AMÉRICA FUTEBOL CLUBE

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EDITORIAL

Editorial Estar na presidência no ano que o clube de grande história para Joinville completa 100 anos é mais que um privilégio, é uma honra e marca também a minha história.

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América Futebol Clube comemora este ano seu centenário. A alegria de poder estar como presidente nesta data é indescritível. Prazer, orgulho e satisfação ficará estampado no meu coração para sempre. Americano de corpo e alma, poderei narrar neste momento a história e os fatos importantes no nosso Clube. Desde a sua fundação, quando um grupo de sonhadores reunidos em um local qualquer, deu o ponta pé inicial na criação do nosso querido América. As conquistas mais importantes como o bi-campeonato de futebol profissional de 1947 e 1948, e depois 1951 e 1952 e novamente o título de campeão catarinense em 1971. Trajetória de conquistas no estado fazendo do América um dos maiores vencedores com cinco títulos estaduais. Em 1975, as dificuldades financeiras mudaram a trajetória do futebol profissional na nossa cidade, unindo os rivais América e Caxias, dessa união nasceu o nosso querido Joinville F.C. O América permaneceu com seu patrimônio, o estádio de futebol permaneceu intacto e bem conservado e a área social cresce todos os dias, com obras de melhoramentos para atender seus associados. Ele manteve a chama acesa com relação ao futebol. Participamos ativamente no futebol amador da nossa cidade, na região norte e no estado conquistando importantes títulos, como o bicampeonato amador estadual, muitas vezes campeão da região norte do estado e também conquistando títulos de campeonatos promovidos pela Liga Joinvilense de Futebol. Nosso maior patrimônio neste momento sem dúvidas são os associados, é onde os recursos arrecadados são investidos para melhor atender esse público. Fazendo do nosso clube ponto de referência e orgulho para todos. Nosso projeto futuro é cada vez mais investir na nossa estrutura social, modernizando e melhorando a vida das pessoas. Comemorar cem anos é privilégio de poucos, a trajetória centenária foi meteórica, mas, acima de tudo, vencedora. Portanto, ao meu querido América, ao glorioso Galo da Zona Norte, fica a nossa homenagem de respeito, amor e dedicação, lembrando a letra do nosso hino:

Hei de torcer, torcer, torcer, Hei de torcer até morrer, morrer, morrer Pois a torcida Americana é toda assim A começar por mim... Um abraço!

EXPEDIENTE

FONTES

Direção: João Barbosa Jornalista Responsável: Jacson Carvalho (002452/SC) Diagramação e projeto gráfico: Jacson Carvalho Reportagens: Jean Patrick da Silva Revisão: Pâmela Ritzmann de Lima Artes Finais: Pierre Toniote

- Roberto Dias Borba - Marcos Aurélio Carvalho - Arquivo Histórico de Joinville - Edson Dos Santos - Renê Gonçalves - América Futebol Clube


ÍNDICE

05 - A fundação foi em 1914 06 - A primeira partida oficial 07 - O primeiro clássico 08 - A taça mais antiga 09- Jogos que ficam na memória 10 - A criação de uma liga na região norte 11 - Vice-campeão estadual de 1942 12 - Jogo internacional 13 - Ruben Lobo 15 - Vice-campeonato de 1943 16 - O primeiro título estadual 17 - O biestadual 18 - América x Rapid 19 - América x Fluminense-RJ 21 - O Estádio do América 24 - O tetracampeão, Euclides 25 - O bicampeonato de 51/52 26 - Renê, o artilheiro de 1952 27 - O tricampeonato da LJD 28- Depoimentos 29 - Pelé em Joinville 30 - Campeão de 1971 31 - Depoimentos 32 - Antônio Nunes, o Lico 34 - A fusão: nascia um campeão 35 - Depoimentos 36 - Retorno aos gramados 37 - No caminho certo 38 - O título da Primeirona 39 - O título da Primeirona de 93 40 - Título de 1994 41 - O tri de 95 e o bi estadual de 96 42 - O título da Primeirona de 97 44 - Homenagem 45 - Primeirona de 2011 46 - O maior campeão da Copa Norte 47 - Depoimento

48 - Um sócio de carteirinha 49 - Uma história de sucesso com o América 50 - O clube social 51 - Destaques 52 - Eventos 53 - Diversos 54 - Homenageados 55 - Academia, parque aquático 56 - Futsal, basquete 57 - Dança, massoterapia 58 - Saunas, atletismo e estacionamento 59 - Material esportivo, salão de festas 60 - Estádio 61 - Ginásio, salão de beleza 62 - Encontro de amigos e ex-atletas 64 - Conselho deliberativo 65 - Ex-presidentes 66 - O futuro


O INÍCIO

A fundação foi em 1914

Nascia um grande clube que representou Joinville no cenário estadual durante muito tempo

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m 1914, mais precisamente no dia 14 de julho, um grupo de entusiastas apaixonados por futebol tiveram a ideia de montar um clube. A fundação do Clube de Futebol América,ocorreu na sala de espera do então Cinema Floresta, localizado na histórica Rua do Príncipe, em frente à lateral da Catedral Diocesana São Francisco Xavier, e ao lado da conhecida Farmácia Vieira. Foram quatorze membros fundadores, dos quais cinco, ao lado de dois novos sócios formaram a primeira diretoria da equipe. Pedro Firmino de Menezes foi declarado Presidente; Lázaro Bastos, Vice-Presidente; José Bonifácio da Silva, 1º Secretário; Gerson de Menezes, 2º Secretário; Jorge Mayerle, 1º Tesoureiro; Casimiro Silveira, 2º Tesoureiro, e Edgard Schneider, Capitão Geral. As reuniões da diretoria eram realizadas na sala de espera do Cinema Floresta, de propriedade de Austergílio de Menezes, irmão de Pedro Firmino de Menezes, o primeiro presidente do clube curiosamente, dois pernambucanos da cidade de Floresta, que chegaram a Joinville atraídos pelo progresso industrial e crescimento do jovem município, com apenas 63 anos na época, que fora fundado em 1851, no dia 9 de março. Apesar de ter nascido em 1914, o clube americano estreou nos gramados apenas no ano seguinte, quando, em duas oportunidades enfrentou a equipe do Theutônia, saindo derrotado em um dos confrontos, mas vitorioso em outro. Curiosidade, em uma ata da Assembleia Geral, realizada no dia 21 de março de 1915, contém um relato interessante: “Ficou assentado dar-se estatutos à sociedade (América Futebol Clube), ficando incumbido de organizá-los o membro de diretoria Dr. Lazaro Bastos, que para esse fim se há de

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Foto: Arquivo histórico

A foto mostra militares desfilando pelas ruas no ano em que o AFC foi fundado. O mundo estava em guerra e o clima de tensão refletia também em Joinville [Arquivo Histórico] entender com o sócio Carlos Gomes de Oliveira, o qual, por sua vez, procurará conseguir de outras sociedades de Futebol os respectivos estatutos para servirem de normas aos nossos. O campo destinado ao Ground passará por alguns melhoramentos procurando-se recortarlhe de alguns valos para analisar e dar evasão as águas que costumam sobrar pela chuva; e, como para esses melhoramentos são necessárias algumas despesas, está aberta entre os sócios uma subscrição para esse fim. Se essa subscrição aberta não for suficiente para atender a essa despesa, mas uma se há de abrir, para a qual pedimos a boa vontade dos mesmos sócios. Como é necessário, fica aberto um crédito para ocorrer às despesas com a compra de uma bola. Os sócios do América Futebol Clube, quando tiverem de apresentar-se em campo disputando com outros, usarão o seguinte uniforme: calção branco, camisa vermelha e boné branco.” Assinaram a ata os quatorzes fundadores e Aristóbulo Dela Peña Mitre. Outra anotação em ata curiosa é a seguinte: “No dia 25

do mês de fevereiro de 1917, com a presença de mais de vinte sócios para esta Assembleia convocada pelo presidente do América Futebol Clube, Pedro Firmino de Menezes, justificou o motivo da reunião em conformidade com a letra A do artigo 22 dos Estatutos da sociedade, explicando que o desenvolvimento da sociedade continuava lento à vista do Ground acharse completamente estragado por nele haver Francisco Nicodemus ter praticado escavações, retirando terra e areia do terreno situado à Rua do Mercado (hoje Avenida Coronel Procópio Gomes de Oliveira, complexo educacional do Senai) aonde funciona”. Assinaram a ata os membros da primeira diretoria e demais sócios Horácio Oliveira, Alfredo Schwarz, Rodolpho Magdalena, Manoel de Miranda, Eugenio de Barros, João Alves Machado, Júlio Machado, José Rocha Coutinho, José Alves Machado, Carlos Schwartz, Erich Redlich, Pedro Americo Farias, Carlos Lopes Pereira, Hercilio Gomes Corrêa, Eugenio Pereira de Macedo, J. Ribeiro, José Herminio Corrêa, João (ilegível) e Osvaldo José Gonçalves. [Texto: Arquivo AFC]

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A primeira partida oficial Diante do Theutônia, o então chamado de América Foot Ball Club realizou o primeiro jogo com registro Foto: Arquivo AFC

A primeira partida oficial foi diante de outro time da cidade, o Theutônia. o América Futebol Clube venceu um jogo e perdeu outro. No mesmo ano, o clube vermelho e branco venceu o Garibaldino, de São Francisco do Sul, por 4 a 0. Foto: Arquivo AFC

No início, os jogos do AFC aconteciam no campo localizado na Rua do Mercado. O estádio passou a se chamar Estádio Coronel Procópio Gomes, mesmo nome dado à rua.

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O primeiro clássico

Um dos maiores clássicos catarinenses e o maior de Joinville teve início pouco depois da fundação do Caxias Futebol Clube Foto: Arquivo AFC

Nos primeiros uniformes do América Foot Ball Club, ainda não existia um escudo, apenas as iniciais AFC no canto esquerdo da camisa. Como a maioria dos times na época, a camisa era com botão e a bermuda era presa com um cinto. Muitos jogadores utilivam chapéus que eram praticamente parte do uniforme. As bolas usadas no começo do século XX eram feitas de couro e borracha. Como o couro ainda não tinha uma qualidade muito boa, as cabeçadas muitas vezes machucavam os jogadores.

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Foto: Arquivo AFC

O primeiro confronto com o Caxias Futebol Clube, seu maior rival, aconteceu no dia 6 de março de 1921 e fez parte das comemorações do 70º aniversário de Joinville. O América perdeu a partida por 2 a 1. No segundo confronto, realizado no mesmo mês, o Galo da Zona Norte venceu o gualixo por 4 a 3. Nos dois anos, o jogador Alfredinho Zattar (ao lado) foi o autor do primeiro gol americano no Caxias. Anotado na derrota por 2 a 1, os gols do Caxias foram marcados por Afonso Kruger e Waldemar Moreira.

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A Taça mais antiga Taça “Luiz Collaço” foi entregue ao time do América por vencer a equipe do Hercílio Luz no ano de 1926 Foto: Arquivo AFC

Na década de 1920, os clubes por todo o estado de Santa Catarina ainda criavam as suas ligas de futebol. Por esse motivo, pequenos campeonatos regionais e jogos únicos com entrega de troféus eram bastante disputados. Em 18 de julho de 1926, o América Futebol Clube ofereceu a Taça “Luiz Collaço” ao vencedor do confronto entre o próprio América e o Hercílio Luz. O time de Joinville ganhou a partida e ficou com a taça, que é a mais antiga no Hall do clube.

