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BAGÉ, 6, 7 E 8 DE JUNHO DE 2020 - ANO XXVI Nº 6 529 | R$ 2,50
COVID-19
PELA INTERNET
Redes supermercadistas passaram a investir em novas ferramentas para vendas
Inserção de resultados de testes rápidos impulsionou a quantidade de diagnósticos
Aulas virtualizadas passaram a oportunizar a participação de palestrantes renomados
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Comércio on-line ganha espaço em Bagé
Região ultrapassa 100 casos confirmados
DIVULGAÇÃO
INOVAÇÃO
Atividades acadêmicas têm debates ampliados
JEFERSON VAINER
URCAMP
CURSO DE AGRONOMIA CELEBRA 50 ANOS MESCLANDO TRADIÇÃO E MODERNIDADE
Em uma época marcada pelo ensino a partir do uso de ferramentas focadas no uso dos meios digitais, o curso de Agronomia da Urcamp mescla uma tradição de cinco décadas, sendo referência para acadêmicos, e modernidade, a partir da utilização de tecnologias para manter as atividades em funcionamento. Nesta semana, por exemplo, circuito de palestras pelo Google Meet reuniu um público considerável, que acompanhou debates com nomes renomados no setor.
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Previsão do tempo
11ºC 15ºC
EMPREENDEDOR - Espaço Disparatty destaca variedades e tendências do outono-inverno Pág. 6
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Opinião
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BAGÉ, 6, 7 E 8 DE JUNHO DE 2020
Rodrigo Tavares
Fernando Risch
Ainda é céu
“A literatura existe porque a vida não basta”, disse o mestre Fernando Pessoa. O que seria da vida se não houvesse os momentos de fuga que nos permitem abstrair e, assim, amenizar a dureza da rotina e suas inúmeras obrigações que preenchem de vazio nossos dias? A poesia de Gabriela Silva é justamente uma porta que se abre, uma fresta entre as grades das gaiolas que prendem os pássaros de nosso peito, para que esses sentimentos voem livres, afinal ainda há céu, mesmo nesses dias obscuros em que vivemos. A autora é graduada em Letras, tem licenciatura plena em língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa pela FAPA (Faculdades Porto-Alegrenses) em 2003; Especialista em Leitura: Teoria e Prática pela FAPA em 2005; Mestre em Teoria da Literatura na PUCRS em 2009; Doutora em Teoria da Literatura com a tese Fabulae Moriendi: a ficcionalização da morte em quatro romances da literatura portuguesa contemporânea pela PUCRS, 2013. Gabriela participou da segunda edição do FestFroteira Literária e estaria de novo em Bagé para a terceira edição do evento, onde autografaria seu novo livro, que está pronto, porém aguardando a divulgação da nova data de lançamento, em razão da pandemia do Coronavírus. A autora lançou a obra “Ainda é céu” (2015), pela editora paulista Patuá, onde reúne poesias por vezes delicadas, mas em geral arrebatadoras. No escolha cirúrgica das palavras, dos ritmos e dos silêncios, a poesia de Gabriela Silva nos envolve em toda
sua força e seus inúmeros ressignificados. Um bom exemplo, é a força do poema Autopsia, como vemos: Abri meu corpo/para procurar/o que me incomodava / com a ponta da navalha/fiz um corte no peito/separei as costelas/ tateando o escuro/espaço interno de mim mesma/encontrei algo/ meu coração não pulsa/troveja/ senti ao tentar tocá-lo. Sobre sua poesia, a autora falou ao site “Como escrevo”: “Minhas ideias poéticas vêm das coisas que não posso dizer, tanto boas como más. Quando o nó tranca a minha garganta e a ideia fica permanentemente na minha mente, sei que preciso escrever, transformar aquele incômodo em poesia. É como se sufocasse até conseguir dizer. E as palavras me chamam a atenção, tenho um campo semântico que é peculiar na minha escrita poética, essas palavras me provocam, me fazem querer tê-las nos meus poemas. Isso me dá uma imensa vontade de escrever. E outra, dou ritmo aos meus poemas, enquanto ando, eles tem exatamente o ritmo do meu caminhar, pois eu gosto de pensar que eles tem algo de batimento cardíaco e devem estar associados à sístole e diástole. E gosto de um verso que me cause a epifania, um movimento em que eu mesma me emociono com o poema, dai eu penso: pronto, é isto, é esse o poema que vai ser escrito. Eu observo o mundo e a mim mesma, o ritmo do mundo sempre me deixou em estado de encantamento: andar, respirar, o movimento das cidades, da natureza, o pulsar de tudo em tudo”. Gabi: Bagé te espera assim que a pandemia passar. Escritor
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Glauber Pereira
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Facho
Eu já falei sobre isso, e não foi agora, há pou- em ovo, essas coisas. Tudo é uma grande coincicas semanas, foi em novembro passado. Eu fico dência. Tivemos também bandeiras neonazistas quieto, na minha, mas eles me obrigam a voltar no assunto. O assunto é o velho italiano, é claro, ucranianas em algumas manifestações em favor de certos presidentes, mas que, também, são citado na última semana por certos presidentes coincidências, e que, segundo alguns, por aí. O velho italiano, que jaz etertem um resignificado ou coisa assim. no e impávido de cabeça pra baixo, ...não veja Mais uma vez estamos vendo coisas eternizado em fotos felizes tiradas chifre em onde não há nada. Ah, eu já ia me abaixo de uma ponte. cabeça de esquecendo, teve uma marcha orPois o velho italiano, que ganizada por uma mulher que tem certos presidentes por aí citaram cavalo, pêlo uma cruz de ferro (aquela, dos naorgulhosos, é o italiano aquele, em ovo, essas zistas) tatuada no peito, em que os aquele, com nome de duque ou coisas. participantes caminharam com tochas algo assim, da boina preta, do cona mão. Eu sei o que você está pensando, turno lustroso, das amantes infinitas, parece muito a Ku Klux Klan, mas por acaso da careca plena e do amor vivo pela violência dos feixes, ou fasces, ou fachos, ou fascistas. Este você viu alguém vestido de Zé Gotinha? Não. Enera o velho italiano, que disse aquela frase sobre tão é apenas mais uma coincidência. Eu já falei sobre tudo isso, o caro leitor assíviver um dia de leão ou cem anos de cordeiro, ou algo deste tipo, frase a qual certos presidentes duo dirá com razão, mas há de se repetir toda vez que se faz necessário e toda vez que um acúmulo compartilharam recentemente. Falando nisso, há uma imensa gama de coin- de aparentes e inocentes ações com mensagens cidências. Beber leite é apenas beber leite, se você subliminares ou explícitas aparecem para evocar estiver apenas bebendo leite. Beber leite com ter- algo. Há quem não se importe e há quem se levanceiras intenções, inspiradas na Alt Right ameri- te contra esse tipo de conduta, colocando um belo cana, dos supremacistas brancos neonazistas, faz selo antifacho à testa. Quem gostar, que pule de com que o ato de beber leite perca suas proprieda- bungee jump com o velho italiano. Se tudo isso foi proposital, apenas para prodes inocentes de fornecedor de cálcio e o torna um vocar pessoas como eu a perder tempo escrevendo mensageiro do neonazi. Mas pulemos o leite e a frase do velho ita- um texto, isso não importa. O que importa é que liano. Pulemos também aquele vídeo daquele sau- quem se associa ao nazismo e fascismo, nazista e doso Secretário de Cultura plagiando Joseph Go- fascista é. Ou melhor dizendo (e me repetindo), ebbels ao som de Wagner. Ah, Wagner, sempre nas palavras de Leonel Brizola: “Se algo tem rabo ele, a assinatura do nazismo. Foram coincidências de jacaré, couro de jacaré, boca de jacaré, pé de também. Não se apegue a detalhes soltos, caro jacaré, olho de jacaré, corpo de jacaré e cabeça de leitor, não veja chifre em cabeça de cavalo, pêlo jacaré, como é que não é jacaré?”. Escritor
Cláudio Falcão
Charge Florêncio e as aulas virtuais
falcaobage58@gmail.com
Cidade
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Empresas se adaptam e descobrem novo nicho de mercado durante a pandemia REPRODUÇÃO JM
A facilidade das compras virtuais levam os produtos das prateleiras diretamente para os clientes sem que precisem sair de casa
Novos tempos exigem novas ações. Essa parece ter sido a máxima dos últimos três meses, em que os brasileiros têm lutado para se adaptar à uma realidade que parece ter saído diretamente do cinema. Em um momento em que grande parte da população mantém o isolamento social como forma de combater a propagação da covid-19, as empresas tiveram que se adequar à esta nova demanda, que transformou uma simples ida ao mercado em uma experiência virtual. As primeiras ações das autoridades, principalmente o isolamento, pegaram os empresários brasileiros de surpresa. A maioria ainda não estava adaptada a atender a demanda de milhares de clientes em isolamento social. Desta forma, rapidamente surgiram algumas
alternativas paliativas, que foram sendo refinadas e, hoje, já mostram que o próprio consumidor também se adaptou e mudou sua forma de fazer compras, talvez de maneira definitiva. A rede Supermercados Nicolini foi uma das primeiras da região a apresentar uma solução temporária para os clientes. Já nos primeiros dias de isolamento social, a empresa divulgou o telefone de uma das sete lojas da cidade, que estaria recebendo pedidos de compras via WhatsApp para entrega em domicílio. Contudo, a procura foi bem maior que o esperado e, logo em seguida, todas as lojas do Nicolini em Bagé foram inseridas no processo de compra virtual, através do aplicativo de mensagem. A mesma medida também foi implantada em lojas
da rede em outros municípios, como Dom Pedrito e Pelotas. “Começou de forma bem simplificada, com as pessoas mandando a lista pelo Whats, nós separamos os produtos e entregamos”, conta o diretor de relacionamento da rede, Selmo Dias. A aceitação às novas formas de compras fez com que a rede agilizasse um projeto antigo: o e-commerce ou supermercado virtual. A ferramenta possibilita a escolha dos produtos, inclusive com foto e descrição, através do site da empresa. Os produtos são divididos em setores, para facilitar o acesso, e mantém os mesmos preços e promoções das lojas físicas. “No site está disponível todo o mix de produtos da maior loja da rede em Bagé, que é a Monsenhor. E tem sido um sucesso!
