02
\\
ESPECIAL NATAL 2015
A Água e a Ponte Mais um ano se passou, a água, apesar de tudo, dos nossos actos, discursos e pensamentos, teimosamente continua a correr debaixo da ponte. Época para balanços. A importante questão que se deve colocar é se todas as discussões que tivemos fizeram sentido, se os nossos actos foram os mais acertados e se as preocupações que tivemos valeram a pena… é que, apesar de tudo, a água, teimosamente continua a correr debaixo da ponte. O meu desejo é que no próximo ano, todos nós pensemos um pouco mais antes de discutir, de agir impulsiva-
mente ou de perder tempo a pensar em coisas inúteis, que depois, com toda a naturalidade, se resolvem. Não é uma maneira de estar “Zen” na vida, é antes uma forma de vida que nos pode proporcionar mais paz de espirito, mais longevidade e a garantia de uma vida mais feliz. É que, apesar de tudo, a água continuará a passar debaixo da ponte. Votos de Santo Natal e Feliz 2016. Artur Bacelar Jornalista, director de informação
Revista Especial Natal 2015 parte integrante da edição 384 de 18 Dezembro 2015 Ficha Técnica Edição Departamento de Edições Especiais do Jornal MaiaHoje Rua Pedro Julião, 114 - R/c Maia - Tel 22 406 21 26 geral@maiahoje.pt www.maiahoje.pt /maiahoje oficial
Coordenação Manuela Sá Bacelar Director Artur Bacelar Design & Paginação Cátia Soares José Machado Maxim Bukharov
Reportagem e textos A. Maia Marques Cláudia Dias Domingos Silva Tiago Ivo Silva Lília Andrade Manuel Jorge Costa Paulo Pinheiro
Rui Ribeiro Vitor Dias Comercial José Manuel Pinto Ferreira da Silva Impressão Publireferência - Maia Tiragem 10.000 exemplares PUB
PU
ESPECIAL NATAL 2015 // 03
É vulgar nestes números especais de Natal adoptar-se um figurino que se traduz por evocar o «Natal da nossa infância» ou «o que cozinhavam no Natal as nossas Avós» ou ainda tentar deslindar as origens de algumas das imagens natalícias como sejam o Presépio, o pinheirinho ou o Pai Natal. Penso que esta fórmula acaba naturalmente por estafar-se e não trazer nada de novo. Ora a equipa e os leitores do «Maia Hoje» merecem mais do que repetir matéria dada. Por coincidência, para uma intervenção num Colóquio, tive de trabalhar um livro que possuo há algum tempo, mas que ainda não havia arranjado ocasião para ler como devia ser. Trata-se de «Poesias e Canções populares do Concelho da Maia», de Abílio Monteiro, datado de 1900. Abílio Augusto Monteiro foi notário no concelho da Maia, e segundo Inocêncio Francisco da Silva no seu Dicionário Bibliográfico Português, era membro da Associação dos Tabeliães de Lisboa, da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, etc., para além de autor de vários livros sobre questões jurídicas e do notariado. Foi igualmente fundador e editor da Revista da Maia, que se publicou entre 1882 e 1884, e do Jornal «O Pallanciano», também ele de efémera duração.
PUB
PUB
versão da Paróquia de S. Miguel de Barreiros.
A Maia, o Natal e a Poesia
Ora no livro referido encontram-se algumas referências interessantes aos festejos natalícios – várias poesias a propósito de momentos religiosos como o próprio Natal, a Circuncisão e os Reis Magos, nas versões de Barreiros e de Vermoim, bem como algumas quadras soltas. Mas quero trazer-vos aqui a interessante pauta de uma música intitulada justamente «O Natal», correspondendo a uma poesia com o mesmo nome, que, segundo o autor, é a versão da Paróquia de S. Miguel de Barreiros. Isto porque existe, da mesma poesia, uma outra versão, a da Paróquia de S. Romão de Vermoim.
Passo a transcrever a primeira: Esta canção, uma vez que apresentamos aqui a letra e a música, bem poderá servir para alegrar o vosso Natal com uma pequena exibição coral familiar ou mesmo para cantar as Janeiras. De todo o modo, mostranos bem a forma como há mais de cem anos se cantava o Natal, os Reis Magos, o Deus Menino. Outros tempos… Um Bom Natal para todos
José Maia Marques Historiador
04
\\
ESPECIAL NATAL 2015
Memórias do Natal na minha infância É nesta quadra festiva do Advento que as minhas memórias de infância e adolescência se avivam. Os meus primeiros natais, por certo, não terão sido muito diferentes dos que viviam as outras crianças, sobretudo no que dizia respeito à expectativa que eu criava em torno das surpresas que me esperavam. As prendas Na minha meninice, os meus pais, com a cumplicidade das minhas irmãs mais velhas, envolviam a oferenda das prendas de Natal, na fantasia do sapatinho que eu colocava junto à lareira. Era emocionante, acordar na manhã do dia de Natal, saltar da cama e correr rapidamente, para desvendar o mistério, e descobrir o que o Menino Jesus me havia reservado. Os brinquedos estavam no top das minhas preferências, apesar de serem bem diferentes dos brinquedos “high-tech” que as crianças do século XXI recebem. Muito embora, nessa época eu já recebesse alguns brinquedos tecnologicamente avançados. Aí pelos meus dez anos de idade, quando fiz a minha Profissão de Fé, as prendas já não eram encaminhadas para o sapatinho. Eram entregues à meia-noite, um pouco antes de ser servido o chocolate quente, que acompanhava uma boa fatia de bolo-rei ou de pão-de-ló. Na Noite de Natal, a família reunia-se toda na casa dos meus avós maternos, animada por um espírito de partilha e de celebração festiva que me fazia sentir especialmente feliz e ainda mais mimado do que já era, por ser o único menino de toda a casa. O Presépio Recordo com alegria, os momentos em que os meus avós, pais e irmãs iam admirar a árvore de Natal e o Presépio que eu entusiasticamente ajudara a construir. Era uma missão que tomava a peito, encarre-
gando-me sobretudo de reunir os materiais. Nos dias que antecediam a montagem do Presépio, tratava de colher nos muros e por todos os sítios onde podia encontrar o musgo mais verdinho das redondezas, para embelezar toda a envolvente. Antes de começar a construir aquele cenário bíblico, ele existia arquitetado na minha cabeça, assim como se fosse um projeto mental. Estava lá tudo, os caminhos para os pastores marcados por fios de areia, a gruta que acolhia S. José, Nossa Senhora e os animais que iam bafejar o Menino para o aquecer. A minha maior dificuldade era escolher um sítio para a estrela de Belém e um lugar digno para os Reis Magos. Mas depois de pensar um pouco e conversar com o meu avô, lá chegávamos a um acordo, e tudo ficava perfeito para mim. Creio que essa visão de um mundo naturalista que eu passava para o Presépio, era expressão do ambiente familiar em que nasci e cresci, muito rodeado de Natureza, numa Maia de uma certa cultura rural, que me moldou o carácter e de cujas raízes me orgulho e que num certo sentido me ajudaram a ter visão de futuro, e a planear tudo com equilíbrio, respeitando a tradição, sem afastar a necessária inovação. O Natal à mesa A nossa ceia constava, invariavelmente, do tradicional bacalhau cozido, com batatas e pencas, mas também de bacalhau assado na brasa, e pescada cozida, que acompanhava com a mesma guarnição e ovo cozido, tudo bem regado com azeite da melhor qualidade, pontuado com uns dentinhos de alho, em cujas propriedades medicinais, a minha avó confiava convictamente. O esmero especial da gastronomia natalícia fazia sentir-se nas tradicionais rabanadas demolhadas em mel e redução de vinho do Porto, na aletria com desenhos
em canela alusivos ao Natal, no leitecreme queimado, nos mexidos e nos sonhos. Queijo da serra, nozes, avelãs, amêndoas, pinhões, frutas cristalizadas, amêixoas e figos secos, ajudavam a colorir e a aromatizar a mesa das iguarias, onde a guarda de honra, estava quase sempre a cargo de duas garrafas de Porto, normalmente uma de Tawny ou vintage, e uma de branco. Enquanto os meus avós gozavam de boa saúde, a tradição era irmos todos à Missa do Galo, hábito que depois da minha avó ter tido um problema de saúde grave, começou a ser intermitente. Os laços de afeto, de ternura, de carinho, ou numa só palavra, de amor, que nessa noite se adensavam no seio da minha família, ajudaram-me a inculcar os valores espirituais do Natal, celebrados como a grande festa da vida e da comunidade familiar. Hoje Nos dias de hoje, tento reeditar a tradição e a cultura comunitária que trouxe de casa, acrescentando alguma criatividade e inovação, a esse ambiente especial a que os meus pais e avós me habituaram a viver em cada Natal. Com familiares mais chegados, reúno agora na minha própria casa, para a ceia de Natal, juntamente com a minha esposa e os meus dois filhos, perto de vinte pessoas. Confesso que não tenho da vida uma perspetiva saudosista, e guardo as minhas memórias de infância, como um património imaterial que vou procurando transmitir aos meus filhos, contando-as em diálogo aberto com eles. Diálogo que não raras vezes, nos permite refletir como o nosso Mundo evoluiu, e em muitos aspetos, para bem melhor. António Silva Tiago, Vice-Presidente C.M. da Maia
PUB
06
\\
ESPECIAL NATAL 2015
Um livro inspirador
Manuel estava no jardim a podar umas roseiras, quando de repente o telefone começou a tocar. Otília que estava ali muito próximo dele, a dar um jeito num canteiro de azevinho, perguntou-lhe se ele estava à espera de alguma chamada, ao que Manuel respondeu afirmativamente. - Eu vou lá, deve ser do jornal, a perguntar pelo conto de Natal. Já o devia ter enviado há mais de uma semana, mas confesso que estou sem inspiração. Abandonou o jardim, e caminhou calmamente para o seu escritório. - Estou sim!... Tem razão Frederico, mas a verdade é que não me tem apetecido escrever, estou sem ideias, tenho andado muito agastado com as notícias que nos vão chegando de todo o Mundo, e isso tem-me deixado um pouco triste e desalentado com a realidade. Fique tranquilo, eu vou fazer um esforço e dentro de dois dias envio-lhe o conto… Obrigado Frederico, boa tarde!... Depois de atender a chamada, voltou para o jardim, para continuar a tratar das suas roseiras. Otília abeirou-se dele, e perguntou-lhe: -Então Manuel, o que te queriam? - Era o Frederico a pressionar-me para enviar o conto. Mas já lhe disse que estava sem inspiração. Entretanto a noite caiu e os dois voltaram para casa com algumas flores que foram colhendo ao longo da tarde, com as quais foram refrescar as jarras e encher a casa de cor e alegria. Alguém tocou à campainha de casa. Manuel foi atender, e apressou-se a abrir a porta quando percebeu que era o seu
filho António, a nora Lúcia, e os seus cinco netos, Joaquim, o mais velho, Maria, Eugénia, Luís e José o benjamim da família. Manuel e Otília ficaram de tal modo animados que começaram de imediato a preparar um jantar muito especial, daqueles que os netos gabavam nos dias seguintes. Lúcia ficou na cozinha a ajudar Otília, enquanto António e o pai foram pôr a mesa e tratar das bebidas. Escolheram um vinho especial para os adultos, e fizeram sumo natural para as crianças. Lúcia perguntou a Otília se podiam ficar duas semanas até depois do Natal, esclarecendo-a que o filho andava bastante cansado, porque tinha participado num programa especial de redução da lista de espera para cirurgias, lá no seu hospital, e tinha tido uma temporada em que trabalhou quase doze horas por dia. E como os miúdos já estavam de férias, ali na quinta sempre podiam descansar e retemperar forças. Otília, de sorriso rasgado, não podia estar mais feliz. Joaquim, depois de ter ido para a zona relvada do jardim, dar uns pontapés na bola, juntamente com os irmãos, regressou a casa e foi pedir ao avô que o ajudasse a escolher um livro para ler nessas férias de Natal. Manuel pôs-lhe ternamente a mão pelo ombro, e levou-o até à biblioteca. Entretanto, os irmãos juntaram-se também ao avô, e num gesto de imitação do mais velho, quiseram também que o avô lhes sugerisse um livro para ler. Entraram na biblioteca, acenderam todas as luzes, e esperaram que o avô começasse a fazer as suas sugestões.
