Edição 2521 27/04/17

Page 1

Cidades Política Cultura Esportes São Caetano Mundo Economia Tecno

3, 4 e 5 6, 7 e 8 9 10 e 11 12 13 14 e 15 16

O curso está alinhado aos requisitos do Programa Atuação Responsável®. 4Pág. 05

Foto: Divulgação

ABC terá curso inédito sobre segurança comportamental

NESTA EDIÇÃO

São Bernardo rompe convênio com a FAM 4Pág. 07

Casal Lula queria passar fim de ano no tríplex do Guarujá, diz Léo Pinheiro Léo Pinheiro, diz que triplex foi comprado e reformado pela OAS. 4Pág. 06

abc

Quinta-feira, 27 de abril de 2017 Edição 2521 Ano XI

Mulheres representam 62% dos gamers no Estado de São Paulo

Santo André abre nova estação do Expresso Turístico em Paranapiacaba

Uma pesquisa do Game Brasil mostra que as mulheres já são maioria entre os gamers.

A Vila de Paranapiacaba está ainda mais atraente do que de costume. Foi aberta na manhã da última sexta-feira (21) pela Prefeitura de Santo André, em convênio com o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a nova estação do Expresso Turístico, que funcionará na antiga Garagem das Locomotivas da ferrovia.

4Pág. 16

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

4Pág. 03

Ribeirão Pires imunizará gestantes e crianças contra a gripe

DESTAQUE SQN

política A lei protege Temer de investigação por atos fora do mandato? 4Pág. 08

cultura Programa de incentivo a leitura é sucesso em Mauá. 4Pág. 09

Siga-nos

investigação Idec divulga produtos inspecionados na Carne Fraca.

• @grupohojelivre • jornal.hojelivre

Foto: Divulgação

4Pág. 14

lava jato A partir dessa segunda-feira, 24, as UBS disponibilizarão doses da vacina contra a gripe. 4Pág. 04

Em três anos, principais empresas citadas demitiram quase 600 mil. 4Pág. 15


quinta-feira, 27 de abril de 2017

www.jornalhojelivre.com.br

2 editorial

PASSANDO A LIMPO

Barrando a Lava Jato

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

adiamento n Em função da forte resistência no Congresso ao texto da Proposta de

Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já admite adiar a votação inicialmente prevista para o dia 8 de maio. Se possível vamos votar a matéria no dia 8 de maio, se não for possível, a partir do dia 15”, disse ele na última sextafeira (21), em Foz do Iguaçu, onde participa do 16º Fórum Empresarial organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

aprovação n Apesar de assumir que, hoje, o governo não tem votos suficientes

para garantir a aprovação, Maia disse que não se trata de um adiamento. Segundo ele, trata-se de um “aprofundamento na articulação” junto às bancadas para uma melhor compreensão do texto entregue na última semana pelo relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA).

matéria qualquer n “Não haverá adiamento, haverá articulação. E a votação quando esti-

vermos a clareza da vitória. Essa não é uma matéria qualquer, que a gente pode perder no mérito. É uma matéria que é o coração do Brasil”, disse. Segundo o presidente, ainda há na cabeça dos deputados e da população uma “contaminação” do texto original. “Houve a interpretação equivocada de que os pobres estavam prejudicados, e não estavam porque a vinculação do salário mínimo nunca saiu”, disse.

Rua José Versolato 111, Torre B- Conjunto 802 - SBC CEP 09750-730 Tel: 23791915

www.jornalhojelivre.com.br Publisher: Luciana Sereno Diagramação: Natália Sabino comercial.hojelivre@gmail.com redacao.hojelivre@gmail.com ANUNCIE: 950600843

Circulação: SCS, SBC, Santo André, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e RGS TIRAGEM E VEICULAÇÃO: 30 MIL EXEMPLARES

Tiragem Auditada por CMH Comunicação Integrada Circulação Garantida

As memoráveis gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, de conversas com próceres do PMDB sobre formas de conter a LavaJato, ilustram bem o que acontece no momento no Senado, com a tramitação do projeto de autoria do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos gravados, para supostamente conter abusos de autoridade, com a relatoria de Roberto Requião (PMDB-PR), da tropa de choque de defesa de Lula e Dilma. De intenção meritória — autoridades precisam mesmo ser contidas, no uso abusivo do poder —, o projeto, na verdade, é um ataque direto de políticos implicados em escândalos contra agentes públicos dedicados a reprimir a corrupção: juízes, procuradores, policiais e quantos mais forem. Das conversas gravadas por Machado, também apanhado pela força-tarefa de Curitiba, participam vários das listas de (Rodrigo) Janot e de (Edson) Fachin, procurador-geral e ministro do Supremo responsável pelo inquérito da Lava-Jato. Como o próprio Renan, os peemedebistas Eunício Oliveira (CE) e Romero Jucá (RR). As gravações registraram o tom de conspiração contra a Lava-Jato. É uma articulação que prossegue. Na quarta, Requião leu na Comissão de Constituição e Justiça do Senado seu relatório substitutivo. Em tese, incluiria algumas sugestões, mas continuou enviesado. Uma das provas disso é que, ao contrário do que

afirmara, não incluiu no texto recomendações do juiz Sérgio Moro, da Lava-Jato, ouvido no Senado sobre o tema, num simulacro de abertura a opiniões divergentes. Em nota, Moro negou ter concordado com o texto de Requião, e este retirou o nome do juiz do relatório. Em debates no Senado, Moro havia proposto que se incluísse no projeto que juízes não podem ser processados por divergências em relação à interpretação das leis. Tampouco o Ministério Público, ao propor indiciamentos, nem policiais ao cumprirem determinação judicial. Aceitar isso significaria acabar com a independência da Justiça e do MP, um dos requisitos do estado democrático de direito. A mobilização de políticos contra a Lava-Jato também tem registro em outros projetos de lei. O deputado Wadih Damous (PT-RJ), por exemplo, próximo a Lula, protocolou, dentro do espírito da conversa gravada por Sérgio Machado, projeto para proibir preso assinar acordo de colaboração premiada. Ora, ora. Outro alvo de todos é revogar o entendimento do Supremo de que pena confirmada em segunda instância pode começar logo a ser cumprida. Parece no mínimo estranho que Renan, Requião e outros continuem a conspirar contra a Lava-Jato, em meio à reverberação das delações da Odebrecht. A explicação pode ser simples: por desespero.

FRASES

Ser mãe novamente e naturalmente, depois dos 40, me mostra que sou fértil, forte e tenho muito o que aprender e viver.

Eliana, apresentadora

Foto: Divulgação


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 27 de abril de 2017

cidades

3

vila ferroviária

Santo André abre nova estação do Expresso Turístico em Paranapiacaba

A Vila de Paranapiacaba está ainda mais atraente do que de costume. Foi aberta na manhã da última sexta-feira (21) pela Prefeitura de Santo André, em convênio com o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a nova estação do Expresso Turístico, que funcionará na antiga Garagem das Locomotivas da ferrovia.

essa faz toda diferença. Temos alegria de vir aqui e começar o trabalho de resgate desse símbolo. Cansei de ouvir que Paranapiacaba tem um grande potencial e ninguém se mexer. Com muito pé no chão e transparência nós vamos fazer isso andar. Daqui a quatro anos vocês vão ver que a Vila vai estar melhor do que está hoje”, disse Serra.

Para receber o novo serviço, o local passou por um completo restauro e agora a Vila conta com uma estação completamente coberta. No total, foram investidos cerca de R$ 3,6 milhões, recursos obtidos por meio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas. Além da nova estação, uma construção próxima à garagem também foi restaurada e servirá como espaço de apoio aos turistas que chegam à vila.

