Edição 2641 17/10/17

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Cidades Política Cultura Esportes São Caetano Mundo Economia Tecno

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SSP oferece recompensa de R$ 50 mil para identificar matador de crianças

NESTA EDIÇÃO

O caso está sendo investigado pelo DHPP.4Pág. 04

‘Descobrimos só uma parte do que existia’, diz especialista Todavia a mudança foi mais formal que real.

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Poupatempo Animal atende Jardim Esperança nesta semana

abc

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Terça-feira, Quarta-feira,17 21dedeoutubro outubrodede2017 2015 Edição 2641 2125 Ano XI IX

Atila protocola alteração do IPTU na Câmara, mas adia discussão

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Pela sequência da Copa Paulista, Azulão enfrenta o XV de Piracicaba.

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O Executivo de Mauá protocolou na semana passada na Câmara de Mauá projeto que dispõe sobre a Planta Genérica de Valores para efeitos de cálculo e apuração do valor venal das propriedades imobiliárias, o qual, na prática, versa sobre o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Uma aparente manobra do governo, no entanto, resultou em uma verdadeira saia justa, com o vereador Marcelo de Oliveira (PT) cobrando na tribuna o projeto e a Mesa Diretora alegando que não havia conhecimento sobre o texto.

São Caetano e Santos empatam em 0 a 0

O contemporâneo na literatura infantil

DESTAQUE SQN

política Vídeos de Funaro abrem nova crise Temer-Maia. 4Pág. 08

esportes Com Brasil em segundo, ranking da Fifa define cabeças de chave da Copa. 4Pág. 11

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cultura Pia Fraus chega com o Teatro Portátil em São Caetano.

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economia

Temas considerados difíceis, como questão de refugiados ou preconceito são abordados por autores que escrevem para crianças e jovens. 4Pág. 09

População de baixa renda volta às compras. 4Pág. 14


terça-feira, 17 de outubro de 2017

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2 editorial

O baixo crescimento do PIB

PASSANDO A LIMPO

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ribeirão n A atual direção do Sindserv (Sindicato dos Servidores) de Ribeirão Pires

tenta descobrir a origem de um rombo de pelo menos R$ 185 mil nas contas da entidade. O deficit se refere à falta de pagamento de parceiros e prestadores de serviço para a instituição, além da ausência dos recursos destinados a quitar esses boletos. Diversos títulos bancários que não foram honrados pelo Sindserv nos últimos meses foram divulgados pela imprensa. Em setembro houve a troca do comando da entidade – saiu Simone Beatriz Miranda e entrou Dalva Aparecida da Silva Rodrigues. Para a atual presidente, Simone é a principal e, até agora, única suspeita do desfalque nas contas do sindicato.

valores n “A Prefeitura repassava os valores e as farmácias e cabeleireiros (conve-

niados com o sindicato) suspenderam os atendimentos por falta de repasses. Se a Prefeitura repassou e esse dinheiro não chegou, esse dinheiro sumiu. Estou bem decepcionada com o ser humano”, disse Dalva. Secretária de finanças da entidade, Nilce Cristina estava no cargo durante a gestão de Simone Beatriz. Segundo ela, a antiga presidente não comunicava as movimentações na conta da instituição. “No começo, ela (Simone) me levava para receber os cheques, depois, nunca mais peguei os repasses. Nós não tínhamos acesso a ela. Eu era secretária de finanças no nome, mas quem fazia isso (cuidava das contas) era ela (Simone)”, acusou.

dívida n Documentos mostram que a dívida do sindicato com os estabeleci-

mentos conveniados chega a cerca de R$ 122 mil. O valor da dívida aumenta com o sumiço de R$ 63 mil provenientes do imposto sindical – segundo Dalva, a quantia foi retirada da conta do Sindserv. De acordo com Dalva, esse rombo ainda pode aumentar, uma vez que auditoria interna foi instalada para apurar toda a movimentação financeira na gestão de Simone Beatriz. Somente depois disso deve ser registrado um BO (Boletim de Ocorrência) com acusações de apropriação indébita e malversação de dinheiro público.

Rua José Versolato 111, Torre B- Conjunto 802 - SBC CEP 09750-730 Tel: 23791915

www.jornalhojelivre.com.br Publisher: Luciana Sereno Diagramação: Natália Sabino comercial.hojelivre@gmail.com redacao.hojelivre@gmail.com ANUNCIE: 950600843

Circulação: SCS, SBC, Santo André, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e RGS TIRAGEM E VEICULAÇÃO: 30 MIL EXEMPLARES

Em julho de 2012, a então presidente Dilma Rousseff produziu uma pérola de ilógica econômica. Em cerimônia pública, ela disse que não é pelo Produto Interno Bruto (PIB) que se mede o desenvolvimento de um país, mas pela forma como trata suas crianças e adolescentes. Para quem obteve diploma de bacharel em Economia, a declaração foi no mínimo mostra de ignorância em seu próprio campo de formação universitária, ou então apenas um ato de demagogia política. Os filósofos diriam que a expresidente praticou “falácia de composição”, que é uma figura de retórica derivada de argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho quanto ao objetivo de provar o que afirma. Na época, chamou a atenção dos analistas que o ex-presidente Lula elogiava seu partido e a si mesmo justamente pelas taxas de crescimento do PIB desde 2003. Dilma Rousseff, na prática, estava se defendendo da retração das taxas de crescimento do PIB e usou a via tortuosa de dizer que não era pelo PIB que se mede o desenvolvimento de um país. O problema maior nesse tipo de declaração é que os políticos – que são espertos quando se trata de conquistar votos – acreditam que, pela ignorância ou pela ingenuidade, boa parte da população acredita na enrolação discursiva e na falsidade do argumento. Foi preciso que a própria Dilma Rousseff jogasse o país em grave recessão para que a tese da ex-presidente fosse completamente desmoralizada. É óbvio que o crescimento do PIB sozinho não é condição suficiente para resolver os problemas sociais, nem para definir a forma como o país trata as crianças. Entretanto, a recessão e o tamanho da queda do PIB criaram três tragédias econômicas que têm a ver com a forma de solucionar problemas sociais: o desemprego de mais de 14 milhões de pessoas, a queda na arrecadação tributária do governo e a deterioração dos programas sociais. Enquanto a população se-

guiu crescendo durante os quatro anos de recessão, o alto desemprego jogou na desocupação e deixou sem renda 14% da população economicamente ativa (aquela em condições de trabalhar, em grande parte composta de pais de família que perderam condições de atender as necessidades de suas crianças). O segundo efeito – a queda da arrecadação tributária – fez o governo reduzir seus programas sociais de transferência de renda e outros, inclusive os programas de atendimento às crianças e adolescentes. Somente a soma desses dois efeitos derivados da queda do PIB – desemprego e queda na arrecadação – é prova suficiente de que o Brasil precisa desesperadamente fazer o PIB crescer como único caminho para reverter os indicadores sociais ruins, inclusive para recuperar o orçamento fiscal a fim de ter mais recursos para aplicar em programas sociais. Vale lembrar que uma coisa é medir os efeitos de queda no PIB em um país com renda por habitante de US$ 50 mil/ano ou mais (caso da Dinamarca, Estados Unidos etc.), outra coisa é ver o efeito disso no Brasil, cuja renda por habitante é de pouco mais que US$ 10 mil/ano. No Brasil, não há instrumento mais eficaz para a melhoria social que o crescimento do PIB. Depois que o PIB de 2016 foi 7,4% menor que o de 2013, com o número de desempregados saltando de 5,5 milhões para 14 milhões nesse mesmo período, a previsão de que o PIB de 2017 deve crescer apenas 0,5% sobre 2016 é ruim. O aspecto positivo a ser destacado é que, possivelmente, trata-se da interrupção no processo recessivo. Para 2018, fala-se em crescimento de 3%, que é importante, porém insuficiente para recuperar os níveis de 2013, quando a população era 6,4 milhões de pessoas menor que a atual. Sem crescimento, as carências sociais não serão superadas. Com crescimento, tudo dependerá da competência dos governantes.

