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BAGÉ, 11, 12 E 13 DE JULHO DE 2020 - ANO XXVI Nº 6 543 | R$ 2,50
VIRTUAL
Estado mantém região de Bagé na bandeira laranja
Judiciário garante andamento de processos pela internet
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Sistema de Distanciamento Controlado elevou número de cidades classificadas em alto risco
TIAGO ROLIM DE MOURA
COVID-19
MATRIMÔNIO
Número de casamentos diminui na Rainha da Fronteira Primeiro semestre registrou queda de 25 % no comparativo com o mesmo período de 2019
Justiça do Trabalho realiza audiências de conciliação e projeta instrução por videoconferência
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DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
ENTREVISTA
Pré-candidato à Prefeitura, Uílson Morais apresenta propostas Págs. 4 e 5
EXÉRCITO
NOVOS BLINDADOS PARA A REGIÃO Um total de 40 novos blindados Guarani serão destinados para a região, até o final do ano, em substituição às viaturas Urutu. Mais moderno, equipamento serve desde o transporte de pessoal até ações ofensivas, com canhão controlado de forma remota.
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Previsão do tempo
9ºC 17ºC
FUTEBOL
Reportagem aborda previsão de retomada de jogos no Estado
EMPREENDEDOR - Armazém Gastro Bar passa a oferecer caldos quentes
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Opinião
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BAGÉ, 11, 12 E 13 DE JULHO DE 2020
FAT - Jornal Minuano | CNPJ: 87415725/0012-81 Endereço: Av. Marechal Floriano, 2050 - CEP 96400-011 - Bagé/RS Telefones: Redação (53) 3242-7693 - Assinaturas 3241-6377 www.jornalminuano.com.br | redacaominuano@gmail.com | facebook.com/jornalminuanobage
EDITOR-CHEFE Felipe Valduga
GERENTE COMERCIAL Adriana Robaina
Editor assistente - Sidimar Rostan • Reportagem - Viviane Becker Cláudio Falcão - Melissa Louçan - Jaqueline Muza - Rochele Barbosa - Yuri Cougo Dias • Chargista - Cláudio Falcão • Repórter fotográfico - Tiago Rolim de Moura • Diagramação - Luís Mário Pereira Vinícius Silva • Assistente comercial - Angelina Britto • Vendedores - Dulce Dias • Distribuição - Marcos Goulart • Administrativo - Lidiane Selaje Marques • Colaboradores - José Carlos Teixeira Giorgis - Marcelo Teixeira - José Artur M. Maruri dos Santos - Jair da Silva - Dilce Helena dos Santos - Fernando Risch - João L. Roschildt • Impressão - Gráfica UMA (Grupo RBS) - Porto Alegre/RS Laboratório de
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Coordenador do Curso de Jornalismo
Glauber Pereira
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Fernando Risch
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Quase ninguém
Em 1988, Lulu Santos, o hitmaker, lançava está escrito: “Jesus lhe ordenou: ‘Embainha a tua seu sexto álbum “Toda Forma de Amor”. Nele, espada; pois todos os que lançam mão da espada uma canção homônima se tornou um dos maio- pela espada morrerão!’”. É quase a mesma coisa, res sucessos do cantor. Não há um ser humano eu acho. Mas isso pouco importa, é só para consbrasileiro, nascido antes ou depois deste álbum, tar nos autos deste texto. Assim, sigo os ensinamentos de Lulu Santos, que não saiba a letra de tal música. Quase na mesma época, um ano depois, eu mas só quando necessário, e para que seja necessánascia. E como ser humano brasileiro que sou, rio, primeiro deve ser verdade. Aí entra a segunda também sei cantar “Toda Forma de Amor”. A parte, quando Tremendão tece as teses sociais. Sete anos antes de Lulu e seu estrondoso disco, letra me colocou numa situação complexa em casa, paradoxal. Minha mãe semErasmo Carlos lançava o álbum “Mupre me ensinou a nunca desejar mal a lher”. Nele, a faixa “Pega na Mentira” Minha mãe é quem grita mais alto. ninguém, porque era feio. sempre me No dicionário, mentira consta Já Karl Popper, quando tive ensinou a nunca como: 1) ato ou efeito de mentir; o prazer de conhecê-lo já velho, desejar mal a engano, falsidade, fraude; 2) hábime ensinou o contrário, que, veja ninguém, porque to de mentir. Mas isso não importa bem, em certas ocasiões, não apeera feio também, é só para constar. O ponto nas podemos desejar mal, como central é que mentir é algo terrível, devemos. No paradoxo analisado principalmente em situações capitais, por Popper, se não desejarmos mal a e Erasmo têm poderes especiais de desmasquem faz mal, então o bem vai acabar e só vai restar o mal. É mais ou menos isso, só que carar fraudes e pôr ao chão os falsários. Na mesma Bíblia ali de cima, por exemplo, com outras palavras, de uma forma bem mais complexa e sem usar “bem” e “mal”, mas você no mesmo Mateus, só que 24:24, está escrito: “Pois aparecerão falsos cristos e falsos profeentendeu. Hoje, ainda velho, percebo a genialidade de tas que realizarão grandes sinais e maravilhas Lulu, que conseguiu em uma música juntar os para, se possível, enganar até os eleitos”. Mas conselhos de Ana Luiza Risch e Karl Popper. A isso também não importa, é só mais um registro Lulu tudo é possível. É como se ele dissesse, não necessário. De qualquer forma, se Erasmo Carlos, em deseje mal, mas dependendo de como for, desesua sabedoria eterna não gritar seu refrão: “Pega je. Vá entender. Minha mãe também sempre recitou pra na mentira, pega na mentira. Corta o rabo dela, mim “Com quem ferro fere, com ferro será fe- pisa em cima. Bate nela, pega na mentira”, quer rido” nas mesmas situações em que me aterro- dizer então que é verdade; e se for verdade, enrizava para não desejar mal aos outros. Talvez tão entra Lulu Santos, minha mãe e Karl Popper, todos os pais digam isso aos filhos, ou a maioria para que você não deseje mal a quase ninguém. deles. Na Bíblia, por exemplo, em Mateus 26:52, Quase ninguém. Escritor
Cláudio Falcão
Charge Florêncio e a Máscara Roxa
falcaobage58@gmail.com
Cidade
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Região permanece com bandeira laranja pela segunda semana O Governo do Estado divulgou, no final da tarde de sexta-feira, a atualização das cores das bandeiras nas regiões que compõem o sistema de Distanciamento Controlado do Rio Grande do Sul. Pela segunda semana consecutiva, a região de Bagé permanecerá com a bandeira laranja, que representa médio risco em relação à covid-19. No contexto geral, nessa 10ª rodada preliminar, o RS apresenta 15 regiões com risco alto, ou seja, que estão na bandeira vermelha. Essas regiões representam 84,2% da população gaúcha (9.535.519 habitantes). Na rodada definitiva do mapa anterior, eram seis regiões em vermelho, equivalente a 52,9% da população (5,9 milhões de habitantes). As bandeiras definitivas serão divulgadas na segunda-feira (13/7). A análise preliminar dos índices de propagação do vírus e de ocupação dos leitos trouxe, novamente, as regiões de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Palmeiras das Missões e Pelotas, em bandeira vermelha. Essas áreas já haviam sido classificadas como alto risco na rodada anterior. As regiões de Taquara, Santo Ângelo, Cruz Alta, Santa Rosa, Erechim, Passo Fundo, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul e Santa Cruz do Sul evoluíram de bandeira laranja para vermelha nesta rodada. Santa Maria, Ijuí, Uruguaiana, Bagé e Lajeado são as cinco regiões que permaneceram na bandeira laranja. Embora nenhuma região do Estado tenha sido classificada com risco altíssimo (bandeira preta), tampouco houve classificação de risco baixo (bandeira amarela). Nesta rodada, inclusive, nenhuma região apresentou melhora nos índices. No prazo de 36 horas após a publicação do mapa preliminar, que se encerra às 6h de domingo (12/7), os municípios que quiserem apresentar recursos sobre as classificações devem preencher o formulário no link https://forms.gle/9HsVNQb7DSn5Fimy9.
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Bagé tem oito pacientes positivados para covid-19 internados
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Bandeiras
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Risco médio Risco alto Risco altíssimo
Cor representa médio risco para covid-19
Situação geral O número de novos registros de hospitalizações por Covid-19, nos últimos sete dias, comparado à semana anterior, apresentou aumento de 6%, passando de 729 para 770. A quantidade de internados em UTI por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) cresceu 11%, passando de 582 para 647. O mesmo se observa com o número de internados em leitos clínicos para Covid-19, que passou de 554 para 693 internações – crescimento de 25%. Para as internações em UTI confirmadas para Covid-19, o aumento chegou a 21%, passando de 418 para 504. O agravamento também é observado no número de casos ativos na última semana, que atingiu 5.126, frente aos 4.281 da semana anterior. Por fim, com relação ao número de leitos de UTI livres para atender Covid-19 no último dia, o quantitativo reduziu 9% entre as semanas, passando de 653 para 594. O agravamento do indicador de capacidade de atendimento (número de leitos de UTI livres para cada leito ocupado por pacientes Covid-19), mensurada no Estado como um todo, segue em ritmo acelerado, obtendo alerta máximo. Na rodada anterior, o indicador obteve bandeira vermelha e, nesta semana, a mensuração atingiu
situação de bandeira preta. O indicador da Mudança da Capacidade de Atendimento, também mensurado para o Estado, passou de bandeira amarela para vermelha, resultado da redução de número de leitos de UTI livres para atender Covid-19 no último dia em relação à quinta-feira anterior. Esses dois indicadores nos permitem acompanhar a capacidade de resposta da rede hospitalar para atender a população que necessita de atendimento neste nível de atenção (alta complexidade). No entanto, é um indicador diretamente relacionado ao avanço da doença no Estado, uma vez que quanto maior o número de casos ativos, maior o número de pacientes que necessitarão de atendimento hospitalar e maior o risco de pressão no sistema de saúde. Mesmo com todas as ações de ampliação de leitos de UTI no Estado, o avanço na evolução da Covid-19 sinaliza risco alto de pressão ao sistema de saúde e a necessidade de se ampliar ainda mais a conscientização da população em seguir os protocolos de distanciamento, a fim de que possamos seguir nas ações de ampliação da rede e, principalmente, para que possamos continuar garantindo o acesso adequado do paciente aos leitos hospitalares e de UTI no tempo oportuno.
Com 14 leitos na UTI da Santa Casa, apenas um deles está destinado a um paciente infectado por coronavírus
Com 159 casos confirmados até o fechamento desta edição, Bagé apresenta um cenário controlado, ao menos em relação a infraestrutura de atendimento. Ao todo, são 133 leitos para atendimentos, dividido nos três hospitais: 32 no Hospital Universitário Dr. Mário Araújo, mantido pela Fundação Attila Taborda /Urcamp; 37 leitos específicos de internação clínica na Santa Casa e 14 de UTI, além dos 50 leitos provisórios do Hospital de Campanha. De acordo com as informações repassadas pela médica Flávia Marzola, do Comitê de Operações de Emergência da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde, apenas a Santa Casa está atendendo pacientes com confirmação de covid-19, até o mo-
mento. Como a demanda ainda não chegou a exceder o número de leitos, não foi necessário apelar para o HU ou Hospital de Campanha. Em isolamento em leito clínico, no momento, a Santa Casa atende 10 pacientes, sendo três deles casos confirmados de Candiota e quatro de Bagé, além de três suspeitos, que aguardam o resultado dos exames, também de Bagé. Com a alta de dois pacientes bajeenses confirmados de covid-19 da UTI, na noite de quinta-feira (9), a Unidade de Tratamento Intensivo atende, no momento, apenas um paciente de Caçapava do Sul, que está há mais de 20 dias internado, em ventilação mecânica, além de um suspeito de Bagé, aguardando resultado do PCR.