De acordo com o secretário de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense, Donizeti Pereira, muito do trabalho feito no local foi realizado graças à parceria com o IPHAN e aos recursos do PAC. “É um projeto arquitetônico belíssimo, as pessoas voltam no tempo com essa estação. Achamos que seria bom fazermos esse investimento e, como temos pouco recurso, trabalhamos para buscar verba e entregar rapidamente essa plataforma para que as pessoas possam começar a utilizar”, apontou Pereira.

A previsão é que o restante das obras que estão em curso no local sejam finalizadas até o meio do ano, quando a estação será oficialmente inaugurada junto com um pacote de outros monumentos que estão sendo restaurados. Para o prefeito Paulo Serra, que esteve no evento de abertura e visitou diversos pontos tradicionais da Vila, a estação é fundamental para receber os turistas que desembarcam no local. “O trem chegava aqui e as pessoas simplesmente desciam, mas como conhecemos bem o tempo em Paranapiacaba, vimos que uma plataforma com cobertura como

O Expresso Turístico é um trem operado pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e aos domingos liga a Estação da Luz à vila ferroviária andreense. Inaugurada em 2009, a viagem especial revive os mesmos trilhos que impulsionaram o desenvolvimento do Estado de São Paulo a partir da segunda metade do século XIX. Para embarcar, é necessário fazer reserva no site www.cptm.sp.gov.br/suaviagem/ExpressoTuristico/. As viagens são aos domingos, às 8h30 e custam

R$ 45 saindo da estação Luz e R$ 40 a partir da estação Prefeito Celso Daniel. Festival do Cambuci Além da abertura do Expresso Turístico, a Vila de Paranapiacaba traz também como novidade a 14ª edição do Festival do Cambuci. Até domingo, sempre das 10h às 17h, quem for à vila poderá conferir a feira de produtos no Antigo Mercado e a Feira de Artes e Antiguidades no Clube União Lyra Serrano. Uma das inovações desta edição é a criação dos Roteiros Culturais do Cambuci, que irão oferecer aos visitantes a oportunidade de conhecer a árvore, o fruto e sua história junto aos moradores. Está prevista também a realização de série de oficinas de artesanato e de culinária e apresentações musicais, entre outras atividades gratuitas. No dia do encerramento, às 13h, será realizado o Concurso Gastronômico no Clube União Lyra Serrano. O lançamento do evento ocorreu na última quarta-feira (19), no Atrium Shopping. A cerimônia teve animação da Banda Lira e teve como convidada a chef Ana Tomazoni, que abriu a programação com uma exposição sobre o fruto típico da Mata Atlântica. Outras atrações Considerada patrimônio histórico nacional, a Vila de Paranapiacaba oferece ainda uma série de atrações aos visitantes, como museus que resgatam a história

Foto: Divulgação

local e da ferrovia, como o Museu Castelo, reaberto recentemente após reforma. O espaço, no Caminho do Mens, s/n, é a antiga casa dos engenheiros-chefe da ferrovia e abriga acervo que resgata a história local e da ferrovia. Ingressos R$ 3. O horário de funcionamento nos três dias do feriado é das 10h às 16h. O visitante pode ainda se aventurar pelas trilhas do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba em meio à Mata Atlântica. As trilhas só podem ser feitas com o acompanhamento de monitores credenciados pela Prefeitura de Santo André. O parque conta ainda com um Centro de Visitantes (Rua Direita, 371, tel. 11 4439-0321), onde uma exposição permanente retrata parte da Mata Atlântica, com réplicas de plantas, animais e suas pegadas. O horário de funcionamento do parque e do centro durante o feriado será das 9 h às 16h. Como chegar Para chegar à vila de carro, o visitante deve seguir pela Via Anchieta até o Km 29 (placa para Ribeirão Pires), entrar na SP 148 (estrada Velha de Santos) até o Km 33 e pegar a Rodovia Índio Tibiriçá (SP 31) até o Km 45,5. Após, o motorista deve pegar a SP 122 até Paranapiacaba. Também é possível chegar de ônibus, que sai do Tersa (Terminal Rodoviário de Santo André), localizado na Estação Prefeito Saladino (CPTM), ou da estação ferroviária de Rio Grande da Serra a cada hora (Viação Ribeirão Pires, tel. 4828-9646).


quinta-feira, 27 de abril de 2017

4

www.jornalhojelivre.com.br

CIDADES

saúde

Ribeirão Pires imunizará gestantes e crianças contra gripe

A partir dessa segunda-feira, 24, as UBS disponibilizarão doses da vacina contra a gripe para gestantes, puérperas, crianças entre 6 meses até menores de 5 anos e população indígena. A Campanha Nacional de Vacinação será realizada na rede municipal de Saúde por etapas semanais, de acordo com o grupo de risco, até 13 de maio A ação integra a Campanha Nacional de Vacinação contra a doença, que será realizada em quatro etapas, priorizando, em cada uma, grupos populacionais específicos. Na primeira etapa da vacinação, realizada entre 17 e 20 de abril, foram imunizados 2.245 moradores com 60 anos ou mais de idade, além de 223 trabalhadores de saúde

dos serviços públicos e privados. Na terceira etapa, que será realizada na semana do dia 2 de maio, serão vacinados os moradores com comorbidades (tipos específicos de doenças). Já na quarta e última etapa, que acontecerá na semana de 8 de maio, a campanha imunizará professores (escolas públicas e privadas, mediante apresentação do crachá ou holerite), bem como integrantes dos grupos anteriores que não tenham recebido a vacina. O Dia “D” da Campanha de Vacinação contra a Gripe ocorrerá em 13 de maio, data em que as Unidades Básicas de Saúde funcionarão, das 8h às 17h, para atender todos os grupos populacionais específicos. A influenza (gripe) é uma infecção

viral aguda que afeta o sistema respiratório. É de elevada transmissibilidade e distribuição global, com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais e mundiais. A transmissão ocorre por meio de secreções das vias respiratórias da pessoa contaminada ao falar, tossir, espirrar ou pelas mãos, que após contato com superfícies recémcontaminadas, por secreções respiratórias, pode levar o agente infeccioso direto a boca, olhos e nariz. A Campanha Nacional de imunização do ano de 2017 tem por finalidade imunizar no município de Ribeirão Pires, cerca de: Crianças de 6 meses a menores de 2 anos: 2.106 Crianças de 2 a 4 anos: 4.096

Foto: Divulgação

Trabalhadores de Saúde: 3.661 Gestantes: 1.053 Puérperas: 173 Idosos: 12.515 Comorbidades: 8.662 População de professores – aguardando dados do Estado. Total geral: 32.266. Unidades Básicas de Saúde – horário da vacinação (de segunda a sextafeira, exceto feriados): UBS CENTRAL (7h às 17h) UBS OURO FINO (7h às 16h) UBS SANTA LUZIA (7h às 16h) USF QUARTA DIVISÃO (7h às 16h) USF JARDIM LUSO (7h às 16h) USF JD. VALENTINA (7h às 16h) USF JD. CAÇULA (7h às 16h) UBS VILA SUELI (7h às 16h) UBS GUANABARA (7h às 16h) UBS CENTRO ALTO (7h às 16h)


