Edição 2627 26/09/17

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Cidades Política Cultura Esportes São Caetano Mundo Economia Tecno

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Prefeitura e Semasa atendem demanda de varrição do Núcleo dos Ciganos

NESTA EDIÇÃO

Todo o perímetro urbanizado do município é

Em Santo André, Setembro Amarelo promove valorização e preservação da vida

atendido com a limpeza.

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Escolas de Diadema reduzem em até 18% gastos com energia após campanha As escolas conseguiram redução entre 5% e 23% nas despesas. 4Pág. 05

abc

Terça-feira, 26 2017 Quarta-feira, 21de desetembro outubro de 2015 2627 Ano IX XI Edição 2125

Até o fim, Joesley acreditou que escaparia ileso

A Prefeitura de São Bernardo, por meio da secretaria de Transportes e Vias Públicas, deu início à retomada das obras de construção de novo viaduto sobre a Rodovia Anchieta, paralelo ao viaduto Teresa Delta. A obra integra o lote 2 do projeto de instalação do Corredor Leste-Oeste, que ligará duas regiões adensadas da cidade, desde a Praça dos Bombeiros, na região do Bairro Ferrazópolis, às proximidades da Rodovia dos Imigrantes, na divisa com Diadema. 4Pág. 08

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Joesley Batista já descansava em sua casa, em São Paulo, quando Rodrigo Janot postou-se frente às câmeras, em Brasília, para anunciar que poderia cancelar a delação do empresário. Durante os quase 20 minutos em que o procurador-geral da República falou na noite da última segunda-feira (4), o mundo político parou. Na rua França, no bairro paulistano do Jardim Europa, a tevê de Joesley permaneceu desligada. O empresário preferiu não ver o pronunciamento. 4Pág. 06

São Bernardo retoma obra do corredor Leste-Oeste

Mauá abre inscrições para concurso de gastronomia

DESTAQUE SQN

cultura Quartas Culturais traz diversidade em setembro, em Santo André. 4Pág. 09

esportes Lucas Lima “corrige” PVC : “o Santos tem que ser valorizado”. 4Pág. 10

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mundo Irma inunda centro de Miami e derruba guindastes

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empresas Podem participar da competição entidades sociais, beneficiários de programas e estudantes de nutrição matriculados na FAMA. 4Pág. 04

Na crise, produtividade cresceu 30%, diz presidente da Volks no Brasil. 4Pág. 15


terça-feira, 26 de setembro de 2017

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2 editorial

Licitações e corrupção

PASSANDO A LIMPO

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teto salarial n Aprovado em dezembro de 2016 no Senado, o projeto que limita os

valores recebidos por servidores públicos ao teto constitucional tem sido protelado na Câmara desde então. Nos bastidores, deputados admitem sofrer pressão de entidades e representantes de classes, que não querem perder benefícios e têm procurado parlamentares para discutir o projeto. Apenas no dia 15 do mês passado o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criou uma comissão especial para analisar a proposta. A medida ocorreu um dia após o jornal O Estado de S.Paulo revelar que um juiz de Mato Grosso recebeu quase meio milhão de reais em julho.

projeto n O projeto também passou a ser bem visto pelo governo, que incluiu a

imposição do teto remuneratório a todas as verbas recebidas por servidores como parte do ajuste fiscal anunciado no fim de julho.

comissão n Mesmo criada há quase um mês, a comissão ainda não se reuniu ne-

nhuma vez. A primeira reunião, marcada para o fim de agosto, foi adiada. A previsão é de que o colegiado seja instalado no próximo dia 12. Isso porque o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), que deve relatar a proposta, estava na Itália para acompanhar o casamento da filha e só retornará a Brasília na semana que vem.

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A divulgação do conteúdo da delação premiada de Eduardo Lopes de Souza, dono da construtora Valor, abalou o Palácio Iguaçu e lançou dúvidas sobre as pretensões políticas do governador Beto Richa. Mas, para além dos cálculos políticos que têm 2018 em mente, o esquema que tem sido desvendado pela Operação Quadro Negro mostra como a corrupção pode se aproveitar de brechas em processos que deveriam servir para que a população recebesse um serviço decente sem desperdício de dinheiro público. As denúncias feitas por Souza são gravíssimas. O esquema propriamente dito já era conhecido dos investigadores e da sociedade paranaense: a Valor ganhava licitações oferecendo preços absurdamente baixos, que depois eram compensados com aditivos. As comunidades que precisavam das escolas jamais viram as obras concluídas, mas o dinheiro entrava na conta da construtora – a novidade está nas informações dadas por Souza sobre o destino desses recursos, repassados a políticos para abastecer campanhas eleitorais. Dinheiro vivo, entregue em mochilas e caixas de vinho, chegando a um total de R$ 17 milhões. O esquema assume especial gravidade porque, segundo o delator, uma das campanhas abastecidas com dinheiro desviado seria a do governador Beto Richa. Ao descrever os pagamentos, Souza cita personagens sempre próximos de Richa e já envolvidos em outros escândalos, como Luiz Abi, investigado pelas operações Voldemort e Publicano, e Ezequias Moreira, do caso da “sogra fantasma”, pelo qual o TJ-PR o condenou a uma pena pequena o suficiente para que ele fosse beneficiado pela prescrição. A delação de Souza ainda não foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e o empreiteiro

ainda tem de entregar material que comprove suas afirmações. Essas duas etapas são fundamentais para que se possa avançar na apuração de eventuais responsabilidades das pessoas citadas por Souza. Richa procurou desqualificar o delator, classificando as denúncias como “afirmações mentirosas de um criminoso que busca amenizar a sua pena”. Nisso, não se diferencia de nenhum outro acusado de irregularidades – Dilma Rousseff, por exemplo, disse que “não respeita delator”. Mas o que está em jogo aqui não é a personalidade de quem faz as denúncias – que os delatores o fazem para “amenizar sua pena” chega a ser óbvio –, e sim a veracidade daquilo que afirmam. E as informações de Eduardo Lopes de Souza são suficientemente graves para que mereçam a investigação mais detalhada possível. Ainda que no fim Richa saia inocentado – e, na ausência de novas informações e evidências, ainda seria possível alegar que o nome do governador tenha sido usado à sua revelia para a obtenção de vantagens ilícitas –, resta outra questão fundamental: como é que a Valor conseguiu vencer as licitações, em primeiro lugar? Antes de assinar os contratos com a Secretaria de Estado da Educação, o portfólio da empresa se resumia, basicamente, a obras na cidade de Bituruna, graças a concorrências que não exigiam a realização de trabalhos anteriores do mesmo gênero. Dali em diante, a Valor venceu licitações em outras cidades, sempre oferecendo grandes descontos para depois receber aditivos, e em alguns casos embolsando o valor total sem ter concluído as obras. É o que promotores do Ministério Público Estadual chamaram de “acervo técnico precário” nas ações civis públicas protocoladas em agosto deste ano.