FRASES

Nos dez primeiros dias eu paniquei e não tenho vergonha de dizer isso. Me deu um baita frio na barriga. Sophie Charlotte, atriz

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cidades

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seu pet

Em Mauá, Poupatempo Animal atende Jardim Esperança nesta semana

O Jardim Esperança foi escolhido para receber os serviços do Poupatempo Animal nesta semana. O programa funciona com uma unidade móvel para atendimento veterinário de baixa-complexidade e roda pelos bairros para atender a demanda de animais de famílias carentes. A ação faz parte da política de

Defesa e Proteção Animal da administração Um Novo Tempo, que tem promovido grandes inovações no setor que, até então, não existia no governo municipal. O Poupatempo Animal fica uma semana em cada bairro da cidade e já atendeu Zaíra, Parque das Américas, Jardim Rosina e Jardim Columbia. Aos sábados, a van atende feiras livres, onde há maior de-

manda popular. “O Poupatempo Animal é uma inovação na Defesa Animal e serve como referência para outros municípios. Amor com amor se paga. E em Mauá temos mostrado isso diariamente”, afirma o prefeito Atila Jacomussi. O Poupatempo Animal atende na Avenida José Moreira, na altura do número 471. O Poupatempo atende a região

do Jardim Esperança desta segunda-feira (16) até sexta-feira (20). O local onde a van fica estacionada responde, além de solicitação de munícipes, estudo feito pela Gerência Animal. O bairro permite acesso também à famílias do entorno, como Jardim Itapeva, Itapark e proximidades. O atendimento prestado atende casos mais simples e é totalmente gratuito.

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Quem tiver interesse em utilizar o serviço deve levar CPF, RG e comprovante de endereço até o local onde a van está estacionada. As consultas compreendem também um tempo para o retorno do animal antes do fim da semana, para garantir resultado no diagnóstico. O horário de atendimento é das 9h às 13h e das 14h30 às 18h.


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CIDADES

segurança pública

palestra

SSP oferece recompensa de R$ 50 mil para identificar matador de crianças

Rio Grande da Serra recebe 14º Congresso de História em novembro Foto: Divulgação

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O secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, vai determinar o pagamento de até R$ 50 mil para quem fornecer informações que levem à identificação dos envolvidos na morte de duas meninas, cujos corpos foram encontrados na última quinta-feira (12), na zona leste da Capital. O caso está sendo investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que tenta agora identificar as duas crianças por meio de exames de DNA. Os corpos estão em estado avançado de decomposição e foram levados ao Instituto Médico Legal (IML). As meninas estavam em uma Fiorino roubada, na Rua do Cal, na região de São Miguel Paulista. O veículo foi apreendido e encaminhado à perícia do Instituto de Criminalística (IC), que também esteve no local do crime. A resolução determinando o pagamento da recompensa

será publicada no Diário Oficial. As denúncias devem ser encaminhadas ao site do WebDenúncia (www.webdenuncia. org.br), mantido pelo Instituto São Paulo Contra a Violência em parceria com o Governo do Estado, ou à autoridade policial, com sigilo dos dados do informante. O programa de recompensas foi criado em 2014. Denúncias O interessado em denunciar precisa acessar o WebDenúncia e seguir as instruções. Não há a necessidade de realizar cadastro ou identificação pessoal. Esse procedimento foi elaborado para proteger o anonimato do denunciante. Ao final do processo, a pessoa recebe um número de protocolo e uma senha para acompanhar anonimamente o andamento da denúncia. Concluída a denúncia, a pessoa passa a ter acesso no site a uma seção para acompanhar o andamento do resultado das informações fornecidas e

checar se receberá a recompensa. Para receber a recompensa, o site fornecerá um número de cartão bancário virtual com o qual poderá fazer o resgate total ou em parcelas do valor em qualquer caixa eletrônico do Banco do Brasil. O WebDenúncia conta com dupla criptografia de dados para a proteção do sistema. Os recursos para o Programa de Recompensa são do Fundo de Incentivo à Segurança Pública (Fisp), que é administrado pela Secretaria da Segurança. As informações do denunciante são repassadas aos policiais civis e militares que atuam no WebDenúncia. A prova de uma denúncia eficaz será feita por meio de relatório, que será apreciado pelo secretário, que analisará o grau de eficiência e fixará o valor a ser pago. Esse valor poderá contemplar mais de uma denúncia. O valor máximo pago pelo programa é de R$ 50 mil.

“O Grande ABC que o ABC desconhece’’ é o tema do 14º Congresso de História e de Estudos Regionais do Grande ABC, que acontece entre 10 e 12 de novembro, em Rio Grande da Serra. O evento conta com o apoio do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, com o objetivo de estimular a reflexão em torno da preservação da memória regional e de valorizar a riqueza histórica. A última reunião preparatória da Comissão Organizadora do Congresso ocorreu em 23 de agosto, na sede da entidade regional, para debater os detalhes finais. As reuniões começaram em junho do ano passado e contaram com a participação de memorialistas, pesquisadores, estudantes e munícipes que puderam contribuir com ideias para o evento. Município mais jovem do ABC, com 53 anos, Rio Grande da Serra sedia o Congresso pela segunda vez. Em 2002, a cidade já havia sido palco do encontro regional. Entre temas que serão discutidos estão: “O ABC no imaginário artístico e literário nacional”,

“Patrimônio: diálogos intermunicipais e regionais”, “Arqueologia das águas”, “Região: Para onde vamos? Que futuro teremos?”, “Memória e Patrimônio Religioso”, “Turismo Regional”, “Paisagem Industrial”, “Mapa dos caminhos ao longo do Vale do Rio Grande” e “Movimentos populares: a memória de quem faz história”. Além de palestras e debates, o Congresso contará com performances artísticas, passeio turístico pelo município e outras atividades. Durante os três dias de evento, haverá a presença de historiadores, filósofos, jornalistas, professores, memorialistas e grandes nomes do meio acadêmico e histórico da região do ABC. O encontro é aberto a todos os cidadãos interessados em participar. Serviço 14º Congresso de História e de Estudos Regionais do Grande ABC Dias 10, 11 e 12 de novembro Local: Anfiteatro Primeira Dama Zulmira Jardim Teixeira Av. Dom Pedro I, 428, Centro, Rio Grande da Serra.


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terça-feira, 17 de outubro de 2017

cidades contexto

social

Crianças de entidades sociais em Diadema ganham brinquedos

Na última quarta-feira (11), mais de 530 crianças de Diadema receberam brinquedos em comemoração ao Dia das Crianças. Os beneficiados foram os alunos da EMEB João José dos Santos, conhecida como Naval, e da EMEB Maria Clara Jacob Machado, também chamada de Ilhéus. Os presentes foram entregues pela primeira-dama e

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presidente do Fundo Social de Solidariedade (FSS) de Diadema, Caroline Rocha, e por representantes do Supermercado Club de Campo, que doou os brinquedos. Ao todo, foram 1.400 brinquedos novos distribuídos a 12 entidades assistenciais que atendem crianças na cidade. A arrecadação foi resultado de uma campanha com clientes do supermercado.

Segurança Alimentar de Diadema promove roda de conversa Foto: Divulgação

Serviço: Fundo Social de Solidariedade (FSS) de Diadema Rua Almirante Barroso, 111 – Vila Santa Dirce. Tel.: 4057 5700 / 7788. EMEB João José dos Santos Rua Idealópolis, s/n – Piraporinha. EMEB Maria Clara Jacob Machado Rua Tieta do Agreste s/n° - Jardim Inamar.

