470 by Maia Hoje

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05 JUL

CADERNO ESPECIAL 2019 Suplemento à Ed. nº 470 Director: Artur Bacelar

Caderno oferecido pelos anunciantes

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Festas do Concelho da Maia

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Luís Filipe Azevedo

Entre a Secular tradição da Romaria do Bom Despacho e a Feira de Artesanato.

sexta-feira 5 de Julho de 2019

Página dois \\

maiahoje

Tradições, usos e costumes são um legado deixado em herança

A coesão social da nossa comunidade concelhia é um processo sempre inacabado, um caminho que vamos fazendo juntos, tomando consciência do sentido coletivo da nossa partilha. Esse processo de continua construção da nossa identidade cultural, tem como matéria-prima essencial, a forma como nos expressamos, como sentimos, olhamos e vemos, enfim, como estamos e vivemos na comunidade e no Mundo, alicerçados nos valores e crenças que constituem verdadeiramente o ADN maiato. Na azáfama do quotidiano das nossas laboriosas gentes, pelo

EXPOSIÇÃO

trabalho, pelo empenho, pela dedicação às inúmeras atividades, todos juntos e cada um a seu modo, vamos robustecendo as nossas dimensões coletivas fundamentais, humana, social e económica. E se é verdade que o trabalho é para todos nós, um valor estruturante da nossa matriz cultural, que explica muito da Maia que hoje somos, não é menos verdade, que os usos, os costumes e as tradições que orgulhosamente preservamos, também contribuem para que a nossa identidade cultural seja conhecida e reconhecida. A Maia que somos hoje, per-

manece orgulhosa e ciente da importância da sua memória coletiva, na qual se inscrevem as manifestações populares de culto religioso, com particular expressão das que são fruto da sua dedicação Mariana, que se mantêm presentes e ativas em todo o concelho, animadas por generosas maiatas e maiatos, que regularmente realizam festividades, na sua maioria com décadas ou mesmo séculos de tradição. Enquanto Presidente da Câmara Municipal e líder da comunidade concelhia, entendo estes eventos de celebração coletiva e de festa, como momentos imprescindíveis

para que, através da partilha de sentimentos comuns de devoção religiosa, nos reencontremos e reforcemos a nossa pertença identitária à comunidade. A alegria, a convivialidade social, a fruição livre e partilhada do espaço público e a vivência dos momentos de festa, são ingredientes humanos e sociais, cuja relevância me merece todo o apreço e apoio. Por tudo isto, saúdo as maiatas e maiatos que se entregam à missão de guardiões da cultura, das tradições, dos usos e dos costumes, pugnando para que o rigor e a verdade da nossa memória perdure de forma

autêntica e genuína, e desse modo possa ser recebida pelas novas e vindouras gerações, como um legado deixado em herança pelos nossos antepassados. Excelente exemplo deste legado que recebemos em herança são as multisseculares Festas em Honra de Nossa Senhora do Bom Despacho, que desde meados do século passado foram assumidas pela Câmara Municipal da Maia como Festas do Concelho. Orgulhosamente maiato, António Silva Tiago Presidente da Câmara Municipal da Maia

Até 1 de setembro, no Maia Welcome Center

“O Maio das Canastras” em exposição “Memórias da Maia - O Maio das Canastras” dá nome à exposição fotográfica da autoria de Ana Alvarenga, cujo título remete para o mês das flores. Inaugurada amanhã, pelas 15h30, no Maia Welcome Center, onde poderá ser visitada até ao próximo dia 1 de setembro, esta é uma representação fotográfica de como as canastras trazem cor à festa da paróquia de Santa Maria de Nogueira, abordando, numa linguagem fotojornalística, «o trabalho exímio e encantador das pessoas dos vários Lugares e Escolas de Nogueira da Maia». Nesta exposição é possível perceber o processo de elaboração dos cestos florais, com as mais variadas folhas e flores, e como as canastras integram de forma muito feliz as festas da paróquia, acentuando a importância de se conhecer e preservar uma