FRASES

Já passei dos 50, mas, sinceramente, não me troco por dois de 25. Marcos Palmeira, ator

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cidades

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santo andré

Setembro Amarelo promove valorização e preservação da vida

O mês de setembro foi escolhido para carregar uma importante mensagem: “Falar é a melhor solução”. Com este slogan, a campanha do Setembro Amarelo quer promover a valorização e a preservação da vida. Para isso, foram definidas atividades, com o apoio da Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Saúde, que conscientizem a população e capacitem profissionais, que atuam nos casos onde alguém coloca em risco a sua própria vida. O Setembro Amarelo foi iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina)e ABP (Associação Brasileira

de Psiquiatria). Para chamar atenção para o assunto, o espelho d’água, instalado no Paço Municipal, foi iluminado na cor tema da campanha. Hoje (12), às 13h30, alunos, residentes, funcionários e conselheiros locais de saúde participarão de uma palestra sobre prevenção ao suicídio, no anfiteatro do Centro Hospitalar ‘Dr. Newton da Costa Brandão’, onde serão explicadas formas de acolhimento do paciente e de familiares. No dia 14 de setembro, às 19h, haverá o primeiro fórum de prevenção ao suicídio em Santo André, no auditório Heleny

Guariba (inscrições no e-mail cssvalorizacao@santoandre. sp.gov.br). Além disso, a secretaria de Saúde promovera três rodas de conversa sobre o tema, mediadas por uma psicóloga voluntária. A ação será aberta ao público e acontecerá em setembro, nos dias 21 (US Pq. João Ramalho) e 28 (US Jd. Irene I) às 14h, e no dia 29 (US Pq. São Jorge) às 10h. “É preciso ficar alerta quando uma pessoa próxima começa a falar frases como ‘a vida é uma droga’, associadas a baixa auto estima, isolamento e dificuldade de expressar emoções e sentimentos. Quando isso ocorrer, é importante não

deixar essa pessoa sozinha e ouvi-la mais do que falar por ela”, orienta o coordenador de Saúde Mental, Danny Martyn van de Groes. Outro passo importante é procurar ajuda profissional, o suicídio é uma questão de saúde pública. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de Santo André oferece acolhimento para aqueles que sofrem com quadros depressivos ou sofrimentos psíquicos. O munícipe poderá procurar diretamente o CAPS mais próximo para que o acolhimento desse sofrimento seja realizado junto a equipe multiprofissional, que diagnosticará o

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usuário, bem como, direcionará o tratamento mais adequado para cada caso. Mesmo após iniciar o tratamento, é importante que se possível amigos e familiares estejam próximos do paciente, pois mesmo em tratamento existe um risco de ele tentar se ferir. Além da rede pública municipal, o CVV - Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone 141 e e-mail [santoandre@ cvv.org.br]santoandre@cvv. org.br 24 horas, todos os dias.


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CIDADES

oportunidade

contexto

Mauá abre inscrições para curso de gastronomia; 3 receitas serão premiadas

Prefeitura e Semasa atendem demanda de varrição do Núcleo dos Ciganos Foto: Divulgação

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O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) implantou, no fim de agosto, o serviço de varrição manual nas ruas do Núcleo dos Ciganos, em Utinga. O serviço é uma antiga demanda dos moradores, reforçada na visita do prefeito Paulo Serra ao local há cerca de 15 dias. Os varredores farão a limpeza nas vias do núcleo sempre às quartasfeiras, entre 10h e 12h.

A Prefeitura de Mauá está com inscrições abertas para o concurso gastronômico. Serão premiadas as três melhores receitas, de acordo com regulamentos que estipulam além do sabor, a nutrição do prato apresentado. As inscrições estão abertas até 22 de setembro e podem participar do concurso entidades sociais, beneficiários de programas e projetos sociais e estudantes de nutrição, matriculados na FAMA (Faculdade de Mauá). Os vencedores deverão receber como prêmios itens de cozinhas e eletrodomésticos.

O concurso tem como objetivo promover a alimentação saudável, econômica e sustentável e a qualidade de vida das pessoas, disseminando o conceito de utilização integral do alimento, base do Programa de Educação AlimentareNutricionaldaSecretaria de Segurança Alimentar. A competição acontecerá em duas etapas. Na primeira, a disputa acontecerá por categoria. Assim, entidades sociais, estudantes e beneficiários terão disputa direta e os melhores de cada categoria competirão entre si na etapa final. A decisão acon-

tecerá em 18 de outubro, no Espaço Cerâmica, em Mauá. As inscrições para o 4º Concurso Gastronômico - deverão ser obrigatoriamente realizadas na Secretaria de Segurança Alimentar, situada na Rua Rio Branco, nº 808, Centro – Mauá, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A ficha de inscrição estará disponibilizada no endereço eletrônico www. maua.sp.gov.br. Dúvidas e esclarecimentos serão realizados pelo e-mail seg. alimentar@maua.sp.gov.br ou pelo telefone 4519-8556.

O serviço de varrição e limpeza manual é uma das atribuições do Semasa na gestão de resíduos sólidos da cidade. Todo o perímetro urbanizado do município é atendido com a limpeza das guias e sarjetas. O Núcleo dos Ciganos também é atendido com coleta de resíduos, que acontece às segundas, quartas e sextas-feiras, a partir das 7h. Um caminhão, do tipo gaiola, faz a recolha do lixo nas ruas e vielas da comunidade. Nos locais em que o caminhão não entra, o serviço é feito pelos coletores, em forma de puxada. Descarte irregular Além da varrição e da coleta, o Semasa também

monitora e realiza a limpeza constante de um ponto de descarte irregular localizado nas imediações do Núcleo dos Ciganos, na rua Júlio Pignatari. Só em 2017, o Semasa já removeu quase mil toneladas de lixo do ponto. É importante lembrar que o descarte irregular de lixo é um crime ambiental, passível de multa e detenção, quando identificado o infrator. O valor da infração pode chegar a 10.000 FMPs (Fator Monetário Padrão – R$ 37.584,00). A população pode e deve denunciar o descarte irregular ao Semasa, por meio do número 115, da Central de Atendimento. Para coibir este tipo de prática, o Semasa disponibiliza à toda a população da cidade as 18 Estações de Coleta. Estes equipamentos públicos, e de uso gratuito, podem receber resíduos recicláveis, entulho de pequenas construções, móveis velhos, lâmpadas, pilhas, óleo de cozinha, entre outros. Os endereços e horários de funcionamento estão disponíveis no site do Semasa, em www.semasa.sp.gov.br.