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Foto: Arquivo AFC

Reunião em 1925, com membros de uma das diretorias do América Futebol Clube e empresário do esporte de Curitiba.

Nesse ano, a Liga Esportiva do Norte Catarinense (LENC) foi fundada. Os quatro primeiros integrantes foram o América Futebol Clube, o Caxias Futebol Clube, o Americano e Cruzeiro de São Francisco do Sul.

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Jogos que ficam na mémoria Os jogos contra o Caxias se tornavam frequentes e traziam grandeza ao clássico. Em 1931, um duelo inesquecível contra o Atlético Paranaense Foto: Arquivo AFC

Um dos jogadores que vestiu a camisa vermelha e branca por mais vezes nas décadas de 1920 e 1930 foi o goleiro Adolfo Sanson. Há registros do atleta no time titular em 1925 e 1931.

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Foto: Arquivo AFC

Em 1928, o América e o Caxias decidiram o Campeonato Citadino de Joinville. Na primeira partida, no dia 18 de novembro, o Galo da Zona Norte venceu por 2 a 1. O segundo encontro foi uma semana depois, com mais uma vitória do América. Dessa vez por 1 a 0. Três anos depois, em 1931, o América ganhou destaque em um confronto contra o Atlético Paranaense, num domingo, 5 de abril de 1931. Os jogadores americanos venceram o time do Paraná por 2 a 1. Scorssato marcou para o América e Valdemar Maranhão descontou para o Atlético.

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A criação de uma liga na região norte O vice-campeonato da ACD de 1935 colocava o futebol de Joinville cada vez mais em destaque Foto: Arquivo AFC

O campeonato de 1934 foi disputado apenas por equipes da capital. O campeão daquele ano foi o Atlético Catarinense. Em 1935 foi criada a ACD-Associação Catarinense de Desportos. No mesmo ano foi disputado o campeonato da ACD. Os clubes participantes foram: América, Caxias, Cruzeiro Joinvilense, Grêmio Esportivo Joinville Glória e Liga São luiz. O Caxias foi o campeão e o América foi o vice. Foto: Arquivo AFC

Já com 24 anos, o América enfrentou o Savóia, em Joinville. Antes da vitória por 3 a 1, os jogadores posaram para a foto ainda no campo da Rua do Mercado. Ao fundo, a imagem da arquibancada de madeira, chamada de Pavilhão Austergílio de Menezes, e também da mascote do time, a cadela Balalaica. O time da foto: Eurico, Currege, Floriano, P.H, Pé de Ferro, Patativa, Bira, Chico Pau, Nelson, Lulinha e Bira.

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Vice-campeão estadual de 1942 No ano em que a ACD mudou para LJD, o América foi campeão da cidade, teve o direito de disputar o estadual e por pouco não foi campeão do estado Foto: Arquivo AFC

Em 1942, o América Futebol Clube conquistou o Citadino de Joinville, assegurando vaga nas fases finais do catarinense do mesmo ano. O América chegou à final do estadual contra o Avaí futebol Clube, de Florianópolis. Com a segunda guerra mundial acontecendo, quatro atletas do time de Joinville não puderam comparecer ao primeiro jogo da final, marcado para o dia 4 de outubro. Sem poder contar com os jogadores, o América Futebol Clube decidiu não disputar a final. O título daquele ano foi homologado ao Avaí. Em 1942, a Associação Catarinense de Desportos (ACD) mudou o nome para Liga Joinvilense de Desportos (LJD). O Campeonato foi disputado por América, Caxias, Clube Atlético Operário, São Luiz Atlético Clube e Afonso Pena.

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Depois de sete jogos, cinco vitórias e dois empates, o último jogo não aconteceu, pois o Operário desistiu da partida. Com a vitória por W.O (Walkover, em inglês, quando um time não vem para o jogo) o América Futebol Clube tornou-se campeão a LJD e foi disputar o estadual.

CURIOSIDADES

Nesse ano, a LENC-Liga Esportiva do Norte Catarinense foi fundada. Os quatro primeiros integrantes foram o América Futebol Clube, o Caxias Futebol Clube o Americano e Cruzeiro, de São Francisco do Sul.

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Jogo internacional

O América Futebol Clube foi o primeiro time catarinense a disputar uma partida internacional Em 1942, o América Futebol Clube realizou algo inédito em Santa Catarina. Diante do Club Libertad, do Paraguai, disputou o primeiro jogo internacional em solo catarinense. O jogo fez parte das comemorações do aniversário de 28 anos do time da Zona Norte de Joinville. O amistoso colocou frente a frente o campeão joinvilense contra o campeão nacional do Paraguai. A partida terminou com uma vitória paraguaia pelo placar de 6 a 1. O Libetad, fundado em 1905, é um dos clubes mais importantes da América do Sul. Na ocasião em que veio jogar contra o time americano, já havia ganhado o campeonato nacional de seu país por cinco vezes. Já o América estava prestes a disputar o estadual, no qual foi vice-campeão. Foto: Arquivo AFC

A foto mostra o dirigente do Libertad, o goleiro do time paraguaio, Antonio Fackany e o presidente do América Futebol Clube na época, Ruben Lobo. No mesmo ano, depois de estrear em solo catarinense contra o América, o Club Libertad do Paraguai enfrentou, em Santa Catarina, a equipe do Avaí. O jogo foi em Florianópolis e terminou com uma vitória do time da capital.

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DESTAQUES

Ruben Lobo

Presidente do clube por 14 anos, Ruben Lobo foi o recordista de títulos

Ruben de Oliveira Lobo foi o presidente que por mais tempo comandou o clube. Entre 1942 e 1956, ele dedicou seu tempo ao América Futebol Clube. Foi também interino por duas ocasiões, em 1941 e 1965. Nos quatorze anos à frente do clube, conquistou quatro títulos estaduais. Foram os dois bicampeonatos, de 47/48 e 51/52.

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Foto: Arquivo AFC

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O INÍCIO

Vice campeonato de 1943 O título do Citadino colocou mais uma vez o América no estadual, e novamente a conquista bateu na trave Foto: Arquivo AFC

Com o bicampeonato do Citadino conquistado, o América seguiu adiante no estadual. E mais uma vez chegava às finais. Novamente contra o Avaí, atual campeão. Na primeira partida em Joinville, realizada no campo do Caxias, o time rubro venceu o rival da capital por 3 a 1. No segundo encontro, a vitória foi avaiana, por 7 a 3 no tempo normal e 7 a 0 na prorrogação. O resultado deu o título ao Avaí. Time americano que jogou a final: Colin, Janjão, Currage, Piazera, Lulinha, Félix, Chico Pau, Cocada, Zequinha, Badeco e Armandinho.

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TÍTULOS ESTADUAIS

O Primeiro título estadual No ano em que completou 33 anos de existência, 1947, o América Futebol Clube conquistou o primeiro título estadual

Foto: Arquivo AFC

Em 16 de abril de 1947, o América prestou uma homenagem a Aderbal Ramos da Silva. Na foto estão: Ruben Lobo, Leoberto Leal, Aderbal Ramos da Silva e convidados. Foto: Arquivo AFC

Antes de chegar às finais de 1947, o time da Zona Norte de Joinville passou pelo Clube Atlético Operário, de Mafra, com duas vitórias. 3 a 1 em Mafra e 6 a 3 em Joinville. O América chegava a tão esperada final contra o Palmeiras, de Blumenau. Na primeira partida, em março daquele ano, o time de Joinville venceu a partida por 3 a 1. No segundo jogo, nova vitória dos joinvilenses, mas dessa vez, a vitória foi por 4 a 3. Os resultados deram o título ao América Futebol Clube. Escalação do time: Currage, Eike, Gonzaga, Vico, Piazeira, Henrique, Euclides, Zabot, Zequinha, Badeco e Renê.

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TÍTULOS ESTADUAIS

O biestadual

O primeiro título do estado em 1947 foi o combustível para o bicampeonato no ano seguinte

CURIOSIDADES Em seis oportunidades, o América Futebol Clube teve um jogador como artilheiro do estadual: 1947, 48, 51, 52, 71 e 72

Confira: 47- Nicácio 48- Zabot 51- Bastinho 52- Renê 71- Romualdo 72- Marcos Cavalo

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Foto: Arquivo AFC

Depois de ter vencido novamente o citadino em Joinville, o América disputou pelo segundo ano seguido o estadual. Dessa vez, com uma nova fórmula de disputa. Os quatro times classificados jogavam um quadrangular com turno e returno. O primeiro colocado depois de todas as partidas disputadas seria o campeão. América, Paula Ramos( Florianópolis), Palmeiras (Blumenau) e Ypiranga (Canoinhas)participaram da disputa. Com quatro vitórias, um empate e uma derrota, o Rubro se consagraria campeão. Mas a FCD julgou irregular a presença do goleiro Gonzaga da equipe americana na vitória contra o Paula Ramos, na capital. O campeonato foi decidido então, na disputa de melhor de três partidas contra o próprio Paula Ramos. Com uma vitória dos visitantes em Joinville, e uma vitória do América em Florianópolis, o jogo foi decidido no terceiro encontro, novamente na capital. O empate em 1 a 1 no tempo normal levou o jogo para a prorrogação. O placar continuou o mesmo, levando a partida para o os pênaltis. Por 4 gols a 3, o América Futebol Clube venceu o Paula Ramos em Florianópolis e conquistou o bicampeonato estadual. Escalação: Rui Sprotte, Eike, Currage, Teio, Vico, Piazeira, Cocada, Zabot, Badeco, Euclides e Renê.

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TÍTULOS ESTADUAIS

América x Rapid Depois de disputar a primeira partida internacional no estado, em 1942, agora era vez de enfrentar um time europeu

Foto: Arquivo AFC

No ano de 1949, já com dois títulos estaduais no currículo, a equipe rubro disputou mais uma partida amistosa internacional e inédita. Dessa vez, o adversário era o Rapid, de Viena, campeão da Áustria. Foi a primeira partida de uma equipe europeia em Santa Catarina, e o América Futebol Clube comemorava seu 35º aniversário. Em um jogo com muitos gols, o Rapid venceu o América por 5 a 3. Na foto, da esquerda para direita: Dirigente do Rapid; Representante da CBD; presidente da LJD - Ivo Varella ; e presidente do América Futebol Clube, Rubem Lobo.

