JORNAL NOSSO BAIRRO by Jornal Nosso Bairro

NOSSO BAIRRO O jornal da comunidade

Joinville - SC SEXTA-FEIRA - 14 de agosto - Ano 04 - Edição 88

Distribuição gratuita em todos os bairros de Joinville

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15 anos pela Cultura Nivaldo, Darcy e João Luis continuaram na ativa após a aposentadoria com o trabalho voluntário nas unidades da Fundação Cultural, por mais de uma década

Pág03 Foto: Jacson Carvalho / Nosso Bairro

NOSSA GENTE

BOCA NO TROMBONE

Atraso A quadra de esportes foi inciada em 2013, mas até hoje não foi concluída

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Voluntária Beatriz iniciou o projeto para ajudar meninas carentes

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O JORNAL NOSSO BAIRRO é publicado semanalmen-

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Joinville

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03 Júlia Vieira

Voluntários pela cultura Idosos

Há 15 anos abriram as primeiras vagas para monitores voluntários, alguns trabalham até hoje nessa função

as 9h ao meio-dia, há 15 anos, Nivaldo Seibel, trabalha como voluntário pela cultura em Joinville. Seja no Museu Nacional da Imigração e Colonização de Joinville, ou na Casa da Memória – lugar onde passou 12 anos da carreira de voluntário – entre os túmulos dos imigrantes alemães e suíços da Colônia Dona Francisca, o importante para Nivaldo é estar ativo e se sentir útil para a sociedade. Antes, o aposentando trabalhava como gerente comercial, mas dedicou grande parte da sua vida trabalhando em almoxarifado, até que chegou a aposentadoria e sem planejar nada se viu no extremo tédio do cotidiano. “Enquanto estava escutando o rádio, no ano de 2000, ouvi que tinha aberto 30 vagas para monitores voluntários da Fundação Cultural”. Seu Nivaldo não pensou duas vezes, encontrou ali uma oportunidade para ocupar o tempo de sobra e fazer o que gosta. “Nesse lugar me sinto como se eu estivesse na minha casa”, comenta com felicidade ao lembrar-se das histórias. Seu Nivaldo, que faz 80 anos no dia 30 de agosto, tem dois filhos, quatro netos e dois bisnetos, mas mesmo com a idade avançada não pensa em sair tão cedo da função que exerce pela cultura joinvilense. Ao andar pelas escadarias do cemitério dos imigrantes, mostra o túmulo dos escravos e filhos de escravos na época da colônia. “Eles ficam lá atrás, acontecia muita discriminação”. Filho de alemães, Nivaldo aprendeu o idioma desde pequeno e foi repreendido diversas vezes na escola por não falar a língua brasileira, na época da Segunda Guerra Mundial. “Para os alemães era língua brasileira, não língua portuguesa”, contou rindo. Na última segunda-feira, 10, a Fundação Cultural de Joinville contabilizou três voluntários que estão no trabalho de monitores

desde o primeiro grupo que se formou há 15 anos. Tanto Nivaldo, quanto Darcy Nogueira, 77 anos, que trabalha na Casa da Cultura, e João Luis da Silva, do Museu de Arte dedicaram parte de suas vidas ao amor pela cultura. Atualmente, somente oito pessoas ainda exercem a função de monitores voluntários por 20h semanais para as atividades nas unidades de FCJ. Em troca, recebem valetransporte, seguro de vida e cesta básica, como uma retribuição simbólicas pela dedicação.

Idosos na ativa Nem sempre pessoas como Nivaldo, Darcy e João pensam em ocupar o tempo após a aposentadoria, uma parcela da população idosa acha que a vida acabou com o fim do trabalho. “A vontade de ser monitor surgiu depois que me aposentei e comecei a me sentir meio inútil”, explica Nivaldo. Depois de escutar no rádio o anúncio de vagas para trabalho voluntário, encontrou algo para fazer com o tempo que acumulava. Porém, não parou por aí. Seu Nivaldo trabalhava por meio período no Casa da Memória e meio período como vendedor de caixotes de madeira. “Alguma coisa eu tenho que inven-

