Aniversário de Extrema

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Extrema - 113 anos de histórias e conquistas

Expediente

De acordo com historiadores, data que em 29 de novembro de 1764, quando da visita do governador de Minas, o General Luiz Diogo da Silva, ao visitar o arraial de Camanducaia e, de volta, tendo passado pelo Registro de Mandú (atual Pouso Alegre), resolveu que esse “Registro” ficaria melhor colocado à margem do rio Jaguarí, então a cidade de Extrema. Deste fato, originou-se ser Extrema primitivamente conhecida pelo nome de “Registro”. Esse cunho oficial, entretanto não deu impulso decisivo ao povoado, o qual somente no fim do século 18 com a construção de uma capela nos primeiros anos do século 19, ainda na vigência da era colonial. Foi no ano de 1819 que se deram os primeiros passos para criação e formação do lugar, nessa época já habitado por fazendeiros e outros moradores esparsos procedentes de Camanducaia e sobretudo de Bragança Paulista, Atibaia e São João do Curralinho. Segundo os autos da constituição do patrimônio de Santa Rita arquivados na Cúria Metropolitana

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de São Paulo, nos anos de 1819 foi endereçada aquela entidade eclesiástica uma petição no sentido de se edificar uma ermida e de se constituir um patrimônio de fiança e favor da capela. É provável que os signatários da representação junto à cúria diocesana não tivesse sido aceito, pois somente no dia 7 de agosto de 1832, foi passada provisão autorizando a ereção da capela consagrada à invocação de Santa Rita, que seria construída ao redor de 30 alqueires de terra que foram anteriormente doados pelo abastado lavrador José Alves, conhecido como “Zeca Alves”. No dia 12 de janeiro de 1839 foi realizada a primeira audiência do Juízo de Paz, sob a presidência do juiz Francisco da Silva Teles. Em 12 de outubro de 1871, através da lei nº 1858, o povoado de Registro passou a ser distrito, só que a partir desta data, com a denominação de Santa Rita de Extrema ( por se localizar no extremo sul de Minas Gerais). No dia 22 de dezembro desse mesmo ano, deu-se a instituição canônica como paróquia. No ano 1874, registrou Bernardo

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Saturnino da Veiga, a existência de 60 casas em Santa Rita de Extrema, formando essas casas 4 ruas irregulares e um largo onde se acha colocada a igreja matriz e um modesto cemitério. O distrito de Santa Rita de Extrema passa a ser denominado município através de lei nº 319, de 16 de setembro de 1901, sendo efetivamente instalado a partir de 1º de janeiro de 1902. Em 18 de setembro de 1915, a lei estadual nº 663 altera o nome do município que passa a se chamar Extrema. Através da lei estadual nº 893 de 10 de setembro de 1925 é elevada à categoria de cidade a sede do município de Extrema. Além do dia 16 de setembro, aniversário da cidade, o dia 22 de maio (dia de Santa Rita, padroeira da cidade) também é feriado municipal. A população estimada da cidade de acordo com o IBGE 2010 é de 31.693 habitantes. Tendo como munícipios limítrofes: Vargem, Joanópolis, Toledo, Itapeva, Camanducaia e Pedra Bela. Com informações: extrema.mg.gov.br

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Fotos: Amanda Bortoletto

Amanda Bortoletto transmite amor através de imagens de mães e filhas

‘Tal Mãe Tal Filha’ em exposição no Centro de Informações Turísticas

Amanda e Catharina A Exposição ‘Tal Mãe, Tal Filha’ que esteve em exibição no Centro de Informações Turísticas, durante o mês de agosto, teve como objetivo evidenciar características físicas hereditárias, através de retratos de meio rosto de mães e filhas coladas lado a lado focando principalmente seus olhares. O trabalho da fotógrafa Amanda Bortoletto foi realizado com mães da cidade de Extrema

que cederam sua imagem para o projeto como modelos voluntárias. De acordo com a artista, a ideia inicial do projeto surgiu de um retrato dela e de sua filha Catharina (11 anos) realizado por brincadeira em casa com a intenção de guardar uma recordação que acentuasse o quanto se pareciam. Amanda fez a mesma brincadeira entre seus filhos e marido e ao disponibilizar

em uma rede social, muitas mães gostaram e pediram uma lembrança igual. “Desde quando me formei em Fotografia e trabalho como profissional na área estava em busca de um projeto autoral, a ideia se encaixou perfeitamente e claro foi se ajustando ao desenvolver do projeto que durou seis meses para ser finalizado”, revela. Além da exposição, a fotógrafa continua realizando ensaios personalizados e contemporâneo infantis, retratos de família e já está trabalhando em novos projetos para o

próximo ano. Ao falar sobre Extrema, Amanda afirma que a cidade é inspiradora para qualquer artista. “O ar e aconchego das pessoas, dos bons amigos e das boas conversas sempre nos traz uma nova percepção do que somos e o que quero transmitir através da minha fotografia. A liberdade de poder criar e de ser mãe numa cidade que traz consigo valores culturais é muito importante”. A artista paulistana demonstra admiração pela cidade e pessoas que a acolheram e conta que em seu trabalho deseja retribuir um

pouco do amor e generosidade aqui encontrados registrando e eternizando o tempo através da fotografia. Além de também poder disponibilizar um pouco de cultura a todas as classes sociais. Amanda aproveitou a oportunidade para parabenizar Extrema por seus 113 anos. “Parabéns a essa cidade linda e acolhedora, ao seu povo humilde que está sempre de portas abertas, aos artistas que andam de mãos dadas e que tem fome de cultura. Parabéns á todos que fizeram e fazem de Extrema um lugar maravilhoso para se viver”.