A pessoa está em casa, descansada, tranquila e escolhe tudo que precisa pelo site”, resume. Os pedidos feitos até as 18h são entregues no mesmo dia e as compras acima de R$ 150 contam com entrega gratuita. Por enquanto, o e-commerce só está funcionando em Bagé. De qualquer forma, os pedidos através do WhatsApp seguem sendo recebidos. “Ainda atendemos pelo WhatsApp, mas a tendência é que as pessoas migrem para o e-commerce, que é mais fácil e prático”, explica. Outra grande rede de supermercados da região, o Peruzzo também teve de se adaptar ao mundo com coronavírus. E a aceitação das novas ferramentas de compra foi tamanha que já garantiu a continuidade dos serviços pós-pandemia. As informações repassadas pela gerência de marketing da empresa relembram que, logo no início do isolamento, a rede apresentou aos clientes uma central de televenda. Os pedidos eram recebi-
Bagé - RS Av. Sete de Setembro, 783 (53) 3241 1006 donjuanbage (53) 99172 1986
dos tanto por telefone quanto por WhatsApp, prezando pela qualidade no atendimento. Com a diminuição do fluxo de compras nas lojas físicas, consequentemente houve adesão das compras via central de vendas, principalmente entre clientes de grupos de risco para a covid-19. Com o passar do tempo, a nova ferramenta exigiu melhorias por parte do supermercado, a fim de atender a demanda crescente. Assim, foi criada uma equipe com gestão específica para as televendas. “Não é só receber o pedido do cliente. Temos todo um cuidado e atenção na separação do pedido, para que receba em segurança na casa em espaço curto de tempo”, destaca a gerente de marketing da rede, Gabriela Dias. Além disso, a rede prepara para o próximo mês a inauguração de uma central telefônica para agilizar ainda mais o serviço e fortalecer o setor de televendas. TIAGO ROLIM DE MOURA
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Cidade
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TIAGO ROLIM DE MOURA
OFERTAS VÁLIDAS ATÉ 09/06
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Números cresceram a partir da inserção dos testes rápidos Batata Palha
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Região ultrapassa 100 casos de covid-19
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Com a aplicação dos testes rápidos, o número de pacientes diagnosticados com covid-19 cresceu exponencialmente na região da Campanha. São 104 casos confirmados, levando em conta os dados oficiais de Bagé, Candiota, Dom Pedrito e Lavras do Sul. Vale ressaltar que todos os dados citados nesta reportagem foram atualizados até o fechamento desta edição. A fatia maior é proveniente de Bagé, com 73 casos confirmados. Recentemente, a Rainha da Fronteira contabilizava 35. Porém, o aumento expressivo se deve, em grande parte, devido à realização de testes rápidos paralelos, que foram inseridos nas
estatísticas oficiais. Em segundo lugar no número de casos, na região da Campanha, aparece Dom Pedrito, com 18. O aumento dos índices na Capital da Paz aumentou nas últimas três semanas, depois que um casal recebeu uma moradora da Serra Gaúcha. A partir de então, a Prefeitura intensificou o trabalho de testagens e de monitoramento. Quem também contribuiu, nas últimas duas semanas, para que os números da região fossem elevados foi Lavras do Sul. Há poucos dias, o município possuía somente dois casos. Em menos de uma semana, passou para 13 pacientes diagnosticados com
coronavírus. E a lista fecha com Candiota, que teve um caso confirmado ainda em abril. Em relação ao caso de Aceguá, que foi divulgado nesta semana, ele ainda não foi inserido nas estatísticas oficiais; portanto, não foi considerado, pela reportagem, nestes 105 da região. Conforme já veiculado pelo JM, trata-se de um funcionário da Secretaria de Saúde de Aceguá que foi diagnosticado por meio de teste rápido. O material foi encaminhado para exame de PCR, no Laboratório Central de Porto Alegre. Se for computado, a tendência é que o caso seja atribuído a Bagé, pois, o paciente reside na Rainha da Fronteira.
Aciba entrega 212 testes rápidos à Santa Casa
No início de abril, a Associação Comercial e Industrial de Bagé (Aciba) comprou 212 testes rápidos para serem doados à Santa Casa de Caridade. A entrega foi realizada na manhã desta sexta-feira, dia 5 de junho, pelo presidente da entidade, Pedro Ernesto Capiotti Obino, o vice Ricardo Souza e o presidente do Conselho Superior, Gilberto Alagia, ao provedor em exercício, Carlos Eduardo Santos, o administrador Raul Vallandro e à coordenadora de Projetos e Captação de Recursos, Maria Cristina Donazar Vieira. O ato contou com a presença do presidente da Unimed Região da Campanha, Michel Mansur Kaé, e do superintendente César Alfeu Iamim de Mello. Obino explica que essa foi a forma que a entidade encontrou para contribuir no combate à
TIAGO ROLIM DE MOURA
Doação foi repassada, sexta, à provedoria
pandemia e no controle da disseminação do vírus em Bagé. O investimento foi de aproximada-
mente R$ 21 mil, que possibilitou a compra dos testes importados e pagos em dólar.
Fogo Cruzado
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Sidimar Candiota perdeu mais de Rostan R$ 4,3 milhões em receitas Prefeituras da região devem entre março e abril receber recursos específicos @sidimarrostan
sidimar_frostan@hotmail.com
A Prefeitura de Candiota perdeu mais de R$ 2,1 milhões em receitas apenas em abril de 2020, no comparativo com 2019. Em dois meses, a arrecadação foi reduzida em mais de R$ 4,3 milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado. Para o prefeito Adriano Castro dos Santos, do PT, o cenário de retração, que está diretamente relacionado aos efeitos provocados pela estiagem e pela pandemia do coronavírus (Covid-19) na economia, pode não ser revertido até o final do ano. De acordo com balanços apresentados ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS), Candiota arrecadou pouco mais de R$ 6,1 milhões, em março de 2019, e R$ 8,2 milhões, em abril do ano passado. Em 2020, a Prefeitura registrou receita R$ 3,9 milhões, em março, e R$ 6,1 milhões, em abril. “A situação impacta totalmente nas ações de governo. Estávamos com várias obras em andamento, que agora estamos revendo”, revela o chefe do Executivo.
Apoio insuficiente Candiota deve receber R$ 1.248.573,85, através do Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, sancionado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, na semana passada. Com base na legislação, R$ 138.810,13
ARQUIVO JM
Queda de receita da prefeitura reflete cenário de pandemia e da estiagem
devem ser aplicados exclusivamente em ações de saúde e assistência social. O programa, criado compensar a redução de receitas municipais, apenas ameniza a situação da Prefeitura. O prefeito acredita que ‘mais gestão pública será necessária para fazer a máquina girar com a atual receita’. “O auxílio do governo federal não chega nem à metade do que tivemos de perda em um mês. De que forma esse R$ 1,2 milhão, que vem em quatro parcelas, de pouco mais de R$ 300 mil por mês, vai resolver o cenário caótico?” questiona. A recomposição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que vai compensar a retração da arrecadação, registrada com
a estagnação das atividades econômicas, também não representa uma solução. A medida, na prática, apenas equipara os valores do FPM de março, abril, maio e junho de 2020, às quantias recebidas no mesmo período de 2019. Na terceira etapa de transferências, Candiota recebe R$ 188.494,51.
Gestão financeira Santos explica que a Prefeitura trabalha em um cronograma de redução de gastos, para adequar as contas. O prefeito destaca, ainda, que o município já reduziu em aproximadamente R$ 2 milhões a despesa do mesmo período. O resultado foi alcançado com o que o petista qualifica como ‘trabalho de gestão financeira’.
Hamm destina emenda para o Hospital da Colônia Nova
O município de Aceguá recebeu duas emendas para área de saúde, indicadas pelo deputado federal Afonso Hamm, do Progressistas. O parlamentar esteve no Hospital da Colônia Nova, nesta semana, para fazer o ato da entrega dos ofícios comunicando o pagamento dos recursos. Para o Hospital, que atende pacientes de Aceguá, Hulha Negra, Candiota e também de Bagé, Hamm destinou o montante de R$ 100 mil, através do Fundo Estadual de Saúde, em recursos do Orçamento Geral da União de 2019, que serão utilizados para estruturação, custear despesas e também para ações de enfrentamento e prevenção à pandemia do coronavírus (Covid-19). Para Prefeitura de Aceguá, o deputado anunciou o pagamento de R$ 250 mil para o Fundo Municipal de Saúde, que também será utilizado para os trabalhos das unidades básicas de saúde e nas ações de combate à Co-
vid-19. “Estamos priorizado as emendas para saúde com objetivo de salvar vidas”, ressalta Hamm, ao relatar que somente para área de saúde em Aceguá já destinou, ao longo dos mandatos, R$ 750 mil, sendo que R$ 400 mil foi para o hospital. O diretor do Hospital, Jacob Ott, e o administrador, Leandro Boschmann, agradeceram o empenho do deputado. Ott adiantou que, neste período, a instituição está preparada para receber pacientes com suspeitas de coronavírus ou que esteja contaminado. No total, o hospital tem 42 leitos, sendo que 11 estão em uma ala separada específica para esses atendimentos e também tem uma barraca do Exército na entrada para fazer a triagem dos pacientes.
Ambulatório O presidente da comunidade de Colônia Nova, David Boschmann, destaca que o deputado
está sempre direcionando recursos para o hospital, o que contribui com muitas ações. Exemplo é que com esse novo montante será possível utilizar para os serviços essenciais e assim sobra verba para dar seguimento à obra do novo ambulatório, que será modernizado, com dois consultórios, sala de espera, espaço para ecografia e sala de recuperação. O prefeito de Aceguá, Gerhard Martens (doutor Geraldo), do PSDB, enfatizou que Hamm é um parlamentar identificado com a comunidade e que tem raízes, sendo o que mais ajuda o município, destinando ao longo dos mandatos R$ 2,6 milhões em emendas. A indicação dos recursos atende o pedido da comunidade, apoiadores e também das lideranças progressistas, como os vereadores Dalmiro Almeida e do vice-presidente da Coopersul, Danilo Pereira. E agora, com a chegada da vereadora Beatriz Priebe, que ingressou no partido.
para ações culturais
Aprovado pelo Senado, na quinta-feira, o projeto de lei que libera R$ 3 bilhões em auxílio financeiro a artistas e estabelecimentos culturais durante a pandemia do coronavírus (Covid-19) pode reverter pouco mais de R$ 1,3 milhão para seis prefeituras da região. Os recursos, pelo texto que aguarda sanção presidencial, devem ser aplicados em renda emergencial para os trabalhadores do setor, subsídios para manutenção de espaços culturais e instrumentos como editais, chamadas públicas e prêmios. Batizada de Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, em homenagem ao compositor e escritor morto pela Covid-19, a legislação foi proposta pela deputada Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro (para compensar o setor de cultura, que sofreu forte reflexo econômico por conta da pandemia), e aprovada pela Câmara dos Deputados, no final de maio, na forma do substitutivo da relatora, deputada Jandira Feghali, do PCdoB do Rio de Janeiro. Pelo texto que agora aguarda sanção, R$ 3 bilhões deverão ser repassados pelo governo federal aos demais entes em até 15 dias após a publicação da lei. Os valores serão aplicados por meio dos fundos de cultura. Metade do recurso (R$ 1,5 bilhão) será transferido para os estados e o Distrito Federal, distribuído de acordo com a população (80%) e os índices de rateio do Fundo de Participação dos Estados (20%). A outra metade ficará com os municípios. A partilha seguirá regra semelhante. As cidades terão prazo máximo de 60 dias após o recebimento para destinar os recursos. Caso isso não ocorra, os valores serão automaticamente revertidos ao Fundo de Cultura do Estado.
JORNAL MINUANO
Pela redação que seguiu para a avaliação do presidente Jair Bolsonaro, de acordo com projeção da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Bagé deve receber R$ 825.293,27, Dom Pedrito R$ 290.343,53, Candiota R$ 78.304,16, Lavras do Sul R$ 66.291,91, Hulha Negra R$ 62.272,60, e Aceguá R$ 51.567,77. Os valores representam projeções com base nas regras aprovadas por deputados e senadores. As regras de distribuição ainda podem mudar, pois Bolsonaro tem o poder de vetar integral ou parcialmente o texto, o que permitira modificações na redação já aprovada. A Secretaria Estadual da Cultura informou que, no Rio Grande do Sul, os recursos correspondentes ao Estado podem atender 27 circos que se encontram em situação de extrema necessidade, bem como centenas de espaços comunitários, museus, teatros, escolas de música e dança, cineclubes e 1.731 CTG’s.
Renda para trabalhadores O dinheiro pode ser aplicado como renda para trabalhadores da Cultura, subsídio para manutenção de espaços culturais, fomento a projetos e também como linhas de crédito. A renda, de acordo com informações da Agência Senado, deve ser disponibilizada na forma de auxílio mensal de R$ 600, pagos em três parcelas. Para receber o auxílio, os trabalhadores devem comprovar atuação no setor cultural nos últimos dois anos, cumprir critérios de renda familiar máxima, não ter vínculo formal de emprego e não receber o auxílio emergencial federal. O auxílio não será concedido a quem receber benefícios previdenciário ou assistenciais.
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Empreendedor
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TIAGO ROLIM DE MOURA
Sebrae
A recém-lançada campanha “MEI. Reinvente. Repense. Recrie” já traz frutos de sucesso, com casos de microempreendedores que transformaram a forma de gerar renda usando informações disponibilizadas pelo Sebrae. A página lançada com conteúdo específico para os MEI acumula 250 mil acessos em todo o país, desde seu lançamento, no dia 18 de maio. Os microempreendedores individuais podem conferir diversos cursos on-line gratuitos, lives, palestras, oficinas, consultorias especializadas, divulgação de cases de sucesso na crise, textos, cartilhas e e-books com dicas de temas voltados para mercado, finanças e legislação, crédito, marketing e vendas e materiais para segmentos específicos. Por meio do portal é possível receber notificações sobre novidades por meio do WhatsApp e acessar os principais canais de contato do Sebrae em cada estado para tirar dúvidas, receber orientações e realizar consultorias especializadas. Diversos paranaenses têm aproveitado a campanha do MEI para se capacitar e profissionalizar o negócio ou até mesmo para mudar completamente a sua área de atuação e atender a uma nova oportunidade no mercado.