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 27 de abril de 2017

cidades

5

contexto

ABC terá curso inédito sobre segurança comportamental

A formação de profissionais em segurança comportamental é um requisito para a sustentabilidade dos negócios. Ciente disso, o Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (COFIP ABC) apoia institucionalmente a Formação em Segurança Comportamental, realizada pela Oxiteno, em Mauá. Com apoio também da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), o curso está alinhado aos requisitos do Programa Atuação Responsável®, coordenado no Brasil pela associação, quanto aos aspectos de Comportamento Seguro. Organizado pela primeira vez no ABC, o curso ministrado pela consultoria paranaense Comportamento visa habilitar profissionais de indústrias químicas e petroquímicas da região na adoção das melhores técnicas para o desenvolvimento do comportamento seguro dentro das organizações. Ao todo serão 12 meses de formação,

com início das aulas em 12 de maio, realizadas na fábrica da Oxiteno, em Mauá. De acordo com Maria Cecília Theodorov, coordenadora de Recursos Humanos da Oxiteno em Mauá, muitas organizações já se deram conta de que é importante investir na formação técnica, mas é ao mesmo tempo essencial e desafiador habilitar os profissionais para trabalharem com o fator humano. “Em função de toda a sua complexidade, indústrias químicas e petroquímicas devem constantemente investir em estratégias que permitam melhores resultados em seus processos preventivos”, avalia. Desenvolvido a partir da metodologia andragógica – que foca o aprendizado de adultos por meio de propostas vivenciais, estudos de casos e discussões entre os participantes –, o curso foi estruturado em 12 módulos, com 12 horas cada, sendo o último a realização de seminário, em

que o aluno apresentará um projeto para a demonstração das competências desenvolvidas durante o curso. Em linhas gerais, os módulos apresentam o ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Act) para diversas ferramentas como observação e abordagem comportamental; gestão de projetos e avaliação de indicadores; análise de fatores humanos em investigações de acidentes de trabalho; e processos educativos em saúde, segurança e meio ambiente. “Os instrutores têm forte vivência industrial, o que torna extremamente prática a abordagem das ferramentas”, destaca Maria Cecília. Para o COFIP ABC, o novo curso capacitará os líderes das organizações com uma base sólida de competências para a gestão da cultura de segurança. “Os profissionais estarão habilitados a garantir maior efetividade na condução dos pro-

Foto: Divulgação

gramas preventivos, além de melhoria contínua na implantação das ferramentas de saúde, segurança e meio ambiente”, avalia Claudemir Peres, presidente do Comitê. Origem – As primeiras iniciativas em segurança comportamental surgiram nos Estados Unidos, entre os anos 1960 e 1970, sobretudo em organizações de alto risco, como indústrias de energia nuclear, químicas e petroquímicas. Na época, um dos focos era criar sistemáticas de observação e abordagem comportamental. Hoje o conceito é muito mais amplo e envolve processos de formação baseados na compreensão de todas as interfaces entre o comportamento humano e o processo produtivo. As inscrições para o novo curso estão abertas até 10 de maio e podem ser feitas por meio do site www.comportamento.com.br ou do e-mail falecom@comportamento.com.br.


quinta-feira, 27 de abril de 2017

6

www.jornalhojelivre.com.br

política

diz Léo Pinheiro

Casal Lula queria passar fim de ano no tríplex do Guarujá

Foto: Divulgação

O casal Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia (que morreu em fevereiro deste ano) planejava passar as festas de fim de ano de 2014 no tríplex 164-A do Edifício Solaris, que o empreiteiro José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, diz ter sido comprado e reformado pela OAS, como vantagens indevidas concedidas ao petista. Léo narra que depois da primeira visita com Lula, foi feita uma segunda visita. Dessa vez Lula não foi, havia preocupação porque era ano de eleição. Léo foi com dona Marisa, ocasião em que ouviu um pedido. “Então dona Marisa fez um pedido: ‘’’’Nós gostaríamos de passar as festas de fim de ano aqui no apartamento. Teria condições de estar pronta?’’’’”, relatou Léo Pinheiro ao juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato em audiência na quinta-feira, 21. Moro perguntou depois se deu tempo de terminar a obra e o empreiteiro disse que sim. “Pode ficar certo que antes disso...”, disse Léo Pinheiro, o empreiteiro do cartel, que fatiava obras na Petrobras pagando propinas a políticos e agentes públicos,

mais próximo do ex-presidente. A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio do tríplex no Guarujá, no Solaris, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016.

Vara Federal Criminal de Curitiba, contou uma versão acordada com o MPF como pressuposto para aceitação de uma delação premiada que poderá tirá-lo da prisão. Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o proprietário do chamado tríplex do Guarujá. É a palavra dele contra o depoimento de 73 testemunhas, inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono do imóvel”.

O Edifício Solaris era da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT. Em dificuldade financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendimentos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados - eles protestam na Justiça que a empreiteira cobrou valores muito acima do previsto contratualmente. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi presidente da Bancoop.

“A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo - não presenciado por ninguém - no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o exPresidente. É uma tese esdrúxula que já foi veiculada até em um e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao Juízo, não mereceu nenhuma providência”.

Defesa de Lula “Léo Pinheiro, no lugar de se defender em seu interrogatório, hoje, na 13ª

“A afirmação de que o tríplex do Guarujá pertenceria a Lula é também incompatível com documentos da empresa, al-

guns deles assinados por Léo Pinheiro. Em 3/11/2009, houve emissão de debêntures pela OAS, dando em garantia o empreendimento Solaris, incluindo a fração ideal da unidade 164A. Outras operações financeiras foram realizadas dando em garantia essa mesma unidade. Em 2013, o próprio Léo Pinheiro assinou documento para essa finalidade. O que disse o depoente é incompatível com relatórios feitos por diversas empresas de auditoria e com documentos anexados ao processo de recuperação judicial da OAS, que indicam o apartamento como ativo da empresa”. “Léo Pinheiro negou ter entregue as chaves do apartamento a Lula ou aos seus familiares.Também reconheceu que o imóvel jamais foi usado pelo ex-Presidente”. “Perguntado sobre diversos aspectos dos 3 contratos que foram firmados entre a OAS e a Petrobras e que teriam relação com a suposta entrega do apartamento a Lula, Pinheiro não soube responder. Deixou claro estar ali narrando uma história pré-definida com o MPF e incompatível com a verdade dos fatos”.


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 27 de abril de 2017

política

7

contexto

São Bernardo rompe convênio com a FAM

Em intimação, a Prefeitura de São Bernardo requereu a rescisão unilateral do convênio com a FAM (Faculdade das Américas), assinado em 2014 ainda na gestão Luiz Marinho (PT), para que alunos do curso de Medicina da instituição tenham acesso à rede de Saúde do município para realizar estágio. A alegação do Executivo, chefiado por Orlando Morando (PSDB), é que a entidade não está devidamente credenciada no MEC (Ministério da Educação) para operar na cidade. O Paço utiliza decreto de janeiro – que trata de revisão das contratações – como base para cortar a parceria, considerada irregular. O processo administrativo aberto no início de abril pela Prefeitura, assinado pelo secretário municipal de Saúde, Geraldo Reple Sobrinho, aponta o lapso na permissão dada pelo MEC à faculdade. De acordo com a portaria 399,

de 22 de julho de 2014, a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, “autoriza exclusivamente” a Faculdade das Américas (cuja razão social é Sociedade Educacional das Américas S/A) a ministrar o curso de Medicina na Rua Augusta, números 1.520 e 1.508, na Consolação, em São Paulo. O documento alega também que a Procuradoria de Contratos emitiu parecer técnico-jurídico sem se opor ao cancelamento do acordo. O Paço ressalta ainda que a FAM deveria fornecer à Secretaria de Saúde lista de alunos aptos a realizarem estágio na rede municipal, bem como o nome dos professores responsáveis, o que não ocorreu. No Facebook, post datado de 22 de janeiro de 2016 diz que o curso estaria autorizado pela portaria do MEC e que os alunos teriam “aulas práticas nas UBSs (Unidades Básicas de