tar”, comenta Nivaldo. A sensação de inutilidade e tempo de sobra é uma situação comum de acontecer com muitos idosos. Conforme a psicóloga Bianca Gossen, alguns idosos não pensam o que vão fazer quando aposentar, até sonham com esse momento, mas não planejam como ocupar o tempo que resta. “Esses idosos sem saber o que fazer acham uma ocupação diária de casa, ficam na televisão, não tem ciclo de amigos”, explica a psicóloga. Para ela o que é determinante para essa pessoa se fechar durante o período da aposentadoria é o que ela fazia enquanto estava trabalhando. Se ela dedicou a vida ao trabalho, é normal que a sensação de inutilidade ocorra. “Quando a família não está por perto, não se atenta ao comportamento desse idoso, ele pode chegar a um quadro de depressão”, relata. A dica que Bianca dá para quem está quase se aposentando é pensar se realmente quer parar de trabalhar, e preencher o tempo livre com atividades que gosta. “Eu gosto muito disso aqui, se estou há 15 anos no mesmo trabalho, é por que alguma coisa tem”, diz Nivaldo.

Seu Nivaldo não pensa em sair tão cedo da monitoria voluntária

Foto: Jornal Nosso Bairro | Jacson Carvalho

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Esporte

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Primeirona 2015 Futebol

Nona rodada será disputada neste final de semana Jean Patrick

esporte@jnbonline.com.br

epois de uma pausa, a Primeirona retorna com jogos neste final de semana. O dia dos pais foi o motivo de os gramados de Joinville não terem recebido futebol na semana passada. São dois jogos no sábado e dois no Domingo. Primeiro, Profipo e Pirabeiraba se enfrentam na Associação de Moradores do bairro Profipo. No mesmo horário, Tupy e Corinthians duelam no Albano Schimdt.

Foto: : Yan Pedro/Máxima Esportes/Pop Rock Joinville

No Domingo, o América enfrenta o Morro do Amaral no Sadalla Amin Ghanem e Juventude e Operário jogam em Araquari. Aviação é o time que folga na semana. Após nove rodadas, o América lidera a competição com 23 pontos, seguido de Tupy com 22, Pirabeiraba com 18 e Corinthians com 11 pontos conquistados. Nesse ano, apenas um time será rebaixado para a Segundona. E quem ocupa

essa posição incômoda no momento é o Operário, com apenas 5 pontos conquistados. Em 2015, na 1ª fase da Primeirona, os nove clubes jogam entre si, em turno e returno. Ao final das 18 rodadas, os 4 melhores se classificam para a próxima fase. As semifinais e finais terão jogos de ida e volta. Os dois clubes finalistas terão vagas garantidas na Copa Norte 2016.

Seleção Brasileira

Dunga convoca seleção para amistosos Dunga convocou os jogadores para os dois últimos amistosos antes do início das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Serão dois amistosos, contra Costa Rica, no dia 5 de setembro,

em Nova Jersey, e, três dias depois, contra os Estados Unidos, em Boston. O técnico terá muita dificuldade para formar uma seleção com força e que traga novamente o carinho da torcida brasi-

leira. O anúncio será feito nesta quinta-feira, às 11h (de Brasília), na sede da CBF. Neymar, suspenso por quatro jogos pela Conmebol, estará fora dos dois primeiros jogos das Eliminatórias.

Boca no Trombone

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Sabrina Quariniri

Obra não concluída Atraso

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Os moradores já fizeram dois abaixo-assinados este ano, mas até o momento não obtiveram um retorno

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Foto: Jornal Nosso Bairro | Jacson Carvalho

Eu reclamo

Nome: Patrícia Willwert, Vendedora Bairro: Paranaguamirim

oradores do bairro Paranaguamirim reclamam de uma quadra de esportes começada no ano de 2013 e que ainda não foi concluída. Patrícia mora em frente a obra e diz que a promessa inicial seria uma quadra poliesportiva, academia para a terceira idade e parquinho

Eu respondo

para as crianças da comunidade, mas, até o momento, apenas a iluminação e o piso da quadra foram colocados. Ela também diz que o espaço acaba sendo um perigo para as crianças, pois há jovens que vão consumir drogas no local. Também reclama que de madrugada alguns usam o lu-

gar para andar de skate e fazer manobras com os veículos, tirando o sono dos vizinhos. Os moradores, então, pedem para que a obra seja concluída ou, no mínimo, desmanchada, para que o incômodo acabe.