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Partida histórica entre América e Fluminense - RJ

A visita do Tricolor das Laranjeiras marca o centenário de Joinville, em partida contra o AFC Foto: Arquivo AFC

Em 1951, no aniversário de 100 anos de Joinville, o América Futebol Clube recebeu o Fluminense do Rio de Janeiro, em jogo festivo. Em 9 de março de 1951, os jornais de Joinville destacavam o centenário da cidade, mas também traziam, na página esportiva, os detalhes de uma partida que aconteceria dois dias depois e era colocada como “histórica”. Era a chegada do Fluminense Futebol Clube a Joinville para a disputa de um jogo contra o América, em comemoração aos 100 anos da cidade. Nessa data, dois dias antes do jogo, o Jornal A Notícia publicou: “ Finalmente, depois de amanhã, os joinvilenses e o público visitante, que aqui está para as comemorações de nosso primeiro centenário de fundação, terão o ensejo de assistir à sensacional peleja entre o América Futebol Clube de nossa cidade e o famoso conjunto do Fluminense, o tricolor carioca.” O confronto aconteceu no dia 11 de março, e o esquadrão carioca contava com

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um timaço. Castilho, o grande goleiro no futebol nacional, tinha a companhia de Pindaro, Pinheiro, Pé de Valsa, Edson ,Jair, Santo Cristo, Orlando, Carlyle, Didi e Tite. No América, o defensor do gol era Juca, que havia jogado em São Francisco e vinha do Palmeiras, de Blumenau. Seus companheiros de time eram: Antoninho, Currage, Vico, Dinho, Ibraim, Cocada, Zabot, Badeco, Renê e Euclides. O grande público presente ovacionou os dois times na entrada em campo. Mas, na hora do jogo, a pressão da torcida do América para cima do tricolor carioca foi maior. Castilho sofreu com Renê, Euclides, Zabot e Cocada. Do outro lado, Juca defendia os chutes de perigo. Aos 19 minutos do primeiro tempo, o jogo já estava 2 a 0 para o time rubro, com gols de Renê e Zabot. O fluminense diminuiu no segundo tempo, mas a partida já tinha o seu placar decretado: América 2 x 1 Fluminense. Na foto estão: Euclides, Zabot, Bastinho e o então governador do estado de Santa Catarina, Irineu Bornhausen.

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O ESTÁDIO

O Estádio do América

Um sonho antigo do clube, o estádio do América, hoje chamado de Olímpico Dr. Sadalla Amin Ghanem, foi construído na década de 50 e era o mais moderno do estado

Desde sua criação, o América Futebol Clube jogou em três campos diferentes. A sede atual, localizada na rua Edgar Schneider, contava apenas com o campo e com um barracão de madeira, onde ficavam os torcedores. A construção do estádio do América foi liderada por

Sadalla Amin Ghanem, com o apoio de lideranças da cidade, do estado e da população de Joinville. A inauguração daquele que seria, na época, o mais moderno estádio catarinense aconteceu no dia 15 de julho de 1956, um dia depois de o clube completar 42 anos. Foto: Arquivo AFC

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O ESTÁDIO

Na pose para foto, no início da década de 50, estava Sadalla Amim Ghannem. Ao fundo está o barracão visto por trás

Os trabalhadores começavam a demolição das arquibancadas de madeira. Era o fim do velho guerreiro, que esteve presente por muitos anos no clube

Fotos: Arquivo AFC

O antigo barracão usado para abrigar os torcedores do América não tinha muito luxo, mas muitas histórias foram vistas daqueles bancos de madeira

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O ESTÁDIO

Fotos: Arquivo AFC

Ainda na fase de construção das vigas, um temporal colocou toda a estrutura montada abaixo. Mas mesmo com o revés, o trabalho não parava

O trabalho continuava, e mesmo com madeiras de construção e muito material em volta, os torcedores americanos não deixavam de torcer pelo time do coração. O estádio já lotava antes mesmo da conclusão

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DESTAQUES

O tetracampeão estadual, Euclides

O jogador que esteve presente em quatro títulos, dos cinco conquistados pelo América Futebol Clube foi um dos grandes nomes do futebol catarinense Foto: Arquivo AFC

Euclides dos Reis, ou simplesmente Euclides, um dos maiores jogadores da história do América e dos gramados catarinenses nas décadas de 40 e 50, conquistou quatro títulos com a camisa vermelho e branco. O atacante começou nos juvenis do Caixas e logo se transferiu para o time da Zona Norte. Além dos títulos estaduais de 47, 48, 51 e 52, Euclides sempre esteve presente nas seleções catarinenses da época. Em 51 e 52 fez gols decisivos nas duas finais. Em 1957, depois do jogo contra o Santos, ele recebeu propostas dos dirigentes do time da Vila-Belmiro, algo que ficaria para sempre marcado na cidade. No acordo, a ida de Euclides rendia a vinda de jogadores do Santos para o América. Um dos que viria seria Pelé. A transação não deu certo, mas a história de que o rei do futebol poderia ter jogado em Joinville continua até hoje. Por culpa de uma contusão séria no tornozelo, Euclides teve que parar de jogar futebol. Virou treinador e conquistou, sob o comando da Associação Atlética Tupy, a Primeirona de 1973, 1974 e 1975. Há pouco tempo o ex-jogador ainda treinou as categorias de base do América Futebol Clube. Euclides dos Reis morreu no dia 31 de agosto de 2007, aos 77 anos. Ele estará para sempre na história dos corações americanos e do esporte de Joinville.

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TÍTULOS ESTADUAIS

O Bicampeonato de 51/52 Depois de dois anos, o América voltava a disputar o estadual e de quebra faturou o título pela terceira vez. No ano seguinte, 1952, foi a vez de mais um bicampeonato

Em 1949, o time joinvilense ficou na segunda colocação do campeonato citadino. Em 1950, também não conseguiu levantar o título da LJD. Mas em 1951, a história foi diferente. Com uma campanha quase perfeita, o time rubro venceu o Citadino e foi o representante de Joinville no estadual. Nos jogos contra Ipiranga de Canoinhas, G.E Olímpico de Blumenau e Avaí, na final, não perdeu nenhuma partida. Nos dois jogos contra o time da capital, empatou no primeiro encontro, em 1 a 1. No decisivo jogo da volta aplicou uma goleada de 4 a 0 no time Azurra, de Florianópolis. Era o terceiro título estadual da equipe rubro. O time em 1951: Barbosa, Badeco, Antoninho, Vico, Cocada, Ibraim, Plácido, Zabot, Bastinho, Euclides e Renê. Em 1952, mais uma vez conquistou o campeonato da LJD. No último jogo, venceu o rival Caxias por 3 a 1 no Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho. Naquele ano passou por Dom Pedro II de Corupá, Ipiranga de

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Canoinhas e Grêmio Araranguaense, de Araranguá, antes de enfrentar o forte Carlos Renaux, de Brusque, que havia sido campeão em 1950. No primeiro jogo em Brusque, o time de Joinville venceu por 4 a 2. Na volta, o empate deu o título e do Bicampeonato Estadual ao América Futebol Clube. Time de 1952: Barbosa, Badeco, Antoninho, Cocada, Currage, Vico, Ibraim, Plácido, Euclides, Zabot e Renê. Foto: Arquivo AFC

No bicampeonato de 51 - 52, o América conquistou a artilharia nas duas edições. Em 1951 Bastinho, fez 9 gols e Renê 12 gols, em 52. Escalação do time: Em pé, da esquerda para direita: Pimentel, Barbosa, Antoninho, Badeco, Cocada, Currage, Vico, Ibraim. Na frente, da esquerda para direita estão: Plácido, Euclides, Zabot, Renê, Toco e Carriço.

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DESTAQUES

O artilheiro de 52 e quatro vezes campeão estadual Renê, criado dentro do campo do América, coleciona histórias do Galo da Zona Norte

Foto: Jean Patrick da Silva

Os primeiros passos de Renê Gonçalves no futebol já foram em contato com o América. Na década de 1930, seu pai era zelador do clube, ainda localizado na Zona Sul de Joinville, na Rua Procópio Gomes, e toda a família morava na região. Renê e os amigos jogavam bola onde hoje é o Mercado Municipal, pois no campo “ninguém podia pisar”. O futuro ponta esquerda começou a bater bola no campo do América depois que seu pai conseguiu uma chuteira usada e, com 16 anos, ele assinou um contrato com a equipe aspirante do clube . Em 1946, com 20 anos, Renê iniciou sua trajetória vitoriosa como titular da equipe profissional. Em 1947, vieram os primeiros títulos: o Citadino e depois o Estadual. No ano seguinte, conquistou o bi catarinense, novamente com posição fixa. “Durante mais de dez anos que joguei por aqui, eu sempre fui titular. O América foi atrás de vários ponteiros, mas nenhum me tirou do time”, conta Renê. Em 1951, disputou vários jogos importantes pela equipe, foi campeão da cidade no centenário de Joinville e campeão estadual. No mesmo ano, o América enfrentou o Fluminense de Castilho e companhia, em jogo festivo. Renê marcou o primeiro gol na partida em que o América venceu por 2 a 1. Ele lembra com detalhes desse gol. “Eu era um ponta esquerda destro. Quando a bola atravessou a área em minha direção, Castilho esperava o meu chute com a perna esquerda. Chutei com a direita no contra pé dele”. Nessa época, recebeu propostas de Atlético Paranaense e Grêmio, mas preferiu ficar na cidade. “Eu tinha medo de sair. Aqui eu tinha um emprego e jogava no América, lá eu não sabia como seria, e a vida de jogador era difícil”, conta Renê. A coroação do belo trabalho do jogador veio em 1952, com mais um título estadual e a artilharia da competição com 12 gols. No América, ainda foi tricampeão municipal em 1953, vice estadual e jogou contra o Pelé, em 1957. Passou pelo Caxias e pelo Glória antes de se despedir dos gramados. Como a paixão pela bola era grande, jogou futsal pelo Cruzeiro de Joinville e só parou de uma vez quando machucou o joelho. Renê era de uma família de “boleiros”: Saquinho, Totinha (seu pai), Chico Pau, Chiquinho, todos jogaram no América. O futebol estava no sangue. Ele esteve presente na “época de ouro” de futebol no América e, hoje, com 87 anos, vive na Zona Sul de Joinville, no bairro João Costa. O desejo de Renê neste centenário americano é um só: “Quero que o clube monte sempre bons times, como aqueles em que eu joguei”.

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DESTAQUES

O inesquecível tricampeonato da LJD Com dois títulos estaduais seguidos, o América chegou ao Citadino de 1954 mais forte do que nunca Foto: Arquivo AFC

Os títulos dos Citadinos e dos Estaduais de 1951 e 1952 mostraram a força do América Futebol Clube para todo o estado. Mas chegar com essa hegemonia não era fácil, pois os adversários também tinham futebol para buscar o título municipal. Além do América, também participaram do campeonato o Caxias, o São LUIZ A.C, o C.A Operário, Atlético e Ypiranga, de São Francisco do Sul. O tricampeonato municipal do time Rubro veio em cima do Caxias. O campeonato era disputado por pontos corridos e, no primeiro turno, as duas equipes empataram por 0 a 0. No returno, um novo empate, dessa vez por 2 a 2, garantiu mais uma taça para o memorial americano. O time vermelho e branco jogou com: Simões, Mazico, Antoninho, Vico, Zé Gaúcho, Ibraim, Cocada, Euclides, Gaivota, Renê e Gastão. O título lhe deu direito de disputar o torneio estadual. O time terminou na segunda colocação.

