Jornal 2ª Edição 2016

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Jornal da Mecatrônica O Desde 2013

jOrnal de tOdO mecatrônicO

2ª Edição de 2016

issuu.com/jornalmk

Palavras

do

Futuro

O que veteranos e ex-alunos diriam a si mesmos, quando eram apenas bixos.

São Carlos, 6 de outubro de 2016.

P

rezado Bixo, você acabou de sair do ensino médio ou cursinho e, se tivesse que falar com quem está entrando hoje no 1º ano do ensino médio, aposto que teria dicas e sugestões para falar. Coisas que, se você tivesse ouvido, teriam tornado seus últimos anos melhores. Nós que estamos batendo na porta de saída da faculdade sentimos o mesmo. Essa carta foi escrita não com uma voz, mas com a voz coletiva dos veteranos que querem dar uma luz na sua cabeça um pouco perdida. A liberdade é bem maior agora não é? A responsabilidade também, mas relaxa. Talvez você se sinta sozinho, em meio a estranhos, com

AINDA NESTA EDIÇÃO EXTRACURRICULARES: Projeto Semente (pág. 3)

REPORTAGEM: Robôs Colaborativos (pág. 2)

CULTURAL: Música Boa & Filme da Hora (pág. 3-4) CRUZADINHA: Componentes Eletrônicos (pág. 4)

a cabeça raspada (a maioria), tentando entender cálculo enquanto aprende a cuidar melhor da sua própria vida. Daqui a pouco seu cabelo cresce, você aprende a se virar, estranhos se tornam conhecidos e amigos, você entende um pouco de cálculo... Mas sozinho, a partir de agora, você não está. Você passou no vestibular e talvez no ensino médio você era o mais inteligentão da sala. Mas sua turma na MK vai estar cheia dos inteligentões das respectivas

fazendo junto para ajudá-lo. Graduação é, no entanto, a ponta do iceberg da universidade. No mercado de trabalho tem 100 pessoas com diploma de universidade de renome e sabendo falar inglês para cada vaga. Você venceu por estar aqui, mas se achou que acabou, achou errado. Se quiser se destacar, é bom ter história para contar. Mas fique tranquilo, a MK e o resto do campus vão lhe dar inúmeras chances de ter experiências, fazer

“Encare, forme suas opiniões próprias e seja responsável. Você venceu por estar aqui, mas se achou que acabou, achou errado.” salas. Aqui, agora, você é como todo mundo. Logo, vai ralar um pouco para passar nas matérias e talvez se sinta meio burro, mas vai ter gente do seu lado como você, ralando com você. Não são todos os professores que são carrascos; não pegue medo de uma matéria porque um veterano disse que é difícil. Encare, forme suas opiniões próprias e seja responsável, porque algumas matérias vão exigir bem mais de você que outras. Logo você pega o jeito. Só tente não bombar, porque é frustrante fazer a mesma matéria duas vezes. Por mais que ache que da próxima vez você vai estar mais tranquilo para passar, lembre-se de que da próxima vez não terá tantos amigos

o que gosta e descobrir novos gostos. Além da maravilhosa SAdEM e do incrível Grupo SEMATRON, há diversos grupos de robótica, automobilismo, aeromodelismo, pesquisa aeroespacial, voluntariado, empresa júnior, dança, música, arte em geral, atlética, entre outros que eu nunca descobri porque há muitos. Se não achar algum de que você goste, comece um. Nem todos os grupos são bem divulgados, então procure bem, teste alguns, e não permaneça se não estiver gostando. Assim que descobrir do que gosta, dê o sangue nisso, mas sem se esquecer de que você tem uma graduação para acabar. Se já souber o que quer fazer quando formado, comece a se dedicar 1


