Natal 2014 Revista Especial
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5 de Dezembro
Editorial Artur Bacelar Estimados leitores, Apesar de tudo o que se ouve e lê nas notícias, mais um Natal se comemora. Esta seguramente não é uma notícia, mas sim uma constatação de um facto que, apesar de todas as adversidades e coisas negativas que durante o ano nos aconteceram, significa que ainda cá estamos, vivos e espero de boa saúde. Os anos vão passando, voando como o vento. Para mim, que este ano arredondo nos 50, são 15 edições natalícias de MaiaHoje sem saber o futuro. A lição que devemos ter em conta é que nunca saberemos o que se vai passar amanhã, então o melhor será viver o momento. O momento que vivemos é dos nossos
filhos, dos nossos amigos, das coisas boas que nos acontecem. Podemos viver melhor? Podemos e tem um segredo especial. Viver de consciência tranquila com o que fazemos pelos outros. Antigamente chamavam-lhe “amor pelo próximo”, eu prefiro consciência cristã. Por diversas razões já não me lembro de assistir a uma missa, mas tal não me diminui em relação aos que as frequentam, até porque muitas vezes não praticam o que perto de um altar proferem. Sou católico, apostólico, romano. O Natal para mim será sempre especial, não por qualquer aspecto comercial, mas sim pelas pessoas que no dia 24 de Dezembro a mim se unem para partilhar aquela que me sabe como a melhor refeição
do ano. Por tudo isto serei sempre criança, ingénuo, à espera de ouvir as campainhas das renas, mas feliz por ser assim. Quando estiver mais “deprimido”, dê um abraço a quem mais precisa, ser-lhe-á devolvido com a garantia de veracidade única, quente e reconfortante, porque é verdadeiro. Ofereça o seu sorriso de volta e duas pessoas passarão a ter um dia mais feliz. Santo Natal e o desejo que, em 2015, à chegada do Maiahoje às suas mãos o encontre sempre de muita saúde. O resto, pouco importa e lembre-se que, diariamente, há sempre lugar para um sorriso. Feliz Natal.
Revista Especial Natal 2014 parte integrante da edição 358 de 5 de Dezembro Ficha Técnica Edição Departamento de Edições Especiais Coordenação Manuela Sá Bacelar
Director Artur Bacelar Design & Paginação Luís Filipe Azevedo José Machado
Reportagem e textos A. Maia Marques Ana Luisa Azevedo Manuel Jorge Costa Paulo Pinheiro
Vitor Dias Comercial José Manuel Pinto Ferreira da Silva
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As aventuras do jornalista André Loureiro
Aventura em Moscovo Segundo Conto original de Zé Machado, pseudónimo de Artur Bacelar | jornalista
porta e André como é hábito, numas curtas férias, refugia-se na quinta da família em Mondim de Basto, onde encontra a paz e a energia para mais um ano de trabalho. Num dia especialmente brilhante, de verde, do magnífico e bem tratado jardim, passeia-se transportando apenas os pensamentos e um balanço do seu primeiro ano de namoro com a bela princesa Isabel Helena do Mónaco. Os seus pensamentos são interrompidos pelo ruido do rolar automóvel na gravilha junto à elegante escadaria de acesso à porta principal. O motorista da bela e secular limousine sai e abre a porta de trás, onde depois de umas belas e bronzeadas pernas sai Isabel, linda, desfocando toda a paisagem como se fosse olhada de uma lente de grande abertura «André, mon amour, comme est bom être de nouveau avec vous» (André meu amor, como é bom estar contigo de novo), diz na sua língua natal. O jovem português, elegante no seu blazer de linho que cobre a camisola quente, própria para um dia de inverno, corre e sem dizer palavra junta demoradamente os seus lábios aos da namorada «Isabel, estava ansioso que voltasses. Como estou feliz.», disse caminhando em direcção à cozinha da casa, local onde se sente bem e que lhe desperta a humildade que transporta. Na cozinha, paredes caiadas de um branco quente que faz a ponte para as antigas madeiras que estruturam a divisão, circundam uma enorme mesa rectangular de madeira tosca, onde, no Natal, se junta as mais de 40 pessoas da família, de forma austera, para recordar o nascimento do Menino. Sentam-se lado a lado numa ponta do comprido banco corrido, de frente para o gi-
gante fogão que não passa de uma desmedida lareira onde todo o ano ardem velhos troncos de árvore que aquecem a divisão, fumam os divinais produtos caseiros e cozem as delícias gastronómicas da casa. É sob este cenário que André levanta-se e do seu bolso tira um bonito anel. Ajoelhandose diz «Isabel, passei este ano maravilhoso contigo e desde a primeira vez que cruzei o meu olhar com o teu que senti algo que nunca tinha sentido. Sei agora que era o Amor que tinha despertado em mim. Daria a minha vida pela tua felicidade. Afastar-me-ia se te fizesse feliz. Sinto que não consigo viver mais sem ti e quero contigo constituir uma família e passar o Inverno da Vida contigo. Aceitas o meu Amor e a minha dedicação? Aceitas casar comigo?», questionou. O rosto de Isabel palidece de falta de ar, sem palavras, numa eternidade que instantaneamente seca a boca de André e explode de alegria «Oui! Oui, oui, oui! Je t’aime plus que tout» e numa descarga emocional beijam-se apaixonadamente. «Amo-te!», diz Isabel num fluente português que deixou André espantado «passei o ano secretamente a aprender a tua maravilhosa língua para que possa educar os nossos filhos também na tua língua de Camões». Um novo longo beijo no silêncio seguinte se desenrolou, cortado apenas pelo surdo zumbido asiático anónimo de quem chama. Com um gesto de desculpa, questiona André com o Samsung no ouvido «Estou quem fala?» e desata a falar japonês. Sorrindo perante o sorriso maroto de Isabel, coloca o telefone em voz alta «Koni shiva co co demorimo dori uni… », ouve-se e ambos contêm-se para não rir enquanto se beijam novamente. É o seu Chefe Hiroshi Marimoto que lhe liga. «sim, sim diga caro amigo (traduzido)», diz André divertido. «Preciso de si. Veja o email que lhe estou a enviar e desculpe por interromper as suas férias, mas é urgente e só o André consegue dar conta deste recado», diz solenemente Hiroshi, «fique descansado que tratarei do assunto», despedindose com um «sayonara, sayonara (adeus, adeus)», quase à gargalhada por causa das caretas que Isabel faz, puxando-o de novo para um beijo interrompido pelo som de mensagem email «Espera, deixa ver do que trata», diz a sorrir, começa a ler e o seu semblante torna-se pesado. Levanta-se instintivamente, passeia-se preocupado pela divisão e para subitamente, fitando a lareira por momentos. Isabel aproxima-se e abraça-o pelas costas. André suspira «tenho de partir. Querem-me em Moscovo. O Puttin acaba de invadir a Ucrânia», diz em tom triste. «Dentro de uma hora um helicóptero vaime levar ao jacto privado da empresa que está no Aeródromo de Vilar de Luz, na Maia, à minha espera…», diz sem se voltar. «Leva-me contigo meu amor», pede-lhe Isabel com a face colada às suas costas num abraço forte.
André vira-se, fita Isabel com o olhar que fez nascer a paixão e diz «preparada para uma aventura em Moscovo? Vamos preparar-nos, fazer as malas, coisas leves. Este Natal é nosso, aqui em Mondim com a nossa família e não vai ser o fim-do-mundo que o vai estragar», diz enérgico. Correndo de mãos dadas para o quarto. Pontual, o helicóptero“Robinson R44 Raven II” da Nortávia, aterra já noite no heliporto da Quinta e levanta voo com os dois personagens vestidos para como se fossem para umas férias na neve. É noite de sábado, dia 20 de Dezembro de 2014, prevê-se uma temperatura máxima de cinco graus negativos e mínima de menos 10, com ligeira queda de neve que contrasta com a noite limpa de 8 graus em Vilar de Luz. O negro “Bombardier BD-700 Global Express”, avião privado capaz de viajar a 16.000 metros de altitude, autonomia para viajar de Tóquio a Nova Iorque sem necessitar de abastecer a mais de 950 km/hora, faz os 3.687, 72 km que separam as duas cidades em menos de quatro horas. Pelo caminho jantam e enquanto André no seu portátil estuda o governo de Puttin, a sua política e se inteira das últimas da Ucrânia, Isabel retira-se para o quarto onde descansa um pouco. «Isabel, estamos a chegar», diz André junto da noiva que abre os olhos resplandecendo felicidade por estar junto de quem ama. É madrugada, o termómetro como prometido marca 10 graus negativos e a neve balança ao sabor da fina e gélida brisa. Um luxuoso “Volvo XC90 First Edition”, preto, um dos primeiros 1927 exclusivos veículos suecos, esgotados em menos de 48 horas à venda pela internet e que só estará disponibilizado em 2015, não se sabe como, estava à espera do nosso jornalista. No conforto do carro, André actualiza a informação e confere com o motorista o destino: Ritz Carlton Hotel Moscow, uma unidade hoteleira de luxo que ocupa um palácio construído para este fim, a apenas alguns passos do Kremlin, da Praça Vermelha e do Teatro Bolshoi. Chega à recepção e é recebido por um elegante russo de finos modos que ostenta o nome “Maxim” na placa dourada «Hello mister André, nice to see you again. Your suit is ready , and the manager hope you enjoy the “Armand
Volvo XC90 First Edition
Depois de no ano passado André Oliveira Loureiro, jornalista do “The Yomiuri Shimbum”, jornal que tem a maior tiragem do mundo, ter estado em Longyearbyen, a cidade mais a Norte do planeta, onde salvou a herdeira da coroa monegasca Isabel Helena Garibaldi, o ano passou calmo com as habituais reportagens um pouco por toda essa europa. Estamos em Dezembro, com o Natal à
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Ritz Carlton Hotel Moscovo
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de Brignac – Ace of Spades”,as congratulations for your recent engagement. Enjoy your stay» (Como está senhor André, é um prazer vê-lo de novo. A sua suite está preparada, e o gerente espera que aprecie o champanhe como comprimentos pelo seu recente noivado. Disfrute a sua estadia». André e Isabel olham um para o outro incrédulos e questionam como souberam eles que estavam noivos há apenas umas horas «oh, mister André, we know everything. You know is Christmas and the stars brings allways good news» (Oh, senhor André, nós sabemos tudo. Sabe, é Natal e as estrelas trazem-nos sempre boas notícias), diz sorridente. O casal sorri e parte para o seu quarto.