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DEPOIMENTOS

América: Cem anos vividos

No dia 14 de julho deste ano, o futebol joinvilense comemora uma data histórica. Pela primeira vez um time de futebol da cidade comemora em vida o seu centenário, o América Futebol Clube, uma história cheia de glórias, conquistas e orgulho joinvilense. Durante o futebol profissional até 1976, onde desativou para o surgimento do Joinville E.C, conquistou cinco títulos estaduais, dois bi, 47/48, 51/52 e em 71. Deixando o profissional, continuou com o futebol amador, que além de vários títulos da cidade foi campeão quatro vezes da Copa Norte e bicampeão estadual em 95/96. É o único clube de futebol de Santa Catarina que ganhou os títulos catarinenses do futebol profissional e amador. Parando com o futebol profissional, o América começou a ampliar o seu complexo esportivo, hoje chamado de Estádio Olímpico Dr. Sadalla Amin Ghanem, e tem atualmente um dos maiores de Santa Catarina e do Brasil, onde manteve o seu campo de futebol, e construiu ginásio de esportes, piscinas, inclusive térmica, sauna e academia. Com isso, conseguiu um alto número de sócios, hoje cerca dos dois mil. Além disso, montou uma estrutura para atender os seus sócios, que além das atividades esportivas contam com vários serviços. Como nascí e sempre morei em Joinville, acompanho o América desde garoto, algo em torno de 60 anos, e assisti ao último título catarinense profissional, conquistado em 1971, com rodadas de antecipação, quando goleou o Avaí por 4 x 1. Também acompanhei os títulos conquistados no futebol amador, após a era do profissional, e a ampliação de seu complexo esportivo. Parabéns, América, pelo seu centenário e que continue nos orgulhando pela sua bela história cada vez mais a cidade de Joinville.

Centenário do AFC

Tudo o que é bom geralmente é raro. No Brasil são menos de seis dezenas os clubes de futebol que atingiram o centenário,e tiveram méritos por chegar a esta idade avançada sem nunca interromper suas atividades. E um deles é o América Futebol Clube, de Joinville. Ele surgiu em uma época em que a Cidade das Flores tinha pouco mais de 20 mil habitantes. Durante este tempo, muita coisa mudou no país e na cidade: as mulheres ocuparam espaço na sociedade, os trabalhadores passaram a ter direito à aposentadoria e férias, as crianças hoje são ouvidas, novas igrejas surgiram. Enquanto modas e costumes se alteravam, o América mantinha o mesmo espírito de união e companheirismo entre seus associados, o que permitiu superar as dificuldades. Hoje, o clube está entronizado como patrimônio histórico de Joinville. Fundado em 1914, seis anos depois venceu o primeiro campeonato da cidade. Em 1942, realizou o primeiro encontro internacional de futebol do estado. Em cinco ocasiões foi campeão de Santa Catarina. Atualmente, destaca-se no esporte amador. Por todo este passado de glórias, nesta data tão especial, é com muito orgulho que parabenizamos a família americana de Joinville. 28

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DESTAQUES

Pelé em Joinville Em 1957, Pelé, o maior jogador de todos os tempos, enfrentou o América em partida realizada em Joinville

Foto: Arquivo AFC

Foto: Divulgação

No ano que enfrentou o América, Pelé estreou na seleção canarinho. O rei do futebol tinha apenas 16 anos

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Na Copa do Mundo da Suécia, em 1958, Pelé encantou o mundo pela primeira vez com seus lances, gols e dribles. Mas antes disso, em fevereiro de 1957, o já titular da equipe do Santos, ajudou o seu time a vencer, em Joinville, o América Futebol Clube, por 5 a 0. O jogo foi no dia 17 de fevereiro, um domingo, no Estádio do América. Com muito sol, a torcida era grande para ver a partida entre o América, na época com quatro títulos estaduais, e o Santos com três. Com gols de Zinho (2), Dorval (2) e Jair, o time da baixada santista venceu o time do norte catarinense. Mesmo sem marcar, Pelé foi destaque na partida. Sobre o então garoto de 17 anos, o Jornal A Notícia escreveu na época: “Outro do ataque que tem futebol para dar e vender é o garoto Pelé, esta descoberta de Waldemar de Britto. Com seus 17 anos, joga uma enormidade, e não é sem razão que o Santos o tenha sob contrato por cinco anos”,destacou o jornal. O time americano que disputou a partida foi o seguinte: Bosse, Souza e Antoninho, Ceceu, Beco e Ibraim, Gaiovota, Cocada e Otacílio; Euclides e Alemão. O Santos Futebol Clube jogou com: Manga, Wilson, Ivan, Cassio, Fiotti, Urubatão, Alfredo, Jair, Zinho, Pelé e Dorval.

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TÍTULOS ESTADUAIS

Campeão de 1971 19 anos depois, o América chegava a uma final estadual e garantia o quinto título do time vermelho e branco Foto: Arquivo AFC

A foto mostra o presidente do América na época, Kurt Meinert, ao lado de José Elias Giulliare e Lauro Soncini. Kurt Meinert foi campeão em 1971 e presidiu o América de 1967 a 1972. Foto: Arquivo AFC Foto: Arquivo AFC

Em 1971, com quatro títulos na bagagem, o América Futebol Clube já era o maior campeão estadual de Joinville. Um a mais que o Caxias, com três. Dois anos antes, em 1969, o esquadrão da Zona Norte chegou ao vice-estadual, com um time que ficou marcado pelo bom futebol. O time de 1969 era o seguinte: Geraldo, Ladinho, Celso Cabral, Fioresi, Bebeco, Marcos Cavalo, Chiquinho, Romualdo, Paulo César, João Carlos e Dirceu. Em 1971, o campeonato foi disputado no sistema de pontos corridos. Em 24 jogos foram 18 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas. O time joinvilense foi campão antecipado. A vitória em cima do Avaí deu o quinto título estadual ao América Futebol Clube. O time de 1971: Geraldo, Celso Cabral, Ladinho, Fioresi, Alvacir, Amilton, Veneza, Marcos, Vado, Romualdo e João Carlos. Nesse ano, o América Futebol Clube tinha em seu elenco um dos jogadores mais importantes da história do clube: Antonio Nunes, o Lico, campeão mundial com o Flamengo, em 1981.(Leia mais na página 32). Na foto estão, em pé, da esquerda para direita: Lauro Búrigo, Badeco, Raul Bosse, Ladinho, Hamilton, Cabral, Geraldo, Nelinho, Fiorese, Bebeco, Nelson, Feola, Claudio Wagner, Leones Dumas. Na linha da frente, da esquerda para direita: Laerte, Parucker, Djalma, Romualdo, Marcos Cavalo, Paulo Cesar, Veneza, João Carlos, Jaime Wiese.

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DEPOIMENTOS

Destaques de 71 Entre outros grandes jogadores do estadual daquele ano, três depoimentos representam a garra e a força com que jogavam os atletas no ano em que o América Futebol Clube foi campeão Comecei no América Futebol Clube em 1968, e joguei até o ano de 1975, quando aconteceu a fusão. No ano seguinte ao que cheguei perdemos um título estadual que foi muito triste, o de 1969. O time era bom e a cidade respirava aquela final. Foi algo inesperado. Mas dois anos depois veio minha lembrança mais feliz: o título de 1971, com uma vitória magnífica em cima do Avaí. A cidade ficou muito feliz. Como americano desde pequeno, inclusive sendo gandula da equipe, desejo ao América Futebol Clube uma belíssima festa neste centenário e longa vida a este querido clube.

Fui muito feliz no América entre 1969 e 1972, quando atuei nessa querida equipe. Na minha passagem não tenho como não lembrar do ano de 1969, por culpa da derrota na final do estadual. O América da época só tinha craque, tinha que ser bom jogador para entrar na equipe. Então, toda a cidade esperava por uma vitória que nos desse o título estadual. Infelizmente perdemos. Eu perdi o título e também um Fusca que o presidente Kurt Meinert havia me prometido caso vencêssemos. Outra data, só que muito querida, foi em 1971, dessa vez, com a conquista do campeonato. Foi realmente muito grande a festa em toda a cidade. Foi o quinto título consagrando um clube de tantas histórias. Desejo ao América Futebol Clube muitas felicidades nesse centenário, e também parabenizo o presidente João Barbosa, que foi meu jogador quando fui técnico em Joinville e que faz um ótimo trabalho no clube.

Nos sete anos em que vesti as cores do América, tive muitas alegrias. A maior delas foi em 1971, quando vencemos o campeonato estadual e conquistamos o quinto título catarinense. Outra boa lembrança que tenho é a do único gol que marquei pelo clube. Foi contra o Palmeiras, de Blumenau, aqui em Joinville. Foi inesquecível. Também tive a maior frustação de minha carreira quando perdemos o título, em 1969. Jogávamos pelo empate em Joinville e fomos derrotados. Foi triste ver toda a torcida chorando, sem acreditar no que estava acontecendo, pois era um time muito acima da média. Joguei com os melhores jogadores naquele ano. Enfim, são lembranças que ficarão na história para sempre. Desejo ao América, neste ano do centenário, muita força para poder manter este belo patrimônio por toda a vida, pois é um clube que orgulha muito essa cidade.

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DESTAQUES

Antônio Nunes, o Lico

O jogador que fez parte de um dos melhores times da história do futebol começou sua história no América Futebol Clube

No Flamengo, campeão mundial de 1981, ele era um dos “cérebros do time”, ao lado de Zico, Adílio, Nunes, Junior e companhia. Fez parte desse esquadrão rubro–negro, que é considerado por muitos o melhor time de todos os tempos. Antonio Nunes, o popularmente chamado de Lico, nasceu em nove de agosto de 1951, em Imbituba. Foi por lá mesmo que ele começou a jogar futebol. Em 1968, com 17 anos, vestiu a camisa do time amador do Imbituba. Mas foi em 1970 que começou sua vitoriosa carreira no futebol profissional, e foi no América Futebol Clube. No time vermelho e branco, o jogador ficou por dois anos e aprendeu como funciona o futebol profissional. Atuou ao lado de jogadores que fizeram história em Joinville e Santa Catarina, entre eles Chico Samara e Veneza. Em 1973, o jogador foi para os gramados do Rio Grande do Sul, jogar no Grêmio. A passagem pelo extremo sul foi rápida e, um ano depois, em 1974, o jogador vestia a camisa alvinegra do Figueirense, onde ganhou o primeiro título catarinense. Em 75, ele trocou de camisa na capital e foi para o maior rival do Figueira: o Avaí. No time azurra, Lico viveu uma fase espetacular no futebol catarinense. Em 1978, com 26 anos, o jogador voltou para a cidade que lhe mostrou para o futebol, mas, desta vez, a camisa que vestiu não

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Foto: Arquivo AFC

A foto mostra o time do América em 1972. Em pé, da esquerda para a direita: Bebeco, Djalma, Nelinho, Paulo Cesar, Ladinho e Geraldo. Agachados: Jairzinho, Veneza, Chico Samara, Romualdo e Lico, iniciando sua carreira profissional foi a vermelha e branca e, sim, a tricolor do Joinville. No JEC foi mais uma vez destaque. Foi campeão duas vezes, em 79 e 80, com o time que seria octacampeão catarinense alguns anos depois. Foi aí que apareceu a grande chance de sua carreira. Lico saiu do time campeão catarinense para o Flamengo. Lá, em pouco tempo, mais precisamente em seis meses, o jogador já era titular absoluto da equipe. Com o rubro negro do Rio foi três vezes campeão brasileiro, campeão carioca, campeão da Libertadores e campeão mundial. Em 1984, com 33 anos, por diversas lesões seguidas, Antonio Nunes, o Lico, encerrou a carreira.