Secretaria de Cultura homologa 88 projetos inscritos no edital Fomento à Cultura 2
A Prefeitura de Bagé, através da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), publicou no site da Prefeitura de Bagé, os projetos homologados do edital Emergencial Fomento à Cultura 2. As inscrições aconteceram do dia 26 de junho a 4 de julho, e contaram com 88 projetos inscritos, sendo no segmento da música. Deste total, 28 vagas foram destinadas à música, duas vagas para teatro, literatura para quatro vagas, três de artes circense, para duas vagas de audiovisual, três vagas de dança, quatro projetos de entidades culturais sem fins lucrativos, para seis vagas. Os saldos de vagas não preenchidas serão destinados ao seguimento de música, que teve o maior número de inscritos, conforme os critérios do edital. Um total de R$ 100 mil será distribuído em prêmios. A próxima fase será a classificação por mérito de cada projeto. Conforme a secretária da Secult, Anacarla Oliveira, a previsão é que esta próxima etapa
seja concluída até o final da semana que vem. “O número de projetos inscritos foi acima do esperado. Isto demonstra que a pandemia de Covid-19 causou um grande impacto em todos os segmentos culturais”, destaca. A responsável pela pasta destaca, ainda, que em menos de um ano o município de Bagé disponibilizou mais de R$ 220 mil em editais para beneficiar os trabalhadores da cultura. “A expectativa é que mais recursos cheguem para todos artistas que estão tendo dificuldade. Inclusive, estamos realizando capacitações internas para passar todos os detalhes para a nossa comunidade. Uma alternativa, que já vem sendo estudada, é a Lei 14.017/2020, Aldir Blanc, que disponibilizará para a cultura de Bagé mais de R$ 825 mil”, adianta. Em breve, uma nova chamada deve ser realizada, junto à uma apresentação da nova legislação que beneficiará trabalhadores da cultura, entidades e empresas culturais.
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Fogo Cruzado
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Sidimar Rostan
@sidimarrostan sidimar_frostan@hotmail.com
“O Solidariedade defende a revisão de todos os aumentos de impostos”, salienta Uílson Morais
A austeridade ocupa posição de destaque na proposta de desenvolvimento econômico defendida pelo Solidariedade. O pré-candidato à Prefeitura de Bagé, pela legenda, Uílson Morais, 39 anos, afirma que o partido ‘defende uma economia jamais vista, no Executivo, para que possa haver dinheiro para enfrentar problemas históricos da cidade, que estão relacionados aos funcionalismo, às ruas esburacadas e à gestão da água’. Morais foi presidente da Associação de Moradores do Bairro São Bernardo e vereador, pelo MDB, na legislatura 2012-2016, presidindo o Legislativo em 2014. “Fizemos um grande trabalho, encerrando o mandato com a maior economia da história da Câmara, de aproximadamente
R$ 1 milhão. Cortei cargos, eliminamos os desvios de função e fizemos obras importantes, como o elevador. Não pude concorrer em 2016 por conta de uma ação política. Eu não concordava, na época, em dar apoio ao atual prefeito”, salienta. Em 2017, durante a gestão do governador José Ivo Sartori, após deixar o Legislativo, Morais assumiu a delegacia regional do Trabalho. “Sartori não se reelegeu e segui com minhas atividades profissionais, trabalhando com construção, artefatos de ferro, serralheria e fabricação de móveis. Em 2018, recebi um convite do Solidariedade”, destaca. A pré-candidatura à Prefeitura foi lançada em novembro do ano passado, em ato que reuniu lideranças estaduais da legenda.
Foco no desenvolvimento econômico O Solidariedade foi fundado em 2012, mas teve o registro aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em setembro de 2013. De acordo com Morais, o partido que nunca disputou a Prefeitura de Bagé projeta uma espécie de reconsideração do modelo de arrecadação do município. “O Solidariedade defende a revisão de todos os aumentos de impostos. Em
um período de crise, como este em que vivemos, aumentar imposto só gera inadimplência e desemprego, criando mais dificuldade para a população. Temos que encontrar outros meios de fazer com que a receita aumente”, avalia. O caminho no sentido da austeridade, apontado pelo Solidariedade, segundo Morais, passa pela valorização
DIVULGAÇÃO
Pré-candidato ao Executivo bajeense foi presidente da Câmara em 2014
dos empresários locais. “A plataforma do partido foca em na criação de oportunidades para os nossos empresários. É inadmissível que a prefeitura ainda seja a maior empregadora do município. Queremos que Bagé cresça industrializando sua matéria prima, gerando alternativas para que nossos jovens, que se formam nas nossas universidades, fiquem em Bagé, e
não tenham que buscar emprego fora. Tudo é questão de administração”, pontua. A plataforma de pré-candidatura do partido tira o foco do processo de atração de empresas de fora, direcionando esforços para as empresas locais e o desenvolvimento de cadeias produtivas atreladas a potencialidades do setor primário. “A ideia é trabalhar em cima da produ-
Bagé - RS Av. Sete de Setembro, 783 (53) 3241 1006 donjuanbage (53) 99172 1986
ção primária e fortalecer nosso empresariado, que precisa ter total atenção do poder público”, reforça, ao exemplificar oportunidades que poderiam ser exploradas a partir de matérias-primas geradas a partir da atividade de frigoríficos e da produção de soja. “Precisamos industrializar a cidade, e não trazer loja de fora para enfraquecer nosso empresariado”, salienta.
Fogo Cruzado
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“A Prefeitura tem que ser eficiente, não inchada”, afirma pré-candidato
Morais afirma que o programa de gestão proposto pelo Solidariedade prevê a redução dos cargos de confianças (CCs) e a revisão do quadro de servidores, para corrigir desvios de função, reduzindo custos com o pagamento de funções gratificadas. A eliminação das contratações por Recibo de Pagamento Autônomo (RPA’s) e a redução das terceirizações também integra a pauta do partido. “É preciso diminuir estas contratações. A prefeitura tem que ser eficiente, não inchada”, afirma. A redução proposta pelo Solidariedade, na avaliação de Morais, pode viabilizar o reescalonamento dos níveis salariais dos
servidores municipais. “Entendemos que, para poder valorizar o funcionalismo, é preciso fazer uma grande economia na prefeitura. Também é preciso dar percentuais de ajuste maiores para quem ganha menos. Isso é possível fazendo gestão, eliminando os gastos feitos de forma desordenada e irresponsáveis. É muito dinheiro gasto com CC’s, RPA’s, terceirizadas e até obras mal feitas”, critica. O pré-candidato acredita que a redução de gastos defendidas pelo Solidariedade poderia viabilizar a aquisição de máquinas para a manutenção de vias. “A contratação de máquinas, por exemplo, é inadmissível. Uma pa-
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trola custa cerca de R$ 1 milhão. Cortando dois cargos de confiança que têm salários de 10 mil mensais, por exemplo, pode comprar uma máquina ao final de quatro anos. Isso é uma administração eficiente. É assim que acontece o crescimento”, relaciona. Morais destaca que o partido aponta outra fonte de recurso para garantir a manutenção das vias. “A cidade que tem uma frota de mais de 70 mil veículos e metade do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) fica para o município, mas não temos ruas adequadas para transitar. Somente este ano, Bagé arrecadou mais de R$ 25 milhões com o IPVA”, salienta.
Saúde e educação como prioridades O pré-candidato adianta que o Solidariedade projeta ‘investimentos pesados’ nas áreas de Saúde e Educação, como ‘indutores do desenvolvimento econômico’. Morais destaca que um projeto apresentado por ele, em 2014, aprovado pela Câmara, e
vetado pelo prefeito Dudu Colombo, do PT, foi encampado ao programa da legenda. “Trata-se de um sistema que funciona por telefone (0800) e pela Internet, para marcação de consultas, onde a pessoa aciona uma Central que já identifica o local onde será fei-
to o atendimento e a disponibilidade do profissional de saúde. Serve para organizar o sistema. Foi implantado em Canoas, na época, para eliminar as filas nos postos de saúde, porque a pessoa só sai de casa direto para a consulta”, observa.
Articulação para coligação Morais garante que o Solidariedade não abre mão de disputar a Prefeitura encabeçando a chapa majoritária. “O partido vai concorrer porque entende que Bagé precisa ter um crescimento econômico. Queremos coligação com apenas um partido. Não nos
alinhamos com partidos que estejam no governo. O que queremos é um partido que indique um candidato a vice”, reforça. O pré-candidato afirma, ainda, que a legenda repudia o que define como ‘aglomerados políticos’. “Quem quer fazer
economia ou mudar realmente uma administração, garantindo com eficiência, tem que economizar. E como fazer economia com 10 partidos? Isso é enganar as pessoas. A população precisa abrir o olho com estas estratégias”, enfatiza.
Barragem da Arvorezinha A gestão dos reservatórios de água também ocupa lugar de destaque na agenda do Solidariedade. “Em Bagé, existe o que chamamos de indústria da seca. Os prefeitos usam a barragem da Sanga Rasa para buscar dinheiro em Brasília. Se fosse tão difícil construir uma barragem, e se fosse tão caro como dizem, os produtores não teriam três ou quatro barragens dentro de suas propriedades, como muitos deles têm”, exemplifica. A obra da barragem da Arvorezinha, neste contexto, também integra a plataforma do Solidariedade. Morais garante que o partido tem um projeto para viabilizar o empreendimento. “Defendemos a construção, mas não com este valor atual, astronômico. O Solidariedade tem projeto para a construção, sim, tendo ou não este dinheiro todo. Existe solução”, garante. Morais enfatiza que a obra integra um cenário de crescimento. “O Solidariedade tem a solução para resolver o problema da água em Bagé. Temos três barragens. Hoje, se fossem operadas da forma correta, não teríamos racionamento. A barragem da Sanga Rasa bombeia água diariamente para a hidráulica, mas ela tem pouca captação, enquanto Piraizinho e Emergencial, que têm boas captações, em qualquer chuva, colocam milhões de metros cúbicos fora. Falta gestão para aproveitar estes recursos”, critica.
AVISO: Tendo em vista a proximidade de mais um pleito eleitoral, o JM deu início à realização de entrevistas com todos os políticos que formalizarem suas pré-candidaturas, junto aos partidos, para concorrerem à Prefeitura de Bagé. Este comunicado busca deixar claro que este veículo de comunicação é plural e garante espaço para todas as agremiações partidárias.
Conforto, Segurança e Economia
Bagé Livramento
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Empreendedor
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Caldos quentes são novidade no cardápio do Armazém Gastro Bar DIVULGAÇÃO
Caldos quentes são especiais para esquentar as noites frias da fronteira
Pensando em tornar as noites dos bajeenses mais quentes durante a estação mais fria do ano, o Armazém Gastro Bar inovou e apresenta uma novidade no cardápio de inverno: caldos quentes. A empresária Andrea Amaral destaca que são refeições leves, porém muito nutritivas, feitas com produtos selecionados e de qualidade, com valor de R$ 12 à porção. Os caldos estão disponíveis em três sabores: creme de abóbora, creme de lentilha e creme de ervilha. Todas as opções vêm acompanhadas de croutons (torradinhas) e podem ser pedidas na opção vegana (sem a proteína). Além dos croutons, o cliente ainda pode escolher entre um dos acompanhamentos: bacon, calabresa ou queijo mussarela. Os pedidos podem ser servidos no bar, que atende até as 22h, ou pode ser entregue em domicílio, em embalagem térmica. O Armazém também disponibiliza as três opções congeladas, para quem quer mais praticidade para o dia a dia. Andrea destaca que o Armazém segue todos os protocolos de segurança contra covid-19, como o distanciamento entre as mesas, limite de lotação e higienização constante das superfícies, e funciona das 19h às 22h com atendimento no local ou através de tele-entrega até as 23h30min. Os pedidos podem ser feitos pelo WhatsApp comercial (53) 33122312 ou pelo aplicativo @deliverymuch.bage. O Armazém Gastro Bar funciona na esquina da rua João Teles com Bento Gonçalves, em frente à Praça da Estação, de terça a domingo.
Urcamp realiza projeto para saúde do trabalhador do Daeb
Alunos da Urcamp realizaram, na quinta-feira (9), a entrega oficial do projeto “Quem vê Diabetes e Hipertensão, vê coração”, desenvolvido, que tem como objetivo atender uma demanda do Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb), cadastrada na Plataforma de Projetos Integradores Sou I. O objetivo era levar aos colaboradores do Daeb conhecimento sobre hipertensão e diabetes, buscando a prevenção e tratamento destas doenças. A demanda foi escolhida pelo curso de Fisioterapia, coordenado pela professora Ana Zilda Ceolin Colpo, e desenvolvida durante o primeiro semestre pelas alunas Ana Júlia Medeiros, Maria Caroline Leivas, Mariana Berta e Mariane Figueiredo, estudantes do Módulo I da Graduação i. A iniciativa teve como produto fi-
nal um banner informativo, que foi entregue para ser colocado na recepção do Daeb. Além disso, foram produzidas artes com orientações para postagem nas redes sociais do Departamento, além dos grupos de WhatsApp e e-mails, para que alcançassem não somente colaboradores, mas também a população. “Esta demanda surgiu no ano passado, durante o Novembro Azul, em uma ação realizada em parceria com a Secretaria de Saúde Atenção à Pessoa com Deficiência (Saúde) e Urcamp. A ideia inicial seria um acompanhamento presencial, mas em razão da pandemia foi realizada a produção de material informativo. Estamos muito gratos aos alunos e professores”, afirma Adriana Gaffrée Burns, chefe do setor de Capacitação e Desenvolvimento de RH do Daeb.