Na última quarta-feira (11), profissionais do Programa de Educação Alimentar e Nutricional de Diadema (PEAND) realizaram, no Parque Ecológico do Eldorado, uma roda de conversa com os participantes do Programa Caminhando Bem/Academia da Cidade, após a prática de atividade física No encontro, foi discutido os princípios e malefícios das dietas da moda que estão na mídia atualmente, a exemplo das dietas Low Carb e Detox. Segundo a nutricionista Renatielly Rosiany é preciso tomar cuidado com esse tipo de dieta porque pode trazer problemas de saúde a longo prazo. “Isso acontece porque as dietas são feitas sem o incentivo à prática de atividade física e, principalmente, sem a mudança de hábitos alimentares. É necessário ter um equilíbrio entre esses fatores para que a dieta traga benefícios ao corpo”, explica. O grupo também participou de um café da manhã saudável, organizado pela turma do Programa Caminhando Bem/Academia da Cidade, que trouxe os alimentos de casa para compor a refeição. Roda de conversa A roda de conversa é uma ação do Programa de Educação Alimentar e Nutricional de Diadema (PEAND), promovida pela Secretaria de Segurança Alimentar, e tem como objetivo disseminar informações e orientações relativas à alimentação e nutrição, estimulando a adoção de hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis para a prevenção e controle de doenças. “Esses encontros também são importantes porque incentivam a sociabilização entre os moradores participantes do Programa Caminhando Bem”, diz o secretário municipal de Segurança Alimentar, Atevaldo Leitão. O tema dos encontros muda a cada dois meses, tempo necessário para atender a todos os polos do Programa Caminhando Bem/Academia da Cidade. A ação já rendeu duas premiações estaduais: Menção Honrosa pelo 2º Lugar no Prêmio Josué de Castro 2013 – Melhor Programa ou Projeto de Política Pública - Governo do Estado de São Paulo/ CONSEASP e menção Honrosa pelo 2º Lugar no V Fórum de Promo-

ção da Saúde – Experiências bem-sucedidas em Promoção da Alimentação Saudável Observatório da Promoção da Saúde – Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo – 2013. Serviço Para participar das rodas de conversa, o munícipe precisa integrar o Programa Caminhando Bem/Academia da Cidade. O cadastro pode ser feito presencialmente, com os professores de Educação Física que ministram as aulas em um dos 23 polos de Diadema, próximos às UBSs. Basta levar o RG e o CPF. Polos Praça dos Emancipadores (Redondão) - Av. São José, s/ nº - Jardim Rosinha Parque do Paço - Rua Almirante Barroso, 111 - Vila Santa Dirce Praça Paul Harris - Avenida Dom Pedro I, s/nº - Vila Conceição Sanko - Rua Sul, s/nº - Parque Industrial Vila Socialista - Av. Vereador Gentil Santo de Paula, s/nº Vila Socialista Vereador Juarez Rios de Vasconcelos - Av. Vereador Juarez Rios de Vasconcelos, s/ nº - Centro Parque Saned - Rua Santa Cruz, s/nº - Jd das Nações Complexo ABC - Rua Martins Fontes, 30 – Jardim ABC Espaço Kaleman - Rua Luis Carlos Prestes, s/nº - Jd Campanário Parque Antônio de Lucca Filho - Takebe Rua Yokohama, 141 - Jd Takebe Parque Pôr do Sol - Rua Pôr do Sol, 267 - Piraporinha Isaac Aizemberg - Rua Isaac Aizemberg, s/nº - Vila Nogueira Miosótis - Rua Miosótis, s/n – Vila são José Casagrande - Rua Mem de Sá,s/n° Santo Ivo - Rua Santo Ivo s/n°Jardim Arco Íris Gazuza - Rua do Projeto s/n Jardim Parque Ecológico - Av. Nossa Senhora dos Navegantes, s/ nº - Eldorado Inamar - Rua Ipitá, 193 - Jardim Inamar PEC - Travessa Monteiro da Cruz, s/nº - Serraria Jardim Amuhadi - Rua Apóstolo Pedro s/n°- Jardim Amuhadi


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política

operação mãos limpas

‘Descobrimos só uma parte do que existia’, diz especialista

Piercamillo Davigo, presidente da seção criminal da Corte de Cassação da Itália, fala sobre a operação Mãos Limpas. Após 25 anos de Mãos Limpas, qual o balanço da luta contra a corrupção? Em 1994, por causa do que havia sido descoberto pelas investigações, cinco partidos desapareceram nas eleições. Três deles tinham mais de cem anos. Todavia a mudança foi mais formal que real, no sentido que as pessoas estavam em novas legendas mas, sobretudo nos últimos 15 anos, a principal atividade da política não foi combater a corrupção, mas enfrentar as investigações contra a corrupção. Foram adotadas leis que aboliram ou modificaram crimes, leis que fizeram as provas voltar à estaca zero ou as tornavam inutilizáveis e leis que fizeram com que as pessoas não pudessem ser processa-

das. Muitas delas caíram por decisão da corte constitucional ou foram interpretadas de modo razoável pelos magistrados. No entanto, muitos processos foram concluídos com sentenças de absolvição não porque os acusados eram inocentes, mas porque as provas colhidas foram anuladas. E o resultado foi a queda de condenações por corrupção. Nos anos 2000, o número de condenações foi um décimo do de 1995. De tal forma, a Itália registra hoje um número de condenações por cem mil habitantes inferior ao da Finlândia, que é o país menos corrupto do mundo. Quer dizer que há corrupção, mas não condenações? O que falta são as condenações. Porque não é nem mesmo possível descobrir os corruptos, e quando são descobertos é muito mais difícil condená-los. Esse é

o problema. O senhor diz que se deve pôr os corruptos na cadeia porque cometem o crime em série. Se o investigado por corrupção decide colaborar, tornase inidôneo para cometer esse crime, pois ninguém mais pegará dinheiro com ele e ninguém também dará dinheiro para quem delata. O problema são aqueles que mantêm a capacidade de chantagem porque se mantiveram em silêncio. E estão em condição de chantagear os cúmplices que não foram descobertos. Assim, é necessário ter a custódia cautelar e o cumprimento da pena na prisão porque os priva da possibilidade de chantagear. Arnaldo Forlani (primeiro-ministro italiano entre 1980 e 1981 e secretário da Democracia Cristã), que foi condenado por corrupção, mas cumpriu a pena prestando serviço social...

Não falo em nomes. O que posso dizer é que na Itália as penas com menos de 3 anos podem ser cumpridas por meio da prestação de serviço social. É uma medida feita para reintegrar na sociedade pessoas provenientes de setores marginalizados da sociedade e não para reintegrar quem fosse primeiro-ministro. No Brasil, o ex-presidente da Câmara e ex-ministros estão presos. A Lava Jato deu frutos maiores do que Mãos Limpas? Não conheço a situação brasileira em detalhe, portanto, não posso fazer um juízo. Mas quando se pensa que importantes figuras políticas... Posso apenas dizer que a situação italiana é absolutamente insatisfatória. Para mim, aquilo que nós descobrimos é somente uma parte do que existia. Muitos conseguiram se manter em silêncio. Em um certo momento

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da minha vida profissional me tornei uma espécie de rei Midas. Porque quando processava alguém, ainda mais se o condenado permanecia em silêncio, ele iniciava uma fulgurante carreira política. É verdade que os políticos italianos continuam roubando. O que mudou foi que eles não se envergonham mais? Digo que os políticos que roubam - não são todos que o fazem - pararam de se envergonhar. No passado, quando os prendíamos, se envergonhavam, agora não. Penso em um deles condenado recentemente. Quando se soube o que ele havia feito com o dinheiro, disse: “É dinheiro meu, faço com ele o que quero”. Não. É dinheiro do contribuinte. Aprenderam a roubar melhor? Não é melhor. É menos organizado do que antes. Isso não significa que se rouba menos.


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política contexto

mauá

Atila protocola alteração do IPTU na Câmara, mas adia discussão

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O Executivo de Mauá protocolou na semana passada na Câmara de Mauá projeto que dispõe sobre a Planta Genérica de Valores para efeitos de cálculo e apuração do valor venal das propriedades imobiliárias, o qual, na prática, versa sobre o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Uma aparente manobra do governo, no entanto, resultou em uma verdadeira saia justa, com o vereador Marcelo de Oliveira (PT) cobrando na tribuna o projeto e a Mesa Diretora alegando que não havia conhecimento sobre o texto. “Não me surpreende, porque já sabia que esse governo faria esse tipo de coisa. Temos vários projetos encaminhados no afogadilho, reclamavam isso do governo passado e tem sido pior. Já jogaram para cima dos empresários, aumentando o ISS (Imposto sobre Serviços) e agora estão jogando a crise para cima da população, aumentando o IPTU”, afirmou.