MOTORES

tradição tão antiga e original. Ana Alvarenga nasceu na Póvoa de Varzim a 2 de fevereiro de 1981, mas com 6 anos passou a viver na Maia, onde ainda hoje vive com o seu marido e os dois filhos. Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto, onde também obteve o grau de mestre, Ana Alvarenga é advogada. Não foi cedo que manifestou o interesse pela fotografia. A experiência da maternidade, em 2011, levou-a a interessar-se pelo belo, pelo estético e pela arte e foi na fotografia que conseguiu expressar-se nesses domínios. Em 2013 concluiu o seu primeiro Curso Básico de Fotografia e, desde então, não mais deixou de fotografar. Percebendo que a fotografia era uma importante forma de se exprimir, Ana Alvarenga quis desenvolver os seus

conhecimentos fotográficos, passando a frequentar, em outubro de 2017, o Curso Profissional de Fotografia no Instituto Português de Fotografia no Porto. No âmbito da formação profissional de fotografia, cujo término está para breve, na disciplina de Fotojornalismo, Ana Alvarenga teve a felicidade de se encontrar com as Canastras Florais, uma tradição muito antiga das terras da Maia, mas que hoje se circunscreve a Nogueira. Foi assim que surgiu a oportunidade para a apresentação desta iniciativa, que será a primeira exposição individual de Ana. Horário 09h00 - 19h00 Inauguração dia 06 de julho 15h30

VII Concentração de Automóveis Antigos e Clássicos

Relíquias automóveis prometem deslumbrar A Praça Prof. Dr. José Vieira de Carvalho, em frente à Câmara Municipal, será palco para a VII Concentração de Automóveis Antigos e Clássicos. Esta é uma iniciativa promovida pela Comissão de Festas da Maia, com o apoio do ACP Clássicos. A concentração tem início marcado para as 9 horas, a que se segue um passeio pelo concelho, às 10h30. O regresso à Praça Municipal está marcado perto da hora de almoço, 13 horas, onde os automóveis ficarão em exposição, até às 18 horas. A inscrição tem o custo de 10 despachos por pessoa, que deverá ser efetuado no secretariado local e inclui o almoço num dos hotéis da Maia.

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sexta-feira 5 de Julho de 2019

Especial

III PUB

AGRICULTURA

No Mercado Municipal

VII Mostra Agrícola da Maia

arquivo

A Cooperativa Agrícola da Maia volta a organizar, pelo sétimo ano consecutivo, mais uma Mostra Agrícola da Maia, inserida nas Festas do Concelho, que reúne as tradições e os costumes maiatos, com a ruralidade e a gastronomia tradicional portuguesa. O evento terá lugar no Mercado Municipal (espaço da Feira da Maia) e

reúne cerca de 50 produtores. Aos animais, produtos hortícolas, máquinas agrícolas, lenha, entre muitos outros, junta-se também a gastronomia. A mostra vai expor várias espécies de bovinos, com a raça Barrosã, o porco Bísaro, pequenos ruminantes, equídeos e aves de capoeira. No recinto estará montado um restaurante sob a

tutela da Associação da Carne Barrosã para que os apreciadores desta carne possam deliciar-se. O recinto terá ainda as habituais "tasquinhas" com produtos hortícolas, vinhos e iguarias típicas, como os enchidos de Lamego e Boticas, as provas de azeite da Murça, os bolos tradicionais e as compotas, entre outros petiscos. Integram o programa várias sessões de showcooking que ficarão sob a alçada do Curso de Cozinha/Hotelaria da Escola Secundária do Castêlo da Maia. Na tarde de sábado, disputa-se, em concurso, o “Melhor Galo”. O feriado municipal, dia 15 de julho, será dedicado ao Agricultor da Maia, com o objetivo de reavivar uma antiga tradição maiata, na qual os vários produtores agrícolas se reuniam em convívio. Nesse dia, a mostra desafia os presentes a aprenderem a confecionar queijo fresco artesanal

\\ PROGRAMA Sexta, 12 de julho 18h00 | Abertura do evento Sábado, 13 de julho 09h30 | Pingo de Leite direto dos animais expostos 14h00 | Workshop “O leite e as suas potencialidades” 15h00 | Concurso de “Melhor Galo” 17h00 | Visita guiada com a presença das autoridades convidadas 18h00 | Showcooking Domingo, 14 de julho 10h00 | Pingo de Leite direto dos com leite de vaca. As atividades continuam com o concurso de “Cestos com produtos hortícolas da Maia”. A Mostra Agrícola deste ano encerra com um concurso de “Sopa ao Luar” à noite.

animais expostos 11h00 | Concurso Canino 18h00 | Showcooking de produtos expostos Segunda, 15 de julho Feriado Municipal 15h00 | Desfile de tRatores Agrícolas 16h00 | Dia do Agricultor da Maia – Aprenda a fazer Queijo Artesanal fresco com leite de vaca 16h30 | Concurso de “Cestos com produtos hortícolas da Maia” 18h00 | Showcooking 22h00 | Concurso “Sopa ao Luar”

Em exposição, estarão diversas máquinas agrícolas, antigas e atuais, durante todo o evento.