Manuel pediu que se sentassem á mesa de leitura, e disse-lhes como é que a biblioteca da família estava organizada. Aqui do meu lado direito, estão as enciclopédias, a seguir os livros de História e de Filosofia. Na outra estante, a Literatura Universal, desde os grandes clássicos, à Literatura Contemporânea. Aí atrás do José, é só Poesia, é a estante preferida da avó Otília. Logo ao lado, toda essa estante, são só livros sobre Portugal e Cultura Portuguesa. Na outra estante, mesmo atrás da Maria, tendes a Literatura Policial e a Ficção Científica e logo aí encostada está a Banda Desenhada, onde podeis encontrar desde o Asterix, Tintin, Lucky Luke e outras colecções bem divertidas, mas aí, nas prateleiras de baixo, está a Literatura Infanto-juvenil. E por fim, naquelas duas estantes ali junto á janela, estão os livros de Arte, de Música e nas duas prateleiras de cima, os livros de gastronomia portuguesa e de culinária universal, é aí que eu e a vossa avó vamos buscar inspiração quando vos queremos surpreender com umas iguarias ou um prato especial. Joaquim estava deliciado com aquele momento em que o avô Manuel abriu a sua biblioteca aos netos, dizendo-lhes de uma forma muito carinhosa que aquele lugar também lhes pertencia e de certa forma era uma das mais ricas heranças que lhes legava. José, que ainda mal sabia ler, pediu ao avô que lhe escolhesse um livro para ler antes de dormir. Manuel levantou-se e escolheu uma mão-cheia de livros que pôs na frente do pequenito. - Vá, aqui está a seleção do vovô Manel, para leres nestas férias. Mas se precisares de mais, vens aqui e escolhes. Está bem meu querido?!... Os outros netos olharam todos ao mesmo tempo para Manuel, como quem estava na expectativa de que ele tivesse o mesmo gesto que teve com o Zézinho. Manuel compreendeu a expressão daqueles olhares, e nem sequer se voltou a sentar. Foi retirando livros das prateleiras e quando já tinha aí uns oito volumes, sentou-se pondo-os na sua frente, pegando num a um foi sugerindo aos outros netos. - Ora aqui está o “O hobbit”, é uma obra do escritor J. R. R. Tolkien. Talvez seja um pouco denso, mas pelas críticas que vi
ESPECIAL NATAL 2015 // 07 publicadas no meu jornal, parece-me ser um livro muito estimulante; - Não podia faltar o famoso “Harry Potter” de J. K. Rowling cá; - Ora cá está um livro apaixonante, o célebre “Alice no país das maravilhas”, de Lewis Carrol; - Mas este é um dos meus preferidos, e foi escrito por um dos maiores vultos da Literatura Universal, “As aventuras de Tom Sawyer”, de Mark Twain; - Este aqui obriga a uma leitura mais exigente, contudo é um bom livro, é “O jardim secreto”, de Frances Hodgson Burnett; - Agora estes aqui confesso que já li de tudo sobre esta série. Houve críticas que disseram maravilhas, e outras que os arrasaram, são os livros da famosa série de aventuras “As crônicas de Nárnia”, de C. S Lewis; - Eis aqui um livro que eu acho que as minhas netas vão gostar. É um livro que explica bem a passagem da adolescência à idade adulta, nesse tempo especial que a medeia e a que chamamos juventude. É o conhecido “O apanhador no campo de centeio” de J. D. Salinger; - Para quem gosta de temas da idade
média, com mistérios e cavaleiros à mistura, aqui tem um livro imperdível, “Deltora Quest, de Emily Rodda; - E por fim, cá está um livro da minha máxima preferência, “O pequeno Príncipe” de Antoine de Saint- Exupéry, que eu tenho aqui também noutra edição com o título de “O Principezinho”, embora seja o mesmo livro. Para mim, esta é uma verdadeira obra-prima da Literatura Universal, e já o li, pelo menos… aí uma dúzia de vezes, enfim, é uma leitura doce, fascinante e muito inspiradora. Diante tão rasgados elogios do avô Manuel, todos estenderam a mão para ficar com aqueles dois exemplares. Posto perante aquele dilema, Manuel, pediu-lhes que por agora, ficassem apenas com os outros livros, que entretanto iria resolver o problema de “O Principezinho”. Depois daquela reunião na biblioteca, foram para a sala de jantar, e o tema da conversa à mesa foram os títulos dos livros que o avô havia sugerido. Manuel nessa noite fez um grande serão na biblioteca, e na manhã seguinte, enviou o conto de Natal, para o Frederico, telefonando-lhe de seguida.
Na noite de Natal, depois da ceia, na qual não faltou animação, com cantorias e até uma pequena representação teatral. Quando chegou a meia-noite, e o momento do avô Manuel distribuir as prendas, lá estavam uns embrulhos muito giros que pelo formato faziam adivinhar que se tratava de livros. E na verdade eram. Netos, filho, nora e a própria avó Otília, todos receberam, além de outras prendas, um exemplar da mais moderna edição do fabuloso texto de Antoine de Saint- Exupéry. Nos dias que se seguiram, toda a família leu em simultâneo a mesma obra, e os temas das conversas à mesa, andavam quase sempre à volta das interpretações que cada um fazia sobre os fundamentos filosóficos, éticos e morais que animavam os personagens da obra. Era sempre uma partilha muito enriquecedora que ajudava a fortalecer os laços de afecto no seio da família e a cimentar valores essenciais que faziam parte da sua educação.
Sebastião Lapa PUB
08
\\
ESPECIAL NATAL 2015
As aventuras do Jornalista André Loureiro
Aventura na Síria Terceiro conto original de Zé Machado, pseudónimo de Artur Bacelar. Jornalista. André Loureiro, o nosso conhecido jornalista de aventuras anteriores, após mais um furo jornalístico que permitiu colocar a descoberto uma importante rede de tráfico humano com origem na Síria, está agora de volta à sua Quinta em Mondim de Basto. Depois de um belo pequeno-almoço, tirou da garagem o seu Volvo P1800 vermelho, um original de 1966, em estado irrepreensível, igual ao recordista do mundo de distância para carros não comerciais, que percorreu até hoje mais de 5 milhões de quilómetros. Passou as mãos pelas belas linhas do carro que também ficou famoso por ser o do conhecido Roger Moore, tanto na série “O Santo” como na vida real, entrou, deu à chave e começou a percorrer o caminho que o leva ao centro da Vila, bem diferente dos tempos da aldeia dos seus pais. Parou junto à loja da Dona Conceição, uma anciã octogenária que todos os dias abre a porta do seu estabelecimento para, além de vender os jornais do dia, servir as primeiras “mata-bicho” do dia «Bom dia menino André, é o seu jornalzinho? Pois tá claro, a aguardente daqui da São é que não é de certeza», disse bem-disposta em tom de desafio, «olhe que qualquer dia ainda hei-de provar, mas logo pela manhã não me parece», entrou André na brincadeira perante o sorriso de alguns clientes de copo na mão. Já de jornal debaixo do braço atravessou a rua e entrou no Café Central, Sentou-se numa mesa de canto, junto à generosa janela que lhe permite observar a rua e por onde entram como vitaminas, regeneradores raios de Sol. Enquanto folheia o jornal, procurando sobretudo notícias de Portugal, um velho amigo de infância, José de Souza, abeira-se da sua mesa e senta-se. Com uma bela palmada nas costas, o agora agricultor sorriu «então André, tu que és
um “home” viajado estás sempre a voltar à terra da família. Aqui não se passa nada, muito menos para um jornalista como tu», disse de sorriso largo. André visivelmente divertido respondeu-lhe «Ó Zé Souza, tu é que não dás valor ao que tens. É aqui, a esta bela terra, que venho buscar a energia para o meu trabalho. Continuas na mesma!», «pois claro da pinga cá da terra não é?», ambos desataram a rir. Sorvendo o “Cimbalino” que entretanto saboreiam, diz «Olha lá tu que és um furão para estas coisas, és capaz de me dizer o que querem aqueles tipos que estão ali naquele carro», apontando para um novíssimo XC90 estacionado a alguma distância do local». André estranhou a “máquina” por aquelas paragens e pela natural curiosidade jornalística, discretamente olhou e reconheceu imediatamente um dos ocupantes, tratava-se de Umberto Di Calabria, um conhecido siciliano capanga da Mafia, com quem já se cruzou em outras aventuras, caracterizado pela longa cicatriz na cara que lhe dá a alcunha de “ScarFace”. Com naturalidade, despediu-se do amigo, pagou a despesa e de jornal debaixo do braço caminhou até ao P1800 que conduziu em direcção ao Monte Farinha, um local único por aquelas paragens e onde termina uma das míticas etapas da Volta a Portugal em bicicleta. Pelo caminho, nota que está a ser seguido e faz uma chamada ao seu amigo Alberto, ex-companheiro nos Fuzileiros, agora rendido aos prazeres do cultivo da vinha «Berto, que fazes? Estás com o teu irmão? Queres recordar velhos tempos? Vai ter comigo rapidamente ao Monte Farinha, combinado? Sim e traz as tuas “amigas”. Tenho uns “Melros” em cima de mim. Estou lá dentro de 20 minutos». Do porta-luvas tirou a “Sauer P226” e dois ou três “clip’s”. Chegado ao Monte parou frente à Er-