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Apesar de Oliveira ter uma cópia do protocolo de quatro projetos – dentre os quais o que trata da Planta Genérica – que foram enviados ao Legislativo ontem, governistas negaram que tivessem conhecimento sobre a propositura. O presidente da Câmara, Admir Jacomussi (PRP), afirmou desconhecer o texto e em um primeiro momento atribuiu o registro a um erro da prefeitura. “A pessoa que assinou o protocolo deveria ter anotado que estavam sendo entregues apenas três projetos”, afirmou. O secretário de Governo, João Gaspar, disse que não havia nenhum projeto. “Existe um estudo que foi feito em 2013. Uma empresa foi contratada e fez o estudo sobre atualização da planta genérica de valores, que não é atualizada desde 2005”, argumentou. “Várias cidades do ABC já realizaram esse estudo e aprovaram projetos de lei, mas estamos ainda fazendo uma análise e uma

atualização. Não existe nada decidido nem encaminhado referente a isso”, completou. Pouco tempo depois, no entanto, o presidente da Câmara confirmou que o projeto foi realmente enviado ao Legislativo, mas a pedido do prefeito Atila Jacomussi (PSB), adiado. “O prefeito ligou para o secretário de Governo e pediu mais tempo para ampliar o debate junto à base”, declarou. “Não era para vir hoje para a Câmara, apesar de existir uma resolução determinando a revisão da PGV a cada quatro anos”, justificou. Oliveira afirmou que vai apresentar requerimento solicitando mais informações sobre a propositura, que não chegou a ser localizada fisicamente por nenhum membro da Mesa Diretora. “Na semana que vem vamos perguntar cadê o texto, se vai ser encaminhado, quando vai chegar aqui”, pontuou. O projeto ainda não tem data para ser votado.

Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema protesta contra mudanças no estatuto Representantes do Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema (Sindema) estiveram na semana passada na Câmara Municipal, para protestar contra projeto do Executivo, que visa alterar itens no Estatuto dos Servidores. As alterações foram apresentadas ao Legislativo no último dia 6 e mudam a quarta parte (adicional por tempo de serviço) e o adicional por tempo de serviço, que incide a cada dois anos, entre outros itens. Após intenso debate, todos os vereadores assinaram documento se comprometendo a não aprovar nenhuma alteração sem discutir com a categoria. O líder de governo, Celio Lucas de Almeida (PSB), o Celio Boi, confirmou que a área técnica da prefeitura apresentou aos parlamentares esboço de projeto para alteração no Estatuto, mas afirmou que ainda não há nada definido. “Houve uma apresentação de um grupo de trabalho, também uma discussão sobre possíveis alterações na Lei Orgânica do Município, mas dentro disso tem a discussão dessa Casa de garantir os direitos”, declarou. “Não posso discutir nenhum dos dois projetos, porque não foram protocolados ainda. Houve apenas a apresentação. Existe uma determinação, um compromisso escrito pelo governo de fazer a discussão com o sindicato e isso vai ser feito. Não temos nenhuma dúvida disso. Até porque, a partir do momento que o projeto for protocolado, se não houve uma discussão com sindicato anterior com a prefeitura, haverá aqui nesta casa”, completou. Líder do bloco de oposição, o vereador Josemundo Dário Queiroz, o Josa (PT), destacou que se não houvesse intenção de tirar direitos dos funcionários, não haveria o projeto. “Existe sim a intenção em mexer em direitos e conquistas do funcionalismo e não existe disposição em discutir, isso foi falado textualmente por pessoas do primeiro escalão deste governo”, pontuou. O petista solicitou que fosse definida data para reunião entre o sindicato e o governo para debater o projeto. “O que estamos vendo aqui é a mesma cartilha rezada pelo governo do Temer que acabou com os direitos dos trabalhadores”, destacou. O presidente

do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno, afirmou que a categoria está mobilizada e não vai admitir perda de direitos. “Isso faz parte da nossa pauta, nenhum direito a menos. Vamos discutir isso nesta terça-feira (17) com a prefeitura, mas na quinta-feira (19) já teremos um indicativo de paralisação. Tudo vai depender dessa reunião e também do tempo que o governo vai nos dar para submeter a proposta à categoria”, declarou. Negociação O Sindicato ainda negocia com a prefeitura a reposição da inflação, que não foi dada este ano (de 4,26%) por conta do estouro no limite de gastos da prefeitura com a folha de pagamento, atualmente em 58%, quando a Lei de Responsabilidade Fiscal determina 54%. “A gente deve sentar com a prefeitura, independente dessa discussão, no sentido de apreciar esse orçamento, ver as gorduras que podem ser cortadas. A prefeitura está fazendo medidas, não é para dar reajuste para funcionário, é para baixar para 54%, isso ela já está fazendo. Daqui a pouco, por uma composição da receita aumentar e as medidas que a prefeitura está fazendo isso pode dar uma equilibrada. Automaticamente, vira reajuste”, disse. Plano de Demissão Voluntária O governo de Diadema enviou para a Câmara Municipal projeto substitutivo ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) que havia sido apresentado na semana passada. O substitutivo foi votado ontem (11), em duas sessões, e aprovado por unanimidade. A alteração foi a inclusão de um bônus de R$ 4 mil, pago em quatro vezes, para os servidores que aderirem ao plano. O PDV é uma das medidas adotadas pela prefeitura para reduzir os gastos com folha de pagamento, atualmente em 58%, acima dos 54% do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O programa destina-se aos funcionários que já estão aposentados ou que vão se aposentar de 1º a 30 de novembro deste ano. De acordo com a administração, 230 servidores estão aptos a se candidatar ao programa.


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política

contexto

Vídeos de Funaro abrem nova crise Temer-Maia

A divulgação dos vídeos da delação premiada do operador Lúcio Funaro causou um novo confronto entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente Michel Temer. Para interlocutores do Palácio do Planalto, a medida é mais uma ação de Maia para tentar constranger o governo e mostrar descolamento do presidente. O governo avalia que o deputado não tinha a obrigação de colocar os vídeos no site da Câmara. O episódio levou a um bate-boca público entre Maia e a defesa de Temer, justamente na semana em que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara vai analisar o relatório da segunda denúncia contra o presidente, por obstrução da Justiça e organização criminosa no caso J&F. Neste sábado (14), o advogado Eduardo Carnelós publicou nota para criticar “vazamentos criminosos”.

Maia contra-atacou e disse que o defensor é “incompetente”. Carnelós recuou e, também em nota, disse que “jamais” imputou “a prática de ilegalidade” ao deputado. Os vídeos da delação de Funaro foram divulgados no site da Câmara com documentos relacionados à segunda denúncia contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (SecretariaGeral). O material foi enviado pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, com ofício expedido em 21 de setembro, uma semana após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar a segunda denúncia contra Temer. Segundo a presidência da Câmara, no ofício não há menção ao sigilo do material. Neste domingo, 15, por meio de assessoria, Cármen Lúcia afirmou que apenas oficiou Maia e o relator do inquérito, Edson Fachin, é a autoridade máxima e única no

processo. Segundo o gabinete de Fachin, a delação de Funaro não teve o sigilo retirado em nenhum momento. O secretário-geral da Mesa Diretora, Wagner Soares, que é subordinado a Maia, determinou, porém, que os vídeos fossem divulgados no site da Câmara. O material subiu na íntegra no dia 29 de setembro, uma semana depois de o presidente da Câmara disparar duras críticas a Temer e ao PMDB em razão do assédio dos peemedebistas a parlamentares do PSB com os quais o DEM negociava filiação. Os vídeos vieram a público somente na sexta-feira (13), com reportagem do jornal Folha de S.Paulo. A primeira nota de Carnelós com acusação de “vazamento criminoso” irritou Maia, que fez chegar a Temer sua insatisfação. “Não teve vazamento. O advogado é incompetente”, disse o presidente da Câmara à Coluna do Estadão. Em