Na suite, um estojo negro característico, emberça o gelo com o “Ace of Spades”, um champanhe de 400 euros numa garrafa cor-derosa espelhada, que junta o vinho espumante branco e a casta “Pinot Noir”, resultando num Rosé que apresenta aromas de morango e groselha que perduram no palato. Ao lado, as pequenas “pérolas” brilhantes de Caviar, servido num recipiente de vidro com gelo na sua base, dado que não pode ser acondicionado em metal sob pena de ficar com sabor metálico. Enquanto saboreiam o momento, André convida Isabel a trocar de roupa e a deslocaremse ao bar localizado no salão do último andar, o “O2 rofftop lounge”que tem uma vista de cortar a respiração sobre a Praça Vermelha e o Kremlin. Chegados ao moderno bar, frequentado àquela hora pela fina nata internacional de moscovo, André no seu “smoking” branco e Isabel no seu deslumbrante vestido vermelho, não passam despercebidos. John Beyrle, embaixador dos Estados Unidos da América na capital russa, no meio da multidão, junto ao longo balcão, segurando um habano na boca e um bem americano Whiskey na mão, diz alto e bom som «well, well, look who is here, Mr. Loureiro, André Loureiro, and the beautifull princess. I was just wondering when you appeared here (bem, bem,
olha quem chegou, o senhor Loureiro, André Loureiro e a bonita princesa. Estava mesmo a pensar quando é que chegaria aqui)». Ao lado a Alta Representante para a Política Externa da União Europeia, a elegante italiana Federica Mogherini, sorriu e ofereceu a sua mão a André que simulou o beijo de respeito « Non ascoltare signor André, il signor ambasciatore Beyrle rimane la stessa (Não ligue senhor André, o senhor embaixador Beyrle continua na mesma)». Continuando no internacional Inglês, os quatro trocam impressões sobre a nova situação. «O seu jornal enviou-o aqui para cobrir a invasão, não é verdade?», perguntou o embaixador. «Não, não, estou de férias. Soube do acontecido estava já em Moscovo», respondeu o jornalista. «O Puttin está louco. Fez isto para desviar os olhos do seu povo dos milhões que tem. Está obcecado pelo dinheiro e com medo até da própria sombra. Ele vai até ao limite. Mata quem se lhe meter à frente. Construiu um palácio de um bilião de dólares no Mar Negro, desenhado por um compatriota de Federica. Uma italianice fortificada», riu o embaixador. A representante da EU reafirmou que os seus chefes não iriam pactuar com a situação «vamos reagir da forma mais forte possível para aumentar a pressão no sentido de obtermos uma solução política». Na televisão, em directo da Alemanha onde estão reunidos de emergência todos os presidentes da Nato, o dinamarquês, novo líder da NATO, Jens Stoltenberg, em comunicado oficial, dá um ultimato à Rússia para que retire em 48 horas todas as tropas em território ucraniano, mobilizando tropas nas fronteiras da Rússia e Ucrânia com os países membros Turquia, Polónia, Roménia e os inconformados Moldávia, Bielorrússia e Eslováquia que solicitaram protecção da organização atlântica. O Cerco estava montado e a terceira guerra mundial tinha inicio aprazado para dentro de 48 horas. «Here we go! (aqui vamos nós)», disse o embaixador, «preparemo-nos para o inevitável», acrescentando Federica em semblante carregado. Após um longo silêncio que se estendeu a todo o espaço, anteriormente em festa, as pessoas começaram a regressar a casa. Também o nosso jornalista recolheu com isabel aos seus aposentos. Na sua suite, Isabel dorme profundamente e André está a seu lado mas acordado, pensando nas menos de 48 horas que a Humanidade tinha para resolver esta situação. Ouve-se um ranger na porta e André sorrateiramente, vai ao seu saco e retira a companheira de aventuras “Sig Sauer P226” quando lhe apontam uma metralhadora “CZ Scorpion Evo 3 A1” à ca-
beça «senhor André, pedimos desculpa por incomodar o seu descanso, mas necessitamos que nos acompanhe. Não se preocupe com a princesa, dois dos nossos melhores homens, apresento-lhe o Igor e o Dimitri, encarregar-seão da sua segurança». À sua frente, dois homens, bem constituídos colocam-se em sentido e fazem-lhe a continência «ao seu serviço», dizem. Apesar da pouca luz reconhece o recepcionista “Maxim” e a sua intuição diz-lhe que deve confiar nele «preciso de uns minutos para me vestir e explicar a Isabel. Esperem por mim lá fora. Junto de Isabel diz-lhe «acorda meu amor, tenho que sair e saber o que se passa. Estão lá fora dois homens de confiança que se encarregarão da tua segurança. Espera por mim aqui no quarto e não saias sem a companhia deles». «Tem cuidado André, esperarei por ti», descansou-o a princesa. Já lá fora, no elevador, Maxim diz a André que está ali a mando do presidente Puttin que tem muita urgência em falar com ele, identificou-se como comandante de uma brigada especial do Serviço Federal de Segurança da Federação Russa (FSB), que garante a segurança interna do país e disse-lhe que não deve confiar no SVR (Serviço de Informação Estrangeira), especializado na informação externa. Quando se abriram as portas do elevador, André repara que está na garagem e à sua frente, com os motores ligados estão dois Range Rover Evoque, negros, de vidros fumados, com dois homens de fato e óculos escuros segurando nas portas e outros tantos no exterior do outro veiculo com as portas abertas e de arma em punho, prontos para qualquer ameaça externa. Numa curta viagem em silêncio, a altíssima
velocidade, entram na garagem de um prédio insuspeito, onde no seu inte-
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de combate soviéticos. Em apuros, André pensou ter chegado a hora dele, quando, de repente, quatro caças suecos “Gripen”, os mais velozes do mundo com motores Volvo e velocidade de 2.450 Km/h, fazem a sua entrada em cena. Dois deles escoltam o “Bombardier” e os outros dois combatem os T-50 «bom dia comandante André (posto quando prestava o serviço militar nos fuzileiros), somos os “babysitter” que o escoltará até estarem em segurança», ouve-se no alta-voz do cockpit onde o jornalista já se encontrava junto dos dois experientes pilotos portugueses do “Bombardier”. Já sobre a Polónia, os “Gripen” são substituídos por dois “Eurofighter Typhoon”, potentes caças desenvolvidos na Europa e pilotados também por duas jovens piloto portuguesas «bem, com
rior a segurança e tecnologia eram bem visíveis. Sobem num elevador e entram numa sala fortemente guardada. Passados poucos minutos entra o presidente Puttin, em camisa branca, exibindo o seu porte atlético, com um semblante de desconforto e ansiedade. «Senhor André sei que é um dos homens mais credíveis do mundo e preciso da sua ajuda», disse Puttin e continuou «Uma facção do antigo KGB (serviços de segurança russos da ex- união soviética), agora do SVR, prepara uma guerra que o povo Russo não quer e eu não quero. Tudo está a ser feito nas minhas costas e preciso de algum tempo para resolver a situação. Até lá só posso confiar em si para junto dos outros países, secretamente transmitir o que se passa. Ajuda-nos?», questionou. André, depois de uma curta reflexão, acede e pede para que Isabel seja levada em segurança para a embaixada de Portugal. Seguidamente, numa linha segura fala com João, o comandante da força de fuzileiros especiais da embaixada portuguesa e seu ex-colega de serviço militar e pede-lhe que tome em sua segurança a sua amada, juntamente com os dois russos. «Com a minha própria vida, amigo», sossegouo. De repente ouvem-se tiros, Puttin é retirado da sala pela sua equipa e André é levado por Maxim de novo para os “Evoque” que partem em direcção ao aeroporto, de onde sairá para a Berlim, na Alemanha. São seguidos, já com o dia a raiar, nas avenidas de Moscovo por vários Audi de alta cilindrada que disparam sobre os veículos. O “Evoque” da segurança para e faz frente aos Audi, que se detêm, deixando livre o caminho para André chegar ao aeroporto. Já com o “Bombardier” pronto a rolar na pista, um dos Audi irrompe no aeroporto e os seus ocupantes disparam em direcção a André que juntamente com Maxim repelem a ameaça, no entanto o amigável russo sai ferido da contenda e pede a André «vai, ajuda o meu povo» e com estas palavras na cabeça, André inicia o percurso de cerca de 1.600 km até à capital alemã que faz em menos de duas horas. São agora 8 horas da manhã CET (hora central europeia). André organiza, pelo seu telefone satélite, com a ajuda do antigo presidente da UE, Durão Barroso, uma reunião de urgência entre os principais líderes da Nato. Ainda em território russo são interceptados
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Pilotos do Eurofighter Typhoon
por dois T-50 russos, da última geração de caças
tanto português, parece que estamos no S. João no Porto», diz a comandante do “Eurofighter” em tom de brincadeira «falta cá o capitão Ronaldo», diz a outra e assim de forma profissional, mas descontraída porque estão habituadas a esta tensão, escoltam em segurança o avião até Berlim, onde aterra em segurança. Berlim, Alemanha, 21 de Dezembro de 2014, 11 horas da manhã CET, o termómetro marca zero graus, mas quem sente frio? Palácio de Bellevue (Schloss Bellevue), margem do Rio Spree, uma espécie de “Casa Branca” da Alemanha, André entra numa sala onde estão os presidentes e Reis Barack Obama (EUA); Joachim Gauck (Alemanha); François Hollande (França); Giorgio Napolitano (Itália); Filipe VI (Espanha); Carlos XVI (Suécia); Sauli Niinisto (Finlândia);
Palácio de Bellevue (Schloss Bellevue)
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Recep Erdogan (Turquia); David Cameron (Reino Unido em representação de Isabel II) e Jean Claude Juncker (EU), acompanhados dos seus conselheiros militares. O jornalista explica a delicada situação e diz que a comunicação com Puttin é impossível, mas que acredita que a soberania Russa ficará estabelecida sem intervenção externa, necessitando que os líderes mundiais cedam mais tempo a Puttin para dominar o problema interno, quando recebe uma chamada no seu telefone, era Maxim dando conta que estava com Puttin na Ucrânia e que estavam a tentar, junto das tropas em movimento, que regressassem a território russo, enfrentando o poder de alguns comandantes rebeldes, com combates fractricidas violentíssimos. Os líderes, sob o olhar atento de André Oliveira que aproveita para registar o momento em alta resolução com a sua Canon G7X de bolso, discutem entre si a melhor solução, quando soa um alarme. Os presentes são levados para uma sala de alta segurança e comando na cave, dotada de alta tecnologia onde são inteirados da situação «Um míssil nuclear russo “Topol-M”, com uma ogiva de 3300kt, acaba de ser disparado na Crimeia (Ucrânia, controlada pelos russos) e viaja a uma velocidade de 8.000km/h em direcção a Berlim. Estima-se que chegue em apenas 15 minutos. Entre a azáfama da torrente de informação em tempo real, a pasta dos misseis é colocada à frente de Obama para a retaliação. A guerra Mundial começa dentro de 10 minutos.