Saúde) do município de São Bernardo”. Já no edital de abertura de graduações para 2017, a faculdade informa que o curso seria ministrado apenas na Capital. A única movimentação favorável do MEC à inclusão de curso de Medicina em São Bernardo diz respeito à escolha da Uninove (Universidade Nove de Julho) como responsável pela oferta de 100 vagas por meio de edital do Programa Mais Médicos. A instituição aguarda a finalização do processo de credenciamento junto ao governo federal para iniciar as atividades, previstas para o segundo semestre. Morando deu aval, por sua vez, no dia 12 – após prazo de defesa –, a convênio com a Uninove que garante o uso da rede de Saúde do município para as atividades de estágio dos estudantes e estabelece contrapartida financeira de cerca de R$

Foto: Divulgação

20 milhões por parte da instituição privada em seis anos ao Paço. Procurada, a FAM não se manifestou sobre o caso. Histórico A chegada da faculdade ao município foi recheada de polêmicas. Além do problema com a portaria do MEC, o Diário relatou, à época, que a faculdade ofereceu o curso no ano de 2015 de maneira irregular em imóvel localizado na Avenida Wallace Simonsen, no Nova Petrópolis, adaptado para 100 alunos. A FAM foi patrocinadora do São Bernardo Futebol Clube na temporada de 2016. A instituição de ensino é administrada pela empresária Leila Mejdalani Pereira, que também possui participação no grupo Crefisa S/A, outro ex-patrocinador do Tigre em anos anteriores e que, atualmente, estampa sua marca no Palmeiras.


quinta-feira, 27 de abril de 2017

8

www.jornalhojelivre.com.br

política

lava jato

A lei protege Temer de investigação por atos fora do mandato?

Foto: Divulgação

Apesar de aparecer em dois pedidos de inquérito enviados pelo procuradorgeral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Michel Temer não entrou, pelo menos por ora, na lista de políticos investigados sob o escrutínio da mais alta corte do país. A razão para isso, segundo o próprio Janot, é que Temer possui uma espécie de “imunidade temporária” determinada pela Constituição para quem ocupa o cargo de Presidente da República. Tal decisão é baseada no parágrafo 4º do artigo 85 da Carta Magna que diz que o chefe do Executivo, “na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”. Em outros termos: qualquer crime cometido fora do mandato do presidente não poderia ser alvo de processo penal. Essa interpretação do texto, no entanto, gera divergências entre especialistas em Direito e abriu margem para uma petição do PSOL para que o STF reveja a sentença relacionada a Temer. O partido argumenta que, em decisão de 2015, o STF se baseou em uma interpretação diferente para o mesmo texto. Na época, o ministro Teori Zavascki, morto em janeiro deste ano, decidiu que a ex-presidente Dilma Rousseff poderia ser investigada por crimes que teriam sido cometidos fora de

seu mandato “caso houvesse indícios”. A discórdia entre os juristas reside exatamente no seguinte questionamento: a Constituição veta, de fato, a investigação de atos cometidos por um presidente da República antes do mandato? EXAME.com conversou com dois juristas da Universidade de São Paulo para saber a linha de raciocínio de cada posicionamento. SIM–GustavoBadaró,professordeprocesso penal da Faculdade de Direito da USP O professor afirma que “embora a Constituição não diga explicitamente que o presidente não pode ser investigado, ela usa um termo amplo que impediria qualquer procedimento penal, inclusive a parte prévia da investigação” sobre atos cometidos fora do atual mandato. Segundo ele, a regra perderia sua razão de ser caso fosse “desmembrada”. Badaró explica que, nesse caso, a investigação poderia ser instaurada ao final do mandato, quando a imunidade deixar de valer. “Essa regra visa impedir que se tente, através de um processo criminal, ameaçar indiretamente o exercício do mandato de presidente da República”, diz. Segundo ele, a situação é diferente do que se discutiu no caso do impeachment de Dilma. No processo da petista, o que

estava em debate é uma investigação de atos supostamente cometidos em um mandato anterior do mesmo cargo. No caso de Temer, que em 2012 era vice-presidente, seriam dois mandatos e dois cargos diferentes, diz o especialista. “Se, no momento dos supostos atos cometidos por Temer, Dilma estivesse viajando e ele fosse o presidente interino, acho que aí sim se poderia cogitar [a investigação]”, afirma. NÃO – Janaína Paschoal, professora de Direito Penal da Faculdade de Direito da USP “Na minha leitura, o texto aponta que ele não pode ser punido por um fato anterior ao assumir, mas não que não pode ser investigado”, diz. “A investigação consistiria em realizar as providências investigativas necessárias, como ouvir testemunhas e fazer perícias. Como ele não pode ser punido, não poderia haver uma sentença condenatória. Mas a apuração dos fatos pode acontecer”, explica. Sendo assim, no caso de comprovadas irregularidades, a condenação poderia ficar pendente para o fim do mandato do presidente. Autora do pedido que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma, a advogada defendeu a mesma interpretação durante o processo contra a petista. (As informações são da Revista Exame)

caso triplex Documentos reforçam o elo entre Léo Pinheiro e Lula Documentos que mapeiam ligações entre Lula e ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, viagens de carros do Instituto Lula e emails de reuniões que teriam ocorrido entre os dois são algumas das provas que o empreiteiro deve usar para provar que o tríplex no Condomínio Solaris, no Guarujá, pertence ao petista. Os arquivos, anexados pelo Ministério Público Federal à ação penal do tríplex, foram obtidos pelo blog do jornalista Fausto Macedo, do Estadão. Emails revelam agendas de reuniões entre Pinheiro e Lula nos dias 3 de setembro de 2013 e 3 de junho, 25 de julho, 13 de outubro e 10 de novembro de 2014. Outro anexo é um mapeamento do sistema de pedágio Sem Parar, que mostra que dois carros do Instituto Lula realizaram seis viagens em possível trajeto desde São Bernardo do Campo, onde reside o ex-presidente, até o Guarujá, entre 2012 e 2014. Há também um relatório que lista ligações realizadas entre Léo Pinheiro e pessoas próximas ao expresidente, como Paulo Okamotto. A defesa de Lula afirmou que Léo Pinheiro não tem provas e que o ex-presidente não cometeu qualquer ato ilícito. “Ele tem uma versão negociada para agradar os Procuradores para ter a sua delação premiada – negociada desde 2016 – finalmente aceita, para que possa deixar a prisão ou obter benefícios”. Foto: Divulgação


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 27 de abril de 2017

cultura

9

programa-se

Programa de incentivo a leitura é sucesso em Mauá

Setecentos e cincoenta livros circulando entre munícipes, uma média de 50 livros retirados por dia no Terminal Rodoviário Central, são a garantia de que o projeto Mundo da Leitura caiu nas graças dos leitores. O programa que visa facilitar o acesso aos livros para todos os moradores da cidade teve início há 15 dias e ago-

ra ganhará novos pontos de retirada nos terminais do Itapeva e do Zaíra. Uma verdadeira biblioteca estará disponível ao povo nos três terminais. Quem tiver interesse em ler um dos livros precisa apenas informar nome, contato e o título escolhido para levar para casa. A expectativa é a de que os livros

retornem em uma média de 30 dias. O conceito do projeto é movimentar a troca de livros e estimular que os leitores dividam suas opiniões com os próximos que retirarão o material. Antes, esses livros acabavam guardados, empoeirados e sem utilidade. Por isso a biblioteca está aberta a doações como fez a escritora mauaense Ana Stoppa, que entregou 250

