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Campo & Negócios Agricultura Regenerativa: alternativa para uma produção sustentável de baixo custo

por Joice

A agricultura regenerativa tem o intuito de auxiliar na produção de alimentos e propiciar condições para a natureza se recuperar. Nela, ocorre a diminuição gradativa de insumos químicos e minerais no controle de pragas, doenças fúngicas e adubos minerais.

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Os produtores da Campanha gaúcha, por exemplo, intensificaram sua demanda por recursos sustentáveis desde 2019. Apesar disso, a região ainda está em adaptação à nova tecnologia e manejo. Segundo o engenheiro agrônomo Maurício Rodrigues Ferreira, os agricultores estão no processo de diminuir gradativamente o uso de defensivos quími- cos e adubos minerais, para a utilização de insumos biológicos e compostos orgânicos. “Estamos diminuindo rapidamente o desequilíbrio biológico que havia no sistema de produção convencional, através dos compostos biológicos e utilização de bactérias e fungos específicos, juntamente com a metodologia Soil Food Web (SFW), que trabalha a cadeia alimentar do solo”, esclarece.

A prática abrange todos os tipos de cultura e o processo de conclusão do sistema leva em média quatro anos, sendo analisadas as adaptações necessárias na propriedade. Embora o tempo de implantação total seja considerado longo diante da necessi- dade do produtor, desde o início a produção gera redução de custo, lucratividade e melhoramento na planta em toda a sua estrutura, a tornando mais vigorosa, mais resistente às diversidades climáticas e ações de pragas e doenças, com enraizamento e nodulação melhores até o final do ciclo.

Dentro do processo de transformar a produção em agricultura regenerativa, estão os métodos que protegem o solo, como a adoção de cultivo sobre o verde, palhada, e plantio direto, com diversidade de espécies “plantas de serviço”. “São técnicas que a nossa região ainda está em processo de melhoria”, explica Ferreira.

Na propriedade Parceria Milbradt, os agricultores de Dom Pedrito, Edson Arno Milbradt e Anderson Arlindo Milbradt, estão implantando a tecnologia há três safras. Edson conta que conheceu o sistema em 2019, devido à busca para diminuir os custos da lavoura, e a migração da utilização de químicos está ocorrendo aos poucos. “A transição ainda está sendo gradativa. Acredito que atingimos 60% menos químico em nossa lavoura”, analisa o produtor.

De acordo com o tecnólogo em agronegócio, Rodrigo Cardozo, a transição do sistema convencional para os bioinsumos é rápida. Porém, no manejo biológico, o produtor sempre vai trabalhar de forma antecipada ao problema. A associação de agentes químicos é feita pontualmente, já que, em algumas situações, o uso é imprescindível até a adaptação. “Estamos notando que os insetos e doenças que antes tinham resistência, com o manejo biológico reagem melhor ao agente químico, sendo possível ou diminuir o seu uso ou nem os utilizar”, pondera.

Bioinsumos

Cardozo aponta duas maneiras de implantar bioinsumos na propriedade. Uma delas são os produtos biológicos comerciaisprontos para o uso. Os valores desses produtos geralmente se equivalem aos químicos. A outra ferramenta é por meio da multiplicação OnFarm. Nela é construída uma biofábrica controlada, com quatro tanques para a multiplicação de microrganismos.

“Com essa estrutura, o produtor já consegue produzir seu próprio bioinsumo, de maneira simples e de baixo custo”, relata.

Em cada tanque instalado no método OnFarm, é possível multiplicar somente um microrganismo. Conforme assegura Cardozo, no processo de multiplicação são inseridos alguns estimulantes, entre eles o açúcar, o meio de cultura - comida da bactéria e, por último, a bactéria. A multiplicação é estimulada por um quadro de aeração no fundo do tanque. O procedimento dura em média 48 ho- ras, dependendo do microrganismo. Após o término, o produtor tem até sete dias para fazer a aplicação na lavoura, período máximo de armazenamento para manter a qualidade do insumo.

O tempo de execução do manuseio na lavoura pode alternar, sendo que o clima influencia no controle, por se tratar de microrganismos. “Como o manejo preventivo é trabalhado, normalmente essas entradas com manejos biológicos ocorrem de 15 em 15 dias, podendo variar em mais ou menos dias”, informa o tecnólogo.

Para o sistema ser desenvolvido e obter resultado positivo na propriedade, a capacitação dos produtores e o acompanhamento profissional são indispensáveis.

Proteção do solo ocorre por meio de cultivo sobre o verde, palhada e plantio direto www.jornalminuano.com.br

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