André, com profissionalismo, capta as expressões da hora e segue atentamente o desenrolar dos acontecimentos quando seu telefone volta a tocar. É Puttin. Em alta-voz, o presidente russo pede para não retaliarem e Joachim Gauck pergunta como o não devem fazer se dentro de minutos mais de quatro milhões, do seu povo irão falecer «believe me! It’s Christmas! (Acreditem em mim! É Natal!», diz o presidente russo. Um silêncio de morte que durou uma eternidade fez-se na sala. «Give im a chance», interrompeu André que desafiou os líderes a darem-lhe uma chance. Obama com a mão no botão do apocalipse, olhou para os seus conselheiros e o chefe da força aérea disse haver uma hipótese «senhor presidente, temos, aqui na nossa base de Ramstein um míssil, não testado, que poderá deter o ataque, mas não garanto. É um projecto ultrassecreto que o senhor desconhece». «Está à espera de quê? Dispare!», gritou Obama. Num ecrã de grandes dimensões, onde se seguia a viagem do “Topol-M”, um pequeno ponto surge no ecrã é o “freedom”, o míssil norte-americano que vai de encontro ao russo. Três minutos para o impacto, os dois pontos juntam-se no ecrã, a expectativa é grande «Erfolg Sucesso, em alemão)» lê-se nas letras que surgem. André capta em vídeo o instante que abrirá os telejornais de todo o mundo e lhe garantirá o Pulitzer, o maior prémio de jornalismo atribuído em todo o mundo e o World Press Photo em fotografia com “a um minuto do Apocalipse, um documentário de sua autoria. Na sala, toda a gente grita e Obama diz para
o português «este é o nosso Cristiano Ronaldo», sorrindo entre abraços de todos. Puttin ao telefone de novo, garante entretanto que as forças infiéis se renderam e que estão a ser escoltadas pelas forças especiais de volta à Rússia. Informa que, dentro de duas horas, juntar-se-á com Petro Poroshenko, o presidente da Ucrânia aos restantes líderes mundiais em Berlim para um incondicional acordo duradouro». Celebra-se com cerveja, típica da Alemanha, embora o presidente Hollande não dispense o uso da “flutte” para albergar o líquido germânico. São agora 11 horas da manhã do dia 22 de Dezembro, uma segunda-feira. André, para satisfação do seu director, Hiroshi Marimoto, já tinha enviado o seu serviço exclusivo que garantiu ao “The Yomiuri Shimbun”, triplicar a sua tiragem, batendo o recorde mundial. 50 Milhões de exemplares numa primeira tiragem. Todo o mundo queria uma recordação. Puttin e Obama, entram na sala principal do palácio, seguidos dos restantes líderes mundiais para uma conferência de imprensa onde se apinhavam mais de 500 jornalistas. André, ao fundo da sala tinha o seu serviço feito e deixou a cobertura do evento para um seu colega japonês. Seguiu-se um almoço protocolar, para o qual André foi convidado a título pessoal, que terminou já na madrugada do dia 23. pub
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Eurofighter Typhoon em acção
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Ainda sem dormir e pensando na sua princesa, o premiado jornalista, dirige-se ao aeroporto, onde a bordo do “Bombardier” e desta vez escoltado por amigáveis “T-50”, chega ao final da tarde. No aeroporto, dentro do Volvo, à sua espera, estava Isabel. João, o fuzileiro especial e os novos amigos, Igor e Demitri, aguardavam no exterior da viatura, onde uma leve e bonita camada de neve brindava a chegada do jornalista. Um longo beijo selou o reencontro com a sua noiva, só depois chegaram as palavras em forma de pergunta «Estás bem Isabel? Correu tudo bem?», sim, respondeu-lhe graças ao João, Igor e Demitri, que não me largaram um segundo, nem quando houve uma tentativa de ocupação do hotel pelos revolucionários», disse. «Tentativa?», questionou André em direcção a João, que com uma forte palmada nas costas respondeu «coisas do dia-a-dia a que também já estás habituado. Nada que eu e os meus amigos não pudéssemos tomar conta», sorriu. André, semi-surpreso, entra no carro onde lhe são relatados os pormenores. Chegado ao Hotel, é recebido por um engravat a d o
Maxim que convida o casal para jantar, num banquete oferecido a todos os diplomatas na capital russa. «Isto é que é a comemoração de um noivado», riu Isabel. «Sim e estou mortinho por chegar de novo a Mondim, onde as rabanadas da dona maria já devem estar a ser preparadas», disse bem-disposto. Madrugada do dia 24 e já no quarto Isabel pergunta «há quantas horas não dormes? «Hã… tenho dormido nas viagens», mentiu André que acrescenta, «quero ir para Portugal. Não quero que percas o nosso Natal». Isabel ainda tentou que ele descansasse um pouco, mas o seu noivo garantiu-lhe estar bem enquanto fazia as malas. Na manhã do dia 24, o “Bombardier” estava de novo no ar em direcção a Portugal. Durante
o voo, André descreveu pormenorizadamente à sua noiva a sua aventura. Estava satisfeito até porque o contrato que tinha com o jornal, destinava-lhe um euro por cada jornal vendido na média diária de edições do ano, este ano, os mais de 50 milhões de exemplares da edição especial, garantiam-lhe uma pequena fortuna, que ultrapassaria, largamente, os 15 milhões que ganhava anualmente. Chegados a Vilar de Luz por volta da hora do almoço, perante um sol radioso e o cheiro característico do Oceano Atlântico que se mistura naquele local com o dos verdes pinhais, André desafia «Antes de seguirmos para Mondim, tens que experimentar uma especialidade gastronómica daqui da zona do Porto. Única no mundo e que aqui na Maia é suculenta». Levoua a um conhecido restaurante maiato no centro da cidade, onde é recebido pelo casal proprietário «André, que bom ver-te aqui de novo. Novas aventuras, não é verdade? Quem é a bonita senhora que o acompanha?», questionaram. «É Isabel, a minha noiva», respondeu. «Parabéns! Já têm a sua mesa posta e vou já levar-lhe os seus camarõeszinhos da costa que tanto gosta, sem esquecer o vinho Loureiro fresquinho!». Enquanto degustavam as prometidas entradas, André informou «trouxe-te aqui para comeres aquilo que chamamos “francezinha”. Uma sandwich única no mundo!». «Deveras? Melhor que a nossa “Barbagium”? (Prato nacional do Mónaco. Um tipo de torta, preenchida com abóbora ou espinafre, arroz, queijo e alho porro para adicionar
mais sabor). Impossível e já agora também ficas a saber que não são só os portugueses que são famosos pelo bacalhau. Um dos nossos pratos típicos é de bacalhau é o
“Stocafi” (bacalhau com molho de tomate e especiarias locais)». André sorriu e esperou pela francesinha. Enquanto comia, o português, tentava disfarçar o seu sorriso perante a maravilhada Isabel «Oui, c’est bon» (Sim, é bom), soltou em tom seco no final a princesa, perante André boquiaberto que tinha apreciado a forma deliciada com que Isabel comeu. «Ok. C’est fantástique (Está bem é fantástica). Merci mon amour (Obrigado meu amor)». Despediam-se dos donos quando na rua previamente interrompida pela polícia aterrava o “héli” da Nortávia para os levar a Mondim. Tarde do dia 24. O “héli” aterra na Quinta fazendo tanto barulho quanto o das crianças que esperavam os noivos. «Bem-vinda ao Natal da família Oliveira Loureiro», disse André com Isabel radiante com as crianças. «Todos os anos, juntamos aqui pais, tios, primos e seus filhos para comemorarmos o Natal. Somos mais de 40 e felizmente, cada vez mais apertados, jantamos naquela mesa onde estivemos», informou André. Entraram juntos na irreconhecível sala onde já estavam todos envolvidos na tarefa de preparar o jantar de bacalhau e a doçaria que iria para a mesa. Foram-se refrescar e uma hora depois, às 7 da tarde, sentaram-se na mesa onde o barulho divertia Isabel. A conversa versava tudo, não centrada e cruzava-se de um canto a outro, num misto anárquico organizado e de alegria, único. Isabel estava feliz por poder fazer parte daquela sala cheia de vida que a recebeu de braços abertos. O pai de André, pediu-lhe «trazes-me uma garrafa de “Ferreirinha”? (uma das melhores aguardentes velhas portuguesas, feita a partir de castas de vinhos verdes e envelhecida em cascos de madeira). «Claro que sim» levantando-se em direcção à diversificada e rica Cave particular da família. A conversa continuou e, passados largos minutos, o pai questiona «o que se passa com aquele rapaz que não me traz a minha aguardente», Isabel, preocupada, ao mesmo tempo que o primo Francisco, vão à cave onde encontram André, a dormir na espaçosa poltrona de leitura. Isabel com uma manta cobre o cansado jornalista que não dormia há dias. A princesa, aconchegada, junta-se a seu lado e ambos dormem com um sorriso nos lábios. Promessa cumprida. Natal em família. Fim de aventura… até que os traquinas miúdos saibam e o acordem de novo para mais uma aventura, desta vez caseira. Feliz Natal.