Aniversariantes
11 de julho
Angela Rocha Carolina Ribas Clarice Budó Danilo Costa Dionatt Rodrigues da Ávila Eli Ávilla Cantos Elizabeth Silva Silveira Seixas Hamilton Babot Inara Navarro Isadora Ruas Barbieri
José Dutra José Ricardo Tavares de Medeiros Lafaeti Xavier de Moraes Neto Manuel de Macedo Maria de Fátima Gomes da Silva Osvaldo de Souza Alves Robinson Câmara Pereira Rosane Robaina Gleit Silviane Silva e Silva Vivian Souza
12 de julho Adão da Rosa Dias Antônio Carlos Pereira Alves Branco Ceres de Souza Clarinda Cardoso de Oliveira Cláudia Fabiana Amaral de Quadros Danusa Viana dos Santos Denise Mendes Tarouco Brondani Elda Gonçalves Elda Maria Portela Gomes Eliziane Paz Deble Salim George Teixeira Giorgis Filho
13 de julho Abílio Rodrigues Chaves Antonia Doralina Oliveira Gonçalves Bárbara Barbosa Diego da Silva Ferreira Dirce Cardoso de Oliveira Eduardo Salim Ali Eunice Almeida Gabriel Rau Giuliane Gonçalves Sória João Luís Gervásio
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Ieda Previtali Luciane Aparecida Nunes Maria Mendes Tarouco Mel Dalé Nilza Tadeu Pedro Guilain Tadeu Raul Campos Garcia Feijó Stéfani Alves Luiz Yasmim Rodrigues Vidart Zulma Izaura da Cunha
Jurandir Barbosa Pereira Lilian Gabriela Torales Maria Luísa Freitas Nedia da Cunha Echevarria Orlando Sidnei Viana Pedro Alímpio Camargo de Oliveira Rose Pilz Thiago de Brito Valni de Oliveira
Cidade
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Judiciário amplia atuação remota para garantir andamento de processos em meio à pandemia TIAGO ROLIM DE MOURA
Atendimento virtual tem sido priorizado
A pandemia causada pelo novo coronavírus obrigou, literalmente, os mais variados setores da sociedade a se adequarem à uma nova realidade, cuja sistemática prioriza, necessariamente, o distanciamento social como medida preventiva para a preservação da vida. No Judiciário,
isso não foi diferente. Prédios que diariamente tinham na circulação de inúmeras pessoas, profissionais e cidadãos, em busca de uma resolução para seus processos uma característica marcante, na atualidade vivem um cenário bem diferente, onde a tramitação de ações se tornou mais virtual do que presencial. Ao longo desta semana, o Jornal Minuano buscou informações específicas em três instituições que têm a missão de receber, analisar e julgar uma quantidade de processos que, por vezes, supera qualquer estimativa. O objetivo desta análise foi tentar mostrar como estão operando neste momento por vezes tratado como crucial, já que o aumento dos casos de covid-19 em Bagé e região praticamente impossibilita uma previsão clara para retomada dos trabalhos presenciais.
Justiça do Trabalho foca em audiências de conciliação e projeta instruções
Desde segunda-feira, a Justiça do Trabalho de Bagé realiza audiências de conciliação por videoconferência. A modalidade virtual vem sendo utilizada, pelo Judiciário, ao longo do período de isolamento social decorrente da pandemia causada pelo novo coronavírus como forma de garantir que demandas sejam atendidas e impasses resolvidos, garantindo a saúde de todos os envolvidos nos processos. Em conversa com a reportagem do JM, esta semana, a Juíza Diretora do Foro Trabalhista e titular da 1ª Vara do Trabalho, Marcele Cruz Lanot Antoniazzi, além de comunicar a novidade, frisou a estimativa de, inclusive, iniciarem perícias por videoconferência. Mas isso, mais adiante. “O Conselho Nacional de Justiça, em sua primeira diretriz, ainda não autoriza atividade presencial nos Foros. A partir disso, cada tribunal ficou de organizar sua jurisdição. E o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) nos dá atribuição específica”, mencionou ela ao destacar, contudo, a atuação constante do órgão local ao longo da pandemia ao lembrar, por exemplo, uma primeira audiência virtual de mediação envolvendo frigoríficos de Bagé e Hulha Negra, quando os primeiros casos de Covid-19 foram registrados, no mês de março. “Isso, ao meu ver, possibilitou a adoção de medidas preventivas capazes de garantir a saúde dos trabalhadores”, exemplificou. A juíza menciona que a preocupação, no momento, por parte do Tribunal, é com a vida das pessoas. “Não vai haver aglomerações. Estamos aguardando diretriz de Brasília e quando isso acontecer (autorização), vamos abrir. Mas agora não. O prédio está fechado, não estamos fazendo atendimento, a exceção de situações urgentes”, destacou a sa-
lientar, por outro lado, que as “conciliações podem ser solicitadas, que serão avaliadas pelo juiz”. Questionada sobre a sequência de tramitação de processos onde a conciliação - primeiro passo possível - não resultar em acordo, ela confirma a possibilidade que instruções venham a ocorrer. “As audiências de testemunhas vão ser pautadas. Estão sendo verificadas caso a caso, se tem uma conjuntura propícia. Vislumbramos alguns processos mais simples, com provas pouco complexas, para ouvir por audiência por videoconferência”, informa. Este passo, para ter êxito, porém, também deverá atender a requisitos específicos. Um deles, por exemplo, é que testemunhas sejam ouvidas estando isoladas, atendendo a todos os requisitos preconizados pelos órgãos de saúde. “A orientação não é sair do Foro e ter aglomeração nos escritórios. A orientação não é essa. É cada um estar em seu isolamento”, evidencia. Enquanto este próximo rito não ocorre, a juíza avalia que, mesmo diante da atual pandemia, ainda não verificou uma suba significativa de processos trabalhistas junto à Comarca local. “Ainda não conseguimos identificar que tenham aumentado muito os desligamentos. Ainda não chegou um volume que eu possa afirmar. Em Bagé, ainda não identificamos um crescimento de processos por conta da pandemia. Alguns, que entraram, entrariam de qualquer forma. Acho que as pessoas estão aguardando para ver se vão receber”, argumenta ao apontar que políticas públicas adotadas para auxiliar empresários e mesmo os trabalhadores podem ter reflexo neste quesito. “Percebo que pessoas estão receosas, pela situação, que está preocupante. Creio que é preciso de sensibilidade”, resume.
Justiça Federal, em Bagé, proferiu 615 sentenças
Localizado na avenida Bento Gonçalves, nº 455, o prédio da Justiça Federal de Bagé fechou em 20 de março, atendendo orientação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). “Embora os prazos tenham sido suspensos pela Resolução, magistrados, servidores e estagiários continuaram dando andamento às ações judiciais, dentro dos limites possíveis (sem agendamento de audiências presenciais, nem perícias, nem qualquer ato processual que fosse necessariamente presencial). Mas, nos casos em que é possível, estão sendo realizadas audiências por videoconferência”, menciona nota da assessoria de imprensa do órgão, ao frisar que, em 20 de abril, a contagem dos prazos processuais foi retomada. “A última normativa envolvendo fixação de prazo para trabalho remoto integral é a Resolução nº 33/2020 do TRF4, de 18/6, que fixou o regime de trabalho remoto integral até o dia 31/7. Perto dessa data, o TRF4 avaliará a situação epidemiológica para uma tomada de decisão”, completa. A mudança da sistemática, contudo, aparentemente, não reduziu o atendimento da demanda, já que a existência de processos eletrônicos permitiu o devido andamento. “Neste período de trabalho remoto, de 16 de março a
28 de junho, na Justiça Federal do Estado do Rio Grande do Sul, foram proferidas 87.840 sentenças, 225.191 decisões, 181.639 despachos, e cumpridos 3.332.170 atos judiciais”, enumera o setor de comunicação. A Justiça Federal em Bagé está realizando audiências de maneira remota, por sistema de videoconferência. “Há poucos dias foi realizada uma audiência totalmente à distância em ação de improbidade administrativa com a participação de várias testemunhas. Neste mês, está agendada audiência em ação penal, que será realizada de forma semi-presencial, algumas pessoas no prédio do Foro e outras à distância. Em relação às perícias médicas realizadas nos prédios-sede da Justiça Federal para embasar, principalmente, ações envolvendo benefícios previdenciários, num primeiro momento, os juízes estavam utilizando perícia documental. A partir de Resolução da Corregedoria Regional, foi possível começar a fazer as perícias médicas em consultórios. Em Bagé, isto ocorre em três especialidades: clínica geral, psiquiatria e traumatologia”, detalha. Isso permitiu, por exemplo, que, desde março até hoje, mesmo estando em regime de trabalho remoto integral, a Justiça Federal em Bagé proferisse 615 senten-
ças, segundo repassado ao JM. Para a Justiça Federal, apesar das medidas restritivas e fechamento das sedes, os processos judiciais, por tramitarem exclusivamente em formato eletrônico, estão tendo andamento. No portal da instituição, estão divulgados os contatos de todas unidades judiciárias em local de fácil identificação e juízes e servidores estão atendendo todas as solicitações encaminhadas por e-mails, WhatsApp e telefonemas. “O fechamento dos prédios-sede e o trabalho remoto integral é a forma mais efetiva adotada pela Justiça Federal da 4ª Região para a prevenção ao contágio da Covid-19. Ao mesmo tempo, alguns servidores, como os oficiais de justiça, que precisam realizar algum ato presencial recebem equipamentos de proteção, como máscaras e protetor de acrílico, além de orientações da Seção de Saúde”, sustenta ao salientar a previsão de “medidas de proteção diante de uma eventual retomada de atos e atendimentos presenciais, como a aquisição de materiais e instalação de equipamentos de proteção nas sedes da instituição”, como instalação de protetores de acrílicos nos balcões de atendimento ao público com objetivo de reduzir o risco de contágio e disseminação do novo coronavírus.
Sistema de bandeiras determinará funcionamento do Fórum No prédio do Fórum de Bagé a covid-19 também causou reflexos. O sistema de atendimento se tornou, preferencialmente, virtual, com contatos através de e-mail e, quando necessário, por telefone, diretamente com o setor responsável, a depender de cada caso. “Desde o início da pandemia, todos os setores trabalharam em sistema escalonado, por meio de trabalho remoto e presencial”, detalha Paulo Henrique Machado, oficial escrevente da Vara Adjunta da Direção do Foro. Neste momento de cuidados, há controle diário e orientações de apoio via teletrabalho para juízes, servidores e colaborações, “sendo obrigatório o uso de máscaras e distanciamento mínimo, álcool gel, por exemplo”. No que tange os atendimentos, os processos envolvendo casos urgentes foram e são analisados em regime de urgência, e o servidor trabalha tanto com processos eletrônicos como os físicos (estes selecionados pela chefia da serventia e levados em carga pelo servidor para sua residência). Além disto, o Serviço de Plantão Jurisdicional atende medidas que não possam ser realizadas no horário de expediente. “Neste período de pandemia, foram realizados inúmeros atos processuais despachos, sentenças, audiências, confecção de mandados judiciais
etc., dentro do fluxo processual normal e permitido”, atesta Machado. E as perspectivas para o próximo período, segundo ele, são de permanência de trabalho em regime remoto e presencial, mediante escala. Contudo, o sistema de bandeiras do Distanciamento Controlado elaborado pelo Governo do Estado é que norteará uma retomada gradual. “Quanto ao atendimento externo, se a bandeira da comarca estiver amarela ou laranja, a partir do dia 15 de julho, será seguido o Ato 30 e o atendimento será preferencialmente mediante agendamento, tudo para evitar aglomeração, em respeito aos cuidados com a saúde dos advogados, partes, servidores e todos os envolvidos na tramitação processual”, adianta Machado. Em resumo, caso as cores da comarca sejam amarela ou laranja, “será adotado o Retorno Gradual das Atividades Presenciais – REGAP”. Na vermelha, por outro lado, “será adotado o Sistema Diferenciado de Atendimento de Urgência – SIDAU, com a suspensão dos prazos nos processos físicos, enquanto mantida esta classificação”. E, no caso de preta ou decreto de lockdown, a determinação é pelo SIDAU com suspensão, também, dos processos eletrônicos. Mesmo com a retomada vis-
lumbrada, caso ocorra, seguirá um protocolo específico de controle. “Medidas de urgência que ingressarem durante o horário das 9h às 13h serão atendidas por servidor da respectiva unidade jurisdicional competente, preferencialmente por meio de trabalho remoto. Em sendo estritamente necessário, o atendimento poderá ser presencial, observado o rodízio entre servidores não integrantes do grupo de risco”, frisa nota da Direção do Foro, que completa: “O atendimento ao público externo será no horário das 14h às 18h (sendo a primeira hora exclusivo para advogados com mais de 60 anos) e ficará restrito a membros do Ministério Público, Defensoria Pública e Procuradorias Públicas, Advogados, estagiários regularmente inscritos na OAB, Peritos, Auxiliares da Justiça, partes e testemunhas que participarão de audiência e interessados que demonstrarem necessidade de atendimento presencial para a prática de ato processual, vedado o acesso ao público geral”. “O Diretor do Foro poderá restringir ou limitar o acesso, estabelecendo quantidade máxima de pessoas que poderão ingressar e permanecer, por vez, nas dependências do Foro, para preservar o distanciamento mínimo entre os presentes e evitar a aglomeração de pessoas”, finaliza Machado.
