RHs querem em 2018

Obter os melhores resultados dispondo de poucos recursos foi o lema dos executivos no ano passado. Em 2018, essa demanda continua, segundo o estudo C-Suite 2017, da consultoria Blue Management Institute (BMI). Mas as mudanças no cenário político trazidas com as eleições e os consequentes impactos econômicos do evento vão exigir algo mais. Empresas de diversos setores passam a valorizar uma gestão menos autoritária e centralizadora, que consiga navegar com segurança nesses momentos de incertezas. Acompanhe abaixo as dicas de especialistas: Enxergue longe “Muita coisa está acontecendo no país e a lide-

rança precisa ter clareza do que está fazendo e do caminho trilhado para conseguir chegar aos resultados.” Alessandra Morrison, diretora de RH da Kimberly-Clark. 1. Inove “Precisamos de gestores que não se restrinjam ao conhecido e que olhem para a tecnologia, assumam riscos e busquem novas oportunidades. Na Accenture, estipulamos metas de inovação para as diferentes equipes.” Beatriz Sairafi, diretora executiva de RH da Accenture Brasil 2. Execute com agilidade “O líder que não desenvolver o protagonismo do seu time não vai conseguir ter agilidade o suficiente para tomar

decisões importantes para o negócio. É uma nova postura de gestão compartilhada para agir, acertar ou errar e corrigir o rumo rapidamente.” Denise Horato, diretora de RH da Roche Farma Brasil. 3. Faça conexões “Quando conectamos várias perspectivas e acolhemos as diferenças, conseguimos engajar, ter agilidade e gerar inovação.” Guilherme Rhinow, diretor de recursos humanos da Johnson & Johnson no Brasil. 4. Pense também no curto prazo “Se, antes, falávamos de ciclos de dez anos, hoje, encurtamos para três e com revisão semestral. Isso faz todo o sentido

Foto: Divulgação

nesse cenário em que o futuro parece chegar mais rápido.” Luci Belacosa, vice-presidente de RH da Ball Embalagens para Bebidas. 5. Faça parte do coletivo “Fazer junto é uma grande demanda da liderança. Não basta delegar. É preciso estar próximo do time para inspirar e engajar para o alcance de metas.” Sérgio Fonseca, diretor de RH da Rehau. 6. Seja transparente “Atualmente, a checagem de referência é ainda mais importante e detalhada. Investigamos o passado do líder para averiguar sua conduta e reputação. Quem já está dentro, tem

que ser transparente em todas as frentes: com a equipe, com o conselho e com as relações externas, dentro dos limites das informações estratégicas.” Raquel Parente, gerente de recursos humanos da Locaweb 7. Mostre disposição para aprender “Aconselho o líder a estar aberto ao novo para enxergar mudanças dos contextos e quebrar alguns paradigmas. Não é possível deter todo o conhecimento. Por isso, temos de acompanhar o que as novas gerações estão produzindo e confiar nelas.” Roberta Bezerra, gerente de RH da ClearSale


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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

economia 15

será?

seu bolso

Empresa de Huck comprou jatinho com ajuda do BNDES, diz jornal

Ligações locais e interurbanas de fixo para celular ficarão mais baratas Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

A partir do dia 25 de fevereiro, as ligações locais e interurbanas de telefones fixos para celulares ficarão mais baratas. Segundo Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a redução no preço das chamadas locais vai variar entre 10,58% e 12,75 % e das tarifas interurbanas entre 3,98% e 7,41%. Uma empresa do apresentador da TV Globo Luciano Huck usou dinheiro do BNDES para comprar em 2013 um jato particular da Embraer. Apesar de negar qualquer intenção de entrar para a política, o também empresário é um dos cotados para se candidatar à Presidência da República neste ano. Segundo informações do blog Tijolaço e do jornal Folha de S. Paulo, a beneficiária do financiamento de 17,7 milhões de reais é a Brisair Serviços Técni-

cos e Aeronáuticos Ltda, que tem o apresentador e sua esposa, Angélica Huck, como sócios. O empréstimo foi contraído em maio de 2013 com juros de 3% ao ano e 114 meses de amortização para o pagamento. A transação teve o banco Itaú como intermediário e foi feita por meio do Programa de Sustentação do Investimento, que financiava investimentos de empresas, compra de bens de capital, exportações

e a inovação tecnológica por meio de juros subsidiados. Ao jornal Folha de S. Paulo, a assessoria do apresentador disse que Huck usa a aeronave duas vezes por semana para gravar seu programa para a TV Globo e que o Finame é um programa de incentivo à indústria nacional, “por isso financia os aviões da Embraer”. Já o BNDES afirmou que as condições para o empréstimo seguiram as regras vigentes na época.