Secretaria de comunicação / Prefeitura Municipal de Joinville

Em resposta, a Secretaria de Comunicação diz que a Prefeitura de Joinville está

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em processo de licitação para a compra de novos equipamentos para as praças da cidade.

As obras deverão ser iniciadas após a finalização desse processo.

(47) 9639 - 2928

jornalismo@jnbonline.com.br

Nossa Gente

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07 Sabrina Quariniri

Dança para todos Balé Beatriz ajuda meninas que vêm de famílias carentes a realizarem o sonho de dançar

uando vi aquela bailarina dançando na TV, eu achei a coisa mais linda, encheu meus olhos de brilho e alegria”, lembra Beatriz Apati da Silva, bailarina e professora de balé. E assim, em um comercial de televisão, aos cinco anos de idade, começou a paixão de Beatriz pela dança. Ela conta que, no início, só queria saber de dançar, pois aquilo lhe trazia satisfação. Mas com o passar dos anos, ela percebeu que não era tão fácil assim. A família não tinha condições de lhe pagar um curso de balé e, aos nove anos de idade, sabendo das dificuldades e do custo, mas mesmo assim, determinada em seu objetivo, foi atrás de uma bolsa de estudos, onde cursou dança por dez anos de sua vida. A bailarina já ganhou vários prêmios, já perdeu as contas dos Festivais de Dança de Joinville que participou, mas trilhar esse caminho não foi nada fácil. Já foi a pé, sozinha,

Foto: Jornal Nosso Bairro | Sabrina Quariniri

do bairro Floresta ao Centreventos em dias de Festival, já pediu carona e, pior, sentiu na pele a deficiência de recursos que a “cidade da dança” oferece para meninas carentes. Hoje em dia, dá aula para mais de 25 crianças pelo projeto Dança para Todos, na Escola de Educação Básica João Colin, bairro Itaum. O projeto foi gerado por ela mesma, com o objetivo de dar oportunidade a crianças que, como ela, não têm recursos financeiros para realizar o sonho de ser uma dançarina. “Quando estava em meu quarto, escrevendo o projeto, pensei: ‘eu vou dar aula para crianças carentes! Eu vou realizar o sonho delas, como foi realizado o meu!’”, conta. Beatriz diz que o espaço ganhado é tudo o que sempre sonhou, mas ela é obrigada a se limitar nas crianças que estudam ali, sem poder dar oportunidade a outras que compartilham do mesmo so-

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As aulas acontecem todas as quintas-feiras das 17h30 às 19h

nho. A professora também é grata a Lojas Capezio pela doação de materiais para as meninas. “Eu adoro dar aulas aqui, mas gostaria de ter o meu próprio espaço, pois há mais meninas que querem ser bailarinas e não fazem parte da escola”, relata ela. A delicadeza e a leveza ficam só na imagem. O treino é pesado, as próprias alunas exigem isso, pois têm ciência da oportunidade que estão recebendo. Os pés descalços, os dias chuvosos e as contusões, segundo a professora, são dificuldades que não se comparam à falta de recursos que a cidade oferece. “Não podemos mascarar a situação. Quem tem oportunidade de entrar em uma escola renomada da cidade é rico. E, infelizmente, temos muitos talentos nascidos aqui que são perdidos por conta disso”. A mulher de 28 anos, com inocência e jeito de menina, vê na dedicação das alunas o reflexo da sua realidade do passado. Atualmente, tem a melhor plateia do mundo, as alunas. Não recebe críticas e não tem jurados, pois para essas meninas tudo é perfeito. Faz tudo à base do amor e do carinho. Não tem retorno financeiro, mas recebe algo muito melhor. “Dinheiro nenhum no mundo paga o sorriso e o carinho que recebo dessas meninas. Eu amo fazer isso. A base da minha dança é o amor”, termina a professora. Conheça melhor o trabalho da professora acessando o blog: bailarinabeatriz.blogspot. com, ou entre em contato por e-mail: biaballet.voluntario@ hotmail.com

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