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Consolidação das leis que definem patrimônios culturais do município completa uma década REPRODUÇÃO JM
Até mesmo as históricas palmeiras imperiais da Marechal Floriano fazem parte dos itens tombados
A lista de bens materiais e imateriais reconhecidos pelo valor histórico, natural e paisagístico, em Bagé, inclui recursos hídricos, árvores e prédios. As leis que classificavam cada espaço como patrimônio dos bajeenses, consolidadas há uma década, criaram uma espécie de roteiro para a preservação, mas não garantem a destinação de recursos específicos. Os arroios Tábua, Perez e Bagé, as palmeiras imperiais plantadas nos canteiros ao longo da Avenida Marechal Floriano e o Rio Camaquã, considerado um dos últimos rios totalmente limpos do Estado, estão entre os patrimônios bajeenses, ao lado do conjunto de edificações da Associação e Sindicato Rural, no Parque Visconde
Ribeiro de Magalhães. Como Patrimônio Cultural e Histórico municipais, foram reconhecidas a antiga Usina Elétrica de Bagé, onde atualmente funciona a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE); o Solar da Sociedade Espanhola, prédio que atualmente abriga o Instituto Municipal de Belas Artes (Imba); os dois edifícios e o Jardim da Hidráulica Municipal de Bagé, os prédios pertencentes ao conjunto conhecido historicamente como antigo Seminário de Santa Tereza, de propriedade da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), os prédios do Clube Comercial e do Clube Caixeiral; além da construção onde funcionou o Banco Nacional do Comér-
cio (atual Casa de Cultura Pedro Wayne) e o imóvel que abriga a Sociedade Espanhola. Locais voltados ao esporte, lazer e entretenimento, como os estádios Antônio Magalhães Rossel e o Pedra Moura, o prédio do Clube Recreativo e Cultural Os Zíngaros, as Torres da Caieira Bageense, o Centro Histórico Vila de Santa Thereza, a capela situada na Vila Industrial, a a Ponte dos Trilhos (Ponte Seca), o Palacete Pedro Osório, o prédio da Sociedade Portuguesa de Beneficência (Museu Dom Diogo de Souza) e o Prédio do Coreto da Praça Silveira Martins também integram a lista. Estes locais só podem receber restaurações úteis e necessárias, sem alterações que as descaracterizem. Os famosos cerros de Bagé que, inclusive, caracterizam a cidade, também são considerados patrimônio cultural, histórico e ambiental, com uma série de normativas para a exploração do local. Este regramento, inclusive, foi o que motivou o embargo da obra do Residencial do Cerro, em 2013. Outro ponto curioso da legislação é o acréscimo, realizado em março deste ano, do grupo de artistas “Pianistas de Bagé” como Patrimônio Imaterial, Cultural e Histórico.
Sem recursos específicos
A secretária Municipal de Cultura e Turismo, Anacarla Oliveira, explica que a pasta não conta, em seu orçamento, com rubrica para todos os bens tombados, apenas valores destinados a manutenção de prédios históricos que estão sob a guarda da pasta, como o Palacete, a Casa de Cultura e o Imba. “No momento, estamos fazendo pequenos reparos. Por exemplo, no Palacete foi arrumado o terraço, que refletia em goteiras nas salas de baixo. Está quase pronta a pintura interna e a pintura externa está sendo programada”, explica. Anacarla destaca, ainda, que os reparos são realizados através de parcerias público privadas, in-
clusive a obtenção das tintas. O artigo 10 da legislação municipal especifica, apenas, que o poder executivo deve aplicar, anualmente, 0,5% do orçamento do município na busca da despoluição, limpeza e recuperação dos arroios tombados. A aplicação é de responsabilidade das Secretaria de Gestão, Planejamento e Captação de Recursos e da Secretaria da Fazenda do município.
Zona de Proteção
A lei também criou uma Zona de Proteção ao Patrimônio Cultural do Município, contemplando áreas da Avenida General Osório, da Rua Doutor Veríssimo, da Rua Barão do Amazonas e da Rua General João Manoel. Este ponto da legislação é alvo de debates entre proprietários de imóveis, por estabelecer que as intervenções, nestes locais, devem ter como objetivo recuperar e preservar a ambiência das edificações, mantidos os atuais índices de ocupação, os gabaritos de volumetria existentes. Criticada, inclusive, por vereadores, a exemplo de Antenor Teixeira, do Progressistas, que chegou a abrir discussão sobre a possibilidade de estabelecer a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para os proprietários de imóveis tombados (o que abrangeria prédios classificados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado), como forma de compensação, este ponto específico da norma municipal veda, por exemplo, o desmembramento ou remem-
bramento de lotes, observando que devem ser evitadas intervenções que venham a descaracterizar as aberturas ou outros elementos arquitetônicos das fachadas e coberturas. Na área delimitada pela lei, as novas edificações não poderão ultrapassar a altura máxima de dois pavimentos ou 8 metros de altura, contados da soleira do teto do segundo pavimento. Na área da Praça Carlos Telles deverão ser mantidas as vegetações existentes, vedando-se novas edificações que descaracterizem seus usos atuais. Com base na lei, nas obras a serem introduzidas na área abrangida pelo presente Dispositivo Legal, as edificações deverão observar os alinhamentos existentes.
Área prioritária A legislação determina que o Executivo deve priorizar o trecho do Arroio Bagé, entre a ponte do Guilayn e a ponte da rua Conde de Porto Alegre, para um tratamento paisagístico, com ênfase na recuperação da tradicional ‘Panela do Candal’, área que está recebendo atenção do poder público. Em junho, a Prefeitura de Bagé assinou com a empresa que vai executar a obra de revitalização. Orçado no valor de R$ 1,8 milhão, oriundos de emenda federal destinada exclusivamente ao setor cultural, o projeto foi executado pela Secretaria de Gestão, Planejamento e Captação de Recursos. O prazo para entrega dos trabalhos é de oito meses e, após a obra ser concluída, a Secretaria de Cultura ficará responsável pela organização do espaço.
Imba, inclusive, enfrentou problemas de infiltração na estrutura e teve de seguir protocolo específico para manutenção
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Bajeenses aprovam 25 projetos culturais no edital FAC Digital do Governo do Estado
Foi divulgado, nesta semana, os projetos selecionados no edital FAC Digital RS. Ao todo, foram 1.940 projetos contemplados e cada um receberá R$ 1,5 mil. Da Rainha da Fronteira, foram selecionados 25 projetos. Os projetos submetidos foram julgados por uma comissão composta por 12 pessoas indicadas em igual proporção pela Sedac, pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC) e pelo Conselho dos Dirigentes Municipais de Cultura (Codic), entidade vinculada à Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). A comissão de admissibilidade e seleção teve quatro docentes da Feevale. Com caráter emergencial, o edital buscou fomentar a produção cultural no Estado e disponibilizar acesso à cultura em tempos de pandemia. A secretária da Cultura, Beatriz Araujo, destacou que “a possibilidade de criação é extensa, o que permite explorar métodos de produção, circulação e fruição de atividades culturais em ambiente virtual. Por isso, é um desafio para a Secretaria da Cultura, enquanto gestora do edital, mas, especial-
mente, um desafio para os trabalhadores da cultura, que foram atendidos de forma isonômica. Tanto os trabalhadores formais quanto os informais concorreram da mesma forma neste edital”. Com um total de 3.239 inscritos, foram selecionados 1.940 projetos, abrangendo diversos segmentos da arte e cultura, sendo 141 projetos de artes visuais, 81 de artesanato, 242 de audiovisual, 323 da categoria transversal, 64 de circo, 49 de cultura viva, 81 de culturas populares, 143 de dança, 20 de diversidade linguística, 100 de livro, leitura e literatura, 46 de memória e patrimônio, 26 de museus, 455 de música e 169 de teatro.
Arte feita em casa
Um dos projetos selecionados de Bagé é do casal de atores e realizadores, Tom Peres e Maya Rodrigues. Através do edital FAC, eles aprovaram a produção de um episódio da série Vidas Absurdas na Quarentena. Com texto dos três episódios escritos pelo diretor teatral e ator, Gladimir Aguzzi, dois deles baseados em textos de famosos dramaturgos (Nelson Rodrigues e Eugène Ionesco), o projeto
foi anterior à pandemia. Contudo, com o início da quarentena, o casal resolveu dar continuidade à série, mas utilizando uma linguagem diferenciada a fim de se adaptar ao momento de isolamento social. “O Vidas Absurdas nos coloca em paralelo com a vida que a gente vive hoje, na quarentena, um looping infinito de rotina, encerrados dentro de casa”, conta Tom. O primeiro episódio, aprovado pelo edital da FAC, traz o nome “O Castelo de Googleland”. Conforme explica Tom, o episódio traz a personificação do Google através de uma história narrada por um casal. “Eles (o casal) estão tomando chá em seu castelo, em devaneio de conversas e surge o assunto do avô de um deles, que era o Barão do Googleland. E ele conta que toda a redondeza recorria à ele sempre que queria saber alguma coisa”, conta. O episódio, favorito do casal, foi o escolhido para iniciar a série. A gravação aconteceu na própria residência de Peres e Maya, adaptada para a ambientação, e está em fase de pós-produção. Para se adaptar ao ambiente virtual, já que as exibições de-
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Em breve, a produção poderá ser conferida nas plataformas virtuais, Youtube e Facebook.
vem ocorrer através do Youtube e Facebook, os realizadores optaram por uma linguagem nova, que, conforme explica Tom, brinca com a linguagem padrão do audiovisual, que as pessoas estão acostumadas a ver. “Tem mais essa proposta que as pessoas estão se acostumando na quarentena, com as lives, das telas repartidas, várias telinhas. Para os próximos episódios queremos brincar mais com essa linguagem, quebrar a quarta parede e mostrar que é possível produzir conteúdo em casa. “, conta. Ainda sem data definida
para estrear, Peres adianta que o edital da FAC prevê o contato com os selecionados em até 30 dias. Mas antes mesmo dessa exibição, outra poderá ocorrer, já que o casal inscreveu o projeto, também, no edital emergencial da Prefeitura de Bagé. “Para o edital da Prefeitura, inscrevemos os três episódios e um workshop. Devemos iniciar as gravações dos outros dois episódios nas próximas semanas”, adianta. As informações atualizadas com data e hora da exibição devem ser divulgadas por Maya e Peres através das redes sociais.
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A identidade singular da art Estética, técnica, emoção e criatividade norteiam a arte e as diversas formas de expressão do bajeense Theo Gomes. Dono de uma bonita trajetória, que começou ainda na infância, com passagens memoráveis pelo Caderno Ellas, aqui do Jornal MINUANO, o artista resolveu investir na carreira e na contramão da realidade de muitos colegas de profissão, tem orgulho em dizer que vive da arte. Seu estilo único é perceptível com facilidade pela beleza do traço, que com o passar dos anos, vem ganhando ainda mais técnica, sem perder sua origem, que traz uma identidade singular. Radicado em Pelotas, desde 2012, está na reta final do bacharelado em Artes Visuais na UFPel. "Além dos ensinamentos teóricos e práticos da área academia, comecei a praticar o graffiti, técnica que proporcionou fazer amigos e mostrar meu trabalho para maior número de pessoas em Pelotas. Nesta mesma época, meu trabalho foi tema no site da caneta Posca, da marca Uni de Tóquio, levando meu desenho há muitos lugares", menciona. Sua arte está espalhada por Pelotas, onde o artista é reconhecido e respeitado. Théo já participou de diversas exposições e as peças do seu acervo são vendidas quase que imediatamente quando postadas nas redes sociais. Contatos: theogomescontato@gmail.com Instagram: @th3ogomes / Face: Théo Gomes /Whats: (53)999 967 243
Incentivo para as novas gera
"Nunca desisti do meu objetivo de viver da arte. Já trabalhei de ilustra alpargatas, letreiro de bar, fiz capa de livro, disco, mas nunca abandonei me O bajeense é apaixonado pela arte. "É onde eu me identifico e me ex incentivaram, mesmo com o fantasma do estereótipo romantizado do artis depois da morte, eles sempre me incentivaram a ser livre e feliz seguindo visão e vivo muito bem com o que gosto de fazer", frisa.