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DESTAQUES

São vários os jogos que marcaram, mas o mais inesquecível sem dúvida alguma era o clássico, América x Caxias

Qual a importância do América na sua carreira?

Como você via o América antes de vestir a camisa vermelha e branca?

O América sempre será o time do meu coração, pois foi o clube que me acolheu no início da minha carreira, acreditando no meu potencial, oferecendo as condições básicas para seguir em frente e me tornar, no futuro, um grande jogador de futebol profissional. Sem o América, talvez nada tivesse acontecido, por tudo que passamos em quatro anos de bons e maus momentos, mas tenho até hoje, e sempre terei um carinho todo especial por este querido clube, que me projetou para o cenário do futebol brasileiro, me tornando, mais tarde, um dos grandes jogadores revelados em Santa Catarina. No América tive todo um aprendizado com jogadores extraordinários tecnicamente como: Veneza, Marcos, Amilton, Ladinho, Beto Fuscão, Romualdo, Paulo Cesar, Laerte, Cabral, Djalma, Fioresi, Bebeco, João Carlos, Vado, Parucker, Geraldo, Da Costa, Raul Bosse, entre outros. Jogadores que me levavam a sonhar um dia ser titular da equipe, jogadores experientes que me acolheram de forma amiga, sempre me dando incentivo e coragem. Agradeço muito cada um deles, tendo respeito e admiração sempre que os encontro, pois ajudaram muito na realização de meu grande sonho.

O América era, na época, o melhor time de Santa Catarina, tinha uma boa estrutura, cidade maravilhosa, contratava os melhores jogadores do estado, além do melhor técnico também, então, jogar no América era sonho e interesse de qualquer jogador de futebol.

Que lembranças você tem daquela época? Lembranças gostosas de amizade pura, verdadeira, tinha prazer de treinar (coisa rara nos dias de hoje), e quando se ganhava o clássico então, recebia um bichinho maior e melhor do nosso saudoso e querido presidente Kurt Meinert, podia curtir um cineminha, comprar uma boa camisa. Como era bom ler, no dia seguinte, a coluna do grande amigo colunista esportivo, Maceió, elogiando a equipe, poder ver um sorriso no rosto do técnico Lauro Búrigo (responsável pela minha ascensão no futebol), juntamente com o preparador físico, Dumas, são lembranças que jamais esquecerei, valeu América. Existe um jogo que ficou na sua memória? Sim, foram vários os jogos que marcaram, mas o mais inesquecível sem dúvida alguma era o clássico, América x Caxias jogo que mexia com as duas torcidas já no início da semana, e quando chegava a hora, era muito bom sentir de perto aquela paixão do torcedor vibrando com bandeiras no meio da rua. Foi a coisa mais bela e gostosa que eu, até hoje não esqueço. Teve um jogo desses que marquei um gol e vencemos no campo deles, foi uma tarde só de alegria e felicidade total.

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Que sentimento você teve quando soube da fusão? Naquele momento era necessário se fazer a fusão, para não deixar morrer o futebol na cidade, e graças à família Hansen, que assumiu tocando com muita propriedade o futebol profissional de Joinville, conseguindo, já no primeiro ano de fusão, o título estadual sob o comando do ótimo treinador, Alcino Simas. Como foi voltar à cidade e atuar pelo JEC? Foi poder terminar de forma belíssima, com três conquistas estaduais, aquilo que havia iniciado sem conseguir ser campeão pelo América. No JEC, meu futebol apareceu mais para o Brasil, pois o Presidente Valdomiro conseguiu montar um ótimo grupo de jogadores, vencendo grandes times do futebol brasileiro, como Santos, Internacional e jogando de igual contra Corinthians e Coritiba, entre outros. Foi aí que veio o interesse de alguns clubes, inclusive do Flamengo, para onde me transferi após o tri-campeonato estadual. Qual a mensagem que você deixa ao América Futebol Clube no ano do Centenário? Minha mensagem ao centenário do nosso querido América é primeiramente parabenizar todas as diretorias que passaram pelo clube, sempre procurando manter viva a bela história do América Futebul Clube. A atual diretoria pela excelente gestão, proporcionando aos associados sempre as melhores condições de lazer, trabalhando com muito capricho, organização e visão para o bem estar de todos os americanos. Continuem assim, que Deus ilumine e proteja a todos. Grande abraço e saudações Rubro Negras.

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A FUSÃO

Surge um campeão A passagem por um momento ruim do futebol de Joinville culminou na fusão dos departamentos de futebol de América e Caxias e, consequentemente, deu vida ao JEC Depois do título estadual de 1971, conquistado de forma antecipada pelo América Futebol Clube, o futebol da maior cidade do estado viveria um momento difícil. Não só dentro dos gramados, onde a capital dominou os três próximos campeonatos estaduais, mas também na parte financeira. Naquela época, os grandes patrocinadores começavam a mostrar seus nomes estampados nas camisas. Em Joinville, um dos grandes nomes que ajudavam de forma econômica, tanto o América como o Caxias, era João Hansen. Em umas das conversas com João sobre verbas para os times foi colocada por ele a ideia de se fazer uma união entre os times da cidade, que eram também grandes forças do futebol catarinense. América e Caxias juntos somam oito títulos no estado, cinco com o Galo da Zona Norte e três com o Gualicho. Depois de uma conversa particular entre o então presidente do América, Cláudio Lopes, e o presidente do Caxias, Pedro Belarmino da Silva, ficou decidido que a união entre os departamentos de futebol dos dois clubes seria possível. Logo após, foi colocado o assunto para a imprensa e comunidade.

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Foto: Arquivo AFC

Joinville Esporte Clube. Primeira formação do JEC em um amistoso diante do Vasco da Gama. A imprensa foi de extrema importância, uma vez que grande parte da comunidade e torcedores tinha um receio pela fusão, assim como havia os que aclamavam a ideia de união dos dois clubes. Foram feitas algumas reuniões a mais com a imprensa esportiva da época, dirigentes e representantes da comunidade. Depois de muita conversa foi decidida as cores, foi fundado, no dia 29 de janeiro de 1976, o Joinville Esporte Clube. Além das cores vermelho, preto e branco, também ficou decidido que o campo do América seria o local de trabalho do mais novo time da cidade, passando, mais tarde, suas dependências para o estádio Ernesto Schlemm Sobrinho.

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DEPOIMENTOS

100 anos de América!

No ano do centenário do América Futebol Clube (do qual sou sócio honorário) é importante explicar aos jovens quão grandes foram as suas conquistas. Para isso, basta verificarmos que, 38 anos depois de deixar de existir, ele ainda é o quinto maior detentor de títulos estaduais: Avaí = 16; Figueirense = 15; JEC = 12; Criciúma = 10; América = 5. Foram dois bicampeonatos estaduais (1947/1948; 1951/1952) e outro título em 1971. Três cracaços passaram pelo América: Quarentinha, do time de 1968, havia sido titular das seleções brasileiras de 1958 e 1966, e creio que ainda detém a melhor média de gols da Seleção: 1 gol por jogo (17 jogos e 17 gols); Beto Fuscão, do time de 1972, também brilhou na Seleção em 1976; e Lico, que defendeu o América em 1974/1975, foi campeão mundial pelo Flamengo, em 1981. Pelé, então com apenas 16 aninhos, jogou sua primeira partida fora do estado de São Paulo, num jogo contra o América, no dia 17 de fevereiro de 1957. Perdemos por 5x0, mas era o Santos de Pelé, que encantou o mundo no ano seguinte na Suécia. Na década de 70, Caxias e América estavam falidos. Ao receber dos seus dirigentes um pedido de socorro, o fundador da Tigre, João Hansen Júnior, disse-lhes que, sim, estenderia a mão ao futebol da cidade, desde que fosse formado um time só. E da fusão dos dois surgiu o JEC. No segundo ano do meu primeiro mandato de prefeito enviei à Câmara de Vereadores a Lei Ordinária 1570/1978, que reconhecia de utilidade pública municipal o América Futebol Clube. Um grande time, que fez história no futebol catarinense, e ainda desperta paixões, 100 anos depois!

Vida longa ao América

No desfile de 9 de março deste ano ao ver um grupo de americanos desfilar pela avenida Beira-Rio, fez-me lembrar da infância e adolescência. Fui levado pelo meu pai a uma partida de futebol aos 7 anos de idade. A importância do América Futebol Clube é parte obrigatória da história não só esportiva de Joinville. Os 100 anos dedicados ao esporte são festejados como grande contribuição para toda a cidade, e que o próximo centenário, passe a ser também aplaudido por toda a sociedade. O América extrapolou as disputas esportivas, do qual levou o nome da cidade para todos os cantos, mas também foi responsável por promover a saúde, o lazer e a integração da família joinvilense. Que a vocação do América sirva sempre como referência para todos nós. Que o América tenha vida longa!

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FUTEBOL AMADOR

O retorno aos gramados

Depois de um período longe do futebol, o América voltava a encantar os gramados de Joinville, disputando a final da primeira divisão da LJF

Após a fusão entre América Futebol Clube e Caxias Futebol Clube, de onde nasceu o JEC, o Galo da Zona Norte, por contrato, ficou inativo com o futebol adulto. Durante 10 anos disputou diversos esportes, incluindo o futebol nas categorias infantis. Em 1987, o América trouxe a campo novamente um esquadrão de futebol. Dali para frente a disputa seria no âmbito amador e não mais no profissional. Naquele ano, participaram do campeonato da primeira divisão da LJF: América, Tupy, São João, Barra Velha e Caovi - Garuva.

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O retorno aos campos foi como o esperado, e o time da Zona Norte disputou a final. O adversário era a Associação Atlética Tupy, que havia se consolidado como uma das grandes equipes do futebol amador de Joinville. O título ficou com o time do Boa Vista. Depois de um empate no tempo normal por 0 a 0 e 1 a 1 na prorrogação, o América foi derrotado nos pênaltis para a equipe da Tupy. Começa ali uma das maiores rivalidades do futebol não-profissional da cidade. Leia o que dizia o jornal A Notícia naquela época:

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FUTEBOL AMADOR

No caminho certo

No segundo ano depois da volta aos gramados, o América chegava a mais uma final do campeonato amador

O América voltou aos gramados com categoria. Depois de perder para a Tupy em 1987, o time comandado pelo ex-jogador e ídolo, Euclides, decidiu mais uma vez a Primeirona joinvilense. O resultado foi uma segunda colocação, como no ano anterior. Apesar da derrota, o clube tinha a certeza de que o título do futebol amador estava próximo. O time do América na época, que aparece na foto, era formado por: César, Estefano, Barbosa (atual presidente do clube), Marcio, Da Silva, Mário, Ferri, Jucemar, Niltinho, Simas, Ozenir, Paulo Roberto, além do técnico Euclides, atacante ídolo do clube.

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Foto: Arquivo AFC

Euclides dos Reis comandou equipes do futebol amador de Joinville depois de pendurar as chuteiras. Foi campeão da Primeirona com a Tigre em 1973, 74 e 75. No América, também comandou as categorias de base do clube.