mida e reparando que os seus amigos já lá se encontravam, ignorou-os e eles perceberam que o “alvo” seriam os ocupantes do XC90. Posicionaram-se. André abeirou-se do muro para apreciar a soberba paisagem. Os três mafiosos ocupantes do carro saíram e dirigem-se a André, apontando-lhe uma arma por dentro do casaco intimam-no a os acompanhar até ao carro. Mão nos bolsos e na Sauer, André espera o “ataque” dos seus amigos. «Quietos! Mãos no Ar!», gritou Berto do cimo de um muro, armado com uma ultramoderna metralhadora de assalto “FN F-2000”. Surpresos os mafiosos não obedeceram de imediato. «Ouviram?», escutou-se pela voz ameaçadora de Pedro, irmão de André, que já estava atrás do grupo de “Uzi” em riste. Os italianos não tiveram hipótese. Levados para um velho refúgio de caçadores no sopé da montanha, André conduziu o interrogatório «Che voi da me?» (Que querem de mim), questionou André em fluente italiano. «Calma “signor” André, apenas o queríamos levar a Don Vicenzo que gostaria de lhe dar uma palavrinha». André sorriu e levantou o mafioso do chão para lhe ceder uma cadeira. «Don Vicenzo necessita da sua ajuda e pediu-nos para ver se não estava a ser seguido e o levássemos à Maia onde está no hotel à sua espera». Com uma palmada nas costas e uma boa gargalhada disse «Só isso, então porque não disse logo? Teria todo o gosto em visitar o senhor Vicenzo». De volta à Quinta, agradeceu aos amigos. Colocando o seu helicóptero a funcionar com os italianos já a bordo, parte em direcção ao habitual Aeródromo de Vilar de Luz na Maia. Lá chegado estava o XC90 à sua espera que conduziu até ao hotel onde estava Don Vicenzo. Vicenzo estava no topo da unidade hoteleira, apreciando a vista. Quando André chegou disse «Grazie per aver ac-
PUB
ESPECIAL NATAL 2015 // 09 cettato il mio invito» (obrigado por ter aceite o meu convite), ao que André respondeu «Se sapessi qui sei qui, che avrei venuti a visitarlo» (Se soubesse que estaria aqui vinha visitá-lo), trocaram palavras e abraços de amizade. Entre duas longas lufadas no seu charuto, suspirou e disse «Caro amigo, sei que é um jornalista excepcional, já tivemos as nossas coisas, mas tudo no campo profissional. Sei que é uma pessoa honesta, de palavra e educado na boa religião católica apostólica romana. Há dias lendo a sua incrível e corajosa reportagem sobre os traficantes na Síria, lembrei-me que seria o único que me poderia ajudar num caso familiar. O meu neto mais velho, Luca Vicenzo, está desaparecido há uns dias. A minha mulher está desesperada por recear um Natal trágico. Pelas últimas informações que tivemos está na Síria, nas mãos da ISIS (Islamic State of Iraq and Syria – Estado Islâmico) e querem obrigar o meu filho Pietro, a detonar uma bomba na Missa do Galo do Vaticano em troca da sua vida. Sabes que tudo fazemos pela família e o meu filho irá fazê-lo. Uma tragédia, para nós e para o mundo. Hoje é dia 20, faltam apenas quatro dias e já não tenho mais por onde pedir ajuda. Lembrei-me de si e dos contactos que por lá deve ter. Pode ajudar-me?», questionou Don Vicenzo. André, fitando o magnífico Sol de inverno, refletiu um pouco e disse «Sabe bem que não lhe iria dizer que não, mas tenho também um pedido para lhe fazer que acabará com a actividade criminosa da sua família. Terá de me contar, em exclusivo, toda a memória da sua família». «Amigo André, há muito que queria acabar com as actividades ilegais que ainda temos. Por diversas razões tenho vindo a
protelar. As actividades legítimas da família são capazes de sustentar as próximas gerações sem qualquer problema. Será este um sinal de Deus para que cheguem ao fim? Assim será. Palavra de Don Vicenzo», disse estendendo a mão para um longo cumprimento. André voltou a Vilar de Luz e deu instruções ao piloto do seu jacto particular
gada do ISIS terá sido avistada com um estrangeiro que, segundo as tuas indicações poderá ser Luca Vicenzo». Chegados a Tartus, um velho Volvo 244, com sinais das torturas e dos terrenos por onde passou, levou-o a Safita. Com o som do Corão a ser debitado pelos altifalantes das mesquitas, André e Moammar, disfarçadamente vestidos,
para seguir de imediato para a ilha de Chipre, onde chegou à base militar de Deceleia. À sua espera estava Moammar Khan, um amigo jornalista Sírio que o ajudou na sua recente reportagem. «Assalamu Alaikun» (que a paz esteja contigo) disse André com um aperto de mão e um sorriso. «Walaikun as salaam» (e a paz consigo), retorquiu Moammar. «Tenho tudo preparado. Vamos atravessar de barco para a Tartus na Síria onde nos esperam. Soube de fonte segura que em Safita, a poucos quilómetros de Tartus, uma bri-
percorreram a pé um bairro poeirento onde se crê estar o italiano. «Repara naquela casa André, não achas estranho a antena que têm no telhado?», disse Moammar olhando para uma antena de dados de última geração. Sorbendo um chá que adquiriu na rua a um dos vendedores locais, André disse «de facto, há algo ali. No mínimo encontramos alguém que nos possa dar mais pormenores. Contei, nesta meia hora, pelo menos três guardas armados e um disfarçado naquela esquina. Precisamos de uma distração», disse chamando um miúdo a PUB
Feliz Natal
10
\\
ESPECIAL NATAL 2015
PUB
quem deu 20.000 libras sírias, o equivalente a 100 euros, segredando-lhe algo ao ouvido. Em pouco tempo ouviu-se à distância uma algazarra grande «é a nossa deixa», disse André que junto com Moammar, de Sauer em punho, entrou no edifício. «al'aydi fi alhawa» (mãos no ar) gritaram perante o olhar atónito de apenas dois guardas. « yakun alllah maeak . 'ana la 'urid 'an yawdhik » (que Alá esteja convosco. Não vos queremos mal), «hayth al'iitalia» (onde está o italiano), surpresos, de mãos na cabeça, apontaram para um alçapão. «André vai ver que eu controlo estes». André abriu o alçapão e disse «Luca, tu sei qui, noi siamo amici di tue nonno, Don Vincenzo» (Luca estás aqui, somos amigos do teu avô, Don Vicenzo). Ao fundo uma voz fraca respondeu «Sì per favore mi aiuti». André desceu e ajudou a subir o jovem Luca «Moammar, teremos apenas uns minutos antes de voltarem os colegas destes meninos. Ata-os que eu vou destruir o material de comunicações». Com as tarefas concluídas, abeiraram-se da porta onde já estava o 244 que a toda a pressa partiu em direcção a Tripoli, no Líbano. Depois de vários “check points” e uns milhares de euros gastos em “envelopes”, chegaram ao aeroporto local onde um velho avião de carga, passado despercebido, levou os protagonistas de novo a Deceleia. Já a bordo do seu jacto, André colocou Luca ao telefone com Don Vicenzo, era a madrugada de 23 para 24 de Dezembro. Luca reuniu-se com a família no aeroporto de Roma. «André, nunca poderei esquecer o que fizeste por nós. Irei cum-
prir com a minha palavra. Irei acabar com todas as operações ilegais da família e dar-te-ei um exclusivo. Deixa-me passar esta quadra, saborear o calor da família e voltaremos a falar». André agradeceu e despediu-se à porta do seu avião quando o sol já raiava no horizonte. A bordo, enquanto saboreava uma velha CRF Reserva, reviveu os detalhes da aventura que correu de acordo com o esperado. Mais um Natal atribulado, a família à espera em Mondim e algo que lhe estava a escapar… de repente um salto na cadeira «Bolas! Isabel!», disse referindo-se à namorada, a Princesa Helena Isabel Garibaldi, herdeira da coroa monegasca. Pegou no telefone e apesar do pânico interior, com uma voz calma e serena ligou a Isabel «Olá meu amor, onde estás? Já em Mondim?», disse rindo «estou um pouco atrasado, vim fazer umas comprinhas de última hora a Paris, mas logo estou de volta». «Sim, sim, se bem te conheço deves andar mesmo nas compras, não voltes muito tarde», disse também a princesa a sorrir. «Comandante, faça-me um pequeno desvio para Paris se faz favor». No aeroporto, um Rolls Royce esperava André, que apenas saiu do avião para se dirigir à bela jovem que saiu do carro «Monsieur Loureiro, selon votre instructions, il ya moments, voici votre ordre. Nous allons débiter votre compte et, au nom de la maison Cartier, je vous souhaite un Joyeux Noël» (Senhor Loureiro, segundo as suas instruções, de há momentos, eis a sua encomenda. Iremos debitar na sua conta e em nome da Casa Cartier, desejo-lhe um Feliz Natal). André agradeceu, pegou no pequeno saco e voltou de novo para o avião, que nem os
motores havia desligado. São duas da tarde, hora portuguesa, André tem a seu favor os fusos horários e uma hora depois estava a aterrar de novo em Vilar de Luz. Voltou ao seu helicóptero e pouco passava das quatro da tarde, já o dia ameaçava ser noite, quando entrou na casa principal da quinta. A recebê-lo estava Isabel «perdoa-me meu amor, mas não conseguiram ter antes pronta a minha prenda de natal para ti», disse o jornalista, dando a sensação que estava a mentir «sim claro, como se fosse verdade. O importante é que estás aqui e por falar em prendas, julgo que uma entrega que fizeram há pouco, deverá estar relacionada com o que andaste a fazer até agora não?», disse apontando para a garagem onde pontificava o novíssimo Ferrari 488 Spider de cor negra. «Agora vamos para dentro e vais-me contar direitinho o que andaste a fazer, pior, sem me levares… sabes que eu gosto de aventuras…», disse Isabel a sorrir. No meio da azáfama da cozinha André lá contou a sua nova peripécia, enquanto não perdia de olho os doces que iam saindo para a gigante mesa que estava a ser montada. Depois do excelente jantar, enquanto os meninos iam para a cama a sonhar com as prendas do “Menino Jesus”, que ainda resiste a passar por aquelas paragens, a televisão começa a difundir imagens da Missa do Galo directamente da Cidade do Vaticano. André já não conseguiu ver o impressionante final… adormeceu. Com um ternurento beijo na testa, Isabel disse baixinho «Feliz Natal meu amor!».
PUB
PUB
ESPECIAL NATAL 2015 // 11 Jornadas Mundiais da Juventude de 2016
UB
PUB
A Caminho de Cracóvia Cracóvia, será, entre os dias 26 e 31 de Julho de 2016, a anfitriã das XXXI Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), que decorrerão inspirados no tema «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7)», contando com a presença do Santo Padre, Papa Francisco.