A diversidade de sua arte
As diferentes fontes e o conhecimento técnico que vem absorvendo moldar o artista que se expressa em forma de desenho, grafite, pintura e ta com diferentes temáticas em técnicas variadas que estampam, com cria objetos decorativos, telas, paredes, pele e onde mais sua imaginação perm "Há cinco anos aprendi a tatuar e logo abri um estúdio. Mas em nenhu essas novas experiências refletiam na pintura. Agora, com o início do isol tatuagem temporariamente e me dedico em tempo integral à produção de tempo que as telas me chamavam para produção, mas a demanda de ta necessária. Agora com a pandemia estou produzindo para uma exposição v em parceria com escritórios de arquitetura, colecionadores particulares e peç para todo Brasil”, destaca. A coluna social de hoje se apresenta de forma leve, colorida e cheia d ando um descendente, filho da Rainha da Fronteira, nossa Bagé, que festeja
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Vivi Becker viviminuano@hotmail.com
rte do bajeense Théo Gomes
ações
ador em jornal, desenhei em camiseta, eu sonho", comenta. xpresso melhor. Meus pais sempre me sta que só conquista o reconhecimento o o meu coração. Hoje eu desafio essa
o nestes anos são os responsáveis por ambém tatuagem. Sua arte é impressa atividade, roupas, calçados, acessórios, mitir. um momento abandonei as telas. Todas lamento social, fechei meu estúdio de e telas no atelier em casa. Fazia muito atuagens não me permitia a dedicação virtual na Galeria Ágape e trabalhando eças sob encomendas que são enviadas
de harmonia e criatividade, homenagea seus 209 anos neste mês de julho.
Lembranças de Bagé O bajeense, que começou a desenhar muito cedo, pode olhar para trás e ver sua bonita trajetória profissional, algo que proporciona amadurecimento sem deixar de voltar às raízes. "Me defino na arte como um desbravador", diz o neto do desenhista Rubens Gomes, que rabisca desde criança, sempre incentivado pelos pais, o advogado João Maurílio e a professora Adriana Gomes. Quando olha para trás, lembra que fez parte da pré-escola Casinha Amarela, com a professora Ana Lucia Quadros (Aninha), depois, aos nove anos, começou as aulas de desenho no Odessa Macedo, até os 11 anos, quando partiu rumo ao curso de pintura com Carlo Andrei, também no Odessa. "Nessa fase, tive contato com muitos artistas, movimentos e técnicas. Minha primeira exposição individual foi aos 14 anos, na Casa de Cultura Pedro Wayne, convidado pela Norma Vasconcelos. Aos 15, incentivado pela artista Deli Germano, fiz aulas de cerâmica e técnicas de gravura no Museu da Gravura Brasileira, com a professora Consuelo Cuerda. Nessa mesma época, fui convidado a ilustrar o Caderno Ellas e começo a fazer parte da equipe do Jornal Minuano, onde aprendi muito e fiz muitos amigos", relembra com carinho. Hoje, aos 30 anos, conta que sente muita alegria e saudades de todo esse percurso em Bagé. "Aí foi construída minha identidade, terra mágica, de pessoas ilustres e lugares surreais, onde o Pampa pulsa dentro de nós e as noites frias são vastas como a imensidão dos campos", poetiza. Théo lembra com carinho dos trabalhos feitos para o Ecoarte, com a Mercinha (Elvira Nascimento) e Marsal Alves Branco, entre outras pessoas que fizeram parte da sua vida artística. Mas as lembranças mais fortes são dos maiores incentivadores, o avô e o amigo, o artista de rua Ivan Soares. "Aos 9, 10 anos, eu ia ali na parede onde o Ivan estava trabalhando e pedia dicas. O conselho que guardo de suas falas é que eu tinha que me formar", recorda.
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Pandemia ocasionou queda de 25% nos casamentos em Bagé
Quem sonhou com um casamento no mês das noivas de 2020, teve que mudar rapidamente de planos com a chegada da pandemia de covid-19 ao país. De acordo com o portal da transparência, o primeiro semestre deste ano registrou uma diminuição percentual de 25% no número de casamentos realizados no primeiro semestre deste ano em Bagé, em comparativo com o mesmo período de 2019. Enquanto de janeiro a junho do ano passado, foram realizados 180 casamentos no Cartório de Registro Civil, esse número caiu para 135 registros nos primeiros seis meses deste ano. Nos dois primeiros meses de 2020, época em que não havia sido confirmado o primeiro caso de covid-19 no município, a média se manteve, inclusive com aumento no número de casamentos realizados em fevereiro (36, contra os 28 realizados no mesmo mês do ano passado). Mas com a confirmação da chegada do vírus na Rainha da Fronteira, em março, o índice de casamentos caiu de 39, realizados em 2019, para 21, em 2020, antes da adoção das primeiras medidas de segurança adotadas. O mês de abril foi o que apresentou maior queda até o momento. Em 2019, foram realizados 22 casamentos no mês. Neste ano, apenas duas uniões no civil foram registradas no mesmo período. Maio, o tradicional mês das noivas, também apresentou queda, de 38 casamentos em 2019 para 15 em 2020. Com a flexibilização das medidas de segurança em junho, contudo, houve uma corrida para atender a demanda reprimida e o número de casamentos foi superior ao do ano anterior, com 29 uniões realizadas. Vale destacar que os meses com maior procura para realiza-
ARQUIVO JM
Enquanto de janeiro a junho do ano passado, foram realizados 180 casamentos no Cartório de Registro Civil, esse número caiu para 135 registros nos primeiros seis meses deste ano
ção de casamentos, tanto no Cartório de Registro Civil quanto nas cerimônias religiosas e festas, é novembro e dezembro, quando a temperatura e o clima costumam estar mais firmes e propícios para realização dos eventos. Em 2019, o número de casamentos registrados nestes dois meses foi 52 em novembro e 46 em dezembro. É possível apontar o padrão também nos dados dos anos anteriores, como em novembro e dezembro de 2018, por exemplo, quando foram registrados 41 e 51 casamentos, respectivamente. E essa é, justamente, a aposta de vários casais que tiveram seus planos alterados com a chegada da pandemia. Pároco da Catedral de São Sebastião, uma das igrejas mais buscadas para realização de casamentos, padre Jair da Silva explica que dois casamentos marcados para este primeiro semestre foram reagendados para o final do ano, a partir de outubro. De acordo com as
informações repassadas pela secretaria da paróquia, o mês de outubro, até o momento, tem sido a principal escolha para quem buscou reagendar a data e todos os finais de semana já estão comprometidos para a realização das cerimônias.
Reflexos no mercado de eventos Empresário do segmento de festas, Clodoaldo Monteiro atende eventos junto à sua equipe composta por, mais ou menos, 30 garçons, seguranças, copeiras e barman. Ele conta que antes da chegada da pandemia à cidade, realizava cerca de quatro eventos por semana. Com as medidas de segurança adotadas, parou totalmente as atividades e, até o momento, contabiliza 14 eventos adiados, cinco deles casamentos. “De uma hora para outra, parou tudo”, relata. Ele explica que a maioria dos casamentos marcados foram
adiados, alguns para o final deste ano e outros para 2021, sem ter ocorrido nenhum cancelamento de evento. Além disso, o maitre aposta na normalização da situação em breve e conta que já agendou nove eventos para 2021. “Tenho uma credibilidade muito grande junto a meus clientes, graças a Deus. Mas a pandemia tem nos maltratado muito, noites em claro, muita preocupação, acho que com todos autônomos”, aponta. Para manter a renda, Monteiro conta que apostou no preparo de a la minutas no final de semana. Junto a outras empresárias do ramo de festas e eventos, Vanessa Pellegrini Medina e Taís Rossato Benfica encaminharam para a gestão municipal uma solicitação para liberação de eventos com limite de até 50 pessoas. “Com todos os cuidados: luvas, máscaras e álcool em gel, para reiniciarmos devagarinho. A gente entende que se um supermercado com 200 pessoas dentro
não pega, um evento para 50 pessoas com distanciamento de mesas não pega também. Não vi casos de funcionário de supermercado com a covid-19”, ressalta. E não foram apenas os casamentos que sofreram o impacto da pandemia. Também empresária do segmento, Taís Rossato Benfica, que atua, principalmente, na organização de formaturas, conta que dos eventos marcados, sete foram reagendados, quatro foram cancelados. Para diminuir os custos, a equipe de Taís está trabalhando somente meio-turno, com salários reduzidos. “Temos, ainda, sete eventos agendados para 2021 que ainda não foram alterados, mas talvez sofram alterações”, adianta. Além do impacto ocasionado nos eventos mais próximos, também há reflexo para atividades futuras da empresa. Ela conta que março e abril é o período em que a empresa prospecta novos formandos, com antecedência de contratação de um ano. E foi justamente nesse período que os primeiros casos se confirmaram na cidade. “Só naquela semana que iniciou o isolamento por causa da pandemia, três turmas deixaram de assinar contrato conosco. E até agora nenhum contrato foi fechado, pois como não estão havendo aulas e está tudo muito incerto, os alunos nem pensam em contratar a sua formatura durante a pandemia. Provavelmente não teremos venda todo este ano, ou seja, não realizaremos formaturas ano que vem por consequência”, relata. Sobre o documento entregue para a gestão municipal, ela não se mostra otimista: “Entregamos um projeto sobre o ‘novo normal’ ao prefeito, que mostrou certa aceitação. Porém, como os casos têm aumentado, não se fala em data para voltar”, pontua.