Aniversariantes
6 de junho Loja destaca variedade itens de outono-inverno e as tendências da estação
Seleção de peças especiais para o Dia dos Namorados no Espaço Disparatty A promoção de Dia dos Namorados da Espaço Disparatty está só amor. Com uma seleção especial de ofertas, a loja garante peças para montar o look inteiro, da cabeça aos pés, com um estilo descolado e confortável. Andrea Amaral, proprietária da loja, conta que uma das novidades da estação é a chegada da peça coringa de qualquer look casual: tênis com modelos super estilosos, com numeração do 34 ao 39, por R$ 169. “O valor pode
ser parcelado nos cartões. Nas compras à vista, tem 10% de desconto”, conta a empresária. Também novidade da loja são os moletons cropped, tendência da estação, com valor de R$ 79. Outra peça cheia de estilo para o inverno são as calças cirrê, em cores variadas, por R$ 49,99. Com valores promocionais também são destaque os vestidos em malha canelada com manga princesa (P ao GG) por R$ 99, shortinhos e saias em couro fake por R$
59 e blusas de suede por R$ 29,99. A Espaço Disparatty está localizada na Avenida Monsenhor Costábile Hipólito, nº 36, em frente ao Coreto, e funciona de segunda-feira a sábado, das 9h às 12h e das 14h às 18h. O atendimento pode ser feito, ainda, através do WhatsApp (53) 981231765, com tele-entrega. Para conferir as novidades, basta seguir o perfil da loja nas redes sociais: Instagram @disparatty e Facebook Loja Disparatty.
Aline Alves Portela Antônio Bauer Salvaterra Arlindo Shneider Artur Roberto Brasil Alves Bárbara Patrícia Gonçalves Ribal de Sá Carim Roberto Gantes Cláudia Duarte Farias Elder Lara Dias Eliane Veja Eder Bernardi Francisco de Assis Languer João Batista Saldanha dos Santos Maria de Lourdes Miguel Masson Michele dos Santos Trindade Michele Trindade Rodrigues Natielli Macedo da Silva Nelcy Maria Aristimunha Neli Eliza Gasso Bica Neusa Maria Giorgis Norma Willrich Rodrigues
7 de junho
Aldenir Alves Cebaje Angela Maria Azambuja Rodrigues Camila Souza Ritta Gladis Nogueira Gonçalves Gledi Maria de Oliveira Barros Ingrid Dutra Machado José Barcellos Juliano Franco Leal
Osvandil Paiva Pires Patrícia Alves Rodrigues Rui Campos Garcia Feijó Samantha Cardozo Esteves Sidnei Barcelos Dias Tânia Mara Moraes Picasso Ulisses Valentim Valdo Lúcio Barbieri Valter Pantaleão Martins Victor Hugo Severo Vidalvina Lacerda Zeferino Nunes
Jaqueline Muza, jornalista do Jornal MINUANO
Lisete Dagmar Porto da Silva Luiz Antônio Porto Martins Manuella Vaz Ribeiro Berny Marcella Nunes Vaz Tavares Maria Laura Vianna Marlene Basoaldo Cabreira Sidnei Bracelos Tiéli de Castro Moura
8 de junho Amanda Resende de Souza Ana Caroline Silva de Jesus Cléo Valério Eliezer Azambuja Marques Elisa Rodrigues Herta Schneider Ilza Juliana Souza da Silveira Gonçalves Iracema Freitas Paz Janir Medeiros Machado Joares Barres
Jonas Leite Spuldar Juliana Maciel Abdel Leandro Fonseca Maria do Horto Jardim Karam Marlene Goulart do Amaral Marta Schineider Miguel Braga Abott Pedro Henrique Lemos Santos Rosa Elaine dos Santos Barão Dias Victor José Delabary Lopes
Cidade
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BAGÉ, 6, 7 E 8 DE JUNHO DE 2020
Demanda por energia a carvão tem redução de mais de 12% DIVULGAÇÃO
Setor não mantém expectativa pela realização de leilão de energia em 2020
Setor não mantém expectativa pela realização de leilão em 2020
A expansão das usinas a carvão no Brasil está parada devido à pandemia do coronavírus. A demanda para o setor teve queda de mais de 12% e, conforme o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, com isso, não deve haver leilão de energia este ano. Segundo Zancan, desde o ano passado, o Governo Federal trabalha na montagem de um programa nacional para o desenvolvimento do carvão. A meta do governo, conforme ele, é atrair investidores internacionais. Na região, dois projetos buscam investimentos. A Ouro Negro (600MW), da Ouro Negro Energia, e Pampa Sul 2 (340 MW), da Engie, foram habilitadas para o último certame, em outubro de 2019, mas não venderam energia. “Até agosto, devemos ter alguma novidade sobre o programa. O documento deve mostrar que o país quer desenvolver o setor das termelétricas”, disse. O presidente da ABCM informou que houve um retrocesso no setor devido à pandemia e ressalta que a situação deve permanecer com dificuldades por cerca de dois anos. Ele destaca que o Brasil vive a situação de estiagem e, com isso, as usinas já existentes não deixaram de operar, mas não há demanda para a implantação de novos projetos. “Em março, os estoques de carvão estavam baixos e, com o esforço das mineradoras, o setor conseguiu operar normalmente”, argumenta.
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Rede hoteleira depende da economia para se reerguer
DIVULGAÇÃO
Hotéis estão com apenas 5% de ocupação
O setor hoteleiro em Bagé ainda passa por dificuldades devido ao baixo movimento ocasionado pela pandemia. Os hotéis retomaram às atividades há cerca de um mês, mas a procura não foi restituída de forma integral. A estimativa do setor é que somente em 18 meses possa haver um equilíbrio nas hospedagens. O segmento chegou a registrar uma queda de até 100%, em alguns casos, na cidade. Os estabelecimentos integraram o decreto de calamidade, editado no dia 19 de março. Conforme a proprietária de uma das redes, Vórgia Obino, em Bagé, após a abertura dos estabelecimentos, juntamente com o comércio, a ocupação não ultra-
passou 5% dos quartos. Ela ressalta que, em outras unidades da empresa, como em Santa Maria, São Gabriel e São Borja, os hotéis não foram fechados. A empresária avalia que a retomada depende da economia do país e que o turismo será diferente daqui para frente. “As pessoas vão preferir viagens rápidas e em veículo próprio” estima. Segundo Vórgia, em sua rede de hotéis, foram adotados todos os cuidados, com medidas de proteção para hóspedes e colaboradores que foram aprovadas pela Vigilância Sanitária. “Por enquanto, não tem diferença. Estamos com vários colaboradores afastados, fazendo rodízio até que a economia se recupere”, comenta.
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Após cadastro de alunos e professores, rede estadual prevê letramento digital a partir do dia 15
Conforto, Segurança e Economia
Bagé Livramento
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A implantação das Aulas Remotas, o modelo híbrido de ensino adotado pela Secretaria de Educação do Estado durante a pandemia, já começou. Neste primeiro momento, professores e estudantes da rede estadual, separadamente, são orientados e capacitados para trabalhar nas plataformas disponíveis. A coordenadora Regional de Educação, Miriele Barbosa, explica que, durante a primeira quinzena de junho, os professores estão sendo cadastrados e orientados sobre a utilização do Google Classroom. Na próxima semana, inicia o cadastramento dos alunos na plataforma. “A escola, com suas ferramentas de comunicação, vai orientar os alunos para fazer o cadastro”. A ação deve garantir a criação de mais de 37 mil turmas espelhadas e mais de 300 mil ambientes virtuais divididos por componentes curriculares. Por meio da plataforma Google Classroom, serão criadas todas as tur-
mas por escola e disciplina com todos os alunos e professores alocados automaticamente. O espaço virtual ainda contará com recreio, sala dos professores, serviço de orientação educacional (SOE), coordenação pedagógica e salas exclusivas para capacitação dos educadores. A segunda etapa será o Letramento Digital, com previsão de início em 15 de junho, em que os professores e alunos, já com acesso à plataforma, serão avaliados conforme a performance e compreensão do ambiente virtual. A partir do resultado dessa avaliação, será possível reforçar aspectos que não estejam claros aos estudantes, para que, em seguida, possam iniciar as lições. “Isso não quer dizer que vamos trabalhar só por ali. O mês de junho vai ser de adaptação e migração de sistema, então ainda vamos entregar material de outras formas, como pelo WhatsApp, Facebook ou físico”, relata. As aulas já migradas totalmente para o novo sistema ini-
ciam no dia 29 de junho. A Coordenadoria estima que entre junho e julho tenha liberado o acesso aos dados móveis para os estudantes cadastrados que não possuem conexão. “Estamos ainda em período de liberação de internet para os alunos. Por enquanto, estamos apenas em fase de migração de sistema”, resume. Para aqueles que não têm aparelho celular, as escolas funcionarão em regime de plantão com agendamento, respeitando todos os protocolos de saúde, para que possam utilizar a estrutura da instituição. Nos casos de alunos que não tenham nenhuma possibilidade de acesso digital, as coordenadorias e as escolas farão a entrega de conteúdo físico para os estudantes. “Não significa que o modelo híbrido seja só pela plataforma. Vamos ter alunos do interior, da zona rural, que não tem acesso a internet, o sinal não chega lá. Vamos levar uma vez por semana o material para estes estudantes”.
Estradas rurais recebem manutenção A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) intensificou, nesta semana, os trabalhos de manutenção em diversas estradas do interior de Bagé. Segundo balanço, divulgado na sexta-feira, foi realizado serviço de limpeza e colocação de bueiros na região do Joca Tavares; patrolamento das estradas do Quebrachinho, Passo do Peres e Serrilhada, entre outros locais. A equipe, também conforme relatado, efetuou a limpeza do açude em Joca Tavares e colocação de carga de cascalho em pontos críticos. Para os trabalhos de recuperação e manutenção, foram utilizados caminhões, patrolas, retroescavadeiras e rolo compactador. “Já é possível visualizar resultados do trabalho desempenhado nesse período à
REPRODUÇÃO JM
Balanço de ações foi divulgado na sexta-feira
frente da pasta. Nosso compromisso é atuar com responsabilidade e fazer avançar a produtivi-
dade dos agricultores em nosso município”, disse a titular da SDR, Sílvia Tavares.
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Agronomia da Urcamp: 50 anos ligados ao desenvolvimento da Campanha Gaúcha Por Yuri Cougo Dias
Meio século ligado diretamente às demandas da região é a principal marca que sustenta o trabalho do curso de Agronomia da Urcamp. As atividades desenvolvidas dentro do ambiente acadêmico são tratadas como referência no sentido de formar profissionais garimpados, para o segmento do agro, e de atender à produção rural, que pauta significativamente à economia da região da Campanha. Em 2020, mais especificamente em dezembro, a graduação completa 50 anos. E mesmo com todas as restrições impostas pela pandemia, as comemorações não foram interrompidas; apenas se adaptaram ao modelo atual, de virtualização das aulas. Então, o trabalho segue a pleno vapor.