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sexta-feira 5 de Julho de 2019

Especial

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As Festas de Nossa Senhora do Bom Despacho, dos primórdios à actualidade

Falar das Festas em honra de Nossa Senhora do Bom Despacho é falar de quase quatro séculos de celebrações. Já para o ano de 1680 existem dados que nos levam a afirmar que o culto se efectuaria numa pequena ermida existente, ainda antes da construção da Igreja de S. Miguel de Barreiros, o padroeiro da antiga freguesia. Também, segundo os estatutos da Confraria do Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora do Bom Despacho e das Almas, editados em 1944, a origem desta confraria deveria remontar “a mais de 400 anos, pois foi erigida de novo a 31 de Julho de 1730 pelo Reverendo Pároco Luís de Oliveira Alvim, frisando-se em acta daqueles tempos que a Confraria do Bom Despacho já existia há mais de 150 anos”. O Padre Alvim descreve o ambiente de grande festa e animação, bem como a minuciosa preparação da procissão, indício de que este culto seria muito anterior à data devido à importância que lhe era concedida. O actual Padre Domingos Jorge do Aido afirma que viriam “gentes provenientes de Espinho à Póvoa de Varzim, do litoral ao Marão. Gentes do mar e do campo desse dia faziam a sua grande romaria”, conforme descreve uma narração da Procissão de 1735, presente num arquivo da paróquia.

(FOTO: “Estatutos da Confraria do Bom Despacho, 1944”) Ao longo dos anos, diversos párocos passaram pela paróquia de Barreiros, depois Maia e ajudaram a engrandecer e consolidar este culto. Ficam aqui o nome de alguns: António José Bernardes, João Cardoso de Noronha, António Xavier Cardoso de Noronha, José da Silva Luís Pinheiro, António José Moreira e Sousa (o Gontão), Francisco José Pilrão, Luís da Silva Campos, António Duarte da Silva, José Pinheiro Duarte e Domingos Jorge do Aido. Se a terminologia “Bom Despacho” remete para o momento do parto e da maternidade, este culto também se encontra rela-

cionado com o "despacho das almas" para o céu, a absolvição dos pecados, a realização de feitos difíceis e a protecção dos pescadores. Em 1952, Álvaro do Céu Oliveira referia no Almanaque da Maia que “acorriam naquela altura milhares de pessoas, particularmente poveiros, para agradecer e invocar a protecção de Nossa Senhora do Bom Despacho”. Descreve ainda o ambiente festivo promovido pela presença popular acompanhada de dança, pelos concertos de conceituadas bandas do Norte do país e as várias barracas de diversões que se distribuíam nas zonas circundantes da Igreja Matriz e nas sombras das árvores da Quinta da Boavista, mais conhecida por “Quinta do Gramaxo”. Actualmente, a festa processa-se de uma forma semelhante à descrita anteriormente, onde se destaca a missa e a procissão mariana do domingo.

Tomando como ponto de partida a descrição de 1952 de Álvaro do Céu Oliveira presente no Almanaque da Maia, passemos a uma análise de alguns dos programas das Festas que foi possível recolher (um agradecimento especial ao Sr. António Maia por ser o guardião de algumas destas memórias), perdidos em gavetas e no pó do tempo. No programa de ano seguinte, do ano de 1953, encontramos os nomes dos membros da Comissão de Festas: Presidente – Eng. Moreira de Figueiredo; Secretário: Joaquim de Oliveira Júnior: Tesoureiro: José Joaquim da Sousa Maia e ainda 19 vogais. Neste opúsculo também se encontram presentes os tradicionais anúncios dos estabelecimentos da época: a Sonolux, agente oficial da Philips e Oliva; a drogaria de Rodrigo Ferreira da Silva: a Farmácia Bom Despacho; a Auto-Moderna

(FOTO: “Cortejo Etnográfico. Festas do Concelho, anos 50”) Por esta altura, também se organizava uma Feira de Gado que reunia os melhores espécimes de animais e os mais afamados criadores da Maia e concelhos vizinhos. Este espaço estava situado onde hoje se encontra o parque da feira municipal, que coincidência, também é onde se realiza a mostra agrícola da Cooperativa Agrícola da Maia, onde os associados da Cooperativa têm a oportunidade de mostrar aquilo que produzem e uma das provas que a agropecuária está bem viva no concelho.