Foto: Divulgação

títulos ao Embarque no Mundo da Leitura. Ação A ação faz parte do plano municipal de leitura, uma forma de fortalecer o hábito da leitura na cultura da cidade de Mauá. Os novos pontos para a retirada de livros no Itapeva e no Zaíra devem estar disponíveis a partir da próxima quinta-feira (27).


quinta-feira, 27 de abril de 2017

www.jornalhojelivre.com.br

10 esportes

tênis

fim da linha

Ponte Preta perde mas Palmeiras é eliminado do Paulistão

Bellucci estreará em Barcelona contra russo e Dutra Silva pode pegar Nadal Foto: Divulgação

Vice-campeão em Houston recentemente, Thomaz Bellucci voltará a jogar esta semana. O brasileiro vai participar do Torneio de Barcelona, um ATP 500 disputado em quadras de saibro, e estreará diante do russo Karen Khachanov, de acordo com o que foi determinado a partir do sorteio da chave. Bellucci é o número 53 do mundo, apenas um posição atrás do tenista russo, a quem nunca enfrentou no circuito mundial do tênis. E em caso de vitória, o brasileiro terá pela frente na segunda rodada o uruguaio Pablo Cuevas, o número 27 do mundo e que na última sexta-feira foi eliminado nas quartas de final do Masters 1000 de Montecarlo. Outro brasileiro garantido na chave principal em Barcelona, Rogério Dutra Silva, o número 70 do mundo, vai estrear contra o argentino Renzo Oliva, o 93º colocado no ranking, a quem derrotou no confronto anterior, há dois anos, em um torneio de nível challenger em São Paulo. Se derrotá-lo novamente, vai ser o primeiro adversário do espanhol Rafael Nadal, número 7 do mundo e nove vezes campeão em Barcelona. Convidado da organização, o britânico Andy Murray, o líder do ranking, vai estrear em Barcelona contra o tenista que avançar do duelo entre o australiano Bernard Tomic e o alemão Dustin Brown. Um possível encontro com Nadal só vai ocorrer na decisão. O primeiro rival de Kei Nishikori, que foi campeão em 2014 e 2015 e vice em 2016, em Barcelona será o espanhol Marcel Granollers ou o tunisiano Malek Jaziri. E um confronto do número 5 do mundo com Nadal, para quem perdeu a final do ano passado, ocorreria nas semifinais.

O técnico do Palmeiras, Eduardo Baptista, lamentou depois do jogo do Palmeiras a eliminação sofrida diante da Ponte Preta, neste sábado, e creditou a queda na semifinal do Campeonato Paulista ao jogo ruim em Campinas. Na opinião dele, os 3 a 0 no confronto de ida pesaram mais para o resultado negativo do que o 1 a 0 conquistado no Allianz Parque. “O Palmeiras fez até o momento a melhor campanha e foi eliminado por 20 minutos em Campinas. Fica a lição que não é só o nome de jogador, não basta ser Palmeiras, ter o jogadores que tem”, disse. Baptista explicou que no confronto de ida, no estádio Moisés Lucarelli, faltou a toda à equipe deixar de lado a postura passiva e ter a entrega que

foi demonstrada na vitória no sábado. Para Baptista, a falha em Campinas, quando a equipe levou os três gols no primeiro tempo, se explica pelo cansaço, pois quatro dias antes o Palmeiras havia sofrido para ganhar do Peñarol por 3 a 2, pela Copa Libertadores, com gol nos acréscimos. “Às vezes para aprender tem que doer na carne, e doeu. O Dudu chorou, eu estou triste, a diretoria também está. Mas temos que tirar lições e levantar”, afirmou. A equipe se reapresenta na Academia de Futebol no domingo pela manhã, quando inicia a preparação para enfrentar o Peñarol, na quartafeira, em Montevidéu. Apesar da

eliminação no Paulista, o treinador explicou que o time não jogará desanimado. “Os primeiros minutos no jogo de ida, em Campinas, é que nos fizeram pagar caro. Eu vejo um time saindo mais forte agora do que entrou. Temos outras competições no ano. Essa experiência deu maturidade à equipe”, explicou. O treinado comentou que a torcida reconheceu o esforço do time e viu o quanto o Palmeiras pode evoluir na temporada em outras competições. “O empenho dos jogadores, tanto fisicamente como taticamente, foi de levantar aplausos da torcida. E no fim da partida, teve essa manifestação. Cativamos esse respeito”, disse.

O Brasil poderá, ainda, ter um terceiro representante no Torneio de Barcelona, pois Thiago Monteiro participa do qualifying. O cearense, número 80 do mundo, superou o checo Lukas Rosol (154º) neste sábado (6/3, 6/7 e 6/3) e disputará uma vaga na chave com o espanhol Jordi SamperMontana (216º colocado no ranking).


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 27 de abril de 2017

esportes 11

contexto

Primeiro golpe define e Thales Leites volta a vencer no UFC

Foto: Divulgação

carioca Fluminense ‘esquece’ vantagem, atropela Vasco no Maracanã e está na final Abel Braga tinha prometido um Fluminense ofensivo diante do Vasco e cumpriu. O time das Laranjeiras massacrou a equipe cruzmaltina e venceu por 3 a 0, no Maracanã, na noite deste sábado, avançando assim para a final do Campeonato Carioca. A equipe tricolor tinha a vantagem de jogar pelo empate, mas atuou como se realmente precisasse vencer. Já o Vasco tentou jogar nos contra-ataques e, mesmo quando ficou em desvantagem, continuou refém do domínio do adversário, no Maracanã. Os gols foram todos no segundo tempo. O atacante Richarlison abriu o placar aos 5 minutos. Aos 10, o também atacante Wellington Silva ampliou. O lateral Léo fez o terceiro, aos 26. A torcida tricolor aproveitou para fazer a festa e até gritou “Olé”. A partida entre eles foi praticamente um tira-teima no Estadual. Isso porque o Fluminense ganhou o primeiro turno (Taça Guanabara) e o Vasco, o segundo (Taça Rio). Foto: Divulgação

Depois de passar o momento mais complicado de sua carreira, com três derrotas nas últimas quatro lutas, Thales Leites voltou a vencer na noite deste sábado (22) no UFC Fight Night 108, disputado na cidade de Nashville (EUA). O atleta da Nova União fez o arroz com feijão e bateu Sam Alvey por decisão unânime dos juízes laterais. Foi a 12ª vitória de Thales dentro do Ultimate. Ele é o quinto atleta com mais número de triunfos na divisão dos médios (84 kg), que é comandada por Michael Bisping. E, apesar de a luta ter sido definida apenas nas mãos dos juízes, o primeiro golpe foi fundamental para ditar o rumo do combate.

Foi logo no primeiro movimento feito por Thales Leites que o americano sentiu. O brasileiro chutou com a perna direita e acertou o joelho direito de Alvey, que passou a caminhar para trás e acusou o golpe. Apesar disso, o atleta da Nova União não foi para cima e preferiu ter cautela ao atacar. Sempre mirando a perna do americano, Thales passou a comandar as ações no meio do octógono enquanto Sam Alvey procurava mais se manter em pé do que propriamente oferecer algum perigo ao brasileiro. Ao fim do primeiro round, o ‘Senhor Sorriso’ deixou de lado a alegria e caminhou para o seu córner mancando.