Alcance de público nacional
Entre terça e quinta-feira, houve o I Circuito Agronomia Urcamp 50 anos. Nos três dias, foram realizados encontros com profissionais renomados, tudo mediante plataforma Google Meet. No primeiro dia, o evento contou com a palestra “A conservação do solo: mitos e verdades”, ministrada pelo Dr. Edemar Streck (Engenheiro Agrônomo da Emater) e com o convidado Vinicius Ottoni (produtor rural e Técnico Agropecuário). No segundo, a abordagem foi sobre “Gestão ou Tecnologia – onde investir?”, com o Mestre Vinícius Paiva (Consultor Empresarial) e o Dr. Danilo Sant’anna (Pesquisador da Embrapa CPPsul ). E no terceiro e último dia, “Nichos mercadológicos para arroz irrigado”, com o Dr. Elbio Treicha Cardoso, da Embrapa Clima Temperado. A atividade também contou com a transmissão da WebTV Cajui. Segundo a coordenadora de Agronomia, Elianinha Silveira, o evento já estava no planejamento desde o ano passado. Com a chegada da covid-19, adaptou o modelo para o sistema virtual. “Seguimos com o evento para mostrar o potencial do nosso curso e de que é possível fazer um evento de grande alcance, ainda que de maneira remota. Esse foi o nosso principal desafio, manter as comemorações dentro de um novo formato, em que todos possam assistir de vários locais, com presença de muitos produtores e alunos principalmente. Isso permite convidar palestrantes e profissionais nacionais e internacionais. Tivemos participantes de Rondônia, Minas Gerais, Santa Catarina e Uruguai. É um modelo que veio para ficar, isso está bem claro. Estamos organizando o segundo circuito de palestras para o início de julho”, adianta.
DIVULGAÇÃO
JEFERSON VAINER/ESPECIAL JM
Curso conta com mais de 200 alunos
Graduação aderiu ao sistema virtual para ciclo de palestras
Integração com a comunidade Estar comprometido com o desenvolvimento regional é a ideia que serve como base para elaboração dos trabalhos práticos com o alunos. Conforme Elianinha, para que muitas situações sejam viabilizadas, há a necessidade de parcerias com o setor privado. Nesse sentido, a Agronomia possui várias parcerias. “Trabalhamos muito na Fazenda Escola, com a empresa C.Valle e Biotrigo Genetics, também estamos atuando na área de forrageiras com a Sempre Sementes, do Paraná, para nossa Área Experimental. O curso não parou nunca; o agro não para. Apenas tomamos cuidado com as medidas de segurança. Até
semana passada, fizemos atividades de apicultura com os alunos, por meio de rodízio para colher o mel, que é uma produção acadêmica. Também estamos em contato com a Embrapa Pecuária Sul, uma grande parceria, e alinhando com a Embrapa Clima Temperado de Pelotas”, ressalta. Atualmente, a Agronomia conta com mais de 200 alunos. Na visão da coordenadora, um dos diferenciais do curso é o novo modelo de ensino da Urcamp. O método consiste em proporcionar com que os estudantes resolvam demandas reais da comunidade, através dos projetos integradores. No caso da Agronomia,
Corpo docente formado na própria Instituição
Outro argumento exposto por Elianinha é a experiência de estar ligado com a produção local. De acordo com a Coordenadora, 90% do atual Corpo Docente da Agronomia é formado na Urcamp. “Temos o laboratório mais antigo de Análises de Sementes e de Análise de Solos. Agora reiniciamos as atividades do Laboratório de Biotecnologia Vegetal, com produção de mudas matrizes de morangueiro por cultivo in vitro, em breve
Um breve histórico
Professor mais antigo do curso e que já atuou durante 14 anos na coordenação, Derli Siqueira conta que o estudo da Agronomia, em Bagé, teve início em dezembro de 1970, ainda na Faculdades Unidades de Bagé (FunBa), como uma extensão da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A demanda evoluiu e, em 1980, houve a implementação completa e o reconhecimento da faculdade pelo então Ministério de Educação e Cultura. De acordo com Siqueira, a ideia de criação de um curso na área das Ciências Agrárias levou à elaboração de um convênio entre FAT-FunBA e a UFSM. “Assim, iniciou o funcionamento dos cursos de Agronomia, por três semestres, e Medicina Veterinária, por quatro semestres, garantindo-se vagas para os alunos concluírem os cursos em Santa Maria. Os alunos cursavam os primeiros semestre no Prédio Central da FunBa, concluindo os seus últimos semestre junto ao Campus da UFSM (Camobi) em Santa Maria”, conta.
uma das ações mais recentes diz respeito ao atendimento de produtores rurais de Hulha Negra, para uma melhor produção de moranguinhos. Isso por meio do Instituto Biotecnológico de Reprodução Vegetal (Intec) da Urcamp. “Estamos iniciando a produção através de cultivo em vitro. Também através do projeto integrador demandas de escolas municipais na área de solos e botânica. Formamos profissionais éticos, capazes de estarem na linha de frente. Nossos alunos realizam estágios na Urcamp, em diferentes áreas, saindo pronto para o mercado de trabalho”, argumenta.
mudas de plantas ornamentais e frutíferas. Em relação à novos projetos, teremos, no Intec, uma sala de reuniões em que receberemos os produtores para ajudarmos em suas demandas. Além de formar campeões do agro nosso objetivo é ajudar a aumentar a produtividade da região e buscar a diversificação das propriedades rurais”, pontua. Por todos esses motivos que Elianinha atesta à relevância desses 50 anos da
Agronomia para a comunidade local. “É o setor mais importante. Nesse período da pandemia, o agro nunca parou; nem tem condições de parar. Todo alimento passa pela mão do Agrônomo até chegar na prateleira. Me sinto uma coordenadora realizada, com um grupo de professores alinhados com o trabalho em equipe. Estou no meu segundo mandato e pretendo, sim, seguir na Coordenação”, completa.
O amparo legal para o início dos cursos, em Bagé, foi dado pelo Ato de Autorização – Parecer n° 611/69, de 7 de agosto de 1969. Os dois cursos funcionaram, inicialmente no Campus Central da FunBa. Este convênio se prolongou até 1977, quando a FAT adquiriu, junto ao Governo do Estado, uma área rural de aproximadamente 400 hectares, onde funcionava a Escola Agrícola Assis Brasil e que futuramente passaria a ser designado como Campus Rural. A partir deste momento, a então FunBa passou a oferecer os cursos de Agronomia e Medicina Veterinária em Bagé, de forma integral. Atualmente, o curso de Agronomia conta com uma estrutura funcional, laboratorial, zootécnica e agrícola, existentes no Campus Rural, para a realização de suas atividades acadêmicas, de pesquisa e de extensão. Também, usufrui da estrutura pessoal e material do Intec, que dá suporte para a pesquisa e a análise de trabalhos nos segmentos relacionados à re-
produção vegetal, e o Laboratório de Microvinificação, sendo o primeiro laboratório do ramo instalado na Campanha e Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, cujo objetivo é avaliar o potencial vinífero das uvas produzidas nestas regiões. “A identidade do Curso de Agronomia oferecido pela Urcamp é resultante da sua localização regional e do meio rural; da interação de seu elemento humano (docentes e discentes, profissionais experientes, graduados e pós-graduados); dos setores de produção regionais; de sua infraestrutura; das atividades de pesquisa e extensão desenvolvidas; da integração com a comunidade e pela busca contínua do aperfeiçoamento e da adequação curricular às necessidades regionais. Desta maneira, o curso de Agronomia desempenha seu papel no ensino, integrando esforços e reunindo condições para a formação de profissionais responsáveis pelo setor produtivo, críticos no contexto social e econômico, conscientes de sua responsabilidade comunitária”, finaliza.
- As relações de trabalho, hoje, mais do que nunca, foram alteradas, com várias flexibilizações incluindo a redução salarial, suspensão de contratos. Isso pode gerar maior demanda na Justiça do Trabalho? Sim, dada a situação de precariedade das relações de trabalho que já se verificava antes da pandemia do novo coronavírus e o agravamento sobremaneira com desemprego em massa, desde março de 2020, conforme divulgado pelos órgãos que controlam essas estatísticas; a instabilidade econômica, a insegurança mundial nas relações do comércio, tudo isso faz crer que haverá uma demanda extraordinária no ajuizamento de processos como um todo. A justiça do trabalho tem o primordial papel da conciliação, e nesse cenário de pandemia, assume novamente essa tarefa com maior vigor. - Devido à pandemia, a Justiça do Trabalho tem sido demandada para lidar com questões que envolvem imbróglios entre saúde pública, crise econômica e trabalho. Muitas são as decisões proferidas sobre o tema, como está a situação em Bagé? No início do período do distanciamento social, pessoalmente fui demandada em plantão judiciário para decidir em processo que envolvia a saúde dos trabalhadores nos frigoríficos da região. Em 24 horas, convoquei audiência para tratar dessas questões, com auxilio dos servidores em trabalho remoto, organizamos a primeira audiência por videoconferência. Com os desafios de aprender os procedimentos técnicos necessários, garantimos que todos estivessem em suas residências/escritórios pelo computador e até pelo celular e assim, conseguiram participar da audiência para tentativa de conciliação. Foi a única situação que foi demandada sobre saúde do trabalhador na Comarca de Bagé, até a presente data. Dada a noticia recente que em outro município do estado trabalhadores na atividade frigorífica foram contaminados com o coronavírus, tenho o sentimento de dever cumprido, já que não verificamos aquela triste realidade. Se a Justiça do Trabalho não fosse tão ágil, talvez tivéssemos outra perspectiva em Bagé, em relação do número de casos confirmados do coronavírus. - No atual momento estão sendo regulamentada a realização de audiências por videoconferência durante o período de trabalho remoto, instituído em razão da pandemia de Covid-19. Em que casos acontecem, e como estão ocorrendo? As audiências por videoconferência foram previstas pelo Conselho Nacional de Justiça. Na atualidade, quando verificada a viabilidade, elas são realizadas. Inclusive, perícias técnicas são possíveis por esse formato, em algumas situações. As videoconferências estão sujeitas a vários contratempos, principalmente pela instabilidade da internet. É necessário avaliar caso a caso, quais seriam os processos hábeis a videoconferência. No RS, os juízes têm realizado a primeira audiência do processo por videoconferência, para tentativa de conciliação. Em Bagé, optamos por notificar as parte para se defender no processo sem audiência, oportunizando que façam proposta por escrito de conciliação, depois fazemos a verificação da utilidade da audiência por videoconferência. - A situação que enfrentamos hoje inusitada, desafiadora e requer cautela. Como a justiça está trabalhando? As sentenças dos processos são proferidas em home office em qualquer horário, já que não temos agenda presencial no Foro. Assim temos mais tempo para essa tarefa. Às vezes, o trabalho como Juíza remota se encerra perto da meia-noite, inicia às 7h, também trabalho sábado, domingo e feriado como rotina. Não é o ideal, nem do juiz, nem de ninguém, mas à medida que o tempo está passando nesta pandemia, conseguimos nos organizar da melhor forma. Verifico a dificuldade de todos os servidores de lidar com o mesmo desafio, sem a estrutura da Justiça, sem uma prévia organização, já que nós todos fomos para as nossas residências de forma compulsória. Tentamos prestar o melhor serviço público possível, lidando com as angústias pessoais e profissionais decorrentes desta pandemia.
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Marcele A 15 anos co
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Vivi Becker viviminuano@hotmail.com
Antoniazzi completa omo Juíza do Trabalho Desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o Judiciário não parou, está trabalhando de forma remota para garantir a prestação jurisdicional à população. Já são dezenas de decisões de magistrados e magistradas de todo o País, envolvendo as consequências do atual momento que vivemos. O bate-papo informal da coluna social de hoje é com a juíza Marcele Cruz Lanot Antoniazzi, titular da 1ª Vara do Trabalho e diretora do Foro Trabalhista local.