do Câstelo da Maia; a mercearia Moderna de Delfim Marques de Olveira de Vila Nova da Telha; as Padarias Costa de Catassol; a Farmácia do Castêlo de Feliciano Gomes Ruiz; a Lar Sol da Rua Augusto Simões e até os Produtos Orgia de Eduardo Paulo Pereira Maia, do lugar de Parada. As páginas centrais são dedicadas ao novo plano de urbanização da Quinta dos Moinhos do lugar de Real, propriedade de António de Aguiar Borges. Refere ainda a realização de um Grande

(FOTO: “Feira do Gado, anos 50)

Festival Hípico, realizado pala Comissão de Festas com o patrocínio da Câmara Municipal e a colaboração da GNR, Mocidade Portuguesa, Sport Club do Porto e Regimento de Cavalaria 6. Já para o ano de 1956, os membros da Comissão de Festas eram: Presidente: Abel de Sousa Fernandes; Secretário: Domingos Nogueira da Costa; Tesoureiro: José Joaquim da Sousa Maia e como Vogais: Padre Pinheiro Duarte, Eduardo Teixeira, Quintino Oliveira, Pedro Calheiros e Menezes, António Loureiro Júnior, Eduardo Teixeira Dias, José da Silva Maia, João Artur da Fonseca, Luciano de Sá Moreira, Manuel Marques Carvalho, António Joaquim da Hora, Manuel dos Santos Maciel, Manuel Moreira Marques e como delegado pela Câmara Municipal, o Eng. Moreira de Figueiredo. Neste ano é criado por intervenção directa do Dr. Carlos Pires Felgueiras, o feriado concelhio, que calhou a 9 de Julho, conhecido pelo “Dia das Inaugurações”. Também revela uma descrição de Álvaro do Céu Oliveira do que seria o “antigo Bom Despacho” e outro mais recente, por volta de 1940 e anos seguintes. O antigo era o dos pescadores de pés descalços, calças arregaçadas, camisola de lã grossa e cachimbo na boca e alguns patacos no bolso para beber a pinga de Santo Tirso, de uvas colhidas e pisadas em Barreiros. O que por vezes, terminava em arraial, mas de pancadaria… Já o mais recente, por culpa dos homens e do progresso, aliado ao aparecimento da camionagem terá dado a grande machadada no que a romaria tinha da mais pitoresco e tradicional: os ranchos de forasteiros que invadiam as estradas e caminhos aliados ao aparecimento dos altofalantes, “essa praga do nosso tempo, que tanta originalidade roubou às nossas festas”. A juventude passava a dançar ao som do fado ou do tango, debitado por roucas aparelhagens de som. Curioso, que termina o texto com uma chamada de atenção para a transformação urgente das Festas, alertando para a necessidade de corresponder à categoria que lhes impuseram à fama de grande romaria, à grandeza e tradição da Maia. Aliás, “têm de ser Festas Concelhias na verdadeira acepção do termo”. Como patrocinadores, surgem os Estores Vitória da Rua D. Afonso Henriques; a CITECE da Rua Nova da Giesta na Areosa; a Estalagem Lidador nas Guardeiras; o construtor civil Serafim da Silva Ramos de Avioso; o mestre montante Domingos da Silva Tiago do Alto da Maia; automóveis de aluguer de Juvenal Ferreira da Costa na Praça do Município; a Auto Moderna da Maia de Domingos Nogueira da Costa em Gueifães; a padaria e mercearia de José Ferreira Lima de Aldeia Nova; a estalagem do Galo no Chiolo; a garagem Coutinho no Alto da Maia; A Pensão Avenida, a Fábrica Competidora ou A Requieira de Hernâni

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sexta-feira 5 de Julho de 2019

Pereira da Silva no Câstelo da Maia, entre outros. Pela primeira vez surge um texto sobre o aspecto turístico da Maia da autoria de Artur Marques, referindo locais que se destacavam na paisagem do concelho, a sua história; as estalagens do Galo, da Efigénia e do Lidador e as pensões do Câstelo; o Aeroporto do Porto; o Campo do Exército Libertador e o Mosteiro de Moreira; o CaféRestaurante Miramaia e o edifício Lidador, obra de Albino da Costa Mendes, do alto do seu terceiro andar podia-se vislumbrar a pequena mas graciosa Praça do Município, a Maia e grande parte dos concelhos vizinhos (Como tudo mudou!). Ao lado, surgia a Alameda da República, depois as capelas do Encontro e do Calvário e finalmente, a Igreja de S. Miguel. Este programa das Festas também se pode considerar como um roteiro da Maia, pois refere os locais de obras e novos edifícios: como o Edifício da Direcção de Estradas do Porto, inaugurado em 1948; o posto hospitalar da Casa da Misericórdia da Maia, de 7-3-1956; o Matadouro Municipal da Maia, junto ao rio Almorode, que ter-se-ia sempre situado no lugar da Agra em Milheirós; ao facto da selecção nacional de Hóquei em Patins ter estagiado em 1952 e 1956, na estalagem do Galo e do Lidador, respectivamente; o papel do Bombeiros Voluntários de Moreira; o Grémio do Comércio fundado em 1912; o Aero Clube do Porto; o Cine-Teatro da Maia, propriedade de Joaquim Dias de Almeida e à maior riqueza do concelho: a Lavoura e os honrados trabalhadores do campo, tendo como exemplo, a destacada figura do Comendador Augusto Simões Ferreira da Silva.