Movimento Cia. de Teatro mantém viva a cultura extremense O Movimento Cia. De Teatro faz parte da história e cultura de Extrema e por essa razão o Jornal O Registro decidiu contar um pouco mais da trajetória do grupo. Movimento Cia. de Teatro foi fundado em 1997 pela atriz-diretora Rita Miranda, que ao voltar para Extrema após uma temporada de estudos fora da cidade conheceu jovens que se dedicavam ao teatro e com eles deu início ao grupo que atua desde então junto à comunidade extremense, promovendo espetáculos que buscam não só o entretenimento da platéia, mas a educação ambiental e cultural. Porém, este não foi o primeiro contato da fundadora da companhia, Rita Miranda, com o teatro extremense. A ligação entre ela e a cultura extremense teve inicio em 1981, quando ela e outros jovens da cidade interpretaram a peça “Entre quadros paredes” de Jean Paul Satre, adaptada por Doutor Ciro, juiz da cidade, na época, e intelectual. “Extrema sempre gostou, sempre prestigiou o teatro, sempre teve isso na veia”, conta a atriz. Em conversa, a diretora da companhia destaca como principal momento do grupo de teatro a turnê por 24 cidades mineiras com o projeto “O Mambembe - Teatro Itinerante” patrocinada pela Lei Rouanet. Durante o tempo de exibição foram registradas as carteiras de trabalho de todo o elenco como atores, o que valorizou o trabalho realizado por essas pessoas. A Cia. de Teatro é também de utilidade Pública Municipal e Estadual, e desenvolve vários projetos junto à Prefeitura Municipal, além de se destacar pelas suas produções. Realizou oficinas e mostras de teatro em parceria com o Conselho

do Patrimônio Cultural e Artístico, que contou com a participação de artistas de renome. “Fizemos várias parcerias de educação ambiental através do teatro com a Prefeitura. Colocamos nas peças a questão da reciclagem e do racionamento e cuidado com a água, trabalhamos com educação ambiental. Foi bem bacana para nós, além de envolver o prazer de encenar também tinha uma responsabilidade social e ambiental através dessas montagens”, conta Rita Miranda. Outros pontos destacados pela diretora foi a vitória em Edital para se tornar um dos primeiros Pontos de Cultura do Estado de Minas Gerais, em 2010, e a conquista do espaço público cedido pela Prefeitura Municipal de Extrema. “Esse apoio foi fundamental, aqui ensaiamos novos projetos. Então o fato de termos uma sede é um fator muito importante que auxilia bastante na manutenção do grupo”, explica Rita. O Movimento Cia de Teatro também é responsável pela realização do ‘Extrema Mostra Teatro’, que acontece desde 2003 e conta todos os anos com apresentações de peças renomadas. “Fazemos o ‘Extrema Mostra Teatro’ há 11 anos e a mostra tem vindo em um crescente de público que sempre prestigia. É maravilhoso, porque trazemos as maiores e melhores companhias de teatro do Brasil com vários espetáculos premiados e consagrados pela crítica”, afirma a atriz. A Cia. trabalha há 17 anos de forma contínua, mantendo coerência em suas ações. Com projetos voltados para comunidade, com apresentações em praça

pública, escolas da rede municipal e oficinas gratuitas. Sempre buscando a promoção, divulgação e valorização do teatro e da cultura brasileira. O Pequeno Princípe A próxima peça a ser apresentada pelo Movimento Cia de Teatro é “O Pequeno Princípe”, do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry com a adaptação para o teatro de Rita Miranda. A primeira apresentação acontecerá durante o 1º Festival Literário de Extrema, no sábado, 13 de agosto, às 14h na Praça Presidente Vargas. A obra será interpretada pelo Núcleo de Jovem Elenco da companhia, um projeto de renovação e manutenção da arte teatral. “Tinhamos uma demanda de jovens querendo fazer teatro e então nos dedicamos a eles para poder contribuir com a formação artística deles e assim surgiu a ideia de montar “O Pequeno Príncipe”, que é um livro que atrai tanto criança quanto adultos. A iniciativa deu certo e os meninos com a maior garra estão atuando nessa peça”, explica. E para finalizar, Rita Miranda aproveitou a oportunidade para parabenizar a cidade de Extrema por seus 113 anos: “Extrema é onde todas as portas se abriram para que a gente pudesse consolidar o teatro e que a gente continuasse, porque aqui as pessoas adoram cultura, é uma cidade que tem muita festa e as pessoas prestigiam sempre as manifestações culturais. Eu espero que continue assim sempre. Parabéns Extrema! Amo esse lugar que me acolheu e onde eu posso continuar sendo uma pessoa criativa”, conclui.

Fotos: Rita Miranda

Elenco de ‘Mambembe’

Elenco de ‘O Pequeno Príncipe’


Foto: ASCOM Toledo

Aniversário de 113 anos da cidade com diversas atrações Fotos: ASCOM - Prefeitura de Extrema

A cidade de Extrema completará no próximo dia 16 os seus 113 anos de emancipação político-administrativa. Neste ano o aniversário de Extrema foi antecipado para a segunda-feira, dia 15, conforme decreto municipal, nº 2.731 de 07 de fevereiro de 2014 (extrema.mg.gov.br/dados-da-cidade-2/ calendariodeferiados/decretos-de-feriados). Para comemorar o aniversário da cidade, a Prefeitura de Extrema, por meio da Secretaria de Educação e as Gerências de Cultura e Turismo promoverão diversas atividades e atrações para os cidadãos extremenses celebrarem juntos os 113 anos da melhor cidade mineira para se viver*.