PUB
O Jubileu Com este tema, a JMJ de Cracóvia 2016 insere-se no Ano Santo da Misericórdia «tornando-se um verdadeiro e próprio Jubileu dos Jovens a nível mundial». Não é a primeira vez que um en-
contro internacional dos jovens coincide com um Ano Jubilar. De facto, foi durante o Ano Santo da Redenção (1983/1984) que São João Paulo II convocou pela primeira vez os jovens de todo o mundo para o Domingo de Ramos. Depois
12
\\
ESPECIAL NATAL 2015
durante o Grande Jubileu do ano 2000, mais de dois milhões de jovens, provenientes de cerca 165 países, reuniram-se em Roma para a XV Jornada Mundial da Juventude «Como aconteceu nestes dois casos anteriores, tenho certeza de que o Jubileu dos Jovens em Cracóvia será um dos momentos fortes deste Ano Santo», diz o Papa Francisco em mensagem aos jovens que acrescenta «Talvez algum de vós se interrogue: Que é este Ano Jubilar celebrado na Igreja? O texto bíblico de Levítico 25 ajuda-nos a compreender o significado que tinha um “jubileu” para o povo de Israel: de cinquenta em cinquenta anos, os judeus ouviam ressoar a trombeta (jobel) que os convocava (jobil) para celebrarem um ano santo como tempo de reconciliação (jobal) para todos. Neste período, devia-se recuperar uma relação boa com Deus, com o próximo e com a criação, baseada na gratuidade. Por isso, entre outras coisas, promovia-se o perdão das dívidas, uma particular ajuda a quem caíra na miséria, a melhoria das relações entre as pessoas e a libertação dos escravos», escreve o Santo Padre. Este Jubileu extraordinário tem como lema «misericordiosos como o Pai» (cf. Misericordiae Vultus, 13), aparecendo associado com ele o tema da próxima JMJ. Procuremos então compreender melhor que significa a misericórdia divina. Cracóvia espera-nos! Diz o Santo Padre que «faltam poucos meses para o nosso encontro na Polónia. Cracóvia, a cidade de São João Paulo II e de Santa Faustina Kowalska, espera-nos com os braços e o coração abertos. Creio que a Providência Divina nos tenha guiado para celebrarmos o Jubileu dos Jovens precisamente no lugar onde viveram estes dois grandes apóstolos da misericórdia dos nossos tempos. João Paulo II intuiu que este era o tempo da misericórdia. No início do seu pontificado, escreveu a encíclica Dives in misericordia. No Ano Santo de 2000, canonizou a Irmã Faustina, insti-
tuindo também a Festa da Misericórdia Divina, no segundo Domingo de Páscoa. E, no ano 2002, inaugurou pessoalmente, em Cracóvia, o Santuário de Jesus Misericordioso, consagrando o mundo à Misericórdia Divina e manifestando o desejo de que esta mensagem chegasse a todos os habitantes da terra e cumulasse os seus corações de esperança: “É preciso acender esta centelha da graça de Deus. É necessário transmitir ao mundo este fogo da misericórdia. Na misericórdia de Deus o mundo encontrará a paz, e o homem a felicidade!” (Homilia na Dedicação do Santuário da Misericórdia Divina em Cracóvia, 17 de Agosto de 2002). Queridos jovens, Jesus misericordioso, representado na imagem venerada pelo povo de Deus no santuário de Cracóvia a Ele dedicado, espera-vos. Fia-Se de vós e conta convosco. Tem muitas coisas importantes a dizer a cada um e a cada uma de vós… Não tenhais medo de fixar os seus olhos cheios de amor infinito por vós e deixai-vos alcançar pelo seu olhar misericordioso, pronto a perdoar todos os vossos pecados, um olhar capaz de mudar a vossa vida e curar as feridas da vossa alma, um olhar que sacia a sede profunda que habita nos vossos corações jovens: sede de amor, de paz, de alegria e de verdadeira felicidade. Vinde a Ele e não tenhais medo! Vinde dizer-Lhe do mais fundo dos vossos corações: “Jesus, confio em Vós!” Deixai-vos tocar pela sua misericórdia sem limites, a fim de, por vossa vez, vos tornardes apóstolos da misericórdia, através das obras, das palavras e da oração, neste nosso mundo ferido pelo egoísmo, o ódio e tanto desespero. Levai a chama do amor misericordioso de Cristo – de que falava São João Paulo II – aos ambientes da vossa vida diária e até aos confins da terra. Nesta missão, acompanho-vos com os meus votos de todo o bem e as minhas orações, entrego-vos todos à Virgem Maria, Mãe da Misericórdia, nesta última etapa do caminho de preparação espiritual para a próxima JMJ
de Cracóvia, e de coração a todos vos abençoo», escreveu a terminar. Jornadas Mundiais da Juventude As maiores concentrações das Jornadas Mundiais de Juventude aconteceram em Manila (1995) e no Rio de Janeiro (2013), eventos em que participaram cerca de 4 milhões de pessoas. Sendo a Polónia um país de fortes tradições Católicas e o país Natal do Papa João Paulo II, estima-se que este número possa ser novamente alcançado. Sobre Cracóvia Cracóvia está localizada no sul da Polónia, nas margens do rio Vístula. Tem cerca de 853 mil habitantes e é considerada um dos principais centros culturais e turísticos da Polónia. O centro histórico de Cracóvia foi inscrito na primeira lista do Património Mundial da UNESCO, em 1978. Na cidade encontra-se uma das mais antigas e prestigiadas universidades da Europa, a Universidade Jaguelônica, assim como o famoso Santuário da Divina Misericórdia, visitado anualmente por dois milhões de peregrinos de todo o mundo, cujo símbolo é a imagem de Jesus pintada com base nas visões da Santa Faustina Kowalska. Cracóvia é a cidade onde estudou, trabalhou e prestou serviço sacerdotal Karol Wojtyla, Papa João Paulo II. É desta cidade que Karol Wojtyla, sendo arcebispo de Cracóvia, partiu para o Conclave em que foi eleito Papa. Programa de Voluntariado «Os jovens portugueses podem inscreverse no programa de voluntariado para as Jornadas Mundiais da Juventude, em Cracóvia, através do site register.wyd.va/vol/wizard?lang=en ou do email volunteers@krakow2016.com.», disse Alexandra Sychta, responsável pela organização das Jornadas Mundiais de Juventude 2016 (JMJ). «Precisamos urgentemente de voluntários PUB
ESPECIAL NATAL 2015 // 13 portugueses não só para nos apoiarem junto dos peregrinos de língua portuguesa mas também junto de peregrinos de outros países, já que os portugueses têm grande facilidade em falar outras línguas e em interagir com outros povos» e acrescentou «até à data já se inscreveram nas Jornadas mais de 111.000 jovens do sul da Europa (7.000 portugueses, 34.000 Espanhóis e 70.000 italianos) mas acreditamos que este número irá aumentar significativamente depois do Natal», disse. A organização das JMJ estima que 2,5 milhões de peregrinos visitem a Cracóvia entre 26 e 31 de julho do próximo ano. Como este número ultrapassa em muito a capacidade de alojamento hoteleiro de Cracóvia já estão a ser preparados espaços públicos e residências particulares para acolher os visitantes. De Vermoim para as JMJ Vera Ramos, de 34 Anos, Secretária Paroquial, é a líder do grupo que já carimbou passaporte para Polónia. Para a vermoense «a primeira experiência com as JMJ foi em Madrid 2011. Desde então ficou a vontade de repetir a experiência «como o Rio de Janeiro, em 2013, era completamente incomportável financeiramente adiamos o sonho! A necessidade de voltar a viver o que vivi em Madrid, impunha-se. Como líder do grupo de jovens, não podia de deixar de acompanhar este
grupo sedento de viver esta experiência. Tal como quando parti a Madrid, levo apenas o coração aberto, nada de grandes objectivos ou vontade de vivências e a melhor forma de partir rumo a umas jornadas. Todo o resto fica a cargo do Espirito Santo e das Jornadas em si», disse. Verónica Cunha, 19 anos, estudante «Como jovem cristã procuro viver experiências que me permitam sair da minha zona de conforto e, assim, procurar a presença de Jesus, não só na Igreja, mas na minha vida. As Jornadas Mundiais de Juventude são um exemplo da vivência que pretendo experienciar. É o encontro perfeito de partilha e descoberta. No coração levo todos os que de certo modo marcaram o meu percurso catequético e de Fé. Sei que se não os tivesse conhecido não estava tão perto das Jornadas. Levo também o espirito aberto para aproveitar ao máximo tudo o que Cracóvia tiver para me oferecer», diz. Leonor Rodrigues, 18 anos, estudante «Vejo estas Jornadas como uma forma de aprofundar a minha Fé, sendo que já passei por várias experiências que me conduziram a esse objectivo e vejo Carcóvia como mais uma oportunidade. Para além disso, as Jornadas sempre me despertaram muita curiosidade, pois sempre que sucedem há bastante aderência e gostaria
de perceber o porquê e porque tanta gente vai, para não falar que tantos jovens juntos é uma animação. É importante lembrar-me de que sou uma sortuda por poder usufruir e aproveitar estas oportunidades, daí que quando for hora de partir, esse sentimento de gratidão estará bem presente no coração. Acima de tudo, levo comigo animação, alegria, boa disposição e um espírito aberto para receber tudo aquilo com que me vou deparar», diz. Maria Cortez, 17 Anos, estudante «Todos nós temos um momento em que sentimos que temos que criar memórias, vivências… E em Vermoim cresci a ver o grupo de jovens a cria-las, quer com actividades, quer efectuando viagens ou até momentos em que partilhavam testemunhos. Sempre que eu ouvia os membros seniores a falarem sobre as jornadas, ficava com vontade de ir… A forma como eles descreviam o que lá passaram só me fazia querer ir cada vez mais. Por outro lado, acho fabulosa a ideia de termos uma semana para estarmos com jovens que partilham e sentem os mesmos valores que eu, os mesmos valores que Jesus. Já para não falar que vamos estar com o Papa o que torna tudo ainda mais emocionante e inesquecível. Levo muito no coração… levo amor, paz, fraternidade… enfim, acho que levo tanto que é difícil expor tudo… o principal e mais importante é a vontade PUB
14
\\
ESPECIAL NATAL 2015
de partilhar, experimentar e viver com os meus amigos e pessoas que conhecerei em Cracóvia tudo o que lá se passar. Uma enorme vontade de amar e pôr em prática o que sempre me ensinaram desde pequena: Amar-nos uns aos outros, como Deus nos amou», diz. IInês Ferreira, 17 anos, estudante O que me leva a Cracóvia é, principalmente, o desafio, conhecer e aumentar ainda mais a minha Fé. Acho que lá, vou dar mais valor a pequenas coisas, vou partilhar experiências e vivências com outros jovens que partilham os mesmos valores. Vou para conhecer pessoas que acreditam no mesmo que eu, que são “normais” como eu e que vão à missa, vão à catequese mas que quando essa etapa acaba, querem mais para além disso. No coração não levo nada, o meu coração vai vazio. Espero sim, poder preenchê-lo lá, com alegria, amor, vivências, experiências, recordações. Espero poder trazer o coração cheio de coisas boas», disse. Ana Calçada, 17 anos, estudante Depois de um percurso catequético, juntei-me ao Grupo de Jovens de Vermoim que me têm motivado para diversas actividades. Neste momento estamos a trabalhar para as JMJ em Cracóvia que é o nosso maior objectivo. O que me leva a Cracóvia é maioritariamente a minha força de vontade e a experiência de oração, de encontro com o Papa, de união e partilha entre e com os grupos. Será, sem dúvida, algo que daí para a frente irei ter sempre presente comigo. Uma marca muito grande e positiva na minha vida. Vou levar no coração todo o percurso que fizer até lá, a minha família que me tem ajudado a trabalhar para este objectivo, o meu grupo que me acompanha em todas as actividades, o meu espaço e mais que isso levo espirito de oração, de reflexão, de partilha, de ajuda, de diversão e de aproveito para esta nova e única experiência», diz.