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nota, Maia disse ainda ver com “perplexidade muito grande” ter sido tratado de “forma absurda” pelo advogado, “depois de tudo que fiz pelo presidente, da agenda que construí com ele, de toda defesa que fiz na primeira denúncia”. Embora as imagens de Funaro impressionem o Planalto e tenham impacto no governo, a avaliação é de que essa nova polêmica com Maia pode trazer mais problemas para o presidente do que o conteúdo dos vídeos. No Planalto, o teor da primeira nota de Carnelós foi considerado um “tiro no pé”. Temer, então, mandou seu advogado distribuir a segunda nota, na qual ele negou ter imputado “crime” a Maia, para amenizar a tensão com o deputado. Temperatura. A temperatura entre Temer e Maia já havia subido em razão do episódio do “assédio” a parlamentares do PSB. Maia disse que foi atingido

com uma “faca nas costas” pelo PMDB. Desde então, houve mais problemas. Na semana passada, por exemplo, Maia, em desacordo com o Planalto, abriu a sessão da Câmara para votar a Medida Provisória (MP) sobre acordos de leniência de bancos. A base, porém, não apareceu na votação por articulação do governo, que tinha pressa em votar o relatório pelo arquivamento da segunda denúncia. Maia, então, sentiu-se derrotado na intenção de votar a MP e acusou o Planalto de não ter prioridade em suas pautas. O Planalto já estava atento às ações de Maia e a desconfiança de parte a parte só tem crescido. Para o governo, parlamentares que se dizem indecisos poderão aproveitar o impacto dos vídeos para fazer novas cobranças ao Planalto. A avaliação é de que isso poderia aumentar o impacto dos apoios, mas não inviabilizar o arquivamento da denúncia.


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cultura

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contexto

O contemporâneo na literatura infantil Foto: Divulgação

criança que não é passiva, para não transformá-la em estatística. No caso do trabalho infantil é muito difícil não cair no panfletário, mas ser panfletário é a morte da ficção.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Guerras, refugiados, tragédias ambientais, trabalho infantil, preconceito, novos formatos de famílias. Para a sorte de crianças e jovens, muitos autores e editoras com foco nessa faixa etária têm olhado para esses temas. Contrapondo uma onda de superproteção, fazem questão de usar caminhos poéticos por meio das narrativas ficcionais para tocar em assuntos considerados difíceis, sem deixar que pareça um discurso didático ou moralizante. “Entendo que literatura não é para ensinar a ser assim, a pensar assim, a fazer assim. O texto literário não pode estar associado ao propósito do didatismo. Querer ‘ensinar’ pela literatura é dar a ela uma atribuição que não lhe compete e que a reduz”, diz Márcia Leite, escritora, educadora e diretora da editora Pulo do Gato, que há seis anos pauta-se em publicar também livros com temáticas sociais, como a questão dos refugiados ou a tragédia causada pelo rompimento da barragem em Mariana (MG). Por mais que hoje encontremos dezenas e dezenas de livros, nacionais e estrangeiros, que toquem em questões, digamos, mais contemporâneas de nossa sociedade, não é de agora que a prática faz parte da literatura para a infância. Monteiro Lobato, o precursor no Brasil de um tipo de literatura infantil mais questionadora, levava às narrativas do Sítio do Picapau Amarelo reflexões que, na maioria das vezes, não faziam parte das conversas com as crianças. Como em A Chave do Tamanho, de 1942, em que o menino Pedrinho começa a ler o jornal para a avó Dona Benta com notícias de novos bombardeiros em Londres: “Centenas de aviões voaram sobre a cidade. Um colosso de bombas. Quarteirões inteiros destruídos. Inúmeros incêndios. Mortos à beça”. Quando se quer ensinar ou sensibilizar as crianças sobre determinado assunto, o adulto (autor ou mediador do livro) se vê em um dilema. Seria necessária a verdade crua e nua, tal qual uma notícia de jornal? Ou teria um efeito melhor e uma delicadeza mais adequada abordála de forma poética e criativa?

INDICAÇÕES CARVOEIRINHOS Autor: Roger Mello Editora: Companhia das Letrinhas Preço médio: R$ 49,90 A história de um menino de uma carvoaria é narrada por um marimbondo que acompanha as injustiças e paradoxos de uma vida de trabalho em perigo e antes do tempo. Cores e uma prosa poética dão a densidade da questão sem deixar de lado as sutilezas desta mazela brasileira. Para confeccionar o livro Drufs, Eva Furnari passou por um longo período de experimentações de diversas técnicas visuais e textuais, uma sucessão de tentativas e erros que foram configurando o que a obra se tornou. E se as crianças, em uma prática de redação na escola, pudessem descrever as características físicas e emocionais de suas próprias famílias? Por meio do humor e da irreverência que marcam os quase 40 anos de carreira, Eva apresenta personagens particulares que falam de conflitos e diferenças de todos nós. “O tema dos diversos tipos de família apareceu naturalmente. Quando a mente está ocupada com criança e educação, (o tema) brota, não de uma maneira didática, mas sim simbólica”, afirma Eva. Segundo a autora, o enredo principal do livro foi a última ideia a surgir. Ela foi descrevendo e criando as famílias e sempre sentia que estava em lugar de julgamento. Um dia, teve um estalo e pensou na ideia de as crianças falarem sobre suas famílias. Depois, imaginou que isso pudesse ocorrer em forma de redação. Só no final surgiu a irreverente professora Rubi, que pede a tarefa no início do livro. “Foi do fim para o começo”, fala Eva. CRIAÇÃO Essa forma de criação não é por acaso: faz parte do processo de

um artista, sempre antenado sobre o que uma sociedade precisa falar. Não tem intenção pedagógica, muito menos de provocar uma única interpretação. Na boa literatura infantil não poderia ser diferente. “Felizmente está longe o tempo em que predominava (na poesia e na prosa) um tom edificante e didático, com temas e enfoques que favorecessem o ensino de lições de moral, de bons modos, de civilidade, civismo etc e tal”, observa Leo Cunha, escritor mineiro e autor de dezenas de livros para crianças.

imaginação, intuição ou sensibilidade do leitor”, afirma Cunha.

“Não conseguiria fazer um livro eminentemente informativo, ou de denúncia, ou que buscasse uma lição de moral. Para mim, um tema impactante política, social ou eticamente - não se sustenta por si só”, diz. É assinada também por Cunha uma das obras mais impactantes do segmento no Brasil: Um Dia, Um Rio, com André Neves.

As páginas pretas que ocupam quase todo o livro alternamse com tons de cinza, referentes à fumaça e fuligem, e outros em rosa e laranja, simulando um fogaréu no meio do livro. O cenário é uma carvoaria onde crianças trabalham. O narrador é um marimbondo que ronda o lugar e se compara à vida humana. Mello trata da falta de opção da criança, sugere corrupção na fiscalização do trabalho infantil.

A obra aborda, com texto e imagens, a tragédia de Mariana de forma enfática e sensível, sem concessões à criança, embora dê um tom de esperança no final. “Em uma obra que se quer literária a forma também deve ser marcante. Quando digo forma quero dizer as opções dos autores (escritor, ilustrador e editora) quanto à linguagem, à estrutura, ao ponto de vista, ao que se mostra e o que se deixa para a

Roger Mello, um dos mais importantes autores de literatura infantojuvenil - único brasileiro a vencer como ilustrador o Prêmio Hans Christian Andersen (espécie de Nobel do livro infantil) -, publicou vários livros com temáticas fortes sobre o lugar da infância em nossa sociedade, utilizando sua habilidade bem particular de contar histórias potencializando textos e imagens. Carvoeirinhos,de2009,éumdeles.