Confira a Programação: extrema.mg.gov.br/destaques-capa/ Dia 12/9 a 14/9: festival_literario_de_extrema. I Festival Literário de Extrema: O evento, que terá como tema “Venha Viver a Dia 14/9 às 16h: Magia da Literatura em Extrema”, pos5º Festival Comida de Boteco. sui a finalidade de estimular o hábito da leitura nas mais variadas faixas Dia 15/9 às 19h: etárias abordando diversos gêneros do Ao Vivokê. (extrema.mg.gov.br/destafantástico mundo das letras. ques-capa/ao-vivoke-sera-no-dia-15-deCom entrada franca, o I Festival -setembro-em-comemoracao-aos-113Literário de Extrema oferecerá além da -anos-de-extrema) presença de 10 escritores consagrados, Todos os eventos serão na Praça Presidebates, oficinas, peças de teatro infan- dente Vargas. tis, games para adolescentes e música. *Extrema é considerada a Melhor Cidade O local escolhido para as atividades Para se Viver segundo a Fundação João são as Praças Presidente Vargas e a Cel. Pinheiro, ano Base 2010, edição 2013. Simeão, ambas no centro da cidade. Fonte: Ascom Confira a programação completa em: Prefeitura Municipal de Extrema


Família Morbidelli completa 113 anos de história em Extrema Fotos: Arquivo Pessoal - Gi Morbidelli

Alexandre Morbidelli Em homenagem aos 113 anos da emancipação da cidade de Extrema, o Jornal O Registro entrevistou Milton Morbidelli, bisneto de Domenico (Domingos) Morbidelli e neto de Luiz Morbidelli. De acordo com Milton, carinhosamente conhecido como Gi, com a recente conquista da nacionalidade Italiana, a história da família conta que Domenico Morbidelli deixou Sassoferrato, Região de Marche (Itália), juntamente com os filhos: Luiz, Alexandre, Palmira, Adele, a cunhada Lucia e seus filhos. Antônio e Maria embarcaram no Porto de Genova, no Vapor “Minas” em 31 de agosto de 1901. A família chegou ao Brasil (Porto de Santos) em 22 de setembro de 1901. Nas incertezas dos acontecimentos, principalmente de perecerem na viagem, e sem saber o que poderia encontrar em terra brasileira, Domingos deixou em Sassoferrato os filhos Giovanni e Caterina. Estes ficaram com os tios (Brocanelli) que não tinham filhos. Da linhagem familiar: Domingos foi casado com Doralice Brocanelli, e seu irmão Gabriel Morbidelli foi casado com Lucia Lisandrelli, ambos faleceram na Itália, antes da vinda da família para o Brasil. Luiz Morbidelli, filho de Domingos, casou com a italiana Cesira Gabelini, e tiveram os filhos: Maria, Vicente, Au-

Giovanni Morbidelli gusto, Júlio, Paulo, Fernando, Ernesto, Umberto, David e Catarina. Cesira Gabelini era filha de João Gabelini e Albina Bernardini imigrantes italianos, que também tiveram grande contribuição no desenvolvimento de Extrema, tinham uma grande propriedade no bairro da Vargem do João Pinto conhecida como Fazenda do Matão. Alexandre Morbidelli, filho de Domingos, casou com a italiana Celeste Biondi e tiveram os filhos: Natal, Felícia, Angelina, Henrique, Maria, Elvira, Antônio, José e Aparecido. Caterina Morbidelli, filha de Domingos, ficou na Itália e casou com Enrico Battistoni e tiveram os filhos: Adele, Duiglio, Valentino, Olivetta e Pierina. Giovanni Morbidelli, filho de Domingos Morbidelli, ficou na Itália e casou com Maria Cesaretti e tiveram os filhos: Natal, Doralice, Constantino, Aldo e Elisa. Palmira Morbidelli Biondi, fillha de Domingos, casou com o italiano Sabatino Biondi e tiveram os filhos: Angelo, Maria, Elvira, Umberto, Luiz, Antonio. Adele Morbidelli Voltan, filha de Domingos, casou com o italiano Cesar Voltan e tiveram os filhos: Umberto, Rita, Maria, Estelinda, Antonio e Benedita Aparecida. Antonio Morbidelli, estimado sobrinho de Domingos, casou com a italiana Filomena Pierucci e tiveram os filhos: João,

Caterina Morbidelli Geraldo, Luiz, Gabriel, Tereza, Angelo Aparecido, Benedito, Anna. Maria Morbidelli (sobrinha de Domingos) casou com o italiano Domenico Bonifazzi, residiram em Bragança Paulista, e lá têm seus descendentes. A família se instalou na cidade de Extrema e aqui com trabalho árduo na lavoura, Domingos Morbidelli se estabeleceu criando seus filhos e sobrinhos. Domingos Morbidelli viveu no mesmo teto de Antônio, seu estimado sobrinho que o tinha como filho, até a sua morte, em janeiro de 1940, com 81 anos de idade. Lucia faleceu em 1941. Domingos, Lucia e Antônio estão sepultados no mesmo túmulo em Extrema, e demais familiares. Em 2007, Milton Morbidelli escreveu um artigo para a revista da Associação Sassoferratesi no Mundo para Sassoferrato (Marche – Itália), e com base nesse documentário, a Associação decidiu premiar Domingos Morbidelli “in memorian”. O “Prêmio Monte Strega” tem como objetivo premiar personagens de origem Sassoferratesi que se destacaram em várias atividades em qualquer parte, e que levaram o nome da cidade. Monte Strega é uma montanha dos Alpes da Umbria e de Marche. O reconhecimento desta homenagem foi em consideração a imigração de Domingos da cidade de Sassoferrato,

Domingos Morbidelli e Lucia (sentados). O estimado sobrinho Antonio Morbidellie, Filomena Pierucci e filhos (em pé)

Antonio Morbidelli e Filomena

como demonstração de coragem e perseverança, e do trabalho árduo como lavrador, na conquista dos ideais, juntamente com os filhos Alexandre, Luiz, Palmira, Adelia, sobrinhos Antônio e Maria. E a cunhada Lucia.