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Como esse espaço da coluna social trata de assuntos variados, nesse momento em especial, além de trazer variedades, precisamos também informar. Mas queremos tratar temas de importância de forma leve. A partir de agora, aproveitamos para falar sobre particularidades de nossa entrevistada que é mãe da Tarsila e da Catarina e esposa do Luciano Antoniazzi com quem é casada há 12 anos. Marcele é natural de Ijuí, atua em Bagé como juíza desde agosto de 2005. Vamos conhecer um pouco mais desta mulher que aprecia a cultura gaúcha, valoriza a produção local e costuma incentivar suas filhas a desenvolverem habilidades artísticas. - Impactos do distanciamento social, divisão dos afazeres domésticos, a atenção à família e a importância do sistema de justiça trabalhista no momento de pandemia, como está se reorganizando a mãe/esposa/profissional Marcele neste momento que jamais imaginamos viver? O primeiro impacto que verifiquei na minha vida foi a necessidade de adequar a casa para servir de posto de trabalho, organizar os servidores para trabalhar remotamente, tanto no que diz respeito aos equipamentos, quanto aos grupos de trabalho no WhatsApp para trabalhar em conjunto em todas as situações. Neste mesmo momento, também precisamos decidir sobre a paralisação das obras no Foro Trabalhista. Junto com a demanda de trabalho a ser cumprida em domicilio, tive a demanda pessoal das filhas de seis anos (em processo de alfabetização) e de oito anos. E ainda a demanda doméstica, onde preparo o jantar da semana, e as refeições domingos e feriados, faço as compras da casa, organizo o local onde as crianças estudam e auxilio a secretária da casa, desta forma não sobra tempo para nenhuma vaidade. Que filme você assistiu ultimamente? O filme O Milagre da Cela 7 e o seriado As crianças estão bem. Se você não fosse juiz do Trabalho com o que você gostaria de trabalhar? Gostaria de ser Defensora Pública. Admiro esse profissional do Direito e me identifico porque gosto de ajudar as pessoas a resolverem seus problemas, nas mais variadas esferas. O que te faz ser grata pela sua vida? A oportunidade que Deus me deu de ter duas filhas maravilhosas que me trazem aprendizado diário: serenidade, resiliência e empatia. Também sou grata pelo fato de trabalhar com a Justiça, que é um conceito tão difícil que nos traz desafios diários. Quais são as pequenas coisas que fazem o seu dia ser bom? Concluir meu trabalho e ver a alegria das minhas filhas brincando, crescendo e aprendendo coisas simples, como falar a verdade, plantar um tempero, apreciar o sabor de uma fruta, valorizar a amizade e a fraternidade com as pessoas que necessitam. Qual habilidade você gostaria de dominar? Tocar um instrumento musical Quais as suas regras pessoais que nunca quebra? É a disciplina pessoal
"Acredito que a pessoa deve estar aberta para o desenvolvimento integral, não apenas numa área afim"
Saudades de quem, ultimamente? Saudades dos meus pais e irmãos. Todos moram longe daqui, inclusive o mais novo, que estudou na Unipampa, em Bagé, e que hoje está em Manaus. O mundo estava precisando mais de empatia e menos de egoísmo. Mas não acredito que, após o final do distanciamento, as pessoas, como um todo, vão seguir sendo mais fraternas umas com as outras. Penso que serão menos consumistas. Sentimento para o momento? No dia 1º de junho, completei 15 anos como Juíza do Trabalho. Em agosto, totalizo 15 anos trabalhando quase que exclusivamente na Comarca de Bagé. Em 1º julho, completarei 26 anos dedicados à Justiça do Trabalho. Vejo que, como Juíza, terei muito a contribuir para a pacificação das lides trabalhistas decorrentes deste triste momento de incertezas que todos estamos vivenciando.
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José Carlos Teixeira Giorgis
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Bagé e Aparício Saravia: a carta que não chegou (5) 1. Últimos momentos de Aparício segundo O Dever. O Dever foi um órgão oficial ou oficioso do Partido Republicano Rio-Grandense fundado em 15 de novembro de 1901 nesta cidade. Era periódico defensor intransigente de Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros e a Igreja Católica, o que declara em seu frontispício. Teve entre seus diretores Tomaz Salgado, Lindolfo Collor e depois Adolfo Luiz Dupont, jornalista bajeense, promotor público, deputado estadual pela Frente Única Rio-Grandense (1935) e depois pelo Partido Republicano Castilhista (1937) PRR e vice-presidente da Assembleia Legislativa. Na edição de 20 de setembro de 1904, uma terça-feira, o jornal publica: “O GENERAL APARÍCIO SARAIVA. Devido à obsequiosidade de pessoa da família, que assistiu aos derradeiros momentos de seu ilustre chefe, podemos dar hoje aos nossos leitores informações minuciosas e obsequiosidade e fidedignas sobre a natureza do ferimento, morte e sepultamento do bravo general Aparício Saraiva, inditoso chefe da revolução nacionalista uruguaia. Pensamos ser isto um furo de reportagem, pois até agora nada se sabia de certo sobre tão importante acontecimento, o que trazia ainda em dúvida sobre a sua veracidade o espírito de muitos cidadãos orientais e mesmo patrícios nossos, que acompanham de perto os sucessos trágicos de que é scenario o vasto território da república vizinha, há muito varrido pelos frequentes e funestos sopros revolucionários. *** O combate continuava no dia 1º (deste mês), na Coxilha Negra, proximidades de Sant’Ana, e o entusiasmo no exército nacionalista atingira ao
auge, quando reconheceu que o inimigo cedia terreno. As divisões 33, 8 e 9 se haviam empenhado com excessivo ardor na tremenda luta, da qual dependia talvez a sorte da causa que defendiam. Comandavam essas divisões os coronéis Marins, Pancho e Mariano Saraiva. Aparício, que se achava à frente dessas forças, querendo dar ordem para que as divisões dos extremos da direita e esquerda fizessem alto e deixassem avançar o centro, atravessou a linha de batalha com tanta imprudência que, nessa ocasião, alvejado pelo inimigo, recebeu no ventre um ferimento de bala. Eram 5h 40min da tarde. Ainda assim caminhou duas quadras a cavalo, sendo logo amparado pelo coronel Abel Sierra, comandante de sua escolta, e pelo capitão Juan Ortiaga, seu ajudante de ordens, os quais perceberam que o chefe fôra ferido. O general pediu-lhes que o baixassem, que sentia-se cansado, o que estes se apressaram de o fazer. Depois de apear-se, disse: “Pobre pátria! Não sinto por mim, mas pelos companheiros!” Foram estas suas últimas palavras aos seus amigos. Uma padiola foi improvisada com lanças e ponchos e nela conduzido a pé, pela divisão de Nepomuceno, até o parque, que se achava a meia légua de distância, onde chegou as 11 horas da noite. Ali recebeu os primeiros curativos feitos pelos Drs. Martinez e Trota, que reconheceram ser grave o ferimento, situado no lado direito. Pela madrugada foi levado para o território brasileiro e entregue aos cuidados de dedicados amigos, entre eles o Dr. Lussich, seu médico assistente. Pouco depois, chegando à casa onde se achava alojado o
general, o Dr. Arthur Berro, médico do exército, ferido no mesmo combate, foi cumprimentá-lo e receber suas ordens. O Dr. Lussich aproveitou a oportunidade e fez com ele uma demorada conferência. Foi reconhecido, com profundo pesar, ser um caso perdido. Só tinham ingresso no quarto onde se achava, seus amigos Drs. Urtiaga e Lussich, comandante Abel Sierra, e seu porta-bandeira. No dia 8, às 13h 30min, Aparício chamou para junto de seu leito seu filho Mauro (o mais moço, de 16 anos de idade), e depois de uma meia hora de palestra, deu-lhe um beijo, dizendo-lhe que talvez fosse o beijo eterno. Daí por diante não proferiu mais palavras, vindo a exalar o último suspiro no dia 10, às 13h 30min, por entre o copioso pranto de seus leais amigos. Foi amortalhado com a bandeira uruguaia, tendo junto a si a heroica espada de tantas jornadas gloriosas, até o momento em que foi posto no luxuoso esquife ido da cidade de Sant’Anna. Essa bandeira, que pertencia ao seu Estado Maior, foi retirada com a espada, após o sepultamento, que teve lugar ainda em nosso país. No momento de baixar o corpo à sepultura, o que se deu no dia 11, o Dr. Urtiaga, em nome de seus amigos e do exército nacionalista, que representava, proferiu uma oração fúnebre, durante a qual deram-se cenas verdadeiramente comoventes e indescritíveis. E assim finou-se o bravo gaúcho, digno de melhor sorte, e que, se cometeu erros, fê-lo inconscientemente, tudo sacrificando pela vitória da causa de seu partido, pelo qual morreu, como morrem os heróis, de espada em punho, gloriosamente. ***
O valente alazão em que montava Aparício no momento da refrega, um belíssimo puro-sangue, ferido por dois balaços, foi trazido com carinhoso afeto e entregue à Exma viúva D. Cândida Saraiva. “ As dificuldades de comunicação na época e um natural constrangimento impediram que a triste notícia logo chegasse. Um telegrama de 12 de setembro revela que nada se transmitira à família, tanto que uma visitante de Dona Cândida, que saia de sua casa em Bagé, informava que ali “acabava de chegar um emissário procedente do exército com a notícia de que o general estava melhorando”. Em 19 de setembro os seis irmãos estavam em Bagé para comunicar à mãe a morte de Aparício. Estavam desolados. E preocupados com o que poderia acontecer com a saúde dela. Ela estava na chácara. Foram recebidos por Emancipada e Amanda, pois Celina estava ajudando Cândida a vestir-se. – Que linda surpresa, meus seis filhos juntos depois de tanto tempo! Só falta Aparício para que toda a família se reúna como nos tempos de El Cordobés. Ficou agitada e caminhava de um lado para outro, até que Mauro a interrompeu e pediu que o escutasse, tomando-lhe as mãos. Cândida insiste para que as empregadas servissem o mate. Nepomuceno e Exaltación se aproximam. – Falem, o que tem para dizer-me? – Mãe, o general não virá, diz Nepomuceno. – Como não virá? – Mãe, o general morreu. Foi ferido em Masoller e não se recuperou, explica Ramón. –Não está certo, vocês estão confusos. – Mãe, escuta-nos, O General Aparício Saravia, nosso pai, morreu. – Não pode ser, exclamava Cândida. Espírito Santo porque me abandonastes? Cai em pranto sem fim. Os filhos
a cercaram. As serviçais desandaram em lágrimas. Em 15 de outubro se celebra a Paz de Aceguá. Em fins de outubro Cândida regressa a Melo. Quando Batlle foi reeleito, Cândida veio uma temporada para Bagé. Os filhos se preparavam para uma nova revolução e mais tarde levaram a mãe, temendo represálias. Ela se radica em Montevidéu em 1916 e não abandona os partidários de Aparício. Em 6 de janeiro de 1940 os filhos Mauro e Clemência a acham perturbada, variando e alegando que via uma pomba branca a esvoaçar. Sorri, deita na almofada. E não desperta mais. A carta que escrevera na madrugada de 11 de setembro de 1904 não seria lida por Aparício que horas antes fora sepultado no cemitério da estância da família Pereira de Carvalho. 2. Um a pedido. O jornal O Dever, mais tarde, publica em suas páginas a seguinte declaração, possivelmente pela divulgação de fato inverídico em Buenos Aires: “A bem da verdade. A Exma. Sra. D. Cândida Saraiva, respeitável viúva do malogrado general Aparício Saraiva, pede-nos para declarar que é inteiramente despido de verdade, absolutamente falso, o telegrama expedido da capital federal à “Opinião Pública”, de Pelotas, em data de 16 e transcrito pelo “O Comércio” d’esta cidade. Acrescenta a Exma. Sra. que só tem para o diretório nacionalista, de Buenos Aires, votos de simpatia, reconhecimento e consideração. Leitura: Diego Fischer. “Doña Cándida Saravia. El Remanso de Aparício”. Montevidéu: Penguin Random House, 2018.