(FOTO: “Programas das Festas de 1953 e 1956”) Relativamente a grupos Folclóricos, a Comissão de Festas, quis no seu dia grande, que a alma da Maia falasse através dos seus conjuntos mais representativos: O Grupo Desportivo e Recreativo Flor de Pedrouços, fundado em 1917; A Associação Recreativa Os Bairristas do Formigueiro, iniciado em 1938 e a Associação Cultural e Recreativa Os Fontineiros da Maia fundada em 1951. Já nas colectividades enumeradas, referese o Sport Clube Câstelo da Maia; o Pedrouços Atlético Clube; o Futebol Clube da Maia e o Futebol Clube de Pedras Rubras. Volvidos 15 anos, o programa das festas do ano de 1971 surge sobre a forma de desdobrável, com um novo visual da autoria do artista maiato Abílio, mais conhecido na terra por Bilinho Chapado. Natural da

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Especial

Maia, Abílio-José Santos (1926-1992) foi poeta, desenhador e projectista. Este artista, com uma grande produção artística entre os anos 60 e 90 do séc. XX, deixounos um vasto legado, que é agora revelado numa exposição que se completa em 3 momentos ao longo de 3 anos, acompanhando as Celebrações dos 500 Anos do Foral da Maia, nas galerias do Fórum da Maia.

(FOTOS: “Foto original para o programa de 1971, documentação do Presidente VC” e “Programas de 1971 e 1973, o último com design de Abílio”) Este programa tem o dedo do recente Presidente Dr. José Vieira de Carvalho, (no arquivo Municipal da Maia, encontram-se documentos de rascunhos de textos e provas fotográficas do rancho de Moreira, que surgem no programa deste ano de 1971) nele se inclui um texto “Da Terra e da Gente” que aborda as origem as terras da Maia, a figura do Lidador, a atribuição do Foral em 15 de Dezembro de 1519, a redução territorial do concelho e a sua visão para a nossa Terra, onde “a próspera região agrícola no passado, devotada em especial à cultura de cereais e de produtos

hortícolas, a Maia do presente constitui uma área onde a progressiva instalação de unidades industriais e de zonas residenciais vai imprimindo vincada transformação da paisagem e das gentes”. Já Artur Marques, novamente, deixaria a sua marca com o registo de seis quadras sobre a Maia e um texto sobre “A antiga romaria a Nossa Senhora do Bom Despacho às actuais Festas do Concelho, no esfumar do tempo…” onde descreve a Festa de 1733, sob a égide do Padre Alvim, baseando-se na Memória de 1935 do Padre Ernesto de Oliveira. Neste ano de 1971, as Festas tiveram lugar nos dias 10, 11 e 12 de Julho e dividiram-se assim: Dia 3, sábado: 21:30 Serão para os trabalhadores no rinque de patinagem Dia 10, sábado: 14:00 Feira Franca com concurso pecuário 17:00 Entrada da Banda Marcial de Ramalde 17:30 Inauguração da ampliação do Posto Hospitalar

18:00 Inauguração do Bairro Oliveira Braga de 16 moradias Dia 11, domingo: 8:00 Entrada da Banda Marcial de Ramalde e Banda dos STCP 11:00 Missa Solene 18:00 Majestosa Procissão 22:00 Início do arraial nocturno 24:00 Sessão de fogo de artifício Dia 12, 2ªfeira e feriado municipal: 8:00 Missa rezada 10:00 Missa solene 15:00 Entrada da Banda Marcial de Ramalde e Banda dos STCP e desfile de ran-

chos folclóricos 16:00 às 20:00 Exibição dos ranchos no rinque de patinagem 22:00 Concerto da Banda de Regimento de Infantaria 6 na antiga Quinta do Visconde 24:00 Sessão de fogo preso na referida quinta

(FOTO: “Conjunto de programas das Festas entre 1971 até 1991”) Hoje, passados 48 anos, as Festas continuam a ser o ponto alto das celebrações do Concelho, aliás, diversas vezes, as Festas do Bom Despacho foram “aproveitadas” para inaugurações como acima descrito, mas também nas seguintes datas: a 11-7-1903, os recém transferidos e novos Paços do Concelho ainda no tempo da Monarquia; novamente os novos Paços do Concelho a 12-7-1982 e a 9-7-2001, a Torre do Lidador.