Domingos Morbidelli e Lucia

O Prêmio em nome de Domingos Morbidelli e dos descendentes foi recebido na data de 23/08/2008 por Milton Morbidelli que em seu discurso e agradecimentos em italiano deixou todos emocionados.


Palmira, Aparecida Voltan e Adele

Milton Morbidelli em peça teatral

Estiveram presentes na cerimônia os tucional e administrativo pela Escola familiares Márcia (tataraneta de DoPaulista de Direito, também atuou em mingos Morbidelli) e seu marido José uma peça teatral em 1980. A peça com Alvim, Lourival Francisco Morbidelli direção de Dr. Ciro (Marcos da Silva) Mendes (bisneto sobrinho de Domintinha como título “Entre quatro paregos Morbidelli) e sua filha Roberta, que des”, onde representou um mordomo. representaram a família. E, dos familiaOutros componentes da peça eram: res de Roma e Sassoferrato, também Robson Silva, Rita Miranda e Silvia descendentes (bisnetos) de Domingos. Oliveira. A peça esteve em cartaz na A história desta grande família continua, cidade e também em algumas cidades o pai de Milton, Paulo Morbidelli, posvizinhas como: Bragança Paulista, Camsuía um Armazém na cidade, de Secos buí e Itatiba. e Molhados, a Rua Governador ValaEm agosto de 1983, Milton Morbidelli dares, também constituiu sua família e ingressa na Câmara Municipal de com o comércio criou seus filhos. Extrema. Paulo Morbidelli casou-se com Luiza “O prédio junto com a Prefeitura, não de Oliveira Borges, descendente de tinha nada de documentos, (arquivo) José Ramos Borges, grande fazendeiro da Câmara, somente um livro de Atas. na época, de origem Joanopolense e E aqueles que estavam em um arquivo que se instalaram na região do Salto. junto com os docs. da prefeitura, e esSeus filhos: Braz Edson e José Roberto tavam danificando com o tempo, pois o (falecidos), Luiz Fernando, Gessevaldo, local era úmido”, lembra Gi. Giovana e Milton Morbidelli. Milton fazia todos os serviços da CâPor parte da família da mãe, Milton mara, contava apenas com um servidor Morbidelli, tem como avó Brasilina Ma- que era José Nilson Silva. Todas as ria de Jesus e avô Lino Borges. E tendo proposições dos vereadores eram daticomo bisavôs Joaquim Pedro de Toledo lografadas com cópias de carbono. e Placidonia Maria de Jesus, todos Com a mudança da Câmara e a Prefeifazendeiros da região do Salto. tura, para o prédio da Praça Presidente Milton Morbidelli formou-se em Direito Vargas, atual prédio da cultura, “Zeca e é pós-graduado em Direito ConstiAlves”, Milton teve a preocupação de

Luiz Morbidelli e Cesira Gabelini

transportar os livros antigos da Câmara, mas muitos não tinham mais o que fazer, pois estavam completamente deteriorados, de acordo com Gi. Então, começou a organizar um arquivo da Câmara, considerando que a Câmara teve sua Autonomia Administrativa e Financeira (Lei Municipal n. 618/86). O resgate dos livros, com a restauração dos mesmos, foi feito a partir desta data. Os livros estavam bastante deteriorados e os que tinham condições foram encaminhados para um restaurador em Bragança Paulista, hoje estes livros encontram-se arquivados devidamente na Secretaria da Câmara Municipal na Praça dos Três Poderes. Um dos registros mais antigos recuperado é uma ata de 1917, com o termo de abertura da sessão de 1º de julho, presidida pelo vice-presidente Guido Berretini. Graças ao altruísmo de Milton Morbidelli a história política da cidade de Extrema não se perdeu para sempre. Milton Morbidelli trabalhou na Câmara Municipal de Extrema como Diretor da Secretaria por 29 anos e deixou um grande legado, um exímio profissional. Por Patrícia Tampelli

Milton Morbidelli (Gi)

Lino Borges e Brasilina Maria

Armazém de Paulo Morbidelli, na Rua Governador Valadares


Turismo que valoriza a história e beleza natural da cidade Fotos: Ricardo Telles

Fauna da Serra do Lopo São 113 anos de história, mas faz pouco tempo que Extrema se destacou entre as outras cidades turísticas e vem sendo reconhecida nacionalmente por todo seu potencial histórico e ambiental. Essa história também faz parte do novo turismo em Extrema, são diversos monumentos históricos tombados que contam aos nossos visitantes um pouco do que aconteceu antigamente. Esses atrativos de relevância histórica ficam distribuídos como todos os outros em rotas e os de maior destaque são: as obras de Alfredo Mucci, a Igreja de Santa Rita de Cássia, o complexo de prédios históricos em torno da praça principal, a Capelinha da Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Trilha do Pinheirinho e a Capelinha do Godoi. Tais locais são preservados pelas Gerências de Cultura e Turismo, porque a cultura recebe um incentivo pelo estado para preservar esses patrimônios

tombados. Para chegar ao nível de reconhecimento turístico atual, a gerência de turismo de Extrema vem realizando um trabalho árduo por diversos anos. O primeiro conselho de turismo é datado de 1996, mas somente em 2007 as politicas públicas de turismo do município passaram a ser devidamente organizadas e planejadas. Isso se deu graças à criação do Ministério do Turismo no Brasil e o Projeto Regionalização do Turismo - Roteiros do Brasil que incentivou os municípios brasileiros a investiram mais nessa área. A partir de 2007, o poder público extremense passou a trabalhar na criação das rotas turísticas que deram origem a atual Rosa dos Ventos, mas não foi só a administração municipal que opinou nos novos caminhos que seriam tomados, foram ouvidos os integrantes do Conselho de Turismo (COMTUR), a sociedade civil e a iniciativa privada que