Apesar de continuar sentindo e com a movimentação debilitada, Alvey voltou ao segundo round buscando mais a luta e caminhando para frente. Essa postura foi premiada no finzinho do assalto, quando um golpe de direita entrou e fez o brasileiro balançar. No entanto, logo Thales se reequilibrou e manteve o domínio até a buzina apitar. Nos últimos cinco minutos a situação se repetiu. Enquanto Thales seguia aplicando chutes e buscando o joelho do seu oponente, o americano não deixava de caminhar para frente e levava certo perigo. Ao fim dos três assaltos, o brasileiro foi declarado vencedor por decisão unânime dos juízes laterais (triplo 30-27).


quinta-feira, 27 de abril de 2017

www.jornalhojelivre.com.br

12 são caetano negócios

Natura inaugura primeira loja física do ABC no Parkshopping São Caetano

Foto: Divulgação

A Natura inaugurou no último dia 20 a sua primeira loja no ABC Paulista, no Park Shopping São Caetano. A loja reúne um portfólio amplo de presentes e itens de perfumaria, cuidados com o corpo, maquiagem e infantil. Com mesas centrais equipadas com espelhos, uma bancada de maquiagem, provadores de perfumes e pia, o espaço convida à experimentação de produtos de diversas categorias. O compromisso da Natura com a geração de impactos sociais e ambientais positivos também se reflete na loja, a partir das escolhas dos materiais, desde a iluminação LED e o uso de madeira de demolição. O projeto

foi criado pelo escritório de arquitetura Santa Irreverência, de Niterói (RJ), e a comunicação visual da loja é assinada pela agência de visual merchandising Vimer. As lojas próprias da Natura têm o objetivo de complementar a venda direta, principal canal da empresa, que conta com mais de 1,3 milhão de consultoras no Brasil. Lançamentos Entre os lançamentos que estarão disponíveis na loja, destaque para as opções de presentes para o Dia das Mães. Kits com produtos exclusivos para a data nas categorias de perfumaria, maquiagem e cuidados com o corpo vão faci-

litar a escolha do presente ideal. Além disso, a linha Chronos apresenta o Roll On Clareador de Olheiras, produto desenvolvido para tratar, prevenir e ao mesmo disfarçar o aspecto de olhos cansados. Com duas opções de cores que atendem a todos os tons de pele, o roll on disfarça e atenua as bolsas, já imediatamente após a aplicação. O uso contínuo durante 30 dias clareia as olheiras devido ao concentrado de Aroeira, ativo que inibe a produção de pigmentos escuros na região. Outro lançamento é da Linha Ekos, o Óleo Concentrado de Castanha. Rico em ômega-6 e ômega-9, ele garante nutrição à pele,

estimulando a produção de proteínas até as camadas mais profundas; protege contra as agressões externas; e melhora a elasticidade e sensação de firmeza. O produto pode ser usado sozinho, para fortalecer as unhas, ou em conjunto com outros itens da linha Ekos Castanha para criar um ritual completo de nutrição. Serviço: Park Shopping São Caetano Endereço: Alameda Terracota, 545, Espaço Cerâmica – Piso São Paulo – loja 2094-A Horário de funcionamento: Segunda a sábado, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 14h às 20h.


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 27 de abril de 2017

mundo

13

contexto

‘Sociedade nos julga e culpa’, diz sobrevivente de estupro da Guerra do Kosovo Foto: Divulgação

“Nunca contei para ninguém. Todo 21 de abril, eu me sentia profundamente triste”. M.P.* precisou de quase duas décadas para denunciar à polícia o estupro que sofreu por forças paramilitares durante a Guerra do Kosovo (19981999). O ímpeto veio em 21 de abril do ano passado, 17 anos após o crime. “Fiquei tanto tempo calada que o alívio foi muito grande. Não podia mais carregar as marcas da guerra sozinha”, disse à BBC Brasil, em Pristina, capital do Kosovo. A kosovar albanesa vive em uma vila distante no leste do país e inventou uma desculpa para sair de casa e conversar com nossa reportagem sem que o marido e os cinco filhos soubessem. Ela ainda não contou à família seu mais doloroso segredo. Era 1999, um dia depois do massacre que deixou 20 mortos no vilarejo onde M.P., na época com 30 anos, estava temporariamente com os filhos no leste do Kosovo. Ela alimentava os animais quando dois paramilitares - um sérvio e um russo - ameaçaram silenciá-la para sempre, caso gritasse por socorro. “Resisti, e começaram a me bater. Eles me espancaram até eu perder a consciência. Não sei por quanto tempo fiquei desacordada”, relembra. “Eles voltaram a me estuprar, mas receberam uma ligação e mandaram eu me vestir. Os dois queriam me levar para um cativeiro, mas implorei para ficar com meus cinco filhos. Eles disseram que fariam filhos comigo.” M.P. não hesitou e fugiu. “O soldado sérvio tentou atirar enquanto eu corria, mas o russo disse para ele parar”, conta a mulher, que é uma das 20 mil kosovares albanesas violadas sexualmente durante o conflito na então província da Sérvia. Ao ouvir o carro dos paramilitares partir, M.P. caminhou para casa. A primeira coisa que fez ao entrar foi abraçar as crianças. “Não posso descrever quão terríveis eles [os paramilitares] eram, me senti muito suja. Tomei banho e depois só queria ficar com meus filhos. Não precisava de nenhuma outra coisa, comer ou beber, só ficar perto deles e tentar esquecer o que aconteceu, mas tudo aquilo ficou na minha memória”, diz. O conflito entre separatistas de origem albanesa e o governo da ex-Iugoslávia, liderado pelo então presidente nacionalista Slobodan Milosevic, da Sérvia, só terminou após 79 dias de bombardeios

da Otan, sem a autorização do Conselho de Segurança da ONU. O saldo foi de mais de 10 mil mortos e desaparecidos. Kosovo, com 90% da população de origem albanesa, declarou independência unilateralmente em 2008 e obteve reconhecimento de 113 países, segundo o Ministério do Exterior do país. No entanto, Sérvia e Brasil não estão na lista. Assim como os mortos, as mulheres violentadas durante a guerra também ficaram esquecidas. Nenhum esforço foi feito para punir os responsáveis. Sem apoio e vivendo numa sociedade patriarcal e conservadora, as sobreviventes das atrocidades da guerra ainda guardam segredo por medo de perderem os maridos, serem rejeitadas pela família ou demitidas do emprego. “É um grande tabu”, diz Flora Macula, chefe da ONU Mulheres no Kosovo. “Não temos muitas informações sobre as vítimas. Muitas negam o estupro por toda a vida.” Reparações Quase duas décadas após a guerra, o governo do Kosovo começa a tomar medidas para dar apoio às sobreviventes. Uma comissão especial que envolve ONGs e a ONU foi estabelecida neste ano para identificar as mulheres, reconhecêlas como vítimas e inserí-las num programa de pensão estatal. Estupros em massa em situações de conflito são considerados crimes de guerra desde 2008 pelo Conselho de Segurança da ONU. “Nenhuma ajuda financeira vai compensar esse sofrimento, mas é preciso”, disse à BBC Brasil a ministra da Justiça do Kosovo, Dhurata Hoxha.“Elas são até hoje mar-