Rui Silva, 17 anos, estudante «A Cracóvia, leva-me a minha Fé. As JMJ são desde o ano passado (ano em que entrei no grupo), um objectivo não só pelo que este encontro significará e nos transmitirá mas também pela partilha e convívio do modo de viver a Fé de pessoas de outras partes do mundo. É algo que me intriga e me suscita curiosidade, pois sei que em vários países a caminhada Cristã é feita de forma diferente e o modo de a viver também, mas a principal razão é mesmo a vontade de aprofundar e aumentar a minha Fé. Todas as pessoas que me ajudam na minha caminhada Cristã, todos os retiros, todas as actividades em grupo, toda a minha catequese, as folhas, os pecados, mas também as acções solidárias e as ajudas que tentamos prestar aos que precisam em actividades como recolha de alimentos para vicentinos, banco alimentar… Toda a nossa vida Cristã, toda a parte boa e menos boa é o que levarei comigo. Queria só salientar que a nossa caminhada cristã não acaba como muitos pensam no crisma, esse é apenas mais uma etapa cumprida e para nós, a próxima é já as JMJ.», diz. Ricardo Jacinto, 21 anos, estudante Leva-me a Cracóvia a procura por uma nova experiência. A vida é feita de experiências, boas e más, mas que nos fazem crescer, tanto individualmente, como em sociedade e, neste caso pode revelar-se uma experiência que una ainda mais o nosso grupo, o Grupo de Jovens de Vermoim. Procuro também aprender sobre a minha religião, num evento de escala mundial e, também sobre um país cuja cultura é desconhecida por mim. Levo no coração muitas dúvidas sobre as minhas crenças que quero solucionar, sobre as quais quero aprender e descobrir o meu caminho. Mas, essencialmente, muita vontade, porque sem vontade era impossível ultrapassar todos os obstáculos que nos
aparecem no caminho, mas, se é este o nosso objectivo, então temos que lutar por ele, mesmo que não cumpra as nossas expectativas, de alguma forma vamos crescer», diz. Ana Silva, 18 anos, estudante «O evento que irá ocorrer em Cracóvia, será a reunião de jovens de todo o mundo, em que todos temos as mesmas crenças, logo este é um dos motivos que me leva às JMJ. É a oportunidade de poder crescer na Fé numa experiência partilhada por jovens de todo o mundo. É também o facto de ser uma nova experiência, onde vamos ter diferentes actividades, e uma delas será a Missa com o Papa, que será algo que, para um cristã, como todos os membros do nosso grupo terá muito impacto emocional. Levo o coração com bastante espaço, para poder guardar bastantes bons momentos que espero que sejam inesquecíveis. Levo também muita Fé e alegria para partilhar com os outros jovens que vêm dos quatro cantos do mundo. O nosso grupo tem feito bastantes actividades, entre elas, no último fim-de-semana, uma feirinha de Natal, o que ajuda a cimentar este caminho», diz. Joana Marques, 23 Anos, estudante universitária A vontade de querer partilhar, com os jovens do mundo inteiro, a Fé em Jesus Cristo. A certeza de que há tantos e tantos jovens que tentam mudar o mundo, torná-lo um pouco melhor, tornar a Igreja um pouco melhor. Mostrar que nada se faz sozinho e que cada jovem tem o direito e o dever de fazer qualquer coisa, por mais pequena que seja, pela Igreja de todos nós! Viver a alegria, o entusiasmo, a euforia de ser jovem cristão! E, por último, mas não menos importante, levar o nome da paróquia, da cidade e do país além-fronteiras, são a energia que me leva a Cracóvia. No coração levo amor, alegria para partilhar com todos aqueles com quem PUB
ESPECIAL NATAL 2015 // 15 nos cruzarmos. Além de todas as coisas que levamos na bagagem, sem dúvida que a mais importante, é a capacidade de cada um de nós sair da sua zona de conforto e dar-se aos outros e pôr em tudo o sinal da Fé em Cristo! Levamos, também, no coração, todos aqueles que, pelas mais variadas razões, não nos poderão acompanhar nestas jornadas; todos os que nos têm ajudado e, certamente, nos continuarão a ajudar a anseios da nossa paróquia e de todos os que fazem parte dela. Espero trazer muito para dar a todos eles e que as JMJ16 não acabem em Cracóvia, mas que o espirito JMJ continue a perdurar nos corações de todos nós, a viajar pelo mundo. “É na medida que eu mudo o meu mundo que contribuo para mudar o mundo do outro”», cita a terminar. Gonçalo Silva, 18 Anos, estudante Leva-me a Cracóvia a necessidade da aprofundar a Fé. Partilhar a intenção de completar a missão que cumprimos nesta caminhada. Libertar algumas ideias que estão na alma. Levo no coração sorrisos, que vou partilhar em Fé, porque os sorrisos fazem falta. Quero agradecer a Deus a oportunidade de realizar esta viagem e de nos ajudar nesta partilha de emoções e conhecimentos que nos ajudará a construir o nosso futuro», disse. Maiahoje em Cracóvia O Maiahoje tem acompanhado os preparativos para esta peregrinação jovem e estará presente no evento com uma equipa de reportagem do jornal e da MaiaHojeTv, principalmente utilizando os canais web e as redes sociais para o fio noticioso, estando previstas emissões e reportagens em directo. Da nossa parte já começaram os preparativos e sendo uma primeira experiência televisiva internacional, estamos também expectantes quanto ao seu resultado. Fica a garantia que tudo estamos a fazer para levar até si, tudo o que se passar naquela cidade, em especial com os milhares de portugueses presentes no evento.
UB
EM CIMA:Vera Ramos, Joana Marques, Verónica Cunha, Catarina Cortez, Leonor Nestor, Margarida Calçada, Rui Silva. EM BAIXO: Ricardo Jacinto, Inês Matos, Ana Sofia Silva, Gonçalo Silva.
PUB
16
\\
ESPECIAL NATAL 2015
Doces Tradicionais de Natal Filhoses Ingredientes • 1 kg de farinha • 8 a 10 ovos • 2 colheres de chá de fermento • 1 copa de aguardente (pequeno) • 1/2 chávena de leite • 1 pitada de sal • Azeite
Preparação Coloque a farinha num recipiente e o fermento no meio com um pouco de sal. Comece a amassar com as mãos, em seguida deite a aguardente e o leite. Continuando a amassar, deitam-se os ovos, um a um, lentamente. Quando estiver tudo envolvido, trabalhar bem a massa molhando as mãos em azeite. A massa deve-se despegar do recipiente. Deixe levedar durante duas horas. Faça pequenas bolas de massa e por fim ponha a fritar. Quando frito, polvilhe as filhós com açúcar e canela.
Sonhos de Cenoura Ingredientes • 200 gr de açúcar em pó • 1 kg de puré de cenoura • 200 gr de farinha de trigo • 30 gr de fermento de padeiro • 3 ovos • 4 gemas • Raspa de 1 laranja • 1 colher de chá de canela • Óleo e açúcar q.b.
Preparação Misture o açúcar em pó com o puré de cenoura, adicione farinha peneirada e envolva tudo muito bem. Dissolva o fermento num pouco de água morna e adicione, os ovos, as gemas, a raspa de laranja e, finalmente a canela. Tape com um pano e deixe repousar até dobrar de volume. Numa frigideira frite colheradas do preparado, vá virando até ficarem homogeneamente dourados. Retire com o auxílio de uma escumadeira e escorra sobre papel absorvente. Passe depois por açúcar.
Coscorões Ingredientes • 500 gr de farinha • 3 ovos • Raspa de laranja • 50 gr de açúcar • 50 gr de manteiga • 50 gr de aguardente • Água e sal q.b.
Preparação Misturar bem o açúcar com a manteiga. Adicionar os ovos, a aguardente, a farinha e o sal e amassar muito bem. Adicionar água se necessário e amassar até obter uma massa lisa e elástica. Deixar repousar durante, pelo menos, uma hora. Estender rectângulos com o auxílio do rolo, numa espessura de 2 milímetros. Fazer três cortes no meio. Fritar em óleo e passar por açúcar e canela.
Pudim de Caramelo com Pinhões Ingredientes Para o caramelo: • 0,5 dl. de água • 1 colher de café de sumo de limão • 150 gr. de açúcar • 2 colheres de sopa de miolo de pinhão Para o pudim: • 0,5 dl de leite; • 1 lata de leite condensado • 8 ovos • Raspa de laranja q.b.
Preparação Para o caramelo: Misturar a água, o sumo de limão e o açúcar, e levar a lume brando. Deixar caramelizar. Numa forma a gosto, distribua o caramelo e polvilhe com os pinhões. Reserve. Ligar o forno a 160º C e de seguida preparar o pudim. Depois do leite fervido, acrescente o leite condensado. Bata os ovos e junte-lhes a raspa de laranja. Adicione o leite e em seguida , coe. Deite o pudim na forma e leve ao forno em banho-maria, por 1 hora e 30 minutos. Depois de cozido, retire-o e deixe-o repousar na forma para o dia seguinte. Desenforme o pudim e decore com pinhões ou outros frutos, fios de ovos e ou enfeites de natal.
Bolachas Doces de Natal Ingredientes • 3 ou 4 colheres de manteiga amolecida • 1 colher de açúcar • 1 ovo • 2 colheres de farinha • 1 colher chá de fermento • 1/8 colher de chá de noz-moscada • 2 colheres de sopa de leite • 1 colher de chá de baunilha (opcional)
Preparação Bata bem a manteiga com o açúcar, junte o ovo e o restante dos ingredientes. Embrulhe em papel vegetal e deixe na geladeira por 1 hora. Numa superfície untada estique a massa e corte da forma desejada. Coloque numa forma não untada e leve ao forno por aproximadamente 6 minutos.
PUB
ESPECIAL NATAL 2015 // 17
Rabanadas do Convento Ingredientes • 1 cacete com 2 dias; • 1 kg de açúcar; • 1 pau de canela; • 2 tiras de casca de limão; • 1 colher de sopa de manteiga; • 1 colher de sopa de mel; • Sal; • 12 gemas; • 2 cálices de vinho do Porto.
Preparação Corta-se o pão em fatias com um dedo de espessura. Com 300 gr de açúcar, 2 dl de água, o pau de canela, as cascas de limão, a manteiga, o mel e uma pitada de sal, faz-se uma calda pouco espessa, a que se junta, fora do lume, 1 cálice de vinho do Porto. Deixa-se arrefecer. Batem-se as gemas para as ligar. Numa frigideira, leva-se o restante açúcar ao lume com água e deixa-se ferver até se obter um ponto fraco (102 ºC no máximo). Passam-se as fatias de pão pela a calda, depois pelas as gemas e inseremse na calda a ferver, como quem frita, uma de cada vez. À medida que vão fritando, colocam-se as rabanadas em travessas fundas. No final, regam-se com a calda da fritura, a que se juntou 1 cálice de vinho do Porto.
Arroz Doce de Natal Ingredientes • 150 gr de arroz • 1/4 litro de água • 1 litro de leite • 25 gr de manteiga • 5 gemas de ovo • 150 gr de açúcar • Canela q.b. PUB
Preparação Leve o arroz ao lume em água e deixe ferver até que a água evapore. Misture o leite e deixe cozer o arroz. Quando estiver cozido, misturar o açúcar, as gemas e a manteiga. Não deixar ferver, retirar do lume e distribuir por pratinhos, taças ou num prato grande. Polvilhe com canela a gosto.
18
\\
ESPECIAL NATAL 2015
Coro Infantil Municipal “Os Pequenos Cantores da Maia”
Uma temporada artística extraordinária
Ao comemorar 25 anos de carreira, o Coral Infantil Municipal dos Pequenos Cantores da Maia averba nesta temporada momentos que marcam a sua história. Um desses momentos foi o concerto na Sala Suggia, da Casa da Música, onde a 14 de Junho, os Pequenos Cantores da Maia foram acompanhados pela Orquestra Filarmonia das Beiras, na interpretação de obras de César Frank, Bruno Coulais, Alan Menken e em estreia ab-
soluta, duas obras para coro infantil e orquestra sinfónica, de Victor Dias e Ana Lídia Rouxinol, com texto de Mizé Rouxinol. Esta foi a sua segunda apresentação com orquestra sinfónica, depois de ter participado na estreia da obra “Gaudeamus”, de António Victorino D’Almeida, em que o compositor dirigiu a Orquestra Nacional do Porto e os Pequenos Cantores da Maia, no seu auditório, no Convento de S. Bento da Vitória.
