Sacher-Masoch pg.26 / Livro: Sem mestres nem chefes pg.29
Documentário: C.R.E.A. pg.31
Jornal de Informação Crítica
Dois anos a provocar suores nos gabinetes
ASSINA O
NÚMERO 9 ABRIL-JUNHO 2015 TRIMESTRAL / ANO III 3000 EXEMPLARES PVP: 1€ WWW.JORNALMAPA.PT
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HÁ JUSTIÇA PARA O RACISMO? A MANIFESTAÇÃO INSTITUCIONAL O DIREITO FICA À PORTA DAS PRISÕES O ESTADO NACIONAL-CATÓLICO SUBSISTE
descobre como em
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NOS MEANDROS DA JUSTIÇA O Estado de Direito democrático justifica a sua existência por ter aperfeiçoado um sistema a que chama “justo”, um conjunto de leis e normas que configuram a vida em sociedade. Ao longo do tempo esse sistema tem-se reformado e actualizado, adaptando o conjunto de estruturas e pessoas que velam pelo cumprimento dessa norma, de forma a garantir o seu poder e autoridade antes de garantir a liberdade de comunidades e indivíduos. Percorrer estes meandros da lei leva-nos a perceber que são incontáveis as contradições jurídicas das próprias instituições de direito, tal como são inumeráveis os casos em que estas atropelam a própria lei. O que acontece dentro dos tribunais revela a injustiça social da democracia e leva-nos a questionar a existência do próprio Estado, sobretudo quando fica assim demonstrado que ele é ilegítimo. Para que serve então o Estado de Direito? Torna-se difícil acreditar que o seu objectivo seja, como evidencia o artigo 1º da Constituição, a “construção de uma sociedade livre, justa e solidária”.
TO XO
FAÇA-SE JUSTIÇA NEM QUE CAIA O MUNDO
NOTÍCIAS À ESCALA
NOTÍCIAS À ESCALA
LATITUDES
pág.4
págs.5 e 6
págs.23 e 24
Demolições na Amadora
As demolições de casas nos bairros 6 de Maio e Santa Filomena, Concelho da Amadora, têm enfrentado uma séria resistência por parte dos habitantes dos bairro que, desde Janeiro 2015, se auto-organizaram em assembleias, comissões de moradores e piquetes de vigilância. Fruto da construção informal nos anos 70, os bairros são agora alvo da acção da Câmara Municipal da Amadora que, escudada no Programa Especial de Re-alojamento, teima em não ver que milhares de pessoas não se encontram contempladas no mesmo. A violência policial e o desrespeito total por parte da CMA têm marcado presença naquele que é apenas um dos muitos casos que têm tido lugar em Portugal.
O Porto e o Futuro
O projecto Future Cities, iniciativa de vários gigantes da informática em parceria com a Câmara Municipal e a Universidade do Porto, arrisca-se a redefinir a forma como as grandes corporações criam os seus produtos, geram os seus lucros astronómicos e concebem a organização das cidades. Testando os limites da privacidade em espaço urbano e desenvolvendo novas formas de monitorização generalizada através de aplicações para smartphone e diversos sensores estrategicamente colocados, o projecto visa colocar as comunidades ao serviço da aquisição de dados. Fica a questão sobre que uso tem a informação na mão das grandes empresas e paira sobre a invicta o olho do Grande Irmão.
As possibilidades além do Syriza
A coligação de esquerda radical Syriza foi eleita numa Grécia afundada por uma grave crise económica e social e as suas promessas sobre o fim da política de austeridade lançaram sobre os gregos e toda a Europa uma lufada de esperança. No entanto, para lá das negociações entre o ministro das finanças Varoufakis e o Eurogrupo, existem questões que prevalecem independentemente da cor dominante do parlamento. Antonis Vradis lança algumas delas e traça cenarios para o futuro da crise grega, questionando-se sobre se é suficiente esta vitória. Lança tambem a ideia da necessidade de uma mudança atraves da criação de economias e estruturas de solidariedade de base em vez da política convencional.