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cidades

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meio ambiente

Escolas de Diadema reduzem em até 18% gastos com energia após campanha

A Campanha Consumo Consciente (água, luz e telefone) e de Combate ao Vandalismo de Diadema, realizada no primeiro semestre deste ano em 31 escolas municipais, trouxe resultados positivos como a economia nas contas de serviços como telefone, energia elétrica e água. As escolas conseguiram redução entre 5% e 23% nas despesas de telefonia e a variação na economia de energia elétrica foi entre 3% e 18%. Já, nas contas de água, o índice ficou entre 2,5% e 15%. Com isso, foi possível economizar cerca de R$ 450 mil reais previstos para gastos com utilidade pública na Secretaria de Educação, cujo empenho previsto (garantia do valor para pagamento da despesa) já foi anulado. “A campanha, por meio das pro-

duções das escolas, demonstra o amplo compromisso de cada unidade, no sentido de combater desperdícios e incentivar a sustentabilidade, com responsabilidade social e ampla consciência ecológica, sendo a rede municipal de ensino motivo de orgulho para todos nós”, afirmou a secretária municipal de Educação, Tatiane Ramos. A EMEB Chico Mendes, ganhadora da campanha, conseguiu atingir os níveis máximos de economia. Para a mãe de Ana Sofia Silva Alves, aluna da EMEB Chico Mendes, a mudança no comportamento também chegou à família. “Minha filha chegava falando sobre o que tinha aprendido na escola, cantando a música, falava para fechar a torneira e economizar quando fosse

lavar louça e tomar banho. Tenho outra filha de 10 anos que, junto com os avós, entrou no embalo da Ana Sofia”, explicou Michele Silva Alves. “Se as crianças conseguem se conscientizar, elas levam isso para a família e podem transformar muita coisa. Hoje, pagamos muito caro pela água e energia. Se conseguirmos conscientizar a população, faremos economia e também será importante para o meio ambiente”, finalizou. As EMEBs Chico Mendes e Inspetor Reinaldo José Santana (Piró) se destacaram por trabalhar também o tema de combate ao vandalismo, com realização de passeatas no entorno das escolas. Tema

A escolha dos jurados levou em conta a realização das atividades e da mobilização com a comunidade escolar dentro da temática. Entre os critérios de avaliação para o prêmio também estavam economia/redução, cronograma de atividades, portfólio, hino e mascote. A cerimônia para entrega do prêmio foi realizada em 18 de agosto, no auditório do Quarteirão da Saúde. As cinco finalistas foram EMEB Chico Mendes, EMEB Machado de Assis, EMEB Letícia Beatriz Pessoa, EMEB Inspetor Reinaldo José Santana (Piró) e EMEB Annete Melchioretto. Os alunos da escola Piró fizeram uma paródia da música ‘Você Partiu meu Coração’, interpretada por Nego do Boréu, Wesley Safadão e Anitta, com

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o título “Todos pela Educação”, apresentada na cerimônia de premiação. Com os versos “Vou avisar população! / E quero a sua atenção-ção-ção / A moda agora é dizer: NÃO / Ao consumismo que é problema (mas como assim?), a música fala sobre consumo consciente, vandalismo e educação na cidade. Mais economia Ao longo do segundo semestre, as escolas serão monitoradas para verificar se a economia nas contas continuará e também se haverá redução de vandalismo. As demais escolas que não participaram da Campanha serão incentivadas a se engajarem nas ações de economia e trabalhar o tema de consumo consciente nas atividades pedagógicas. Além disso, a Campanha terá sua segunda edição no próximo ano.


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política

lava jato

Até o fim, Joesley acreditou que escaparia ileso

Joesley Batista já descansava em sua casa, em São Paulo, quando Rodrigo Janot postou-se frente às câmeras, em Brasília, para anunciar que poderia cancelar a delação do empresário. Durante os quase 20 minutos em que o procurador-geral da República falou na noite da última segunda-feira (4), o mundo político parou. Na rua França, no bairro paulistano do Jardim Europa, a tevê de Joesley permaneceu desligada. O empresário preferiu não ver o pronunciamento. O insistente tilintar do aparelho celular, no entanto, foi mais difícil de ignorar. Aos mais chegados, Joesley respondeu não entender o que se passava. O delator mais famoso do

País repetia não saber por que Janot estava tão irritado. A aparente serenidade contrastava com a percepção geral de que Janot impunha profundo revés ao empresário. Joesley, que comprara briga com o presidente da República e com boa parte da classe política, perdia naquele momento seu mais importante aliado. Por meses, o procurador-geral defendera os termos do acordo, que previa imunidade total ao bilionário. Com sua fala, Janot escancarava a possibilidade de que ele fosse parar na cadeia. Joesley, que até então parecia conseguir se antecipar aos fatos e controlar seu destino na investigação criminal, não

percebeu. Cinco dias antes, o empresário entregara ao Ministério Público Federal nova leva de áudios, incluindo a gravação que enfureceu Janot. Havia sido o próprio Joesley, com ajuda de um advogado interno da J&F, o encarregado de analisar e preparar o anexo que incluía o áudio comprometedor – seu principal advogado na delação, o criminalista Pierpaolo Bottini, estava impedido de auxiliá-lo por defender citados na gravação. Com o conteúdo enviado à PGR, Joesley voltou-se a problemas de ordem empresarial. Preocupava a tentativa do BNDES de sacar seu irmão Wesley da presidência da JBS, companhia criada por seu pai e principal

fonte de riqueza do grupo. O conglomerado lutava ainda para fechar a venda da Eldorado Celulose, que garantiria à J&F dinheiro para quitar suas dívidas. As boas notícias vieram. Com ajuda da Justiça, a disputa com o banco estatal foi adiada. A Eldorado foi passada à frente, num acordo que previa o pagamento de espantosos R$ 15 bilhões. Tudo parecia caminhar bem no mundo de Joesley. No domingo, o clima era de comemoração na casa do bilionário. Lentidão. Joesley não admitia que o movimento de Janot representasse o fim da boa fase. Insistia com seus auxiliares que a situação era contor-

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nável. Na manhã seguinte à fala de Janot, na terça-feira, 5, fez questão de manter a rotina. Aprumou-se e seguiu para Brasília em seu jatinho para um depoimento previamente agendado. Foi quando o áudio começou a vazar. Na conversa com o lobista e também delator, Ricardo Saud, um embriagado Joesley falava de planos para manipular procuradores, enredar o STF na delação, conquistar mulheres. Abundavam palavras chulas e impropérios. Num só lance, Joesley se indispunha com a PGR, com o Supremo, com sua mulher e até com sua defesa - citada de forma grosseira por Joesley no áudio, uma de suas advogadas deixou o caso.