Neste quarto de século de existência, o coral realizou tournées à Finlândia, a França e a Espanha. Em Portugal deu concertos em várias regiões, desde o alto Minho e Trás-os-Montes, até ao Algarve. Já foram recebidos para concertos de Natal, quer no Palácio de Belém, a convite do Presidente da República, como no Parlamento, a convite da Presidente da Assembleia da República. Ao comemorarem as suas Bodas de
PUB
PUB
ESPECIAL NATAL 2015 // 19 Prata, averbam 21 participações consecutivas no mais popular programa da televisão em Portugal, tendo honras de abertura do “Natal dos hospitais”, difundido actualmente para todo o Mundo, através do canal 1 da RTP, da RTP-Internacional, da RTP-África e da RTP-Mobile, aparições televisivas que acrescem aos incontáveis momentos que já tiveram nas três estações generalistas e noutros canais do cabo. Com uma apreciável discografia publicada, boa parte dela dedicada à educação ambiental e para o desenvolvimento sustentável, perfeitamente alinhada com a estratégia da Câmara Municipal da Maia, para a sensibilização e educação ambiental, o coral tem levado as suas mensagens educativas e lúdicas a milhares e milhares de crianças e jovens, primeiramente no concelho da Maia, e depois, um pouco por todo o país. Nessa sua missão de fazer da Música a linguagem de eleição, para difundir um ideal de um Planeta mais limpo, mais ecológico e sustentável, os Pequenos
Cantores da Maia tiveram consigo amigos como Rui Veloso, Luís Represas, Rui Reinhinho, Manuela Azevedo, Nuno Guerreiro, Vozes da Rádio, Fernando Tordo, e noutros projetos, Pedro Abrunhosa, Vitorino, José Cid, Susana Félix, Fernando Pereira e outros grandes artistas do panorama da Música Portuguesa. Nestas duas décadas e meia já passaram por esta instituição artística largas centenas de crianças e jovens que viveram,
graciosamente, uma experiencia cultural e social que muito enriqueceu a sua formação pessoal e cívica, estimulando a sua sensibilidade crítica ao belo estético e musical. Como o edil maiato, Bragança Fernandes, Patrono dos Pequenos Cantores, tem incansavelmente repetido por todo o lado: - “…eles são os grandes embaixadores culturais da Maia…”.
PUB
20
\\
ESPECIAL NATAL 2015
PUB
PUB
O Natal um pouco por todo o mundo Estados Unidos Na véspera de Natal, os vizinhos unem-se para cantar "Christmas Carols" (Canções de Natal), demostrando o espírito de confraternização da época. As crianças penduram meias na lareira e na manhã do dia 25 de Dezembro, abrem os tão sonhados presentes. O prato típico americano é o Perú Recheado, acompanhado de frutas tropicais. Japão O Natal no Japão é cheio de significados e a troca de presentes fortemente apreciada pelos japoneses. As crianças adoram conhecer a história do nascimento de Jesus numa manjedoura, porque é quando travam contato com a ideia de "berço" já que esta pequena cama não faz parte da cultura local.
Índia Os cristãos na Índia decoram pés de manga e bananeiras no Natal. Algumas pessoas decoram as suas casas com folhas de manga, Em partes da Índia, pequenas lâmpadas de argila são acesas com óleo e servem também para decorar a casa. China As casas são enfeitadas com lanternas e árvores de Natal, com correntes e flores de papel. As crianças penduram meias e esperam pelo Pai Natal. Já que a maioria dos chineses não é cristã, a maior celebração do inverno é o Ano Novo Chines, no final de janeiro. Nessa data as crianças recebem roupas e brinquedos novos e são servidos pratos especiais. Itália Tal como em Espanha, a principal entrega de presentes é no dia 6 de janeiro, replicando o acto da visita dos Reis Magos ao menino Jesus. As crianças esperam a visita da Befana que traz presentes para os bons e castigo para os maus meninos. De acordo com a lenda, os três Reis Magos pararam durante a ida até Belém e pediram comida e abrigo a uma velha senhora. Ela negou ajuda e então eles seguiram a viagem com fome e cansados. A velha senhora sentiu depois um aperto no coração, mas os Reis Magos já estavam muito longe. A lenda
conta que a Befana ainda vaga pelo mundo procurando o menino Jesus e tem várias formas: uma rainha, uma fada, uma velha ou uma bruxa. Suécia As festividades de Natal começam no dia 6 de dezembro, dia de São Nicolau. Nesse dia, as crianças escrevem as suas cartas de pedidos que São Nicolau troca por um saquinho de Doces ou Nozes. Os presentes chegam no dia 25. Na noite de Natal, a filha mais velha veste-se de branco com uma faixa vermelha amarrada na cintura e uma grinalda de folhas verdes com sete velas acesas na cabeça. Ela leva cuidadosamente café e bolinhos para cada membro da família aos seus quartos. Belém Em Belém, a cidade onde Jesus nasceu, o Natal é comemorado com peregrinos e tribos árabes da região, que se ajoelham na cripta da capela dos franciscanos para adorar um berço. Segundo a tradição, esse é o berço de Jesus, que é conservado na igreja e apenas montado na noite de 24 para 25 de dezembro. Depois de terminada a missa, os franciscanos oferecem uma ceia aos peregrinos: apenas pão preto acompanhado de vinho. in pesquisa internet
PUB
PUB
B
PUB
ESPECIAL NATAL 2015 // 21
PUB
Anoiteceu Anoiteceu, o sino gemeu A gente ficou feliz a rezar Papai Noel, vê se você tem A felicidade pra você me dar Eu pensei que todo mundo Fosse filho de Papai Noel Bem assim felicidade Eu pensei que fosse uma Brincadeira de papel
Pinheirinho Pinheirinho, pinheirinho De ramos verdinhos P´ra enfeitar, p´ra enfeitar Bolas, bonequinhos. (bis) Uma bola aqui Outra acolá Luzinhas que tremem Que lindo que está.
O Natal existe Quero ver você não chorar não olhar pra trás nem se arrepender do que faz... Quero ver o amor crescer mas se a dor nascer você resistir e sorrir...
Já faz tempo que eu pedi Mas o meu Papai Noel não vem Com certeza já morreu Ou então felicidade É brinquedo que não tem
Natal Das Crianças Natal, Natal das crianças Natal da noite de luz Natal da estrela-guia Natal do Menino Jesus Blim, blão, blim, blão, blim, blão... Bate o sino na matriz Papai, mamãe rezando Para o mundo ser feliz Blim, blão, blim, blão, blim, blão... O Papai Noel chegou Também trazendo presentes Para Vovó e Vovô PUB
Olha o Pai Natal De barbas branquinhas Traz o saco cheio De lindas prendinhas. É Natal! É Natal! Salvação e Luz! Alegria, cristãos, Já nasceu Jesus.
Se você pode ser assim tão enorme assim eu vou crer... Que o Natal existe que ninguém é triste e no mundo há sempre amor... Bom Natal um Feliz Natal muito Amor e Paz pra Você... pra VOCÊ
22
\\
ESPECIAL NATAL 2015
PUB
Nutrição e Exercício Natal... Essa época emblemática em que as famílias se reúnem num festim de amor e, inevitavelmente, excesso de calorias e pouco gasto energético! A época natalícia por excelência é sempre acompanhada pela ingestão excessiva de açúcares refinados e gorduras saturadas, fazendo com que a guerra contra as calorias resulte numa derrota inglória. Mas não tem de ser assim! Com cuidado e perseverança é possível resistir aos olhares hipnóticos do Pai Natal de chocolate e às rabanadas. A palavra-chave para o sucesso é “planeamento”. Só porque é Natal, não significa que pode comer tudo o que lhe aparece pela frente. Deste modo consegue controlar mais facilmente as ditas tentações! Passemos para exemplos práticos nas receitas: reduza a quantidade de açúcar e manteiga, trocando produtos gordos por magros (ex: leite). Dê preferência a alimentos de baixo índicie glicémico (arroz integral, batata doce...). Inicie as refeições com hortícolas cozidos. Substitua as sobremesas por frutos secos e fruta fresca. Compre queijos pouco gordos e estabeleça limites (coma só uma rabanada e divida as restantes sobremesas pelas outras refeições). Se sobrar, congele ou divida pelos restantes familiares. Não coma demais só porque acha que as sobras
se vão estragar! Mas, não ficamos por aqui! Se ingeriu energia a mais, vai ter de a gastar. Não se deixe levar pela correria própria desta época. Se pratica exercício com regularidade, programe a sua vida de forma a que não tenha de deixar de o praticar só porque ainda não comprou as prendas ou porque vai passar a semana do Natal com familiares longe da sua casa. Se está afastado do ginásio, dê uma corrida ao ar livre, faça alguns dos exercícios que costuma fazer nos treinos (abdominais, agachamentos, saltos à corda...). Invista no treino intervalado. Quando comparado com os treinos típicos de baixa intensidade o treino intervalado de alta intensidade (HIIT) promove uma perda de gordura muito mais acentuada. Como se trata de um tipo de treino com uma duração curta, já não tem como usar a falta de tempo como desculpa! Se não é praticante assíduo, comece a pensar em deixar a preguiça de lado. Estabeleça metas realistas, aconselhe-se com profissionais da área da nutrição e do exercício e maravilhe-se com os efeitos de uma vida saudável! Comece por caminhar meia hora seguida, por dia, a passo rápido. Ver montras no shopping não conta! Habitue o seu corpo ao movimento, acelere o meta-
bolismo, disfrute do bem-estar psicológico e vá aumentando a intensidade à medida que se vai sentindo preparado. Sabia que uma generosa fatia de bolo-rei, por exemplo, poderá conter umas 300 calorias e que para as gastar precisa de realizar uma corrida de 30 minutos com uma extensão de cinco quilómetros. Mais vale previnir! Coma menos e melhor e mexa-se mais! No Natal, a melhor prenda que pode oferecer a si mesmo é a sua Saúde! Cláudia Dias - Prof. Ed. Física; Pós-grad. prevenção e reabiltação cardiovascular |Dir. da Kinesis Art & Health Studio Ivo Silva - Dietista ; Coacher Nutricional
PUB
PUB
ESPECIAL NATAL 2015 // 23
O Moinho - Padaria e Confeitaria
B
Ant贸nio Moutinho da Silva Desejamos a todos os nossos Clientes, Fornecedores e Amigos um Santo e Feliz Natal!