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Pinheiros de Natal com Pinhas Uma alternativa decorativa, feita artesanalmente na Maia É reformado do sector da Pintura Automóvel industrial. Aos 68 anos, Álvaro de Jesus Lopes, não gosta de estar parado e aplicando os seus conhecimentos profissionais aliados ao seu jeito natural para a bricolage, dedicou-se nos seus, agora muitos, tempos livres ao artesanato. Nasceu assim a ideia dos Pinheiros de Natal com Pinhas, já lá vão três anos. Morador na zona da Pinta, cidade da Maia, diz à reportagem MaiaHoje que não trabalha para retirar lucros «se der para o material já é muito bom», refere com orgulho de quem gosta do que faz. A sua actividade profissional começou como Pintor de Móveis, onde os lacados era o mais difícil. Trabalhou depois na antiga fábrica de Tintas Valentine onde experimentava e aplicava os produtos da casa. Já no fim da carreira profissional, trabalhava por conta própria numa oficina. Voltando ao seu actual hobby, que acumula com o do colecionismo das balanças, este maiato vai ao monte buscar a principal matéria-prima, as pinhas, mas muitas vezes conhecidos e amigos fazem o favor de lhe arranjar «uma carrada delas». Já expôs o seu trabalho em vários sítios, entre eles, o nosso Fórum da Maia. Também tem exportado para países onde vão conhecendo o seu trabalho, normalmente por mão de amigos e familiares a trabalhar no es-
trangeiro, não tendo ainda nada na internet. Mas como se faz um pinheiro só de pinhas? O principal é a estrutura que suporta a “ramificação” de pinhas, depois passa por um processo de selecção do material, preparação e tratamento e duas demãos de tinta de esmalte de acabamento. À pergunta, quantas horas demora? Larga um farto sorriso «são muitas horas, nunca as contei», disse ao lado do seu neto que também ele vai dando uma ajuda e demonstrando interesse na Arte, apesar de ser o fotógrafo oficial dos trabalhos. O Maior que fez até hoje tem três metros de altura e levou aproximadamente 525 pinhas, mas também os faz mais pequenos com 200, 300 pinhas, um “standard” de 60 cm, ou a pedido do novo dono. Fica o leitor a saber que o de 60 cm custa 60 euros e o de três metros, 600 euros. Para completar e porque o seu actual “negócio” é não estar parado, ainda tem tempo para construir Centros de Porta, Coroas e outros artigos no mesmo material: a pinha.
Álvaro Lopes Artesanato em Pinhas Rua da Pinta, 121-E Maia Tel. 91 826 99 47
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Os Aspectos Emocionais do Natal Paulo Pinheiro Psicólogo Especialista em Hipnose Clínica Paulo Pinheiro em confraternização com os seus clientes e amigos
O Natal é uma época assinalada pelo aumento do consumismo, onde apesar da “crise”, ainda continua a ser visível a procura muita das vezes à última da hora pela prenda para o tal familiar ou amigo. Esta é uma época caracterizada pelo aumento da festividade, com rituais e hábitos muito característicos, onde se estreitam as relações interpessoais, onde os laços afetivos ficam mais fortalecidos e onde as emoções ficam mais afloradas. É uma época assinalada por um aumento de uma atmosfera de emocionalidade positiva, em famílias unidas e com qualidade de vida. Esta época torna-se ainda mais colorida e com mais brilho nomeadamente nas famílias com crianças. Ao contrário, esta época para as famílias que tiveram momentos menos felizes ao longo do ano, por exemplo, perda de um familiar próximo, dificuldades financeiras, doenças debilitantes e que interferem no bem-estar dos indivíduos, são alguns dos casos que predispõe a uma época assinalada pela tristeza, angústia, isolamento, carência afetiva podendo ficar ainda mais sensível quando esta data coincidiu com momentos traumáticos no passado. É importante neste casos estas pessoas poderem contar com apoio de amigos, instituições de solidariedade social, apoio psicológico, etc., para colmatar tanto a carência afetiva assim como em alguns casos mesmo a carência financeira (cada vez mais presente).
Apesar desta ambivalência de emoções e sentimentos, esta é uma época onde realmente todos devemos aproveitar para fazer uma introspeção, e revalidar os valores e sentimentos que muita das vezes são esquecidos ao longo do ano. A união, a partilha, a amizade, a prosperidade, o amor, a ternura, o carinho, o apoio, a ajuda, a
compreensão a empatia, etc… São alguns dos valores e sentimentos que devemos promover, não só nesta época mas ao longo do ano, Mas se ao longo do ano não o consegue fazer, pelo menos não se “esqueça” de os promover nesta época Natalícia. pub
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Amigos para sempre! CMROACM - Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia da Maia São muitas os idosos, jovens com algumas deficiências psicológicas e motoras e até pessoas que apenas necessitam de companhia que podem, pela via da adopção, solucionar os seus problemas e ao mesmo tempo tornar válida uma vida animal. Muitas vezes a “cura” para uma depressão não passa por fármacos, mas sim por aquilo que um animal lhe pode dar. Muitos já tiveram até
uma casa e uma família, mas agora esperam uma nova oportunidade de mostrar aquilo em que podem ser mais úteis: fidelidade e companhia para sempre. Pré-requisitos Antes de adoptar deve pensar se reúne as condições necessárias para receber em casa o novo membro da família. Há algumas questões em que pode pensar para ajudar na decisão: - As pessoas da sua casa já aceitaram a ideia? Discuta bem com a sua família e perceba se eles vão realmente aceitar o seu novo companheiro; - Tem tempo para cuidar do seu companheiro? É importante antes de adoptar um cão ou um gato, saber se você terá tempo e disposição para cuidar e brincar com ele. No
caso dos cães ele vai querer passear, e fazer as suas necessidades no exterior. Em vez de adoptar um animal para ser um guarda, ficar preso todo o dia ou para simplesmente brincar com o seu filho quando este lhe apetece. Adopte um novo amigo, um novo integrante da família. - Já pensou nos custos de ter um animal de companhia? Pense quanto poderá disponibilizar todos os meses para uma alimentação de qualidade, consultas periódicas ao veterinário, eventual castração, vacinas e desparasitagem. - Está preparado para os próximos 10 ou 15 anos? Porque esse é o tempo que o seu animal de companhia provavelmente viverá. Dessa forma, precisa planear para saber se terá condições para cuidar dele depois de tanto tempo e na sua velhice. Além de pensar no seu futuro, pense no futuro do seu animal. - Tem espaço para que possa fazer algum exercício? Ao adoptar terá de ter muita atenção ao tipo de porte do animal que vai adoptar e às suas condições psicológicas. Um Husky que deveria fazer dezenas de quilómetros por dia a correr, porque é da sua natureza, não pode ficar fechado num pequeno apartamento. - Em caso de férias ou de viagens, se não for possível que ele o acompanhe, quem ficará com ele? Você pode deixá-lo num hotel para animais? Na casa de algum amigo ou parente? Antes de viajar, lembre-se de todas as responsabilidades que você tem. - Se você for adoptar um animal de companhia porque o seu filho está a implorar e prometer de "pés juntos" que fará tudo o que for necessário para o ter, deve reflectir. É uma criança e como tal vai prometer fazer qualquer coisa para alcançar o seu objetivo. Um animal não é uma “Playsation”. Caso a criança desista de cuidar do companheiro, quem vai cuidar, alimentar e dar a devida atenção? - Pense muito no espaço e no tempo que pode disponibilizar e partilhar. Como escolher? Para escolher o animal de companhia perfeito, precisa avaliar, além da sua beleza, a sua energia e idade. Pense em todo o ambiente em que o animal estará inserido e qual é o animal ideal para aquele ambiente, se é um pequeno agitado ou um grande preguiçoso. Assim e de uma forma generalizada: - Escolha um cãozinho com energia igual ou menor que a sua. Alguns podem ser mais "safados" do que outros, muitas vezes necessitam brincar muito durante o dia e caso eles não gastem essa energia necessária, o alvo pode ser o seu sapato favorito ou o pé da mesa. Da mesma forma que as crianças gostam de brincar, os animais também amam e sentem. - Não ignore cães velhinhos. Eles precisam de amor e já estão mais maduros e estáveis do que cachorrinhos. Como já estão numa idade mais avançada, você não terá grandes surpresas quanto a personalidade dele, pois já está formada. Os velhinhos são uma excelente opção e o melhor, você es-
tará a ajudar quem ainda muito tem para dar. Infelizmente, não são muitas as pessoas que olham por estes coitadinhos, já que filhotes e animais mais novos normalmente chamam mais atenção. Porém, você não precisa ser igual à maioria, não é mesmo? Faça o bem, adote um animal velhinho. - Não tome decisões baseadas na sua emoção. Provavelmente, quando você for ao canil, você ficará triste e muitas vezes assustado com o estado do cãozinho. É difícil resistir aos olhares tristes e solitários desses patudos. Porém, você não poderá mudar de ideias depois. Só adopte se realmente tiver a certeza que ele é perfeito para o seu lar, ambiente e condições especiais. - Evite cachorros com menos de 5 meses de idade se existem crianças na sua casa com menos de 7 anos. Os cachorros possuem dentes de leite extremamente afiados e poderão causar acidentes não intencionais. Um outro bom motivo para evitar cachorros onde há crianças é o facto de muitas vezes a criança poder acabar magoando o novo integrante da família. Você sabia que filhotes de cães pequenos possuem ossos extremamente sensíveis? Uma boa opção é escolher um filhote de grande ou médio porte com mais de 5 meses de vida. Na Maia onde adoptar O Centro Municipal de Recolha de Animais de Companhia da Maia (CROACM) foi edificado com o objetivo de promover o bem-estar animal e assegurar a segurança e a tranquilidade das populações, mas também de aumentar a interação entre o Município e a população, sensibilizando para o respeito dos direitos dos animais. De acordo com o disposto na Lei, às Câmaras Municipais compete, no domínio das suas atribuições na defesa da saúde animal e pública, da preservação do bem-estar dos animais e do meio ambiente, proceder à recolha e captura dos animais de companhia, sempre que seja indispensável. Os centros de recolha permitem o alojamento dos animais capturados, tendo como objetivo sanitário primordial a vigilância de zoonoses graves, como é o caso da raiva e o controlo da propagação de outras como leishmaniose, equinococose/ hidatidose, sarnas e tinhas. No CROACM da Maia, o responsável é o médico veterinário municipal, Fernando Rodrigues. Desde há um ano que assumiu estas funções e as iniciativas tem crescido e sido traduzidas em números significativos em termos de adopção. Ocorreram já duas campanhas de adopção em Outubro e Novembro, agora a próxima é já no dia 13 de Dezembro no Jardim da Granja onde vão estar lá os animais para adopção. Em curso está também uma campanha de comparticipação da esterilização de animais para pessoas carenciadas ou animais adoptados no CROACM. Tiveram também já início as actividades de sensibilização com crianças nas escolas e em breve será criada uma nova secção de compartimentos no CROACM para privilegiar a adopção.