concluíram que todo o território de Extrema possui potencial turístico. “Pelas suas belezas e pela própria vocação ambiental, por termos um rio que margeia o nosso município e esse rio ter potencialidade para o rafting que é um dos produtos turísticos mais visitados junto com a Serra do Lopo”, relembra Ana Paula Odoni, gerente de turismo. Em 2011, foi dado inicio na elaboração de um Plano Municipal de Turismo construído de forma participativa e em conjunto foi criada a Lei Municipal de Turismo, aprovada pela Câmara dos Vereadores. O planejamento foi elaborado de forma que seguisse as seis diretrizes apontadas pelo Ministério do Turismo que são: Infraestrutura turística, fortalecimento da estância de governança, qualificação profissional empresarial, sistema de informação e monitoramento, marketing do destino e oferta de roteiros e produtos.


Na infraestrutura foi feita a sinalização das rotas e a distribuição dos totens pelos percursos e está em planejamento o projeto de revitalização das rampas e construção da sede do circuito. A segunda diretriz, o fortalecimento da estância de governança é a formação de grupos responsáveis pela manutenção e discussão dos planos turísticos. “No caso regional é o circuito turístico Serras Verdes do Sul de Minas composto por 25 cidades. A outra estância que trabalhamos de maneira muito participativa é o Comtur”, afirma Ana Paula. A diretriz de qualificação profissional empresarial é fundamental para o bem receber. O turismo preza por receber bem o visitante e, consequentemente quando você recebe bem o visitante de fora, o morador se sente também inserido dentro do contexto. A quarta diretriz é muito importante para se desenvolver um turismo de qualidade através dados estatísticos para planejamento. São trabalhadas duas ações nesse sistema de informação. O sistema de oferta turística e a demanda turística do município. O marketing do destino é a quinta diretriz. Realizado pela gerencia de turismo através de folders, outdoors na Rodovia Fernão Dias e participação em eventos de divulgação turística. Pensando nessa diretriz Extrema irá participar da 42º ABAV Expo Internacional de Turismo, no final desse mês, no Pavilhão de Exposições do Anhembi. A última diretriz é a oferta de roteiros e produtos. Nesse quesito Extrema oferece diversas rotas e atrativos turísticos. A novidade no município é o roteiro Serras Verdes oferecido pela

Cia 4x4 que integrará Extrema, Monte verde e Gonçalves através de um passeio em jipes. “O mais interessante nessa diretriz é que temos que formatar a oferta de roteiros, pois quando você dá opção de maior fator de atratividade ao destino, você faz com que o turista deseje ficar mais tempo, e se ele ficar, irá consumir mais, gastar mais e vai movimentar toda a economia, nós temos procurado tratar o turismo como uma atividade econômica. Uma cidade boa para o turismo é aquela que consegue ofertar boas opções de hotéis, pousadas, restaurantes e isso torna o destino forte”, exemplifica. Cada rota tem suas diretrizes organizadas de forma participativa e está embasado no programa de regionalização do Ministério do Turismo. “É legal que façamos desse jeito, ter o turismo planejado e uma política pública que orienta e nos respalda para que possamos executar independente de quem vai governar. Temos uma política municipal forte e um plano pactuado com toda a sociedade porque o plano de turismo não é só do poder público”, explica a gerente de Turismo.

Com a missão de abraçar os multisetores da economia local de modo participativo integrado tornando a atividade turística um vetor de desenvolvimento, a Gerência de Turismo continua investindo. Para os próximos meses os planos são de renovação do inventario turístico, manutenção do projeto “Conhecendo extrema” que tem como objetivo de levar as escolas e a comunidade para conhecer os atrativos turísticos e rotas extremenses e sinalização turística na Rota das Rosas, a próxima etapa da sinalização da rota dos ventos e finalização da rota das Águas. Na rota dos Ventos serão colocados 25 painéis de educação turístico ambiental mostrando os atrativos do percurso. Outra novidade é que está aberto o processo licitatório para a construção da sede do turismo em Extrema na Rodovia Fernão Dias, uma construção com arquitetura barroca mineira que será construída em um terreno doado. Está em processo também a reforma das rampas de voo livre que poderá ser feita de madeira e grama sintética ou concreto.

Pintura rupestre na Pedra do Índio

Comida Típica

Cachaçaria


Obras da estrada da Roseira Já esta em fase avançada a obra de urbanização da estrada que liga o bairro da Roseira ao centro de Extrema, passando pelos bairros do Rodeio e Barreiro, realizada pela Prefeitura de Extrema em parceria com o Governo do Estado. As obras incluem o alargamento, urbanização e asfaltamento do trecho que deve se tornar uma das maiores avenidas da cidade, proporcionando o acesso dos moradores sem que seja necessário trafegar pela Rodovia Fernão Dias garantindo segurança e tranquilidade no trajeto. A ação faz parte do cronograma de obras da Administração Municipal e é uma demanda que há tempos vem sendo reivindicado pelos moradores do local e que irá beneficiar inúmeras famílias. O vice-prefeito, João Batista comenta que o Bairro da Roseira é um local em constante desenvolvimento e que sempre foi tratado com

muito carinho e cuidado pela Administração. Em entrevista mencionou as grandes conquistas e investimentos realizados no bairro, que hoje é a região mais populosa da zona rural de Extrema. “Construímos 2 grandes conjuntos habitacionais, a Unidade Básica de Saúde em sede própria, a maior Escola Rural de Minas, o Centro de Educação Infantil (CEIM) totalmente reformado e ampliado, quadras, campos de futebol, e ainda realizamos recentes melhorias com aberturas de estradas e implantação de rede de esgoto em diversos pontos do bairro que não contavam com este serviço”, conclui. Para o prefeito, Dr. Luiz este “foi um compromisso firmado, e que dentre em breve será cumprido, assim como está sendo realizado o asfaltamento na frente dos principais pontos comerciais e empreendimentos turísticos da zona rural, a fim de estimular o potencial turístico do município”.