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política

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contexto

Rumo da JBS, maior empresa do grupo, é alvo de preocupação

Com Joesley Batista preso, os rumos do maior grupo privado do País, o conglomerado J&F, ficarão nas mãos de Wesley Batista, um dos donos da companhia e o presidente da JBS. Delator ao lado do irmão, Wesley não é alvo da investigação pedida por Rodrigo Janot e não tem sua colaboração ameaçada. Ele terá de liderar o fechamento da venda de negócios, necessária para garantir a sobrevivência da holding e da JBS, enquanto tenta manter-se no cargo. Sócio dos Batista na JBS, o BNDES quer sacá-lo do posto. Uma série de reuniões estão previstas nesta segunda para definir os próximos passos. A ideia era que, no conflito com o BNDES, a J&F buscasse se antecipar, ingressando com o pedido de instauração de arbitragem logo no início da semana. A avaliação de fontes próximas à empresa é que a es-

tratégia deve se manter, já que a permanência de Wesley na JBS tornou-se agora ainda mais fundamental para os Batista. Wesley precisará cuidar ainda da conclusão da venda das linhas de transmissão da Âmbar para a Brookfield, que pode render R$ 900 milhões à J&F. Também terá de garantir que não desandem as negociações para a venda da Moy Park, operação crucial para a reestruturação financeira da JBS. Outra frente de preocupação são as possíveis consequências da prisão de Joesley para o acordo de leniência firmado entre a J&F e as autoridades. O acordo foi homologado pelo Ministério Público Federal, mas a Justiça Federal do DF condicionou sua validade à manutenção da delação premiada no Supremo Tribunal

Federal. Apesar de serem acordos independentes, há uma cláusula na leniência que prevê revisão ou cancelamento caso a colaboração dos executivos seja anulada. Segundo pessoas próximas ao grupo, há receio sobre possíveis impactos da suspensão da delação de Joesley e Ricardo Saud, decretada pelo ministro Edson Fachin. Segundo eles, há risco de contaminação, mas, como se trata de algo inédito, há dificuldade em antecipar o que acontecerá. Dois deles, enumeram o que veem como pontos positivos para o grupo: o fato de Fachin ter pedido a prisão temporária (e não preventiva), o dado de que o advogado e delator Francisco de Assis está fora da ordem de prisão e, por fim, o fato de o ex-procurador

Marcelo Miller não ter sido alvo de mandado de prisão (é a suposta ajuda de Miller na delação que baseia o pedido de prisão). Há também dúvidas sobre a redação da cláusula do acordo que vincula a leniência às delações. Como são sete acordos de colaboração diferentes, ninguém sabe ao certo se apenas um ou todos eles precisam ser rescindidos para que a leniência seja de fato afetada. Além disso, se a eventual revisão implicar apenas no aumento da multa, os reflexos nas vendas de ativos devem ser limitados ou até nulos. Já se houver uma mudança mais drástica nos termos do acordo, compradores podem se sentir desconfortáveis e repensar a decisão. Desde junho, foram vendidas JBS Mercosul, Al-

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pargatas, Vigor e Eldorado. Na avaliação de pessoas próximas aos assessores da JBS, o pior cenário seria a saída forçada de Wesley do comando sem uma transição, o que causaria estrago em um setor marcado pela quebradeira de empresas. Wesley, além de dominar as questões operacionais da JBS, é quem tem concentrado as negociações de alongamento das dívidas com bancos – o contrato de refinanciamento foi assinado, mas a JBS ainda tem de concluir constituição de garantias – e as vendas de ativos, que estão encaminhadas, mas não foram sacramentadas. Procurados, Joesley e Wesley Batista, a J&F e a JBS não quiseram conceder entrevista.


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política

contexto

São Bernardo retoma obra do corredor Leste-Oeste

A Prefeitura de São Bernardo, por meio da secretaria de Transportes e Vias Públicas, deu início à retomada das obras de construção de novo viaduto sobre a Rodovia Anchieta, paralelo ao viaduto Teresa Delta. A obra integra o lote 2 do projeto de instalação do Corredor Leste-Oeste, que ligará duas regiões adensadas da cidade, desde a Praça dos Bombeiros, na região do Bairro Ferrazópolis, às proximidades da Rodovia dos Imigrantes, na divisa com Diadema. Reiniciado no segundo semestre, o empreendimento está dividido em três etapas, com conclusão prevista para março de 2019 e custo total de aproximadamente

R$ 140 milhões. Os recursos são financiados pela Caixa Econômica Federal (CEF) e pela Corporação Andina de Fomento (CAF), cuja liberação de empréstimo no valor de US$ 125 milhões foi aprovada no Senado no último dia 8 de agosto. A conquista permitirá a conclusão das demais obras paralisadas na cidade, herdadas da última administração. “Retomamos mais uma obra que foi abandonada pela gestão passada. Neste semestre, iniciamos a fundação para acesso a um novo viaduto que vai correr exatamente em paralelo ao viaduto Tereza Delta, que hoje está estrangulado”, explicou o prefeito Orlando

Morando, durante vistoria realizada na tarde desta quarta-feira (06/09). A inspeção nas obras também foi acompanhada pelo secretário de Transportes e Vias Públicas, Delson José Amador.

formulação completa, dentro do projeto do corredor Leste-Oeste. Neste mesmo lote teremos um corredor de ônibus que ligará a Praça dos Bombeiros à Avenida Prestes Maia”, completou o prefeito.

A etapa retomada também prevê a construção de uma nova alça de acesso à Rodovia Anchieta. O acesso da Avenida do Cruzeiro, que liga a área à rodovia, também será reaberto, com circulação pela esquerda (mão inglesa), ainda na primeira quinzena do mês. Também são alternativas de entrada à Anchieta as vias Ruas Príncipe Humberto, Ernesto Masini e Alameda Glória.

A primeira fase da obra envolverá a instalação do viaduto, sendo estimada em R$ 51 milhões. Até o momento 45% da intervenção já foi executada. Já as alças do viaduto e proteção do oleoduto Petrobrás estão estipuladas em R$ 57,5 milhões. Ambas etapas estão previstas para serem concluídas em dezembro do ano que vem. O último estágio da obra está previsto para março de 2019.

“Estamos fazendo uma re-

Obras de mobilidade - O

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conjunto de obras na área de mobilidade urbana prevê a implantação de 12 corredores de ônibus. O Leste/Oeste é o maior deles, com 13 quilômetros de extensão. Ao longo de sua extensão, o corredor terá quatro viadutos: na esquina das avenidas José Odorizzi e Robert Kennedy, na alça de acesso à Via Anchieta (Km 20,7), na Praça dos Bombeiros e na Avenida Castelo Branco (altura da Rua dos Flamingos, próximo à Rodovia dos Imigrantes). O programa também prevê a construção de três terminais de integração: Grande Alvarenga (antigo Alves Dias), Batistini e São Pedro.