O autor trabalha com a poesia e as representações para fugir do discurso direto, o que faz com que a leitura seja mais interessante e provoque uma reflexão além da dicotomia bem e mal. “Minha maneira de não tornar esses textos e imagens panfletárias é ir além do bem e do mal. É pensar que muitas vezes existe uma

PARA ONDE VAMOS Escritor: Jairo Buitrago Ilustrador: Rafael Yockteng Editora: Pulo do Gato Preço médio: R$ 42,50 Escrito por um colombiano e ilustrado por um peruano, o livro trata de maneira delicada e intensa a questão dos imigrantes ilegais, essencial para entender o mundo em que vivemos hoje. Aqui, uma menina e seu pai deixam a casa para tentar a vida em outro lugar. Um Dia, Um, Rio Autores: Leo Cunha e André Neves Editora: Pulo do Gato Preço médio: R$ 43,50 A tragédia de Mariana é narrada poeticamente pelo rio que já não é mais doce, mas que tem muitas histórias para contar. Destaque para o projeto gráfico de peso que coloca palavra e imagens em um jogo de dureza e esperança. DRUFS Autora: Eva Furnari Editora: Moderna Preço médio: R$ 44. Autora de mais de 60 livros, Eva Furnari apresenta a história da professora Rubi e seus alunos, que devem apresentar suas famílias criando uma redação sobre elas. Resultado? Famílias tão diferentes, quanto reais, narradas sem preconceito. Todas as ilustrações são os dedos da autora caracterizados das mais diversas formas.


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10 esportes em campo

São Caetano e Santos empatam em 0 a 0

Já classificado, mesmo antes do jogo começar, o São Caetano enfrentou o Santos neste domingo, no Anacleto Campanella, pela última rodada da segunda fase da Copa Paulista. Ao final do jogo empate em 0 a 0, resultado que garantiu o Azulão em segundo lugar no Grupo 6, com 11 pontos conquistados. O jogo Dono das principais ações ofensivas na etapa inicial, o Pequeno Gigante levou peri-

go nas conclusões de longe. Na primeira delas, aos sete minutos, Paulinho Santos soltou o pé e a bola passou raspando a meta do Peixe. Outro bom momento azulino no primeiro tempo aconteceu com Régis. Aos 25 minutos, o volante pegou sobra, também de fora da área, e chutou forte. No entanto, a conclusão ganhou altura e foi novamente para fora. No segundo tempo a melhor oportunidade de gol

foi santista. Aos 26 minutos, Diego Pituca acertou belo chute no travessão da meta protegida por Paes. O rebote do lance ainda permaneceu com o atleta do Peixe, mas o árbitro alegou posição irregular do jogador naquele que foi o momento mais perigoso da etapa final. Sequência O São Caetano agora enfrenta o XV de Piracicaba nas quartas de final da Copa Paulista em dias e horários que seriam definidos no

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arbitral desta segunda-feira(16). O primeiro confronto acontece em São Caetano do Sul, enquanto a partida de volta será realizada no Barão de Serra Negra. Ficha técnica: Local: Anacleto Campanella, em São Caetano do Sul; Árbitro: Daniel Bernardes Serrano; Auxiliares: Thiago Henrique Almeida e Renata Ruel Xavier Público: 385 Renda: R$ 1.940,00

São Caetano: Paes; Alex Reinaldo, Sandoval, Magrão e Bruno Recife; Paulinho Santos, Régis, Ferreira(Daniel Costa) e Nonato(Paulo Vinicius); Carlão(Marlon) e Ermínio Técnico: Luiz Carlos Martins Santos: Preto; Felipe Rodrigues, Rodolfo, Sabino e Marquinhos(Bruno Leonardo); Gregore, Diego Pituca, Juliano e Diogo; Diego Cardoso(Matheus Augusto) e Zé Roberto(Léo Souza) Técnico: Kleiton Lima


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esportes 11

contexto

Com Brasil em segundo, ranking da Fifa define cabeças de chave da Copa

A Fifa divulgou nesta segundafeira a atualização mensal do seu ranking de seleções, definido as sete equipes que serão cabeças de chave da Copa do Mundo de 2018 ao lado da anfitriã Rússia. E elas são: Alemanha, Brasil, Portugal, Argentina, Bélgica, Polônia e França. Líder do ranking e atual campeã mundial, a Alemanha fechou a sua participação nas Eliminatórias Europeias com 100% de aproveitamento e dez vitórias após vencer os últimos dois jogos, disputados neste mês, diante da Irlanda do Norte o Azerbaijão. E agora a equipe soma 1.631 pontos. A seleção brasileira vem logo atrás, com 1.619, depois de empatar com a Bo-

lívia (0 a 0) e bater o Chile (3 a 0) nos seus últimos dois compromissos na vitoriosa campanha nas Eliminatórias Sul-Americanas. Campeã europeia, Portugal é a terceira colocada, com 1.446 pontos, após obter a sua vaga na Copa na rodada final do classificatório com um triunfo sobre a Suíça. Com apenas um ponto a menos e na quarta posição, está a Argentina, que também só se garantiu na Copa no seu jogo final nas Eliminatórias, diante do Equador - triunfou por 3 a 1. Ela é seguida por duas seleções que nunca foram campeãs mundiais, mas que serão cabeças de chave na Copa, casos da

Bélgica, em quinto lugar, e da Polônia, em sexto. Também garantida na Copa, a França ascendeu para o sétimo lugar no ranking, logo à frente da oitava colocada Espanha, garantindo a condição de cabeça de chave da Copa do Mundo de 2018 no sorteio que será realizado em 1º de dezembro, em Moscou. Anteriormente, a Fifa havia anunciado que as divisões das seleções nos potes do sorteio dos grupos do Mundial levariam em consideração o seu ranking de outubro, ainda que nove dos 32 participantes na competição só serão conhecidos em novembro. A

Rússia é a outra cabeça de chave, mas por ser a anfitriã da Copa, pois ocupa apenas o 65º lugar no ranking. Campeão das últimas duas edições da Copa América, o Chile está na nona posição no ranking, sendo a seleção melhor colocada entre as que foram eliminadas no classificatório da Copa. Já o Peru, que vai disputar um confronto pela repescagem mundial com a Nova Zelândia, ascendeu para o décimo lugar. O México está na 16ª posição, sendo a melhor seleção da Concacaf na lista. A Tunísia, em 28º lugar, e o Irã, em 34º, lideram as equipes da África e da

Foto: Divulgação

Ásia, respectivamente. Confira a classificação atualizada do ranking da Fifa: 1º - Alemanha, 1.631 pontos 2º - Brasil, 1.619 3º - Portugal, 1.446 4º - Argentina, 1.445 5º - Bélgica, 1.333 6º - Polônia, 1.323 7º - França, 1.226 8º - Espanha, 1.218 9º - Chile, 1.173 10º - Peru, 1.160 11º - Suíça, 1.134 12º - Inglaterra, 1.116 13º - Colômbia, 1.095 14º - País de Gales, 1.072 15º - Itália, 1.066 16º - México, 1.060 17º - Uruguai, 1.034 18º - Croácia, 1.013 19º - Dinamarca, 1.001 20º - Holanda, 931