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CROACM DA MAIA Serviços Adopção, vacinação e identificação por microchip de animais Equipa Técnica Fernando Rodrigues Médico Veterinário Municipal Mário Ferreira - Tratador de animais José Dominguez - Tratador de animais Contactos Travessa Siderurgia - Folgosa - Maia Telf. 22 982 36 87 Horário de funcionamento 09h às 12h30 e 14h às 17h30 de 2ª a sábado Horário de atendimento ao Público 09h30 às 12h30 de 2ª a sábado Horário para adopção 2ª a 6ª de manhã Vacinação de animais 3ª e 5ª das 14 às 16horas Serviços de baixo Custo Vacinação - 5 Euros Microchipagem – 13 Euros Saiba mais em http://ambiente.maiadigital.pt/canil
ANIMAIS PERDIDOS COLABORE NA SUA LOCALIZAÇÃO Para dar a conhecer o desaparecimento do seu animal, envie uma fotografia recente, pequena descrição do animal, local de desaparecimento e um contacto telefónico para ambiente@maiadigital.pt. Pode também aceder a http://ambiente.maiadigital.pt/canil/animaisperdidos-colabore-na-sua-localizacao/view
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Músicas de Natal Amar como Jesus Amou
Os Sinos de Belém
É Natal! É Natal!
Um dia uma criança me chamou
Bate o sino pequenino sino de Belém Já nasceu o Deus menino para o nosso bem!
É Natal! É Natal!
Olhou-me nos meus olhos a sorrir Caneta e papel na sua mão Tarefa escolar para cumprir E perguntou no meio de um sorriso: "O que é preciso para ser feliz?" REFRÃO: Amar como Jesus amou Sonhar como Jesus sonhou Pensar como Jesus pensou Viver como Jesus viveu Sentir o que Jesus sentia Sorrir como Jesus sorria E ao chegar ao fim do dia Eu sei que dormiria muito mais feliz
Tudo tem mais luz É Natal! É Natal! Já nasceu Jesus Rasgaram-se os trevos!
Refrão É Natal, é Natal sininhos de luz! Replicai, badalai que nasceu Jesus! Paz na Terra pede o sino alegre a cantar! Abençoe! Deus Menino sempre o nosso lar!
O Sol tem mais luz A estrela em Belém, mostra-nos Jesus. É Natal! É Natal! Tudo tem mais luz É Natal! É Natal! Já nasceu Jesus Já tocam os sinos, na terra e nos céus Já soam nas alturas cânticos e Deus.
Ouvindo atentamente, ela me olhou
É Natal! É Natal!
E disse que era lindo o que eu falei.
Salvação e luz!
Pediu que eu repetisse, por favor,
É Natal! É Natal!
Mas não dissesse tudo de uma vez.
Já nasceu Jesus.
E perguntou no meio de um sorriso: O que é preciso para ser feliz?
Paz na terra aos homens! Alegria e bem!
Amar como Jesus amou...
Foi a boa nova do anjo de Belém!
Depois que eu acabei de repetir
É Natal! É Natal!
Seus olhos não saíam do papel
Salvação e luz!
Toquei na sua cara e a sorrir
É Natal! É Natal!
Pedi que ao transmitir fosse fiel
Já nasceu Jesus.
E ela deu-me um beijo demorado E ao meu lado foi cantando assim:
A todos os homens de boa vontade Traz Jesus o anúncio de uma nova humanidade!
Amar como Jesus amou...
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Curiosidades de Natal O PERU DE NATAL A história do Perú assado na noite de natal é recente. Na altura dos descobrimentos, Cristóvão Colombo teria trazido o conhecimento desta ave para a Europa. Era comum pensar-se que se tratava de uma ave exótica trazida da índias, pois pensava-se que os descobridores tinham atracado na índia. O peru de natal, teria sido servido pela primeira vez como prato principal da ceia em 1621, durante o dia de Ação de Graças, no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. Na altura eram utilizados gansos, cisnes e pavões, todos vistos como aves nobres. Os perus eram criados pelos índios mexicanos, era mais barato, crescia e ganhava volume e peso, mais rapidamente. A introdução do peru como prato principal na Europa e nas Américas, na comemoração do nascimento de Jesus, viria a transformar o conceito da Ceia de Natal, transmitindo a ideia de abundância e sucesso frente aos problemas de escassez do dia a dia. A carne assada revelava outro status diferente dos cozidos ou dos frios. A ideia do assado esteve ligada à classe aristocrática, sendo o cozido típico do povo. O cozido conservava todos os nutrientes enquanto no assado muito destes se perdia. O PRESÉPIO: a origem da tradição
menino, com os seus irmãos em Assis, e idealizava a feitura das figuras em barro, para recriar o ambiente em que o menino teria nascido. O conceito alargou-se praticamente por toda a Europa, vindo a ser prática na península ibérica a partir do século XVIII. O presépio ajuda-nos a refletir sobre o facto de jesus ter nascido num lugar humilde, que não hesitou em descer dos céus e nascer numa simples manjedoura. A FIGURA DO PAI NATAL A figura do Pai Natal é uma homenagem ao bispo católico São Nicolau, Bispo da Ásia Menor, do século IV. Foi desde cedo referido nas lendas de natal, por defender as crianças, ajudar os mais pobres e salvar marinheiros. Esta lenda viria a espalhar-se pela Europa e a associa-lo ao “dador de prendas”. AS BOLAS NATALINAS As bolas natalinas viriam a substituir as maças que eram colocadas nas árvores de natal como enfeites. Representam os frutos da arvore, as boas ações, talentos, amor, esperança, perdão.
ÁRVORE DE NATAL Simboliza o Reino de Deus” Eu sou a àrvore, e vós sois os ramos”. Quando iluminada, a árvore lembra que jesus é a luz do mundo; o pinheiro, a resistência aos rigores do frio o verde a esperança da vida eterna. CEIA Símbolo do Banquete eterno, o momento em que se reúne toda a família, na partilha da melhor refeição. SINOS Espalham a alegria do nascimento de Jesus, para a libertação dos homens, a mensagem para que se espalhe fortemente por todas as direções. ANJOS Simbolizam a comunicação de Deus com o homem “ os céus se abriram e Deus visitou o seu povo” VELAS Simbolizam a presença de Cristo como luz do mundo. Cada natal deve renovar a nossa fé em Jesus e empenho em viver n`Ele, na sua luz.
O presépio será um dos mais antigas simbolos associados ao natal. Significando lugar onde se recolhe o gado, curral, está também associado artisticamente ao local onde teria nascido o menino. Os cristãos celebravam o nascimento de Jesus desde os finais do séc.III, mas o nascimento de jesus, associado à imagem do presépio seria a partir do séc.XVI. Em 1223, São Francisco, festeja o nascimento do
COROA DO ADVENTO È de ramos verdes de pinheiro ou cipreste, sinal de vida e esperança. Envolta em fita vermelha, simboliza o amor de Deus que nos envolve, e o nosso amor, que aguarda o nascimento do salvador.
ESTRELAS Os reis magos, vindos do oriente à procura de Jesus, foram guiados por uma estrela até Belém. Esta estrela, de 4 pontas e uma cauda luminosa, representava as 4 direções da terra: norte, sul, este e oeste, de onde viriam todos os irmãos adorar Jesus.
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A presidente Ana Quintas com um dos seus “meninos” como lhes chama
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Amigos da Rua (associação) Em auxilio de quem precisa, todo o ano. Reportagem Manuel Jorge Costa Legalmente constituída a 24 de Fevereiro de 2011 e com sede na cidade do Porto, a associação “Amigos da Rua” presta apoio aos mais desfavorecidos, nomeadamente aos “semabrigo”, baseando-se em princípios como a solidariedade, a amizade, confraternização e espirito de equipa. Contando actualmente com o apoio de cerca de 30 voluntários, que “apareceram” porque queriam dar um pouco de si a quem mais precisa, têm formação nas mais diversas áreas, colaborando e auxiliando sempre que necessário e solicitado. Alimentar o corpo e a alma Assim, além de outras actividades excepcionais, todas as
segundas-feiras, os voluntários, distribuídos por três equipas, em carros próprios e a expensas suas, percorrem as ruas da cidade do Porto, onde distribuem bens essenciais, como alimentos, vestuário, cobertores, entre outros, a quem faz da rua o seu lar ou vive numa situação precária, por vezes aquela refeição distribuída é a primeira e única do dia. Para além da alimentação, com a disponibilização de algum tempo e mo-
tiva-
ção, a associação pretende que aquela pessoa carenciada, tenha alguém que o ouça verdadeiramente, que se interesse por ele, que se preocupe e crie uma relação de confiança. No fundo, um AMIGO. Sabem que não é possível apoiar no seu todo e que não resolvem todas as situações em causa, mas contribuem um pouco para melhorar a vida de quem pouco ou nada tem. Para além da ajuda a quem lhes recorre na rua, apoiam também as famílias sinalizadas por Juntas de freguesia através da entrega de cabazes de produtos alimentares e outros bens que lhes solicitem como vestuário e afins. Ajude a ajudar O cumprimento desta missão só é possível com: - A contribuição dos Voluntários que duma forma desinteressada oferecem o seu tempo, o seu trabalho, os seus custos, deixando os seus lares em prol de quem mais precisa; - Contribuição de restaurantes, confeitarias e padarias que fornecem todas as semanas a sopa que é distribuída, o conduto, a água, o café, o pão e o bolo; - Eventos promovidos pela associação ou em parceria com outras entidades, que lhes permitem divulgar a sua actividade, promover o convívio entre as pessoas que incentivam e acima de tudo enaltecer a cultura, o desporto, e a história da nossa área geográfica; - Quotização dos cerca de 160 associados; - Donativos. São estas atividades que lhes permitem angariar fundos para a aquisição das tigelas, talheres, embalagens de alumínio, térmicas para a sopa e café, guardanapos, luvas, etc. Faltam ainda muitas coisas As principais dificuldades com que se depara a associação e quem sabe o leitor pode ajudar, são: pub
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Ás segundas-feiras é noite de “ronda”
- Falta de espaço: o espaço cedido provisoriamente pela Junta de São Nicolau que serve de armazém é muito pequeno sendo complicado por vezes guardar todos o vestuário, calçado, além do material da logística; - Falta de sede social: neste momento, a sua sede formal não existe e têm um reencaminhamento de correspondência no valor de oito euros por mês; - Falta de recursos: carros de apoio às rondas, dado que são utilizados as viaturas pessoais dos voluntários e há muitos voluntários que nem carro têm e que poderiam fazer algo mais; - Falta de recursos médicos e medicamentosos.