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cultura

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agenda

Quartas Culturais traz diversidade em setembro na cidade de Santo André

O Quartas Culturais terá programação eclética em setembro.

dar tem

A programação dos shows que acontecem Praça 22 de Novembro, no centro da cidade traz diferentes ritmos para agradar todos os gostos musicais.

Uma parceria com a Embeleze garante design de sobrancelha e depilação de buço na linha de graça, das 18h às 22h.

a banda Caia na Gandaia, Pura Claves e Éric Ribeiro, que levam ao público o melhor do samba; Já para quem curte rock as bandas Kuaziban e The Jokerman, que tocam os clássicos nacionais e internacionais.

A animação no palco fica por conta de grandes nomes como

O sertanejo ganha espaço nos shows de setembro com

Quem está querendo cui-

do visual também espaço no Quartas.

Ana Clara, a dupla Pedro e Vitor e o músico Diogo Oliveira. Há ainda apresentações de jazz e violão instrumental. O Quartas Culturais é um programa semanal de shows gratuitos que acontece na Praça 22 de Novembro, em frente ao Terminal Rodoviário Central.

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Marca da gestão Um Novo Tempo, o projeto incentiva artistas da cidade e facilita o acesso da população a shows e apresentações de dança e música, sempre as quartas-feiras. Além de levar as apresentações para uma das áreas mais movimentadas da cidade.


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10 esportes

brasileirão

Lucas Lima “corrige” PVC : “o Santos tem que ser valorizado”

retranca Levir comemora vitória e diz:’Certeza que podemos vencer a Libertadores’ Foto: Divulgação

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Com a vitória sobre o Corinthians por 2 a 0, neste domingo, o Santos diminuiu a distância do líder em nove pontos. E o técnico Levir Culpi valoriza demais, não somente o resultado, mas o desempenho do time, tanto que crê no título da Copa Libertadores. Após a vitória contra o Corinthians na Vila Belmiro no clássico paulista da rodada do Campeonato Brasileiro, o meia Lucas Lima falou sobre uma “desvalorização” do time da Baixada Santista por parte da imprensa. Um dos principais jornalistas esportivos do país, Paulo Vinícius Coelho, do Fox Sports, falou no programa.

A Última Palavra na noite deste domingo sobre Lucas Lima. PVC disse “Lucas Lima reclamou que não tem valorização. Eu não acho. O Santos quer renovar com ele, não é falta de valorização, tem 16 assistências no ano. Foi o melhor em campo hoje”. Entretanto, a frase de

Lucas Lima não havia sido sobre sua própria valorização e sim sobre a do Santos. Ele tratou de corrigir o jornalista em sua conta oficial do Twitter: “@pvcefox eu disse que o que tem que ser valorizado é o que o SANTOS vem fazendo esse ano.. valeu noix”, postou em sua conta, e poucos minutos depois apagou o twitt.

“Enfrentar o primeiro lugar, com ótima qualidade, e vencer... Para mim, dá a certeza que podemos vencer a Libertadores”, disse o treinador. O comandante analisou o Peixe e viu uma boa evolução. Tanto que se permitiu sonhar com um título invicto. “Quem diria que faríamos

2 a 0 no Corinthians? Temos tido uma regularidade, podemos ganhar qualquer jogo. Estamos vivos e motivados. Podemos até ser campeões invictos (da Libertadores). Seria maravilhoso. Podemos enfrentar qualquer time da América do Sul se administrarmos a questão física”, concluiu. No Campeonato Continental, o Peixe não poderá contar com Gustavo Henrique e Copete, machucados no jogo contra o Timão. Em seus lugares, devem entrar Noguera e Vladimir Hernández. O Santos VIAJOU na noite DE domingo para Bogotá e depois embarcará para Guayaquil.


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esportes 11

bastidor

Propina por Olimpíada do Rio seria de ‘gravidade muito superior’ ao já apurado na Lava Jato no RJ, diz Bretas Foto: Divulgação

O pagamento de propina a eleitores do Comitê Olímpico Internacional (COI) para que escolhessem o Rio como sede da Olimpíada de 2016, se confirmado, é de “gravidade muito superior ao que tem sido apurado na vasta série de investigações” da Lava Jato no Rio. A análise é do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, responsável pelos ca-

sos da força-tarefa no Estado. A decisão foi publicada na segunda-feira (3) e a operação, deflagrada nesta terça (4). Foram determinadas as prisões preventivas do empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, o “Rei Arthur”, e de sua sócia, Eliane Pereira Cavalcante – presa em Laranjeiras pela manhã. “Rei Arthur” ainda é procurado. O documento também intima

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, a prestar depoimento. Ex-presidente do Comitê Rio 2016, ele é suspeito de fazer os contatos para o pagamento de vantagem indevida. De acordo com a decisão, em dívida com o exgovernador Sérgio Cabral (PMDB), Arthur teria pago

a propina a, ao menos, um membro africano do COI. O empresário, diz Bretas, tem negócios de R$ 3 bilhões com o Estado e, com o pagamento, poderia ganhar novos contratos. Para ele, a confirmação das suspeitas espalharia pelo mundo a imagem do brasileiro como aquele que só consegue vitórias por meio

de atos corruptos. No texto, Bretas deixa claro que discorda desta interpretação. O Comitê Olímpico Internacional informou que soube dos fatos pela imprensa e que está fazendo todo o esforço para ter todas as informações. “É do maior interesse do COI esclarecer esse assunto”, diz a nota.


terça-feira, 26 de setembro de 2017

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12 são caetano esporte

São Caetano quebra tabu e vence Vôlei Nestlé/Osasco pelo Paulista Foto: Divulgação

O São Cristóvão Saúde/ São Caetano derrotou o Vôlei Nestlé/Osasco, na noite de sexta-feira (8), por 3 sets a 2, com parciais 25/23, 22/25, 19/25, 26/24 e 15/08, pela terceira rodada do Campeonato Paulista, no Ginásio Lauro Gomes, em São Caetano do Sul. Os destaques do lado do São Caetano foram à oposta Sabrina com 22 pontos e a meio de rede argentina Mimi Sosa com 17, e do lado

do Osasco foi a também oposta Paula com 20 pontos. O time do técnico Hairton Cabral conseguiu a segunda virada jogando em casa pelo mesmo placar e quebrar um tabu de quase uma década. A primeira foi contra Sesi/SP pela estreia do campeonato. “Foi uma grande vitória da nossa equipe que entrou focada em vencer e também queria agradecer o apoio da

torcida, que nos incentivou o tempo todo para sairmos com o resultado positivo. Vencemos uma grande equipe e isso nos dará confiança para o restante da temporada”, afirma a estreante da noite, a oposta cubana Anet Alfonso. Jogando em casa, a equipe do ABC manteve um bom ritmo durante todo primeiro set e com grande atuação da meio de rede argentina