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Jair da Silva
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Somos uma missão
Ninguém nasceu por acaso, ninguém está no mundo por estar, para simplesmente ocupar um espaço. “Cada um de nós é uma missão no mundo”, nos recorda o Papa Francisco. Ao criar todas as coisas Deus nos deu inteligência e capacidade para sermos colaboradores d’Ele com a criação. Para tanto Ele nos plantou no jardim do mundo como árvores capazes de produzir bons frutos. Por isso sempre é bom se perguntar: Como está a árvore da minha vida? Há frutos nela, ou apenas folhas? Nós não podemos nos comportar na vida como uma árvore que ocupa inutilmente um lugar neste mundo, que apenas usufrui dos benefícios, mas não está disposta a dar a sua contribuição em favor da humanidade. Se nós nos limitamos a ser uma árvore que ocupa um espaço no mundo e que se nega a transformar o meio em que nos encontramos, necessitamos urgentemente de uma radical mudança. Como é maravilhoso quando somos verdadeiras árvores frutíferas, exercendo com todas as forças a nossa missão de produzir muitos e bons frutos. Por outro lado, como é triste quando somos verdadeiros chupins. O chupim é conhecido pelo habito de colocar seus ovos no ninho de outras aves, para que as mesmas possam chocá-los, criá-los e alimentá-los como filhotes. Por isso acabou virando sinônimo de aproveitador. É triste mas há muita gente que não se envolve com nada, não produz um fruto sequer, mas se sente no direito de colher e comer os frutos produzidos pelos outros. Esta realidade nós encontramos em todos os ambientes da sociedade. Há hoje uma crise enorme do voluntariado, ninguém quer compromisso. As desculpas são sempre as mesmas: “eu não tenho tempo, eu não tenho condições...” A falta de consciência da nossa existência-presença no mundo, talvez seja hoje acompanhada ou alimentada por uma descrença, um marasmo, uma decepção, uma perda de sentido. Perguntemos aos professores
e educadores se ainda acreditam na sua missão de educar, de formar a consciência das novas gerações e de ajudá-las a darem uma resposta de justiça, bondade e verdade a um mundo cada vez mais ferido pela injustiça, maldade e mentira. Perguntemos aos pregadores do Evangelho se ainda acreditam na sua missão de converterem corações de pedra em corações de carne, de despertarem nos seus ouvintes o desejo de se levantarem das sombras da morte e de caminharem na direção da luz da vida. Perguntemos aos pais ou responsáveis pelas crianças de hoje se ainda acreditam na sua missão de anunciar ideais e de propor valores a uma geração que escolhe fechar-se em si mesma, atrofiando-se nas suas emoções e não indo além dos interesses do seu próprio ego. Na parábola do semeador, Jesus nos ensina que muitas sementes que semeamos cairão à beira do caminho, outras em terreno pedregoso, outras, ainda, no meio dos espinhos, mas não podemos esquecer que também existe terra boa, onde muitas sementes cairão e produzirão muitos e bons frutos. A missão de todos, do educador, do pai, da mãe, do pregador do evangelho é semear. Por isso, antes de desanimar ou entristecer-se pelos frutos que ainda não vieram é preciso alegrar-se pelas sementes que já conseguiram lançar no coração das pessoas que lhe são confiadas. Jesus, o grande Semeador, também viveu momentos fortes de decepção com o ser humano, mas uma coisa o ajudou a não abandonar sua missão de Semeador: a fé na força da semente. Ele tinha consciência daquilo que Deus nos fala pelo profeta Isaías: “a palavra que sair de minha boca não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la” (Is 55,11). Essa convicção sempre fez Jesus avançar e aprofundar-se na sua missão de Semeador. Que tenhamos sempre a convicção, nós somos apenas semeadores, a semente é divina, é eficaz. Pároco da Catedral
José Artur Maruri
josearturmaruri@hotmail.com bagespirita.blogspot.com.br
Literatura de esperança
Numa das últimas oportunidades em que nos foi possível publicar pelo presente diário, houve a necessidade de aclararmos algumas questões sobre o livro de apocalipse, segundo o benfeitor espiritual de Francisco Cândido Xavier, Emmanuel, numa mensagem bastante motivadora, intitulada “nunca esmoreças”. Hoje, seguindo a mesma linha, estamos a buscar subsídios no organizador dos textos de Emmanuel para a Federação Espírita Brasileira, Saulo Cesar Ribeiro da Silva. Trabalho que, diga-se de passagem, rendeu uma obra de sete volumes – O Evangelho por Emmanuel. Silva, ao introduzir os textos de Emmanuel sobre “o apocalipse”, refere que “a palavra apocalipse adquiriu um conjunto de significados que se afastam enormemente do seu sentido original e conferem uma percepção atual que era desconhecida dos autores do primeiro século”. Segundo o autor da Federação Espírita Brasileira, “apocalipse, no seu sentido original, significa retirar o véu que encobria algo, revelando, assim, o que antes estava oculto aos olhos do observador. (...) A literatura apocalíptica tem, além de uma forma e uma base simbólica, um propósito muito claro. É uma literatura de esperança”. E era lógico que assim fosse. Surgida em um período de opressão e domínio da Palestina, ela vem com o propósito de demonstrar o absoluto controle de Deus sobre os eventos que se passam no mundo. Tem, assim, o objetivo de fortalecer a fé e a esperança daqueles que passam por tribulações. Nesse sentido, surgem expressões como “não tenhas medo do que irás sofrer” ou “o que está sentado no trono declarou então: eis que eu faço novas todas as coisas” (Apocalipse 2:10; 21:5). Diante disso, eis que estamos diante de novas coisas, Emmanuel, benfeitor espiritual de Chico Xavier, e Boaventura Souza Santos, sociólogo português contemporâneo, concordam quando indicam que a Terra é uma grande escola. Aliás, o sociólogo, em recente entrevista para a BBC News, afirmou: “O vírus é um professor no sentido de que ele está nos dando várias lições. O problema é saber se nós
Egon Kopereck
vamos escutar e aprender. O cruel é que a única maneira que o vírus tem de nos ensinar é matando, matando inocentes, milhares e milhares deles”. Ele prossegue: “O vírus é um professor que está nos ensinando que a Mãe Terra não está satisfeita com o modelo de desenvolvimento que temos”. Outrossim, se considerarmos que o apocalipse traz uma literatura de esperança e não o fim dos tempos, podemos concluir que é o próprio planeta quem está ligando o sinal de alerta à humanidade, afinal, chegamos numa era de transição e, por isso, precisamos aprender sua lição professoral. Enfim, as lições de Allan Kardec em Obras Póstumas, estão cada vez mais oportunas, com as quais encaminhamos: “Não é, pois, o fim do mundo material que se prepara, mas o fim do mundo moral: é o velho mundo, o mundo dos preconceitos, do egoísmo, do orgulho e do fanatismo que desaba; cada dia leva-lhe alguns resíduos. Tudo acabará para ele com a geração que dele se vai, e a geração nova elevará o novo edifício que as gerações seguintes consolidarão e completarão”. “(...) No entanto, através da nuvem sombria que vos envolve, e no seio da qual ronca a tempestade, já vedes despontar os primeiros raios da era nova! A fraternidade põe os seus fundamentos sobre todos os pontos do globo e os povos se estendem as mãos; a barbárie se familiariza ao contato da civilização; o fanatismo, a intolerância, perdem terreno, ao passo que a liberdade de consciência se introduz nos costumes e se torna um direito (...)”. “Espíritas, o futuro é vosso e de todos os homens de coração e de devotamento. Não temais os obstáculos, porque não há nenhum deles que possa entravar os desígnios da Providência. Trabalhai sem descanso, e agradecei a Deus por vos haver colocado na vanguarda da nova falange”. (Referências: Allan Kardec. Obras Póstumas. Regeneração da Humanidade. IDE Editora. p. 225-231. Francisco Cândido Xavier. Coordenação Saulo Cesar Ribeira da Silva. Evangelho por Emmanuel. FEB Editora. p. 212-213. Portal BBC News. https://www.bbc.com/portuguese/geral-53281462. Acesso em 09/07/2020)
Presidente do Conselho Regional Espírita/6ª Região/FERGS
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Socorro
Amigos leitores! Vivemos dias bem difíceis, dias nunca antes vividos, em algo semelhante, por nós. É a pandemia do Coronavírus, da Covid-19, que tem ceifado a vida de milhares de pessoas pelo mundo afora. Só no Brasil, estamos chegando à marca dos 70.000 mil óbitos, e 1,7 milhão de infectados. Os números assustam. Lamentavelmente, também em nosso município, uma festa sectária, aumentou, em grande número, os infectados em nossa cidade A bandeira laranja faz aumentar as privações, o isolamento, as precauções, o medo, a insegurança e o temor. Por outro lado, a estiagem, além do racionamento da água, trouxe grandes prejuízos à agricultura. Nos sobreveio o temor com os gafanhotos, que destruíam plantações na Argentina e se aproximavam das nossas fronteiras. Logo veio a chuva intensa sobre o nosso Estado, e com ela, temporais, o ciclone bomba, enchentes, destruição, mais prejuízos e preocupações. Tudo isso nos faz pensar: O que Deus está querendo nos dizer? Qual é a causa de tudo isso? Talvez o desequilíbrio ecológico, a falta de cuidados com o meio ambiente, tenham influenciado nisso tudo, mas, eu não tenho dúvidas de que a maior razão disso tudo, é o afastamento que as pessoas tem de Deus, da sua Palavra, dos seus caminhos. É necessário que o nosso povo se volte mais para Deus. Peça perdão por viverem tão afastados dele e, então, busquem seu auxílio e proteção. Onde o ser humano ama a Deus, ele também procura viver de acordo com os seus mandamentos. Ele quer o bem do seu próximo. Ele quer ver seus filhos, no futuro, usufruindo de um mundo bem cuidado, um mundo cheio de paz e amor. Muitas vezes, em meio a todos esses problemas, bate um desanimo, um desespero, e as pessoas se per-
guntam: Onde posso encontrar ajuda? O que posso fazer? E muitos procuram ajuda onde não existe. Batem em tantas portas erradas, quando, na verdade, a porta é uma só. O caminho é único e certo. A verdade é absoluta e inconfundível. Veja, logo a seguir, onde encontrar esse socorro, essa ajuda, esse caminho. Visitando, especialmente, os idosos da Congregação, muitas vezes, encontro pessoas desanimadas, tristes, isoladas, e gosto, então, de fazer uso de uma ilustração que nos ensina e conforta. Certo pastor gostava de visitar seus membros, especialmente, os mais idosos. Certo dia chegou na casa de uma senhora, e sentiu ela muito pra baixo, desanimada. O pastor tentou animá-la, e no fim disse o seguinte: Se eu fosse médico, certamente, a senhora gostaria que eu lhe desse uma receita, com algum medicamento que lhe ajudasse a enfrentar essa ansiedade e desanimo. Pois é exatamente o que vou fazer agora. E o pastor pegou um folheto, com texto bíblico, e nesse estava escrito: Mateus 11.28: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” E por baixo o pastor escreveu: Faça uso, de manhã, ao levantar; à noite antes de dormir, e ao longo do dia, quantas vezes achar necessário.” Que bela receita. Serve para todos os dias e todas as horas. Quando tudo vai bem, ou quando estamos assoberbados e cansados. Amigos leitores! Busquemos mais a Deus. Entreguemos nossa vida em Suas mãos, e confiemos nele e, a ele, todas as nossas ansiedades, medos, dúvidas, insegurança, e vamos experimentar a alegria do consolo, conforto e orientação, em sua Palavra, para a nossa vida. Tenham todos, um bom final de semana. Pastor da Congregação Evangélica Luterana da Paz
Opnião
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José Carlos Teixeira Giorgis Esse é tempo de recolhimento e introspecção. Exame de consciência, Pai-Nosso; reflexões filosóficas; lazer, convívio possível; seriados e filmes; releituras, pois há horas folgadas; mexer nos baús em busca dos escritos descuidados e cartas reprimidas. Encontro alguns exercícios literários, pedaços da vocação sufocada. O eclipse, de Augusto Monterroso. “Quando frei Bartolomeu Arrazola se sentiu perdido aceitou que nada pode salvá-lo. A selva asfixiante da Guatemala o aprisionara, implacável e definitiva. Ante sua ignorância topográfica senta-se com tranquilidade a esperar a morte. Queria morrer ali, sem nenhuma esperança, sozinho, com o pensamento na Espanha distante, particularmente no Convento d’ Os Abrolhos, onde Carlos V concedera baixar de sua eminência para dizer que confiava no céu religioso dele e seu trabalho redentor. Ao despertar estava rodeado por um grupo de índios de rosto impassível dispostos a sacrificá-lo num altar que, a Bartolomeu, pareceu um catre em que descansaria, no fim, dos temores do destino e de si mesmo. Os três anos no país tinham lhe conferido razoável domínio das línguas nativas. Arriscou algo. Disse algumas palavras que pareceram entendidas. Então floresce nele uma ideia que teve como digna de seu talento, de sua cultura universal e de seu esforçado conhecimento
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Monólogos de mim comigo (parte 1)
de Aristóteles. Lembrou que para esse dia se aguardava um eclipse total do sol. E acha, em seu íntimo, valer-se do fato para enganar os opressores e salvar a vida. - Se me matais, disse, o sol apagará nas alturas. Os índios o miraram fixamente e Bartolomeu surpreende incredulidade nos olhos deles. Notou que se reuniram em conselho. Espera confiante, até com algum desdém. Duas horas depois o coração de frei Bartolomeu Arrazola verte sangue na pedra dos sacrifícios, brilhando sob a luz opaca de um sol escondido, enquanto os índios recitavam sem inflexão de voz, ou pressa, uma por uma, as infinitas datas em que ocorreriam os eclipses solares e lunares que os astrônomos maias haviam previsto e escrito nos códigos sem a valiosa ajuda de Aristóteles. “ Eu: admiro o talento dos tradutores, como Bill Guedes, Chico Botelho. Fiz essa tentativa. Monterroso é guatemalteco. Escreve relatos, ensaios e fábulas. Com fino humor. É autor do mais famoso miniconto do mundo: “ O dinossauro. Quando despertou, o dinossauro ainda estava ali. “ O berro do boi. “O ônibus atravessa a ponte, o grupo chega com preocupação e dúvida, não sabe se a notícia se espalhou, a turma da cidade larga mais cedo, talvez a rádio tivesse comunicado, há um programa nativista muito ouvido, a situação já é outra, tudo fechado, nada
nas canchas, as máquinas silenciosas: mas não, quando abre a porta desce um, depois dois, dá até para contar, três, outro no fundo, quatro, restam poucos, parece que o movimento começa bem, os que moram nas casas do frigorífico nem mostram a cara, ficam por lá mesmo espiando pelas venezianas, tomam mate, as crianças folgam no colégio; uma mulher atravessa a rua com uma caixa de leite, lá vem outra com um pacote de pão, falam baixo como em velório, despedem-se; os passageiros do ônibus se juntam ao grupo, mas nem todos. Vicente anda até o portão, é homem com ombros altos, os músculos apertam as mangas da camisa, dizem que foi domador, agora é chefe da desossa, protegido dos donos, nos fins de semana pesca com eles, na verdade serve de motorista e cozinheiro, mas se dá muito respeito por isso. Alma se adianta, toma a frente e pergunta se não sabe que resolveram parar, nada vai funcionar até que acertem os salários, é a forma de pressão, responde que sim, tinha ouvido, continua a caminhar, diz que vai trabalhar, o emprego é de confiança. - Não, não vais não, diz Alma- os outros se chegando- a ordem é geral, a categoria decidiu. -Só recebo ordem do Dr. João. - Esse só manda depois que pagar. Não, não obedece mulher, sua santa mãe está no céu, nem quis casar porque quem gosta de freio é cavalo, não é agora depois de velho
que vai usar boçal. - Bem se vê que sempre fostes do outro lado! - É problema meu, não dou satisfação, diz Vicente irritado, principalmente porque os outros o seguram – ninguém se achegue que vai se dar mal, retruca-, a mão na cintura, procura algo. Alma tenta o braço, recebe empurrão, repete que “ninguém vai furar”, é jogada no chão, por favor, nada de violência, muitos cercam Vicente, mas é forte, tenta romper em direção ao abatedouro, é como se vê todo dia, o boi na mangueira, os amadrinhadores montados empurram com varas curtas, oigalê, – diz um- cuidado com as guampas, alguém enfrena o tobiano, “só se for de tua irmã”, os rebenques estouram nos couros azedos, ar de peste e sal, ele vai tomando o rumo, passa pelo brete, mais uma estocada, entra na sala, a brancura entontece, reage, um olho triste mira o corredor de aventais, um brilho na mão, alguém enfia uma faca, a jugular esguicha, fica tonto, pensa no verde, - ah, o descanso embaixo da figueira -, o bicho sangra, berra, se atira na madeira, recua (outro pontaço, mais golpes) e aparece um sol contra os arames, o peito rebenta. Tudo se aquieta. “ Eu: conto da oficina de Luiz Antonio Assis Brasil. Os alunos tinham que escolher uma personagem de sexo diverso do escritor. Elegi “Alma”, líder da greve numa charqueada. Vicente, o chefe da desossa.