ginalizadas, não têm trabalho. Pretendemos trazer justiça para essas mulheres.” Não há nenhum dado oficial sobre o número de kosovares albanesas que foram estupradas durante a guerra. A estimativa de 20 mil vítimas é da Anistia Internacional. Homens também foram submetidos a tortura sexual. Malcolm Simmons, chefe dos juízes da EULEX, a missão executiva da União Europeia no Kosovo, diz ser extremamente difícil identificar e responsabilizar os autores devido à inconsistência dos relatos das vítimas e o longo período de tempo que se passou desde os crimes. “Crimes de guerra contra mulheres nunca foram levados a sério por promotores e juízes”, critica. Apenas dois inquéritos de violência sexual envolvendo soldados sérvios durante a guerra foram concluídos. Segundo Kerry Moyes, assessora jurídica da Corte Suprema do Kosovo e membro da EULEX, os estupros não são investigados de forma apropriada. “Existe uma negação do problema, é como se nunca tivesse acontecido”, diz. M.P. não tem esperança de que os dois paramilitares sejam condenados. Ela diz que, em pesadelos, sempre os vê com máscaras, em uma tentativa de esquecer a fisionomia dos agressores. “Todas nós sobreviventes de violência sexual durante a Guerra do Kosovo fomos deixadas de lado. Com a criação da comissão, esperamos ser beneficiadas. Sei que muitas mulheres já devem ter morrido esperando para contar suas histórias e serem reconhecidas. E nunca tiveram a chance”, lamenta.

‘Nunca mais tive vida’ A dependência financeira dos maridos e o estigma que sofrem na sociedade são os principais motivos que mantêm as sobreviventes caladas. De acordo com a Fundação da Sociedade Civil do Kosovo (KCSF), apenas 31% das mulheres estão ativas no mercado de trabalho formal, com uma média salarial de 300 euros (R$ 1.013) por mês. Muitas só concluem o ensino básico e são submetidas a casamentos prematuros. Igballe Rogova, diretora da ONG Kosovo Women’s Network, que reúne organizações feministas kosovares albanesas e sérvias, destaca que a maioria das lideranças do país “pensa que mulheres não são nada”. “Queremos que essas mulheres saibam que não estão sozinhas”, disse segurando um cartaz com a mensagem “Parem com a linguagem sexista”, durante a Marcha das Mulheres em Pristina. “As jovens do Kosovo são minha esperança para combater o sistema patriarcal. Os líderes pensam como há 20 anos, mas as pessoas querem seguir em frente.” M.P. ainda não conseguiu dar o principal passo para se libertar do fantasma da guerra. “Se eu pudesse contar para o meu marido me sentiria muito amparada, mas não posso, porque sei que ele não vai aceitar”, conta. Ela diz que a tortura física e psicológica do estupro continua. Desde aquele 21 de abril, ela não conseguiu mais ter relações sexuais. “Perdi a intimidade com meu marido. Também não quero contar para os meus filhos. Eles ficarão muito tristes em saber que eu sofri em silêncio por tanto tempo. Além disso, eles ficaram muito traumatizados com a guerra”, explica. “Nunca mais tive vida”, desabafa M.P. num suspiro profundo. “Quero apelar que todas as mulheres falem sobre suas experiências, porque elas vão se sentir mais aliviadas, como eu me sinto agora. Nossa sociedade nos julga e nos faz sentir culpadas, mas não somos.” M.P. recebe apoio psicológico regular no Centro de Reabilitação para Vítimas de Tortura do Kosovo (RCTV), onde nos encontramos em Pristina. Não restava muito mais tempo, ela tinha de voltar para casa para que ninguém desconfiasse. “Muito obrigada por me ouvir”, disse depois de um abraço ao se despedir. *O nome foi preservado a pedido da entrevistada.


quinta-feira, 27 de abril de 2017

www.jornalhojelivre.com.br

14 economia contexto

Idec divulga produtos inspecionados na Carne Fraca

Foto: Divulgação

Na última semana, o Instituto de Defesa ao Consumidor divulgou uma lista com informações detalhadas sobre os produtos alvos da Operação Carne Fraca. Além das marcas, o documento especifica lote, data de validade e os problemas encontrados em cada um deles. A instituição obteve as informações após pedido à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça. Entre os produtos com irregularidades há salsichas, linguiças, hambúrgueres e frangos congelados. A Senacon determinou o recolhimento cautelar de todas as mercadorias consideradas fraudadas. Segundo o documento, foram abertas in-

vestigações contra 23 empresas até o momento, entre elas BRF, JBS, Peccin e Seara. “Com essas informações, o consumidor será capaz de verificar se comprou um produto fraudado ou não. Por meio do SIF [Serviço de Inspeção Federal] e do lote, ele conseguirá identificar na prateleira se aquele produto está na lista e comunicar à gerência do estabelecimento para que o retire imediatamente do ponto de venda”, afirma Ana Paula Bortoletto, nutricionista do instituto. O Idec afirmou ainda que espera que os produtos considerados fraudados já estejam fora do mer-

cado, mas alertou os consumidores a permanecerem atentos. Problemas encontrados. Entre os problemas identificados na lista, há irregularidades que não representam risco para a saúde, como o uso de ácido sórbico/sorbato, amido e carboidratos acima do permitido. O uso dessas substâncias, porém, acaba lesando o consumidor por piorar qualidade do produto, uma vez que há menos carne do que o indicado. O mesmo acontece em caso de adição de água. Já os produtos com presença de salmonella representam risco à saúde, assim

como de staphylocccus coagulase. O que fazer. Caso encontre algum produto da lista abaixo em casa, o consumidor deve entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do fabricante do produto para exigir a imediata substituição ou a restituição da quantia paga, com correção monetária. Se alguma das mercadorias for vista à venda, a orientação é informar o gerente do estabelecimento e também entrar em contato com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e com a Senacon.


www.jornalhojelivre.com.br

quinta-feira, 27 de abril de 2017

economia 15

lava jato

Em três anos, principais empresas citadas demitiram quase 600 mil

Foto: Divulgação

A recessão, a queda do preço do petróleo, a redução dos gastos do governo e a Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção envolvendo a Petrobrás, empreiteiras e agentes do governo, tiveram efeito devastador no emprego. Levantamento do ‘Estado’ com dez das maiores empresas citadas na Lava Jato mostra que, somente entre funcionários diretos e terceirizados dessas companhias, o corte de vagas entre o fim de 2013 (antes da deflagração da Lava Jato, em março de 2014) e dezembro de 2016 foi de quase 600 mil pessoas. Analistas apontam que o efeito foi ainda maior, quando se consideram as vagas indiretas. Empresas do setor de óleo e gás, como a Petrobrás, foram afetadas pela redução da cotação do petróleo, que hoje está próxima de US$ 50. Já as grandes construtoras e incorporadoras tiveram de lidar com o alto endividamento da população, que deixou de comprar imóveis, e com a conclusão – ou interrupção – de projetos de infraestrutura, diante da deterioração das contas do governo. A conta de 600 mil postos de trabalho fechados mostra um impacto considerável – equivalente a 5% do total de pessoas que entraram na fila do desemprego entre 2013 e 2016, que foi de 11,2 milhões. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o total de desocupados no País era de 1,1 milhão em dezembro de 2013; no fim de 2016, o número havia crescido para 12,3 milhões.