Autoridades parabenizam Extrema

Dr. Luiz (Prefeito de Extrema)

João Batista (Vice Prefeito de Extrema)

“Neste aniversário Extrema tem muito o que comemorar, são muitas conquistas, uma infraestrutura maravilhosa, uma economia forte e que cria muitas oportunidades para todos os moradores. Ao olhar para trás vimos o quanto a cidade progrediu, mas é importante manter os olhos no futuro, pois nosso desafio é preparar a cidade para muitos outros aniversários com a mesma qualidade de vida.”

“Dizer o quanto Extrema é especial é algo impossível. Eu nasci aqui, e nunca morei em outra cidade, porque meu coração está aqui. Para mim, Extrema é a cidade mais bonita e que tem as pessoas mais especiais do mundo.”


Pronto Socorro “Prefeito Jahir Aparecido Olivotti” recebe visitação de representantes das comunidades extremenses Na última quarta-feira, dia 10 de setembro, a Prefeitura de Extrema convidou representantes das comunidades extremenses para visitação no novo Pronto Socorro “Prefeito Jahir Aparecido Olivotti”. Os cidadãos tiveram oportunidade de conhecer todas as instalações no prédio que contará com pronto socorro, ambulatório de especialidades, laboratório e exames de raios-x e ultrassom. O prédio amplo foi construído no bairro Bela Vista e contará com recepção única aparelhada com chamada eletrônica, estacionamento para pacientes, sala de ultrassom, central de material esterilizado, necrotério, vestiário para funcionários, banco de sangue, sala de medicamentos, ala infantil com adesivagem temática, sala de inalação, sala de medicação, observação feminina em espaço reservado, enxoval personalizado, foco cirúrgico para pequenos procedimentos, sala de suturas, consultórios, sala de gesso, salas para os plantonistas descansarem e equipamentos de modernos para a sala de emergência. Arquitetada com piso Paviflex, paredes com tinta lavável, portas e janelas de PVC para evitar contaminação e com mobiliário moderno, a edificação também abrigará a Secretaria de

Saúde. Presença durante a visitação, alguns municípios menores da região, o vice-prefeito João Batista falou aos 30% do que atendemos são pessopresentes sobre o novo empreendias de fora, coisa de cidade grande mento: “A saúde é um dos principais Extrema tem se empenhado para que gargalos e dificuldades no Brasil, mas o munícipe não sofra”. em Extrema estamos fazendo difeAs lideranças de bairro falaram para o rença. Este pronto socorro novo é só Jornal O Registro suas opiniões sobre o começo das mudanças, com mais o prédio no novo Pronto Socorro. conforto e espaço para o momento “As impressões foram as melhores que mais precisamos, quando estapossíveis, eu estou aqui em Extrema mos doentes”, conclui. há 21 anos e durante esse tempo, eu O atendimento aos pacientes do amacompanhei toda a saúde do municíbulatório e pronto socorro começará pio e agora a inauguração desse novo no dia 22 de setembro a partir das 6h. pronto socorro de primeiro mundo. Porém já está em funcionamento os Não falo só para elogiar é porque vi exames laboratoriais e de imagem. com meus olhos, Extrema é referênDurante a visita, o Secretário da cia em saúde e o povo vai concordar Saúde, Alex Teixeira, fez um balanço com isso daqui a alguns meses”, sobre a saúde em Extrema atualafirma Nillo Gallindo, representante mente e anunciou o convênio da do bairro Fonte Nova. administração municipal e o Hospital De acordo com Airton Ramos, Santa Virgínia, em São Paulo, para Presidente do Conselho de Saúde a realização de procedimentos do bairro Bela Vista, a população de hemodinâmicos. “Os números atuais Extrema foi agraciada com o Pronto da saúde impressionam, temos Socorro. “Nós temos, atualmente, uma capacidade de atendimento no um atendimento na saúde que não pronto socorro de aproximadamente é ruim e com esse novo posto de 250 pessoas por dia, os especialistas atendimento irá melhorar 100%. atendem 30 pacientes diariamente. Com isso a população acaba coTemos uma capacidade 10 mil raios-x brando cada vez mais e eu acho que gratuitos por mês, efetuamos 12 mil isso aqui é uma resposta que vem exames laboratoriais no último mês. contemplar e estamos felizes com Extrema acaba sendo referência para essa conquista”.

Fotos: Paloma Barra

Alex Teixeira, Secretário de Saúde e João Batista, Vice-Prefeito

Uma das maiores dúvidas da população em relação à inauguração de um novo pronto socorro é em relação ao antigo prédio e o que será feito no local. “Uma das ideias do nosso Prefeito é a redução de gastos com aluguel. Então aquele espaço é nosso e tem coisas que estão em prédios alugados, para evitar esse cobrança provavelmente traremos

esses serviços para diminuir custos. Uma ideia é trazer a Vigilância de Saúde para ampliar os serviços que são ofertados lá”, explica Alex Texeira. A cerimônia de inauguração do Pronto Socorro “Prefeito Jahir Aparecido Olivotti” será na próxima sexta-feira, às 19h, e toda a população de Extrema está convidada.