(FOTO: “Programas das Festas, anos 2000”) Nos últimos anos, acompanhando o crescimento e vitalidade do Concelho, as festas tornaram-se mais populares, os programas cresceram, as cores invadiram a Festa, passaram a movimentar-se centenas de milhares de pessoas ao longo de quase duas semanas. Durante estes dias, são inúmeras as actividades: concertos musicais, a Feira de Artesanato, a Feira do Livro e dezenas de eventos musicais, culturais, recreativos e desportivos que vão decorrendo ao longo do percurso entre o Parque Central da Maia, a Praça Dr. Vieira de Carvalho, a Avenida Visconde Barreiros e o Santuário. As festas decorrem no fim de semana do segundo domingo de julho, mantendo-se a segunda-feira seguinte como feriado municipal conforme a vontade do Dr. Carlos Pires Felgueiras. Eu conto lá estar para testemunhar mais um Bom Despacho! Até lá! Rui Teles de Menezes Historiador e Técnico Superior de História da CM Maia (o autor não escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico)

DESFILE

sexta-feira 5 de Julho de 2019

Especial

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Inauguração das Festas da Maia 2018

Cavalos e cavaleiros em cortejo rumo ao Bom Despacho Esta noite, a Maia ganha cor com a inauguração das luzes das Grandiosas Festas em Honra de Nossa Sra. do Bom Despacho. Como já é tradição, à romaria juntam-se as duplas de cavalos e cavaleiros trajados a rigor e ainda as muitas charretes que irão desfilar pelas ruas da Maia, concretizando mais um cortejo equestre. Com a organização do Centro Equestre da Maia, estarão ainda representadas algumas quadras de

PASSEIO

cavalos de corrida. A saída está marcada para as 21h30 na Escola Secundária da Maia. O percurso vai até ao Santuário da Nossa Sra. do Bom Despacho, mas pelo caminho, cavalos e cavaleiros serão recebidos, como habitualmente, pelo executivo camarário na Praça Prof. Dr. José Vieira de Carvalho. São esperados cerca de 90 conjuntos. arquivo

Ao longo de 30km

BTTistas pedalam até ao Bom Despacho No próximo domingo, dia 7 de julho, a Praça José Vieira de Carvalho, sita em frente à Câmara Municipal da Maia, será palco para o V Passeio de BTT Rumo ao Bom Despacho. Num percurso de cerca de

SOLIDARIEDADE

30km, com uma dificuldade média/baixa, este decorrerá por trilhos, caminhos, estradas rurais e municipais, e caminhos públicos e privados do concelho da Maia, devidamente marcado com fita sinalizadora.

No final, para todos os participantes, estão garantidas «as melhores bolas de Berlim do mundo».

\\ PROGRAMA 08h00 | Abertura do secretariado em frente à Câmara Municipal da Maia com entrega de frontais, documentação e lembranças 08h45 | Encerramento do secretariado 08h50 | Briefing para informações e esclarecimentos aos atletas 09h00 | Partida 5º Passeio de BTT Rumo ao Bom Despacho 11h00 | Hora prevista de chegada do 1º atleta 13h00 | Fim do Evento

Caminhada Solidária

Maiatos caminham até ao Bom Despacho por uma instituição Na manhã do próximo dia 13 de julho, decorre uma caminhada solidária rumo ao Bom Despacho. Vindos das todas as freguesias do concelho, os participantes percorrem os caminhos que vão Santuário da Nossa Senhora do Bom Despacho. As inscrições foram efetuadas nas respetivas Juntas de Freguesia até ao passado dia 10 de julho, das quais 2,5 despachos reverterão a favor

DANÇA

de uma instituição do concelho à escolha do participante. A iniciativa terminará com a oferta de um “churrasco Bom Despacho”, nos jardins da Fundação Gramaxo.