A queda vai acontecer por conta da redução das tarifas de interconexão, pagas pelas empresas que utilizam a rede de outro grupo. O cálculo das tarifas é feito pela Anatel. De acordo com a agência, elas foram usadas inicialmente para subsidiar a instalação de redes das operadoras móveis. Redução de preço A redução das tarifas vale para as ligações originadas nas redes das concessionárias da telefonia fixa - Oi,

Telefônica, CTBC, Embratel e Sercomtel - destinadas às operadoras de celulares. O preço médio das ligações locais de telefone fixo para móvel vai passar de R$ 0,18 para R$ 0,12, sem imposto. Para as ligações interurbanas feitas de fixo para celular com DDD iniciando com o mesmo dígito, por exemplo, DDD 61 (Distrito Federal) para 62 (Goiânia), por exemplo, o preço médio cairá de R$ 0,55 para R$ 0,39. Ao mesmo tempo, o preço médio das demais ligações interurbanas de fixo para celular vai ser reduzido de R$ 0,62 para R$ 0,45. Segundo dados da Anatel, a medida vai beneficiar cerca de 23,6 milhões de assinantes de telefonia fixa. A lista com a redução de cada concessionária está disponível no site da Anatel.


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tecno

mídia social

Estudo reforça a sensação de que o Facebook não é mais uma rede social para jovens Foto: Divulgação

O Facebook está perdendo espaço entre os jovens? Um novo estudo liberado pela empresa de pesquisas eMarketer prevê que o Facebook perdeu 2,8 milhões de usuários com menos de 25 anos em 2017, com muitos deles indo para o mais agressivamente jovem Snapchat. A eMarketer é uma firma de pesquisas externas sem acesso privilegiado aos números do Facebook, então interprete esses números mais como estimativas do que como valores exatos. Ainda assim, o estudo certamente vem como uma boa notícia para o Snapchat. A plataforma teve dificuldades com

seu crescimento de usuários no começo do ano passado depois de o Facebook apresentar o recurso Instagram Stories, um clone óbvio do Snapchat que ainda assim impulsionou a base de usuários do app de fotos e vídeos. O Facebook perdeu usuários em todos os três grupos de “juventude”: usuários com menos de 11 anos, aqueles de 12 a 17 anos e os de 18 a 24 anos. A queda estimada mais rápida do Facebook no ano passado, segundo a eMarketer, foi na categoria do meio: 1,4 milhões de adolescentes deixaram de ser

usuário assíduo. A queda estimada do Facebook entre usuários mais jovens no ano passado se junta bem com o crescimento do Snapchat em 2017, quando a rede ganhou cerca de 1,9 milhões de usuários com menos de 25 anos. Entramos em contato com o Facebook para falar dos números da eMarketer e vamos atualizar a publicação se obtivermos uma resposta. O Facebook ainda reina supremo, com seus 1,4 bilhão de usuários, em comparação com os 187 milhões do Snapchat, mas as mudanças em crescimento de usuários refletem uma verdade cultural antiga: aquilo de que as

pessoas velhas gostam não é legal. É completamente possível que o Facebook seja menos popular entre os jovens exatamente por ser tão popular entre pessoas mais velhas. Dá para uma plataforma ser “descolada” se sua tia, seu avô e sua professora da terceira série estão lá? Em contraste, o Snapchat, mesmo depois de seu redesign odiado pelos adolescentes, é notoriamente difícil de se pegar e usar. Isso o manteve distante de um sucesso entre todas as camadas, mas parte de seu apelo pode ser o fato de que os mais velhos “não o entendem”. Por fim, a juventude é uma

moeda imensamente valiosa na economia da atenção online. Com uma base de usuários mais velha, a cada década, mais ou menos, o Facebook vai perder uma certa porcentagem de sua base de usuários. Em seus primeiros oito anos, 30 milhões de usuários morreram. Com bilhões de usuários no mundo todo, isso significa que milhões de pessoas vão compor o cemitério digital do Facebook. O Snapchat é menor, mais jovem e, além do apetite sem fim dos anunciantes para a gastança dos jovens, ele certamente tem ideias altamente valiosas sobre o que a próxima geração de usuários online quer.


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