Histórias que marcaram o crescimento de Extrema na lembrança de Geralda Crescente Geralda Aparecida Crescente nasceu em Extrema, no dia 26 de agosto de 1928, neta de Pedro Silva e Virgínia Maria da Conceição e filha de Nicolino de Cunto e Orazília de Cunto, acompanhou todo o desenvolvimento e crescimento da cidade de Extrema e foi grande percussora deste. Aos dezesseis anos já lecionava na zona rural da cidade, na região do Salto do Meio. Geralda se recorda que para ir lecionar e ir para a igreja rural tinha de ir a cavalo. Sua infância foi humilde, mas com riqueza de amizades, lembra com saudades. A cidade era uma família só, todos compartilhavam entre si. Em 1951, aos 23 anos casou-se com Jair Crescente, neto de José Crescente e Florinda Maria de Jesus e filho de Francisco Crescente e Josefina Maria de Jesus. Geralda e Jair atuaram em peças teatrais na adolescência, junto com Dr. Jener Cuba dos Santos, conhecido como Dr. Cuba (in memorian), Sebastião Onisto (in memoriam), José Inácio Fernandes, conhecido com Zé Coletor (in memorian) entre outros. Antonio Onisto, conhecido como Toninho do Grilo (in memoriam) era o “ponto” nas peças teatrais, orientava quando eles esqueciam as falas. Jair Crescente participava mais das peças que chamavam de “Atos

variados”, mais comédias. A primeira peça encenada pela Sra. Geralda foi “A filha dos Saltimbancos”. As apresentações aconteciam no Clube Literário e Recreativo de Extrema, antigo Instrução. O primeiro filme que passou no antigo cinema da cidade foi “A Rainha do Sertão”, como era cinema mudo, durante a apresentação do filme tocava-se flauta, lembra. E as recordações vão ao longe, Dr. Cuba, que era como um mentor político, junto com outras pessoas da sociedade organizou o Baile da Rainha, no qual a Sr. Geralda, ainda solteira, participou e ganhou o título de Rainha da Primavera, com seus 19/20 anos, se recorda com emoção. De acordo com Geralda, o correio veio do Rio de Janeiro, trazido pelo prefeito da época. A primeira chefe de correios foi a Sra. Prudência Cardoso Pinto, a segunda chefe foi a Sra. Orazília de Cunto. Com a proximidade da aposentadoria de sua mãe, que era a chefe de correio na época, preocupada com os rendimentos familiares, Geralda resolve escrever para o então Presidente da época Getúlio Dornelles Vargas, falando sobre suas dificuldades, pois o pai era vendedor de bilhetes e a mãe estava para se aposentar. Então em sua carta pediu para que o posto da mãe fosse ocupado por

ela. Essa lembrança causa grande emoção para Sra. Geralda: “Quando me lembro dele me dá até voltade de chorar”, diz emocionada. Ainda emocionada Geralda conta que recebeu uma carta escrita pelo próprio presidente dizendo que não era para se preocupar, que no dia seguinte a aposentaria da mãe, Geralda receberia uma boa notícia. E assim aconteceu, no dia seguinte, recebeu um telegrama do Presidente Getúlio Vargas dizendo que o cargo era dela. “Fiquei muito contente, porque ele manteve a palavra, e fez votos que eu continuasse no lugar dela, uma carta longa. Sinto por ter perdido essa carta e até hoje me lembro dele com saudades, eu não esperava uma atitude dessa de um presidente”, emocionadíssima recorda. Em 1954 aproximadamente, o Governador de Minas na época, Juscelino Kubitschek, veio até Extrema para inaugurar a ponte nova que fica em frente ao Waltão, Geralda lembra que ela e mais uma amiga foram a linha de frente da fanfarra que prestigiou a vinda do Governador Mineiro. Trabalhou nos Correios como Chefe por mais de 28 anos até sua aposentadoria. A Sra. Geralda se recorda ainda dos tempos em que cantava no Coral do Padre Antônio Tibúrcio, das Serenatas que ela e outros

Jair e Geralda Aparecida Crescente

Antiga sede dos Correios na Rua Tiradentes amigos faziam em dias de lua cheia. “Era muito divertido”, se lembra. Geralda Aparecida Crescente e Jair Crescente, exemplo de simplicidade e cidadania, deixam para os filhos, netos e bisnetos um grande legado e ensinamentos. “Somos uma família amiga de todos, não tenho nenhuma inimizade, somos muito queridos. Extrema cidade muito querida espero que cresça cada vez mais, desejo a todos que cooperam que gostam, tenham muito amor pela cidade”, finaliza.

Geralda em 1942



Sebastião Egídio - Um eterno apaixonado pelo Extrema F.C O Extrema F.C é parte intrínseca da história de nosso município e para homenageá-lo o Jornal O Registro entrevistou o ex-jogador Sebastião Egídio para nos contar sobre os tempos áureos do clube e também um pouco de sua passagem pelo clube. A história do time começou informalmente por volta dos anos 1925, quando jovens extremenses se reuniam para disputar partidas de futebol, mas nada era oficializado. Sebastião conta que os jogadores iam para os jogos com botinas, calção comprido, vestimentas bege e gravata. A data oficial de fundação do time é 18 de março de 1940. A partir desse momento, o time passa a ter diretoria e técnico formais. O Extrema foi criado através da boa vontade de políticos e comerciantes locais. Na época, a pequena Extrema, dividida em apenas três ruas era o lar de diversos meninos apaixonados por futebol, entre eles, Sebastião que passava seus dias ao lado do irmão e amigos na rua do meio brincando com uma bola improvisada de bexiga de boi e traves delimitadas por tijolos. Jogar no campo era considerado um privilégio para esses garotos que não possuíam ao menos uma bola. As férias eram os únicos dias que uma bola era vista em seus pés, em uma ocasião fizeram amizade com meninos paulistas que passavam uma temporada no hotel da cidade e possuíam bola para levar aos jogos. “Eles jogavam muito bem, era de uma família bem dotada e falavam inglês, era tão bonito. Íamos toda a molecada da cidade para o campo e quando a família deles foi embora foi uma tristeza, porque nos aparávamos nos dois”, conta Tiãozinho. Sebastião Egídio ficou em Extrema até os seus 11 anos, quando foi mandado por seu pai para o Seminário em Pouso Alegre e por lá ficou por cinco anos. Durante os