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Religião
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José Artur Maruri
josearturmaruri@hotmail.com bagespirita.blogspot.com.br
Professores gratuitos
“Eu, porém, vos digo: Amai vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”. (Mateus 5:44) Em tempos de polarização em todas as frentes, mas, principalmente, no campo político e econômico, vale revisitar Emmnuel que, através de Chico Xavier, interpretou um versículo muito conhecido das escrituras, sob o enfoque de Allan Kardec e, por assim dizer, do Espiritismo. “Todas as aquisições guardam o preço que lhes corresponde. Enquanto na Terra, permutamos sempre, por determinados valores, certas utilidades de que a nossa vida carece. Compramos o livro que nos ensina, pagamos o ingresso ao parque de diversões, adquirimos o comprimido para a dor de cabeça. Somos devedores, nas escolas, nos bancos, nos armazéns, nas farmácias. Por toda parte os recursos ordinários da alimentação e do vestuário exigem nosso esforço na capacidade alcança-los. Em todos os lugares, os instrutores competentes, nessa ou naquela matéria cultural em que iniciamos a inteligência, reclamam honorários justos. Pagamos, cada dia, ensinamentos, suprimentos, dívidas e prestações. E para isso compete-nos trabalhar infatigavelmente, usando o suor, a humildade, a diligência, a iniciativa, a coragem e a renun-
ciação. Entretanto há uma classe de orientadores que nos trazem talentos da virtude, sem exigir pagamento. Lecionam paciência e bondade, tolerância e perdão. Ajudam-nos a edificar o santuário da fé e induzem-nos à vigilância sobre nós mesmos. Amparam-nos à distância, com os raios de sua força, mantendo-nos em posição de alerta, no desempenho de nossos deveres. Constrangem-nos a meditar em nossas próprias necessidades de melhoria íntima e conduzem-nos, sem perceberem, a valiosas experiências de renovação interior. Esses professores gratuitos são os nossos adversários. São realmente aqueles que ainda não nos podem compreender e guiam-nos, por isso mesmo, à perseverança no bem; ou são aqueles que ainda não conseguimos entender e, por isso mesmo, nos conduzem à desistência do mal. ‘Amai aos vossos inimigos!’ – disse o Mestre. E repetiremos por nossa vez: Amemos aqueles que nos contrariam, aproveitando a oportunidade que nos oferecem ao auto-aperfeiçoamento e, sem ônus do ouro e sem o sacrifício do suor, alcançaremos, por intermédio deles, sublimes talentos espirituais para a vida eterna.” (Referência: Revista Reformador, set. 1953, p. 201)
Colaborador da União Espírita Bajeense
Jair da Silva
pejairs@yahoo.com.br
A comunhão que emana de Deus
O grande privilégio dos cristãos é ter um Deus que é uma comunidade, uma verdadeira comunhão de três pessoas: o Pai, o Filho e o Espirito Santo, o que chamamos de Deus Trindade, a Santíssima Trindade. Por amor, Ele nos fez a Sua imagem e semelhança, por isso somos, pela nossa própria natureza, chamados a sermos entre nós uma comunidade de irmãos. O profeta Oséias nos ajuda a compreender a importância do conhecimento. Isso vale de modo especial, para o mistério da Santíssima Trindade: “Meu povo será destruído por falta de conhecimento” (Os 4,6); “Um povo que não tem entendimento caminha para a perdição” (Os 4,14). Ou seja, quanto mais conhecemos o nosso Deus, mais O amamos e nos identificamos com Ele. Quando Deus fala sobre a importância de O conhecermos, não está se colocando diante de nós como um desafio que contém uma ameaça. Na verdade, se trata de um convite, como se Deus dissesse a cada um de nós: Conheça-me, tome consciência de quem Eu sou na sua vida; conheça, tome consciência de quem você é para mim, e deixe de trilhar caminhos de destruição, provocando o mal a si e aos outros. Quando desconhecemos essa comunhão de amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, corremos o risco de caminhar perdidos na solidão deste mundo que, por não querer conhecer a Deus e não nos abrirmos à sua Verdade, destruímos a nós mesmos e provocamos sempre mais destruição para a humanidade. Aproximemo-nos desse mistério de amor que é a Santíssima Trindade. Deixemo-nos recriar pelo Pai, salvar pelo Filho, guiar e sustentar pelo Espírito Santo. Sejamos no mundo um sinal vivo dessa comunhão trinitária, para que mais pessoas cheguem ao conhecimento do Deus vivo e se abram para o relacionamento divino, capaz de curá-las, redimi-las e salvá-las da destruição. Eu gosto muito desta expressão: “O Pai, acima de
Egon Kopereck
nós; o Filho, junto de nós; o Espírito Santo, dentro de nós”. Esta talvez seja uma forma simples de entender a revelação de Deus por Jesus Cristo, um Deus próximo, que caminha e faz história com o seu povo. Jesus veio nos curar das nossas imagens doentias de Deus. A um mundo que sente Deus indiferente ao que acontece com o ser humano, Jesus anuncia que Deus ama o mundo a ponto de enviar-lhe o seu Filho único para que o mundo seja salvo por Ele. Essa é a verdade fundamental da nossa fé: Deus ama o ser humano, ama todo e qualquer ser humano, porque todos são filhos d’Ele, até mesmo aqueles que não O conhecem ou que O rejeitam. Deus ama cada um de nós como somos e como estamos agora: inacabados, imperfeitos, ambíguos e contraditórios. Mais ainda: ao afirmar que Deus ama a humanidade, Jesus está dizendo que o amor de Deus habita em cada ser humano e está junto dele em suas alegrias e lutas, tristezas e esperanças. Jesus, o Filho, nos convida a confiar totalmente no Pai, na sua bondade e no seu amor. Ele quer despertar em nós a consciência de que o Pai sempre deseja o nosso bem. Mesmo quando nos corrige, e, sobretudo, quando nos diz “não”, o Pai visa unicamente o nosso bem. Deus Pai, por sua vez, nos convida a olhar para Jesus, a aprender com Ele a lidar com a vida, a segui-lo em nosso caminho terreno, procurando viver como Ele viveu. Por fim, o Pai e o Filho, que prometeram habitar em nós por meio do Espírito Santo, nos convidam a nos deixar conduzir pelo Espírito e a nos orientar pela sua Verdade. Nos deixemos envolver totalmente pelo nosso Deus Trindade, nunca esquecendo que Ele nos quer todos vivendo numa grande comunhão de amor em busca da salvação. A salvação é para todas as pessoas. Só existe uma forma de uma pessoa se condenar: se ela não acolher o dom da salvação que o Pai oferece a todos na pessoa de seu Filho Jesus; se ela se recusar a ser curada e salva pelo amor que Deus tem por ela. Pároco da Catedral
egonkopereck@gmail.com
Santíssima Trindade
Amigos leitores! Este final de semana é denominado, no calendário da Igreja Cristã, como sendo o Domingo da Santíssima Trindade. Nós cremos em Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, um Deus em três pessoas distintas. E onde se fundamenta essa nossa convicção? Como sempre, na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Quando Deus criou o mundo, conforme descrito na Bíblia, em Gênesis 1 e 2, diz o versículo 26, do primeiro capítulo: “Façamos o ser humano à nossa imagem.” Se Deus fosse só uma pessoa, como ele poderia dizer: “Façamos ...”? Lá estavam presentes, Jesus, que o Evangelho de João descreve como sendo o Verbo, e acrescenta: “E o Verbo era Deus ... e todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” João 1.1-3. Portanto, a Trindade presente na criação. Quando Jesus ordenou o batismo, ele disse em Mateus 28.19: “Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Claramente se refere a três pessoas distintas. Assim poderíamos passear pelas páginas das Sagradas Escrituras, encontrando passagens e referências à Santíssima Trindade. Como explicar a Unidade na Trindade, ou a Trindade na Unidade. É algo que vai além da nossa razão, mas a Bíblia assim o coloca e nós cremos e confessamos. Conta a história que santo Agostinho, certa ocasião, estava meditando e querendo resposta a essa dúvida. Assim ele passeava pela praia, quando viu uma criança correndo, com um pequeno balde na mão, até o mar, enchia o balde de água, voltava, derramava a água num pequeno buraco, que havia feito na areia, voltava pro mar, e seguia seu ritual, sem parar. Agostinho a observou e perguntou o que ela estava fazendo, e na
inocência de uma criança, ela respondeu: “Eu quero esvaziar o mar.” Pensando na atitude daquela criança, Agostinho se viu na mesma situação, tentando explicar a Trindade divina. E ele seguiu seu caminho, convicto de que, assim como tentar explicar a Trindade com nossa fraca razão, tem tantas outras coisas que são questão de fé, e que vão muito além da nosso limitado entendimento. Diz no livro de Hebreus, na Bíblia Sagrada, capítulo 11.1: “A fé é a certeza de coisas que se esperam, e a convicção de fatos que não se veem.” Amigos leitores! A Bíblia Sagrada nos fala desse Deus Criador, Salvador e Santificador. Quando Jesus foi batizado, mais uma vez a Trindade se manifestou: Jesus sendo batizado; O céu se abrindo, e o Espírito Santo vindo sobre Jesus, em forma de pomba e uma voz, vindo do céu, que dizia: “Este é meu Filho amado, em quem me agrado. “Mateus 3.13-17. Esse Deus Triúno ainda hoje age entre nós, com seu amor, graça e misericórdia. O Pai criando e preservando todas as coisas. O Filho, tendo realizado a obra da redenção de toda a humanidade, desejando morar no coração e na vida de todas as pessoas. E o Espírito Santo, que se revelou de forma especial no Pentecostes, enchendo os cristãos de poder e ousadia, para pregar e anunciar a salvação em Cristo, ainda hoje, continua chamando pessoas ao arrependimento e à fé, por meio do Evangelho. Que a Santíssima Trindade, que agiu, age e quer continuar agindo em nossas vidas, única e exclusivamente, por amor, possa encontrar habitação em nossos corações, e nos encher de paz e esperança, mesmo em tempos de coronavírus, ou qualquer outra ansiedade. Um bom final de semana, com a bênção de Deus a todos! Pastor da Congregação Evangélica Luterana da Paz
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Com isolamento social e aulas virtualizadas, Urcamp se destaca com qualidade das atividades desenvolvidas pela internet
Para garantir a continuidade do ensino de qualidade durante a pandemia, a Urcamp adotou o modelo de aulas virtualizadas, além de eventos como palestras on-line e webconferências. E essa modalidade abre um leque de possibilidades, estreitando laços e encurtando distância entre grandes nomes de profissionais e os estudantes da Instituição. Mesmo antes do cenário de isolamento e suspensão de atividades que vieram na esteira da pandemia de covid-19, a Urcamp já estava preparando os professores para lidar com ferramentas de metodologias ativas e transformação digital em sala de aula. Essas capacitações ocorriam desde o segundo semestre de 2018, quando a instituição de ensino começou o processo de adaptação do currículo para a Graduação I e para implantação do Ensino a Distância (EaD). Já em 2019, a Urcamp já contava com um ambiente muito mais familiarizado com ferramentas virtuais, já que o novo currículo de ensino abria a possibilidade de até 20% das aulas serem realizadas de forma semipresencial. Com o início do isolamento como forma de combate à pandemia, o que vinha sendo implantado, gradualmente, se tornou uma necessidade. A partir de março, todas as aulas foram virtualizadas e os eventos, como palestras e seminários, também migraram para os ambientes digitais. Um dos exemplos com grande atividade virtual é o curso de Jornalismo, que tem mantido uma média quase semanal de palestras. E esses encontros em ambientes virtuais abrem espaço para os profissionais que atuam no exterior dividir suas experiências com os alunos. Um deles foi o jornalista
Lucas Rohan, que atualmente mora em Portugal, e falou sobre políticas, redes sociais e comunicação; ou a doutoranda em Cinema, Bruna Lucas, que participou de uma videoaula direto da Inglaterra, onde mora. Coordenador do curso, Glauber Pereira explica que o curso sempre primou pela qualidade das atividades, com profissionais de renome e currículos interessantes para dar a oportunidade dos acadêmicos travar conhecimento com diversas frentes de atuação. Contudo, a migração das aulas como necessidade durante o isolamento acabou se mostrando positiva, em certos aspectos. “Do ponto de vista do ensino, tivemos grandes vantagens, pois conseguimos manter a qualidade das aulas e eventos. E facilitou, porque estes grandes profissionais não precisam mais se deslocar para participar de uma atividade aqui. Tornou o processo mais dinâmico e interessante, enriqueceu as aulas”, destaca. E não apenas profissionais de fora do país participam das atividades. Os eventos virtualizados também abrem a possibilidade de profissionais da ativa, grandes nomes do Jornalismo no Estado, participarem dessas atividades sem ter necessidade de deslocamento. Nas últimas duas semanas, os acadêmicos puderam aproveitar uma live com a jornalista Alice Bastos Neves, apresentadora do RBS Esportes, e outra com Luiz Artur Ferrareto, nome que é referência na bibliografia dos cursos de Jornalismo, e que, recentemente, criou uma cartilha sobre como comunicar em tempos de covid-19. O sucesso das ações da Urcamp foram percebidos e bem recebidos também fora da comunidade acadêmica. Inclusive, a Se-
fotos: Divulgação
Doutorando na Argentina, Andrade falou sobre fortificações
cretaria de Educação do município solicitou auxílio dos professores da instituição de ensino superior para orientar e preparar 74 professores da rede municipal de ensino para o desafio de preparar videoaulas. “Isto é muito legal porque é uma prova do reconhecimento geral do desempenho da Urcamp no trabalho que vem realizando durante o distanciamento”, explica Pereira. Ainda dentro do mesmo cenário, o curso de Psicologia também procurou se organizar na pandemia de forma a pensar em alternativas positivas e em momentos de trocas de experiências significativas com os alunos. “Os encontros tem sido de muito aprendizado a todos nós, professores e alunos. Talvez, para participar de uma palestra com esses profissionais, precisaríamos nos deslocar até outras cidades onde os eventos e cursos acontecem”, explica. Até o momento, o curso já realizou seis videoconferências e o colegiado está planejando mais algumas atividades on-line abertas ao público. O curso de Farmácia também tem se mostrado bem ativo
nas redes, com uma série de videoaulas e webconferências. O coordenador do curso, Guilherme Cassão Bragança, destaca que a distância não tem sido agravante no momento do isolamento e, inclusive, facilitou no momento de convidar profissionais de alto nível científico para participar das atividades junto aos acadêmicos. “Vimos várias possibilidades que antes não seriam viáveis, como trazer para perto dos alunos, e da comunidade egressa do curso, profissionais de altíssimo grau de conhecimento, que em momentos presenciais não teríamos condições financeiras e logísticas”, explica. Entre os destaques destas atividades virtuais, Bragança aponta uma aula remota sobre Judicialização de Medicamentos, com Everton Borges, representante do Conselho Regional de Farmácia e a conferência com a médica Paula Fernandes Távora, coordenadora do curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. “A distância não foi limite para essa interação”, aponta. Os acadêmicos de História
também estão aproveitando as atividades virtuais para manter contato com profissionais de destaque, principalmente em assuntos relacionados a Gestão e Preservação do Patrimônio, que é assunto componente curricular deste semestre. Até o momento, conforme explica a coordenadora do curso, foram realizadas três videoaulas sobre o assunto contando com a experiência de professores da FURG e UFSM. “Tem enriquecido muito as aulas, com trocas de conhecimento significativas. Os alunos estão aproveitando e gostando muito. Inclusive, vamos fazer uma atividade de apreciação das videoaulas, mostrando entendimento e a conexão entre as três”, conta a coordenadora. No dia 27, foi a vez do historiador Gustavo Andrade, que está realizando o doutorado na Argentina, falar sobre Patrimônio e Fortificações .”Pude perceber pela participação ativa dos alunos, seus valores e preparo. Isso é incentivador e recompensa o professor, certamente por saber que estão sendo formados excelentes historiadores”, destacou.