No palco das Pirâmides

XIV Festival de Danças Urbanas 2019 No próximo domingo, dia 7 de julho, pelas 21h30, realiza-se no palco do Monumento à Comunidade Maiata (Pirâmides), a edição de 2019 do Festival de Danças Urbanas, uma iniciativa do Pelouro da Juventude da Câmara Municipal da Maia que, à semelhança dos últimos anos, integra o programa das Festas da Cidade. O Festival de Danças Urbanas, que vai já na sua décima quarta edição, afirma-se como o maior evento do ano, no concelho da Maia, na área das danças urbanas, e tem como propósito promover esta expressão artística fortemente implantada nos movimentos culturais juvenis da

atualidade. É, também, segundo a organização, «uma oportunidade para os grupos da Maia divulgarem o seu trabalho e apresentarem os seus projetos, num evento fortemente mediático que arrasta milhares de espetadores». O Festival de Danças Urbanas 2019 contará com a participação de treze grupos, entre os quais, Alva, B Free Dance, Dollar Crew associado a Killer Crew, Funky Maia/New Claw, Grupo de Fitness Complexo de Ginástica, It's Dance, Jacounce, Jafetos Dance, Juvedance, My Dance, M Crew e Red Flavour, estando envolvidos mais de duzentos dançarinos.

Paroquial 09h10 | S. Pedro Fins – Igreja Paroquial 09h55 | Silva Escura – Igreja Paroquial 10h30 | Vermoim – Igreja Paroquial 09h40 | V.N. da Telha – Igreja Paroquial

maiahoje LITERATURA

sexta-feira 5 de Julho de 2019

Especial

Até 15 de julho, na Praça do Fórum da Maia

XIV Feira do Livro da Maia

\\ PROGRAMA Sábado, 6 de julho 19h00 | Espetáculo Floresta Mágica 21h30 | Música “D'Alma” Domingo, 7 de julho 11h30 | Sessão de contos "O magnífico plano do lobo" por Patrícia Freitas 16h00 | Espetáculo "O Rei que comia histórias" por Pandora Teatro 21h30 | Música "Esta vida" por Báscula

Inaugurada amanhã, pelas 17 horas, a 14ª edição da Feira do Livro da Maia poderá ser visitada até ao próximo dia 15 de julho, na Praça do Fórum da Maia. A iniciativa, sob a alçada da Biblioteca Municipal Dr. José Vieira de Carvalho, integra, como é já habitual, as festividades do concelho. Este ano, o cenário deixará de ser os jardins da Fundação Gramaxo. Com mais de 30 editoras e cerca de 5 mil títulos, livros de fim de edição e saldos, a feira desloca-se para o coração da cidade, apre-

ARTESANATO

sentando um vasto programa cultural ligado à literatura, complementado com a presença de autores, palestras, apresentações de teatro, poesia, dança, oficinas e horas de conto que potenciam a “figura” do livro e a importância da literatura no quotidiano de adultos e crianças. HORÁRIO Domingo a Quinta e Feriado | Das 10h00 às 24h00 Sexta e Sábado | Das 10h00 às 01h00

VII

Segunda, 8 de julho 11h00 | Sessão de contos "Um presente diferente” por Carla Barreto 15h30 | Sessão de contos "Monstro Vermelho e Ruim" Paulo Alexandre Jorge - Real Companhia de Teatro do Chulé 21h30 | Encontro com o escritor Miguel Szymanski Terça, 9 de julho 11h00 | Sessão de contos "Perigoso" por Joana Costa e Patrícia Freitas 15h30 | Sessão de contos "Salto, Saltinho, Saltão - Cantor de Vocação" por Inácia Cruz - Arco Iris

dos Contos 21h30 | Encontro com o escritor Domingos Amaral

gundo José pelo Teatro Art'Imagem

Quarta, 10 de julho 11h00 | Sessão de contos “Um crocodilo de vestido” por Joana Costa e Patrícia Freitas 15h30 | Sessão de contos "Montes de Contos" por Vítor Fernandes 21h30 | Lançamento "Escrita de lume" de Pedro Pereira

Sábado, 13 de julho 11h30 | Sessão de contos "Os cães não dançam ballet" por Patrícia Freitas 16h00 | Oficina criativa "Bichinhos mexe, mexe" - construção de figuras articuladas pelo Histórioscópio 21h30 | Espetáculo "Talvez" por Nuvem Voadora

Quinta, 11 de julho 11h00 | Sessão de contos "Andar por aí" por Carla Barreto 15h30 | Sessão de contos "Contos com Gusta" por Gusta Santos 21h30 | Apresentação "Espaços Verdes e Vivos - um futuro para a Área Metropolitana do Porto" por Campo Aberto