Após um período de longa bonança, as companhias envolvidas na Lava Jato vivem momentos de dificuldade e tentam se reestruturar. As construtoras Queiroz Galvão, Engevix, OAS e Mendes Júnior estão entre as que pediram recuperação judicial. A Sete Brasil, empresa criada pela Petrobrás para a construção de sondas de petróleo, está na mesma situação. Falta de equilíbrio. Os cortes de vagas são impressionantes, diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), porque muitos projetos de expansão se basearam em previsões pouco realistas. Pires afirma que, após a descoberta do petróleo do pré-sal, instalou-se um clima de euforia que levou à tomada de decisões de governo – e de negócio – sem sentido econômico. Pires cita como exemplos a determinação de que a Petrobrás fosse operadora dos campos do pré-sal e a criação da Sete Brasil. “A Petrobrás não tinha condições de fazer o trabalho de exploração sozinha. Essa decisão espantou investimentos estrangeiros que hoje seriam bem-vindos”, frisa o diretor do CBIE. O sinal verde para a construção das sondas do pré-sal, lembra Pires, foi baseada em uma previsão de produção de quase 5 milhões de barris de petróleo por dia até 2020. Em 2013, a projeção foi reduzida a 4,2 milhões; dois anos depois, houve novo corte, para 2,8 milhões de barris diários. Essa falta de critério, segundo o eco-

nomista Sérgio Lazzarini, professor do Insper, influenciou o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que acelerou a concessão de empréstimos, e também o Banco do Brasil e a Caixa, que inflaram o crédito mesmo quando a economia já dava sinais de exaustão. “O que essa gastança nos trouxe de benefícios? Acho que esse modelo de desenvolvimento mostrou que é preciso dosar a participação do Estado na economia”, diz Lazzarini. Os efeitos colaterais da Lava Jato – o desemprego, a revelação de intricados esquemas de corrupção e o abalo à reputação de grandes companhias – levaram, pelo menos momentaneamente, a uma mudança no curso da economia. Hoje, diz o professor do Insper, o lema é a redução de gastos públicos e a abertura de vários setores a investimentos externos, entre eles infraestrutura e companhias aéreas. A manutenção deste caminho não é garantida, na visão de Lazzarini. Ele acredita que ainda há risco de uma “guinada” populista no País como reação à crise. “Basta ver o que aconteceu nos Estados Unidos, com Donald Trump. Quando se olham os candidatos para a eleição presidencial de 2018, é muito difícil fazer uma previsão para onde vamos.” Principais cortes. Por seu porte, a Petrobrás fez os maiores cortes em termos absolutos entre as companhias consultadas (leia mais abaixo), mas houve re-

duções relativamente maiores, como o da Engevix, que diminuiu seu efetivo em 85%. Os dados do quadro ao lado foram repassados pelas próprias empresas. Algumas empresas esperam uma chance de voltar à ativa. É o caso da Sete Brasil, que chegou a movimentar 15 mil trabalhadores nos estaleiros que contratava para construir suas sondas, segundo fontes. Hoje, a atividade da Sete se resumiria a 20 funcionários. A companhia aguarda a aprovação de seu plano de recuperação no início de maio. Segundo o Estado apurou, a expectativa é contratar até 2 mil trabalhadores para a retomada das sondas. Procurada, a Sete Brasil não quis comentar nem fornecer dados oficiais sobre sua força de trabalho. Justificativas. Algumas das empresas consultadas destacaram que, além da Lava Jato, outros fatores contribuíram para a redução de seus quadros. A Odebrecht lembrou da crise que abateu o País nos últimos anos e disse estar “comprometida em voltar a crescer e contribuir com as comunidades nos locais onde atua”. A Andrade Gutierrez afirmou que seus dados são afetados por reduções de ritmos de obras ou o encerramento das mesmas – justificativa que também se aplica às demais construtoras. A Promon também afirmou ter sido afetada pela redução dos investimentos em infraestrutura no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


quinta-feira, 27 de abril de 2017

16

www.jornalhojelivre.com.br

tecno

reciclagem

Mulheres representam 62% dos gamers no Estado de São Paulo, revela pesquisa

Foto: Divulgação

Uma pesquisa do Game Brasil mostra que as mulheres já são maioria entre os gamers. De acordo com o levantamento, 53,6% dos jogadores no país são do sexo feminino. Especificamente no Estado de São Paulo, o número é ainda maior: elas comandam o controle em 62% dos casos. Os dados revelam que 59% delas se definem como jogadoras casuais - jogam videogame entre 1 e 3 horas por semana - e que suas categorias favoritas envolvem estratégia, aventura, cartas e trívia. Elas também procuram por jogos que tenham diversas fases, com definição de estratégia, que proporcionem grandes desafios e com belos gráficos. Não mais anônimas Professora de jogos digitais da Universidade de Araraquara (Uniara), Paula Palomino afirmou que o mercado está integrando as mulheres nos games por meio de campanhas, sites, ONGs e eventos. Uma das iniciativas, segundo a docente, é a ONG Women Up Games, que tem o intuito de qualificar e integrar mulheres no mercado de games. Outra proposta é a Women Up Vagas, que anuncia oportunidades na área de jogos digitais.

Para ela, o crescimento da atuação feminina é nítido. “Além das pesquisas formais, basta uma busca nas redes sociais para ver que existem inúmeros grupos e nichos de mulheres gamers com tanto conhecimento sobre os jogos quanto os homens”. Gamer na faculdade Estudante de Letras da Unidade Federal de São Carlos (UFSCar), Camila Corrêa de Moraes tem 25 anos e joga há 10. Ela concorda que o cenário no país tem crescido, mas afirma que a profissionalização ainda é um desafio. Jogadora de Dota 2, ela diz que as pessoas não vêem o jogo como uma carreira, os players precisam trabalhar ou estudar e ficam sem tempo para o aperfeiçoamento. Ela também contou que já comandou um time feminino amador e organizou um campeonato, mas explicou que uma iniciativa como essa ainda é complicada no país. Profissional aos 16 anos Julia Maria Coelho, de 16 anos, é ga-

mer profissional de Point Blank e é uma das jovens que levam a tarefa de jogar a sério. Integrante do time Valhalla, composto por sete meninas, ela treina três horas por dia em equipe e ainda joga de duas a três horas sozinha, uma rotina que concilia com a vida de estudante.

dos em plataformas como PlayStation e Xbox nos intervalos ou após as tarefas de casa. “Se eu não tivesse o compromisso da casa, acho que jogaria o dia inteiro”. O que diz a família? “Meu marido gosta, até compra jogos para mim. Ele gosta de me ver jogar”.

Pai de Julia, Jacinto Ramos Coelho confirma a conciliação. “Não acho que os jogos atrapalhem ela nos estudos, só quando ela faltava na escola para jogar, mas agora ela não deixa de fazer nenhum dos dois”, disse. Para ela, o cenário competitivo está crescendo devido ao patrocínio de empresas e as mulheres deverão ganhar mais espaço.

Preconceito, machismo e assédio Apesar dos avanços, Camila diz que ainda há preconceito, machismo e assédio no setor. “Se você perguntar para garotas que jogam, vai ser difícil encontrar alguma que nunca tenha passado por alguma situação como essa”, disse. Por conta disso, ela contou que já optou por nicks (fotos ou imagens usadas pelo jogador) que não deixassem transparecer seu gênero. “Nem sempre a gente consegue ‘não ligar’ para o que dizem”, desabafou. Segundo ela, as jogadoras que usam um nick feminino ou se comunicam por voz estão sujeitas a ouvir, por exemplo, que jogam mal mesmo quando têm bons resultados. Em seguida há o machismo e, às vezes, o assédio.

Dona de casa e fã de jogos Maria de Lourdes Dei Agnoli é dona de casa e, aos 56 anos, não esconde que gosta de jogos. “Eu jogava muito com o meu filho quando ele era menor e com os meninos, os colegas dele. A gente sentava na sala e cada um jogava um pouco”, contou ela. Entre os games preferidos estão Tomb Raider, 007 e GTA, disputa-


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.