Mimi Sosa fechou em 25/23. No segundo e terceiro sets, o Volei Nestlé se impôs com suas jogadoras experientes como Mari Paraíba, Carol Albuquerque e Paula Borgo vencendo por 25/22 e 25/19 com dois sets equilibrados. Para o quarto set, o São Caetano voltou para o tudo ou nada, e a força do grupo fez à diferença com destaque para a oposta Sabrina com 22 pontos e Camila Paracatu muito bem nos

bloqueios fechando 26/24. No tie-break brilhou novamente Sabrina que conseguiu desequilibrar para a equipe do ABC fechando 15/08 e o jogo em 3 sets a 2. Agora o São Cristóvão Saúde/São Caetano soma quatro pontos em três jogos e enfrenta o Vôlei Bauru, nesta terça-feira (12), às 20h, no Ginásio Lauro Gomes, em São Caetano do Sul. No mesmo dia, fora de casa, o Vôlei Nestlé enfrenta o SESI SP.


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mundo

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contexto

Irma inunda centro de Miami e derruba guindastes

O furacão Irma derrubou dois guindastes de construção e inundou ruas de Miami neste domingo, segundo moradores da cidade, que publicaram fotos nas redes sociais. As imagens mostram o braço de um guindaste na rua 3 que partiu e atingiu o teto de um prédio em uma zona da cidade onde é frequente a construção de prédios muito altos e com vista para o mar. Um morador de Miami que se refugiou em Brickell, bairro vizi-

nho à zona de prédios ao sul do centro da cidade, disse que viu um segundo guindaste cair, enquanto a região era inundada. Imagens de TV mostravam o mar invadindo o calçadão da Brickell Avenue e inundando ruas, e carros com água até a metade. “Está inundado pela alta da maré, que passa sobre as barreiras do mar”, disse à AFP Steven Schlacknam, um artista de 51 anos, que permaneceu em seu apartamento com vista para

o oceano. “O cais de madeira praticamente desapareceu”. Mas a maior preocupação das autoridades em Miami são os guindastes. “Temos na cidade de Miami cerca de 25 guindastes de construção de prédios com mais de 50 andares, ou seja, os guindastes têm 800 pés (243 metros) de altura”, advertiu na véspera Daniel Alfonso, administrador da cidade. Desde a informação de que

Irma passaria pela região, as autoridades pedem aos moradores que observem os alertas de evacuação e não permaneçam em prédios próximos aos guindastes. Os guindastes estão desenhados para suportar ventos de 233 km/h. “Podem ser muito destrutivos. O braço de um guindaste solto tem um contrapeso de 8.000 a 10.000 libras (3,6 a 4,5 toneladas), que se cair vai causar

Foto: Divulgação

muito dano”, declarou Alfonso. Irma, que varre a Flórida desde a manhã deste domingo, perdeu força e agora é um furacão de categoria 3, mas continua sendo um fenômeno extremamente perigoso, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC). Às 18H00 GMT (15H00 Brasília), Irma se encontrava 55 km ao sul de Naples, sobre a costa oeste da Flórida, com ventos máximos de 195 km/h, e se deslocava a 19 km/h em direção ao norte.


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14 economia avaliação

A estratégia dos planos de saúde coletivos falsos O microempresário da área de alimentos Sebastião do Nascimento compara a relação com planos de saúde com um casamento infeliz. “No começo é ‘meu bem para cá, meu bem para lá’. Depois, quando a coisa aperta, a coisa muda para ‘meus bens para cá, meus bens para lá’.” Há seis anos, diante da dificuldade em contratar um plano individual, o empresário fez um contrato de plano empresarial para ele e outras 14 pessoas, entre funcionários de sua empresa e parentes. “Nos primeiros anos, tudo correu como esperado. Mas também não usávamos o plano. Era uma consulta aqui, um exame ali”, recorda. A situação mudou quando um dos integrantes do grupo precisou fazer uma cirurgia de hérnia. “Já tinha ouvido sobre o risco de aumento de preços quando uma das pessoas adoece. Mas essa cirurgia é tão simples, não imaginava que seria assim.” A confirmação veio em abril, com reajuste de 27%. “O interessante é que as operadoras, às vezes, atribuem o aumento da mensalidade à elevação dos gastos em saúde”, diz a advogada Renata Vilhena. Uma das estratégias usadas pela advogada, nos casos em que defende, é justamente pedir para que as empresas comprovem o aumento. “Os dados nunca são repassados.” A advogada do Instituto de Defesa do Consumidor Ana Carolina Navarrete afirma que, em muitos casos, a Justiça entende que a nesses planos falsos coletivos devem ser aplicadas as regras dos planos individuais. Já a presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar, Solange Beatriz Mendes, elogia o formato proposto pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mas defende clareza na venda dos planos.

Foto: Divulgação

“Era uma bomba-relógio que agora começa a explodir.” As estatísticas anuais não deixam dúvida. No ano passado, em São Paulo, foram 17.912 ações, quase oito vezes mais do que as 2.267 de 2011. “Esse aumento não está relacionado com a evolução do número de pessoas que têm planos de saúde. Os indicadores do mercado ficaram praticamente estabilizados no período.” “As principais características do contrato devem ser informadas. A regra do cálculo do aumento, as normas de rescisão com novos contratantes.” AÇÕES O número de ações movidas contra planos de saúde disparou em São Paulo. Somente nos três primeiros meses deste ano foram julgadas 117 ações por dia de usuários inconformados, por exemplo, com negativa de atendimento, rescisão do contrato por decisão da operadora ou aumento abusivo das mensalidades. Dados do Observatório da Judicialização da Saúde Suplementar, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), mostram que, na primeira instância, foram 4.775 decisões no primeiro trimestre – dez vezes mais do que o registrado em 2011. Na segunda instância, onde os recursos são analisados, a tendência não foi diferente. Foram 2.606 decisões, uma média diária de 28,9 – três vezes maior que a de 2011. “Essa é apenas a ponta do iceberg”, afirma o professor da FMUSP e coordenador da pesquisa, Mário Scheffer. Ele observa que apenas uma parcela da população tem acesso a advogados e à informação sobre os direitos que estão sendo descumpridos. “O mais dramático é o que isso