desde já nisso. Alguns veteranos do quinto ano em diante podem ajudar você a ter mais pé no chão sobre a vida depois da faculdade. Não se preocupe se não souber o que quer fazer, quase ninguém sabe, apenas acumule experiências. Sobretudo, você está na MK, e eu não vi nenhum curso com gente mais legal, mais companheira, mais disposta a ajudar do que esse. No geral, mesmo quem largou o curso porque descobriu outra vocação, deixou o coração aqui. Portanto, faça amigos, tantos quanto possa. Não se limite também aos seus colegas de classe, saia com seus veteranos, porque eles querem sair com você também. A gente compartilha o mesmo prédio por 5 anos para interagir mesmo. Vá a festas e eventos que pareçam legais, você vai conhecer muita gente boa e talvez 2 horas com seus amigos renda mais que 2 horas em uma aula ruim. Porque sério, na real mesmo, sua ponderada não importa tanto. Não faz diferença se ela é 7 ou 10. Vai importar talvez para bolsa de IC, mestrado ou algum programa de intercâmbio, e mesmo assim será um entre vários fatores. Raramente alguma empresa vai perguntar ou se importar com isso. Tire sua cabeça do ensino médio, as coisas são diferentes aqui. Saia da sua zona de conforto, não volte todo final de semana, conheça

lugares legais na cidade e aprenda a cozinhar. Saber falar em público e lidar com pessoas diferentes são coisas a se aprender para a vida adulta. Vá a festas sim, várias, conheça gente de outros cursos, só não se esqueça das responsabilidades. Seja maduro e respeite o tempo de vida que seus pais gastaram e gastam trabalhando para você poder estar aqui e ame eles, porque eles sentem sua falta. É preciso ter motivação para chegar ao fim, e muita, portanto se motive e não dependa de ninguém para isso. Caso precise adiar o fim do curso por DPs, intercâmbio, ou projeto pessoal, não tem problema, você não precisa se formar em 5 anos e ninguém liga se você se formou em mais. Você vai crescer muito, suas opiniões e ideologias vão mudar, você vai passar pelo pior e pelo melhor e, se quiser, não vai passar sozinho. Mas é necessário ser independente, ser capaz de correr atrás do que quer, reclamar do que está ruim, mas fazer mais do que reclamar. Porque, em 5 ou mais anos, quando sentir a brisa de fora bater no rosto, você deve sentir falta e orgulho do que passou naquele prédio rosa, na Av. Trabalhador São Carlense, nº 400. Sempre sua, SAdEM.

REPORTAGEM

ROBÔS COLABORATIVOS O mais novo melhor amigo do homem

O

ano de 2016 assusta o mercado brasileiro com suas estatísticas nada atrativas, entretanto, em contraste com a fase vivida pela indústria, chega ao país um novo conceito de robótica: as máquinas colaborativas. O novo método implantado por algumas empresas de automação baseia-se na inovação e traz, por meio de um contato mais interativo entre máquina e operadores, diversas vantagens para quem deseja arriscar. Entre suas diversas vantagens, como ganho de produtividade e de qualidade, os novos integrantes do setor se mostram atrativos por conseguirem resolver de forma majestosa grandes problemas da indústria, como o caso da máquina indiferente e inflexível, que ignora o operador, como se vê em Tempos Modernos, de Charles Chaplin. Além disso, os novos manipuladores robóticos não se limitam a perfis robustos e a tarefas minimalistas. Os robôs colaborativos se destacam perante as máquinas antigas por possuírem um sistema sensorial exímio e monitoramento avançado de seus circuitos elétricos, mecânicos e eletrônicos. Seus sensores 2

integrados monitoram vários pontos de sua estrutura para que, se detectada alguma atividade externa depressora, o robô e seu operador saiam ilesos. A segurança de sua utilização é notada em uma possível colisão já que, nesse caso, a máquina se move na direção oposta ao suposto acontecimento, evitando qualquer ferimento ao operário ou dano à máquina. Além de toda vantagem de segurança, a nova geração de máquinas é facilmente manipulada. Sua utilização não requer conhecimento avançado de programação já que podem reconhecer e realizar movimentos e trajetórias mostradas a eles pelo operador através de sensores e câmeras. Tais robôs já vêm sendo utilizados por grandes empresas como Volkswagen e são implementados no Brasil por empresas com grande mérito inovador como a Pollux. Eles se projetam como a chave de uma grande revolução industrial, pois mudam o rótulo grosseiro de insegurança de operação do maquinário industrial, promovida, sobretudo, pelos grandes maquinários, os quais têm sido substituídos, gradualmente, pelos mais novos amigos dos colaboradores humanos.