Para Ana Quintas, a presidente, uma advogada que como muitos elementos vive na Maia «a falta dos referidos recursos impede de alargar a nossa área de atuação no sentido de dar resposta ao crescente número de pedidos de ajuda. Notamos que felizmente existem menos pessoas a dormir na rua, mas em contra partida o número de famílias que recorrem ao nosso apoio aumentou», declarou numa acção de solidariedade que decorreu no passado dia 8 na Casa das Tílias, em Gueifães e que angariou mais de meio milhar de bens alimentares essenciais descriminados no facebook à unidade, bem como alimentação para animais que não ficaram esquecidos.
ASSOCIAÇÃO Amigos da Rua Facebook: /amigosdarua.associacaodesolidariedade; Web: www.amigosdarua.pt; Email: amigosdarua.associacao@gmail.com Telefone: 916 321 113 pub
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Natal e Gastronomia na Maia José Augusto Maia Marques
Não há um «Natal» mas sim vários «Natais» na tradição maiata. O Natal de uma casa rica, de um grande lavrador por exemplo, não era o mesmo Natal de uma casa de um pequeno agricultor, de um trabalhador agrícola ou de um operário, como quase podemos dizer que hoje acontece. As diferenças de poder aquisitivo, e, por consequência, de práticas e de costumes, eram enormes. Convém desde logo estabelecer, à partida, que nem Pai Natal, nem Árvore de Natal nem Presépio são tradições arreigadas desde tempos imemoriais, bem pelo contrário. Aparecem, este último, por influência erudita, nos fins do séc. XIX, e a árvore e o simpático velhinho apenas em pleno século XX. O Natal era ainda não há muito (até à década de ses-
senta), aquilo que as posses de cada um permitiam. Ceia do Natal, mais pobre ou mais rica, é que tinha de haver. O Bacalhau com batatas e pencas, bem regado com bom azeite ou com molho fervido, o Polvo, o Galo caseiro, o Capão, que o Peru é invenção estrangeira e tardia, estavam na consoada de quem os podia comprar ou de quem os criava. O mesmo se pode dizer das doçarias, muitas delas de origem conventual, e cujos componentes, pelo seu preço, eram frequentemente impeditivos da sua degustação por todos – os pescoços de freira, o pão-de-ló, o bolo podre, os biscoitos secos, as broinhas de erva-doce, os formigos, o arroz doce, a aletria, os melindres, as migas doces, as rabanadas, mais dispendiosos os primeiros, mais acessíveis os últimos, ornamentavam a mesa de alguns. Finda esta Ceia, rumava-se à Missa do Galo, celebrada à meia-noite. Esta era uma celebração de festa e de alegria partilhada por todos, nomeadamente quando chegava o momento de «beijar o menino». Depois da Missa, e chegados a casa, aguardavam-nos os restos (e que restos) da ceia, a que se juntava o «vinho quente» e, para os mais novitos, o chocolate. No dia seguinte logo pela manhã, era a Missa do Natal, finda a qual havia, frequentemente, um leilão de «segredos» ou «consoadas». Este foi muitas vezes crescendo em dimensão, e chegou a ser transferido para a tarde do próprio dia, quase se autonomizando. E, claro, ninguém pensava noutra coisa senão em brin-
car com as novas prendas. Ao almoço, o bacalhau desfiado antecedia o prato de carne. Ao jantar, o delicioso farrapo velho, ou roupa velha, que, embora se fizesse várias vezes ao ano, sabia sempre melhor naquele dia. Em todo este período do Natal aos Reis era frequente escutarem-se grupos de cantadores de «Janeiras», frequentemente constituídos apenas por vozes, por vezes acompanhadas por um ou outro instrumento mais simples (bombo ou ferrinhos) ou, eventualmente, um instrumento de cordas. A estes grupos se dava muitas vezes uma contribuição em dinheiro e de comer e de beber. Tradição típica da Terra da Maia era a dos Reiseiros, que ficaram justamente conhecidos, no Entre Douro e Minho como na margem sul do Douro, como os Reiseiros da Maia. As «Reisadas» eram verdadeiros «autos», inspirados na vida, paixão e morte de Cristo, materializados em manuscritos a que se dá o nome de «cascos», onde estavam contidas as falas de cada um das personagens, bem como outros apontamentos de índole. Estes «autos» eram representados em locais muitas vezes improvisados, sendo que às vezes se juntavam dois carros de bois, traseira contra traseira, e aí se procedia à representação Os trajos, quase sempre de confecção própria, tinham, como toda a representação, uma forte carga de ingenuidade, de naïf, característico destes tempos. Eis alguns dos costumes que, na Maia, se associavam ao Natal. pub
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Nachos Supremo Restaurante Chili Gourmet Nachos é um prato típico de origem mexicana reconhecido e apreciado em todo o mundo. Mas será que fazer nachos em casa, sem a devida experiência e tempo, é assim tão fácil?! É muito difícil! Felizmente, agora os cidadãos residentes no Porto têm oportunidade de fazer nachos apenas em 20 minutos e de serem elogiados pela sua família. Então, vamos começar! Para um grupo de 6-8 pessoas, basta um tabuleiro com um tamanho normal. Para fazer um tabuleiro cheio, é necessário: Nachos – 200 gramas Chili con carne – 600 gramas Queijo Cheddar (ralado) – 400 gramas Natas – 150 gramas Jalapeños conservados – 40-80 gramas Pimento verde fresco – a gosto Azeitonas – a gosto Tomate – a gosto
Procedimento 1 - Aqueça previamente o forno a 220 graus 2 - Unte o tabuleiro com azeite e ponha uma camada de nachos 3 - Em cada nacho coloque mais ou menos a mesma quantidade de chili con carne. Coloque por cima do chili con carne alguns jalapeños conservados cortados às rodelas. A quantidade de jalapeños vai depender de quanto picante deseja que o prato fique. 4 - Polvilhe todos os nachos com queijo Cheddar 5 - Coloque o tabuleiro no forno e cozinhe até o queijo ficar derretido e um pouco crocante. 6 - Depois de cozinhados, polvilhe os nachos com pedaços de pimento verde, azeitonas, tomate e natas.
Está pronto! A família está à espera! Talvez se questione onde poderá comprar os ingredientes certos para que a receita seja verdadeiramente Mexicana?! É fácil, rápido, saboroso e com garantia – pode comprar ou fazer encomenda destes ingredientes no restaurante Chili Gourmet
Restaurante Chili Gourmet Entrega de comida mexicana gourmet no Porto, Matosinhos, Maia, Gondomar e Ermesinde. A partir das 19:30 até às 23:00 horas. Facebook /chilientrega Telefone 224 922 594.
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Açorda de bacalhau e camarão tigre (receita para 4 pessoas), por Lurdes, Chef Restaurante Sal e Pimenta Ingredientes 4 lombos de bacalhau demolhado 4 fatias de pão alentejano 4 camarões tigre 16/20 ½ lt de caldo de bacalhau 150 gramas de cebola cortada em brunesa 150 ml de azeite de alta qualidade 4 ovos 150 gr tomate chucha Sal, coentros Preparação Demolhar o pão com o caldo de bacalhau Refugar a cebola com o tomate e juntar as lascas de bacalhau e os espargos e deixar cozinhar Saltear os camarões com azeite e alho e reservar Juntar o pão molhado ao preparado anterior Ligar com os ovos e aromatizar com coentros picados Dispor a açorda com bacalhau e por cima o camarão tigre, decorar com coentros fritos
Farrapo Velho ou Roupa Velha (receita com as sobras da Ceia de Natal) Ingredientes 500g Bacalhau da Noruega ou outro 1 Couve penca e/ou Grelos 2 Ovos 100g Cenoura 500g Batata 1 Cebola descascada Sal, Alho, Azeite, Vinagre, Azeitona preta, Cominhos e Pimenta preta q.b. Preparação Com as sobras da ceia de Natal, poderá fazer um delicioso prato para servir no próprio dia de Natal, como entrada antes de servir o Assado. Assim, no dia seguinte, num tacho ou frigideira alta, colocar azeite e alho em quantidade generosa. Introduzir o bacalhau, as batatas, as couves e os grelos, a cebola e a cenoura, cortados em pedaços mais ou menos pequenos, conforme o gosto e deixar alourar. Juntar os ovos esfarelados e mexer sempre em círculo, com um garfo de 2 dentes, esfarrapando a couve. Condimentar com cominhos e pimenta preta , juntar algumas azeitonas pretas e um pouco de vinagre, apurando o gosto . Servir de preferência quente (ou mesmo frio).
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J贸ia da Maia
Padaria - Pastelaria - Gelataria - Snack-Bar
J贸ia da Maia tem uma equipa simp谩tica, din芒mica e profissional para o poder servir melhor. Provem a nossa vasta gama de pastelaria e padaria. Desejamos a todos os clientes e fornecedores boas festas.
