Jornal de Informação Crítica
número 7 setembro-outubro 2014 trimestral / ano II 3000 exemplares pvp: 1€ www.jornalmapa.pt
Encontrar, contribuir e distribuir o Jornal MAPA // pág.18
salta montes percursos de resistência desnorte um documentário baldio entrevista: oficina arara caderno // saúde
Da dependência à autonomia
// Denúncia Os caminhos entre o médico e a farmácia pgs. 9 a 11 Parto na água suspenso em Setúbal pg.17
O jornal MAPA compila e publica um conjunto de artigos de diferentes naturezas, que convergem no objectivo de oferecer elementos para o pensamento e a reflexão sobre essa vasta questão que é a saúde. Denunciar as relações entre a indústria farmacêutica e as práticas clínicas é tão importante quanto analisar a industrialização da saúde. Da mesma forma, é importante difundir as redes de resistência e a partilha de conhecimentos que contribuem para a criação de alternativas ao actual sistema. Seja de que perspectiva for, não podemos ignorar que a saúde é uma questão que diz respeito a todos.
// Resistência Rede Federica Montseny pg.17 // Entrevista “A Saúde nas Nossas Mãos” pg.12
// Alternativas Haja saúde! pg.13
Latitudes:
A casa é de quem lá vive págs. 6 e 7
// Análise A industrialização da Saúde pgs. 14 a 16
retrovisor:
Portugal e a Guerra Civil espanhola págs. 19 a 21
A cidade de Torino ganhou, nos últimos anos, a fama de capital italiana dos desalojos devido ao aumento drástico do número de pessoas e famílias que foram despejadas de suas casas. Nos tribunais a razão mais comum é o atraso no pagamento das rendas. No entanto essa é apenas uma ponta visível da grave crise económica e social que, tal como no resto da Europa, atinge a habitação e as condi-
ções de vida nas cidades. Perante esta situação, a resposta dos torinenses tem sido visível através dos Centros Sociais Ocupados e do papel da Assembleia Anti-Despejos, que tem organizado a resistência aos despejos, juntamente com várias famílias. No passado mês de Junho a repressão do Estado Italiano fez-se sentir sobre esta luta e inúmeras pessoas ligadas ao movimento foram detidas.
notícias à escala:
O pó negro de Aljustrel págs. 4 e 5 Na vila Alentejana de Aljustrel a presença de um pó negro no ar, mais do que conversa de café, é uma evidência de que os impactos da histórica actividade mineira na economia e ambiente da região são uma questão
urgente. Este pó é composto por finas partículas de metais pesados e pode causar graves problemas de saúde. A indústria mineira, que voltou a Aljustrel em 2007 pela mão da empresa Almina do grupo Martifer, apro-
veita-se do facto de empregar 600 pessoas para contornar este impacto ambiental gravíssimo. Resta a certeza de que Aljustrel é dos concelhos de Portugal com maior incidência de cancro de pulmão.
O envolvimento directo de Salazar, e da ditadura de que foi o máximo expoente, no golpe militar de 17 de Julho de 1936 contra a IIª República espanhola tem sido minimizado pela historiografia oficial, alegadamente por falta de provas documentais. Contudo, uma análise dos factos conhecidos, refrescados pela divulgação recente das reuniões mantidas pelo ditador, no próprio dia do golpe, às 22:45, com Ricardo Espírito Santo, presidente do BES, o banco que desempenharia um papel fundamental no financiamento da sublevação fascista, e, no dia seguinte, 18 de Julho, com o chefe dos conspiradores, General Sanjurjo, exilado em Portugal, torna evidente esta implicação.