PUB
24
\\
ESPECIAL NATAL 2015
Psicologia do Natal A utilidade dos brinquedos e dos valores Na época natalícia, cada família vive a celebração desta época, segundo a sua idiossincrasia, ou seja, cada família é única, especial, com características muito próprias, é autêntica e por isso tem os seus modos particulares e peculiares de viver esta altura, por isso mesmo, torna-se conveniente que cada elemento por si só, encontre um significado próprio nesta celebração familiar. Neste artigo de opinião, irei abordar a questão relacionada com os presentes e a sua importância nomeadamente dos brinquedos para as crianças, assim como, e essencialmente os valores transmitidos nesta época. Relativamente aos brinquedos e jogos sempre foram dos presentes mais pedidos pelas crianças, e se, o excesso destes presentes é contraproducente, uma vez que se perde a validade do mesmo pela sua banalização, contudo, de forma regrada, o brinquedos/jogo permitem às crianças divertirem-se enquanto, ao mesmo tempo, as ensinam sobre um dado assunto. E neste campo é útil escolher um presente que a criança possa explorar e dedicar-lhe tempo, e se assim acontecer, saberá por esse feedback, que foi uma boa escolha. Brinquedos muitas vezes ajudam no desenvolvimento da vida social da criança, no seu crescimento psico-emocional, no desenvolvimento da sua criatividade, imaginação, especialmente aquelas usadas em jogos cooperativos, e porque não neste natal oferecer ao seu filho, afilhado, sobrinho, etc…, um brinquedo ou jogo em que essa parte lúdica possa ser desenvolvida através da interação entre todos os familiares, e neste
campo, não será necessário grande despendido de dinheiro, uma vez que são vários os artigos disponíveis no mercado para o efeito, e que será possível encontrar artigos de acordo com as suas possibilidades. Numa fase em que a vida social das crianças esta cada vez mais destinadas às instituições (escola, ATL, salas de estudo, etc…), esta poderá ser uma boa altura, para pais promoverem junto das crianças laços afetivos mais securizantes, assim como, a partilha de valores,. Os brinquedos/jogos podem muito bem ser um veículo para essa promoção e interação. Posto isto, mais do que esbanjar a criança com brinquedos, tente escolher, aquele, ou aqueles que poderão contribuir para o seu desenvolvimento. Co-
nhecer a criança e os seus gostos e preferências poderá ajudar a escolher uma prenda adequada à idade. Para promover o seu desenvolvimento social, e, porque não a criança poder participar na discussão e escolha do seu presentes permitindo deste modo aos pais poderem, estipular regras e limites, de acordo com o seu orçamento. Aproveite esta época natalícia para promover as suas relações familiares mais coesas e felizes, e muito provavelmente o presente certo e os valores partilhados dessa interação, irão ser condimentos para acrescentar “brilho”, a esta época natalícia. Feliz Natal, Paulo Pinheiro Psicólogo Clinico/Hipnose Clinica
PUB
PUB
UB
ESPECIAL NATAL 2015 // 25
Água, fonte de vida A água é símbolo de pureza e fonte de vida, tendo por isso um papel central em várias religiões como o Cristianismo, o Islamismo, o Judaísmo e o Hinduísmo. As limpezas com água são um factor comum, mas cada religião tem as suas particularidades no que toca à utilização da água. Como fonte de vida representa o (re)nascimento. A água lava o corpo e, consequentemente, purifica-o, e estas duas qualidades conferem-lhe um grande simbolismo, ou mesmo um estatuto sagrado. A água é, portanto, um elemento-chave em Fonte: http://www.wateryear2003.org/ cerimónias e rituais religiosos.
97% da água do Planeta é água salgada, apenas 3% da água existente na Terra é doce.
Um autoclismo que esteja a perder água pode desperdiçar em seis meses mais de 171 000 litros de água.
Se a água dos oceanos evaporasse, a quantidade de sal retida seria suficiente para cobrir os continentes, numa camada com cerca de 1,5 metros de espessura.
Cerca de 70% do corpo de um humano adulto é constituído por água, e quando nascemos esse valor atinge os 80%.
A Terra parece ser o único planeta do sistema solar que tem água no estado líquido.
A água é a única substância encontrada de forma natural em 3 estados: sólido, líquido e gasoso.
Os mares e oceanos são responsáveis pela produção de 90% do oxigénio existente na atmosfera. * Projecto curricular CCG PUB
(*)Água (do latim aqua), substantivo feminino Líquido natural (H2O), transparente, incolor, geralmente insípido e inodoro, indispensável para a sobrevivência da maior parte dos seres vivos “in Dicionário da Porto Editora”.
Uma torneira mal fechada pode chegar a desperdiçar mais de 50 litros por dia.
A Terra é um sistema fechado pelo que raramente ganha ou perde matéria extra. A mesma água que existiu há milhões de anos continua a existir hoje.
26
\\
ESPECIAL NATAL 2015
Rolinhos de Bacalhau Receita por Lurdes, Chef Restaurante Sal e Pimenta Ingredientes 4 postas pequenas de bacalhau demolhadas 1 ramo de salsa 8 fatias de paio Pimenta 1dl de leite 4 dentes de alho 2 folhas de louro 500g de grão cozido 1 colher (de sopa) de vinagre branco 1 colher (de chá) de vinagre balsâmico Preparação Retire a pele e as espinhas das postas e disponha sobre cada uma porção de salsa; Envolva cada rolinho em duas fatias de paio utilizando fio de cozinha e tempere com pimenta; Core os rolinhos no azeite quente juntamente com os dentes de alho cortados ao meio e as folhas de louro partidas Esmague o grão cozido e passe por um passador de rede fina. Envolva o azeite de corar o bacalhau e o vinagre branco. Tempere e disponha no prato de servir. Por cima coloque o bacalhau e deite em volta o vinagre balsâmico;
Filet Mignon à Sal e Pimenta Receita por Lurdes, Chef Restaurante Sal e Pimenta
PU
Ingredientes Margarina q.b. Lombo de boi Sal grosso Pimenta Verde em grão 2 colheres de sopa de Vinho do Porto 1 colher de chá de Whisky 1 colher (de chá) de vinagre balsâmico Preparação Pique os dentes de alho finamente e aloure ligeiramente num tacho com a margarina. Junte o lombo de boi e aloure dos dois lados, sobre lume forte. Retire o lombo para um pirex, tempere com sal e junte a pimenta verde, regue com a gordura em que salteou a carne e o vinho do Porto. Leve a carne a assar em forno moderado até a carne estar mais ou menos passada, conforme o gosto. Eu gosto de me regular pelo termómetro de carne. É um utensílio que não dispenso, na preparação de carne de boi. Sugestão: Servir com batata a palha e a nossa deliciosa salada à Sal e Pimenta PUB
PUB
ESPECIAL NATAL 2015 // 27
O Convívio começa... na cozinha O Maiahoje fez uma seleção de alguns pratos típicos desta época, e que a sua preparação poderá ser uma bela ocasião para juntar os familiares à sua volta, num convívio agradável. Desde os mais idosos, com sábia experiência de muitos anos na confeção destas iguarias, e que já não necessitam de olhar para as receitas para confecionar belos pratos, aos mais jovens, que dedicando mais algum tempo à cozinha, vão aprendendo a aperfeiçoar-se, até aos mais novos e pequeninos, que vão ganhando o gosto e o conhecimento de alguns ingredientes e belos aromas que ainda não conheciam... Certamente uma oportunidade rara, hoje em dia, de convívio familiar! Bacalhau da Consoada (Douro e Minho) Ingredientes ( Para 10 pessoas) - 10 Postas grossas de bacalhau demolhado; 4Kg de Batatas; 2 Couves pencas (couve portuguesa); 2 molhos de Grelos; 10Ovos; 6 Dentes de alho; 4dl azeite; Sal e vinagre q.b. Preparação Cozem-se as batatas, previamente lavadas e com pele, ou descascadas e cortadas a meio.Lavam-se as couves pencas, os grelos separando as suas folhas. Entretanto, cozem-se as postas de bacalhau juntamente com as pencas (só quando a água estiver a ferver e que devem ser mergulhados) e só depois os grelos. À parte cozem-se os ovos. Para o molho, leva-se ao lume o azeite e os alhos, cortados ao meio ou esmaPUB
gados. Quando levantar fervura, retirar do lume e juntar um pouco de vinagre. Manter quente. Quando tudo estiver cozido, descascar os ovos, pelar as batatas, e dispor todos os ingredientes numa travessa. Coloca-se o molho na molheira e serve-se quente. Nota: Em algumas regiões do país adiciona-se cenoura cozida, e também polvo cozido. Roupa Velha Tradicionalmente este prato é confeccionado no dia de Natal, de modo a aproveitar os restos da consoada, quando o prato preparado foi o bacalhau cozido com couve, batata e cenoura. Óptimo também em qualquer altura do ano!
Ingredientes 300g de bacalhau; 200g de couvepenca e /ou grelos; 500g de batatas; 4 Cenouras; 1 Cebola; 3 Ovos; 6 Dentes de alho; 1dl de azeite; Vinagre Preparação Cortar aos bocados o bacalhau ( retirar as espinhas), a couve penca, os grelos, as batatas e as cenouras, já cozidos no dia anterior (sobras da consoada). Cozer os ovos e cortá-los às rodelas. Reserve algumas rodelas para enfeitar a travessa. Picar os dentes de alho e alourá-los em azeite. Junte a este preparado os restantes ingredientes. Mexer, adicionar vinagre q.b. e deixar aquecer até estar bem quente. Servir de imediato numa travessa. Há quem aprecie este prato mesmo frio.
28
\\
ESPECIAL NATAL 2015
PUB
A Criança Interior e o Natal "O Natal é para as crianças e para a família” é o que se ouve mais nesta época natalícia. Esta é também a época em que, de um modo geral, olhamos mais para os outros (ou pelos menos nos convidam mais a fazê-lo) e para as suas necessidades. Esta época tão especial sensibiliza-nos mais para as questões de dar, de apoiar, de ajudar. Não significa que aconteça menos noutras alturas do ano. Simplesmente agora é mais reforçado e visível. A generosidade e a solidariedade são salutares e benéficas para a saúde mental. Assim como é importante olhar para os outros, também é fundamental abrirmos os nossos olhos internos e sermos generosos e solidários connosco próprios. Afinal de contas, somos a nossa companhia permanente a cada dia que passa. No “corre-corre” do dia-a-dia não temos tempo para nos observarmos e conversarmos connosco, vermos o que
necessitamos e darmo-nos o que nos faz falta. Até ao Natal o ritmo é alucinante, mas eis que chega o momento de desfrutar da família no conforto do lar, de dar um momento especial às nossas crianças e aos que nos são mais próximos o carinho e o convívio tão necessários. Chega também o momento de parar. E aqui, muitas vezes viajamos no tempo até à nossa infância. Muitas vezes recheada de amor. Muitas vezes recheada de tristeza. Muitas vezes recheada de desafios grandes demais para uma pequena criança. E vamos crescendo com as cicatrizes da vida. Algumas bem cicatrizadas, outras ainda em cicatrização. De uma forma ou de outra, vamos (sobre)vivendo. E dentro de nós pode estar bem presente aquela criança amada, mas também podemos encontrar a criança magoada que pode ser rebelde, triste, zangada, doente,
perfeita… E aquilo que funcionou estrategicamente na infância para nos ajudar a lidar com as situações mais difíceis, torna-se o desafio ou o problema na vida adulta. Por isso, dê à sua criança interior tudo o que ela necessita: atenção, escuta activa, colo, brincadeira e, acima de tudo, muito amor incondicional. Para isso, simplesmente basta parar, conversar com a sua criança interior, ouvi-la atentamente, sem julgamentos, dizer-lhe que a ama muito e depois pode convidá-la a descansar, já não precisa de vigiar o mundo dos adultos. Pode voltar a ser criança. Acima de tudo, ame-se e muito, neste Natal e todos os dias sua vida.
PUB
PUB
Lília Andrade Psicóloga e Hipnoterapeuta Directora Técnica no maisHipnose – Espaço Psicoterapêutico.