EXTRACURRICULARES

EXTRACURRICULARES

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PROJETO SEMENTE

ra uma vez um projeto chamado Projeto Semente. O Projeto Semente nasceu da iniciativa de dois alunos, Adelmo Eloy e Leonardo Ruli, em conjunto com dois professores, Daniel Magalhães e Rogério Flauzino, os quais resolveram propor às crianças participantes do Projeto Pequeno Cidadão uma nova experiência, aliando conhecimento e tecnologia. Um dos maiores motivadores da ideia, era o fato de que, apesar de o Projeto Pequeno Cidadão estar incluso dentro do campus da USP – São Carlos, as crianças não aproveitam o que o campus pode oferecer de melhor, ou seja, o conhecimento. Foi assim que nossos protagonistas resolveram conversar com o Pequeno Cidadão e conseguiram apoio da administração para que pudessem trabalhar com essas lindas crianças toda semana. Fácil assim! Para que elas tivessem a melhor experiência que o campus podia lhes proporcionar, foi desenvolvido um currículo que trabalhasse conceitos educacionais emergentes e promissores no cenário atual. Assim, durante o tempo em que participam do Projeto Semente, elas têm acesso a ferramentas bem diferentes das que veem na escola. Todo o currículo foi desenvolvido pensando nas crianças para que, aos poucos, elas desenvolvessem certas características que são apontadas como muito esperadas pelos profissionais do futuro, como raciocínio lógico estruturado, através do ensino de programação, e empoderamento, observando a sociedade em geral e percebendo o que podem fazer para mudar esta realidade. Assim, o currículo vem se desenvolvendo e hoje abrange os três primeiros anos em que elas permanecem no Semente. Nele, temos os módulos semestrais, que são descritos a seguir: 1º Ano

1º Semestre Introdução à Tecnologia

2º Semestre Pensamento Computacional

Durante o primeiro ano, é feita com as crianças a ambientação tecnológica e elas começam a desenvolver o raciocínio lógico através da programação, desvendando o cérebro de um computador! No segundo ano, elas aprendem metodologias que vão auxiliar no seu empoderamento, desenvolvendo soluções através de metodologias desenvolvidas por universidades de renome, como Stanford, para resolver problemas do dia-a-dia, ou não (como desenvolver um satélite que redireciona os raios solares para certas partes de um planeta recém descoberto, para fazer crescer as plantas da região). Já, no terceiro ano, elas têm a chance de colocar o aprendizado em prática, propondo projetos, que junto com um voluntário-mentor, são desenvolvidos durante todo o semestre. Dessa maneira, nossas crianças se equipam e se fortalecem para enfrentar os problemas da sociedade, sendo impactadas e, futuramente, impactando suas comunidades e quem sabe um dia, até o mundo. Aula Quarta 8h10 às 10h

Reunião Segunda 19h (Prédio Mecatrônica)

2º Ano

Desenvolvimento de Produtos Design Thinking Quinta 8h10 às 10h Terça 13h (Mecatrônica) Oficina de Projetos Oficina de Projetos Seg. 8h10 às 10h e 14h10 às 16h Quarta às 13h 3º Ano Maiores informações, acesse a página no facebook: facebook.com/semente.usp

CULTURAL

Clube da Esquina (Clube da Esquina, 1972, 64min22s, álbum duplo) – Primeiro álbum do grupo, liderado por Milton Nascimento e Lô Borges, iniciou o movimento musical de mesmo nome, misturando temas de rock estrangeiro, jazz, músicas folclóricas e hispânicas em músicas inovadoras e de alta qualidade. Centro de desenvolvimento musical de Minas Gerais, Belo Horizonte reuniu muitos artistas em torno de Milton, que foi incorporando grandes artistas e desenvolvendo um estilo original e influente, constituindo um movimento que atrai público até hoje. Alguns clássicos presentes no disco, como Tudo que Você podia ser, Cais e O Trem Azul permanecem na memória popular como grandes canções da MPB. 3