anos de seminário a paixão pelo futebol não foi deixada de lado, com seu talento times da região pediam ao Padre para que o liberasse para representá-los em alguns jogos. Ao retornar para a cidade aos 16 anos, Tião começa a treinar pelo Extrema F.C em uma quarta-feira, já no domingo o jogador estreia com a camisa do Lobo da Montanha, na época dirigido por Sebastião Camanduci. “Me escalaram no primeiro quadro do extrema, fui muito bem sucedido, na segunda partida joguei melhor do que na anterior e ai emplaquei no extrema”, relembra. Durante seus primeiros anos, o clube dependia da ajuda financeira da comunidade extremense que enxergava no clube um investimento no futuro dos jovens e entretenimento para os mais velhos que na época não tinham com o que se divertir aos domingos, já que ainda não existia TV e o rádio pegava mal nessa região. “Os jovens do extrema jogavam no campo de terra e a sociedade de Extrema comparecia e vibrava, era a diversão da cidade. Então vinham times de São Paulo jogar aqui e era novidades para nós, e dávamos todo o esforço possível para ganhar e orgulhar o povo”. O futebol entusiasmou os cidadãos, a mocidade crescendo, o povo participando, os nomes dos jogadores correndo de boca em boca e a torcida aumentando. “Extrema chegou a uma altura importante para o futebol dentro do município. E tínhamos só aquele campo de terra feito pelos presos como diziam os mais antigos e que só depois virou gramado. Tinha pessoas de São Paulo que vinham jogar, tivemos jogadores que vieram de belo horizonte para trabalhar na estrada para abrir a rodovia e jogaram muita bola com a gente”, conta o saudosista Tião. A construção da rodovia facilitou também a vinda de equipes de outros municípios para Extrema, já que a antiga estrada de terra era

de difícil acesso. Após alguns anos jogando pelo Extrema F.C, em 1959 Sebastião se muda para São Paulo em busca de um emprego. Com a economia difícil na época, o futebol auxiliou o jogador a se manter, alguns times que o conheciam de Extrema começaram a chamá-lo para jogar, foi assim que Tião chegou ao São Caetano, famoso clube paulista, e começou a ganhar dinheiro com sua paixão. Mas o amor pelo seu clube de origem falou mais alto, em 1964 durante suas férias o atleta veio até a cidade e disputou uma partida junto com seus antigos colegas, vencendo a equipe de Bueno Brandão por 1x0. A equipe que sem ele havia perdido por 5x1 exigiu sua volta e lhe garantiu um emprego de gerente em um posto de garantindo então o retorno de seu astro. Tiãozinho relembra diversos jogos importantes após o seu retorno, um dos destaques para ele foi contra a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo de São Paulo (CBTC) e os adversários, com time considerado superior, ficaram concentrados por alguns dias, mas não conseguiram superar o Lobo da Montanha que venceu de 7x1. “Guardo na memória a partida contra o bragantino que veio fazer um jogo treino e empatamos de 3x3, lembro desse jogo pelo que fiz no campo e pelo reconhecimento do povo e do meu pai que era um super esportista e extremense apaixonado”, recorda o futebolista. Sebastião conta que guarda da época também a lembrança dos amigos, pessoas que não conviveriam se não fosse o futebol e cita o nome de alguns deles: O goleiro Ari, Barbosinha, Fisgão, o Vardinho, Dito Preto, Azor, Dito Egídio, Paulo Gordo, Vasco, Osvaldinho, Oscar Rabelo, Valter Bonifácio e Ataliba que segundo ele era extraordinário. “Compusemos um time que deu trabalho, ficamos 32 partidas invictas, mas jogávamos muito e treinávamos muito, toda terça

Fotos: Arquivo Pessoal Sebastião Egídio

e quarta-feira. Tinha também o segundo quadro de atletas que participavam, mas nunca joguei lá, pois pelo que consta parece que joguei bem”, revive o jogador. Com um grupo fechado de bons jogadores, os demais interessados acabavam ficando de lado o que resultou na formação de um clube rival, Os Tamoios, que se mudaram para outro campo, mas a equipe nunca fez frente ao Lobo da Montanha. Os bons jogadores extremenses eram reconhecidos por toda região, algumas equipes municipais vinham recrutá-los para algumas partidas, eles até participavam quando não tinham jogos no município, mas a prioridade para eles sempre foi o Extrema F.C. Sebastião Egídio jogou no Extrema F.C até 1975, segundo ele após esse época perdeu as forças para jogar por causa da idade. “O futebol é muito importante para mim,

sou muito agradecido ao clube, me engrandeceu muito. Tenho certeza que a bandeira do Extrema vai tremular no meu cortejo. As pessoas daquele tempo respeitam a gente pelo que foi feito, mas o time não deu nada financeiramente para ninguém, mas nós fizemos parte do time e ninguém pode negar que fomos útil. Daqueles 23 jogadores, somente 3 estão vivos”, afirma. Atualmente, o Extrema F.C não tem equipe formada, o que entristece o antigo jogador. “Daquela época até agora o que a gente observa é que o extrema perdeu a voz ativa no futebol, eu não sei o porquê, mas não temos uma equipe. Temos pessoas que jogam bem no município, assisto o campeonato municipal e vejo jogadores bons, que podem formar uma equipe boa e competir aqui dentro da cidade. Tenho a impressão que os jovens vão corresponder”, conclui Sebastião Egídio.




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