representa: as pessoas ficam sem a assistência justamente no momento de maior necessidade, quando ficam doentes.” O advogado Eliezer Domingues Lima Filho percebe em seu escritório a realidade indicada pela pesquisa. “Nos últimos dois anos houve um aumento expressivo de clientes que querem recorrer à Justiça, principalmente pessoas que contrataram planos por adesão.” É o caso de Maria Izabel Musolino de Miranda, de 61 anos. “Ela estava em casa e recebeu um telefonema de um corretor, perguntando se não precisava de um plano. Foi o começo do problema”, recorda o filho, o representante comercial Marcelo Musolino de Miranda. Após uma oferta tentadora, o plano foi fechado para vários integrantes da família. Além de Maria Izabel, dois filhos (incluindo Marcelo) e um neto. “Ela se associou a uma instituição só para podermos fazer o plano.” As condições eram ideais, com mensalidades razoáveis e uma cobertura considerada muito boa. Os problemas surgiram há três anos, um ano depois do telefonema. Maria Izabel, então com 59 anos, teria um reajuste na mensalidade de 164%. “Imagine o susto. Eu pagava para ela R$ 470. Com a mudança, o valor subiu para R$ 1.200”, recorda Musolino. Os reajustes dos de-

mais integrantes do grupo foram mais altos do que os individuais, mas não tão expressivos. “É um artifício comum para burlar a lei. Como a partir dos 60 os reajustes não são permitidos, operadoras aumentam de forma expressiva a mensalidade quando o usuário tem 58, 59 anos”, disse Lima Filho. No caso de Maria Izabel, uma ação foi interposta, o reajuste da mensalidade, revisto para 7,5% e a operadora, condenada a devolver valores. “Imagine se eu não tivesse recursos para arcar com o aumento até que a ação fosse avaliada.” BOMBA-RELÓGIO Lima Filho atribuiu o aumento das ações sobretudo às características dos planos de saúde atualmente no mercado. “Não se vê mais planos individuais, que estão muito mais protegidos pela lei do que os coletivos e os por adesão.” Para ele, o fenômeno era esperado. “Num momento isso iria acontecer. Os planos tentaram driblar a lei que regulamenta o setor, ofertando planos submetidos a regras mais flexíveis, sobretudo de reajuste de preços. Quando essa população começou a precisar de fato da assistência, viu que o ofertado é muito diferente do que foi vendido.” Scheffer tem avaliação semelhante.

Para o professor, os números são um alerta para o debate sobre planos populares, em estudo no governo, que prometem uma mensalidade mais baixa e uma rede de atendimento menor. “Isso não funciona. Um plano com rede de assistência ruim, com procedimentos muito limitados, deixa descoberto o consumidor justamente quando ele mais precisa.” Já o diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Pedro Ramos, criticou o estudo. Ele afirma que os resultados refletem processos movidos por pessoas de classes econômicas mais privilegiadas. “São pessoas que compram serviços de uma rede de assistência, mas depois querem ser atendidas em hospitais que seus médicos indicam”, avalia. Para ele, o movimento é sobretudo fruto de uma ação mais agressiva de advogados. “Não existem os de porta de cadeia? Há também os de porta de hospital.” Ramos diz que a judicialização provoca prejuízos significativos. “Chega a R$ 1 bilhão por ano. Tem judicialização até para spa.” Mas reconhece que em muitos casos o pedido feito pelos usuários é procedente. Ele admite um erro das empresas ao terceirizar a venda. “Corretores prometem coisas, preenchem formulários e muitos detalhes não são explicados.”


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terça-feira, 26 de setembro de 2017

economia 15

empresa

Na crise, produtividade cresceu 30%, diz presidente da Volks no Brasil

Foto: Divulgação

Em quatro anos de crise econômica o mercado automobilístico brasileiro encolheu 45%, de 3,76 milhões de veículos em 2013 para 2,05 milhões no ano passado. A Volkswagen, que por 41 anos foi líder de vendas no País, teve retração de 66%, de 673,4 mil unidades para 228,4 mil, queda superior à da maioria das concorrentes. A marca alemã aproveitou o período de baixa para uma reestruturação que envolveu, entre várias ações, o corte de 4,4 mil vagas de trabalho - hoje emprega 16 mil pessoas -, modernização das suas quatro fábricas e melhoria de 30% na produtividade. “Hoje fazemos um carro completo em média em 23 horas, 24 horas”, diz o presidente da montadora no Brasil e América do Sul, David Powels, no cargo desde janeiro de 2015. Em meio à recuperação que desponta neste ano, com previsão de mercado 7% superior ao de 2016, a Volkswagen lança em duas semanas o compacto premium Polo, o primeiro de cinco veículos com os quais promete renovar sua linha de produtos e dar lugar a uma “nova Volkswagen”. A seguir, trechos da entrevista. O que muda na ‘nova Volkswagen?’ Nos últimos dois anos trabalhamos em dez campos de ações que incluem a renovação total da nossa linha, começando com a chegada do Polo, e mais três ou quatro produtos a partir do próximo ano, dos quais o sedã Virtus, um SUV e uma picape. São produtos inovadores e com alta tecnologia, relevantes para nossos clientes do Brasil e da região. A nova linha vai ajudar a Volkswagen, hoje terceira em vendas, a subir degraus na lista? Perdemos participação porque demoramos a renovar nossos produtos. Nos últimos anos a marca ficou distante dos clientes, dos concessionários. Mas só produtos novos não resolvem nosso problema. Nas ações que desenvolvemos estão uma nova relação com os concessionários, que nos últimos anos muitas vezes foi conflituosa. Também uma nova relação com os trabalhadores, que não se trata só de uma troca de mão de obra por

dinheiro, mas possibilidade de ter uma carreira mundial, oferecendo treinamento e ambiente para trabalhar com motivação. Também fizemos melhorias nos processos internos, que agora são mais enxutos, mais rápidos e modernos. Ainda há muito trabalho a fazer, mas já fizemos bons progressos.

história positiva com um futuro de tecnologia, de uma marca mais moderna, mais relevante, mais sofisticada, com atitude nova. Quando falarem em indústria automobilística, queremos que pensem em Volkswagen.

Ao mesmo tempo, nos últimos 18 meses simplificamos nossa linha. Há dois anos tínhamos 12 mil combinações de modelos. Hoje são 1.100. No próximo ano, quando forem apresentados os modelos 2019 serão 300. Isso vai simplificar a vida do cliente, dos concessionários, dos fornecedores e a produção.

Como a marca, cujo nome em alemão significa ‘carro do povo’, vai se posicionar no mercado? O objetivo é ter gama com produtos para todas as fases da vida da pessoa, não só para quem está comprando o primeiro carro. Vamos ter carros de entrada, compactos premium, modelos de luxo. Em dois ou três anos a imagem da marca vai ser completamente diferente, não vai ser mais uma imagem de carros de entrada. Em janeiro a empresa trabalhava com 40% de sua capacidade. Como está hoje? Com Polo e Virtus vamos voltar a produzir em três turnos na Anchieta (no ABC paulista). Mas ainda temos grande ociosidade. Trabalhamos com cerca de 52%, 53% de nossa capacidade instalada.