Atividades abertas ao público
Interação torna debates mais dinâmicos
Pró-reitora de Ensino da instituição, Virgínia Paiva Dreux aponta que o ambiente virtualizado tem acrescentado ainda mais qualidade às aulas, com ferramentas que permitem dinamizar o ensino. Mesmo que ainda não seja possível marcar um dia para o retorno das aulas presenciais, pós-distanciamento e após a minimização
dos riscos de contágio por covid-19, ela adianta que as atividades no ambiente virtual devem ser incorporadas ao dia a dia dos cursos. “Os eventos on-line têm chamado muito a atenção na qualidade que acrescenta neste tempo de atividades remotas. O distanciamento nos permitiu perceber como é fácil organizar essas atividades e
já pensamos em adotá-las para complementar as aulas presenciais no futuro”, adianta. O calendário com todas as atividades virtuais organizadas pelos cursos de Graduação da Urcamp está disponível no site da instituição. É importante ressaltar que muitas delas são abertas à participação da comunidade e gratuitas.
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Lazer
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GÊMEOS A noite deve ser mais calma e o amor vai receber incentivo dos astros, principalmente para encontrar a sua alma gêmea. Conversas pelas redes sociais podem revelar afinidades com alguém bacana. Bom momento para iniciar um romance.
CÂNCER Reforce a prevenção, capriche no álcool em gel, use máscara, respeite seus limites e proteja sua saúde. Se pagar de louca, o Coronga te pega! Nos assuntos do coração, pessoas conhecidas terão mais chance com você: fale com o crush.
LEÃO Você pode ter uma boa chance de transformar sonhos em realidade, sobretudo na vida profissional. Fique de olho nas oportunidades de sobressair no emprego, mesmo que esteja trabalhando remotamente. Sua vida amorosa recebe ótimas vibrações.
VIRGEM Investir num futuro melhor é tudo que você vai querer hoje e os astros vão conspirar a seu favor. Inspire-se nas experiências de pessoas bem sucedidas e aprenda lições com o sucesso dos outros. Perseverança não te falta.
Tenha cuidado para não gastar com bobagens e procure rever as suas despesas, uma vez que ajustes podem ser necessários. Na vida amorosa, seu charme vai despertar paixões e atrair paqueras, mas tudo indica que você vai querer algo sério.
Derrubado Depósito de mel
Consoante de "não"
Lição de uma disciplina
Bem pregado Pelada (fut.)
Quesito julgado na escola de samba (pl.)
Cumprimento telefônico
Ato, em inglês Sílaba de "damas" O gás dos balões
Depressão entre montes Esta coisa
Forma do ângulo de 90 graus Inflamação cutânea Em direção a
"A Praça É (?)", humorístico do SBT Sem brilho Refletor de luz
Fiscal eletrônico de velocidade
"O Ursinho A Medici(?)", filme na oposta à homeoLuta patia japonesa
ESCORPIÃO
Tecla para apagar (Inform.)
Faz referência a
Desentendimentos podem rolar e há risco de se afastar de gente querida. Romance com colega pode gerar mexericos: convém agir com mais discrição e não se expor nas redes sociais. Na união, lute para melhorar o diálogo.
Camarão de rios (bras.) Ali
Hidrogênio (símbolo) Membro de animal
Calor intenso A Árvore Nacional Vogal da terceira conjugação
BANCO
Não descarte atritos e tensões em família: controle sua franqueza e dome suas reações para não brigar e acabar saindo do grupo da família no WhatsApp. Os ânimos ficam menos exaltados, mas ainda convém pegar leve e medir as palavras.
CAPRICÓRNIO Evite assumir mais tarefas do que pode cumprir, respeite seus limites, reforce as medidas de prevenção e cuide com mais carinho do seu organismo. Nos relacionamentos, pense duas vezes antes de falar: há risco de se envolver com fofocas.
AQUÁRIO
PEIXES Não aceite provocações, seja paciente com quem não se afina muito e meça as palavras, sobretudo no convívio familiar. Na paquera, Mercúrio te ajudará a vencer a timidez e você pode ter mais desenvoltura para puxar papo com o crush.
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Solução
SAGITÁRIO
Há sinal de parcerias benéficas ou incentivo aos seus projetos. Dê apoio a amigos, desde que isso não envolva dinheiro senão pode fazer papel de trouxa. A noite será mais leve e descontraída, ainda mais no amor. Vai atrair muitos admiradores.
Código (abrev.)
Órgão da ONU para a Saúde (sigla)
Loterias
Horóscopo
Sua mente estará a mil, devem surgir muitas ideias férteis e há chance de encontrar soluções incríveis para tudo hoje. Também terá boa lábia para convencer as pessoas e conseguir tudo que quiser. Pode ter ótimos resultados no trabalho.
Edifício das grandes cidades
C T A D O A C E U G H R A I D O R M E E BO L A L E L A C N E H G A C O R DO R U I T I A O M S
TOURO
Sujo; lambuzado
Sovinas; mesquinhos
LIBRA
Bodas de (?): comemoração dos 50 anos Preposição de casade origem mento
Mercadorias da tabacaria Dígrafo Que fala de "linha" muito
P A T A
ÁRIES Você pode ter conversas importantes com parentes no período da manhã. Também vai contar com um tino afiado para lidar com grana e pode ter ideias supercriativas para ganhar dinheiro com algo feito em casa.
Palavras Cruzadas
Fina Estampa - GLOBO - 21h Tereza Cristina confronta Renê. Renê afirma a Griselda que não entrará na justiça contra Tereza Cristina. Teodora se enfurece por não conseguir nenhuma pista sobre o tesouro. Alexandre pede Patrícia em namoro. Silveira oferece um emprego a Renê em troca de sua estadia no hotel. Teodora garante para Pereirinha e Enzo que não sabe nada sobre o tesouro. Rafael enfrenta problemas na prisão. Crô revela a Tereza Cristina que ela está sendo procurada pela polícia.
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Totalmente Demais - GLOBO - 19h Lili se surpreende ao saber da vida dupla que a filha levava. Jonatas (Felipe Simas) avisa a Fabinho que a polícia encontrou o cartão de visita de Lili no esconderijo de Jacaré. Jacaré rende Lili, e Rafael a resgata. Braço e Jacaré são presos. Germano faz as pazes com Lili, que pede ao marido que volte a presidir a Bastille. Jonatas confessa a Fabinho que não sabe se conseguirá perdoá-lo. Lili incentiva Fabinho a voltar ao trabalho. Eliza avisa a Jonatas que não quer mais vê-lo.
Ave da ceia natalina Princesa acolhida pelos sete anões (Lit. inf.)
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Novo Mundo - GLOBO - 18h30min Thomas atira contra Joaquim, e Anna pede ajuda a Elvira. Bonifácio se incomoda com a presença de Narcisa. Domitila encontra Thomas em seu quarto e tenta convencê-lo a desistir de Anna. Ferdinando se despede de todos na tribo e leva uma carta de Piatã para a irmã. Peter cuida de Joaquim. Licurgo e Germana se espantam com a felicidade de Hugo durante o trabalho. Piatã não aceita reatar com Jacira. Dom Pedro afirma a Bonifácio que Joaquim forjou a carta contra Domitila. Thomas tenta intimidar Anna.
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Tiago Cesarino fará live solidária pelo Dia do Vinho
No domingo, 7 de junho, às 11h, os bajeenses poderão acompanhar a transmissão de uma live solidária, pelo YouTube, do cantor, compositor e produtor cultural de evento Tiago Cesarino. A iniciativa marca o Dia do Vinho Brasileiro, que acontece anualmente e conta com inúmeras atividades. Mas, neste ano, as comemorações, que iniciaram no dia 22 de maio e terminam neste domin-
“Canções Daqui”
Cesarino explica como será o clima da live, que deverá animar o final da manhã de domingo. O músico falou do seu projeto “Canções Daqui”, que reúne compositores de Bagé e região que faz um elo de ligação com a cultura local. “A ideia de unir as propostas e, assim, celebrar o Dia do Vinho, o que já vinha sendo pensado
REPRODUÇÃO JM
go, buscam promover o enoturismo e ocorreram de forma on-line. A live contará com o apoio da Associação dos Vinhos da Campanha Gaúcha e será transmitida direto das dependências do Gabana, com apoio também do Bloco Os Fora da Casinha, onde a diretoria estará preparando uma típica paella campeira, com produtos locais. antes mesmo da pandemia e, agora, culminou na live que visa fomentar o potencial e a cultura da nossa região”, explicou. O músico atuará ao lado de Herick Vaz no acordeom, Vinicius Leite no baixo e Thiago Brossard na percussão, que se preparam para apresentar um repertório voltado para a música regional.