O Jogo da Imitação (Drama, 114min, 2014) – Dirigido por Morten Tyldum, o filme se trata de uma biografia adaptada de Alan Turing, um criptoanalista Inglês que, entre outras contribuições, influenciou o desenvolvimento da ciência da computação e o estabelecimento formal de algoritmos. Como plano de fundo a segunda guerra mundial, o filme narra de forma poética e romantizada as tentativas de um grupo de criptoanalistas de decifrar o Enigma, máquina de encriptamento de mensagens que os soldados alemães utilizavam para compartilhamento de informações secretas. Assim que iniciam seus trabalhos, Turing diverge do esforço braçal e infrutífero de seu grupo em tentar identificar todo dia um código diferente e investe seu tempo e pensamento em uma máquina que pudesse fazer todo o trabalho extenso, assim conseguindo obter vantagem sobre as tropas alemãs. Tensão do período de guerra, decisões extremas, valores morais, relações humanas e esforço conjunto são temas que se desenvolvem na narrativa, que retrata também momentos da vida de Turing e o tratamento que a Inglaterra teve com um de seus “heróis de guerra”, condenando-o à castração química por “atentado ao pudor” (homossexualidade era ilegal na Inglaterra da década de 50).

CRUZADINHA

Conhece componentes eletrônicos? Prove seus conhecimentos ou sua inferência e complete esta cruzadinha! A foi usado para indicar elementos ativos, e P, passivos. 1. (A) Disp. para armazenamento de energia. 2. (P) Comp. semicondutor de cristais de Silício ou Germânio, util. princ. em retificação. 3. (P) Conversor de energia elétrica em mecânica. 4. Diz-se dos disp. instalados numa placa (ger. compartilhada com periféricos). 5. (A) Driver ou circuito utilizado para controle de velocidade/ sentido em motores. 6. (P) Disp. que armazena energia na forma de campo elétrico. 7. (A) Comp. semicondutor util. como chave eletrônica ou amplificador. Abreviações: Utilizado(a) = util. Principalmente = princ. Dispositivo = disp. Componente = comp. Geralmente = ger.

SAIBA MAIS

A classificação em passivo ou ativo é apenas uma convenção. Os elementos que são capazes de controlar ou alterar a energia elétrica a que estão submetidos são classificados como ativos (amplificadores operacionais, por exemplo), enquanto os elementos que apenas armazenam ou dissipam energia são classificados como passivos (resistores, capacitores, indutores, por exemplo). Circuitos elétricos são aqueles em que a energia elétrica é somente convertida para outras formas de energia, de maneira simples, como por exemplo um chuveiro elétrico, ou a alimentação de um motor. Ao passo que os circuitos eletrônicos podem interpretar um sinal e manipular a corrente de um circuito, por exemplo, a fim de cumprir uma tarefa específica, como uma torradeira que solta um bip e levanta as fatias de pão após torrá-las.

CHARADA

Três amigos passam um final de semana num Hotel, pagando cada um R$10,00. O gerente, analisando os custos, percebe que podia ter cobrado R$25,00 dos três, e pede ao funcionário que devolva R$5,00 a eles. O funcionário, com malícia, devolve a cada um dos hóspedes R$1,00, embolsando R$2,00. Se cada hóspede pagou R$9,00 pela diária, e o funcionário embolsou R$2,00, e o total, intuitivamente, é R$29,00, onde está R$1,00?

Conheça os membros que têm trabalhado no Jornal da Mecatrônica (ordem alfabética): Daniel M. (016), Eduardo G. (016), Ícaro (013), Kaique (013), Luiz Neto (013), Marcelo F. (016), Márcio (015), Matheus Pi. (016), Thaina (016), Weilon (013). Junte-se a nós! Reuniões às quintas, a partir das 16h30, na Mecatrônica. Sugestões? Críticas? Escreva pra gente! jornalmk@gmail. com e curta nossa página no face! facebook.com/jornalmk

Resposta da Cruzadinha: 1. Bateria 2. Diodo 3. Motor 4. Onboard 5. Ponte-H 6. Capacitor 7. Transistor

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EQUIPE EDITORIAL


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