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FUTEBOL AMADOR

O título da Primeirona

Depois de dois vices seguidos na Primeirona joinvilense, o primeiro título veio em cima da atual campeã Tupy

A primeira divisão da Liga joinvilense de futebol do ano de 1989, contou com quatro equipes. Além do América, também participaram a atual campeã Tupy, São João e o Caovi, de Garuva. O jogo decisivo foi contra a equipe do bairro Boa Vista, assim como no ano anterior. Nos pênaltis, o time da Zona Norte venceu por 4 a 3. O América futebol Clube tinha a seguinte formação no primeiro título amador: César, Ilmar, Reginaldo,

Tefinha, Oscar, Edson, Luís Penha, Sílvio, Giovani, Jaime e Gilmar. No mesmo ano, o América conquistou seu primeiro título da copa da região norte, que lhe deu privilégio de disputar o estadual de futebol amador. A equipe conseguiu chegar à fase final.

Foto: Arquivo AFC

1ª fileira: Ademir, Nalo, César, Romeu, Oscar, Silvio, Marcos, Marcinho, Tefinha, Jacson, Adão, Marcio, Vilmar, Margarida e Ferri. Na 2ª: Salézio, Gilmar, Bethoven, Giovani, Gavinha, Jaime, Penha, Heitor.

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FUTEBOL AMADOR

O título da Primeirona de 93 Em 1993, o América Futebol Clube conquistou o segundo título na Primeirona joinvilense

Morte dos atletas Em 12 de junho de 1993, quinta-feira, o América enfrentou, durante a Primeirona, a equipe do Fluminense, do bairro Itaum. O jogo foi no estádio do Fluminense, o Caldeira. A equipe americana venceu a partida por 1 a 0. Após a partida, os atletas confraternizaram no estádio do América. Denilson Pedro Machado, o “Boca”, e Adilson Hess seguiram, com outros atletas para mais uma reunião de amigos, dessa vez na Zona Sul. Às 21h55 um acidente envolvendo os dois jogadores causou a morte de Adilson Hess, ainda no local e de “Boca”, horas depois no Hospital São José. “Boca” marcou o gol da vitória do seu time naquele dia. O time escalado foi: Em pé: Egon, Miro, Boca, Oscar, Nelson, Vilson, Betinho, Toninho, Adilsinho, João Carlos, Mario, Ademir e Moacir. Agachados: Beto, Tiziu, Binho, Zavatini, Silvio, Marcelo, Barbosa, Laudir, Margarida e Sandro. Foto: Arquivo AFC

Em 1993 mais um título amador conquistado pelo América Futebol Clube. Dessa vez o adversário decisivo foi o Sete de setembro. A vitória por 2 a 1 fez o time rubro levantar mais um caneco.

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FUTEBOL AMADOR

No ano da Copa, o América traz mais um título

Em um ano importante no esporte brasileiro, o América conseguiu o bicampeonato do futebol amador de Joinville

Como atual campeão da Primeirona de 1993, o esquadrão vermelho e branco tratou de mostrar sua força, novamente contra a equipe do 7 de Setembro, de Araquari, conquistou o título de 1994. O jogo era válido pela última rodada do pentagonal da Primeirona. Para comemorar, América e Joinville se enfrentaram em amistoso que marcou o bicampeonato.

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Foto: Arquivo AFC

Em pé, da esquerda para a direita: Jucemar, Clésio, Miro, Everaldo, Castelhano, Betinho, Leonardo, Beto, Joel, Renato, Ademir, Alcino Simas, Laudir Zermiani e Margarida Agachados: Ego, Pintinho, Roger, Petróleo, Chero, Miltinho, Marcelo e Mário.

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FUTEBOL AMADOR

O tri de 95 e o bi estadual de 1996

Poucos anos depois de começar a atuar no futebol amador do estado, o América mostrava sua grandeza com os títulos municipais e estuduais

Em 1995, o América futebol Clube conquistou o tricam- norte e, de quebra, conquistou o bicampeonato estadual peonato da Primeirona de Joinivlle. A partida que lhe deu de futebol amador. o título foi contra o Grêmio 25 de agosto, e o time da Zona Foto: Arquivo AFC Norte venceu por 2 a 0. As duas taças, de 94 e 95, deram ao América o direito de disputar o campeonato estadual da região norte. Em 1994, foi campeão e disputou o estadual de amadores, chegando à fase final. Em 1995, não Em pé: Tião, Tatá, Fischer, Silvio, Betinho, Walmir, Décio, Leofoi campeão da região norte, mas conseguiu se classificar nardo, Rogério, Beto, Niltinho, Toninho, Ego, Ademir, Alcino, Repara o estadual e faturou o título inédito para a equipe. No nato. Agachados: Margarida, Mario, Tiziu, Rodrigo, Almeri, Flavio, ano seguinte, o time vermelho e branco ficou na segunda Ariovaldo, Jucemar e Carlos. Arquivo de Mário Kamradt, 1995 posição da Primeirona joinvilense, foi campeão da região

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FUTEBOL AMADOR

O título da Primeirona de 97 Com o bicampeonato do estadual amador no currículo, o América Futebol Clube conquistou seu quinto título da era do futebol amador

A Primeirona de 1997 foi grande. 12 clubes participaram da competição e todos já com destaque na história do futebol não profissional de Joinville. Além do Galo da Zona Norte, brigaram pelo título: Aviação, Avaí, Brasília, Caxias, Fluminense, Irineu, Grêmio 25 de Agosto, Sete de Setembro e Serrana. As finais foram disputadas entre América e Pirabeiraba. No primeiro jogo, vitória americana por 4 a 0. No segundo vitória do Pirabeiraba por 2 a 1. Com duas vitórias pra cada lado, o saldo de gols foi critério de desempate e o América, por ter feito cinco gols e tomado apenas dois, ficou com o título da Primeirona de 1997.

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Foto: Arquivo AFC

Em pé, da esquerda para a direita: Moacir, Renato, Alcino, Edson, Toninho, Valmir, Beto, Egon, Betinho, Da Silva, Silvio, Fischer, Vilson e Ademir Agachados: Margarida, Português, Miro, Rodrigo, Roger, Ariovaldo, Chero, Marcelo, Ivan e Mário

100 anos


APOIADORES

A grande família SOFIA parabeniza o centenário do clube mais querido!

” SEMPRE DE OLHO EM VOCE E TAMBÉM PARA PARABENIZA O AMÉRICA PELOS SEUS 100 ANOS “ - CASAS D’AGUA - QUIMINORTE - FIAT FLORENÇA - AUTHENTIC SPORTS - MÁRCIO CORTINAS - TINTÃO COMERCIO DE TINTAS - GRAVATOOLS - EUROMAX - REDE DE POSTOS DAMIANI - H SPORTS - PRIMAVERA SPORT CENTER - SERCONTAL - ARACAJÚ MAT. CONSTRUÇÃO - AM ASSESSORIA CONTÁBIL - REFRITEC - PLASTICOVILLE - RED HORSE

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O ESTÁDIO

Homenagem

No ano em que completou 92 anos de existência e cinquenta de construção da arquibancada, o AFC homenageou o estádio com o nome de seu idealizador, Dr. Sadalla Amim Ghanem

Durante a maior parte de sua história, o América Futebol Clube usou o nome da rua onde está localizado para dar nome ao seu campo. O estádio Edgar Scheider, ou estádio do América era como todos conheciam o gigante da Zona Norte. Em 2006, se comemorou-se o cinquentenário da construção do estádio. Para homenagear o idealizador e presidente da comissão de construção da obra, Sadalla Amim Ghanem, a diretoria, comandada pelo presidente João Barbosa, resolveu nomear o estádio de “Olímpico Sadalla Amim Ghanem”. O evento aconteceu no dia 15 de novembro de 2006 e contou com um festival de futebol. Emir Amin Ghanem, filho de Sadalla, tinha apenas oito anos quando começaram as obras do estádio, mas lembra muito bem daquela época. “Meu pai se dedicava muito à construção do estádio e isso era quase mais importante para ele do que seu próprio consultório. A grande meta dele era construir o estádio do América”, afirma Emir. Segundo ele, seu pai era fanático pelo América. “Sem brincadeira, mas nos jogos do galo meu pai ruía uma toalha”. Das curiosidades sobre o Sadalla, Emir des-

taca: “Quando alguém ia ao consultório e dizia que tinha comprado uma rifa do estádio do América, meu pai não cobrava a consulta. Em outra ocasião, em um dos jogos depois que o estádio estava pronto, meu pai expulsou um “grande empresário das cadeiras”, diz Emir. Sobre a nomeação do estádio, Emir, que esteve presente no evento em 2006, destaca como gratificação por tudo que Sadalla fez pela construção do estádio. Emir Amin Ghanem dedicou algumas palavras em homenagem ao centenário do clube de coração de seu pai: “ O América sempre foi um clube muito importante para a cidade de Joinville. Com seus títulos, e hoje com a parte social sempre esteve com a comunidade joinivilense. O América está de parabéns por completar cem anos, pois são poucos os clubes que conseguem este feito. Parabéns à direção do América, que conseguiu manter vivo este clube e ainda aumentou seu patrimônio”. Emir Amim Ghanem Foto: Arquivo AFC

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FUTEBOL AMADOR

Primeirona de 2011

Depois de treze anos sem vencer o título da Primeirona joinvilense, o América levantou a Taça “Osman Lohmann” Fotos: Blog RDB/Portal Joinville

O capitão e um dos craques da primeirona em 2011, Neto levanta a taça que simboliza a luta e a conquista de um título que o América Futebol Clube não vencia há mais de dez anos

Foram treze anos de espera para chegar ao lugar mais alto do futebol amador de Joinville. Em 2011, o América decidiu o campeonato contra a equipe do Juventus. No primeiro jogo, vitória americana por 3 a 0 e, no segundo, um empate em 1 a 1 garantiu o 6º título amador da equipe da Zona Norte. As duas finais foram disputadas na Arena Joinville. O primeiro jogo com mando do América, e o segundo com o Juventus como mandante. A campanha foi invejável. Foram 24 jogos, 12 vitórias, cinco empates e apenas sete derrotas. O time marcou 54 gols e teve um aproveitamento de 57%. O elenco em 2011 era formado por: Em pé, Jaison, Malaca, Benson, Eron, Galo, Acenir, Roberto, Oliveira, Paulo Barbosa, Daniel, Leque. Índio, Marcelo Paulista, Vandecir e João Barbosa - Presidente. Agachados: Moura, Fabrício, Ricardo, Kadu, Kleiber, Felipe, Pachequinho, Mauricinho, Neto, Thiaguinho e Secretário - massagista.

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FUTEBOL AMADOR

O maior campeão da Copa Norte A tradicional competição de futebol amador do norte catarinense tem o América Futebol Clube como maior vencedor Fotos: Marcos Aurélio Carvalho

Goleiro do América, Daniel Schumacher, em lance no primeiro jogo da final contra o Pirabeiraba.