Brindando as conquistas do vinho De acordo com a presidente da Associação dos Vinhos da Campanha Gaúcha, Clori Giordani Peruzzo, inúmeras atividades estavam previstas para comemoração da data e foram canceladas em função da pandemia. Assim, o grupo apoiará a live e aproveitará o momento para divulgar as ações da Associação, com a participação de dois sócios, os enólogos Eder Peruzzo e Giovâni Silveira Peres. A dupla falará sobre a região, os vinhos e a recente conquista do registro de Indicação de Procedência, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) à Campanha Gaúcha. No Gabana, também será montada uma mesa com os 18 rótulos, representando os vinhos da Campanha Gaúcha. De acordo Clori, a Associação reúne e fomenta as ações das Vinícolas Batalha, Bueno, Campos de Cima, Cerros de Gaya, Cordilheira de Santana, Dom Pedrito, Dunamis, Guatambu, Miolo Wine (Miolo Seival e Almadén), Nova Aliança, Paraízo, Peruzzo, Pueblo Pampeiro, Routhier & Darricarrere, Salton, Sossego e Vinhética, presentes nas cidades de Candiota, Bagé, Dom Pedrito, Rosário do Sul, Santana do Livramento, Uruguaiana e Itaqui.
Espaço no Cantegril possui 20 mil metros quadrados
Solidariedade em destaque
A live solidária dará sequência às ações do grupo coordenado por Fabrício Leal, que, em abril, mobilizou inúmeros amigos, como empresários e produtores de eventos, que contratam os profissionais do setor de entretenimento e suas famílias (a chamada equipe da ‘graxa’), ou seja, todos aqueles que têm nas festas sua única fonte de renda, como garçons, carregadores, seguranças, free lancers e informais, pessoas que dependem diretamente dessa renda para sobreviver. Tiago Cesarino também apoia essa causa. De lá
para cá, Leal vem fazendo lives para arrecadar recursos que são convertidos em cestas básicas para beneficiar 24 famílias cadastradas para receber o auxílio durante a pandemia. “Esse é um dos setores mais prejudicados nesse momento. As festas foram as primeiras a serem suspensas e serão as últimas a serem liberadas pela questão da aglomeração”, reforça o idealizador da campanha. As doações deverão ser feitas pela vakinha virtual, que pode ser acessada pelo link ID da vaquinha: 1057708.
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Segurança
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Três homens são presos acusados de tráfico de drogas no bairro Pedra Branca
Na noite de quinta-feira (4), agentes da Brigada Militar prenderam três homens acusados de tráfico de drogas e associação, na rua 80, bairro Pedra Branca. Segundo o registro de ocorrência da BM, os policiais militares já estavam monitorando uma residência, onde eles tinham conhecimento de que funcionava um possível depósito de drogas. Ao chegarem, os agentes abordaram um dos acusados, deixando a residência. Na revista pessoal, foi encontrado 25 gramas de crack, R$ 316,50 em dinheiro e um aparelho de telefone. Na sequência, os policiais militares realizaram contato com o proprietário da residência, que franqueou a entrada dos agentes entregando-lhes mais 131 gramas de crack, uma balança de precisão e um celular, e, segundo ele, apenas guardava a droga e dividia em
porções, ordenado por seu cunhado. Após as diligências, o primeiro acusado informou que apenas realizava a entrega da substância quando chamado, por trabalhar como tele-entrega, que minutos antes teria entregue aproximadamente 62 gramas de crack a um outro homem, na Rua Ramão Do Nascimento Solari, no bairro Getúlio Vargas. A guarnição, então, deslocou-se até o endereço, onde encontrou o acusado em frente à residência, momento em que foi dada voz de abordagem, sendo que teria tentado, conforme o boletim de ocorrência, desfazer-se do entorpecente, que estava no bolso de seu casaco. Os três foram presos em flagrante, autuados na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento e, após, encaminhados ao Presídio Regional de Bagé (PRB).
Caminhão fica preso por meia hora na ponte da Presidente Vargas Rogério Matos/Especial JM
Por volta do meio-dia dia desta sexta-feira, novamente um caminhão ficou preso na ponte seca, localizada na avenida Presidente Vargas. Uma cena corriqueira para os bajeenses, mas que fazia alguns meses que não acontecia. Conforme informações de populares, o caminhão ficou uma meia hora trancado junto à estrutura, tendo que serem esvaziados os pneus para que fosse retirado do local. A sinalização da altura permitida está bem fixada na ponte e antes da chegada de ambos os lados.
Segunda DP prende foragido em Dom Pedrito
Agentes da Segunda Delegacia de Polícia de Bagé, com apoio da Força Tarefa da 9ª Região Policial, que está atuando na cidade de Dom Pedrito, prenderam, preventivamente, em ação na manhã desta sexta-feira, um homem de 25 anos, no bairro Santa Maria, na Capital da Paz. O crime, que motivou o mandado de prisão preventiva, ocorreu no final do mês de maio, no bairro Camilo Gomes, em Bagé, onde um cadeirante teve sua casa invadida. No crime, foi ateado fogo contra a vítima e mais uma pessoa que estava no imóvel. O cadeirante foi socorrido e, enquanto esperava ajuda médica, na frente de sua casa, ainda com focos de fogo, foi atropelado pelo mesmo investigado que, em alta velocidade, passou com seu carro por cima da vítima, em plena via pública, causando diversas lesões, que ainda mantêm o cadeirante hospitalizado em estado grave. Logo após o fato, o Setor de Investigações da Segunda Delegacia de Polícia começou a realizar as primeiras diligências, com identificação do investigado que, logo após o fato, fugiu da cidade, sendo localizado após período investigativo na cidade de Dom Pedrito. A motivação de tal brutalidade,
FOTOS: Divulgação
Móveis foram incendiados
Cadeirante teve a casa depredada
segundo o que foi apurado até então, teria relação com consumo e tráfico de drogas.
Após os trâmites legais, o investigado foi conduzido ao Presídio de Dom Pedrito.
Esporte
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“Senti naquele dia que o amarelo Clube Cantegril anuncia retorno das aulas da e preto não iria mais sair de Escolinha de Tênis mim”, relata Capitão Rocha
FOTOS DIVULGAÇÃO
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Jogador foi uma das principais lideranças da história
Atleta preserva até os dias atuais a memória do clube
O curso de Jornalismo da Urcamp, em parceria com o Grêmio Esportivo Bagé, prepara uma série de entrevistas com personagens que tiveram história com a camisa jalde-negra em seus 100 anos, cuja celebração acontece no dia 5 de agosto. A atividade integra os projetos integradores da plataforma Sou I. O primeiro episódio envolveu o ex-meia esquerda Renato Lima Saraçol. Nesta edição, a bola da vez é o famoso capitão Paulo Roberto da Silveira Rocha. O defensor atuou no Bagé entre 1971 e 1979, quando encerrou precocemente a carreira. Natural de Porto Alegre, hoje com 68 anos, ao relembrar daquela época, conta sobre a importante decisão ao sair de sua cidade natal para Bagé, de “ir para longe ou abandonar o futebol”. Porém, a adaptação foi rápida, visto que a maioria dos atletas morava na concentração, e logo criou-se um grupo unido. Quando lembra dos feitos da época, sempre traz o nome do
Defensor atuou entre 1971 e 1979
treinador Paulo de Souza Lobo (Galego). “Disputávamos a elite do futebol gaúcho, com o campo sempre lotado, torcedores entusiasmados e uma direção de pessoas corretas e que trabalhavam diariamente pelo clube”, relata. Anos de sucesso que renderam vários títulos, como bicampeonato da chave três (acesso ao Gauchão), citadino e os títulos da Copa Cícero Soares e Copa Governador do Estado, em 1974. “Ganhamos por 1 a 0, com gol do Derli, num Ba-Gua no campo do Guarany. Pouco se fala que ganhamos no campo deles. Foi um título no qual ao final do primeiro turno, estávamos em 13º lugar. Fomos nos reabilitando e chegamos à final. Foi uma loucura, houve invasão de campo, fomos carregados e desfilamos na avenida principal da cidade. E ao chegar no campo, a festa seguiu”, comenta. Quando foi escolhido como capitão, reconheceu sua importância dentro do clube. “Isso me dava uma responsabilidade maior
e sempre tentei liderar através do exemplo, pois acho que é a melhor maneira de sermos respeitados e motivarmos uns aos outros”, observa. Contando histórias da época, Rocha lembrou de outro Ba-Gua, em que um adversário ironizou dizendo que as camisetas do Bagé nem distintivo tinham e após o Bagé vencer o jogo com um gol seu, ele foi até o jogador e disse que o distintivo deles estava embaixo da camiseta: era o coração. “Senti naquele dia que o amarelo e preto não iria mais sair de mim”, ressalta. Rocha ainda ressaltou a importância dos torcedores. “Eu não jogava para mim, e sim, por eles”, dispara. Por fim, destacou que uma de suas maiores alegrias foi ver seu filho, Tiago Rocha, vestindo a camiseta jalde-negra e se dedicando ao máximo por anos. Atualmente, Rocha mantém um blog (http://rochacapitao4.blogspot.com/), onde relembra momentos da carreira e fala sobre a história do Grêmio Esportivo Bagé, com fotos e recortes de jornais.
Departamento conta com equipe própria
Aulas foram retomadas de acordo com exigências de saúde
Aos poucos, algumas atividades esportivas estão retornando, desde que cumpram com as restrições dos órgãos públicos de saúde. Outra novidade do Clube Cantegril é a retomada da Escolinha de Tênis, sob a responsabilidade do professor Ramiro Passos. O Departamento de Tênis é coordenado por Ramiro Brasil. A perspectiva era de que acontecesse um lançamento oficial em março, quando os participantes voltassem das férias escolares. Entretanto, isso não foi possível em decorrência da pandemia. Mas, no final deste mês, o clube assumiu uma série de responsabilidades que possibilitou com que as aulas transcorressem. Nesta semana, chegaram os uniformes que serão utilizados pelos alunos.
A ideia de Passos é que haja um trabalho a longo prazo, com enfoque no desenvolvimento pessoal e esportivo das crianças. Até o momento, há 17 crianças inscritas, de seis a 14 anos. “Queremos que aproveitem tudo de bom que o esporte, especialmente o tênis, proporciona. Agradecemos aos pais e, também, aos nossos patrocinadores, que confiaram neste pequeno projeto. Convidamos aos demais pais que têm filhos interessados que procurem o departamento ou nosso professor para mais informações”, destaca. A Escolinha de Tênis do Cantegril conta com o apoio de ASM Esportes, Temppo, Lê Bistrô, Óptica Conquistadora, Farmácias Associadas e Brasil & Tavares Agronegócio.
Clube tem retomado gradativamente as atividades esportivas
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Contracapa
BAGÉ, 6, 7 E 8 DE JUNHO DE 2020
www.jornalminuano.com.br WELLINGTON VASCONCELOS DE SOUZA/ESPECIALJM
Bioma em foto As cigarras são insetos que pertencem à ordem Hemíptera. Esses insetos possuem um longo período de transformação, chamado de metamorfose. A reprodução ocorre nas árvores e, quando os ovos eclodem, as ninfas ou “larvas” jovens descem das árvores em direção ao chão para poder entrar na terra em busca de alimento. Dependendo da espécie de cigarra, as ninfas podem ficar de um a dezessete anos se alimentando da seiva das raízes das árvores. Depois de determinado período, as ninfas sobem nas árvores e sofrem a “ecdise”, tornando-se adultas e prontas para a reprodução. No Brasil, as cigarras começam a “cantar” nos meses mais quentes do ano; as cigarras masculinas produzem um zumbindo agudo e alto característico desses animais, que serve para atrair fêmeas e também para se defender de possíveis predadores. Existe a crença de as cigarras “explodem” quando cantam, o que não é verdade, na realidade o que encontramos presos nas árvores são as “cascas” que são o resultado da última “ecdise” que o animal fez para chegar a fase adulta. (Texto: Wellington Vasconcelos de Souza, Acadêmico da Graduação I – Módulo I: Estudo da Vida – Ciências Biológicas da Urcamp). Para saber mais sobre essa ou outras espécies da flora e fauna no Bioma Pampa, entre em contato com o curso de Ciências Biológicas da Urcamp. O telefone para contato é o (53) 3242-8244, ramal 212. Imagem registrada em Candiota, abril de 2020