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12 são caetano cultura

Pia Fraus chega com o Teatro Portátil em São Caetano

A companhia teatral Pia Fraus vem circulando muitos locais nesses últimos anos para levar o Teatro Portátil de cidade em cidade, sempre com apresentações gratuitas à população. Neste ano, o veterano grupo de teatro de bonecos, apresenta o espetáculo “Bichos Vermelhos”, no dia 31 de outubro (terça-feira), com sessões às 10h, 11h, 14h e às 15h, no Praça dos Estudantes, em São Caetano do Sul-SP. Inspirado no livro homônimo de Lina Rosa, a peça “Bichos Vermelhos” envolve com humor e poesia um assunto muito relevante para a sociedade atual: a preservação da natureza. E por que não começar esse diálogo com as crianças? “A Pia Fraus considera fundamental tratar um tema tão importante, principalmente com os pequenos, na esperança de incutir de maneira lúdica e delicada a atenção, o cuidado com a natureza e o meio ambiente em nossos futuros adultos”, relata Beto Andreetta, diretor da Pia Fraus. A encenação aconte-

ce em uma extraordinária estrutura inflável, cada dia em um lugar diferente. Para quem observa de fora, percebe um impactante teatro colorido, que chega nos espaços públicos de diversas cidades do interior de São Paulo, criando curiosidade e encantamento por onde passa. Já para quem entra dentro da estrutura e assiste o espetáculo, sai com novas expectativas e aprendizados conduzidos pela história. Pais, filhos, avós, tios, amigos e toda a vizinhança têm se surpreendido ao descobrirem brincar com as possibilidades artísticas nas interações das peças, além de levar para casa assuntos significativos e educativos retratados nessas últimas edições do Teatro Portátil. A peça “Bichos Vermelhos”, dirigida por Adriana Telg, vem trazer o mesmo propósito do livro, destacar um aspecto muito trágico: o risco de extinção. A envolvente história dedicada aos bichos brasileiros, que fazem parte da lista vermelha das espécies em risco de extinção, ou

ainda os próximos animais a entrar nela, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza. O Tamanduá Bandeira, Codorna Buraqueira, Macaco Prego Galego são alguns dos animais que ganharam versões em forma de bonecos da cia Pia Fraus, construídos por Dino Sato. Serão três atores e mais de 20 bonecos apresentados durante o espetáculo, com muita diversão e brincadeiras, posicionados para a difusão emergente do tema às crianças. A causa principal dos animais ameaçados em desaparecer do planeta é a destruição da natureza, caso a sociedade não abra os olhos, é possível realmente que esses seres sumam do mapa. Os dados são alarmantes, entre agosto de 2015 e julho de 2016, o Brasil destruiu quase 8 mil quilômetros quadrados da floresta amazônica, de acordo com levantamento divulgado em 2016, pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes),

órgão ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Por isso, a importância de preservar os ecossistemas e protegê-los, “se a sociedade trabalhar direitinho, dá para produzir comida, fazer roupa, remédio e tudo que a gente precisa sem destruir a natureza”, relata a ambientalista Marina Silva, no prefácio assinado no livro Bichos Vermelhos, obra finalista do prêmio Jabuti. O Teatro Portátil segue para as próximas cidades: Guarulhos, Mogi das Cruzes, Jundiaí, entre outras, ao todo passará por dez cidades do estado de São Paulo, com apresentações até o final do mês de novembro de 2017. O projeto é financiado pelo ProAC - ICMS (Programa de Ação Cultural), lei de incentivo à cultura do Governo do Estado de São Paulo e tem o apoio da Gerdau. FICHA TÉCNICA: Coordenação Geral: Beto Andreetta Autoria: Inspirado no livro BICHOS VERMEHOS, de Lina Rosa

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Direção: Adriana Telg Assistente de direção: Maira Cardoso Figurino: Dani Garcia Iluminação: Beto Andreetta Trilha sonora: Adriana Telg Criação dos bonecos: Dino Soto Resolução do mecanismo dos bonecos: Jucie Batista Atores: Nayara de Castro, Joelma Souza e Rafael Lemos Administração: Jackson Iris Assessoria de impresa: Isabela Barbosa Produção executiva: Márcia Lopes Produção: Andreia Lima Fotografia: Pedro Andreetta SERVIÇO: Teatro Portátil da Pia Fraus em São Caetano do Sul- SP Espetáculo: Bichos Vermelhos Local: Praça dos Estudantes Endereço: Av. Goiás, 600 em frente à Câmara Municipal, São Caetano do Sul-SP Data: Dia 31 de outubro (terça-feira) Horários: 10h, 11h, 14h e às 15h Entrada gratuita Capacidade: 100 lugares por sessão


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mundo

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tragédia

contexto

Beira-Mar foi cliente de rede de doleiros que lavou R$ 8,5 bi, diz MPF

Número de mortos em pior ataque na Somália passa de 300

Foto: Divulgação

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O número de mortos em um atentado com um caminhão-bomba na capital da Somália subiu para mais de 300, informaram nesta segunda-feira (16) as autoridades locais. De acordo com Abdulkadir Adam, médico e diretor do serviço de ambulâncias Aamin Ambulance, a expectativa é de que esse número aumente ainda mais nas próximas horas. O ataque é considerado o pior da história do país.

O traficante de drogas Luís Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho BeiraMar, teria utilizado o serviço de uma rede de doleiros que movimentou R$ 8,5 bilhões para criminosos do Brasil e do Paraguai em uma década. A informação é do procurador da República João Vicente Beraldo Romão. Ele denunciou 34 pessoas na Operação Hammer-on, que apura cri-

mes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

cúlio e Scriptus (esquema de ‘Fernandinho Beira-Mar’) valeram-se do esquema.”

“A denúncia indica diversos clientes do esquema, espalhados pelo Brasil todo e envolvidos com as mais variadas práticas criminosas”, informou Romão, por e-mail, ao UOL. “Exemplificativamente, os investigados nas operações Cavalo de Fogo, Aletria, Pe-

A advogada Paloma Gurgel, que defende Beira-Mar, informa não foi notificada judicialmente sobre qualquer vínculo entre seu cliente e investigados pela Operação Hammer-on. Ela nega relação entre Beira-Mar e doleiros que agem na fronteira do Brasil com Paraguai.

A ofensiva ocorreu no último sábado (14) em frente ao hotel Safari, que fica perto de ministérios do governo somali e em uma rua bastante movimentada de Mogadíscio. O prédio foi amplamente destruído pela explosão. Os médicos ainda lutam para salvar centenas de feridos, muitos deles queimados. O presidente Mohamed Abdullahi Mohamed declarou três dias de luto e se juntou às milhares de pessoas que responderam aos apelos desesperados dos hospitais por doações de sangue. “Estou implorando ao povo somali para que doem”, afirmou o mandatário. A Itália também condenou o atentado e expressou solidariedade ao povo somali. “Nosso pensamento vai para as famílias das vítimas com a esperança de recuperar os feridos”, afirmou o ministro das Relações Ex-

teriores da Itália, Angelino Alfano, em comunicado. “Nós confiamos que o Governo Federal e os membros federais se unirão para superar essa tragédia e construir um futuro tão aguardado de paz e prosperidade para o país”, finalizou. A explosão ainda não foi reivindicada, mas o governo culpa o grupo fundamentalista islâmico somali Al Shabab, que vem aumentando suas ações no centro e no sul do país nos últimos meses. A milícia está em guerra contra o Exército e os mais de 20 mil homens enviados pela União Africana, que contam com o apoio de drones dos Estados Unidos. O atentado ocorreu dois dias depois de um encontro em Mogadíscio entre o presidente da Somália e expoentes do comando dos EUA na África. Além disso, três dias atrás, o governo perdeu dois membros de seu alto escalão, o ministro da Defesa Abdirashid Abdullahi Mohamed e o chefe das Forças Armadas Ahmed Jimale. Situado no Chifre da África, o país é um dos mais vulneráveis do mundo por causa da pobreza disseminada, da atuação de milícias terroristas e da instabilidade política. Em março passado, o governo somali chegou a declarar estado de calamidade nacional por causa da fome. Com informações da ANSA.