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Novo Mundo - GLOBO - 18h30min Joaquim é preso. Anna afirma a Olinto (Daniel Dantas) que desembarcará no Rio de Janeiro. Cecília e Libério combinam de casar assim que Sebastião viajar. Diara se espanta ao saber que Greta sairá com Ferdinando. Domitila recebe dinheiro de um fazendeiro para manipular Dom Pedro. Greta diz que ajudará Ferdinando com suas pesquisas. Thomas exige que seus homens encontrem Anna. Joaquim presta depoimento a Egídio. Germana vê Hugo beijar um homem, sem saber que é Elvira disfarçada. Anna, Olinto e as crianças pedem abrigo na casa de Peter. Totalmente Demais - GLOBO - 19h Eliza vence a etapa do concurso com a foto de praia, e Cassandra é eliminada. Eliza decide deixar a casa de Arthur para morar com Max e Lu. Maurice pede a Severino que o leve a Campo Claro para rever Gilda. Cassandra ameaça contar para Germano sobre as tentativas de Carolina de fazer com que Eliza saísse do concurso. Carolina inclui Cassandra como modelo em uma edição de sua revista. Gilda se apavora ao ver Maurice no bar de Dino. Carolina provoca Arthur ao comemorar que Eliza o abandonou. Fina Estampa - GLOBO - 21h Renê diz que não sabe o segredo de Tereza Cristina e pergunta se Griselda esconde alguma coisa dele. Celeste e Vilma convencem a amiga a contar a verdade para Renê. Renê Junior garante a Griselda que seu pai deixará a casa da madrasta, e ela deduz que Tereza Cristina descobriu o seu segredo. Griselda manda Severino impedir a entrada de Tereza Cristina no Brasileiríssimo. Glória marca um encontro com Beatriz na pizzaria. Luana avisa a Renê que ele terá uma grande decepção.
Horóscopo
ÁRIES Confie no seu potencial para conquistar suas metas. Momento favorável para lidar com questões ligadas à Justiça e desembaraçar pendências. No lado amoroso, talvez não demonstre claramente seu interesse, mas vai esbanjar sedução e pode cativar o crush.
TOURO Há chance de negociar dívidas ou fazer acordos com vantagens. Na paixão, pode rolar um clima de proximidade cheia de afeto com uma pessoa que considera amiga. No romance, vai se entender as mil maravilhas com seu love.
GÊMEOS Seu sexto sentido estará certeiro e vai te indicar os caminhos mais prósperos. Pode tirar proveito do seu estilo versátil e realizar várias atividades com imaginação, esperteza e criatividade. Na paquera, há chance de se empolgar com alguém.
CÂNCER Alguém que está distante pode fazer contato e proporcionar uma grata surpresa. Na paixão, boas novas também estão previstas e um lance recente tem tudo para dar certo. Saberá seduzir o crush e consolidar a conquista.
LEÃO O momento também é oportuno para dar uma geral em seus pertences e praticar o desapego, doando o que não usa mais. Na paquera, contato com colega pode revelar muita química. A dois, valorize o clima de romance e entrega nos momentos íntimos.
VIRGEM Terá prazer em conversar e compartilhar suas opiniões com quem admira. Na paquera, encontro virtual cheio de descontração irá facilitar a conquista. Clima de romantismo no namoro, mesmo a distância. Você e seu love estarão em total sintonia.
Palavras Cruzadas
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LIBRA Sinal verde para as paqueras, inclusive com colega de trampo. Hoje pode rolar uma forte atração por alguém que já conhece. Se ainda pensa num ex, a vontade de entrar em contato pode ficar mais intensa.
ESCORPIÃO Seu poder de sedução hoje está tinindo e você vai atrair a atenção de quem paquera rapidamente. Se não tem um crush, não perca a chance de conhecer gente nova nas redes sociais: pode rolar uma paixão à primeira vista.
SAGITÁRIO Oportunidades podem surgir de onde menos espera e os astros reforçam sua vitalidade e seu desejo de se dar bem. No amor, os ventos sopram a favor dos seus ideais e há chance de engatar namoro com alguém bacana, mesmo a distância.
CAPRICÓRNIO Sua boa lábia e seu carisma farão sucesso nas paqueras. Você tem tudo para encantar o crush com seu charme. Também há chance de pintar uma paixão à primeira vista. Na relação a dois, é hora de valorizar os momentos de folga.
AQUÁRIO Terá inspiração e originalidade no trabalho. No amor, não vão faltar imaginação e sensibilidade para envolver quem deseja. Chance de firmar o lance com o crush. Se está sem paquera, pode pintar uma atração proibida cheia de desejo.
PEIXES Pode se destacar em tarefas que pedem criatividade por conta da imaginação fértil. Espiritualidade fortalecida e intuição à flor da pele. Na paixão, seu magnetismo estará irresistível e você pode chamar atenção de alguém especial.
Loterias
Novelas
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Lazer
FEDERAL
LOTOFÁCIL
LOTOMANIA
Sorteio: 05478
Sorteio: 1990
Sorteio: 2089
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1º prêmio 2º prêmio 3º prêmio 4º prêmio 5º prêmio -
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DUPLA-SENA
MEGA-SENA
QUINA
Sorteio: 2102
Sorteio: 2277
Sorteio: 5309
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06 12 22 54 77
1º- 07 14 22 29 33 46 2º- 03 09 11 29 40 44
Cidade
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A Campanha Máscara Roxa, que possibilita às mulheres vítimas de violência doméstica fazerem denúncias em farmácias, foi lançada, na quinta-feira (9), por videoconferência, no Sul do Estado. A iniciativa é do Comitê Gaúcho ElesPorElas, da ONU Mulheres. A agenda contemplou 39 cidades de abrangência das associações dos municípios da Costa Doce (Acostadoce), da Região da Campanha (Assudoeste) e da Zona Sul (Azonasul). A reunião foi conduzida pelo deputado estadual Edegar Pretto, que coordena o Comitê. Ele explicou que o objetivo dos lançamentos regionais é motivar diversos setores da sociedade para se engajarem à campanha e ampliar o número de farmácias com adesão. “Queremos que cada município tenha ao menos uma farmácia amiga das mulheres, que possam nos ajudar a salvar vidas”, argumentou. O parlamentar comentou que há uma constatação mundial do aumento dos casos de violência contra as mulheres neste período de isolamento devido à pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, por conviverem mais tempo em casa com seus agressores, as vítimas têm dificuldades de fazer a denúncia,
seja na delegacia, por telefonema ou de forma virtual. Isso também gera uma subnotificação dos casos de violência doméstica. Por esse motivo, a ONU Mulheres recomendou a seus países criarem políticas que facilitassem a denúncia, envolvendo as farmácias. No RS, o Comitê Gaúcho ElesPorElas organizou a Campanha Máscara Roxa, tornando o estado o primeiro do Brasil a ter essa iniciativa. “É uma campanha para ajudar a tirar as mulheres da condição de violência doméstica. Mesmo em situações de lockdown, as farmácias não fecharão durante a pandemia. Então elas são pontos estratégicos para ajudar com as denúncias, de forma segura e discreta”, afirmou. O deputado disse que a realidade do RS também motivou a campanha, devido ao aumento de casos de feminicídios durante esse período de isolamento. Ao todo, 28 mulheres foram assassinadas por questões de gênero nos meses de março, abril e maio, conforme dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública. Somente em abril, o aumento foi de 66,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Ao todo, desde o início do ano, 43 mulheres morreram vítimas de feminicídio no estado.
Farmácias Amigas das Mulheres na região - Bagé (Farmácia Associadas / Farmácia Sant’ana, da Rede Vida / Farmácia da Estação, da Rede Vida / Farmácia Alves / Medicare Farmácias) - Caçapava do Sul (Nicola Farmácias) - Lavras do Sul (Nicola Farmácias)
REPRODUÇÃO JM
Campanha Máscara Roxa é lançada na Região Sul do RS
Como funciona
Lançada no dia 10 de junho no RS, a Campanha Máscara Roxa permite que mulheres vítimas de violência doméstica façam denúncias em farmácias. Ela começou com 600 farmácias, e já são 1.314 unidades de quatro redes envolvidas. Todas as farmácias com adesão estão com o selo “Farmácia Amiga das Mulheres”, que serve para que as vítimas as identifiquem. Os atendentes receberam capacitação online para o procedimento e para garantir a segurança da vítima. Ao chegar na farmácia a mulher deve pedir a máscara roxa, que é a senha para que o atendente saiba que se trata de um pedido de ajuda. O profissional dirá que o produto está em falta e pegará alguns dados para avisá-la quando chegar. Após,
o atendente da farmácia passará à Polícia Civil as informações coletadas, via WhatsApp, para que o órgão tome as medidas necessárias. Edegar Pretto lembra que qualquer farmácia pode participar da campanha. Segundo ele, o objetivo é envolver também aquelas que não fazem parte de grandes redes, mas que estão em cidades menores. “As farmácias que aderirem prestarão um grande serviço à vida das mulheres, sem cobrar nada, nem pagar nada. Elas não responderão a processos judiciais, pois é garantido o anonimato do estabelecimento e do atendente”, destacou. Interessados devem entrar em contato com o Comitê: 51 991993641 | comite.gaucho.elesporelas@gmail.com
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Segurança
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Bagé tem aumento de homicídios nos seis primeiros meses do ano
Mesmo diante dos menores índices de criminalidade da última década, alcançados no ano passado, o Rio Grande do Sul conseguiu aprofundar as reduções no primeiro semestre de 2020. O que não é uma realidade de Bagé. Em 2019, o município contabilizou cinco homicídios de janeiro a junho, enquanto, neste ano, já foram registradas sete mortes violentas no mesmo período. Os dados são da Secretaria Estadual de Segurança Pública. De acordo com o delegado regional da Polícia Civil, Luis Eduardo Benites, o fato não é tão preocupante, pois há uma certa tolerância, sendo praticamente um homicídio por mês, estando dentro das expectativas. “Acreditamos que, nos próximos meses, terá mais uma queda. Na região, tivemos uma queda significativa, ficando Bagé apenas com este aumento”, destacou. Benites destaca que a maioria
destas mortes de 2020 são de fatos represados de 2019, oriundas de disputas do tráfico de drogas e de mortes que ocorreram no ano passado. “Acabaram ficando ‘acertos’ para este ano, destes grupos, por territórios e também não há como fazermos uma prevenção, pois não podemos prever quando e onde irão agir e cometer essas mortes violentas”, complementou o delegado. O delegado regional ainda comenta que como tem uma grande repressão a esses crimes, com quase 100% dos casos esclarecidos, com autorias identificadas e inquéritos remetidos ao poder Judiciário, há uma boa perspectiva que não irá ocorrer mais tantos fatos desse tipo. “Seria ruim se não tivemos a autoria esclarecida, boa base de que nos próximos meses não teremos mortes violentas, pois quando o Estado esclarece a autoria é imposto e estabelecido um limite”, concluiu.