Domingo, 14 de julho 11h30 | Sessão de contos "Como apanhar uma estrela" por Carla Barreto 19h00 | Espetáculo "Orquestra para bebés" pela Escola de música Maestro Samuel Santos 21h30 | Encontro À conversa com Alice Brito

Sexta, 12 de julho 11h00 | Sessão de contos "Quem dá um abraço ao Martim” por Joana Costa 15h30 | Sessão de contos "Conto com Magia" Rui Ramos - O Baú do Contador 21h30 | Espetáculo A maior flor do mundo e outras histórias se-

Segunda, 15 de julho Feriado Municipal 18h00 | Lançamento do livro O Foral da Maia contado às crianças 21h30 | Conferência Clube Unesco da Maia "Nazoni do Porto à Maia" por José Manuel Tedim

No Parque Central da Maia

23ª Feira de Artesanato da Maia

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Integrada nas Festas do Concelho, será amanhã inaugurada, pelas 15 horas, mais uma edição da Feira de Artesanato da Maia, que reúne perto de 120 artesãos de vários pontos do país no Parque Central da Maia, até ao próximo dia 15 de julho. Esta é a 23ª edição do certame, que terá como país convidado S. Tomé e Príncipe. «Pretendemos que durante este evento, a Maia seja ponto de encontro de artesãos de todas as regiões representando um forte contributo para a animação da cidade», refere a organização. São muitos os trabalhos expostos e vasta a oferta de produtos. Além do artesanato nacional, a feira oferece ainda aos visitantes gastronomia, música ao vivo, dança e muita animação. Todos os dias, a partir das 21h30, sobe ao palco um artista diferente num leque de onze

concertos. Desde fado ao funk, passando pelas músicas pop dos anos 80, e pelas músicas tradicionais portuguesa e são-tomense, são muitos e variados os estilos musicais que prometem conquistar os visitantes. No ano passado, visitaram o certame mais de 200 mil pessoas. Para os mais novos, a atração é outra. No sábado, 13 de julho, será um dia dedicado às crianças com várias atividades para os mais pequenos como, insufláveis, ateliers, teatro, música e dança. Durante

todo o evento, o Espaço Kids proporcionará atividades voltadas para as crianças como insufláveis, ateliers, teatro, pinturas faciais, jogos didáticos, desportos, entre outras. A autarquia considera o artesanato «um bom caminho e um contributo positivo quer para a defesa e valorização do artesanato e dos milhares de microempresas e produtores artesãos que se aplicam na sua manufatura como é um incentivo a que o artesanato regional e nacional encontre também caminhos para a sua qualificação. Este é

\\ PROGRAMA: Sábado, 6 julho 21h30 | Dona Carioca (Funk Brasileiro) Domingo, 7 julho 16h00 | Grupo Cultural de Estudantes de São Tomé e Príncipe no Porto 21h30 | Musikantrio (Música popular) Segunda, 8 julho 21h30 | Noite de Fado Terça, 9 julho 21h30 | Andor Violeta (Música Pop Covers)

Popular) Sexta, 12 julho 21h30 | Duo Lusitano (Música Popular) Sábado, 13 julho 16h00 | Atuação de Academias de Dança convidadas da Unidade de Turismo 21h30 | Black Been Duo (Música Pop Covers) Domingo, 14 julho 21h30 | Cassette (Música Pop 80’s)

Quarta, 10 julho 21h30 | Helena Kendall (Música Pop)

Segunda, 15 julho Feriado Municipal 21h30 | Batida de Côco (Música Popular)

Quinta, 11 julho 21h30 | Douroencanto (Música

HORÁRIO: Segunda a Quinta | Das 18h00

às 24h00 Sextas | Das 18h00 às 01h00 Sábados | Das 15h00 às 01h00 Domingos e Feriado Municipal | Das 15h00 às 24h00 TRANSPORTES: Metro | Linha C – Estação Fórum da Maia STCP | 600 e 604 INFORMAÇÕES: Turismo da Maia l Maia Welcome Center Parque Central da Maia, loja 19 - piso 1 l 4470 - 214 Maia l Portugal Telef: 22 944 47 32 / 800 20 26 40 Internet: http://www.visitmaia.pt - E-mail turismo@cmmaia.pt

um dos setores onde o local e o regional podem travar o passo ao global descaraterizador e falsamente uniformizante, contribuindo para a criação de muitas pequenas empresas e muitos postos de trabalho». PUB

VIII

Especial

sexta-feira 5 de Julho de 2019

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