Em 2004, o campeonato amador da região norte de Santa Catarina passou a se chamar “Copa Regional Norte Catarinense de Futebol não-profissional”. Nesse novo formato, o maior campeão é o América, com quatro títulos. Logo na primeira edição, o time da Zona Norte venceu o torneio. No ano seguinte, em 2005, o América manteve a taça em suas mãos. A curiosidade nesses dois títulos, é que nas duas ocasiões o vice-campeão foi o Vitória, de Jaraguá do Sul. O terceiro título veio em 2011, dessa vez, a final foi decidida contra o tradicional Juventus do bairro Iririú, em Joinville. O América Futebol Clube é o atual campeão do torneio. No ano passado, jogou a final contra o Grêmio Esportivo Pirabeiraba. Em dois jogos vencidos por 2 a 1, o Galo da Zona Norte faturou seu quarto título da Copa Norte. Na foto: De pé, Paulo Barbosa, Jaison, Butuca, Benson, Clayton, Anderson, Marcelo Para-Choque, Roberto, Daniel e Moura. Agachados: Kadu, Cavilhinha, Secretário, Lopes, Mauricinho, Marcos Vinicius, Emerson Lima, Esquerdinha, João Paulo, Pit Bull e Ariel.

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DEPOIMENTO

O América que conheci e vivi Quando garoto, nutria uma forte simpatia pelo América de Joinville. Penso que por influência do meu pai, que sempre elogiava muito o time americano, quando jogava no desaparecido Adolfo Konder. Fui com ele ver o América e me encantei com um time de uma qualidade insuperável para a época. Nomes inesquecíveis para mim e com alguns deles mais tarde cheguei a conversar; Zabot, Euclides, Cocada, Badeco, Ibrahim, Gaivota, Vico, Renê, entre outros. Uma época de ouro do futebol de Joinville. Mais tarde, tive a convivência com o America aumentada em função de uma amizade com o presidente Kurt Meinert. Era o início da década de 1970, quando conheci uma figura fantástica chamada Claudio Wagner, ex-goleiro e dirigente. Muitas histórias vividas em um novo momento em que nomes como Romualdo, Milton Fumo, Hamilton, Beco e tantos outros que vestiam a camisa gloriosa do America. A decisão contra o Metropol, o título estadual, foram momentos que testemunhei e de grande alegria para o America e sua torcida. Os tempos passaram e muita coisa mudou. Surgiu o Joinville e um certo domingo quando me encontrava na cidade pedi que me levassem a Rua Edgar Schneider para rever o estádio onde vivi grandes momentos. Já não havia o futebol profissional mas estava lá o estádio, uma sede social com piscinas e um presidente jovem de nome Renato, cujo o sobrenome não lembro. Hoje sei que o América atende os interesse do seu quadro social e continua a mesma potencia sem tão glorioso futebol. Deus salves a América, ou melhor, o América Futebol Clube.

Parabéns ao América

São 100 anos de paixão, cem anos de amor e cem anos de muitas alegrias. Mas quem acha que esses cem anos são um marco de acomodação do América Futebol Clube, engana-se, pois sua história continuará sendo escrita nos anais do futebol e no meio social catarinense, com muitos empreendimentos e muitas glórias. Parabéns, América Futebol Clube, pelos seus 100 anos.

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DEPOIMENTO

Renato Gunther, um sócio de carteirinha Participou de muitas conquistas do América Futebol Clube

Sócio há muito tempo, participei efetivamente da vida do América, que teve seu início e desenvolvimento primeiramente através do futebol, e depois, verdadeiramente como um clube. Em passagem como tesoureiro, lembro-me das campanhas para a construção da arquibancada, arrecadando, com os sócios, cimento, ferro e mão de obra, e também da campanha de arrecadação de verba para a compra de holofotes para o estádio. Das partidas, uma que me recordo, por ter sido quase cômico, foi um jogo contra o Metropol. Era um dia de chuva e Laranjinha, atacante do América, driblou toda a defesa do time do sul, inclusive o goleiro, e chutou para o gol e saiu comemorando. Naquele momento, a comissão técnica tentava avisá-lo que a bola havia parado em uma poça d’água e o gol não havia acontecido. A partida terminou em 0 x0. Foi um lance marcante. Foi uma das centenas de histórias desse querido clube. Vida longa ao América Futebol Clube. Foto: Arquivo AFC

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DESTAQUE

“O tempo pode apagar lembranças de um rosto, um corpo, mas jamais apagará lembranças de Pessoas que souberam fazer de pequenos instantes, grandes momentos.” Quem conhece a felicidade não consegue mais aceitar humildemente a tristeza

Uma história de sucesso com o América

Jogador do América em dez temporadas, Silvio cultivou amizades, títulos e alegrias com o time americano

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passagens pelo clube”, conta Silvio. Seu pai, João Lucio Budal Arins junto com seus irmãos foram os grandes incentivadores da vida no futebol. Hoje, Silvio é empresário e antes trabalhava em almoxarifado e, segundo ele, o dinheiro extra dos jogos sempre ajudou. “A renda extra pelos times que passei e principalmente pelo América sempre me deu uma segurança a mais na parte econômica”. Silvio destaca o trabalho realizado pelos técnicos Alcino Simas, Carioca e Nalo Blanc e também a parceria dentro de campo com Boca, que faleceu durante a Primeirona de 1993, e o jogador Miro. A principal lembrança do tempo em que vestiu a camisa americana é da década de 1990. “Nosso time, nos anos 90, era muito bom, ganhamos a Primeirona e fomos bi estadual, mas o que mais se destacava era a união daquele grupo, algo que fazia o nosso time difícil de ser batido”. Foto: Jean Patrick da Silva

Paulo Coelho

O ano em que o América venceu o primeiro título do futebol amador em Joinville, 1989, foi também o ano em que o meia esquerda Silvio Cesar Budal Arins, ou simplesmente Silvio, foi campeão pela primeira vez com a camisa vermelha e branca. Silvio jogou pela primeira vez no América ainda em 1988. Atuou em diversos clubes de Joinville, mas foi no América que conquistou seus principais títulos. Foram cinco campeonatos da primeira divisão, a Primeirona, com o time da Zona Norte: 89, 93, 95 e 97. Também conquistou o bi-estadual em 95 e 96. Aos 45 anos, Silvio ainda mostra as habilidades pelos gramados de Joinville, e atualmente defende as cores da Associação Desportiva e Cultural Corinthians, na Segundona e garante: “Temos time para subir”. O jogador lembra com carinho de quando começou no América. “O Nalo Blanc me viu jogando nos campeonatos de bairro em Joinville, gostou do meu futebol, me levou para o América e, depois disso, foram várias

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CLUBE SOCIAL

O América se destaca como clube social

Bem localizado, estruturado e pronto para bem atender os sócios, que podem da melhor da forma aproveitar tudo que o clube oferece

Sem dúvida, o América Futebol Clube, hoje, é destaque como clube social. Na história ficaram registros de um grande time de futebol, que deixou sua marca contada até hoje por quem vibrou em cada lance, em cada jogo. Hoje, porém, o AFC trílha outros rumos. O clube, no ano do centenário, tem mais de cinco mil sócios e conta com uma super estrutura, que é capaz de manter os sócios atuais e aceitar novos interessados a participar de tudo que o clube oferece. Com a localização privilegiada e com uma boa administração. O América não para de melhorar e equipar seus espaços. O AFC conta com um amplo parque aquático, com piscinas externas e cobertas térmicas. Para quem quer manter a boa

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forma, uma equipada academia de musculação e de dança. O ginásio coberto permite a prática de esportes independentemente do clima. Além disso, a pista de atletismo proporciona segurança para os corredores que preferem sentir os pés no chão, longe da esteira. O clube ainda conta com saunas seca e vapor, escolinha de futebol, lanchonete, massoterapia, fisioterapia, salão de beleza, atividades para terceira idade, clínica de estética, lojas de materiais esportivos e muito mais. Para que tudo isso funcione, o AFC conta com mais 20 funcionários capacitados para prestar o melhor atendimento e manter toda a estrutura do clube em perfeitas condições.

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DESTAQUES

Mauro G. Pinheiro, diretor financeiro homenageado pelo América Futebol Clube

Arnaldo Wolf, o Nalo, presidente do conselho deliberativo do América Futebol Clube

Loures Fernandes de Oliveira, diretor de patrimônio responsável pelas reformas e construções do AFC

Presidente João Barbosa recebeu a placa na Câmara de Vereadores pela passagem no centenário

Agradecimento ao diretor social Marcio de Paulo Miranda pela organização do baile vermelho e branco

Diretor de Futebol, Paulo Barbosa ao lado do presidente do América Futebol Clube

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EVENTOS

Corrida Rústica do centenário promovida pelo América Futebol Clube

Largada da Corrida Rústica realizada no ano da comemoração do centenário

Tradicional baile vermelho e branco realizado no ano do centenário

Baile vermelho e branco reuniu sócios e amigos do América Futebol Clube

Os americanos tiveram motivos de sobra para comemorar no baile vermelho e branco

Presidente do Jec entrega placa comemorativa ao presidente do AFC

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DIVERSOS

Americanos no desfile do aniversário dos 163 anos de Joinville

Grupo de americanos posam na foto antes de participar do evento

Administrador do América Futebol Clube Alcir Preus

Grupo de colaboradores do América Futebol Clube no ano em que o AFC completou 100 anos

Equipe Master do América Futebol Clube com a participação de sócios

Grupo de colaboradores do América Futebol Clube no ano do centenário

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HOMENAGEADOS

Campeões em 1971: Paulo Cesar, Ladinho, Marcos Cavalo e Luiz Duriex Sobrinho, ex-presidente do AFC

Presidente do clube entregou troféu ao artilheiro capeão de 1971, Marcos Cavalo

Homenagem ao campeão Veneza, ex-jogador do América Futebol Clube

Atual e ex-presidentes: Luiz Duriex, Maury Correa da Silva, Renato Laus e Ademir Carioca

Badeco, ex-jogador do América, Alcione de Oliveira e Enio

Eca Meira, Djalma, Alcione, Parucker e Enio num encontro de americanos no ano do centenário

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ACADEMIA

PARQUE AQUÁTICO

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FUTSAL

Uma geração campeã

O América Futebol Clube também é vitorioso no Futsal Sênior, disputado na Enseada em São Francisco do Sul. Em 11 anos de participação na competição, a equipe foi campeã em sete oportunidades: 2001, 2002, 2003, 2004, 2006, 2007 e 2009, ficou na segunda colocação em 2005, 2010 e 2011 e na terceira posição em 2008. Paulo Alvim Barboza, diretor de futebol do América, destaca a importância de jogadores como Calito, Marcio, Mano, Leonir, Edson Checa, Marinho, Alfredo, Masson, Joni, Toninho Gambeta, Cabeça, Juliano, Marquinhos e o auxiliar técnico Jaci. Muitos desses estiveram em todos os títulos. Segundo Paulo, a equipe é mais que um time. “Conseguimos formar um grupo que além de jogar futebol, também criou uma grande amizade”. O diretor também ressalta a importância de parcerias como a da Herten Engenharia de Moldes, e fala do orgulho de fazer parte da história. “Nesse ano do centenário do América, me orgulho de ter participado como diretor e oito anos como treinador dessa geração vitoriosa”. Na foto aparece a escalação: Em pé, Paulo Barboza, Marinho, Alfredo, Edilson Checa,Leonir, Joni e Toninho Gambeta. Agachados- Jaci, Cabeça, Masson, Márcio, Calito e Mano.