A empresa vai brigar para ser líder novamente? Queremos ser dominantes. Ser líder todos os anos independente do que isso vai custar não é nossa estratégia. Em 65 anos de Brasil a Volkswagen foi líder por 41 anos e teve o carro mais vendido por 51 anos (24 com Fusca e 27 com Gol). Queremos combinar essa

Como vai manter empregos nessas condições? O mercado vai voltar a crescer, nossa participação vai crescer no Brasil, na Argentina e nos outros 27 países da região para onde exportamos. Esperamos crescimento médio de 8% a 9% nas vendas no Brasil nos próximos cinco anos. Temos também acordo de

Quais progressos? Aumentamos nossa produtividade em 30% nos últimos três anos, medida em horas gastas para produzir um carro. Isso em meio a uma crise, quando o volume de vendas total caía mais de 40%. Hoje fazemos um carro completo em 23, 24 horas, em média.

cinco anos com os trabalhadores que prevê flexibilizações, como redução de jornada. Não vamos fechar nenhuma planta. Infelizmente, desde 2015 reduzimos nosso quadro em 4,4 mil pessoas. Todas por PDV (programa de demissão voluntária). Se necessário, poderemos adotar novos PDVS, mas espero que não seja preciso. Qual a meta para a produtividade? Precisamos continuar melhorando e nos próximos quatro a cinco vamos ganhar mais 15% a 20% em produtividade. Todas as empresas estão aumentando produtividade também em outros países. E esse é um assunto relevante não só para nós, mas para o País. Se o Brasil inteiro não aumentar sua produtividade não terá futuro. Como a matriz vê a situação econômica do Brasil? O Brasil não tem problema econômico, mas político. Quando esse problema for resolvido, o setor econômico vai melhorar bastante. Temos um planejamento relativamente conservador, adaptando nossa capacidade com flexibilidade para evitar problemas e estamos investindo em produtos para assegurar nosso futuro. Se não tivéssemos confiança no mercado não iríamos investir R$ 7 bilhões em cinco anos. Nosso objetivo é reduzir prejuízos e nos preparar para o futuro. Perdemos

muito dinheiro nos últimos três anos, e ainda estamos perdendo. O sr. acredita que as reformas serão feitas? Se não forem, o País não vai ter futuro, não vai ter condições de competir globalmente. Talvez demore um pouco mais que o planejado, mas as reformas precisam ser feitas. O Brasil já perdeu bastante competitividade nos últimos 10 anos e agora chega. Mas fazer reformas sem aumentar a produtividade em geral não vai assegurar o futuro do País. As duas coisas precisam ser feitas ao mesmo tempo, com participação do governo, das indústrias e da sociedade como um todo. Isso ajudaria a atrair novos investimentos? O mundo tem muito capital livre no momento. Se o governo continuar mostrando sinais de que fará as reformas, o capital global vai voltar. A indústria se aproveita muito dos financiamentos do BNDES. Com a nova taxa de juros, a TJP, isso vai continuar? Vai ser logicamente menos interessante, mas acho que as empresas vão considerar porque o BNDES é muito importante no desenvolvimento da economia. Mas os grandes grupos têm outras possibilidades. Se o BNDES não for competitivo, eles vão buscar outras fontes de capital.


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tecno

contexto

incrível

É verdade que existem sete chaves que “desligam” a internet?

Caneta inteligente descobre câncer em tecido humano em apenas 10 segundos Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Sim. Elas abrem um cofre que contém cartões digitais, os quais, juntos, criam uma espécie de “chave mestra” que permite reiniciar o sistema DNS, um mecanismo essencial na navegação. As chaves são gerenciadas pela Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann), uma empresa sem fins lucrativos subordinada ao governo dos EUA, que é responsável pelo sistema DNS. Apesar de o termo popular ser “sete chaves da internet”, na verdade elas são 14 e estão em poder de sete guardiões titulares e sete suplentes. Uma vez ao ano, os suplentes devem enviar uma selfie ao lado de um jornal do dia e da chave de segurança ao Icann para confirmar que tudo está em segurança. Também anualmente os detentores das chaves

se reúnem para renová-las. TRADUÇÃO SIMULTÂNEA Para acessar um site, você digita o domínio (como mundoestranho.com.br). Isso só é possível graças ao sistema DNS (Domain Name System), que traduz o nome do site para o endereço real da revista, chamado de endereço IP, que é uma sequência de números. Já imaginou ter que decorar uma numeralha para cada site que você acessa? ERRO 404 O grande problema do sistema DNS é que ele vive sendo alvo de ataques por pessoas que tentam subverter essa tradução. Um exemplo desse tipo de ataque é quando você acessa um site e é redirecionado a outro, muitas vezes sem perceber. Nessa página falsa, você pode inserir dados

que podem ser usados de forma mal intencionada UNIDOS VENCEREMOS As sete chaves abrem um cofre, onde estão sete cartões que são passados em uma máquina. Dessa forma, uma chave criptográfica é gerada, capaz de reiniciar o sistema DNS (e, portanto, a internet) em caso de um ataque. A chave fica em posse de um membro do Icann OS SETE CHAVOSOS Os guardiões trabalham para institutos internacionais. Além do conhecimento na área, sua escolha é baseada na localização, já que devem estar espalhados pelo mundo. Quatro vezes ao ano, eles se encontram para atualizar a chave criptográfica – duas vezes na costa leste e duas na costa oeste dos EUA (há um cofre em cada lugar)

Um dos recursos no combate ao câncer é remover pedaços de tecidos já contaminados pela doença, mas uma caneta inteligente pode tornar esse processo bem mais simples. De forma bem específica, ela pode resolver a questão e identificar câncer em um pedaço de tecido em apenas 10 segundos. Um estudo publicado nesta semana na Science Translational Medicine detalha o equipamento chamado de MasSpec Pen. O aparelho se parece com uma caneta convencional que se conecta a um espectrômetro e utiliza uma gotícula de água para avaliar ou não a presença de células cancerígenas em um tecido. Tudo isso leva poucos se-

gundos e deve agilizar de forma bastante significativa o processo de avaliação dos médicos na hora de realizar uma cirurgia para remover tecidos contaminados pelo câncer. Nos testes realizados com 253 amostras de tecido humano, a precisão do dispositivo foi de incríveis 96%. O próximo passo dos cientistas é reduzir o tamanho do dispositivo. O espectrômetro no qual a caneta é acoplada é grande e caro e a intenção é tornar o dispositivo o mais simples, barato e “portátil” possível. De qualquer forma, mesmo a iniciativa da forma como ela se encontra agora é um avanço e pode trazer benefícios incríveis para o diagnóstico e remoção de tecidos afetados pelo câncer.


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