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Estudos apontam crescimento de Parto Domiciliar Planejado no Brasil

O parto domiciliar planejado tem crescido cada vez mais no Brasil, especialmente em grandes centros, diante da crescente insatisfação das mulheres com o sistema obstétrico hospitalar vigente. De acordo com os estudos mais recentes, o parto domiciliar planejado representa uma importante prática de exercício da autonomia da mulher em contraponto ao sistema convencional e se apresenta como uma alternativa segura de local de parto, com alto grau de satisfação para as mulheres e para as famílias, não oferecendo riscos adicionais de saúde, nem para a mulher nem para o bebê.

No Brasil a porcentagem destes partos domiciliares é muito pequena, sendo maior nas regiões Norte e Nordeste, onde estes partos ainda são assistidos por parteiras tradicionais, e no restante do país essa porcentagem está relacionada à assistência de partos domiciliares planejados realizados por enfermeiras obstétricas e obstetrizes. Vale ressaltar que, enfermeiras obstétricas e obstetrizes, são respaldadas pela Lei de exercício profissional para a realização de procedimentos desta natureza.

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Em Campos Novos, no último dia 07 de junho, a Enfermeira Obstetra Kelly Silveira realizou o seu primeiro parto domiciliar planejado. De acordo com a profissional, a família lhe procurou com cerca de 28 semanas de gestação, e a partir dali deram início ao planejamento do parto. O direito de escolha do local do parto é garantido pelo Ministério da Saúde e também recomendado pela OMS.

“Nós fizemos o acompanhamento Pré-Natal das últimas semanas de ges- tação intercalado com as consultas com o seu médico Obstetra. A gestação era de baixo risco, com vitalidade fetal adequada, o crescimento do bebê era bom. A paciente estava com 39 semanas e quatro dias de gestação e desde as 37 semanas já vinha apresentando sinais de que o trabalho de parto estaria próximo”, relatou Kelly.

O trabalho de parto ativo ocorreu na noite do dia 07 de junho e aconteceu de forma muito rápida. Segundo a Enfermeira Kelly, em menos de duas horas de contrações intensas e regulares, de forma natural e sem interferência externa, o bebê nasceu de forma espontânea e em total segurança.

“Quando as contrações começaram, fui comunicada, fomos monitorando as contrações e foi neste momento que a bolsa rompeu. Me desloquei até o local, fiz a avaliação do bebê, que se movimentava em meio às contrações, e apresentava um bom batimento cardíaco. Na hora da avaliação a gestante estava com 8 centímetros de dilatação e logo o nascimento aconteceu”, contou.

Ainda conforme a enfermeira, a mãe ficou extremamente satisfeita com a sua escolha. “Após a hora de ouro (a primeira hora da mãe com o seu recém-

-nascido), decidimos se deslocar até ao hospital, por uma questão burocrática da declaração do ‘nascido vivo’ e também para que fosse avaliado pelo pediatra, que é importante nas primeiras horas de vida”, ressaltou.

uOs critérios de elegibilidade para o parto domiciliar são:

uQue seja uma gestação de baixo risco ou de risco habitual; uUma gestação única (apenas um bebê) que esteja em apresentação cefálica (com a cabeça virada para baixo); uQue esteja numa idade gestacional maior ou igual a 37 semanas e menor que 42 semanas; uQue exista um termo de consentimento assinado da mãe e do seu parceiro. Por fim, ainda sobre o parto domiciliar planejado, a profissional explica que sempre é preciso ter um plano B, plano de transferência em caso de complicação. “Tudo o que temos hoje de recomendação para parto domiciliar planejado é que estejamos a pelo menos 30 minutos do hospital de referência. Em Campos Novos temos essa facilidade e estávamos cerca de 5 minutos da unidade de saúde e na ocorrência de qualquer complicação, que não ocorreu neste caso em específico, nos deslocaríamos até ao hospital, que tem por obrigação receber estes pacientes para tratamento de urgência e emergência”, esclareceu.

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