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Cake Design
Teresa Henriques e Alcina Maia
Porque um bolo pode ser uma forma de arte São actualmente muitos os concursos e programas televisivos sobre gastronomia e técnicas de cozinhar, a que diariamente podemos assistir. Está na moda a “arte” de cozinhar. Os cozinheiros passaram a “Chef” e os pasteleiros a “Cake Designer” (tradução livre, criador de arte em bolos). Na Gastronomia, aos sentidos essenciais do Olfacto e Paladar, junta-se-lhe agora a Visão. Na Europa apenas há uma Escola Profissional preparada para certificar profissionalmente os “Cake Designers”, chama-se “Academia Profissional de Cake Design” e está sedeada nas Caldas da Rainha. Inaugurada a 31 de Maio, esta academia iniciou a actividade pelas mãos da Chef de pastelaria e Cake Designer Teresa Henriques, também presidente da associação constituída, sendo ela a mais internacional em Portugal, com um vasto currículo de reconhecido mérito, dizem. A Academia Profissional proporciona uma formação inovadora e exclusiva na indústria da pastelaria, muito completa, começando pelo ABC da pastelaria até ao mais alto nível da decoração. «Qualidade, Rigor e Profissionalismo», são as palavras-chave que referem, estando presente em todas as áreas da decoração artística de bolos, desde a higiene e segurança alimentar, passando pela confecção de bolos até a decoração em todas as vertentes (pintura, chocolate, açúcar e isomalte). A equipa de formadores oficiais é constituída por profissionais muito experientes e com um vasto currículo e com grande prestígio em Portugal e no estrangeiro, tendo certificado já 57 Cake Designers em todo o mundo. Maiata no topo Alcina Maia, li-
cenciada em Engenharia Química e com especialização em Gestão da Qualidade na Indústria Alimentar, foi uma das primeiras a ser certificada nesta formação. Do seu recente, mas já vasto currículo constam alguns Workshops com Cake Designers internacionais, tais como Nelson Píntano, Alan Dunn, Verusca Walker, Julia Usher. Actualmente é também formadora na academia, leccionando a “disciplina” de confecção de flores onde é especialista. Para Alcina Maia «foi uma felicidade enorme ao fim de 15 anos de actividade profissional encontrar a área na qual me sinto completamente realizada, embora ache que todas as etapas para trás são necessárias e uma mais valia para o meu futuro. A minha formação em química e bioengenharia fez-me ter alguma sensibilidade para a higiene alimentar, a qual acho essencial nesta área, também para perceber a função de cada ingrediente num bolo, dando-me uma capacidade tal para experimentar novas massas e novos recheios. Costumo dizer que a minha cozinha é o meu laboratório. A parte comercial deu-me uma capacidade grande de organização, gestão, comunicação com clientes e venda», disse sobre a experiência. Mas como se passa da engenharia química para a pastelaria «Entreguei-me de corpo e alma ao Cake Design, como também o fiz com todas as outras minhas profissões, pois faz parte do meu perfil, mas aqui existe uma diferença: a paixão! Cada projeto é um desafio, em cada projecto aprendo sempre algo novo, pois após o pedido de um cliente, é necessário pesquisa do tema, projectar o bolo e por fim executá-lo. Apaixona-me os meus projectos provocarem emoções nas pessoas, é muito gratificante. Isto só acontece por serem personalizados. Uma das histórias mais bonitas que tenho é de uma esposa que reclamava que o marido nunca lhe oferecera um ramo de rosas, então quando fez 35 anos o seu bolo levava um ramo de rosas e uma dedicatória do marido. Soube que chorou, quando o recebeu. É muito gratifi-
cante», exemplificou Alcina Maia. Quanto à formação que lecciona «é uma área que também me apaixona muito, e o poder fazê-lo na Academia Profissional de Cake Design é um orgulho. Ensinar as flores de açúcar, que para mim é o mais apaixonante do Cake Design então é ouro sobre azul», referiu.
ALCINA MAIA – CAKE DESIGNER Facebook: www.facebook.com/CakeDetailsCakesByAlcina Contacto: 91 387 05 23 ACADEMIA APCD academiaprofissionalcakedesign@gmail.com 91 930 96 67 / 91 612 99 92 www.academiaprofissionalcakedesign.com ASSOCIAÇÃO NACIONAL ancd.associacaocakedesigners@gmail.com www.ancdassociacaocakedesigners.com/ pub
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Poema de Natal
A verdadeira história de Natal contada a crianças (mas para adultos) Ana Luísa Azevedo | jornalista Todos os conhecem a história De que fala o Natal Mas nem todos sabem O que ela tem de tão especial Reza a lenda Que um menino ia nascer E mesmo sem saber Os reis magos foram a correr Não tinham pista certa Mas partiram à descoberta Do menino salvador Que iria trazer o amor Não importava se ficava muito longe Nem se iriam ter o que comer
O importante nessa noite É que o menino ia nascer Quando iam a andar Apareceu uma estrela Que de tanto brilhar Os começou a guiar Não podiam fraquejar Pois até tinham presentes para entregar Os reis sabiam que o menino salvador Vinha trazer a paz e o amor Quando chegaram ao local Nem podiam acreditar O menino tinha nascido No meio de um curral.
Já lá estavam os pastores, Com Maria e José. E o menino na manjedoura Era mesmo um bébé! Pequeno e frágil, Nascia no meio dos animais Sem promessas de poder Nem conversas de saber Os anjos cantavam por ele E os pastores ajoelhavam Mas ninguém podia saber O que aquele bébé ia fazer Certezas não as houve E só quem lá esteve é que pode saber. O certo é que todos os anos Esse menino volta a nascer Com ele devemos aprender Valiosas lições para crescer E acima de tudo acreditar Que as coisas podem e devem mudar Inocente, deitado na manjedoura Ensinou-nos a amar Na dúvida e na incerteza Disse-nos para acreditar Não é preciso riquezas E muito menos certezas Para saber que o que nos deve guiar É a paz que devemos alcançar Quer acreditem ou não na história deste menino, Lembrem-se sempre que ele só pediu Que nunca parássemos de amar É assim tão difícil de concretizar? pub
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Bolachinhas natalícias Para servir, decorar a árvore de Natal ou para oferecer, as tradicionais bolachinhas de Natal fazem sempre sucesso!
Ingredientes 6 chávenas de farinha 1 colher de chá de fermento 1 colher de chá de sal 400 gr de manteiga amolecida 3 chávenas de açúcar 4 ovos 2 colheres de chá de extrato de baunilha
Como preparar Misture todos os ingredientes até obter uma massa fácil de trabalhar. Estenda a massa com a ajuda de um rolo. Use formas com formatos festivos para cortar as bolachas em formato de pinheiros, estrelas, anjinhos, sinos, o que preferir. Leve ao forno durante 12 minutos a uma temperatura média. As crianças vão adorar a parte final da receita – enfeitar as bolachas com glacé, corantes, pepitas coloridas, M&Ms…
Bonecos de gengibre Em cozinhas de todo o mundo, o Natal é a época esperada para famílias se juntarem em torno da confeção dos amorosos bonecos de gengibre, que não só servem para serem saboreados, como fazem excelentes enfeites para a árvore de Natal. Uma dica importante: para que fiquem realmente deliciosos, faça a massa com um dia de antecedência. Ingredientes 1 1/2 chávena de chá de natas batidas 1 colher de chá de extrato de baunilha 2 chávenas de chá de açúcar mascavado 2 colheres de sopa de bicarbonato de sódio
1 colher de sopa de gengibre em pó 2 colheres de chá de canela 1 chávena de chá de caramelo 9 chávenas de chá de farinha de trigo Forma em formato de boneco Como preparar Misture os ingredientes secos e adicione-lhes os ingredientes líquidos. Misture bem e forme uma bola. Deixe no frigorífico de um dia para o outro. Trabalhe apenas com pedaços pequenos da massa e guarde sempre a restante no frigorífico. Estenda a massa
com a ajuda de um rolo, e use a forminha com formato de boneco para cortar. Leve ao forno num tabuleiro untado até que as pontinhas comecem a dourar. Deixe esfriar e decorem a gosto, usando glacé e corante. Esta mesma receita também serve para fazer aquelas maravilhosas casinhas de gengibre. Divirtamse!
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Conto de Natal
Benedita e o talento oculto Sebastião Lapa Naquela manhã, a professora chegara muito bem disposta à escola, e assim que entrou na sala, disse aos meninos que era dia de cantoria. No canto, junto ao armário onde se arrumavam os livros da pequena biblioteca, havia um piano que a professora trouxera de casa da sua avó, pois na sua própria casa, não havia espaço para mais um piano. A professora Irene, sentou-se e começou a tocar músicas conhecidas, que todos os meninos iam trauteando, à medida que as iam reconhecendo. De repente, parou de tocar, e perguntou se algum menino sabia tocar algum instrumento. Fez-se silêncio durante largos segundos. Até que irrompe uma voz, ainda um pouco tímida, exclamando quase num murmúrio: - “…eu sei professora!...”. A professora Irene apressou-se a chamar a pequena Benedita, que era realmente a criança mais franzina e pequena da classe. Sem hesitar um momento, a professora desafiou Benedita, a mostrar o seu talento, ali mesmo diante os seus colegas. Benedita começou por se tentar escusar, e foi arranjando, como pôde, os argumentos que lhe vinham à cabeça, até os esgotar todos, e ter de ceder à pressão de Irene. Sentou-se ao piano, e começou a tocar uma sonata de Mozart, enquanto a professora, pasmada a olhar para Benedita, ia acenando com a cabeça para cima e para baixo, como quem aplaude uma surpreendente interpretação. Nos seus lugares, os colegas, iam dizendo em surdina, uns aos outros, que ela tinha posto uma “pen drive” no piano, ou um cartão “SW”, e que aquela Música estava toda na memória. Quando a menina prodígio terminou, a professora começou a bater palmas exuberantemente, enquanto incitava os colegas a aplaudir com igual entusiasmo, ao mesmo tempo que ia lançando insistentes e volumosos “bravo, bravo, bravo!...”. A curiosidade da professora era maior do que uma