PUB
UB
PUB
PUB
PUB
30
\\
ESPECIAL NATAL 2015
As vantagens de ter um animal de estimação
Este Natal adopte um amigo! A importância dos animais de estimação Ninguém tem dúvidas que os animais domésticos são grandes companheiros e fazem muito bem a todos, tanto a crianças como a adultos. No caso dos adultos, principalmente aqueles que vivem sozinhos, os animais são como um membro da família, compensando as necessidades de afecto e atenção que os animais nos sabem dar. Para as crian-
ças, além de companheiros leais a todas as horas, os animais também servem para ajudar a criança a aprender as coisas do dia-a-dia, pois mostram de forma acelerada as principais fases da vida (nascer, crescer, adoecer, sofrer acidentes, cuidar de si, morrer). Além disso, os animais ajudam a desenvolver o sentido da responsabilidade, visto que precisam de constantes cuidados. Os animais de estimação também ajudam a diminuir os estados de ansiedade, tédio e medo
e desenvolvem uma melhor capacidade de integração e uma melhor concentração na escola. Apesar do trabalho e da constante atenção que os animais necessitam, somos sempre recompensados, pois eles proporcionam-nos alegria, companhia, lealdade, e muito mais que só os nossos amigos animais sabem dar. O facto do animal estar permanentemente disponível para o convívio com os seus jovens donos aparece como uma factor-chave para o relacionamento entre os familiares e também torna os animais domésticos, uma presença de grande importância nos lares. As crianças e os animais A relação entre o homem e os animais domésticos existe há milhares de anos e tem sido objecto de estudo em várias áreas do conhecimento como a Antropologia, a Paleontologia, a Sociologia, a História das Mentalidades e a Psicologia. O estudo dos papéis desempenhados pelo animal de estimação na relação com os homens, bem como os desejos projectados por estes sobre os animais podem trazer importantes conhecimentos sobre o psiquismo humano. De todos os animaizinhos de estimação o mais comum e que mais interage com o ser humano é o cão. Com ele a criança pode brincar, correr, explorar o ambiente e viver novas experiências. Há um benefício significativo aqui: a criança não interage com total poder sobre o objecto de afeição e as suas acções provocam reacções. O cão pode correr para apanhar o objecto lançado, pode rosnar e até morder. Ele reage ao carinho, abana o rabo, salta...e agride, se for maltratado. E não é só o cão que interage
com a criança, apesar de ser o mais comum, outros animais também têm um papel importante. O gato encosta-se e deixa fazerem-lhe festas e os peixinhos alvoroçam-se no aquário quando a criança lhes dá a comida. Além da relação de afecto que se desenvolve, do estímulo ao período sensório (motor, do tocar, do sentir, do explorar o corpo do animal e observar as suas reacções), muitos conhecimentos são adquiridos, tanto psicológicos como científicos. Ter um animal também requer cuidados e estes cuidados, orientados por um adulto, estimulam a autonomia e a responsabilidade. Cuidar da limpeza do animal e do seu habitat, cuidar da sua alimentação, dividir o seu pão e oferecer-se um pedaço da sua bolacha, medicá-lo quando necessário, também favorece o desenvolvimento do vínculo afectivo e a lidar com os mais diversos sentimentos, da frustração à alegria e até à morte. É neste aspecto da vida e da morte que o animal de estimação tem um papel muito importante, pois a criança aprende a lidar com a perda e com a dor. Um risco que todos corremos e queremos evitar e poupar, mas o ciclo da vida é assim. Nesta convivência tão saudável e necessária, a criança aprende e desenvolve as suas relações afectivas para o futuro, influenciando assim a sua forma de se relacionar com as outras pessoas e respectivos parceiros, com segurança, compreensão, aceitação e respeito. Se no mundo das artes encontramos lugar para o desenvolvimento da criatividade e do auto-conhecimento, é no mundo da natureza que a criança desenvolve a sensibilidade, a observação, a compreensão e os sentimenPUB
B
ESPECIAL NATAL 2015 // 31 tos de solidariedade, generosidade, afecto e carinho. Resumindo: A criança que convive com animais, é mais afectiva, repartindo as suas coisas, é generosa e solidária, demonstra maior compreensão dos acontecimentos, é crítica e observadora, sensibiliza-se mais com as pessoas e as situações.Apresenta autonomia, responsabilidade, preocupação com a natureza, com os problemas sociais e desenvolve uma boa auto-estima.Relaciona-se facilmente com os amigos, tornando-se mais sociável, cordial e justa. Sabe o valor do respeitoDesenvolve a sua personalidade de maneira equilibrada e saudável, tendo mais facilidade para lidar com a frustração e liberta-se do egocentrismo. Curiosidades: • Pacientes com autismo foram “acordados” do seu estado de constante recolhimento na presença e convívio com animais; • Nos Lares de Idosos a presença de animais aumenta as expectativas de vida; • A hipoterapia (terapia complementar com cavalos) é utilizada no desenvolvimento psicomotor de portadores da sín-
droma de Down e outras deficiências neuropsicomotoras congénitas ou adquiridas; • Os animais são indicados para pessoas com deficiências sensoriais (cegos e surdos), dificuldades de coordenação motora (ataxia), atrofias musculares, paralisia cerebral, distúrbios comportamentais e outros problemas. • O cão é capaz de pressentir antecipadamente as “convulsões” características da epilepsia, quer seja no ser humano quer noutro animal. Qualquer animal que escolha, será sempre um grande amigo Acariciarmos um animal pode ajudar a relaxar e a baixar a pressão sanguínea; Observar um aquário faz com a pessoa se sinta mais calma (é aconselhado por muitos terapeutas em situações de stress laboral); Os animais de companhia, especialmente os cães, ensinam as crianças a comunicarem melhor e a estabelecerem mais facilmente relacionamentos sociais; Os animais de companhia estimulam o bom humor e o divertimento (numerosos estudos indicam que o bom humor
é a melhor ferramenta para combater o stress e aliviar a tensão); Nas pessoas idosas, a companhia dos animais permite reduzir, de forma deslumbrante, o número de visitas ao médico e os riscos de suicídio.
Excerto de trabalho escolar no âmbito da Disciplina Área de Projecto. Escola Secundária de Sampaio, Sesimbra - alunas turma - 12ºA
PUB
32
\\
ESPECIAL NATAL 2015
PUB
Saber lidar com o luto
A perda, em época festiva A palavra luto quer dizer "dor" causada pela morte de alguém. "Fazer o seu luto" quer dizer literalmente: "passar através da sua dor". Para melhor compreender o processo do luto, é preciso lembrar que o ser humano é um ser afetivo. Um ser que cria ligações com as pessoas e a as coisas. Sem ligações, sem afetividade, a vida não é possível. É por isso que nós criamos com os seres queridos relações que são laços psicológicos e espirituais. Esses laços são de intensidade variável de acordo com o tipo de investimento afetivo em relação a outra pessoa. As 5 fases do luto: A negação- Surge a primeira fase do luto, é no momento que nos parece impossível a perda, em que não somos capazes de acreditar. A dor da perda seria tão grande, que não pode ser possível, não poderia ser real. A raiva – A raiva surge depois da negação. Mas mesmo assim, apesar da perda já consumada negamo-nos a acreditar. Pensamento de “ porque a mim?” surgem nesta fase, como também sentimentos de inveja e raiva. Nesta fase, qualquer palavra de conforto, parece-nos falsa, custando acreditar na sua veracidade A negociação- A negociação, surge quando o individuo começa a por a hipótese da perda, e perante isso tenta negociar, a maioria das vezes com Deus, para que esta não seja verdade. As negociações com Deus, são sempre sob forma de promessas ou sacrifícios. A depressão – A depressão surge quando o individuo toma consciência que a perda é inevitável e incontornável.
Não há como escapar à perda, este sente o “espaço” vazio da pessoa (ou coisa) que perdeu. Toma consciência que nunca mais irá ver aquela pessoa (ou coisa), e com o desaparecimento dele, vão com ela todos os sonhos, projetos e todas as lembranças associadas a essa pessoa ganham um novo valor. A aceitação – Última fase do luto. Esta fase é quando a pessoa aceita a perda com paz e serenidade, sem desespero nem negação. Nesta fase o espaço vazio deixado pela perda é preenchido. Esta fase depende muito da capacidade da pessoa mudar a perspetiva e preencher o vazio. Devemos sempre valorizar o que temos, enquanto o temos. Pois não sabemos quando o vamos deixar de ter. Curiosamente muitas vezes só nos apercebemos da importância de determinada pessoa ou coisa, quando a perdemos, porque o valor dessas pessoas ou coisas dilui-se no valor das coisas que a rodeiam. A morte é essencialmente particular a cada pessoa, de maneira que ninguém pode
substituir o outro nesse episódio da existência. Não podemos esquecer que a morte não é uma falha. Todos morremos. Faz parte do processo da vida. Quando morre alguém que amamos,o processo de luto leva no mínimo um ano. Assim conceda a si próprio esse espaço. É muito difícil atravessar todos aqueles períodos, as Festas, o dia do aniversário,o dia de Natal, pois este dia é dedicado à família e a todos aqueles que amamos e por vezes, quem amamos já não se encontra entre nós. Seja gentil consigo e permita-se a dor. Está certo desfazer-se em lágrimas quando alguém morre. Não é possível fingir que não dói. É preciso dar vazão aos sentimentos. Deixe sair tudo, caso contrário, mais tarde,vai ressentir no corpo. Cuide de si. Um Santo Natal. Rui Alexandre Ribeiro, Psicólogo Membro da ordem dos Psicólogos Portugueses
PUB
UB
UB
PUB
34
\\
ESPECIAL NATAL 2015 PUB
Lojas de Comércio Tradicional na Via Engº. Belmiro Mendes de Azevedo (Castêlo da Maia)
O Natal já chegou à nossa rua, venha ver como está bonita ! Novembro já se foi e Dezembro acabou de chegar, com ele veio o frio e a alegria do Espírito Natalício. As lojas de comércio tradicional na Via Eng. Belmiro Mendes Azevedo, no Castêlo da Maia, vestiram-se a rigor para receber o Natal e estão de portas abertas (e bem bonitas) para o receber da melhor forma! Oferecemos atendimento personalizado, todo o conforto e calma nas suas compras desta Época. Numa rua onde dominam os serviços de bancos e clínicas, encontra também lojas que há muito tempo primam por servir os seus clientes com a melhor qualidade de atendimento como: o Cabeleireiro Vera Soares, onde a sua visita será presenteada com todo o glamour desta época; a Papelaria Notas e Clips onde pode encontrar a Sorte nos Jogos, os habituais artigos escolares, serviço de Payshop e gifts e os indispensáveis Jornas e Revistas; Lojas de utilidades para o lar e as lojas tradicionais de Cabazes e Produtos Tradicionais Portugueses e Artesanato, incontornáveis nesta época de Natal, como a Quinta da Ameã e a Quarta Dimensão Criativo. Duas lojas vizinhas e complementares, decoradas com carinho e um cheirinho especial a Natal, únicos e irresistíveis. Pode ainda comprar aquela peça de roupa que gostava de ter ou de oferecer na nova loja de moda Vaiella, com preços apelativos, Low Cost, com grande variedade que marca a diferença na relação preço/ qualidade; No intervalo das suas compras, não deixe de entrar no ambiente quentinho da confeitaria da nossa rua, a
Século XXI e aconchegarse com as iguarias que esta lhe oferece e uma bebida quentinha para aquecer o coração. Tudo de fabrico próprio. Já encontrou o sitio certo para aprender Línguas? temos a Aritmética das Línguas, com provas dadas e com bons resultados e satisfação de quem por lá passa, um aliado fundamental no percurso académico e profissional, assim como O Sá-
bias Leituras, na vertente do acompanhamento do estudo, o empenho com que se adaptam às necessidades de cada aluno, traduz-se na tranquilidade para Pais e Encarregados de Educação e na realização pessoal do estudante. O Natal tem outro encanto no Comércio tradicional de rua. Longe da confusão e barulho dos grandes Centros Comerciais, longe das multidões, longe dos arti-
gos repetidos e do atendimento impessoal. Estamos à sua espera de coração aberto e com espírito alegre para o ajudar nas suas escolhas, até á última hora antes da consoada, sempre com sugestões à sua medida em preços e estilos. Temos muito gosto em o receber! Os lojistas
PUB
PUB