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14 economia seu bolso

População de baixa renda volta às compras

Depois de passar dois anos consumindo apenas o básico, as famílias de baixa renda estão aos poucos retomando as compras. O recuo no preço dos alimentos, que pesa mais no bolso dos mais pobres, está abrindo espaço para gastos que até pouco tempo essa parcela da população não pensava em fazer, como comprar um eletrodoméstico novo ou trocar o carro usado por um melhor. Os dados oficiais ainda não capturaram o efeito que o aumento do poder de compra das famílias de baixa renda teve no consumo nos últimos meses, por causa da queda da inflação. Mas uma série de indicadores já apontam nessa direção. Em setembro, o fluxo de pessoas nos shoppings do País teve o maior crescimento desde 2015, puxado pelos shoppings populares. Trabalhadores que ganham até dois salários mínimos são maioria entre os que limparam o nome no serviço eletrônico da Serasa Experian. E nas lojas de eletrodomésticos, outro si-

nal concreto: a venda de TVs básicas, por exemplo, está crescendo mais do que a dos aparelhos mais sofisticados. As mudanças no cenário mais favorável ao consumo começaram em meados do ano, quando a inflação, especialmente a dos brasileiros de menor renda, bateu no fundo do poço. Em junho, tanto o custo de vida das famílias que ganham até R$ 4.685, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE, quanto as com renda de até R$ 37.480, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou deflação. Mas a queda maior ocorreu entre os mais pobres. O INPC caiu 0,30% em junho, enquanto o IPCA recuou 0,23% no mesmo período. De lá para cá, o cenário só tem favorecido os mais pobres. Em agosto e setembro, o INPC teve deflação, enquanto o IPCA foi positivo, porém em níveis baixos. O quadro nem sempre foi assim. Em janeiro de 2016,

quando a inflação estourou por causa dos alimentos e atingiu 11,31% em 12 meses, o índice dos mais pobres estava acima da inflação da classe média. “Agora a situação se inverteu e é uma mudança qualitativa importante”, diz o professor da Faculdade de Economia da USP Heron do Carmo. Quando a inflação perde força, diz Heron, o padrão de vida melhora. E as famílias mais pobres, pelo fato de gastarem praticamente toda a renda com itens básicos, ganham um alento para comprar outros produtos. “São os R$ 20 a menos gastos com alimentação que pagam a prestação do tanquinho.” Pontapé O movimento nos corredores de grandes centros comerciais já mostra essa tendência. O fluxo de pessoas nos cerca de 500 shoppings do País cresceu 4,4% em setembro em relação ao mesmo mês de 2016, aponta o indicador do Ibope Inteligência e da Mais Fluxo. Foi o maior crescimento desde

abril de 2015 e puxado pelos shoppings populares, frequentado por famílias com renda média mensal de R$ 5 mil. Nesses shoppings, o fluxo cresceu 7,2% em setembro. “Fiquei surpresa com a intensidade do resultado”, diz Marcia Sola, diretora do Ibope Inteligência. Entre julho e setembro, quando a tendência de inflação menor para os mais pobres se consolidou, 12,5 milhões a mais de pessoas circularam nos shoppings populares em relação ao mesmo período de 2016. É quase o dobro do fluxo adicional de pessoas registrado nos shoppings de classe média. “Sem fluxo não tem venda”, diz Marcia. Outro sinal de que os mais pobres planejam ir às compras apareceu nas renegociações de dívidas. Em junho, 70% dos inadimplentes que limparam o nome no serviço eletrônico da Serasa Experian ganhavam até dois salários mínimos (R$ 1.874). “Com o alívio na inflação, consumidores con-

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seguiram renegociar dívidas, pois precisam de crédito para comprar”, diz Raphael Salmi, diretor da Serasa. Movidas a crédito, as vendas de eletroeletrônicos refletem a retomada gradual das compras pelos consumidores de menor renda. Entre janeiro e julho deste ano ante igual período de 2016, vendeu-se mais TV básica de 32 polegadas, produto de entrada, do que modelos mais sofisticados, observa Gisela Pougy, gerente de marketing da GFK. A tendência se repetiu nos smartphones e nos tanquinhos em relação às lavadoras automáticas. Economistas enfatizam que não se trata de uma nova onda de consumo popular porque o desemprego continua alto, com 12 milhões de pessoas sem trabalho. Mas é consenso que o consumo das famílias como um todo vai puxar a economia neste ano e no próximo, diante da fraqueza do investimento para alavancar o Produto Interno Bruto.


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economia 15

cenário

Vendas no varejo interrompem série de altas e caem 0,5% em agosto; IBGE vê ‘acomodação’ Foto: Divulgação

O volume de vendas do varejo brasileiro caiu 0,5% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, após registrar estabilidade em julho e alta nos três meses anteriores, informou a semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

ajuste, o volume de vendas avançou 3,6%, na quinta variação positiva consecutiva para essa comparação.

É o resultado mais fraco para agosto desde 2015, quando o indicador caiu 0,6%.

O resultado do varejo em agosto acompanhou o da indústria, que interrompeu quatro meses seguidos de alta e registrou queda de 0,8% na comparação com julho.

“A queda de agosto é mais uma acomodação. Mais parece um ajuste depois de altas do que uma reversão de tendência para o setor varejista”, afirmou a gerente do IBGE Isabella Nunes. Ante agosto de 2016, sem

De janeiro a agosto, o comércio soma alta de 0,7%, mas no acumulado em 12 meses segue negativo (-1,6%).

Setores Sete das oito atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram queda em agosto na

comparação com julho. O impacto maior foi sobre equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, categoria que recuou 6,7% na comparação mensal. As vendas de combustíveis e lubrificantes recuaram 2,9% no mês. Em agosto, os preços dos combustíveis aumentaram 6,7%, em meio a 19 reajustes de preços da gasolina dentro da nova política da Petrobras, apontou o IBGE ao divulgar os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês. O setor de móveis e eletrodomésticos foi o único que

cresceu no período, com avanço de 1,7%, mantendo ritmo de alta pelo quarto mês seguido. Na comparação com agosto de 2016, o segmento também apresenta a maior elevação, de 16,5%. O IBGE destacou que o comportamento positivo do setor vem sendo influenciado pela redução da taxa de juros no crédito à pessoa física e “pela manutenção da massa de rendimento real circulante na economia”. “A atividade que tem desempenho melhor é aquela que tem a ver com a queda de juros, com a disponibilidade (das contas inativas) do FGTS

(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e com a inflação menor”, completou Isabella. As vendas de supermercados e alimentos caíram 0,3% em agosto ante julho. Os indicadores acumulados de janeiro a agosto deste ano e em 12 meses também registram variação negativa, de -0,2% e -1,3%, respectivamente. O varejo ampliado, que inclui a venda de veículos e materiais de construção, ficou praticamente estável em volume (0,1%). Contra agosto de 2016, cresceu 7,6%. Os acumulados foram de 1,9% no ano, mas de -1,6% nos últimos 12 meses.


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tecno

cenário

Sistema Nêmesis não funciona fora do mundo de ‘Senhor dos Anéis’, diz produtor de ‘Shadow of war’

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O sistema Nêmesis foi o maior responsável pelo sucesso de “Shadow of Mordor”, um jogo que surpreendeu a todos em 2014 e conquistou diversos prêmios de melhor do ano. Três anos depois, ele aparece ainda maior na sequência “Shadow of war”, mas muitos se perguntam por que a desenvolvedora Monolith, responsável por sua criação, não o utiliza em outros títulos.

Segundo o produtor do game, Andy Salisbury, tudo se resume ao universo criado por J. R. R. Tolkien, no qual os jogos se passam. “O sistema não funciona fora do mundo de ‘O Senhor dos Anéis”, diz ele durante a Brasil Game Show 2017. Segundo ele, o Nêmesis depende de toda a riqueza de personagens e mitos criada pelo escri-

tor britânico na série de livros, iniciada por “O Hobbit”, em 1937. “Sem os orcs, elfos e toda a mitologia é difícil imaginar o sistema presente em outro jogos. Por enquanto, estamos apenas focados em expandi-lo dentro de ‘Shadow of war’, com novas tribos, novas personalidades e novas histórias.”

que foram muito criticadas pelo público, ele se defende ao dizer que elas representam apenas um adicional, mas que nunca influenciaram no desenvolvimento. “Elas estão apenas ali para aqueles que querem se aprofundar um pouco mais, poder olhar e escolher capitães diferentes”, diz.

Quanto às microtransações presentes no jogo,

Sobre o futuro de Talion, o herói guerreiro que se

alia a um espectro élfico para derrubar Sauron, ele é mais categórico ao afirmar que este é realmente o fim de sua história. “Apenas fazia sentido em relação a onde a narrativa caminhava até aqui. Aprendemos que o mais importante é sempre fazer o que é melhor para a história, não o que talvez seja melhor apenas para você [estúdio].”


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