Óbitos ZILMA GONÇALVES DE CAMPOS, 86 anos, aposentada, solteira. Residia na avenida General Osório. Deixa os filhos Ricardo e Marcelo. MÁRIO PERES BORGES, 76 anos, sargento do Exército reformado, casado com Alda Costa. Residia na rua Carlos Mangabeira, bairro Alcides Almeida. GLESSI ÁVILA GONÇALVES, 93 anos, aposentada, viúva. Residia na rua Otávio Hipólito. Deixa a filha Ilce Dorcelina. PLACIDINA PETINGA, 86 anos, camareira aposentada, divorciada. Residia na rua 307, bairro dos azevedos. Deixa os filhos Antenor Laurindo, Dulce Mara, Delanir Távora e Max Marlon. RONI MAGALHÃES SILVEIRA, 65 anos, advogado, solteiro. Residia na rua do Acampamento, bairro Passo do Príncipe. Deixa o filho Roni.
Unidades militares da região vão receber 40 blindados Guarani
Os quartéis da região devem receber, até o final do ano, 40 unidades dos novos blindados Guarani, que vão substituir as viaturas Urutu. De acordo com o comandante da Comunicação Social da 3° Brigada de Cavalaria Mecanizada, coronel Jomane Cordeiro, nove já foram entregues. As Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal (VBTP) Guarani servem desde o transporte de pessoal em ações ofensivas, com torre Remax, com canhão de 30 milímetros, remotamente controlada, a diversas configurações de apoio ao combate, explica o Coronel. “Essa ação remota é, na verdade, o atirador que fica escotilhado, sem estar exposto, e por meio de telas ele engaja os alvos”, detalha. As unidades serão destinadas ao 3º Regimento de Cavalaria Mecanizada, 3º Batalhão Logístico e Esquadrão de Comando (Quartel General), de Bagé, 12ª Regimento de Cavalaria Mecanizada de Jaguarão, 7º Regimento de Cavalaria Mecanizada de Santana do Livramento, Companhia
Divulgação
Veículos têm novas funcionalidades e maior potencial de combate
de Engenharia de Dom Pedrito e Companhia de Comunicações de São Gabriel. Os blindados, segundo o comandante, aumentam o poder de combate do Exército. “A viatura apresenta novas capacidades, com sistema de tiro e pontaria estabilizados. Significa dizer que ela pode atirar em movimento e em alvos em movimento, com grande precisão. As unidades so-
frerão adequações e os militares já se encontram em fase de capacitação”, completa. O coronel Jomane destaca que as unidades militares da região também sofrerão reformas de garagem para receber as viaturas. As oficinas do 3º Batalhão Logístico serão adequadas. “Cabe ressaltar que o blindado possui capacidade anfíbia (pode atravessar rios)”, acrescenta.
Operação integrada abordou 20 pessoas na noite de quinta-feira
Divulgação
Quatro veículos foram recolhidos durante a fiscalização
Na noite de quinta-feira, após o horário de recolhimento, que encerra às 22h, a operação integrada da Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade, Vigilância Sanitária e Brigada Militar resultou no recolhimento de quatro veículos por irregularidades. Além disto, 20 pessoas que estavam na
rua foram abordadas. O secretário José Carlos Nobre destaca que os agentes também receberam denúncia de que uma casa de religião estaria realizando atividades. “Foi visitada, não sendo constatado aglomeração ou perturbação noturna”, ressalta. A fiscalização da Prefeitura
de Bagé foi ampliada no início da semana, após a edição do decreto 145. A intenção é coibir aglomerações para reduzir a possibilidade de contaminação de Covid-19. A nova abordagem foi adotada por conta do aumento no número de casos da doença, verificado desde o final de semana.
Esporte
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TIAGO ROLIM DE MOURA
Jogos com portões fechados impactam diretamente nas receitas
Afinal, a Divisão de Acesso será viável?
Protocolo para retorno do gauchão coloca dúvidas se todos conseguirão cumprir compromissos No momento, dizer que se Acesso e da Terceirona terão voltar futebol será com portões condições de cumprir? Por Muito gasto e pouca arrecadação fechados é a mesma coisa que dizer que se joga com bola. Na quinta-feira, o Governo do Estado autorizou o retorno do Gauchão para 23 de julho, após análise de um protocolo elaborado pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF), composto por 20 páginas. São várias as obrigações que os clubes devem cumprir caso queiram retomar as atividades e, consequentemente, as competições. Os clubes envolvidos poderão treinar a partir de segunda-feira (13), desde que haja aval das prefeituras locais. E diante de tantas exigências que são necessárias, a fim de preservar a saúde de todos e condições sanitárias nos ambientes, clubes da Divisão de
mais que sejam competições, os riscos e a proteção sanitária são os mesmos. Ou seja, a tendência é de que o protocolo para que essas competições possam ser retomadas teriam uma linha de raciocínio igual ou semelhante. Para ajudar a sanar essa dúvida, o Jornal MINUANO apresenta alguns tópicos que estão inseridos no protocolo. Além disso, também traz informações de um levantamento feito pelo jornalista Tiago Nunes, responsável pelo portal Peleia F.C, de como seriam, na prática, as adequações na rotina diária das equipes, com as regras que reguem, atualmente, o modelo de Distanciamento Controlado no RS.
Principais medidas do protocolo - Equipes deverão se deslocar em dois ônibus para o estádio. Somente 31 pessoas em cada delegação - Atletas, comissão técnica e demais profissionais dos clubes serão testados duas vezes (50 exames por rodada), preferencialmente no reinício dos treinamentos e na fase final da preparação. Isso inclui maqueiros, gandulas e profissionais da imprensa - As quatro equipes envolvidas nas finais do turno serão testadas novamente. Se tiver finalíssima, o processo se repetirá com as duas equipes - Atletas ficarão, preferencialmente, em acomodações individuais (hotéis) ou, no máximo, dois atletas por quarto. Em clubes do interior, chegam a ter três ou mais por quarto. - Limite de 50 profissionais em cada jogo (25 nas áreas da competição e 25 nas funções administrativas) - Coletivas com duas horas, no máximo, apenas com treinador das equipes. Um jornalista da FGF contará com um número de WhatsApp, previamente distribuído aos veículos de imprensa, receberá uma pergunta por cada meio de comunicação e repassará aos treinadores. - Apenas um repórter da emissora que contém os direitos de transmissão trabalhará na beira do gramado. As demais terão que cobrir mediante imagens de TV fora do estádio.
Para os clubes que disputam a Divisão de Acesso, a principal fonte de arrecadação é a bilheteria. E com portões fechados, os gastos com a realização de uma partida não deixam de existir. Por mais que para muitos torcedores, o futebol seja um lazer de final de semana, para quem se envolve, é uma atividade econômica que, por sinal, movimenta muito dinheiro e empregos no Brasil.
Por isso, a discussão é muito mais ampla. Mas aonde se quer chegar? Diferentemente do Gauchão, não há uma receita de TV na Divisão de Acesso. Até tentou se emplacar um serviço de streaming, nas três primeiras rodadas. O plano era de R$ 19,90 mensais e metade do valor seria repassado ao clube do coração que o usuário mencionasse durante o cadastro. Contudo, não
há informação concreta que o serviço retornará. E também dá para levar em contas as perdas de arrecadação que os clubes do interior tiveram com patrocinadores, quadro de associados e vendas de produtos. Então, se não há receita, como sanar as despesas com os jogos? E nem se aprofundou no assunto na constante realidade de atraso de salário que jogadores enfrentam, infelizmente, no interior.
Impasse com as bandeiras Saindo do aspecto arrecadatório, também é preciso salientar a incerteza com o sistema de bandeiras, que integra o modelo de Distanciamento Controlado no RS. Já são nove rodadas realizadas e, na última, nenhuma re-
gião ficou na bandeira amarela, que a única que permite treinamentos coletivos. Na laranja, somente treinos físicos, com 25% da capacidade dos elencos. E vermelha e preta, atividades esportivas estão proibidas. Se a Di-
visão de Acesso tivesse que ser retomada neste momento, nenhum clube estaria autorizado a treinar, visto as cores de bandeiras em que estão submetidas às cidades que possuem equipes representantes.
Viagens, hotéis, alojamentos e testes O levantamento elaborado pelo Peleia F.C elucida claramente como seria a rotina dos clubes do interior para jogar dentro das exigência sanitárias atuais. No momento, conforme o portal, viagens intermunicipais são realizadas com 50% das poltronas das janelas e 25% dos assentos no corredor dos veículos fretados. Isso nas regiões com bandeira laranja. Na bandeira vermelha é 50% da capacidade de todo o veículo. Levando em conta o número de pessoas que integram uma delegação, os clubes teriam que contratar dois ônibus para viagens. E convenhamos, quem costuma acompanhar o dia a dia dos clubes já visualiza dificuldade para pagar viagens com um único apenas. Muitas vezes, o transporte intermunicipal somente é viável mediante parcerias com a prefeitura, como já ocorreram algumas vezes na dupla Ba-Gua. E sem fonte de arrecadação com portões fechados, de onde se tirará dinheiro? Investidores, por exemplo, obviamente, também recuaram na movimentação de
suas finanças. Para viagens longas, e até mesmo em cidades próximas, há o serviço do hotel. É evidente que o descanso e uma concentração bem feita fazem toda a diferença no aspecto físico. Normalmente, clubes costumam dividir o elenco de duas a três pessoas por quarto. Hoje, conforme apurado pelo Peleia F.C, há estabelecimentos em regiões de bandeira vermelha com apenas 40% dos quartos. Em beira de estrada sobe para 75%. Na bandeira laranja é 50% dos quartos e 100% em beira da estrada. Em relação aos alojamentos, é comum, no interior, jogadores residirem no próprio estádio. As refeições geralmente são oferecidas por um funcionário e o almoço, com buffets, por um patrocinador. E aí, vem à tona um dos protocolos para retorno dos clubes do Gauchão: “Atletas ficarão, preferencialmente, em acomodações individuais (hotéis) ou, no máximo, dois atletas por quarto”. Por fim, há a exigência das rodadas de testes para covid-19.
Levantamento do Peleia F.C também aponta que, só na Divisão de Acesso, levando em conta as três primeiras rodadas, os elencos dos 16 times tinham 40% de jogadores fora do RS. No total, são mais de 600 profissionais, entre jogadores, funcionários e membros de comissão técnica. Se há dificuldade para cumprir os compromissos que foram acordados ainda no primeiro semestre, terão forças cumprir os protocolos e sanar, sem atrasos, as despesas do segundo semestre? Obviamente, como torcedor, todos sentem falta das noites de quarta-feira e tardes de domingo. Porém, o aspecto de lazer é apenas uma pequena parte do compromisso que envolve o futebol, seja com trabalhadores e com a saúde de todos que o acompanham ou que usam como fonte de renda para sustentarem suas famílias. Por isso, que a discussão precisa ser mais ampla, entre “querer” e “poder”. É claro que, como em tudo nessa pandemia, diariamente, o quadro está passível a alteração. Mas, no momento, a situação é essa.
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Contracapa
BAGÉ, 11, 12 E 13 DE JULHO DE 2020
www.jornalminuano.com.br FILIPE BÁLSAMO TORBES IDALGO/ESPECIALJM
Biologia
Bioma em foto
O arapaçu-platino (Drymornis bridgesii) está ameaçado de extinção pela destruição de seu habitat natural. Esta ave apresenta um bico longo e curvo, e não martela na madeira à procura de alimento igual ao pica-pau: usa-o como uma pinça, por entre as frestas mais profundas e estreitas de vegetais. Espécie semiterrícola campestre. Se alimenta de aranhas, centopéias, insetos e larvas de formigas, tanto nas árvores como no solo. Com seu longo bico, vasculha bromélias, cactos e cavidades nas árvores. Mede de 29 a 35 centímetros de comprimento. Como outros arapaçus, nidifica em ocos de árvores e às vezes ocupa ninhos abandonados de joão-de-barro (Furnarius rufus), vizinho de habitat com frequência.Vive em matas secas e campos com árvores esparsas e arbustos espinhentos próximos a rios. Habita um tipo de campo muito específico, formado por algarrobos, inhanduvás e espinilhos, principalmente. A área de ocorrência desse arapaçu foi pouco a pouco suprimida, cedendo lugar ao cultivo de arroz e às pastagens. O que restou dessa vegetação está no Parque Estadual do Espinilho (oeste do Rio Grande do Sul), que não possui mais de 1.650 hectares. No Brasil, ocorre nas matas ciliares do município de Uruguaiana e no Parque Estadual do Espinilho, Rio Grande do Sul. Também ocorre na Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina (Texto e foto: Filipe Bálsamo Torbes Idalgo, Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas da Urcamp). Para saber mais sobre essa ou outras espécies da flora e fauna no Bioma Pampa, entre em contato com o curso de Ciências Biológicas da Urcamp. O telefone para contato é o (53) 3242-8244, ramal 212.