BASQUETE

Nas quadras e com a bola nas mãos. O América foi bicampeão estadual de basquete feminino em 1989 e 1990. Um bicampeonato que mostrou a força do esporte joinvilense e americano. A foto mostra, em pé, da esquerda para a direita: Renato Cassou (técnico), Elaine, Rosemary, Roud, Sandra, Patrícia, Rose. Agachadas: Nalu, Vanda, Neusa, Rita , Edilene e Elis.

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Foto: Arquivo AFC

Foto: Arquivo AFC

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DANÇA

MASSOTERAPIA

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SAUNAS - ATLETISMO

AMPLO ESTACIONAMENTO

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MATERIAL ESPORTIVO

SALテグ DE FESTAS

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ESTテ.IO Fotos: Amir Sfair Filho

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GINÁSIO

SALÃO DE BELEZA

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Momento de descontração ao lado do campo do América Futebol Clube num encontro que reuniu amigos e ex-atletas do time que fez história em Santa Catarina. Entre risadas e um papo descontraído saiam lembranças de casos, de lances e de muitas alegrias que os americanos têm de sobra para compartilhar.

ENCONTRO DE AMIGOS E EX-ATLETAS

CLUBE SOCIAL


Em pé, da esquerda para a direita: Cláudio Lopes Junior (Panda), Pizolatti, Ademir (Carioca), João Barbosa (presidente), Paulo Cesar, Lico, Laerte, Joel Mendes / Sentados, da esquerda para a direita: Bebeco, Raul Bosse, Renato Laus, Eka Meira, Djalma, Nilo Gomes, Chico Samara.

ENCONTRO DE AMIGOS E EX-ATLETAS


Segunda fileira em pé, da esquerda para a direita: Carlos V. Niehues, Paulo Barboza, Alfredo L. Daberkow, Pericles L. Filho, Ademir Natividade Costa, Mauro G. Pinheiro, Rodolfo Yanke, Jean

Primeira fileira em pé, da esquerda para a direita: César Malutta, Osmar de Miranda, Rogério L. de Oliveira Cercal, Carlos Schmoller, Marcio M. Poffo, Moacir E. Machado, Jaiter C. Prego.

CONSELHO DELIBERATIVO

Terceira fileira sentados, da esquerda para a direita: Paulo R. Debertoli, Claudio Lopes Junior, Evaldo R. Rosa, João Barbosa, Israel M. Cardoso, Loures F. de Oliveira, Marcio de P. de Miranda, Vilson G. Berwanger, Arnald B. Wolf.

C. Karnopp, Leonardo Haensch, Eduardo Custódio, Rui C Vieira, Alodir A. de Cristo.


EX-PRESIDENTES

Pedro Firmino de Menezes Primeiro presidente eleito do América para o período de 1914 a 1917. Foi eleito mais duas vezes para o cargo em 1921 e 1932. Hercílio Gomes Corrêa Presidente com mandato parcial em 1922 e eleito em 1923. Ocupou várias funções na diretoria do clube. Nicolau Maeder Junior Presidente eleito para o ano de 1926. Silvio Andres Bertolotto Presidente eleito em dois mandatos: 1928 E 1930. Silvio era cidadão argentino. Carlos Gomes de Oliveira “Capitain” geral de 1918 a 1921. Foi atleta e presidente em 1929. Martinho Van Biene Presidente eleito para o período de 1931. Cumpriu parte do mandato. Adoniro Rosa Presidente em 1931, com mandato parcial. Ocupou vários cargos na diretoria do clube. Celso Lobo de Oliveira Presidente eleito para o ano de 1934 e aclamado presidente de honra em 1937. Max Pruner Presidente eleito para o ano de 1935, com mandato cumprido parcialmente. Antônio Fackhany Presidente do clube por duas gestões consecutivas, em 1936 e 1937, ambas com exercício parcial do mandato. Reinaldo Hubbe Presidente com mandato parcial em 1936. Rodrigo de Oliveira Lobo

O FUTURO

Presidente com mandato parcial em 1937. Ocupou vários cargos na diretoria. Ubirajara Rolin Oliveira Aires Presidente em 1938, 1939 e 1940. Cumpriu parcialmente o mandato de 1939. Álvaro Maia Presidente interino em 1939. Integrante de várias diretorias do clube. José de Diniz Presidente eleito em 1941, com mandato exercido parcialmente. Ocupou diversos cargos na diretoria do clube. Ruben de Oliveira Lobo Presidente de 1942 a 1956. Campeão estadual em 1947, 1948, 1951 e 1952. Foi presidente interino em 1941 e 1964. José Alexandre Presidente eleito em 1957 e 1958, com participação em diversos cargos na diretoria. Ernani de Abreu Santa Ritta Presidente entre 1959 a 1961. Acyr Pizatto Ferreira Presidente com passagem em 1959 a 1961. Ex atleta rubro. Henrique José Bastos Presidente em 1962. Foi diretor e jogador campeão com o clube. Roberto de Carvalho Barros Presidente em exercício nos anos de 1962 e 1965. Ocupou diversos cargos na diretoria. Henrique de Abreu Santa Ritta Presidente em 1966. Integrou várias diretorias. Kurt Meynert. Presidente interino em 1964 e eleito para o período de 1967 a 1972. Campeão estadual de 1971. Teodomiro Fagundes de Lemos

Presidente interino em 1964. Herbert João Wiertel Presidente eleito para o ano de 1965. Ocupou parcialmente o cargo. Domingos Filomeno Neto Presidente eleito para o ano de 1966. Cumpriu parcialmente o mandato. José Carlos Hamilton Pirath Presidente em 1965 e 1966. Luiz Duriex Sobrinho Presidente em 1973 e 1974. Maury Corrêa da Silva Presidente eleito para a gestão de 1975 a 1976, com mandato exercido parcialmente. Claudio Lopes Presidente em 1975 e 1976. Membro da diretoria em várias gestões. Gercy Rodrigues Alves Presidente em 1977 e 1978. Ocupou diversos cargos na diretoria. Nagib Chedid Daher Presidente em gestões sucessivas no período de 1979 a 1983, fase de vários empreendimentos no clube. José Demarchi Presidente eleito para o período de 1984 a 1985. Ocupou diversos cargos na diretoria. Ademir Natividade Costa Presidente eleito para o ano de 1990. Renato Gomes Laus Presidente em 1986 a 1989 e reeleito sucessivamente a partir de 1991, com mandato até 1998.


O FUTURO

João Barbosa, amor à primeira vista pelo América Desde sua chegada a Joinville, o presidente americano se encantou com o clube da Zona Norte e de lá para cá sempre esteve ligado ao clube

Mais da metade de sua vida ele passou ao lado do América. Primeiro como jogador, depois como presidente. Natural de Tubarão, João Barbosa, 56 anos, veio para Joinville ainda garoto, em 1969. A paixão pelas cores vermelha e branca foi instantânea, e ele entrou para o time juvenil do Galo da Zona Norte em 1976, com 18 anos. Em Joinville, constituiu família e ingressou na carreira de bancário. Depois da fase de juvenil teve pequenas passagens por outros clubes do futebol amador de Joinville. Em 1986 voltou para o América, onde jogou até 1993 e conquistou os títulos da Primeirona de 1989 e 1993. Em 1998, participou de um movimento de transformação no clube, que também envolvia os sócios. Foi eleito presidente do conselho do clube no mesmo ano e atua como presidente desde o ano seguinte. Ao lado de Ruben Lobo, é o presidente que mais tempo exerceu esta função. Participante ativo em todos os setores do clube, João Barbosa destaca na entrevista abaixo, alegrias do passado e desejos futuros para o América Futebol Clube. Como começou sua participação no América Futebol Clube? Em 1969, quando migrei de Tubarão para Joinville aos 12 anos de idade, fui acompanhar uma partida do América. Foi paixão à primeira vista. O time da época era uma seleção, e perdemos a final por detalhes. Mais tarde, fui jogador juvenil, e posteriormente participei como atleta amador de campeonatos promovidos pela Liga Joinvilense de Futebol. Como você chegou a presidência do América Futebol Clube? O clube estava passando por um momento difícil. As dívidas estavam se acumulando e as despesas com o futebol amador aumentavam a cada ano. Os investimentos na parte social eram mínimos, e com tudo isso, os sócios estavam insatisfeitos. Foi convocada uma eleição para eleger 50% do conselho deliberativo, e um grupo de sócios se mobilizou para participar do pleito. Nós fomos eleitos e, a partir daí, começaram as mudanças na administração. Desde a sua chegada, o clube se tornou referência na cidade. Como foi a transformação? Ao assumir a presidência do América, não tinha ideia do tamanho da dívida que o clube possuía. E tive vontade de desistir. A primeira visita que recebi foi de um oficial de justiça, notificando o clube por estar com o recolhimento do INSS atrasado. Com muito trabalho de toda a diretoria, funcionários e conselho deliberativo, começamos as mudanças, que fizeram do América essa referência. Principalmente usando as mensalidades dos sócios e transformando em obras e realizações.

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É comum em conversas de amigos e apaixonados por futebol ouvir falar sobre uma possível volta do América ao futebol profissional. Existe essa possibilidade? Acho difícil. Já existe o Joinville Esporte Clube, que nasceu da fusão entre América e Caxias, em 1976, e hoje é um dos maiores do estado. Dono de muitos títulos e de uma torcida apaixonada, é o representante joinvilense. Para falar de futebol profissional é preciso de muito dinheiro e bastante organização, caso contrário, o fracasso pode ser iminente. Qual é o sentimento de estar na presidência do América no ano em que o clube completa cem anos? Indescritível. É uma alegria muito grande e estou muito feliz por ter essa oportunidade. A diretoria, o conselho, os colaboradores, todos ficarão na história por estar administrando o clube no ano de seu centenário. Com você vê o futuro do América Futebol Clube após o centenário? O América está localizado em uma obra supervalorizada, na região central da nossa cidade. A especulação imobiliária e o desejo por este espaço de quase trinta e cinco mil metros quadrados é grande. O valor do nosso patrimônio não tem preço pelo o que o América representa para a sociedade joinvilense, mas as dificuldades de administrar o clube aumentam cada dia mais. Por isso, temos que buscar alternativas. A alternativa então seria mudar de endereço? Não sei. Os associados cobram benfeitorias e obras, e por administrar um espaço tão grande, às vezes não conseguimos realizar as mudanças necessárias. Para conseguir administrar um clube moderno, dinâmico, com um projeto arquitetônico e que continue sendo exemplo, talvez fossem necessários doze a quinze mil metros quadrados. Quem sabe também pensando em uma área rural na nossa cidade. O América Clube de Campo, com espaço de lagos para a criação de peixe, cavalos para passeio, hotel fazenda com quartos familiares, campo de futebol, trilha para caminhada, bosques. Uma área com mais ou menos um milhão de metros quadrados. Parece sonho? Não sei. Mas o principal desafio daqui para frente é administrar e organizar nosso clube para um futuro ainda mais promissor. Um grande abraço a todos.

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O FUTURO

A paix찾o pelas cores vermelha e branca foi instant창nea, e ele entrou para o time juvenil do Galo da Zona Norte, em 1976

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