família de gatos. Assim que Benedita se preparava para sair do banco do piano, perguntou-lhe há quantos anos ela tinha começado a aprender a tocar piano. E se já estava boquiaberta por tanto talento prodigioso, depois da resposta da pequena pianista, ficou incrédula, repetindo vezes sem conta: - “…não, não, não é possível. Desculpa minha filha, mas não posso acreditar que tu nunca tenhas tido lições de piano… não Benedita, essa não. Olha minha filha, mentir é muito feio…”. Ao ouvir a professora, o rosto de Benedita começa a humedecer-se pelas lágrimas que lhe vão correndo cara abaixo, e num sufoco só, corre para o lugar, onde é acolhida com carinho e solidariedade, pela sua melhor amiga, a Margarida. Dando-se conta da sua precipitação e da consequência psicológica e emocional que teve na menina, a professora resolve antecipar o recreio, e pede a Benedita para ficar a conversar com ela. Depois de lhe pedir desculpa, tenta acalmá-la, e vai à procura de uma explicação lógica, para um fenómeno que, a ser verdade, não tinha lógica alguma. Mais calma, e conformada à ideia de estar diante um fenómeno, que transcendia a sua capacidade de entendimento, Irene, pergunta a Benedita, já num registo mais maternal e compreensivo, se a pequena pianista sabia tocar mais alguma obra. Ainda pouco refeita do choque provocado pela desconfiança de Irene, Benedita acenou com a cabeça, afirmativamente. Irene, disfarçava como podia, o agigantar do seu espanto, e não resistiu a pedir que se sentasse novamente ao piano, e tocasse mais algumas músicas. Benedita, ainda tentou evitar que a Professora Irene insistisse em tal desejo, mas ela não era pessoa de desistir, e não parou de lhe pedir que o fizesse. Embora muito a custo, Benedita, sem alternativa, muito vagarosamente dirigiu-se ao canto da sala, e lá se sentou ao piano. Enquanto soava por toda a escola, a bela Música de Bach, numa admirável interpretação ao piano, de al-
guns trechos do “Cravo bem temperado”. Entretanto, a sala começa a encher-se de novo, com os seus colegas de classe e outros professores, que sem fazer ruído, se iam sentando cuidadosamente nas carteiras. No final, ouviu-se em toda a escola, uma estrondosa ovação, e muitos bravos e assobios, em sinal do grande contentamento de todos. Benedita quase teve um baque, quando se virou de costas e se deu conta de que estava ali a escola em peso. Marília, a professora da outra classe que tinha aulas na sala ao lado, perguntou à Benedita se em casa tinha um piano de cauda. Ao que a pianista lhe respondeu timidamente, como era seu timbre, que não tinha piano. A professora Marília, preparava-se para dizer qualquer coisa que ia desacreditar a menina, e senão quando, de repente, deu um grito e saltou da carteira. E muito irritada, virou-se para a colega, exclamando aos berros: - “…caramba Irene, tens o pé muito pesado, parece chumbo mesmo. Não deste conta que me calcaste os joanetes…”. pub
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No fim do dia, quando a mãe da Benedita a foi buscar à escola, a professora fez-lhe sinal, para que depois ela lhe telefonasse, sem que a Benedita se apercebesse. À noite, já depois do jantar, quando a menina prodígio já dormia, a mãe ligou para a professora que a questionou sobre a aprendizagem do piano, deixando Maria, completamente sem palavras e muito preocupada. Depois dessa longa conversa, Maria fala com o marido, e logo ali resolvem que tinham de levar a menina ao médico, fosse ao pediatra ou mesmo a um psiquiatra, de tão alarmados e chocados que estavam, por tamanha revelação que os apanhara totalmente de surpresa. Ao fim de algumas consultas, por indicação do pediatra, consultaram um psicanalista especializado em crianças, que após algumas sessões, confirmou a sua teoria inicial, de que Benedita era um caso raro de talento sobredotado para a Música, bafejada pela sorte de ter um ouvido absoluto, perfeito e brilhante. A última opinião do Dr. Franklin, orientava os pais, para que matriculassem a menina no conservatório de Música, onde entraria sem nenhuma dificuldade, para lhe proporcionar altos estudos que viessem a torná-la numa grande pianista de concerto, com uma carreira internacional promissora e mais do que certa. O pediatra psicanalista, com a máxima serenidade, explicou a Maria e ao marido, que a sua filha tinha conseguido aprender a tocar piano sozinha, através de um site na internet, especializado nessa matéria, que disponibilizava os melhores métodos e séries de exercícios, aproveitando todas as oportunidades que tinha, para praticar e estudar as obras que ela própria escolhia. Ali mesmo, e face à explicação do Dr. Franklin, os
pais de Benedita começaram a juntar todas as peças do “puzzle”, e juntando todas as pontas desta história, começaram a compreender a predilecção da filha, por ir a lojas de instrumentos musicais, por preferir frequentar casas de familiares e amigos, onde havia piano, e principalmente, o seu invulgar interesse por concertos e recitais em que o piano era o instrumento solista. Maria referiu ainda que Benedita costumava fechar-se no quarto, entretida com um piano electrónico de brincar, que a avó materna lhe tinha oferecido no último natal. No dia seguinte, a professora Irene, enviou para casa, em envelope fechado, uma carta para os encarregados de educação. Quando o pai da Benedita abriu essa carta, ficou a saber, que a filha, na carta que escrevera ao pai natal, tinha pedido um piano de verdade. Uma prenda óbvia e natural, para quem era proprietária de um enorme dom artístico. Os pais da pequena pianista, agora mais tranquilos quanto á não existência de quaisquer problemas de saúde, ficaram contudo muito tristes por não poderem corresponder ao desejo da Benedita. Maria, na sua ternura maternal, procurava com todas as suas forças, encontrar uma solução para este desejo da sua menina, receando que ela se desapontasse e abandonasse esse estranho e inesperado talento para a Música. Um dia, sem querer, deixou cair umas dicas sobre essa angústia, e a ideia do piano para a Benedita, começou a fazer o seu caminho, pelo espírito de imensas pessoas da família, e mesmo de alguns amigos mais chegados. Na véspera de Natal, quando a família estava reunida, depois da ceia, o pai natal bate à porta…
Olham todos uns para os outros e perguntam em coro: - “Quem é?...”. Uma voz cheia, meiga e calorosa, pergunta se naquela família há uma menina chamada Benedita… Benedita corre para a porta, e sem hesitar, abre-a de rompante, dando de caras com um velhinho simpático, de barbas muito brancas e as maçãs do rosto rubras, que lhe pergunta: É este o presente que tu desejavas para este natal? E aponta para um piano vertical que estava ao seu lado. Sem caber em si de contentamento, aos saltos e cantarolando, pede ao pai natal que entre e que ponha o piano na sala de jantar. Assim que ficou colocado no lugar que a avó materna indicou, Benedita sentou-se e começou a tocar canções de natal, com uma mestria que impressionou toda a gente. No seio da família, enquanto cantavam e trauteavam as belas canções que Benedita tocava distintamente, todos olhavam uns para os outros, mas ninguém sabia quem tinha sido o benfeitor que abrira os cordões à bolsa, para presentear a pequena pianista prodígio. Uns apostavam nos avós maternos, outros nos padrinhos, alguns especulavam e lançavam nomes de milionários conhecidos, mas nunca ninguém soube verdadeiramente quem tinha oferecido aquele piano à Benedita. Esse mistério, permaneceu por desvendar, ao contrário do talento pianístico de Benedita, que se explicava pela sua personalidade vincada e determinada, mas muito discreta, que movida por uma força interior indómita, faziam dela, uma menina prodígio, que a professora Irene descobriu por acaso… pub
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Para jogar em família e com os amigos
Jogos divertidos para o Natal O Natal é um tempo em que se reune a família e os amigos, por isso jogar em grupo é algo divertido e estreita os laços. Divirta-se!
Jogo do Mikado Permite jogar em grupo e é bastante divertido e competitivo, excelente para todas as idades. O mikado é um bom exemplo de jogo para trabalhar a motricidade, a destreza manual e a concentração, melhor ainda se antes de o jogar o construir com o seu filho ou o seu educando. Como construir Mikado Para construir Mikado irá precisar de uma caixa de fósforos e de canetas de feltro.
Comece por aparar as duas extremidades de cada fósforo. De seguida, proceda à pintura de cada fósforo com as canetas de feltro: amarelo, azul e vermelho. A maior parte dos fósforos terá apenas duas faixas de cor (valem 1 ponto) e alguns terão três faixas de cor (valem dois pontos). Apenas um, o mais desejado, terá seis faixas e valerá três pontos. Deverá ser colocado bem no meio do monte dos fósforos antes de se começar a jogar. Pode também decorar a caixa e fósforos.
Co m o jogar : P a r a jogar segura-se o conjunto dos fósforos com uma só mão, tocando uma das extremidades em cima da mesa e larga-os totalmente. O primeiro jogador retira cuidadosamente um dos fósforos sem tocar nos outros. Quando toca passa a vez ao jogador seguinte. O jogo termina quando não existirem mais peças.
Jogo da Mímica
Horizontais - 1.PRESÉPIO 2.MARIA 4. ESTRELADEBELEM 7.BOLO REI 9. ÁRVORE DE NATAL 13. MISSADOGALO 14. SINOS DE NATAL 16. REISMAGOS 17. AZEVINHO 18. BELEM 19. OURO INCENSO MIRRA Verticais 1. PAI NATAL 3. ANJOS 5. BIBLIA 6. BONECO DE NEVE 8. GALO 10. VELAS 11. CARPINTEIRO 12. MANJEDOURA 15. JOSÉ
Cruzadas de Natal
Jogo da mímica é bastante divertido, pode ser educativo e é muito simples de preparar.Trará com certeza umas boas gargalhadas. Pode ser jogado a partir dos 4 anos e apenas necessita de pequenos cartões de papel ou cartolina e caneta ou lápis. Uma excelente actividade para um dia de chuva ( pode jogar dentro de portas) ou demasiado quente (por exemplo jogar à
sombra de uma árvore). Antes de iniciar o jogo propriamente dito, escreva, em pequenos cartões, as ações que deverão ser mimadas. Por exemplo, cortar, costurar, bater, coçar, lavar a cabeça, comer, beber, pentear-se, pintar, escrever, ler, correr, apagar, chamar, varrer, adormecer, tocar tambor, telefonar… escolha as palavras que preferir ou mais adequadas ao seu grupo etário. Como jogar Sente as crianças em círculo e uma a uma, a criança escolhe um cartão. Ao seu ouvido sussurre a respectiva
palavra. De seguida a criança mima a ação perante os colegas, que terão de adivinhar o que está a fazer. O primeiro que adivinhar, será o próximo a fazer a mímica. Motive a criança a fazer gestos diferentes, não apenas aqueles que já conhece.O propósito é brincar com o corpo, com o movimento, aprender a expressarse de forma diferente e divertida.
Horizontais 1.
Gruta onde nasceu o menino
2.
Mãe de jesus
4.
Gruta onde nasceu o menino
7.
Bolo típico do natal
9.
Símbolo de vida, paz, esperança e alegria
13.
Celebração natalina rezada à meia-noite
14.
Anunciam o nascimento do salvador
16.
Belchior, Baltazar e Gaspar
17.
Planta utilizada na época natalícia, com folhas espinhosas
18.
Cidade, local de nascimento de jesus
19.
As ofertas dos reis magos
Verticais 1.
S.Nicolau, defensor das crianças, pobres e marinheiros
3.
Aqueles que anunciam a chegada de Jesus
5.
Livro que contem a história da salvação
6.
Escultura de neve, símbolo do natal, hemisfério norte
8.
Animal que anuncia a chegada de jesus
10.
Representam a luz de jesus
11.
Profissão de S.José
12.
O" berço" de jesus
15.
"Pai" de jesus
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